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Como çanstruir a identìdade Iíteráia de um país? Essa foi a pergunta feiÍd pelos p meiros rcmàntìcos brasileiros. lnspircdos pela Praclamação da lndependênda, javens ídealìstãs começaftm a búsaar síÍibÒlos vetdadeìaamente brasileìros que pudessem ser cantãdos em verso e píasa. Neste capítulo, salJeremoi qúals sâo e,çseJ síÌrbolos e aoma íonm esaolhìdos e representacos nas prirneiras ltanifestdções ciã I ltê ra tu ra íomê n tìcà brasi I eì ra. Romantismo no Brasil Primeira geração: l i teratura e nacionalidade Condê de C ârac, F/orêrtá /rtqeh do Bras4 1816. Gúâchê solrÈ papê, 6i x 81,6.m EsÌa pniua €ra.onsderada, no sÉcu o XX, a prme ra reprodúçãô art ícamente peìJe ta e cenliícahefte convin.ent€ da !Íqem Íloresta Íopi.a ". È i ! ; 7- 3È cA ruLÕ 13 O que vocè deveá saber ao 1. Como se caracterizou ã pto- dução literáia da prìneira getação romântica. . Qual a rclêçao entrc a in- dependência política è o Ron a nti s no b ras ì |ei ro. . Cono os viajantes estran geíros ìníluenciaran a es- colha dos sínbolos liteá- rìos da nossa identídade 2- Como se cancteÍizou a poe- sìa indianista de Gonçalves Dias, . De que nodoo índiosím- bolíza o encontro enúe ot ideàis ronânti.os e o d èsêj a de i nd è pendênci ã Í , Descreva ã cena representada na imâgem de abertura. 2. Que adjetivos você usaria para caracterizar a natureza presente nâ cena? Justif ique. 3. O quadro se chama Floresta virgem do Brasi . O adjetivo v rqem sig- n;fica, nesse contexto, que a {loresta não foi trânsformada pelos seres humanos, Na cena, porém, vemos três pessoas andando na mata, Qual parece ser a relâção entre os índios e a nãtureza? r O adjetivo virgem traduz bem o que o aftista pretendeu ÍepresentaÍ com o seu cluadro? PoÍ ouê? 4. Muitos âutores românticos fizeram, em seus Ìextos, retratos do Brasil . Leia um dos mêis conhecidos deles, feìto por Gon(alves Dias. Cancão do exílio ti.nL\t llu .lds Land, uo dir CìtraÌeÌ blíihü, In dunhetn dìe CoA Oraq.n Enhd' rrnÌ\t du 4 tojhl? Dahtu. dahin! I NÍnìÌÌa terra tem paÌmeims, Onde ca1ì1a o Sabiái tu âves, que aqui Borjeiam, Não go4eìam como Ìá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossar várzeas têm mâis flores. Nossos bosques tênì maisvida, Nossas vidar mais âmores. Enì cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu Ìá; lÍnÌÌìa te1Ìa tem palnìeiras. Ondc canta o Sâbiá. Minha terra tem primores. Que tais não encontÌo eu cái trm.ismar soznÌho, à noite - Mais pÌazer encontro eu Ìá; Minha tena tem palmeiras, OÌÌde canta o Sabiá. Não permita Deus que eu morra, Sem qrte euvolte para Iái Sem qrÌe desfnrie os primores Que não en.ontro por cá; Sem qu'inda aliste as palmeiras, Onde canta o Sabiá. Cahnba Jutho.Ie 1813. DLAS, (k,rçâlrcs. Perk r ,lDr, .r,,rrrur Rio deJan€iÍo: Noa Águjìar Ì993. p. l0õ 106. l! PrinDres: qualidades, beìeas. crcelêr.ià\ No p.emr, o rermo é nsd. paÍr freÍ referêr.ìa À.ojs\ heÌa\ en.ortradas somc.te n. amsil Ronantìsno na üasil. Pineìra qencão. 233 a - I . ITERATURA O início de uma tradição Quando Gonçãlves Dias deu lorma poética à sãudade dos ex ados, lnauguroìr uma tradr- çáo na l teÍatuÍa brasie ra. A s mplicid.dê do poênra cham. è at€nção do lêtoí A forç. do tevto fasce cla pÍesen(a cons- ta nÌe das comparaçóes q ue, €m tôda4 às estrofes, reÍorçam a Ínesma idéÌa: não há pak tão ãco h€dor coúo o Brasil. nspi- f ados por seus veÍsos, inúúeros es0torps bÍas leiros, corno Ca simrÌo de AbÍeu é MúÍib lúen- des, Íevisitararn o temê, d alo gando com a "Crnção do exl lio" or ginal. r Qual é o contexto a partir do qual o eu ífico fa a sobre a sua pátrla? r ldentfique as rnarcas textÌ.rais que conf rmam esse contexto. A que e a5 5e Íelerem? 