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TEORIAS DO 
CONTROLE MOTOR
Francisco Lúcio A. Silva
Coordenador do Curso de Fisioterapia na UNESA Cabo Frio
Docente do curso de graduação em Fisioterapia e Educação Física na UNESA
francisco.lucio@estacio.br
Tarefa
Indivíduo
Ambiente
Tarefa
Indivíduo
Ambiente
CONTROLE MOTOR:
▪ É A CAPACIDADE DE REGULAR OU ORIENTAR OS
MECANISMOS ESSENCIAIS PARA O MOVIMENTO;
▪ PROBLEMA NO CONTROLE MOTOR CAUSA DISFUNÇÕES DO
MOVIMENTO FUNCIONAL;
▪ ESTUDA A NATURAZA DO MOVIMENTO E DE COMO ELE É
CONTROLADO;
▪ NATUREZA: INTERAÇÃO ENTRE INDIVÍDUO, TAREFA E
AMBIENTE.
Como as pessoas estabilizam seus corpos no espaço? Como 
caminham? Correm? Como aprendem estas atividades?
CONTROLE MOTOR:
O termo movimento indica as características do comportamento de
um membro específico ou de um conjunto de segmentos corporais.
Movimentos com características diversas podem ocorrer para que um mesmo
comportamento seja gerado. A ação pode ser considerada um conjunto de
movimentos realizados para determinado fim. São respostas dirigidas para
um objetivo e que consistem de movimentos do corpo e/ou movimentos dos
membros. Embora o termo ação seja utilizado como sinônimo de habilidade,
esta usualmente denota uma tarefa com um propósito específico. Assim, uma
atividade motora reflexa não é considerada habilidade e a habilidade cognitiva
(ex., atenção e memória) pode ser diferenciada da habilidade motora. O
aprendizado é um requisito básico para que habilidades motoras sejam
realizadas com sucesso.
TEORIA REFLEXA DO CONTROLE MOTOR:
Para Sherrington, autor de “The integrative action of the
nervous system", de 1906, os reflexos são as unidades mínimas do
comportamento. Um reflexo espinhal, como um reflexo extensor
ou flexor, é uma resposta provocada por um estímulo. Para isto,
uma estrutura composta de receptor, condutor e efetor é
necessária. O condutor é composto de pelo menos duas células
neurais, uma que conduz o estímulo do receptor e outra que o
conduz até o efetor.
TEORIA REFLEXA DO CONTROLE MOTOR:
Segundo Sherrington, as unidades motoras
(motoneurônios e fibras musculares por eles inervadas) podem ser
ativadas por diferentes reflexos gerando diferentes efeitos. Os
comportamentos complexos são derivados de uma combinação
sucessiva de reflexos mais simples. Em uma série de
experimentos realizados com animais, Sherrington demonstrou
que os reflexos conduzem à ativação ou à inibição de diferentes
grupos musculares, coordenados por interneurônios espinhais.
TEORIA REFLEXA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Abordagens clínicas baseadas na teoria reflexa utilizam o reflexo como
base para as preliminares e a própria terapêutica. Em relação às preliminares, o
conhecimento dos circuitos reflexos, ou da resposta esperada a um estímulo,
possibilita a localização topográfica de uma determinada lesão; a estrutura que
compõe o reflexo pode ser um marcador topográfico para a localização da lesão.
TEORIA REFLEXA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Ao saber que certos circuitos reflexos geram respostas específicas, o
terapeuta é motivado a usar a facilitação ou inibição de respostas reflexas,
dependendo de seus objetivos terapêuticos. O maior exemplo da utilização dos
circuitos reflexos na facilitação de movimentos complexos é a facilitação
neuromuscular proprioceptiva (FNP).
Dentre algumas limitações desta abordagem, pode-se destacar a maior
delas, que se refere aos movimentos voluntários e à aquisição de novas
habilidades na ausência de estímulos sensoriais. A teoria de Sherrington
também não explica como um estímulo similar pode resultar em respostas
distintas, dependendo do contexto e do controle superior. Apesar destas
limitações, ainda é influente a noção que comportamentos complexos derivam
de uma sequência de componentes, ou unidades, mais simples.
TEORIA DO REFLEXO
LIMITAÇÕES:
OUTROS TIPOS DE MOVIMENTOS 
(ESPONTÂNEOS E VOLUNTÁRIOS) SÃO 
RECONHECIDOS COMO COMPORTAMENTO.
