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OFTALMOPEDIATRIA Exame oftalmológico em crianças: Idade Comportamento da criança Limitações propedêuticas Exame externo: estrabismo, pupilas, reflexo vermelho, reflexo pupilar, pálpebras Avaliação da AV: Reflexo de piscar induzido pela ameaça Tipo de fixação Reação a oclusão do olho Teste olhar preferencial – cartões de Teller Potencial evocado visual (casos raros) Alinhamento ocular Ortropodia/ortoforia Foria – estrabismo latente Tropia – estrabismo manifesto Exotropia Esotropia Hipertropia/hipotropia Refração: Réguas para esquiascopia (retinoscopia) Refrator automático portátil próprio para crianças Sempre realizado sob cicloplegia Biomicroscopia: Avalia o segmento anterior do olho Lâmpada de fenda: portátil ou fixa Oftalmoscopia (indireta mais usada): Necessita meios transparentes ou com pouca turvação Oftalmoscopia direta: avalia polo posterior (nervo óptico e mácula) Oftalmoscopia indireta: Necessário midríase (tropicamida, fenilefrina, cicloplegico) Avalia polo posterior e periferia Realizar sempre em crianças na primeira consulta Erros refrativos na infância: Miopia, hipermetropia (mais comum na infância), astigmatismo Exposição solar tem relação com miopia (mais sol = menos miopia) Hipermetropia “normal” até 6 anos (até 3D) = fator de “proteção” para miopia Anisometropia – risco de ambliopia Astigmatismo >1,5D Hipermetropia >1D (risco maior de ambliopia) Miopia >2,5D Correção com óculos ou lente de contato Sempre avaliar grau sob cicloplegia Prognóstico visual depende da idade, duração da privação visual, correção óptica precoce e associação com estrabismo AMBLIOPIA Diminuição da acuidade visual sem alterações orgânicas detectáveis ao exame, causada por privação visucal ou alteração da binocularidade Ambliopia estrabísmica: mais comum associado a esotropia Ambliopia refrativa: anisometropia Ambliopia por privação: catarata congênita, blefaroptose, hemangioma, opacidades Exame oftalmológico precoce Melhor correção óptica com cicloplegia Correção das causas (estrabismo, catarata, ptose) Tampão (ocluir o olho bom 2/6h por dia) LEUCOCORIAS Causas: retinoblastoma, catarata congênita, vítreo primário hiperplástico, retinopatia da prematuridade avançada, doença de Coats, uveítes, coriorretinite, alterações de retina Teste do olhinho Realizado pelo pediatra na maternidade (pesquisa de catarata congênita) Se duvidoso ou anormal = encaminhado para oftalmologista até 30 dias 1) RETINOBLASTOMA Tumor primitivo das células fotorreceptoras Esporádico/unilateral (60%), hereditário/bilateral Tumor maligno intraocular mais frequente na criança Leucocoria Tratável no início – manutenção do globo (dependendo do estádio do TU = enucleação, placa radioativa, laser, crioterapia, quimioterapia intra-arterial) Se apresentar metástase – mortalidade de 100% Primeiros sinais: leucocoria, estrabismo Exames: exame do reflexo vermelho, TAC, ecografia (calcificações) 2) CATARATA CONGÊNITA Bilateral ou monocular Total ou parcial Associação com outras malformações Causas: embriopatias e fetopatias (catarata rubeólica), genética Cirurgia precoce: Período crítico = 4º mês desenvolvimento de reflexo de fixação (2-4 meses) Cirurgia + correção óptica antes 03 meses de idade = 20/50 Cirurgia após 03 meses = 20/200 (risco de nistagmo) Quando unilateral = tratar mais precoce Correção óptica = óculos, lente de contato, lente intraocular Evitar ambliopia de privação 3) RETINOPATIA DA PREMATURIDADE Vasoproliferação na retina em prematuros Vãos r. temp. aparecem com 