5. Qual é a imagem de Brasil presente no texto? r Como e a é construída pe o eu lír co? 6. Releia e ânalise o uso dos termos destacados. "Miúha terÌa tem paÌmeims, Onde canta o Sabiá- Nosso céu tem mais estrelas. Nossas várzeâs tênÌ mãis fÌoÌes, Nossos bosques têm mais üda, Nossas f idas mais âmores. " . Expl que a ã ternânc a, no poema, entre o uso de pronomes possessi vos na pÍ imeira pessoã do singu ar e do pluraÌ. . Qua é a i rnportânca do uso dos pÍonomes na pr imeira pessoã do plura na segunda estrofe? . Exp qle poÍ que, nas outras estTofes, o possessivo vo ta a seÍ flexio nâc1o n0 5 ngutat 7. Que semelhança é possível identiÍicar entre o retrato da natureza brasi leira fei to no poemã de Gonçalve5 Dias e no quadro do Conde de Clarac? Uma corte em fuga No nicio do sécu o XlX, o Brasi vive um peÍodo mu to especial de sua hlstór a: a crse ern PoÌlugê, provocada pe lâs rnãnollÍas expans on stas de Napoleão Bonãparte, de sencadeia acontec mentos que modif carão a v da na co ô, n a. O pr ncipal deles é a vinda da fêmíl a rea paÍa o Bras L Ern 1807, D.loão Vl, Íe de Portugal, sofria forie pressão o.r 'a í" Lar o po o\ooÌ g.êôça or ios ngee..ooode cendo ao bloquê o cont nenta decÍetado por Napoleáo Bo- napêrte Caso sso não ocoÍÍesse, ês tÍopas francesas nvaclF ranì Portuga. Astuaçãoficou insustentável par d o rÌro|drcd, po s a IngiateÍra era uma a iada antiga e poderosa. Esgotadas todas as negocações dipoÍrìáticas, D. loão V embafcou com a corte pãrâ o BËsil Amu tidão que Íoi ao Telo no d a 29 de novembro âssist u àpaftida dos nobres: maE cle 700 caÍruagense caÍfoças âbaíotadas, e cerca de 60 rÌil ivros e manuscrtos de b bliotecas reas atÍavancavam a chegada ao poaro. Os lsboetas haviam sdo abandonados pela monarquia. Do alto daToÌrede Belém, ogeneralJunot, comandanteclo exérclto ÍÍancês que havê entrado em Lsboa sem encontrar qualquer resistênca, corÌìandava o ataqueaos navÌos em fuga. | .9ês Ía.os oo t- .os e d, oêd / t^ddc oa -r opà rí iàr o o" 'o dê ' . doouêd.enn"rdd p n, tpd prêoíupd\;o dos nossos inte ectua s no início do sécu o XIX: a Íormação da nação bÍas leira e a def nição dos sírnbolos de nossa na c ona idade. Êssê preocupação perTnaneceÍá presente du- Íante toda a produção Íomântca naconal. G G o, t5 ô a " i j A egor a sobre o gÒvefôo de Jlnoì em Portlgêl tsta obra é lma entÉ 17 deseihos anÒnimos ê âbôÈdos ertÍe 1808 1809 côm o oblêtivo de o rcar â rvasãoÍrarcesè em Portugal I234 CAPITULO 13 -I ITERATURA 1808 1414 j ' : t: Vi.Ía.|aa.latle.1.Rì.del.neÌt.ïìt.rlàclaCÕnv€ntÕdaSànïarerczã,.1335 Pnturà sobre pãpe, à!Ìôr der.onho. do No nico rlô sécu o XlX, o R o de lane ro: ntu apenas 46 tuâr, l9 aEos,6 bÊ.o5e4 trareÍâr. Cômoa.omôdàÍ D lóãoVle súà.orte? .2 ' : i r Os nobres invadem o Rio de Janeiro Quando D. João Vlche gou ao Ro de Jane ro, em 1808, as Íuas dê c dade t l nham sido cobertas por ale a oa pÍata e eÌvas aro- máticas. Ao dese rn bã rca r, 05 rneTnDÍos 0a corle Ìo tarn 5au0a005 com uma chuva de ílores Nada d s so, porém, fo suf ic iente para d sfaÍçaÍ a rea dade o Rio de lane fo eÍa uma cidade descu dada, com nsta açóes precárias, ruas sulas e nìalcheirosas 1816 1A17 O mpacto da Íansferênc a da corte para o Bras líoi grande e rnediâto Os portos do país íoram abertos "a todas as nações am gas ' . Os charcos do R o íoram dÍenados, as ruas forarn ampl adas, construíÍarn-se ca çadas e surgirarn novos bairros, como G ória, F amengo e Bolafogo O re estirÌìu ou a irnp antã ção das esco as rég âs, equ va entes ao Ensìno Méd o de hoje, e cr ou á Esco a íVlédico-C rúrg ca, na Bahiâ, a pnrne Ía insti tLr ção de ens no super oÍ do pêís TarÌìbem cÍiou à nìprensa Régia, o que teve gÍande irnpâcto na cutuTa Pe a prirÌ ìe ra vez na sua histófia, o BÍas contãvâ com unìa mpÌensa oí c a , o que faci i taria a crcu ação deloÍnas e per ódicos e Íepresentaria um sgníca tvo estimulo à produção iterára. Erìr 1815, fo i crado o Reno t ln idode Portuga, Brasl e Agarve O Brãs deixava ofcia rnente â cond ção de colôn a. "Ponha-se na rua" Logo qu€ d com tva r€a des€rnbaÍcou, íoipecao enÍrentar uÌì problema comp e- xo € nìed dto prcvdenc ar nìorad a paÍa os qlase 1 2 m I poÌtugue5es qle v êfam conì o rei Aíamí a ea eseus 350 acãosfoÍêm instaêdos no Paço doVce Rei. A 5c) uç.o eiconúada pãrá a aconìodãção de nobrcs e corlêsãosfoima s Íãd ca. o Íêiordenou qLrê c€Ícã de 2.000 casasfoss€m req! stadas parâ âcomodá lor. Na po a das morâdiâs confiscadâs, eÍê m nscr tas as €tras P R., d€ Prínc pe Regente. Os moradores, desâlolados, revo taran se contra aqueedblsoda Corod ecomeçaÍam â sê rêfêr r às ìn c a s como "ponhá se ia rud" ou "propÍiedad€ Íoubada'l PoÌtnar, abeqãd, dê DoDJoia r'lao Bãel,1942 Oeo sobr€ tea,50 r 73.m ï . - . Ì ! : ta a' .