Buscar

Direito Processual Civil III - RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

- DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - 
CONCEITO DE EXECUÇÃO Ação de execução, portanto, é aquela em que o autor pretende a satisfação de 
um direito reconhecido, em regra, em um título extrajudicial, e, excepcionalmente, em um título judicial. É 
“satisfazer uma prestação devida” (DIDIER JR, 2009, p. 28), seja ela espontânea, quando o devedor 
voluntariamente a satisfaz, ou forçada, quando a satisfação se dá pela coerção estatal. 
CLASSIFICAÇÃO DA EXECUÇÃO A execução em geral pode ser classificada por diversos critérios, a 
saber: 
a) quanto ao procedimento: a execução pode ser comum, quando serve a uma generalidade de créditos; ou 
especial, quando serve a alguns créditos específicos, como o alimentar (arts. 528 e 911), contra a Fazenda 
Pública (arts. 534 e 910) e o fiscal (Lei nº 6.830/80). 
A diferença é importante na medida em que o art. 780, CPC e a Súmula 27 do STJ permitem a cumulação de 
execuções fundadas em títulos diferentes, desde que, é claro, se observe os requisitos da cumulação previstos no 
§1º do art. 327, notadamente o inciso III, que exige a compatibilidade de ritos. Sendo assim, apenas será possível 
a cumulação entre duas execuções contra o mesmo executado se ambas forem comuns ou especiais da mesma 
natureza. 
b) quanto ao título que se executa: pode ser execução fundada em título executivo judicial ou execução fundada 
em título executivo extrajudicial. O procedimento varia de acordo com o título que se pretende executar. Se o 
título for judicial (art. 515), aplicam-se as regras do cumprimento da sentença (arts. 513 e ss), ou seja, a execução 
ocorre no mesmo processo donde originou o título, numa mera fase de natureza executiva. Se, por outro lado, o 
título for extrajudicial (art. 784), a execução dar-se-á mediante ação própria e processo autônomo, aplicando das 
regras previstas a partir do art. 829. 
 
Requisitos da petição executiva​ (arts. 319 e 320,NCPC) 
I - indicação do juízo (competência): Se a execução for fundada em título judicial, a fase executiva 
(cumprimento de sentença) será processada perante o juízo no qual o título se formou. Assim, se o título se 
formou originariamente nos Tribunais (STF, STJ, TRF’s ou TJ’s), posto que a ação era de seu competência 
originária, caberá a eles a sua execução (art. 516, I). Ex: O TJ/GO é competente para executar o acórdão que 
proferir do julgamento da ação rescisória. 
Do contrário, será competente o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição (art.516, II). Entretanto, 
em ambos os casos, o parágrafo único desse artigo trouxe mais 3 juízos alternativos para o exequente: 
1) juízo do local do atual domicílio do executado (para facilitar as intimações); 
2) juízo em que o executado tiver bens sujeitos à execução (para facilitar a penhora, avaliação e expropriação); 
3) juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou não fazer. 
 
Obs:. Quando o título judicial for sentença penal condenatória, estrangeira ou arbitral, e acórdão proferido pelo 
Tribunal Marítimo, o processo autônomo de execução correrá perante o juízo cível competente (art. 516, III). 
POR OUTRO LADO, se a execução for fundada em título extrajudicial, nos termos do art. 781 do NCPC, é 
competente para o processo autônomo de execução: 
1) foro do domicílio do executado; ou de eleição, se houver no título; ou da situação dos bens; 
 2) se o executado tiver mais de um domicílio, em qualquer um deles; 
3) sendo desconhecido ou incerto o domicílio do executado, no lugar onde for encontrado ou do foro do 
domicílio do exequente; 
4) havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, no foro de qualquer deles; 
5) foro do lugar do ato ou do fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. 
 
II – indicação das partes(legitimidade): 
a) Legitimidade ativa (exeqüente) 
A legitimidade ativa tem previsão legal no artigo 778 do NCPC. Nos termos do caput do referido artigo, a 
legitimidade ativa é do credor a quem a lei confere o título executivo. Também pode promover a execução, 
conforme o inciso I, o Ministério Público, nos casos previstos em lei. 
Ou seja, o MP detém legitimidade para a execução, seja quando atuou no processo de conhecimento como parte 
(em legitimidade ordinária – sentença condenatória contra o próprio MP; ou em legitimidade extraordinária) ou 
como fiscal da ordem jurídica, quando então dependerá de previsão legal (Ex: art. 100 do CDC). Já o §1º do art. 
778 elenca pessoas às quais é atribuída legitimidade ativa para promover ou prosseguir na execução, em 
sucessão ao exequente originário (o qual independe do consentimento do executado). 
São pessoas que não participaram da formação do título, mas que tornaram sucessoras do credor, por ato inter 
vivos ou causamortis. Dessa forma, podem ser legitimados o espólio (quando os bens não foram partilhados); os 
herdeiros e sucessores (quando os bens já foram partilhados) ; bem como o cessionário na cessão de crédito (art. 
286 a 298, CC) e o sub-rogado (art. 3437 
6 a 351, CC). 
 