NÃO EXPLICA, NEM PREVÊ, ADEQUADAMENTE 
O MOVIMENTO QUE OCORRE NA AUSÊNCIA DE 
UM ESTÍMULO SENSORIAL.
NÃO EXPLICA O CONTROLE DOS 
MOVIMENTOS RÁPIDOS QUE NÃO PERMITEM 
O FEEDBACK SENSORIAL DO MOVIMENTO 
PRECEDENTE PARA DESENCADEAR O 
PRÓXIMO (DIGITAR).
NÃO LEVA EM CONSIDERAÇÃO O CONTEXTO. 
O MESMO ESTÍMULO APRESENTA 
DIFERENTES RESPOSTAS (FOGO).
NÃO EXPLICA A CAPACIDADE DE 
DESENVOLVER MOVIMENTOS NOVOS (APLICAR 
UMA ATIVIDADE A OUTRAS SITUAÇÕES).
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS:
PREVISÃO DA FUNÇÃO (TAIS 
ESTÍMULOS TAIS RESPOSTAS).
EXPLICAR O COMPORTAMENTO 
DO PACIENTE DE ACORDO COM 
A PRESENÇA OU AUSÊNCIA DOS 
REFLEXOS (EX.: PADRÃO E 
LIBERAÇÃO DO REFLEXO DE 
ESTIRAMENTO).
RETREINAMENTO COM BASE NA 
ÊNFASE OU NA REDUÇÃO DO 
EFEITO DE VÁRIOS REFLEXOS 
DURANTE AS TAREFAS 
MOTORAS. EX.: MÉTODOS QUE 
REDUZEM A ESPASTICIDADE DO 
FLEXOR NO PACIENTE COM 
SEQUELA DE AVE.
EXPLICA MOVIMENTOS 
ESTERIOTIPADOS.
TEORIA REFLEXA DO CONTROLE MOTOR:
▪ BASE NAS PESQUISAS DE SHERRINGTON: A AÇÃO
INTEGRATIVA DO SN;
▪ O COMPORTAMENTO COMPLEXO SERIA DESENCADEADO
POR AÇÃO CONJUNTA DE REFLEXOS, OU EM SEQUÊNCIA,
COM UM OBJETIVO COMUM;
▪ SENDO NECESSÁRIAS TRÊS ESTRUTURAS: UMA
RECEPTORA, UM TRAJETO NERVOSO CONDUTOR E UM
EFETOR (ARCO REFLEXO);
▪ REFLEXOS COMPOSTOS OU COMBINAÇÕES SUCESSIVAS OU
CADEIAS = COMPORTAMENTO COMPLEXO;
▪ ESTÍMULO - RESPOSTA/ESTÍMULO - RESPOSTA/ESTÍMULO.
TEORIA REFLEXA DO CONTROLE MOTOR:
Importantes modificações na visão segmentar do sistema nervoso
foram feitas por Hughlings Jackson. O autor descreveu um fenômeno
aparentemente contraditório. Uma lesão, em uma área específica do cérebro,
não produzia uma perda total da função associada àquela área. Jackson propôs,
baseado em suas análises, uma nova teoria de organização do sistema motor.
Esta organização tem como característica ser vertical e estruturada
hierarquicamente em três níveis. O primeiro nível, inferior, é representado
pelos segmentos espinhais e do tronco encefálico de controle da função motora.
Este nível sofre influência direta de uma porção intermediária, correspondentes
às divisões motoras e sensoriais do córtex cerebral. Em um terceiro nível,
superior, as áreas associativas são consideradas e, principalmente, as divisões
frontais do cérebro. De acordo com Jackson, a localização de um sintoma (a
partir da deficiência de uma função particular), que acompanha a lesão de uma
área circunscrita do sistema nervoso central, não pode ser identificada pela
localização de uma função particular.
TEORIA HIERÁRQUICA DO CONTROLE MOTOR:
TEORIA HIERÁRQUICA DO CONTROLE MOTOR:
Organização do sistema motor segundo a Teoria Hierárquica: O nível superior 
S (áreas associativas) exerce influência sobre os níveis médio M (divisões 
motoras e sensoriais do córtex cerebral) e inferior I (segmentos espinhais e do 
tronco encefálico).