- ! i- RanantÌsno na Brasil Prinena qencao. 235 a - TITEiATURA A Missão Artística Francesa Dando cont nu dade ao proleto de "crvi lzar" a ãntìgã coÕn a, D. JoãoV 1Íouxe para o Bras lum gÍupo de aftútas Íranceses chefiâdos por Joach n Lebreton Acornpanhado pe os p ntores N colas-Anto ne Taunay, Char es Pradier e Jedn-B.ot i . t " DeO e.. l "brôro. r í o . o q ,e v i adserdÂ.d- dern a rÍrperalde Be as AÍtes, onde bÍasie ros come(aÍarÌì a aprender desenho, p ntura e diferenles oíícos artistcos. A trânsforÍfação ma s radicai, porérÌì, fo desencâdeadã pelo arquiteto GÍandjean de Montgny, que mudou a íace arquitetônica da c dade. Eie fo o responsáve pea constru- ção da Praça do Comércoedo Mercado da Cande ária, além de projetar dvelsas resdêncas particu ares. È De6tèr, Una enhanbrasllei.a en seú /èr 1830 A guhâs d.s obÍas de Debret compõem lma verdádenâ crôôica da vda .ô Ro dela.e ro dlranteo renâdo dê D lôão V Na cena doméíca retratâdâ na ltograv!Ê a.ma, a mãe bordã e â ílha é Os escravos apare.em nteqrados aó ãmbjente Íam iaf O jardim dos reis Em 13 de junho cle 1808; D. loão VlcÍÌou umjâÍdìnì para ac[- matãÍ ãs especaÍiâs trazdas das indias OÌìenta s. EÍa o Jardim d€ Aclimâção, que oqo foirebatiza- do como J.rdim Botãnico UÍna das primeiÍas pantas a i Ìntrodu zdasfoi unìa muda dê pãlnìêirá, Pantada peo prÍnc peregente. O "jaÍd n€,o iustre fêz coÍn que elê pèssarse. ser conhêc da coÍno paLmeÍa-Íea ou imperial, quê sê tornou a marca registradã do lâr- d m Botãn co. Em 1972, a árvorê p antàdê po D João V Íoifu m - nèda porurn Íèio. Se!tÍonco, pre servãdci, êncontra se exposto no Museu Botânico: | 236 CAPITULO 13 J O Romantismo no Brasil: o discurso da nacionalidade Nã pÍ nìeiÍê metadê do sécu o XX, várias missões estrange ras vieÍêrn ao BÍa- s EÍárn compostas por cientistas e ãrtistas que, coletando espéc mes, fazendo desenhos e escrevendo texlos, registrarâan as característcas do novo reino. Desses vìãlante9, dois merccem atenção especial:Auguste de Sa nt ll laire, respeitado proíessor do MuseLr de H stória Natura de Pars, que ve o em 1816 acornpãnhando ê M ssão Artíst ca Frãncêsa, e Car FredÍich von Àlart us, nã tuÍâ ista que chegou erÌì 1817, como ntegÍante da Missão AÍtíst ca AusÍíaca Foram eles que apontaram os índios e a natureza exuberantê corÌìo ele mentos raais representativos da dentrdade brasi e ra, sÍmbo os deais para a nação que comêçava a ganhar foÍma. Ern seus textos, os integrantes das rn ssóes c entíficas tambérÌ divu gavam as déias iberais e nacionâ istas que estavarn ern moda na EuÍopa. Como esses textos c ícu avam entre nossos inïe ectuais, e esloram aos po!cos revelando a face "brasi e ra" aos ptópÍios bras leiros e aiudando a constrLti f urna rdent da, de nac ona , foftemente inf uenciada pe a deo og a rornántica. r O resgate do mito do "território sagrado" O modo como Saint Hi lâire v a a natureza brasi eira f ca ev dente nos tex Após pôr-me a câmiÌ ìo, subi .ÌrÌmnte algum tcnpo, rlravessando flores iasvirgens da mais belalegetação e chegüeiìo pó dc uÌna monranha iDaces sí\'eÌ qrÌe, mais alla qüe lodâs as outras, apresenta a forma aproxìmada de un pão de açíÌcar e cqjr vegetaçào magra e rasteira contrasla com as maras \igoÌosas dos moÌìtes vizinhos. [...] ComeceÌ a descer e logo o nais nÌajestoso cspetá.ulo se ofefeceu aos neüs olhos. Ao redor de miÌÌÌ altas nìonlarhas, coberrâs de espessas nores tas, dispurÌhanÈse eÌÌì senÌicícuÌo. [...] O cóu mais bÌiìhaDre e os efeiros de lu7 nr ais Ìariados aumenlavâm â belezadessa\ista nnensa. Nio pude, (onfes so, contemplála sem prolünda cmoção. SAINT-1IrL{RL, ÀusuÍc dr Ìì ndu! àô: Le.rân, de ATekdo P enna. Viagon p.t diJtrila d6 dilnantE t h Lún! da B6A. Belo r lo.izor Ìe: Ìiatiiiâ/rdurp, sÀ, PruÌr, Ì 17.1 (F.agmenro) -. t I ÌERATURA ! a ! ,. : ' I ; . : R! I e nda s, Pa,saqem r@pi.r/ b.