b) Legitimidade passiva (executado) Segundo o artigo 779, NCPC, via de regra, a legitimidade recai sobre o 
devedor, reconhecido como tal no título. 
Mas poderá recair também sobre o espólio, herdeiros ou sucessores do devedor (em caso de sua morte); sobre 
novo devedor, com o consentimento do credor (em caso de assunção da dívida do arts. 299 a 303 do Cód. Civil); 
sobre o fiador do débito constante no título extrajudicial (que poderá pagar a dívida, quando então ocorrerá 
sub-rogação e passará a ser novo credor do devedor); sobre o responsável titular do bem vinculado por garantia 
real ao pagamento do débito; e sobre o responsável tributário. 
É possível ao exequente fazer cumulação subjetiva, ou seja, promover a execução contra um ou mais legitimados 
passivos (Ex: contra o devedor e o fiador, ao mesmo tempo), formando um litisconsórcio passivo. 
A recíproca é verdadeira: poderá dois ou mais exequentes executarem o mesmo e único devedor na parte que 
cabe a cada um ou a totalidade da dívida se solidários. Entretanto, o que diverge a doutrina é quanto à 
possibilidade de litisconsórcio passivo necessário na execução, aceitando-a em hipóteses restritíssimas (cônjuges 
casados em regime de comunhão parcial ou total de bens etc). 
c) Intervenção de terceiros na execução ​Há grande divergência na doutrina a respeito do cabimento de 
intervenção de terceiros na execução. Em geral, não se admite qualquer figura, exceto o incidente da 
desconsideração da personalidade jurídica (art. 134, NCPC). 
Apesar de haver decisões muito isoladas do STJ, não cabe sequer a assistência (que tem sido aceita apenas nos 
embargos à execução), pois que não haverá sentença favorável a uma das partes para que se justifique o interesse 
jurídico do assistente para intervir, mas haverá tão somente a satisfação do crédito consubstanciado no título. 
Todavia, existem modalidades específicas de intervenção de terceiros aplicáveis na execução: Protesto pela 
preferência: credor com título legal de preferência pode intervir na execução e protestar pelo recebimento do 
crédito de acordo com a preferência (art. 908,NCPC); 
 
Concursoespecial de credores: ocorre quando várias penhoras recaírem sobre o mesmo bem. 
Exercício do benefício de ordem pelo fiador: fiador pode exigir benefício de ordem, caso seja ele o demandado. 
 
III - causa de pedir 
É necessária a indicação de dois fatos jurídicos: a existência de título executivo líquido, certo e exigível; e o 
inadimplemento do devedor. 
III.1 Título executivo - Há uma regra que rege toda execução: nulla executio sine titulo (art. 803, I, NCPC). Ou 
seja, não há execução sem título. Este, por sua vez, deve possuir os atributos da certeza, da liquidez e da 
exigibilidade. 
a) Atributos do título 
a.1) Certeza - A certeza do crédito diz respeito a não controvérsia quanto à sua existência. Isso ocorre quando o 
título estiver formalmente perfeito, posto que atendidos todos os requisitos formais para a sua constituição. 
a.2) Liquidez - A liquidez do título diz respeito à determinação exata de seu valor. Os títulos extrajudiciais 
deverão ser sempre líquidos. Por sua vez, os títulos judiciais poderão ser líquidos ou ilíquidos. Quando ilíquidos, 
ou seja, quando não se sabe o quanto se deve, o valor deverá ser apurado num procedimento intermediário entre 
a fase cognitiva e executiva 
Tal procedimento denomina-se liquidação de sentença, previsto nos arts. 509 ao 512, do NCPC. De acordo com 
o art. 509, há apenas duas espécies de liquidação: 
 
I - por arbitramento: ou seja, aquela que a apuração do valor de uma coisa, serviço ou prejuízo depender de 
avaliação de quem tem conhecimento técnico, ou seja, de perícia. Ela é determinada pelo juiz na sentença, 
convencionada pelas partes ou exigida pela natureza do objeto da liquidação; 
II - pelo procedimento comum (antiga liquidação por artigos): quando a apuração depender de alegação e prova 
de fato novo, conhecido e suscitado tão somente após a prolação da sentença (não se rediscute a lide, tampouco 
se modifica a sentença - §4º, art. 509). 
 Proferida a sentença ilíquida, o credor ou o devedor poderá requerer a sua liquidação. 
No caso da liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para apresentar pareceres ou documentos 
elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando, no que couber, 
o procedimento da prova pericial (art. 510 c/c arts. 464 a 480, NCPC). 
Já na liquidação pelo procedimento comum, o juiz intimará o requerido, na pessoa de seu advogado ou da 
sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, no prazo de 15 dias, oferecer contestação, observando o 
procedimento comum do NCPC. 
Vale lembrar que, tanto num quanto noutro caso, a liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso , 
processando-se em autos apartados no juízo de origem, devendo, por consequência, o liquidante promover a 
cópia das peças processuais para tanto. 
Por fim, esclareça-se que, quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, reputa-se a 
sentença líquida (art. 786, parágrafo único, NCPC), podendo o credor promover, desde logo, o cumprimento de 
sentença, porém instruindo o pedido com memória discriminada e atualizada do cálculo (art. 524, NCPC). 
Se o juiz perceber que há erros no cálculo, ou seja, que o valor aparentemente excede aos limites da condenação, 
a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a penhora terá por base o valor encontrado pelo contador 
judicial, nomeado pelo juiz (§§ 1º e 2º, art. 524). 
Se a elaboração do demonstrativo depender de dados em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá 
executá-los, sob pena de crime de desobediência e de se reputar corretos os cálculos do exequente (§§3º, 4º e 5º, 
art. 524). 
 
