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DOUTRINA DA ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS

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5. DISTINÇÕES: VOTO, JULGAMENTO, ACÓRDÃO E EMENTA. 
5.1. Generalidades 	
Os julgamentos, nos tribunais, devem, em princípio, ser realizados de forma colegiada. Os órgãos julgadores são, essencialmente, colegiados. Na sessão de julgamento, cada membro profere seu voto. O voto consiste na manifestação dada pelo julgador do órgão colegiado.
 A reunião dos votos acarreta o julgamento pelo tribunal. O julgamento colegiado consiste na conjunção dos votos proferidos pelos membros do órgão julgador. 
O acórdão é o julgamento proferido pelos tribunais (art. 204, CPC). Formalmente, o julgamento difere do acórdão. O julgamento antecede o acórdão. Colhidos os votos dos integrantes do órgão julgador, haverá o julgamento, que será, posteriormente, reduzido a escrito, recebendo, então, a denominação de acórdão. Em outras palavras, acórdão é a materialização do julgamento, consistindo na redução a escrito da solução dada pelos integrantes do colegiado.
 Na verdade, o termo acórdão deriva de "acordar", verbo que significa resolver de comum acordo, concordar, chegar a um acordo. O acórdão nada mais é do que a concordância de várias pessoas sobre determinada questão. Vale dizer que acórdão deveria ser, rigorosamente, o conjunto dos votos vencedores. 
Independentemente do conteúdo, aquela decisão colegiada receberá a nomenclatura de acórdão. Desse modo, o acórdão pode ostentar "conteúdo" de sentença ou de decisão interlocutória: ou seja, pode ou não pôr fim ao procedimento. 
Com conteúdo de sentença ou com conteúdo de decisão interlocutória, não importa, o acórdão deve, sempre, observar o disposto no art. 489 do CPC. Vale dizer que o acórdão deve conter relatório, fundamentação e dispositivo - segue-se, aqui, tudo o quanto já se viu no capítulo sobre a decisão judicial, no v. 2 deste Curso. 
O relatório, nos acórdãos, exerce importantíssimo papel de identificação do caso, com a delimitação das questões fáticas que lhe dizem respeito. Essa identificação é fundamental em um sistema de precedentes, para que possa ser compreendido o contexto fático em que determinado entendimento foi firmado'. 
Mas o legislador brasileiro criou uma ficção legal: o voto vencido deve ser expressamente declarado e compõe o acórdão para todos os fins legais, incluindo o pré-questionamento (art. 941, §3º, CPC). Pode haver mais de um voto vencido; havendo, todos devem ser juntados e passam a fazer parte do acórdão.
Art. 941.  Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
§ 1o O voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.
§ 2o No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes.
§ 3o O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusive de pré-questionamento.
 Em razão dessa mudança legislativa, deve ser cancelado o enunciado 320 da súmula do STJ: "a questão federal somente ventilada no voto vencido não atende ao requisito do prequestionamento". 
Assim, o acórdão, para o CPC-2o15, compõe-se da totalidade dos votos, vencedores e vencidos. Se o voto vencido não for juntado, será caso de nulidade do acórdão19 , por vício da fundamentação.
 5.2. 0 voto vencido e a sua função em um sistema de precedentes vinculantes 
O voto vencido cumpre importante função em um sistema de precedentes obrigatórios, como o do CPC-2o15. Ao se incorporar ao acórdão, o voto vencido agrega a argumentação e as teses contrárias àquela que restou vencedora; isso ajuda no desenvolvimento judicial do Direito, ao estabelecer uma pauta a partir da qual se poderá identificar, no futuro, a viabilidade de superação do precedente (art. 489, §10, VI, e art. 927, §§2°, 3º e 4º, CPC). 
Além disso, o voto vencido demonstra a possibilidade de a tese vencedora ser revista mais rapidamente", antes mesmo de a ela ser agregada qualquer eficácia vinculante, o que pode fragilizar a base da confiança, pressuposto fático indispensável à incidência do principio da proteção da confiança (sobre o tema, ver o V. 1 deste Curso, capítulo sobre normas fundamentais). O voto vencido mantém a questão em debate, estimulando a comunidade jurídica a discuti-Ia'.
 Note, ainda, que a inclusão do voto vencido no acórdão ratifica regra imprescindível ao microssistema de formação concentrada de precedentes obrigatórios: a necessidade de o acórdão do julgamento de casos repetitivos reproduzir a integra de todos os argumentos contrários e favoráveis à tese discutida (arts. 984, § 2°, e 1.038, § 3°, CPC). 