A teoria de Jackson foi complementada por estudos realizados por
Rudolf Magnus. Este autor, ao explorar a função de diferentes reflexos em
diferentes partes do sistema nervoso, mostra como reflexos controlados por
níveis inferiores do sistema nervoso só se tornam notáveis quando os centros
corticais superiores são lesados. Estes estudos indicam que os reflexos são
parte integrante do controle motor e os centros superiores normalmente agem
como inibidores dos centros geradores de reflexos inferiores. Os elementos de
tal concepção hierárquica do controle motor têm sido aceitos até o momento,
como partes constitutivas de diversas teorias.
TEORIA HIERÁRQUICA DO CONTROLE MOTOR:
A concepção hierárquica do controle motor tem servido como subsídio
para o desenvolvimento de diversas abordagens fisioterapêuticas, como por
exemplo, o conceito Bobath, que evidenciava a liberaçãodos reflexos inferiores
como consequência de lesões no sistema nervoso. De acordo com esta
abordagem, são necessários os níveis superiores do sistema nervoso central
para que haja modulação dos movimentos e da postura corporal. Esta
modulação da atividade inferior permite um aumento da complexidade do
comportamento, dos reflexos primitivos às atividades mais complexas. O
conceito visa, estrategicamente, a modificação da ação reflexa ao enfocar a
inibição do tônus anormal, a integração dos reflexos primitivos e a
segmentação dos movimentos. Entretanto, a abordagem teórica na qual este
método baseia-se não deixa claro como o comportamento reflexo pode ser
hierarquicamente superior ao comportamento voluntário em certas situações,
por exemplo, na esquiva de um membro em resposta a um estímulo doloroso
durante um movimento de preensão. Os níveis superiores, no controle da
hierarquia, não deveriam, supostamente, permitir tal expressão reflexa.
TEORIA HIERÁRQUICA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
TEORIA HIERÁRQUICA
LIMITAÇÕES:
NÃO EXPLICA A 
DOMINÂNCIA DO 
COMPORTAMENTO 
REFLEXO EM CERTAS 
SITUAÇÕES.
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS:
SIGNE BRUNNSTON EXPLICA AÇÃO DOS 
MOVIMENTOS DESORDENADOS EM 
CONSEQUÊNCIA DA LESÃO NO CÓRTEX 
MOTOR.
LESÃO CORTICAL = REFLEXOS NORMAIS 
EXAGERADOS E APARECIMENTO DE 
REFLEXOS ANORMAIS.
BERTA BOBATH: RESTRIÇÃO DA AÇÃO 
DOS CENTROS SUPERIORES (LIBERAÇÃO 
DAS RESPOSTAS INTEGRADAS NOS 
NÍVEIS INFERIORES - ATIVIDADE 
REFLEXA POSTURAL ANORMAL).
▪ INÍCIO COM JACKSON;
▪ SN ORGANIZADO COMO UMA HIERARQUIA: CONTROLE ORGANIZACIONAL DE
CIMA PARA BAIXO - NÍVEIS SUPERIOR, MÉDIO E INFERIOR;
▪ OS CENTROS SUPERIORES INIBEM O CENTRO REFLEXO INFERIOR;
▪ RELAÇÃO ENTRE LESÃO CORTICAL E LIBERAÇÃO DOS REFLEXOS;
▪ DESENVOLVIMENTO MOTOR DE ACORDO COM SURGIMENTO E
DESAPARECIMENTO DOS REFLEXOS;
▪ RELAÇÃO ENTRE REAÇÕES REFLEXAS DE EQUILIBRIO E DESENVOLVIMENTO
MOTOR (TEORIA REFLEXA/HIERÁRQUICA);
▪ DESENV. MOTOR ATRIBUIDO À CORTICALIZAÇÃO DO SN (TEORIA
NEUROMATURACIONAL DO DESENVOLVIMENTO);
▪ CONCEITOS CORRENTES DESTA TEORIA:
A) OS CENTROS SUPERIORES NÃO ESTÃO SEMPRE NO COMANDO;
B) CADA NÍVEL DO SISTEMA PODE AGIR SOBRE OS OUTROS.