a.3) Exigibilidade Por fim, a exigibilidade diz respeito ao direito à prestação do titular do crédito e que o dever 
de cumprir essa prestação deve ser atual (dívida vencida). 
b) Espécies de títulos Somente a lei pode criar um título executivo ou integrá-lo ao rol de títulos executivos 
(princípio da taxatividade e da tipicidade dos títulos executivos). Dessa forma, os títulos executivos judiciais e 
extrajudiciais estão previstos no NCPC, respectivamente, nos arts. 515 e 784. 
b.1) Títulos executivos judiciais (art. 515) Dessa forma, são considerados títulos executivos judiciais nos 
termos do art. 515, NCPC: 
 I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade de uma obrigação; 
Normalmente, são as decisões condenatórias. Todavia, há divergência na doutrina e na jurisprudência se as 
sentenças declaratórias e constitutivas também poderiam ser consideradas títulos executivos judiciais. Para 
Didier Júnior, é possível a execução dos efeitos decorrentes da sentença constitutiva. Ex: ação de despejo, pois, 
desconstituído o contrato de locação, tem que se retirar o ex-inquilino à força, caso este insista na permanência 
no imóvel – execução lato sensu. 
II e III - decisão homologatória de autocomposição judicial ou extrajudicial; 
Um acordo pode ser feito dentro ou fora de um processo, ou seja, judicial ou extrajudicialmente. O acordo 
judicial (art. 487, III, b, NCPC) e o extrajudicial levado à homologação do Poder Judiciário (art. 725, VIII, 
NCPC) são obviamente considerados títulos executivos judiciais. 
Todavia, o acordo extrajudicial não submetido à homologação do Judiciário é um título executivo extrajudicial 
(art. 784, IV, NCPC). Vale registrar que, segundo o art. 515, § 2º, do NCPC, a autocomposição judicial pode 
abranger sujeito estranho ao processo e versar sobre relação jurídica que não tenha sido deduzida em juízo. 
IV - formal e certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a 
título singular ou universal; 
O formal de partilha (art. 655, NCPC) tem força executiva apenas para o inventariante e entre os herdeiros. Caso 
tenha que executar obrigação contra terceiro que não esteja contemplado no formal, deverá o herdeiro propor 
ação de conhecimento. 
V - crédito de auxiliar de justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por 
decisão judicial. Atenção: no CPC/73, era título executivo extrajudicial. A alteração é digna de aplausos, pois 
que o título que aprova o crédito advém de decisão judicial, ainda que tais credores não mantenham relação com 
o objeto litigioso do processo. Em regra, as partes devem antecipar o pagamento das despesas referentes aos atos 
que requerem (art. 82, NCPC). 
VI - sentença penal condenatória transitada em julgado; 
A sentença penal condenatória torna certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, nos termos do 
art. 91, I, do Código Penal. A executabilidade civil da sentença penal transitada em julgado é considerada um 
efeito secundário da sentença penal que independe de pedido para ser gerado e de posterior decisão em processo 
cível nesse sentido. O valor da indenização pode já vir estabelecido na sentença penal (art. 387, IV, CPP) ou 
então ser apurado por meio de liquidação de sentença, caso o juízo penal fixe um valor mínimo (art. 63, 
parágrafo único, CPP e 509 e seguintes do NCPC). 
VII - sentença arbitral (art. 31, da Lei n. 9.307/96) 
VIII eIX - sentença estrangeira homologada pelo STJ e a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo STJ Por se tratarem de atos de império de outro país soberano, as decisões 
judiciais estrangeiras só terão validade e eficácia no território nacional após submeterem ao procedimento de 
homologação perante o STJ, se sentenças, ou da concessão do exequatur (“cumpra-se”), também pelo STJ, à 
carta rogatória do juízo estrangeiro, se decisões interlocutórias (arts. 960 ao 965 do NCPC). Em ambos os casos, 
após a homologação da sentença ou após a concessão do exequatur à carga rogatória quanto à decisão 
interlocutória, a respectiva execução far-se-á perante a Justiça Federal (art. 109, X, CF) IMPORTANTE: Títulos 
executivos extrajudiciais celebrados no estrangeiro não necessitam de homologação no Brasil para terem eficácia 
executiva (§§2º e 3º do art. 784, NCPC). 
 
b.2) Títulos executivos extrajudiciais (art. 784) Por outro lado, conforme o art. 784 do NCPC são considerados 
títulos executivos extrajudiciais: I - títulos de crédito: são os mais conhecidos dentre os títulos extrajudiciais. São 
eles: cheque , nota promissória, debênture, letra de câmbio e duplicata. Não há necessidade de protesto, salvo se 
desejar executar os responsáveis indiretos que não o emitente-devedor (como os endossantes e os avalistas dos 
endossantes). 
 