A fundamentação, com o acréscimo do voto vencido, cumpre, então, esse novo e importante papel.
 É possível identificar duas espécies de voto vencido. Uma primeira espécie de voto vencido é a do simples voto contrário, "sem qualquer preocupação em evidenciar que a ratio decidendi ou os fundamento majoritário e concorrente estão equivocados ou não podem prevalecer"23. Esse voto acaba não tendo muita relevância, pois é uma simples manifestação de que o julgador não está de acordo com o resultado da decisão.
 Uma segunda espécie de voto vencido é o que dialoga com o posicionamento majoritário, para demonstrar o equívoco da ratio decidendi vencedora. Esse tipo de voto vencido, que é o relevante em um sistema de precedentes, "tem a importância de conferir à 'falta de unanimidade' o poder de alçar a questão para a discussão da comunidade, evitando que ela fique submersa ou quase invisível, como se a ratio houvesse sido amparada pela unanimidade dos votos" ".
 5.3. Decisões plurais e voto concorrente 
Chama-se decisão plural aquela que, embora haja maioria em relação ao resultado, dela não há como extrair uma ratio decidendi, "na medida em que nenhum dos fundamentos que nela estão contidos são sustentados pela maioria". Trata-se de fenômeno comum na prática judiciária brasileira, mas que, em um sistema de precedentes, é bem ruim, porque impede a formação do precedente. 
Há casos em que a maioria do colegiado é favorável a um determinado resultado, mas não há maioria em relação ao fundamento determinante da decisão. Nesses casos, surge o chamado voto concorrente: o julgador adere ao resultado vencedor, sem aderir ao fundamento.
 O voto concorrente pode assumir uma dupla função:
 a) demonstrar que há um melhor fundamento para a obtenção de um mesmo resultado; 
b) impedir a formação da ratio decidendi e, portanto, do precedente, ao não permitir a obtenção da maioria em torno um fundamento determinante.
 5.4. Fundamentação do voto e fundamentação do acórdão. As decisões plurais 
É preciso ainda distinguir fundamentação do voto e fundamentação do acórdão. 
A fundamentação do acórdão deve apresentar os fundamentos determinantes que levaram a maioria vencedora a inclinar-se por determinado resultado; da redação do acórdão é preciso constar o pensamento da maioria, e não o pensamento do relator.
 O acórdão não pode ser compreendido como a simples reunião dos votos isolados, embora seja essa uma prática comum e perniciosa, sobretudo porque dificulta, quando não inviabiliza, a identificação da ratio decidendi.
 Pode ser conveniente, nos casos de acórdãos proferidos em incidentes de formação concentrada de precedentes obrigatórios (incidente de julgamento de casos repetitivos, incidente de assunção de competência e incidente de arguição de inconstitucionalidade), que o relator submeta, eletronicamente, a proposta de redação do acórdão para o órgão que proferiu a decisão. O regimento interno do tribunal pode estabelecer um prazo para manifestação dos julgadores, considerando-se o silêncio como concordância com a proposta apresentada.
 5.5. A ementa
 Além de conter relatório, fundamentação e dispositivo, o acórdão deve, igualmente, conter ementa (art. 943, §1º, CPC). Significa que os acórdãos devem conter relatório, voto eementa, não sendo possível que o regimento interno de qualquer tribunal dispense algum desses elementos. 
Art. 943.  Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.
§ 1o Todo acórdão conterá ementa.
§ 2o Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.
A necessidade de que os acórdãos contenham ementa tem por escopo o aperfeiçoamento da divulgação dos precedentes e da jurisprudência dos tribunais. Em outros termos, a utilidade da ementa consiste em facilitar a documentação ordenada da jurisprudência do tribunal. 
A ementa deve refletir tanto quanto possível, e de maneira bem objetiva, o entendimento do tribunal a respeito das questões de fato e de direito debatidas no julgamento que originou o acórdão. A ementa deve conter, também, o(s) fundamento(s) determinante(s) da decisão. Em uma palavra, pode-se dizer que a ementa é o resumo do julgamento. 
A ementa não é o acórdão nem com ele se confunde. Trata-se, apenas, de resumo do que ficou decidido no julgamento pelo tribunal. Em eventual divergência entre o conteúdo do acórdão e o da ementa, há de prevalecer o daquele em detrimento do desta. 
Daí se percebe que o acórdão deve vir com ementa, mas esta não constitui elemento essencial daquele. Acórdão é a documentação do julgamento; ementa é o resumo do julgamento. A ementa é, essencialmente, algo que sucede o julgamento, e o resume. Ao lavrar o acórdão, o julgador deve atentar para esse dever: é preciso que o acórdão traga esse resumo. 