ã5leira, 1 83 I ÓeÒsobrêtêlã,90 ! 74cm Ena éa únl.a obra 5obre tel. co.hecidê de Rúgendâs, artlsta que part. pou por um.urto peÌiodo da Exped ção Lã.grdôrÍf âô Bras (1821-1829), umã m$ãocieniiJc. iderada peo ru$o Grlgory lv:.Òvtch Lênqsdoífe da qua Íazam parte afda boÌêncôs, ânrônÕmÒs, c.tógrâfos, pi.ÌÕÉtê médcos A vegêtêção é "bela", o espetácu o da natureza é "malestoso", o céu é "rÌìals brlhante" 0 texto revela que a expressão de emoção e desluÍìrbra- mento diante da natureza Íazia oarte do discurso cientifico do início do século XlX. Expressões corno "Í loÍestas virqens", "montanha nãcessíve ", "espessas llorestas" somarn a essa emoção caracteÍÍstcas próprias de um teÍrtóÍ o qua- se sagrado, urna espéc e de paraíso intocado pela civi l ização r Von Martius e a "gênese" do povo brasileiro Em 1 840, o recérnjundado nst tuto H stór co e Geográf ico BÍas leiro pro moveu um concuÍso para prerniarotrabalho queapontassea me horrnane ra de çe compor uma h stór a geral do Bras I O vencedor fo Von Martius. Em seu Íabalho, eLe destacoü a mportánc a das 1rês raçês (branca, indígena e negra) nê fornìação do povo brâsi e ro.Pónco da Ac.demla de Èe ê5 Adês,laíd m BÒtân cô, RrÒ dêJ:nê ro,2002 BonànÍtsna na Btèsl Ptmenqetêcêa 237 a - t I ÌERAÌURA A deo ogia românt ca em vogâ na Europa ens - no! a Von ÀlâÍt us que somente aqLri lo que é nâti- vo pode ser entend do como nacional. Desse modo, os -ôlernentos verdade ramentê nativos ooNovo À,4undo seriam os povos ndígenas que aqu se encontrãvarn antes da chegada dos co lonrzadoÍes poÍtugueses. PoÍ esse ponto de vsta, não hav a dúvda de que o ind o representava a essênc a ! l : " ! rË: ! : ì : ' it-i -áag: ! : Èç da nacionalidade. Corn a vinda dos Portugue5e5 e, postêÍioÍmente, dos negros, as três raças que aq!l i5e encontÍaTam defam oT gem ao povo brasi leiro. Da esquêrdâ pêra adeta Hldebrandt, Ilpc de nêgÕt 1 8,14. Aq!ôìela sobre papê|,25,1 : 36,1 cm Fôte ce, Èabitaçãa das êpiacõ s.bre ann6, 1a2A Agúâtea sobíe pêpê,40,8 x 51 cm. Debre! O homem de sêntã Cáêrl.â, sécu o XlX, Itôgravlra Neqro afrcano, Í.dôlôc e bísco êuropeu, as tres raças qLe deram oriqem âÕ povo bfas eÍo o impacto na produção cultural De todos os acontecirÌìentos desencadeados pe a chegada da famíìa Íeal, o queteve ÍÌìaioÍ rmpacto culturêlfoja Proclamação da Independênca poli t icâ bÍasi le Ía, ocorrida em 1822. Esse Íato ofereceu aos intelectua s brasile ro5 o orerexlo oe que Ílreosavam para evar ad ante o que vinha sendo sugerido pelos partc pa ntes das várias expedições cientíïicas e arríst cas estrange - ras. Era uÍgente criar Íeferênclas concretas que conso idas- sem a idéia de uma naçâo brasile ra, separadâ de portugal. Os símboos esco hidos paTa maTcaÍ a dentdade llrasi- leiraforarn apontados pelos estrangeiros que percorrerarn o país descÍevendo os costumes dos povos nativos, cata o- gando espécimes da fa!na e da flora, pintando os qua- dros de uma natureza que desluTnbÍaria as caprta s européas. lovens nte ectuais, muitos deles edu- cados ou vrvendo na EuÍopa, entusi- asnìados com a independência po íti- ca, abraçaram a missão de escTeveros textos que apresentariam, para brasl eircs e estÍangeiros, a íace do novo país ndependente. Os poemas e os Toman ces que produziÍam tiverarn papelde- terminante na dlvulgação do índ o e da natuÍeza exubeÍante como os eemen- tos defin dores da identidade brasile ra Os jovens êscÍitorêe q!e ança r anì a Íevista lvlrrêroy ê daÍ am nTcio ao Romantsmo brâsiê Ío erârÍ ávdos Ieitores Vivendo em Pars, t nhamcontalocom os pÍn- c Pa s êutores franceses