Por outro lado, em razão do princípio da circularidade dos títulos de crédito, é obrigatória a instrução da inicial 
com o título original , não se admitindo a instrução da petição com fotocópias, ainda que autenticadas, sob pena 
de nulidade da execução. Tal exigência se justifica pois, em virtude da possibilidade da alta circulação dos títulos 
de crédito por meio de endosso, evita-se a circulação irregular e a multiplicidade de ações fundadas no mesmo 
título. Assim, a jurisprudência tem admitido, excepcionalmente, a instrução com cópia autenticada do título, 
apenas quando este não for cambial (STJ, AgRg nos EDcl no Ag 183.404/SP, 4ª T., j. 09.09.2003, rel. Min. 
Barros Monteiro). 
II - escritura pública ou qualquer documento público assinado pelo devedor : Trata-se, na verdade, de confissão 
de dívida em que o devedor reconhece expressamente obrigação certa, líquida e exigível perante o tabelião de 
notas (escritura pública), que é o mais comum e não depende da assinatura do devedor; ou perante qualquer 
agente público no exercício de suas funções (documento público), ocasião em que dependerá da assinatura do 
devedor para ser título executivo. 
III - documento particular assinado pelo devedor com duas testemunhas Segundo o STJ, para que os contratos 
sejam considerados títulos executivos não é necessário que as 2 testemunhas sejam presenciais, bastando ser 
pessoas capazes, isentas, idôneas e identificadas no título, sendo dispensada a autenticação de suas assinaturas. 
Daí conclui-se que, caso não conste tais formalidades, o contrato não será título hábil para ser executado, 
devendo a obrigação nele consubstanciada ser pleiteada apenas por ação de conhecimento, seja pelo rito comum 
pela ação de cobrança ou pelo rito especial pela ação monitória. Observação importante: segundo entendimento 
pacificado do STJ, contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato bancário, não é 
considerado título executivo extrajudicial (Súmula 233, STJ), porém, o mesmo não se possa dizer sobre o 
contrato de renegociação de dívidas, ainda que oriundo de abertura de crédito (Súmula 300, STJ). 
IV- o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública, pela Advocacia 
Pública, pelos advogados dos transatores ou por conciliador ou mediador credenciado por tribunal; Dispensam-se 
testemunhas, pois há o reconhecimento da idoneidade desses sujeitos em atestar o acordo de dívida ou da 
obrigação entre as partes sem vício. 
Exemplo clássico são os TAC’s (termos de ajustamento de conduta) perante o MP. Segundo Daniel Amorim 
Neves (2016, p. 1.446), há divergência doutrinária a respeito da homologação realizada perante os “advogados 
dos transatores”, “sendo mais adequado não interpretar literalmente o dispositivo (no plural), admitindo-se ser a 
homologação realizada perante um só advogado constituído por ambas as partes.” 
Se porventura, o ato depender de homologação judicial, o título será considerado judicial, nos termos do art. 
515, II, do NCPC. Dessa forma, conclui-se que, no caso da atuação do conciliador ou do mediador, nesse caso, 
para se considerar a sua homologação um título extrajudicial, é necessário que seja fora do juízo. 
V - contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese ou outro direito real de garantia e aquele garantido por 
caução. Tratam-se todos de direitos reais de garantia, sendo a hipoteca a garantia dada por meio de bem imóvel; 
o penhor, por bens móveis. Já a anticrese é instituto de direito real em que o credor retém imóvel do devedor 
percebendo seus frutos até o pagamento total do crédito. Já a caução pode ser real (quando se confunde com a 
hipoteca, penhor e anticrese em alguns casos), ou fidejussória (quando houver fiança). 
Vale lembrar que esses contratos de garantia podem ser celebrados por terceiros, não devedores, que a partir de 
então passam a ter responsabilidade patrimonial. 
Dessa forma, o exequente poderá executar exclusivamente o devedor, ou apenas o garante, ou ambos, em 
litisconsórcio passivo facultativo. 
VI - contratos de seguro de vida em caso de morte Importante destacar que será considerado título extrajudicial 
o contrato de seguro de vida e não o contrato de acidentes pessoais e o contrato de seguro de automóvel, ainda 
que destes resultar morte. Assim, nestes últimos casos, o recebimento do crédito (prêmio) dependerá de prévio 
processo de conhecimento. 
Todavia, entende de modo diverso Daniel Amorim Neves (2016, p. 1.447), para quem: “o contrato de seguro de 
acidentes pessoais do qual resulte morte possa ser compreendido como título executivo, porque nesse caso não 
existem as dificuldades referentes à prova da existência e extensão da incapacidade, motivo que aparentemente 
retirou o contrato de seguro de acidentes pessoais do rol dos títulos executivos.” 
Por fim, não se pode deixar de notar que o NCPC sutilmente acrescentou na redação deste 
inciso a exigência do evento morte. Há quem afirme que o objetivo do legislador foi o de excluir 
definitivamente os contratos de seguro de acidentes pessoais que resulte morte do rol dos títulos 
extrajudiciais; e outros que já defendem que não passou de uma condição de exigibilidade da 
obrigação. 
VII - créditos decorrentes de foro e laudêmio. Decorrem do antigo instituto da enfiteuse. Na enfiteuse, o 
proprietário ou senhorio transfere o bem para o enfiteuta que passa a ter todos os poderes referentes ao domínio. 
Assim, pode o enfiteuta usufruir, gozar, dispor do bem, alienando-o, transferindo-o e oferecendo à penhora. Em 
contrapartida, o enfiteuta deve pagar ao senhorio o foro anual ou, em caso de transferência do bem para outrem, 
pagar o laudêmio. Talinstituto é ultrapassado e fadado à extinção. 
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente do aluguel de imóvel, bem como de encargos 
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio. Não há necessidade de contrato escrito de locação, 
bastando a existência de uma prova documental que ateste a existência da locação e dos encargos 
(exemplificativa – inclui outras espécies de encargos da locação, como as despesas de telefone e de consumo de 
força, luz, água e esgoto). 
IX - certidão de dívida ativa da Fazenda Pública. Trata-se do título apto a desencadear a execução fiscal, prevista 
na Lei n. 6.830/81. Importante destacar que se considera Fazenda Pública apenas os entes federados e suas 
respetivas autarquias e fundações públicos, excluindo-se, portanto, as empresas públicas, as sociedades de 
economia mista e as entidades privadas concessionárias ou permissionárias do serviço público. A inscrição de 
contrato ou de dívida é feita por meio de procedimento administrativo regular, com os requisitos formais 
previstos pelo art. 202 do CTN e art. 2.º, § 5.º, da Lei 6.830/1980, conferindo liquidez e certeza à dívida, e sem a 
participação do devedor ou do terceiro, mas unilateralmente pelo Estado. 
Por fim, nota-se que a respectiva certidão diz respeito apenas a obrigações de pagar, não podendo ser inscritas 
em dívida ativa as demais obrigações. Neste caso, caberá ao ente público ajuizar prévio processo de 
conhecimento para a formação de título judicial, ou processo de execução se tratar de outro título extrajudicial. 
X - crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de condomínio edilício, previstas em 
convenção de condomínio ou aprovadas em assembleia geral, desde que documentalmente comprovadas. Na 
égide do CPC/1973 só era possível executar encargos de condomínio que estivessem expressamente previstos em 
contrato escrito, como ocorre no contrato de locação. Do contrário, era necessário prévio processo de 
conhecimento para reconhecer a obrigação e, na sequência, o seu cumprimento. Todavia, o NCPC torna agora 
executável documento que comprove o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de 
condomínio edilício, previstas em Convenção de Condomínio ou aprovadas em Assembleia-Geral. Tal previsão 
alinha-se ao já estabelecido no art. 12, § 2º, da Lei 4.591/1964, que prevê que cabe ao síndico arrecadar as 
contribuições competindo-lhe promover, por via executiva, a cobrança judicial das quotas atrasadas. Vale notar 
que, também neste caso, a formação do título executivo não dependerá da participação do devedor em sua 
elaboração e muito menos de sua assinatura; bastando ao condomínio edilício ingressar com processo de 
execução contra o condomínio devedor instruindo sua petição inicial com cópia da convenção condominial e da 
ata da assembleia que estabeleceu o valor das cotas condominiais, ordinárias ou extraordinárias. 
XI - certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores de emolumentos e demais despesas 
devidas pelos atos por ela praticados, fixados nas tabelas estabelecidas em lei. Também emitida unilateralmente 
pelo credor (presunção de legalidade do ato administrativo), como tradicionalmente ocorre na certidão da dívida 
ativa. 
XII - todos os demais títulos, aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva. O rol do art. 784 é 
meramente exemplificativo e várias leis especiais criam títulos extrajudiciais: 
 