TEORIA HIERÁRQUICA DO CONTROLE MOTOR:
Mudanças na visão sobre a organização do controle motor tornaram-
se notáveis a partir da noção de modelos internos. O comportamento é também
preditivo, além de reativo. As implicações são radicais. Os organismos não
apenas reagem às perturbações externas, mas são capazes de, espontaneamente,
desencadear um movimento. É necessário, que o organismo processe modelos
internos do mundo exterior, extraia consequências da ação do mundo sobre o
organismo e suponha modificações sobre o mundo a partir de sua ação.
Para Lashley, um conjunto de estratégias (predição e planejamento)
requer a existência de uma organização central da ação. Sua análise baseia-se
na seguinte argumentação: nos movimentos sequenciais rápidos, tais como os
envolvidos nas atividades da vida diária (vestir-se, alimentar-se, banhar-se, etc.) o
intervalo de tempo entre a transmissão neural da informação sensorial até o
sistema nervoso central e o retorno da informação para os músculos efetores, é
muito longo para depender de uma resposta em cadeia. Estas respostas devem
ser planejadas. Segundo Keele, Cohen & Ivry "as sequências de atividade
motora humana devem ser guiadas por planos e não por associações periféricas
ou centrais entre um evento e o próximo”.
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA:
Técnicas de cronometria mental, introduzidas pela psicologia
cognitiva, fornecem as principais evidências destes processos. A ideia básica é
que "o tempo tomado para executar uma tarefa reflete a complexidade dos
processos envolvidos na preparação da tarefa". Henry & Rogers foram os
primeiros a mostrar que, sob condições controladas, o tempo de reação simples
(intervalo de tempo entre o estímulo que deflagra a resposta e o início da resposta) se
torna maior quando o movimento que se segue à reação é relativamente mais
complexo. Este estudo tornou-se a base para a formulação da teoria do
programa motor.
Keele define programa motor como uma série de comandos abstratos,
estruturados antes da sequência ser iniciada, e que permite que ela aconteça
sem sofrer modificações decorrentes de eventos que permeiam sua execução.
Desta perspectiva, o controle motor resulta da necessidade do produto do
movimento corresponder ao movimento planejado.
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA:
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA:
Um exemplo frequentemente utilizado para ilustrar o plano geral de
ação é o ato motor que produz a escrita. Ao escrever uma palavra com o
membro superior direito, com o membro superior esquerdo ou com a boca, um
indivíduo mostra diferentes níveis de habilidade. No entanto, as características
gerais da escrita são mantidas, independentemente do efetor. A escrita
corresponde a uma sequência de contrações e movimentos que ocorrem
automaticamente, embora seja possível intervir em qualquer momento. Uma
ideia do movimento forma um plano utilizado na ação. Este plano controla o
desempenho, de modo que características gerais da escrita são mantidas apesar
dos diversos efetores utilizados.
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA:
Na prática clínica, teorias baseadas em programas motores permitem
compreender como a origem das desordens motoras pode ser explicada como
decorrentes de alterações nos programas. Desta perspectiva, a fisioterapia deve
concentrar-se na reaprendizagem das "regras corretas para a ação", e não o
treinamento de movimentos isolados. Se o plano geral da ação estiver íntegro,
então alternativas em relação aos efetores devem ser necessárias. Se o
indivíduo, durante o treinamento de habilidades que foram alteradas pelo
distúrbio neurológico, faz uso de uma série de compensações para obter sucesso
na ação, possivelmente formará programas motores que envolvem tais
compensações, passando a utilizá-las automaticamente. Assim, a formação
destes programas tornar-se-á crítica para o desempenho do indivíduo.
Embora a teoria do programa motor tenha expandido nossa
compreensão em relação à flexibilidade do sistema nervoso para criar, executar
e modificar movimentos, esta teoria não explica como, na ausência de
informação sensorial, variáveis ambientais ou músculo-esqueléticas são capazes
de interferir no comportamento.
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA
LIMITAÇÕES:
O PROGRAMA CENTRAL 
NÃO É O ÚNICO 
DETERMINANTE DA AÇÃO. 
EX.: FATORES EXTERNOS 
TAMBÉM INTERFEREM 
(AÇÃO DA GRAVIDADE).
NÃO LEVA EM 
CONSIDERAÇÃO VARIÁVEIS 
MUSCULOESQUELÉTICAS E 
AMBIENTAIS NA OBTENÇÃO 
DO CONTROLE MOTOR.
