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CONCENTRADOS PROTÉICOS DE PESCADO E SILAGEM Viviane Rabelo Eduardo Aguiar David Aragão CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO O FPC surgiu como umas das alternativas para o reaproveitamento dos resíduos das indústria de pescado e também para a utilização de espécies que não aceitas para o consumo direto; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO São basicamente produtos desidratados e moídos, com conteúdo variável de proteínas, que podem apresentar ou não sabor e aroma de pescado, dependendo do método de obtenção utilizado; (ORDOÑEZ, 2005). O FCP pode ser obtido tanto de matérias primas cárneas como do CMS de pescado; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO O que se pretende com a elaboração do FCP é um produto estável e com concentração de proteínas superior a do músculo do pescado; Vantagens de se produzir o FCP 1. Agrega valor econômico e nutricional aos alimentos; 2. Alto valor nutritivo; 3. Baixo custo da matéria prima; 4. Produto sem gordura; 5. Aproveitamento racional dos resíduos; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO TIPO “A “ Pó de cor esbranquiçada; Umidade +/- 8%; Quantidade de proteína entre 60 e 88%; Quantidade de gordura menor que 0,75%; São inodoros e insípidos; É necessário usar espécies magras ou pouco gordas; É utilizado solvente orgânico, geralmente o etanol e o propanol; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO PROCESSO DE ELABORAÇÃO TIPO “A” a) LAVAGEM DO PESCADO COM ÁGUA DOCE; b) REDUÇÃO DO TAMANHO, TRITURAÇÃO; c) EXTRAÇÃO COM SOLVENTES ORGÂNICOS; d) 3 ETAPAS EM EXTRATORES COM AGITAÇÃO; PROCESSAMENTO CPP TIPO “A” • EXTRATOR 1: Solvente a frio / 50 minutos. • EXTRATORES 2 e 3: Solvente a quente (até 75 º C) / 75 a 90 minutos. • FASE LÍQUIDA (Destilador separa Gordura e Solvente - Reutilização). • FASE SÓLIDA (Torta úmida) → Dessecador rotatório a vácuo eliminando solvente. • CONCENTRADO PROTÉICO SECO (Triturado e Acondicionado). CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO TIPO “A “ No processo de fabricação do FCP Tipo A, é formado também a gordura ou o óleo de pescado; Essa gordura tem cor escura, é instável e geralmente tem produtos de oxidação; Baixo valor comercial; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO Vantagens - Utilização de várias espécies de pescado com menor valor comercial; - Aditivo de grande valor nutritivo; - Não altera as características organolépticas dos produtos; - Podem ser adicionados em pães, biscoitos, massas, sopas, molhos, bebidas a base de leite, alimentos infantis, cereais , embutidos cárneos, pratos prontos e alimentos dietéticos; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO Desvantagens - Afeta a capacidade funcional das proteínas; - Diminui a capacidade de retenção de água, a capacidade de geleificação e o caráter emulsificante; - Processo de obtenção caro; - Altas temperaturas durante o processamento pode promover alterações em seu valor biológico e alterar a digestibilidade da proteína (perda de lisina e triptrofano); CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO TIPO “B” Pó de cor amarela ou acinzentada; Acentuado odor e sabor de pescado; Umidade 10%; Quantidade de proteína entre 70 e 75%; Quantidade de gordura maior ou igual a 10%; Pode-se usar qualquer espécie de pescado, mas normalmente se usa peixes gordos; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO PROCESSO DE ELABORAÇÃO TIPO “B” a) COCÇÃO DE 10 A 15 MINUTOS; b) PRENSAGEM A QUENTE; c) TORTA DE PRENSA; d) LÍQUIDO DE PRENSA; e) FARINHA INTEGRAL; PROCESSAMENTO CPP TIPO “B” • COCÇÃO: 10 -15 min • PRENSAGEM A QUENTE; • TORTA DE PRENSA 4 a 5% de gordura e 50% de umidade. • LÍQUIDO DE PRENSA OU ÁGUA PEGAJOSA (20% de extrato seco) • FARINHA INTEGRAL Possui solúveis de pescado condensado (50% de umidade) CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO TIPO “B” No processo de fabricação do FCP Tipo “B” também é formado a gordura ou o óleo de pescado; É um óleo de alta qualidade; Constituído por gorduras de depósito; É estável e tem melhores características organolépticas do que o derivado da elaboração de um CPP do tipo “A”; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO Vantagens - Maior valor comercial; - Processo