Lavrado um acórdão sem ementa, qualquer uma das partes pode valer-se de embargos de declaração, com vistas a obter a supressão da omissão, para que passe o acórdão a conter a ementa. 
A falta de ementa não traz, contudo, nulidade ao julgamento34, nem contamina o acórdão. Como se disse, a ementa sucede o julgamento; como se trata de algo posterior ao julgamento, que já ocorreu, a sua falta não pode acarretar a nulidade: não há invalidade por algo que aconteça depois da prática do ato, conforme explicado no capítulo sobre as invalidades processuais no v. 1 do Curso. 
A ausência de ementa pode comprometer a validade da intimação do julgamento, dificultando a percepção do conteúdo do acórdão ou, até mesmo, causando a falsa impressão de que ainda não se tenha iniciado o prazo para a interposição de eventual recurso cabível na espécie.
 A ementa permite que as partes já saibam, desde logo, as razões que serviram de esteio para que o tribunal chegasse àquela conclusão, facilitando a atividade de seus advogados para a interposição de recursos cabíveis. Se, mesmo sem ementa, está claro o conteúdo do acórdão, não há razão para decretar sua nulidade. Não contendo ementa o acórdão, poderá, como visto, haver alguma dúvida quanto à sua lavratura, no momento da intimação da parte, mediante publicação no órgão oficial. Nesse caso, nula será a intimação, e não o acórdão. Possível invalidade da intimação não se confunde com invalidade da decisão. 
5.6. Lavratura do acórdão e publicação 
Proferido o julgamento colegiado, o resultado é divulgado aos advogados e às partes pelo órgão oficial. É o que se chama, na praxe forense, de publicação da resenha de julgamento. Nesse momento, ainda não existe acórdão. Apenas foi anunciado o resultado final do julgamento. Os autos irão para o relator ou para quem proferiu o primeiro voto vencedor, a fim de que seja lavrado o acórdão (CPC, art. 941). 
Proferido o julgamento, é necessário que se lavre o acórdão. A lavratura do acórdão concretiza a garantia constitucional da motivação dos julgados. Nesse sentido, assim já decidiu o STF: "EMENTA Recurso extraordinário. Garantia constitucional de fundamentação das decisões judiciais. Artigo 118, § 30, do Regimento Interno do Superior Tribunal Militar. 1. A garantia constitucional estatuída no artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal, segundo a qual todas as decisões judiciais devem ser fundamentadas, é exigência inerente ao Estado Democrático de Direito e, por outro, é instrumento para viabilizar o controle das decisões judiciais e assegurar o exercício do direito de defesa. 2. A decisão judicial não é um ato autoritário, um ato que nasce do arbítrio do julgador, daí a necessidade da sua apropriada fundamentação. 3. A lavratura do acórdão dá consequência à garantia constitucional da motivação dos julgados 4. Recurso extraordinário conhecido e provido". (STF, 1. T., RE 540-995/RJ, rel. Min. Menezes Direito, j. 19/2/2008, Die 078 2/5/2008).
 Lavrar o acórdão significa escrever, redigir o acórdão. Essa, normalmente, é uma tarefa atribuída ao relator, a não ser quando este reste vencido. É do relator a atribuição de redigir, escrever, lavrar o acórdão. Se, contudo, tiver proferido voto vencido, caberá ao julgador que conduziu o julgamento ou abriu a dissidência lavrar o acórdão (art. 941, caput, CPC). A dissidência pode dizer respeito tanto ao fundamento determinante (ratio decidend0 quanto à conclusão. 
Art. 941.  Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designando para redigir o acórdão o relator ou, se vencido este, o autor do primeiro voto vencedor.
É o relator para o acórdão aquele que levará a causa para reapreciação, no caso do inciso II do art. 1.040 do CPC. 
Um exemplo: caso discorde da conclusão apresentada pelo relator, o julgador será designado como relator para o acórdão, se o seu entendimento restar vencedor. Outro exemplo: caso concorde com o relator em relação à conclusão, mas traga fundamento determinante que acabe prevalecendo, o julgador que puxou a divergência será designado como relator para o acórdão - isso evita que o acórdão fique enviesado com a fundamentação do relator originário, que ficou vencida, a despeito de a sua conclusão ter sido acolhida.