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS:
EXPLICA PROBLEMAS NO MOVIMENTO POR 
ANORMALIDADES NOS GERADORES DE 
PADRÃO CENTRAL E NOS PROGRAMAS 
MOTORES DE NÍVEL SUPERIOR.
QUANDO AFETADA A PROGRAMAÇÃO MOTORA: 
REAPRENDER AS REGRAS CORRETAS PARA A 
AÇÃO (RETREINAMENTO DOS MOVIMENTOS 
IMPORTANTES PARA UMA TAREFA FUNCIONAL 
E NÃO APENAS REEDUCAÇÃO DE MÚSCULOS 
ESPECÍFICOS ISOLADAMENTE).
QUANDO NÃO AFETA A PROGRAMAÇÃO 
MOTORA: PRECISA ENCONTRAR EFETORES 
ALTERNATIVOS. A SINERGIA DE NÍVEL 
INFERIOR E OS SISTEMAS MUSCULARES 
MENOS UTILIZADOS DEVERÃO SER 
TREINADOS
▪ SNC NÃO É APENAS REATIVO;
▪ MESMO SEM ESTÍMULO: RESPOSTA MOTORA PADRONIZADA =
PADRÃO MOTOR CENTRAL OU DE PROGRAMAÇÃO MOTORA
(REDES NEURAIS ESPINHAIS - GERADORES DE PADRÃO
CENTRAL - E CEREBRAL - PROGRAMAS MOTORES EM NÍVEL
ALTO).
▪ RECONHECE IMPORTÂNCIA DA AÇÃO REGULADORA DOS
ESTÍMULOS SENSORIAIS (FEEDBACK).
TEORIA DA PROGRAMAÇÃO MOTORA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Segundo as teorias discutidas até este ponto, a ação pode resultarda
atividade reflexa, decorrente da inibição e/ou excitação de áreas do sistema
nervoso e da análise e integração destes estímulos. Discussões sobre o conceito
de função introduziram visões alternativas sobre o controle motor.
Anokhin, define função como "um sistema orientado para o
desempenho de uma tarefa biológica particular, e que consiste em um grupo de
atos interconectados que produzem um efeito biológico correspondente". Nesta
linha, o cientista russo Nicolai Bernstein observa a ação como um sistema
complexo, cujo trabalho é controlado por diversos fatores. A ação é mais do que
o resultado de um grupo cortical de células nervosas. Bernstein mostra que o
movimento é primariamente determinado pela ação, seja de natureza
locomotora, de um movimento dirigido a um alvo, ou de um ato simbólico (ex.:
um movimento que produz a escrita). Ao reconhecer a necessidade de
compreender as características do sistema que se move, e das forças externas
que agem sobre o corpo, este autor assume que o controle do movimento
depende da integração de vários parâmetros e sistemas, interagindo em
cooperação.
TEORIA DOS SISTEMAS:
Uma das primeiras questões postuladas por Bernstein refere-se aos
graus de liberdade a serem controlados para a geração de movimentos
coordenados. Segundo o autor, a "coordenação é uma atividade que garante ao
movimento homogeneidade, integração e unidade estrutural". Em outra
passagem ele afirma que "a coordenação do movimento é um processo de
controle dos graus de liberdade do órgão em movimento; em outras palavras, é
a sua conversão em um sistema controlável". Como centenas de músculos
podem ser sistematicamente controlados, de forma precisa, em vários
contextos? A solução de Bernstein para o problema dos graus de liberdade
envolve a noção de "estruturas coordenadoras", em que é enfatizada a ideia de
que os músculos não são controlados individualmente mas, estão
funcionalmente ligados a outros músculos formando sistemas autônomos.
TEORIA DOS SISTEMAS:
TEORIA DOS SISTEMAS:
BERNSTEIN (1900)
É NECESSÁRIO COMPREENDER:
- CONTROLE NEURAL DO MOVIMENTO;
- AS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA QUE ESTÁ SE
MOVIMENTANDO E DAS FORÇAS EXTERNAS E INTERNAS QUE
AGEM SOBRE O CORPO.