- créditos da OAB contra os inscritos (Lei 8.906/1994, art. 46); 
 - cédulas de crédito rural (Decreto-lei 167/1967, art. 41); - cédulas de crédito industrial (Decreto lei 413/1969); 
- cédulas de exportação (Lei 6.313/1975); 
- cédulas de crédito comercial (Lei 6.840/1980); - cédula hipotecária (Decreto-lei 70/1966, art. 29); 
- cédula de produto rural (Lei 8.929/1990, art. 211); 
- decisão do plenário do CADE impondo multa ou obrigação de fazer ou não fazer (Lei 8.884/1994, art. 60; ver 
Lei 12.529/2011, art.93); 
- honorários do árbitro no compromisso arbitral (Lei 9.307/1996, art. 11, parágrafo único); 
-prêmios dos contratos de seguro previstos na Lei do Sistema Nacional dos Seguros Privados (Decreto-lei 
73/1966, art. 27), cédula de produto rural (Lei 11.076/2004), entre outros. 
 
III.2 Inadimplemento do devedor 
Além da existência do título, também deve ser apontado pelo exequente o inadimplemento, que ocorre sempre 
que o devedor deixa de satisfazer a obrigação certa, líquida e exigível (art. 786, NCPC). Para que haja 
inadimplemento é necessário que eventuais termos, condições ou encargos estejam satisfeitos, se existirem (art. 
514, NCPC), bem como cumpridos todos os deveres recíprocos pela parte (art. 787, NCPC). Para tanto, deverá o 
credor provar que cumpriu com sua parte do contrato (art. 798, I, d – trata-se da aplicação da exceção do contrato 
não cumprido – exceptio non adimpleti contractus). 
IV – pedido 
O pedido imediato é a indicação do tipo de execução que deseja quando por mais de um modo puder ser efetuada 
(art. 798, II, NCPC). Ex: na ação de alimentos é possível satisfazer o crédito por várias técnicas: prisão civil, 
expropriação ou desconto em folha de pagamento. O pedido mediato é o bem da vida que se deseja a satisfação. 
Ex: indicação do valor do crédito devido. Quando o pedido mediato for de prestações sucessivas (art. 323, 
NCPC), as prestações vão se somando à medida que forem vencendo, incluindo-as no pedido independentemente 
de declaração expressa do autor. Muitas vezes, nesses casos, mister se faz complementar a penhora. A cada 
constrição de bens deve-se abrir prazo para o devedor se manifestar. Quando se tratar de pedido decorrente de 
obrigação alternativa e a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial (§1º do art. 800, NCPC). Se 
couber ao devedor, este deverá, em até 10 dias após a citação, exercer a opção e realizar a prestação (art. 800, 
caput). 
V - valor da causa: ​esse requisito não é necessário para a petição simples da fase de cumprimento de sentença. 
VI - indicação das provas: restringe-se à prova documental. De acordo com o art. 798, I, NCPC, ao propor a 
execução, incumbe ao exequente instruir a petição inicial com: 
- o título executivo extrajudicial (para grande parcela da doutrina, a ausência da juntada do título executivo na 
petição inicial trata-se de falta de interesse de agir. Mas há quem diga se trata de falta de pressuposto processual 
específico. De todo modo, leva à nulidade da execução, pois nulla executio sine titulo); 
- o demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura (conteúdo – parágrafo único, art. 798); 
 - a prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; 
- da prova, se for o caso (obrigações sinalagmáticas) do adimplemento da contraprestação pelo credor. 
VII – opção pela audiência de conciliação ou mediação:​ não se aplica à execução. 
VIII - outros requerimentos:​ Outras providências ou requerimentos podem ser realizados na petição inicial. 
1) penhora: ​os arts. 524, VII, e 798, II, c, NCPC autorizam o exequente a indicar, sempre que possível, os bens 
a serem penhorados, embora tambémpoderá fazê-lo em momento posterior se desejar. Ademais, poderá o 
exequente requerer penhora online (art. 854, NCPC) 
2) intimações: ​o artigo 799 do NCPC determina que o exequente deverá requerer a intimação de algumas 
pessoas, tais como: 
- do credor pignoratício, hipotecário, anticrético ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados por 
penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária, sob pena de ineficácia da alienação judicial (art. 804, NCPC); 
- do titular de usufruto, uso ou habitação, quando a penhora recair sobre bem gravado por usufruto, uso ou 
habitação; 
- do promitente comprador, quando a penhora recair sobre bem em relação ao qual haja promessa de compra e 
venda registrada; 
- do superficiário, enfiteuta ou concessionário, em caso de direito de superfície, enfiteuse, concessão de uso 
especial para fins de moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre imóvel 
submetido ao regime de direito de superfície, enfiteuse ou concessão; 
- do proprietário de terreno com direito de superfície, enfiteuse ou concessão de uso especial para fins de 
moradia ou concessão de direito real de uso, quando a penhora recair sobre direitos do superficiário, do enfiteuta 
ou do concessionário; 
- da sociedade, no caso de penhora de quota social ou de ação de sociedade anônima fechada. 
 3) medidas urgentes: o exequente pode, ainda, requerer medidas cautelares (art. 799, VIII, NCPC). 
Emenda da inicial Protocolizada a petição, caso esteja incompleta ou desacompanhada de documentos 
indispensáveis à propositura da execução, poderá o juiz mandar emendá-la num prazo de 15 dias. (art. 801, 
NCPC), sob pena de indeferi-la. 
Efeitos decorrentes da propositura da execução e da citação do executado Existem efeitos decorrentes da 
propositura da execução e efeitos decorrentes da citação do executado: 
- Efeitos decorrentes da propositura da execução: direito de averbação nos registros de bens da certidão da 
admissão da execução (art. 828, NCPC – uma das consequências é a presunção absoluta de fraude à execução 
das alienações efetuadas após tal averbação); litispendência; litigiosidade do objeto. 
- Efeitos decorrentes do despacho que ordena a citação do executado: interrupção da prescrição (art. 802, 
NCPC), retroagindo à data de propositura da ação; prevenção; indisponibilidade patrimonial relativa do devedor; 
constituição em mora; direito potestativo do executado ao parcelamento da dívida no prazo para os embargos 
(art. 916, NCPC). 
 ​Responsabilidade patrimonial 
Bens sujeitos à penhora e Impenhorabilidade de bens – art. 789, NCPC 