relativamente barato; Desvantagem Devido suas características sensoriais, sua adição só é aceitável em preparados à base de pescado; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO COMPARAÇÃO “TIPO A e B” CARACTERÍSTICAS TIPO “A” TIPO “B” Cor Esbranquiçada Amarelada - Acinzentada Odor Inodoro Acentuado odor Lipídios Proteínas 60 e 88 % 70 e 75 % Umidade +/- 8% MÁX 10 % CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO MARINBEEF OU CARNE MARINHA É um concentrado proteico, resultado de uma série de pesquisas realizadas no Japão, com características apropriadas para ser utilizado como suplemento proteico na elaboração de produtos cárneos (ORDOÑEZ, 2005). Não tem características organolépticas próprias de pescado; Absorve água facilmente; Textura similar a carne picada; Obtido a partir de pescados desvalorizados ou de restos musculares resultantes do corte em filé. CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO PROCESSO DE ELABORAÇÃO “MARINBEEF” a) OPERAÇÕES DE LAVAGEM; b) SEPARAÇÃO DE MÚSCULO; c) DECANTAÇÃO E REFINAMENTO; d) CONTROLE DO PH COM BICARBONATO ; e) ADIÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO; e) 3 CICLOS DE EXTRAÇÃO COM ETANOL; f) CENTRIFUGAÇÃO g) DESIDRATAÇÃO PROCESSAMENTO “MARINBEEF” • Eliminação do material não miofibrilar; • Controle do pH entre 7,4 e 7,8; • Adição do Cloreto de Sódio 1 a 2% em peso; • Amassamento; • 3 Ciclos de extração com etanol (PESCADO MAGRO = Extração à frio; PESCADO GORDO = Extração a quente) CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO MARINBEEF OU CARNE MARINHA O produto final tem umidade inferior a 10%; Porcentagem de proteína superior a 88%; Grânulos desidratados medindo de 1 a 2 mm de diâmetro e 2 a 4 mm de comprimento; Cor esbranquiçada; Pode absorver de 5 a 10 vezes o seu peso em água; CONCENTRADOS PROTEICOS DE PESCADO MARINBEEF OU CARNE MARINHA Misturado a carne picada (até 60%), obtém-se produtos de textura muito similar àqueles elaborados apenas com carne → Fibras musculares inteiras no processamento devido a baixa concentração de NaCl; Não geleifica → Actomiosina desnaturada (solventes); Estrutura porosa e esponjosa → Textura elástica; Utilizada em hambúrgueres, almôndegas, tiras de carne e molhos de carne, com boa avaliação sensorial; SILAGEM Definição Produto líquido, produzido a partir do pescado inteiro ou partes, adicionado de ácidos, enzimas ou bactérias produtoras de ácido lático, onde o seu resultado é a liquefação da massa por enzimas endógenas. Visa a redução de desperdício na cadeia de processamentos de pescados. Técnica desenvolvida na Escandinávia, em 1920. No Brasil foi difundido a partir da década de 80. SILAGEM Porque utilizar esse tipo de processamento? Baixo custo; Não necessita de mão de obra especializada; Alto valor biológico para ração animal; Produção em pequena escala; SILAGEM Tipos de Silagem Ácida Enzimática Fermentativa ou Biológica Alcalina SILAGEM Silagem “Ácida” É o método mais utilizado; A acidificação do meio é feita através da adição de ácidos orgânicos, inorgânicos ou de mistura deles. Mais comumente ácido fórmico e propiônico na proporção 1:3; Há a necessidade de se fazer uma neutralização antes de oferecer o produto final aos animais; Pelo manejo de ácidos fortes, é preciso cuidado na manipulação; Controle de pH para no máximo 4, para não ter perda de capacidade de tampão na estocagem; SILAGEM FLUXOGRAMA - Silagem “Ácida” SILAGEM Silagem “Por via Enzimática” Adição de enzimas para promover a hidrólise das proteínas; Poder ser de origem microbiana (Proteases e Lipases, por exemplo), vegetal (Papaína e Bromelina), animal (Tripsina); SILAGEM FLUXOGRAMA - Silagem “Por via Enzimática” SILAGEM Silagem “Fermentativa” Realizada pela ação de micro-organismos produtores de ácido láctico, bactérias ou leveduras. Os mais utilizados são o Lactobacillus sp e o Streptococcus lactis; Necessária adição de uma fonte de glicose; Ocorre a inibição de micro-organismos patogênicos; SILAGEM FLUXOGRAMA - Silagem “Fermantativa” SILAGEM Silagem “Alcalina” Usando amônia, o pH do meio é elevado a 10, evitando assim o crescimento de fungos e leveduras, e em 4h o processo conclui-se. Método não mais utilizado devido a potencialidade tóxica da amônia, irritações e náuseas, além de formar compostos carcinogênicos. OBRIGADO!