do rno- menÌo, como Chateaubriand € Victor Hugo. Dos portugueses, liam Almê da carrett. O deselo dê traçâr a evo ução da teratuÌa bÌasile ra fez, porém, corn que recupeÍassem agu ns dos poêtas árcades Os rìais idos e d scutdos eram Basí o da GarÌìa êsânta Rlta Durão, pela têmática ndian sta que desenvovêrarlì ern sêls poemas épicos. Alem deês, também apÍecavarn os versos d-â Clá!d o ManLre da Coía, Tomás Anión o conzãqa, Alvarenga Peì xoto e Silva AlvaÍenga. a- 29 ï; " t Wi iâm Swa fson, Mala-leqre, 1 841 Gravlra,24,3 x 16,4 crn. Naturalna amãdor€ unrador cêntíÍcô, Swa nson Íez parte do qrupo de estrângêróe qúê reg straÍâm magens da nêtuÍeza bÌês era. r O manifesto romântico brasileiro Vivendo na FÍança, a guns escritores, conhecÌdos como o Grupo de Paris, re- Solveíam cTiaT uma rev Sra em que serÌaÍÌì tÍatados terÌìas de nteresse naciona. Entre êsses escritoÍes, estavam Gonça ves de Mâga hães e AÍaúlo Porto Aegre r Proclamação da Independência: ! - a a 238 CAP||ULA 13 I i l t : -. I . ITERATURA ^ A/ÌhêroÌ . Âêr, \ ,d 8/d l4ên\ê de (renl ld\ I eüdJ F ArF\,u,9 u e- ì 8 <o ê declarava, ern epígrafe: "Tudo pelo Bras l, e para o Bras L'l Estava dado o pri- meiro "9rto" de independência teráÍia do Brasi. -^ .ô, o11eÍo n.r ê o. d íê\ ' td t ro l ia .n I pot d .ê.e .o. d-s i èdo po' Gonçalves de N/laqa hães, nti tuado "DscuÍsosobrea hìstóiâ da iteratura no Bras 1", ern que 5e procuÍâvã deTnonstrar como, até 1808, a produçáo lterária naciona tinha se I rnitado a mpoÍtar temas, forrnas e va ores poÍtugueses segundo Gonçá ves de Magalhães, a vìnda do rc cria um contexto que revela a necessdãde de os bras eiros Íeconhecerern o pÍópro paG corno urna nâção. O rnodo de constru r essa conscênca eTa va oÍzaT a cultLlíê local. Era o rnomento, Éportanto, de traba haÍ paÍa def n ir I terar a mente os traços da naciona dade. Câpa dâ rev íâ /Vthê.óy A poesia indianista da primeira geração Fo Gonçaves de N,4aga hães quem Íesumiu o espírto que an maria a pro- dução lteráíia dos poetas da pÍiTne ra geração romântca "Cada povo tem sua teratura pÍópria, como cada homem seu caráter particu af, cada árvore seu frlto especítco". Escrever, para eles, s gnif cava p antar a áNoÍe da itera t , ÍJ b '"J êt d, gd d r ndo q-" ê d ' - , t i CàssC. A intençáo desses poetês era divu gaÍ unìa identidâde nac onal que, al-ÁrÌì de pÍoTnoveTo sentimento de amorà pátria, também nos ibertasse das inf uências i'lerárias poÍtuguesas. CorÌìo v mos, os v alantes estrangeiros apontaram o carninho para a rea - zação desse objetvo: Íesgatar, no passado da AméÍica não co on zada, o índio e a natureza como sírnbolos do caÍáteÍ nacional. Os têxtos ìtêÍários escrltos pãr. d vu gar a ÍÌìagem do lndio e d: nâtlrêzã ãmêr cana como e enì€ntos dêfln dores da identrdèd€ bras ê ra são conhec- dos como nativÌstas oLr indianktâs Por êxtensão, os pôetãs ê romancstas q!e des€nvoÌvem essa temática tâmbém são chamados ãssim. Os mais mpor- tantes autoÍes românticos ndianistas são o poeta conçâlvês D ãs e o roman c sta -rose de A€ncar. Os románticos, nspirados pela def n ção de "born selvãgern" feta poÍJean- Jacques Roussêau, prcje1aÍáo no índ o o espírto do hornem vre e incoÍuptí- ve . Trãta se de urna imagern ìterár a completamente dea zada, bem d feren _e d" e" iodoê 'r i . .orirà do( ìo o\ quê dqu .r\rdn. O nteresse dos autores nd ân slas era encontrar um veículo idea para os va ofes e princip os quê deselavam êpresentar êo púb co e tor. Na Eu- ropa, esses va oTes foram ÍepTesentados pelo cava e ro med eva ; no BTasi , pêlo índ o. Gonça ves de Magalhães é cons derado o ÍundadoÍ do Romant smo no Bras l, corn ã publicação de Suspiros paéticas e saudades, em 1816. Orna mentados corÍr referências neoc ássicas, os poemas desse ìvÍo afirrÌìam uma crença no pTogresso da hurnanidade, no tr iunfo do be o, do santo e do jLrsto pe o exercíc o da razão z O "bom selvagem" de Rousseãu RetraÌo de leanJã.qLes Rou$êau. Um dos mals adrnlradosÍ óso- Íos do século XVI l, leanJacques Rolrsseau elaborou uÌna tese ba seada na ãí rnìação.da bondade do ser humano. Para e e, todas as pessoassão gua se boas quando nascem. A vda enì socedêde é que vai d í€Íenciá las e, ern mul- tos casos, coÍornpè-as. O "boÍn sevâgem" éoser humano l ivre e Rananüsno na Brasil Pnnena qeracão 239 | Projêto lÌteíário do Romantismo: poesia da primeira geração aÍ rmação da ìdentidâde brâsrbnâ resgate dô índ o e da nallreza exlberante como simbôlos da ná.