Vimos pelo princípio da responsabilidade patrimonial que o patrimônio do devedor que responde por suas 
obrigações. O art. 789 disciplina que “o devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros para o 
cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei”. 
A doutrina diverge se a execução recairá sobre os “bens presentes e futuros” a partir do momento em que foi 
contraída a obrigação ou do momento da instauração da execução. Por razões óbvias, tem prevalecido o primeiro 
entendimento, uma vez que admitir a penhora apenas sobre bens adquiridos a partir da propositura da execução 
diminui em muito a expectativa de satisfação do crédito pela possibilidade de transferências em fraude contra 
credores. Merece atenção a parte final do referido dispositivo que ressalva algumas situações, previstas em lei, 
em que os bens do devedor não responderão por seus débitos. 
Trata-se da impenhorabilidade de certos bens do executado, em razão da observância do princípio da dignidade 
da pessoa humana. Dessa forma, o art. 833 do NCPC estabelece um elenco de bens absolutamente 
impenhoráveis, ou seja, que jamais responderão pela satisfação das dívidas do devedor, como: 
I - os bens inalienáveis (por lei ou por ato voluntário): não se justifica admitir a penhora de bens que não podem 
ser alienados, pois tal ato constritivo precede à alienação judicial na execução. Ex: bens públicos e bens doados 
ou alienados com cláusula de inalienabilidade. 
II - móveis, pertences e utilidades domésticas: desde que não sejam valor elevado ou que correspondam a um 
“padrão médio de vida”. A questão, na prática, é tormentosa, mas a jurisprudência atual tende a incluir entre os 
bens impenhoráveis aqueles que, apesar de não serem imprescindíveis ao funcionamento da residência, 
mostram-se necessários ao lazer do executado (aplicação do art. 6º da CF/88, que garante o lazer como direito 
social do cidadão). Há ainda muita discussão a respeito de determinados bens, como freezer, lava-louças, 
secadora de roupas, DVD etc, propondo, então, a doutrina a consideração de uma “média nacional de conforto”, 
baseada em dados do IBGE, como critério objetivo para aferição da impenhorabilidade de bens móveis 
residenciais. 
III - vestuários e pertences pessoais: desde que também não sejam de elevado valor, ou que garantam a mínima 
dignidade do executado. Seriam, portanto, facilmente penhoráveis roupas para o extremo frio, normalmente 
destinadas para viagem em lugares de temperaturas muito baixas; ou roupas e acessórios de luxo etc. Não se 
pode esquecer também que certos acessórios são de elevado valor, mas ainda sim são impenhoráveis por ter 
valor sentimental, como a aliança de núpcias. Portanto, o juiz deverá analisar caso a caso sob as balizas da 
razoabilidade. 
IV – salários e remunerações em geral (inclui aposentadoria, pensões, honorários do profissional liberal etc): 
isso em razão do caráter alimentar de tais verbas. TODAVIA, o §2º do art. 833 excepciona a impenhorabilidade 
de salários em 2 hipóteses: 
- em caso de pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem (relação familiar, ato ilícito 
ou verbas trabalhistas lato sensu), em percentual que possibilite a subsistência do executado-alimentante. 
Obs: o STJ já entendeu que tal penhorabilidade atinge, inclusive, a gratificação de férias e o 13º salário do 
executado; 
- valores que excedem a 50 salários mínimos (novidade do NCPC) – valor não muito condizente com a 
realidade da maioria dos brasileiros. Estabeleceu-se, portanto, um teto para a impenhorabilidade de salários. A 
lei da ação popular (Lei nº 4.717/65), em seu art. 14, §3º, prevê também uma exceção, admitindo desconto em 
folha de pagamento de condenação em ação popular, se assim mais convier ao interesse público. 
Além das excepcionalidades legais, o STJ tem também flexibilizado a regra legal da impenhorabilidade de 
salário, apoiando-se nos princípios do patrimônio mínimo e na dignidade da pessoa do executado. 
São elas: 
- restituição de imposto de renda, caso seja mero reforço financeiro, e não destinado ao pagamento de 
necessidades básicas do executado ; 
- honorários advocatícios, quando a verba devida ao advogado ultrapassar o razoável para o seu sustento e de sua 
família; 
- saldo de salário quando do recebimento do próximo salário – muito polêmico ainda; 
- penhora de até 30% das verbas salariais, em analogia ao percentual máximo permitido para empréstimo 
consignado feito peranteinstituições financeiras . 
V - bens necessários ou úteis ao exercício profissional: aplica-se apenas às pessoas físicas, entre as quais se 
insere, de acordo com o §3º do art. 833, o produtor rural. O maior problema deste inciso é que se considera 
impenhoráveis não só bens necessários como também os úteis ao exercício da atividade laborativa, ou seja, 
aqueles que ajudam, mas que, sem eles, o trabalho seria executado da mesma forma. Isso tem gerado 
interpretações demasiadamente extensivas. 
 VI – o seguro de vida: pois, para o beneficiário, tem natureza alimentar. 
VII – materiais necessários para as obras em andamento: salvo se a própria obra for objeto de penhora, ou as 
dívidas relativas ao próprio bem, inclusive para a sua aquisição (§1º do art. 833). VIII – pequena propriedade 
rural trabalhada pela família: existem 2 definições legais para o caso, uma pela Lei nº Lei 8.629/1993 (pequena 
propr. Rural = 1 a 4 módulos fiscais), e outra pela Lei nº 4.504/196 (propriedade familiar = imóvel rural que, 
direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, 
garantindo-lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo 
de exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros). Segundo o STJ, aplica-se a 2ª definição para 
fins de impenhorabilidade. 
Responsabilidade patrimonial do terceiro 
SITUAÇÃO DIFERENTE é aquela em que um terceiro que não é responsável pela dívida, mas, ainda assim, 
sofre a penhora de um bem que adquiriu (ou que esteja em sua posse) do devedor que está sendo executado. Esse 
terceiro não é parte, e tal penhora é injusta, podendo se opor através dos chamados embargos de terceiro, salvo se 
enquadrar numa das exceções do art. 790, NCPC. Portanto, há responsabilidade patrimonial de terceiro, sendo 
seus bens atingidos pela execução APENAS nos casos expressos do art. 790, que diz: “são sujeitos à execução os 
bens (....) 
 