No regime do CPC-1973, o acórdão era lavrado pelo relator sempre que a conclusão fosse unânime, ainda que ele restasse vencido na fundamentação. No regime do CPC-2015, que inaugura um modelo de observância de precedentes, é preciso que o acórdão seja lavrado por quem conduziu a conclusão do julgamento ou a sua fundamentação. Ainda que a conclusão seja unânime, é preciso que se atribua a relatoria do acórdão a quem conduziu a fundamentação prevalecente. Aliás, veja que o STF, ao julgar a Reclamação 9.428, interpretou a decisão proferida na ADPF 130/DF, concluindo que a ementa redigida não refletia com fidelidade a tese jurídica acolhida pela maioria do colegiado, pois, em diversos momentos, vários ministros destacaram a necessidade de ponderar a liberdade de expressão com outros direitos fundamentais. O relator, que ficara vencido nesses pontos, não refletiu esse entendimento no acórdão - e, de resto, em sua ementa - fazendo constar seu fundamento, que restou vencido. Houve um enviesamento que deve ser evitado, sobretudo num sistema que valoriza precedentes. Por isso, o relator não deve lavrar o acórdão, seja quando ficar vencido na conclusão, seja quando ficar vencido na fundamentação. 
Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial dentro de dez dias (CPC, art. 943, 2°, CPC). Dessa publicação conta-se o prazo para a interposição de quaisquer recursos (CPC, art. 1.003). Vale dizer que a publicação da ementa constitui a intimação do acórdão, iniciando-se, a partir de então, o prazo para a interposição de recursos eventualmente cabíveis. De fato, "só se considerarão efetivamente intimadas as partes e seus advogados quando da publicação do acórdão, e não meramente do resultado do julgamento, no órgão oficial”. 
O art. 944 do CPC traz regras novas sobre o tema, que buscam concretizar o princípio da duração razoável do processo: a) não publicado o acórdão no prazo de trinta dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão (art. 944, caput, CPC)38; b)no caso de não publicação do acórdão no prazo de trinta dias, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão (art. 944, par. ún., CPC). Presidente do tribunal, no contexto do parágrafo único do art. 944 do CPC, é o presidente do órgão colegiado que proferiu a decisão. 
Art. 944.  Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substituirão, para todos os fins legais, independentemente de revisão.
Parágrafo único.  No caso do caput, o presidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.
Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico (art. 943, caput, CPC). 
6. A TUTELA PROVISÓRIA NOS TRIBUNAIS
 O parágrafo único do art. 299 do CPC regula, expressamente, a tutela provisória em processo que tramita em tribunal: "ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito".
 Assim, cabe ao interessado requerer a tutela provisória ao relator (art. 932, II, CPC). Contra a decisão do relator sobre o requerimento de tutela provisória cabe agravo interno (art. 1.021, CPC).
Art. 932.  Incumbe ao relator:
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
 No caso de tutela provisória antecedente - anterior à formulação do pedido de tutela final -, o requerimento de tutela provisória será distribuído livremente, ficando o relator designado prevento para julgar o futuro recurso ou ação de competência originária. Aplicam-se, aqui, por extensão, à tutela provisória antecedente a ação de competência originária de tribunal, os arts. 1.012, §30, 1, e 1.029, §50, I, CPC, que cuidam da tutela provisória antecedente para atribuir efeito suspensivo a recurso. 
Normalmente, em recurso, a tutela provisória ou serve para que se lhe atribua efeito suspensivo ou para que o relator conceda a providência que fora negada pela decisão recorrida - conhecida também como concessão de efeito suspensivo ativo ao recurso. O tema é examinado no capítulo sobre o agravo de instrumento, neste volume do Curso.
Trata-se do recurso no processo para a efetivação do direito de resposta, em razão de ilícitos cometidos pela imprensa. A regra é evidentemente inconstitucional, pela irrazoabilidade e pela violação aos princípios da igualdade e da efetividade. Não há nada que justifique esse tratamento diverso, sobretudo em um sistema que admite que um relator possa suspender, monocraticamente, a eficácia de uma lei. As sociedades empresárias que atuam no ramo jornalístico, exatamente aquelas que buscarão o efeito suspensivo aos recursos contra as decisões que determinem o direito de resposta, mereceram, sem qualquer razão, um tratamento excessivamente rigoroso. Aliás, foi ajuizada no STF pelo Conselho Federal da OAB a Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5.415, questionando exatamente a constitucionalidade do art. ioda Lei n. 13.188/2015. A liminar foi concedida pelo Min. Dias Toffoli, em 17.12.2015, que, em interpretação conforme a Constituição, entendeu que o poder de o órgão colegiado atribuir efeito suspensivo ao recurso não retira do relator esse mesmo poder.
 De resto, não há qualquer outra peculiaridade digna de nota na tutela provisória em tribunal. Sobre a tutela provisória, ver o v. 2 deste Curso.

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