FORÇAS EXTERNAS FORÇAS INTERNAS
(GRAVIDADE) INERCIA (VETORES DE FORÇA)
CORPO
(SISTEMA MECÂNICO COM MASSA)
TEORIA DOS SISTEMAS:
TEORIA DOS SISTEMAS:
CONTROLE DO MOVIMENTO: DIFERENTES SISTEMAS
INTERLIGADOS (MODELO DISTRIBUIDO DO CONTROLE MOTOR);
QUESTIONOU O ORGANISMO NUMA SITUAÇÃO CONTINUAMENTE
MUTÁVEL;
DESTACOU A NECESSIDADE EM CONTROLAR OS GRAUS DE
LIBERDADE DO ORGANISMO MÓVEL;
NIVEIS SINERGIAS MOV. SUPERIORES INFERIORES
GRUPOS M. CONTROLADO
QUE AGEM JUNTOS
TEORIA DOS SISTEMAS:
LIMITAÇÕES:
NÃO APROFUNDA 
INTERAÇÃO DO 
ORGANISMO COM O 
MEIO.
IMPLICAÇÕES CLÍNICAS:
ENTENDER O CORPO COMO UM 
SISTEMA MECÂNICO (BIOMECÂNICA).
LESÃO SNC + COMPROMETIMENTO 
DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
= PERDA GERAL DO CONTROLE 
MOTOR.
Supostamente, o controle hierárquico simplifica os múltiplos graus de
liberdade do corpo - "uma série de níveis hierárquicos, cada um deles,
inevitavelmente, com um grau de independência qualitativa". Os níveis
superiores ativam níveis inferiores que, por sua vez, ativam sinergismos
musculares, ou grupos de músculos impelidos a agir juntos, como uma unidade.
Por exemplo, um indivíduo ao realizar uma nova atividade aumenta o grau de
tensão muscular e oscila menos que um indivíduo experiente ao realizar a mesma
atividade. Isto pode ser considerado uma diminuição dos graus de liberdade
envolvidos na ação para torná-la mais estável. O mesmo ocorre com o paciente
hemiparético ao deambular com auxílio de uma bengala. O paciente
frequentemente transfere o centro de gravidade para o lado não acometido, onde
encontra o apoio da bengala, e fixa a escápula ipsilateral contra o gradil costal
para “obter maior estabilidade” e diminuir os graus de liberdade envolvidos na
tarefa. É importante observar que a redução dos graus de liberdade do sistema
não pode se aproximar de zero. Sem qualquer grau de liberdade a ação é
insensível às mudanças do contexto, e consequentemente, o comportamento é
estereotipado. A organização desejada precisa permitir alguma flexibilidade, que
é garantida pelo uso das informações sensoriais disponíveis por parte das
estruturas coordenadoras.
TEORIA ECOLÓGICA DO CONTROLE MOTOR:
A abordagem de Bernstein considera as contribuições coordenadas do
sistema nervoso, do músculo e sistemas esqueléticos, a força gravitacional e a
inércia no controle do movimento. As implicações são muitas! Pela sua análise, a
importância atribuída às características mecânicas do corpo, e a influência destas
características sobre o movimento, passam a ser enfatizadas. Por meio deste
enfoque, a avaliação e o tratamento fisioterapêutico concentra-se, não apenas nas
limitações decorrentes de lesões específicas do sistema nervoso, mas na interação
de múltiplos sistemas associados. Se o indivíduo apresenta uma característica
postural que interfere diretamente em uma habilidade, esta característica, e não
apenas a alteração estrutural e/ou funcional do sistema nervoso, deve
ser considerada na abordagem terapêutica.
Assim, a necessidade de variabilidade da prática, de uma mesma tarefa
torna-se prioritária na recuperação do paciente. O indivíduo habilidoso deve ser
capaz de desempenhar uma tarefa em diversos contextos. Quando treinado
apenas em um ambiente fechado, estável e previsível, o indivíduo não sabe como
lidar com situações nas quais os graus de liberdade aumentam (ex.: o treino de
marcha de um paciente neurológico, deve ser iniciado no ambiente ambulatorial e
novos graus de liberdade devem ser progressivamente impostos à tarefa, até que
o indivíduo seja capaz de deambular em um ambiente movimentado e irregular.
TEORIA ECOLÓGICA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
TEORIA ECOLÓGICA: IMPLICAÇÕES CLÍNICAS
Gibson (1966) começou a estudar como o sistema motor permite a
interação com o meio ambiente, quando preconizou a grande importância da
capacidade de utilizar as percepções para a orientação das ações.