ónã idâdê - I ITERAÍURA O projeto literário da poesia da primeira geração O proleto jiefár o que oÍienta os primeÌfos românt cos bras le íos fo dec a rado por Gonça ves de N,4aga hães nas páginas da revista ^/lúeroy: cria r textos que divu gassem os símbolos da nacionalidade brasie ra, resgatados de um passado histórico que antecede a chegada dos portugueses à AméÍica. r Os agentes do discurso O contexto de produção da prirneiÍa geÍação Íomântca brâsìleira foi mu to inf luenc ado pela propaganda nacÌonalkta que tomou conta do país. PrirneiÍo, com os textos dos part c pantes das missóes estrange Íãs; segundo, com a concretzação da ndependência po ítca Alénì dl55o, boa parte dos escrtores romântÌcos vivia na Europa, para onde tìnham ido comp etar seus estudos. De L sboa, CoinìbÍa e Paris, lançam uÍr olhar dealizado para a pátr a, fazendo com que a representação lÌterária dos e ernentos naciona s ganhe o tom exãgerado da saudade dos exi lados. Aq!i no Brasi tanìbérn são observâdas rnportantes rnod f caçóes no con- texto de aìr(ulâção das obrês. A fundãção da lmprensa Régia faci i tou bas- tante o processo de mpíessão de peródicos, lornais e rev stas, que cr ararn urn espaço até entâo nexstente para a pub cação dos textos terár os. Aém de Nitheroí duas outÍas revistas sufqiram para divulgaf os textos dos pr ÍÌìe Íos rcrnâ ntjcos Minerya Brasìliense (1843 1 845) e Guarabarã (1 849 1 856). Aos poucos se lormava um público leitor de pedìl ma s definido e que consum a iteratura brasi eÌra. Era esse o passo defin tivo para qLte se conso r dasse o nascimento da iteÍatuÍa brasi eira, com a nterãção regu ar entre ãu toTes, ettoTes e obÍas. A poesia da primeira geração e o público Gonça ves Dias conta como fo a recepção pea cÍítca e pelo púbico de seu pT me To vo uTne de ooesìas. P meìras cantos. Al$m tempo se passou Fm que ÌÌenhumjornal ralass€ ÌÌesse volüme 1...1 Dcpois acordaram todos ao mcsmo tempoj e o aÌrroÌ dos primeiros canros se üu cx/Ìtado muito acima do seu merccimento. O mais conceiruado dos escri tores porhrgueses Aexandre HercuÌano falou d€sse voluÌne com expres. sôes Ìrem Ìisonjeiras e esse artjgo causou mÌrita impÌessão em PoúBal e BÌàsil. Masjá nesse iempo o poro tinha adotâdo o poera, rcpetiÌìdo e ca rando em to.Ìos os ângulos dô BrasiÌ. DIAS, ConçaÌves. Apud: CÁNDI[}O, ADtonio. Imkíno ld á7úarúa l,utiLn1d. r 2.6. ed. BeÌoH.ri-nr€r lllìtiaia, lt8l. p.82 83. (lmgnerto). Ëmborã o elogio de Alexandre Herculano compÍove a qualidade da obÍa, mportante mesmo é a observação f na do poeta: seus ve6os já haviãm s do decorados pelo povo, qLre os rêpeta e cêntava êrn diversas paÍtes do país. Essa é uma boa medida do mpacto que as obÍãs românticas tiveÍam entÍe nós. Mesmo que os críìcos dernorassem a se manfestaÍ, quando os textos começavam a circular entTe os etoTes, seu sucesso era imediato, porque Íes pondiam a urn anse o geral de afirmação da idenlidade bras leira. È Deia lre de !írâção dâ revistâ JeDána //rstádã, Rio de lane ro, 1863. A imagêm rê9 strao intere$e das m! heres pela5 Íêvislês que plblcavam . 