I – do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória. 
Trata-se da responsabilidade do terceiro que recebeu o bem por sucessão causa mortis, à título singular (legatário 
– herda uma coisa certa e determinada), o qual é objeto de execução, ou melhor, cumprimento de sentença 
proferida em sede de ação fundada em direito real ou obrigação reipersecutória (ação que implica na entrega ou 
restituição de uma coisa, como na ação de despejo, nas ações possessórias etc). 
Exemplo: cumprimento da sentença em uma ação de usucapião (ação fundada em direito real), cujo bem 
usucapido foi deixado, por testamento, a um legatário (ex: creche). Fatalmente, o bem deverá ser entregue ao 
autor da usucapião, então credor-exequente, restando ao terceiro legatário apenas discutir tal perda por embargos 
de terceiro. 
II – do sócio, nos termos da lei. 
Geralmente, o patrimônio da pessoa jurídica é que responde por suas dívidas, não alcançando o de seus sócios, 
salvo nos casos previstos em lei. Porém, há casos em que o sócio responde solidariamente (sociedade em nome 
coletivo - art. 1.039 do CC; e do sócio comanditado na sociedade em comandita simples - art. 1.045, caput, do 
CC) ou subsidiariamente (sociedade irregular e sociedade de fato) pelas dívidas da empresa; ou então que, em 
virtude da prática de ato fraudulento ou abusivo, tem os seus bens atingidos pela execução por força da aplicação 
da desconsideração da pessoa jurídica (art. 50 do CC – teoria maior/inadimplência + desvio e abuso; art. 28 do 
CDC – teoria menor/basta inadimplência), por meio do incidente previsto nos arts. 133 a 137 do NCPC. 
 