1º mês pós-parto Vasos r. nasal aparecem no 8º mês de gestação Fatores de risco: prematuros, menos de 32 semanas de gestação, menos de 1500g de peso ao nascimento, oxigenoterapia (tempo de exposição ao O2) Classificação localização (3 zonas) Classificação severidade (5 estágios) 1 = linha de demarcação 2 = crista elevada 3 = crista com proliferação fibrovascular 4 = descolamento de retina subtotal 5 = descolamento de retina total Doença plus = dilatação e tortuosidade dos vasos (fator de risco mais importante = doença ativa que pode evoluir com descolamento de retina) Só trata se apresentar doença plus Até estagio 3 = regride espontaneamente Tratamento = a partir do estágio 3 com doença plus ou qualquer estágio com zona 1 (tratamento com laser, anti-VGF) Triagem = exame oftalmológico sequencial com dilatação da pupila a partir da 4ª semana de vida, na UTI neonatal Revisões a cada 15 dias Regressão espontânea Progressão necessitando intervenção (laser ou vitretomia) GLAUCOMA CONGÊNITO Genérico Malformações do ângulo irido corneano Tecido hialoide sobre o trabeculado (membrana de Barkan) Hiperplasia do pectinado encobrindo o trabeculado Hipoplasia ou aplasia do ângulo por defeitos embrionários (inserção alta da íris) Início até 2 anos 75% doença bilateral Sintomas: Lacrimejamento Fotofobia Córnea com edema e aumentada – buftalmia (>12mm): estrias de HAAB Diâmetro antero-posterior do olho aumentado (biometria) Escavação nervo óptico aumentada Diagnóstico: fotofobia, medida da córnea e do olho, escavação aumentada, PIO, gonioscopia Diagnóstico diferencial: conjuntivites crônicas, oclusão do canal lacrimal Tratamento cirúrgico: Trabeculotomia Prognóstico depende da fase da doença que foi diagnosticado Tratamento clinico: associar colírios para baixar a PIO OBSTRUÇÃO CONGÊNITA DAS VIAS LACRIMAIS Patologia lacrimal mais comum na criança Ambos os sexos Mais frequente unilateral Oclusão da válvula Hasner Infrequente: dacriocistite aguda Clínica: Primeiras semanas Epifora cronica (90% com resolução espontânea até 1 ano) Com ou sem secreção Exame oftalmológico: compressão do saco lacrimal, teste Milder Exames complementares: observação da fluorescenia nasal, dacriocistografia Tratamento clínico: higiene, massagem (88% de sucesso), colírio antibiótico sem corticoide (se apresentar secreção purulenta) Sondagem: entre 6º e 12º mês de vida Sondagem com intubação: sonda de Crawford ou monocanalicular Dacriocistorrinostomia Complicações: conjuntivites, fistulas, celulite orbitária CONJUNTIVITE NEONATAL Neisseria Gonorrhoeae (gonococo) Início entre 2º e 5º dia Clínica: edema de pálpebra, quemose, secreção purulenta intensa, membrana conjuntival Se não tratada faz úlcera e perfuração corneana Capacidade de penetrar a córnea íntegra Bacterioscopia e cultura: diplococo gram negativo Tratamento: Profilaxia: método de Credé (nitrato de prata) ou substitutivo (eritromicina ou tetraciclina pomada) Sistêmico: penicilina C cristalina, Ceftriaxona Ocular: limpeza local, tetraciclina pomada Chlamydia Trachomatis Início entre 5º e 14º dia Clínica: hiperemia moderada com discreta secreção mucoide, edema palpebral, quemose, formação de pseudomembranas Pode estrar associada a pneumonia (2 a 16 semanas) Pode causar simbléfaro e cegueira devido à cicatrização conjuntival Raspado da secreção conjuntival: imunofluorescência direta com ac. Monoclonais Tratamento: Eritromicina oral Tetraciclina Retirada da pseudomembrana Tratamento sistêmico dos pais: azitromicina
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