24 CAP|IULa 13 - LI ÌERATURA r Linguagemi imagens e ritmos Os versos nd an stas não exploÍaÍÌì ã lbêrdade forrnal ca racreríst cã dp Ro mantsnìo. Elês são.nìarcados peo controle dê métrica e pela esco ha das Íimas. Corno veremos em poenìas apresentados adiante, urÌìa das foÍrnas de apro- xirnaÍ os eitores dos costumes ndígenas é fazeÍ com que o ritmo dos veÍsos se assemelhe ao toque Íitua dos tâmbores, usados nas cerjmôn as desses povos. Outro Íecurso de inguageÍÌì uÌ | zãdo com Íreqúência pelos poetas é unìã delica da caracte rização da natu reza bras lelrâ, espaço no q u a se dêse nvo vem 05 acontec mentos nârrados nos poemâs indian 5ta5. N,4u tas vezes, as ima gens da natureza são usadas parã expíessar os sentirnentos dos índ os (veja, t por exemp o, o poerna Leitodefolhas verdes), üarnovendo uma inteÍessante dentf icação entre os dois símbo os da nac onaldade brasie ra. s :1 Ë .-ú I-Juca Pirama O trccho tnnscríto aprcsenta um jovem guerreiro tupi à espera dã morte. Em Íì dos rãsos d'aÌvaccÌÌtì ârgiÌa Ferve o cauimj Enchcm sc as copas, o pru er começa, Reina o fesiim. O prisioneiro, cuja mortc anscianr, Sentado está, O prisioneiro, que outro soÌ ÌÌo ocaso .laDais vcrál t . . .1 Contudo os oÌhos d'ignóbil pranto Sccos cstão: Müdos os Ìálrios nio descerüm qucüas Do coração. U Ah{eír.: qüase b.r.á. sbÌà,{Ìú.rü. C.im: bebnÌa que sc prepara cor mandio.a .ozida e feÌnenhda. I$óbü: que não é nobre. qne .auÉ Folge alegru+, Ìer praeÌ: Ufúô: coni ìêntê .tl lÍ(-)pú ho..J, do DIdS, Cor çaìrs Ìn: B^RBos^, fred.ú.o (seì . e oÍ9.) . (:ìüa s;.artrs d. ,esìn: ^nÍo]l.Hi^rla loeíì2.1t$i, ) brasilcim. Sãô Pâulô: lìnq1?003. t. Ì.,5. (FràgôeNo) Mas um mariírio, que cncobrir ÌÌâo pode. Eì]] rugas 1z ,{ mentirosa pÌacidez do Ìosto Na fronte audaz I QÌÌe tens, guerreiro? Quc temoÌ te assalta No passo hoüendo? Honra das taba.r que nasccr tc \.iram, Folga moÌÌendo. Folga morrendo; porque aÌém cÌos Andes Revi\'e o Íorte, que soube Ì ano contÌastar os medos Dâ fÌia morte. Nessetrecho, o índio será sacrì f icado em um r i tualde ãntropofagia. Que imagem o poema fâz dele? Jusl i f ique com êlemêntos do texÌo. ! Por que essa imaqem é importante paía o Romantsmo brasieiro? No trecho. há uma voz que Íala com o jovem guerreiro. O que ela diz? com que ìntenção? Para os povos que praticâm o Íitual de ãntropoÍagia, ãquele que se al imenta da carne do inimigo incorpoÍa sua coragem. A àt i tude do índio diante da morte o torna digno de ser sacr i f icado? Expl ique. Observe a linhã do tempo deste capítulo. Que âcontecimentos refle- tem as mudânçâs no contexto cultural do país e Íortalecem o desejo dos escíitores de criâr uma literatura oue trate da identidade nacional? 1. 2. t. 4. RananÍisna no Brasil. tuìnena qeraçÀa. 241 | - TIIERATUR Gonçalves Dias: os índios, apátr iaeoamor O grande nome da prmeira geração românt ca brasie ía ïoiAntônio Gon- çalves D as (1821 1864). De orlgenì mestiça, filho de uÍÌì comeÍc ante poÍtu- quês e uma cafuza (descendente de negros e índios), o poeta orgu hava se de ser descêndente dâs três raças que foÍÍnaram o povo bÍas leiro. Foi para Poftugal mu tolovem, como eTa costume na época, êstudar D rei to na célebre Univers dade de Coimbra. Lá entrou em contato com os textos Íománticos de Almeida Garrett e de Alexandre Herculano. cìue inÍ uenciariam sua forma de escTeveÍ. Em sua poesia, Gonçalves Dias abordou os grãndes temas romântcos: natureza, pátr a e re lgião. O casámento entÍe a expressão dos sent rnenÌos ind viduais, a ideal zação, a rel giáo e a natureza mostÍa a íoTça da v ncula- ção do poeta ao arÍebatamento fomânticdj6tie suas obras, merecem des- taque P,metos canÍos (1846), seu pÍimeiro livÍo de poes;a, Segundos cêlr tos,4 ê^rt lhà\ da lt . ì Antàa (dTbàs de 818, e Ú4mos canror \ì851 Escreveu também algumas peças de teatro. A ma s conhec dã de as é leonor de Mêndança (1847). r Os bravos índios brasileiros Gonçalves Dias a cançou seu ponto ÍÌìajs a to como poeta nos veÍsos nd a- ' is taçq,eê1' íê\êu. PoêTo\ 'o_ìo 05 r ìbr" ' . _Ldnlodopdgd . 'Dep'e cação" e " -Juca Pirama" construíram a magem heróica e nobÍe dos índos brasiieiros O domínio do r trÌìo fezcom que osversos caGsem no gosto popular e fosseÍÍì memoÍzados e Íepetidos pelos quâtÍo cantos da cortê, contr buindo para divulgaÍ a vêrsão Íomântca dos símbolos naciona s. O prime ro índ o a apaÍecer nas pág nas de Primelros carÍos é uTn gueírei Ío Fa ando em prime ra pessoa, ele enumera seus feitos e pergunta: "Quem há. como eu sou? ". rJ (anfo ao guerz'erro ]T Aqu na floÍesta Valente na gueÍa Dos ventos bat da, Quem há, como eu sou? 