IV – do cônjuge ou companheiro, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação 
respondem pela dívida. Esse inciso deve ser interpretação à luz do art. 73, §1º, III do NCPC, segundo o qual 
“ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação fundada em dívida contraída por um dos cônjuges 
a bem da família.”, corroborada na lei civil material, nos arts. 1.643 e 1.644, que trata da solidariedade entre os 
cônjuges pela dívida contraída por um deles para compra de coisas necessárias à economia doméstica ou de 
empréstimos para a aquisição de tais coisas. Assim, há uma presunção de que as dívidas, contraídas por um 
cônjuge que beneficie a ambos, devem ser respondidas pelos bens particulares dos dois, independentemente do 
regime de bens em que são casados. 
Registre-se que tal presunção é relativa, o que significa dizer que é possível a prova em contrário por um dos 
cônjuges ou companheiro de que não foi beneficiado e que, portanto, não é responsável. Isso pode ser feito 
mediante embargos de terceiro, se seu interesse seja tão somente se livrar da penhora injusta sobre bem imóvel 
(art. 842 c/c art. 674, §2º, NCPC), da qual será obrigatoriamente intimado, salvo se o regime for de separação 
absoluta de bens; ou mediante embargos à execução, caso tenha a intenção de discutir o débito ou alegar a 
nulidade da execução. 
V – alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. O art. 792 do NCPC traz as hipóteses de fraude 
de execução: 
- quando pender ação real ou reipersecutória (desde que tenha sido averbada no respectivo registro público) => 
para título executivo judicial. 
- quando pender processo de execução (desde também tenha sido averbada no registro dos bens penhoráveis – 
art. 828) => em caso de execução de título extrajudicial. 
- quando pender hipoteca judiciária ou outro ato de constrição judicial no processo onde foi (desde que averbada 
no registro do bem hipotecado ou constritado) 
- quando pender ação capaz de reduzir o devedor à insolvência - nos casos previstos em lei 
Para a configuração da fraude à execução é necessária a comprovação apenas do elemento objetivo (eventus 
damni), consistente no dano causado ao credor-exequente pela alienação ou oneração do bem objeto de penhora 
(apesar de que nas 3 primeiras hipóteses, não há necessidade de provar tal dano, apenas na 4ª – redução à 
insolvência). 
Exemplo: se o devedor deve 50 mil, mas tem um patrimônio de 500 mil, só haverá dano ao credor-exequente se 
ele alienar mais que 450 mil dos seus bens. Em contrapartida, os elementos subjetivos (scientia e consilium 
fraudis) não precisam ser provados, sendo presumidos, pois a alienação de bens, responsáveis pela dívida, na 
pendência de ação judicial que a discute, pressupõe a ciência de fraude do devedor e o conluio fraudulento entre 
este e o terceiro adquirente

Outros materiais