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Destituição do poder familiar como exclusão sucessória

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A Destituição Do Poder Familiar Como Fator De Exclusão Sucessória
Laura Antonia de Cesaro1
BULSING, KARINE MACHADO, Revista Eletronica do Curso de Direito da UFSM, v.8,
n.1/2013. ISSN 1981 – 3694.
O artigo escrito de autoria da graduada em Direito pelo Centro universitário Franciscano,
Karine Machado Bulsing tras uma reflexão distribuida em Introdução, capítulo 1 e 2 e
conclusão, referente a destituição familiar como fator para exclusão sucessória. A pesquisa
visa demonstrar a necessidade de complementação da legislação brasileira que hoje preve
apenas duas formas de exclusão sucessória, quais sejam, a indignidade e a deserdação,
introduzindo a questão da destituição familiar como exclusão da herança, uma vez que não
possuem mais relação familiar entre eles.
No capítulo 1 ela faz uma reflexão acerca da ausência de afetividade na relação familiar e os
prejuízos que ela causa, pois influenciam diretamente no equilibrio emocional, no bem estar
e na formação da criança, assim os pais faltando com o dever de família caracterizado pela
falta de afeto, como adverte Venosa ², os pais que descumprem os deveres em relação aos
filhos responderão civil e criminalmente pelo abandono material, moral e intelectual,
conforme previsto nos artigos 224 a 246 do Código Penal. Assim sendo seria justo que a
penalização avance no âmbito do direito sucessório, visando impedir que os pais biológicos
que abandonaram afetivamente os filhos venham a ser beneficiados num possível processo
sucessório.
No capítulo 2 ela trata da exclusão do herdeiro através dos institutos da Indignidade que é o
impedimento do herdeiro de participar da herança em razão de ter praticado atos que a lei
reprove contra o autor da herança, ou um de seus descendentes, ascendentes, conjuge ou
companheiro, conforme artigo 1.814 do Código Civil e da desserdação, prevista nos artigos
1.961 a 1965 do Código Civil, nas palavras de Paulo Nader, “deserdação é a penalidade
imposta pelo auctor hereditaris a herdeiro necessário mediante justificativa em cláusula
testamentária, visando alijá-lo da sucessão em decorrência de prática de ato moralmente
censurável e catalogado na lei civil”.³ Trás ainda a reflexão da necessidade da atualização do
direito brasileiro com a inclusão do instituto da destituição do poder familiar como hipótese
de exclusão da herança para evitar que pais destituidos tenham direito de herdar.
De um modo geral trata-se de uma questão bastante polêmica, pois nosso ordenamento
jurídico protege a instituição familiar e elege a afetividade como princípio norteador do
Direito de família, desta forma embora não haja previsão legal neste sentido no que tange ao
direito sucessório a indignidade sucessória e a deserdação são plenamente aplicavéis, diante da
destituição do poder familiar em razão da ausência de relação familiar e consequentemente da
falta de afeição o que resultaria na impossibilidade do herdeiro concorrer a sucessão junto com
demais membros da família, além de que, quando temos a figura da destituição familiar temos
1 Acadêmica do curso de Direito. Disciplina de DireitoCivil - Sucessões. Semestre 20194
2 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de Família. 3. Ed. São Paulo: Atlas, 2003. p. 361
 3 NADER, Paulo.Curso de direito civil: direito das sucessões. 1. Ed. Rio de Janeiro: Forense, v. 6, 2007. p. 
489.
uma criança que teve seus direitos violados pela família de origem e que quando de sua
morte já estava sob o poder de uma nova família, que lhe acolheu, lhe deu um lar e reverteu
a situação de negligência e abandono ao qual ela foi submetida e é destes o direito de
receber qualquer herança. Por fim, como o assunto é controverso e uma medida drástica,
sem previsão legal, cabe ao nosso Poder Judiciário a sensibilidade e cuidado para avaliação
do tema, pois a falta de afetividade nas relações familiares trata-se de um assunto rotineiro
de nossa sociedade e que clama por mudanças, além de provocar a ruptura de liames
jurídicos entre pais e filhos.
 
 AP
L1000127-70.2014.8.26.0602SP - AÇÃO DE INDIGNIDADE –
DESERDAÇÃO DE ASCENDENTE – Pedido de exclusão da
sucessão da genitora do falecido – De cujus que era interditado,
tendo como curador, seu irmão – Destituição do poder familiar
da genitora averbada na certidão de nascimento – Genitora que
não cumpriu seu dever de amparo, sustento, não somente
financeiro, mas psicológico, afetivo e física – Desamparo do
filho ou neto com deficiência metal ou grave enfermidade –
Aplicação do artigo 1814, 1815 e 1.963, IV do Código Civil –
Hipótese de declaração de indignidade – Ausência de deserdação
por testamento – Autor da herança civilmente incapaz que não
poderia dispor através de testamento sobre seus bens – Hipótese
afeta à causa de indignidade – Exclusão de sucessão da herança
por sentença judicial – Sentença mantida – RECURSO
DESPROVIDO. (BRASIL ,2018).

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