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AULA 29 ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMORIA

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AULA 29
ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA
Neuroanatomia
Prof° Tiago Antoniol
Especialização em Neuroanatomia-UNIRIO-UFRJ
Especialização em Neurologia-UFF
INTRODUÇÃO
Memória é a capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações. 
A etapa de aquisição é a aprendizagem, do mesmo modo que a evocação é a etapa de lembrança.
TIPOS DE MEMÓRIA
Existem dois critérios para definir tipos e subtipos de memória, que são: a natureza da memória e o tempo de retenção do evento memorizado.
Quanto à natureza da memória, distinguem-se dois tipos: memória declarativa e memória não declarativa (ou de procedimento). 
Memória declarativa: os conhecimentos memorizados são explícitos, ou seja, podem ser descritos por meio de palavras ou outros símbolos, como quando mencionamos o nome de um amigo, o ano em que nascemos, ou os núcleos do tálamo. 
Memória não declarativa: os conhecimentos memorizados são implícitos e, assim, não podem ser descritos de maneira consciente. Neste caso, encontra-se a memória de procedimentos ou memória motora através da qual as pessoas aprendem as sequências motoras que lhes permitem executar tarefas como nadar e andar de bicicleta, as quais elas aprendem e exercitam de maneira automática e inconsciente. 
Quanto ao tempo de retenção do evento memorizado, distinguem-se três tipos: memória operacional ou de trabalho, a memória de curta e a memória de longa duração.
Memória operacional ou de trabalho: Permite que informações sejam retidas por segundos ou minutos, durante o tempo suficiente para dar sequencia a um raciocínio, compreender e responder a uma pergunta, memorizar o que acabou de ser lido para compreender a frase seguinte, memorizar um número de telefone durante o tempo suficiente para discá-lo.
 Uma pessoa com déficit de memória operacional, como ocorre nas fases iniciais na doença de Alzheimer, não sabe onde está um objeto segundos depois de colocá-lo em algum lugar e levará mais tempo para encontrá-lo porque poderá procurá-lo em locais onde já o encontrou.
	Este tipo de memória é organizada pelo córtex pré-frontal e não deixa arquivos. O córtex pré-frontal determina o conteúdo da memória operacional que será selecionado para armazenamento, conforme a relevância da informação naquele momento. Para isso, ele tem acesso às diversas outras áreas mnemônicas do córtex cerebral onde estão armazenadas as memórias de curta e longa duração, verifica se a informação que está chegando e sendo processada já existe ou não, e se vale a pena armazená-la como memória de curta ou longa duração. Assim, a área pré-frontal funciona como gerenciadora da memória, definindo o que permanece e o que é esquecido.	
Memórias de curta duração: Permite a retenção de informações durante algumas horas (3 a 6 horas) até que sejam armazenadas de forma mais duradoura nas áreas responsáveis pela memória de longa duração. Exige mecanismos de processamento mais simples, mantem a memória viva enquanto a de longa duração está sendo definitivamente armazenada. A memória de curta duração se extingue depois de algum tempo. 
Memórias de longa duração: Depende da função de retenção de informações exercida pela memória de curta duração, exige mecanismos mais complexos que levam horas para serem realizados. É consolidada por meio da atividade do hipocampo, ficando armazenada em áreas corticais de associação de acordo com seu conteúdo, podendo aí permanecer durante muitos anos. 
	Estes dois tipos de memória dependem do hipocampo.
 Operacional
 Declarativa De curta duração
Memória De longa duração
 
 Não declarativa, ou de procedimento
ÁREAS CEREBRAIS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA DECLARATIVA
Áreas telencefálicas (parte medial do lobo temporal, área pré-frontal dorsomedial e as áreas de associação sensoriais) e diencefálicas (componentes do circuito de Papez) unidas pelo fórnix, que liga o hipocampo ao corpo mamilar do hipotálamo. Com isso temos, portanto, o seguinte esquema:
 
ÁREAS TELENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA
Hipocampo: Antigamente chamado corno de Ammon (CA), é uma eminência alongada e curva situada no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral, acima do giro para-hipocampal. É constituído de um tipo de córtex filogeneticamente antigo (arquicórtex) e seus circuitos intrínsecos são complexos.
	O hipocampo através do córtex entorrinal, recebe aferências de grande número de áreas neocorticais e através do fórnix projeta-se aos corpos mamilares do hipotálamo. Recebe também fibras da amígdala, que reforçam a memória de eventos associados a situações emocionais. 