Lee (1978) e Reed (1982) retomaram as ideias de Gibson fazendo
acréscimos dando origem a teoria ecológica. Eles enfatizaram a interação do
meio com o sistema motor e vice-versa para o controle motor.
TEORIA DINÂMICA DO CONTROLE MOTOR:
Uma radicalização da abordagem de Bernstein tem desdobramentos
em uma perspectiva conhecida como dinamicista, e em alguns círculos, anti-
representacionalista. Esta perspectiva baseia-se no estudo geral da formação de
padrões dinâmicos em sistemas complexos, nas noções e nos princípios de
emergência, acoplamento, processos de interação não-lineares, auto-organização
e caos. Para diversos cientistas, especialmente psicólogos do desenvolvimento e
neurocientistas, o resultado da aplicação destes conceitos, seus métodos,
protocolos experimentais e modelos formais, é um design radicalmente novo das
atividades do sistema motor. O foco preferido de suas críticas é o papel
necessário das representações mentais na mediação dos processos motores,
a principal premissa das teorias representacionalistas. Segundo este novo design,
o movimento é um padrão auto-organizado espaço-temporalmente que emerge
da interação de diversos parâmetros acoplados - parâmetros físicos, biológicos e
culturais.
TEORIA DINÂMICA DO CONTROLE MOTOR:
Este padrão, que define um movimento, é um arranjo consistente de
eventos que, sem o tutoriamento de um gerenciador central emerge da
cooperação de múltiplos parâmetros associados em um fluxo temporal. Andy
Clark resume assim a vantagem dos chamados modelos dinamicistas:“O melhor
aspecto das análises dinâmicas é seu foco temporal intrínseco e sua fácil
capacidade para transpassar os limites do cérebro-corpo-ambiente. Tratar o
cérebro como sistema dinâmico, é tratá-lo nos mesmos termos que nós tratamos
os mecanismos do corpo e os processos do ambiente. Como resultado é
especialmente fácil e natural caracterizar o comportamento adaptativo em
termos de acoplamento entre cérebro, corpo e ambiente”.
Pode-se perguntar como a abordagem dinamicista difere da abordagem
de Bernstein. Como afirmamos, ela pode ser considerada uma radicalização das
abordagens de Bernstein. Mas trata-se de um consenso que dispomos, hoje, de
uma nova bateria de protocolos, de novos modelos teórico-matemáticos e de
sistemas de simulação computacional para investigar os mecanismos
subjacentes à emergência de padrões em sistemas complexos.
TEORIA DINÂMICA DO CONTROLE MOTOR:
TEORIA DINÂMICA: IMPLICAÇÃO CLÍNICA
Os aspectos teóricos do modelo dinamicista são pouco difundidos no
ambiente da fisioterapia. Entretanto, diversas estratégias utilizadas na prática
fisioterapêutica parecem subsidiadas nestes aspectos. É conhecido o benefício
da utilização de pistas sensoriais no processo de reabilitação de pacientes com
doença de Parkinson. A comparação de dois grupos de pacientes, com
características similares, submetidos a dois protocolos de terapia: o primeiro
com a inclusão de pistas visuais e auditivas, o segundo privado de pistas
sensoriais. Mostra que ambos os grupos apresentam melhora do desempenho,
embora apenas o grupo que utiliza pistas sensoriais mantenha os "ganhos"
após algumas semanas. Outro exemplo pode ser dado pelo treinamento de
equilíbrio em pacientes com afecções neurológicas diversas. Nestes casos,
perturbações externas e exposição a terrenos irregulares e instáveis são
diretamente impostas aos pacientes para que estes ajustem sua própria postura.
Estes estímulos são mantidos até que a resposta ideal seja encontrada e o
equilíbrio seja restabelecido.
TEORIA DINÂMICA DO CONTROLE MOTOR:
Kelso e Tuller, 1984
Esta teoria se propôs a observar uma pessoa em movimento numa
nova perspectiva. É fundamentada no princípio da auto-organização. A teoria
dinâmica sugere que o novo movimento surge por causa de uma alteração
crítica em um dos sistemas.
A teoria dinâmica foi recentemente reformulada a fim de incorporar
muitos dos conceitos de Bernstien. Tal modelo sugere que o movimento
resulta da interação entre componentes físicos e neurais.
Obrigado!

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