	Embora o hipocampo seja indispensável para a consolidação das memórias de curta e longa duração, esses tipos de memória não são armazenados no hipocampo, pois permanecem depois de sua remoção cirúrgica. O grau de consolidação da memória pelo hipocampo é modulado pelas aferências que ele recebe da amígdala. Esta consolidação é maior quando a informação a ser memorizada está associada a um episódio de grande impacto emocional, que pode ser uma emoção positiva, como a vitória de seu time, ou negativa como a morte de um parente.
	Sabe-se hoje, que o hipocampo é também responsável pela memória espacial ou topográfica, relacionada a localizações no espaço, configurações ou rotas e que nos permite navegar, ou seja, encontrar o caminha que leva a um determinado lugar. Isso explica porque na doença de Alzheimer, em que há grave comprometimento do hipocampo, o paciente, na fase final, perde completamente a orientação e não consegue se dirigir de uma cadeira para a cama. 
Giro Denteado: Giro estreito e denteado situado entre a área entorrinal e o hipocampo com o qual se continua lateralmente. Tem amplas ligações com a área entorrinal e o hipocampo e com este constitui a formação do hipocampo. Estudos recentes mostram que o giro denteado é responsável pela dimensão temporal da memória. Por exemplo, ao lembrarmos de nossa festa de casamento ele informa a data e se ela foi antes ou depois de nossa festa de formatura.
Córtex Entorrinal: Ocupa a parte anterior do giro para-hipocampal medialmente ao sulco rinal. É um tipo de córtex primitivo e corresponde à área 28 de Brodmann. Recebe fibras do fórnix e envia fibras ao giro denteado que, por sua vez, se liga ao hipocampo. Funciona como um portão de entrada para o hipocampo, recebendo as diversas conexões que a ele chegam através do giro denteado, incluindo as conexões que recebe da amígdala e da área septal. Lesão do córtex entorrinal, mesmo estando intacto o hipocampo, resulta em grande déficit de memória. Geralmente é a primeira área cerebral comprometida na doença de Alzheimer.
Córtex Para-Hipocampal: Ocupa a parte posterior do giro para-hipocampal continuando-se com o córtex singular posterior no nível do istmo do giro do cíngulo. Estudos de neuroimagem funcional mostraram que o córtex para-hipocampal é ativado pela visão de cenários, especialmente os mais complexos, como uma rua ou uma paisagem. Entretanto, a ativação só ocorre com cenários novos e não com os já conhecidos. Também não é ativado com a visão de objetos, o que é feito pelo hipocampo. Pacientes com lesão do giro para-hipocampal são incapazes de memorizar cenários novos, embora consigam evocar cenários já conhecidos neles e navegar. 
Córtex cingular posterior: Em especial a parte situada atrás do esplênio do corpo caloso (retroesplenial), recebe muitas aferências dos núcleos anteriores do tálamo que, por sua vez, recebem aferências do corpo mamilar pelo trato mamilo-talâmico, integrando o circuito de Papez. Lesões no cíngulo posterior ou de núcleos anteriores do tálamo resultam em amnésias. Está também relacionado com a memória topográfica, ou seja, a capacidade de se orientar no espaço ememorizar caminhos e cenários novos, bem como evocar os já conhecidos. Sua lesão resulta em desorientação e incapacidade de encontrar caminhos anteriormente memorizados.
Área pré-frontal dorsolateral: A principal função é o processamento da memória operacional. Lesões desta área, como ocorre na doença de Alzheimer, há perda da memória operacional.
Áreas de associação do neocórtex: São armazenadas as memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade do hipocampo. Incluem-se aí as áreas secundárias sensitivas e motoras, assim como áreas supramodais. Estudos de RNM funcional mostram que quando uma pessoa é solicitada a reconhecer figuras de animais, há ativação de áreas neocorticais da parte ventral do lobo temporal. Quando o reconhecimento é de objetos, como ferramentas, a área pré-motora esquerda é ativada, pois a pista para reconhecimento é a atividade motora envolvida no uso da ferramenta.
ÁREAS DIENCEFÁLICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA
São os corpos mamilares do hipotálamo, que recebem aferências dos córtices entorrinal e do hipocampo pelo fórnix e que, através do trato mamilotalâmico projetam-se aos núcleos anteriores do tálamo. Estes, por sua vez, projetam-se para o córtex cingular posterior. Essas estruturas fazem parte do circuito de Papez.
MECANISMOS DE FORMAÇÃO DAS MEMÓRIAS
Como a memória se expressa nos neurônios? Sabe-se que o mecanismos celulares da memória envolvem as sinapses. Em relação a memória de trabalho, ocorre uma excitação prolongada das espinhas dendríticas das sinapses da área pré-frontal. Entretanto, essa excitação permanece por pouco tempo, como é característico da memória de trabalho. 
O que ocorre nas sinapses no caso da memória de longa duração, que pode ficar armazenada em neurônios durante vários anos? Nos neurônios relacionados com a memória ocorrem complexas reações químicas, envolvendo uma cascata de segundos-mensageiros, ao final das quais há ativação de alguns genes que determinam a transcrição de proteínas utilizadas na formação de novas sinapses ou na ampliação da área da membrana pré-sináptica. Assim, o número de sinapses dobra, podendo diminuir, com o tempo, na etapa do esquecimento. Assim, a consolidação da memória decorre da plasticidade sináptica. Sabe-se hoje, que novos neurônios também proliferam na formação hipocampal, inclusive no homem. Entretanto, esses neurônios morrem depois de algum tempo. A hipótese mais aceita pra explicar esse fato é que cada novo neurônio estaria ligado a uma nova memória. Depois de algum tempo, quando a memória já estiver consolidada e transferida para o neocórtex, o novo neurônio desapareceria.
CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS
ANSIEDADE E ESTRESSE
 A ansiedade é um transtorno psiquiátrico muito comum, é a expressão inapropriada do medo, que, neste caso, é duradouro e pode ser desencadeado por perigos pouco definidos ou pela recordação de eventos que supostamente podem ser perigosos.
A ansiedade desencadeada de forma crônica se transforma em estresse e causa danos ao organismo.
Uma pessoa sadia regula resposta ao medo através do aprendizado. O medo de andar de avião pode ser grande a primeira vez e depois se aprende que não há perigo. No transtorno de ansiedade, o motivo pode não estar presente e, mesmo assim, resulta na ativação da amígdala.
Os neurônios hipotalâmicos em resposta a estímulos da amígdala, promovem a liberação do ACTH, induzindo a liberação do cortisol pela adrenal. O eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é regulado pelo hipocampo, que exerce seu efeito inibindo este eixo. A exposição crônica ao cortisol pode levar a disfunção e à morte dos neurônios hipocampais. Assim, a degeneração do hipocampo torna a resposta ao estresse mais acentuada, levando a maior liberação de cortizol e maior lesão do hipocampo.
Estudos de neuroimagem mostraram redução no volume do hipocampo com repercussão sobre a memória em pacientes que sofreram de transtorno de estresse pós traumático.
CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS
SÍNDROME DE KORSAKOFF
Resulta da degeneração dos corpos mamilares e dos núcleos anteriores do tálamo. 
É consequência do alcoolismo crônico.
Provocam amnésias anterógradas e retrógradas.
DOENÇA DE ALZHEIMER
Doença degenerativa que acomete pessoas idosas na qual ocorrem graves problemas de memória.
Há perda gradual da memória operacional e de curta duração.
O paciente começa a ter dificuldade com a memória recente de fatos ou compromissos ocorridos no dia. Evolui gradativamente para comprometimento da memória de longa duração, a ponto de esquecer do nome dos familiares e apresentar desorientação no tempo-espaço. Na fase mais avançada há uma completa deterioração de todas as funções psíquicas, com amnésia total.
A doença se inicia com uma degeneração progressiva dos neurônios da área entorrinal, que constitui a porta de entrada das vias que, do neocórtex, se dirigem ao hipocampo.
Há também perda dos neurônios colinérgicos do Núcleo Basal de Meynert, o que leva a perda das projeções modulatórias colinérgicas de praticamente todo o córtex cerebral. 
Microscopicamente nos neurônios, observa-se um emaranhado neurofibrilar e placas senis que levam à morte neuronal.
É uma doença com claro componente genético, mas que sofre influência de fatores ambientais. Estudos mostram que indivíduos pré-dispostos geneticamente, mas que tem intelectualmente ativa, pode não manifestar ou ter formas mais leves e tardias da doença.
“Eu perdi mais de 9.000 cestas em minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Em 26 ocasiões me foi confiado a jogada final e eu perdi. Eu falhei e falhei repetidamente mais de uma vez na minha vida, e foi justamente por isso que venci.”
Michael Jordan

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