'ã.ènÈa\de b.avos Ouerìvb è o tdLdpe Não gerarn escravos, Corn mals va entiaT Que estirnem a vida Quem go pes daÍia Sern guerra e idaÍ. Fatais, como eu dou? O-v nê, C re rairos. Gue ei 'os, ou.i-ìe, Ouvl meu cantar. QuerÌì há, corno eu sou? DtAs, coir ]res. Pu:ia . lran .nnqt ta: RiodeJ.!eúo: \o€ Agnilar, 1998. p.106. t a 242 caPiruLa 13 ; j ; ! fg DêpÉcãçm: úpìi.!, rt,so, pêdìdô. Velând. Ìeflìo usdo en senrido 6gnrado, para nìgeú qne Tüpã Ìeria véu de pen6 úbre os olhos e, poÍ nso, não M" o que estaÌr ronte.endo c.n seu Èúvo ÍÀ nãos d.s .dÌô.txdô.es ÂnlìoAt fmtzsma spirilo {lo maÌ, di2bo. Vofu6: vôru es, dêvorâdôres Dl-\s, l]:ôrçãlvês. Po.nu rlna en1,&tò: Rlo deJaneiro: Nora Agúlaf, Ì998. p. 113-11i1. (Insnento). -' I I IERATURA Na pergunta fêiÌa pelo guerÍeifo, podemos identíicaí uma outrã, implÍci ta: quem há como os bÍaslleiros, descendentes de seres tão nobÍes? Assirn tern iníc o, em poemas corno esse, a construção de uma imagern de _dL onol odoe oeÍi ' dè pelos srn bo o\ pat. os. O cenár o é a selva, composta poÍ uma natuÍeza intocada peLos co on za- doÍes. O eu lírico re ata feitos de guêía e caçadas, atividades freqúentês dos povos nativos da ArÌìér ca. As característicâs dos indÍgenas são sempre posit- vd e ênêkeredo.o. : b êvuÍd, ÊonTè, edldadr PaÍa o poeta, a h stória a ser Íesgatada não pode ignoraÍ a chegada dos poÍtugueses e o massacre das tribos ndígenas. Por isso, ern "Deprecação", o & eu r '(o d ge uì dpelo ao dêLsTupá. Deprecação TUPã, ó Deus grandel cobrìs.e o teu rosto CoÌÌ denso \elàmen de penas gentisi Ejazem teus fiÌhos clamando lingãnça Dos bens que Ìhes deste daperda inÍèÌiz! t...1 Anhangá impiedoso nos trouxe de Ìonge os homens que o Ìaio manejam cmentos, Que üvem sem pátria, qüe \âgam sem tiÌÌo Trás clo ouro coÌrendo, vomces, sedenros. Ë a terra em que pisam, e os campos e os rios Que assaltaÌrì, são nossos; tu és nosso Deus: Por que Ìhes concedes tão alia pujança, Se os mios de morte, que übram, sáo teus? com a popu arjdade alcançada pe os poemas de Gonçalves Dias, o projeto Iterário da poesia dê pr meira geÍaçáo ganha foÍça. Os bÍas leiros vão tornan- do contato com os heróicos guerreiros ifdígenas que lutaTêm contra os con- qu stadores portugueses. Como ancestraÌs, os índlos se ÍÍìo dam perfeitaTnen- te ao DaDel l i tefár o que lhes cabe: de ineaÍ os contoÍnos da nacionãlidade a partir de traços positivos, como a honra e a cofagem. O Íetrato dos povos nativos desenhado por Gonçalves Dias Íaz conì que alguns de seus poemas ganheÍn caracteísticas épicas: introduzeÍÌì a figura de um herói (o índio) e naÍam seus feitos adm réve s. É o que ocorre, por exemp o, erÌì " l- luca PiÍarna" e "Canto do piaga". Esses textos, porém, náo reproduzem a estÍutuÍa dos ooemas éD cos cláss cos. Podem ser assim con- siderados pe o tratamento dãdo ao herói e pelo fato de apresentarem uma naÍrativa em que o leitor pode acompãnhaT os êcontecimentos que envol- vem a personagem pnncrpã. Ranànü\mo na üàstl Pnnen. aetò<ào 243 4 - t I ÌERATURA ) t 2 1 t O que é digno de ser morto: "l-Juca Pirama" O poema "l Juca P rama"I ustÍa âs caracteúst cas dos poemas ndianistas do autor. Nee é naÍada a h stórla do últ rÌ ìo descendente da tr ibo tupi, feito pris oneiro pelos índios t imbirâs. O poerna começa apresentando o cenário da aldeia onde o pÍ sione ro ser; -o o ê, depo,. dero "do en un r-uà à^-íopofágico. r No meio das tabas .Ìe menos verdorcs, Ccrcìdos dc troncos - cobertos de flores, AÌteìam-se os tetos d aÌtìrâ nação; São muitos seus fiÌhos, nos inimos foÌtes, TeÌníveis na gueüâ, que cn densâs coortes AssoÌnbranì das mair r imensa eÌte1ìsão. São rudos, severos, sedentos de glória, Já pÌélios incitam, já caÌìiâm vitória, Já meigos atendeÌn à \'oz do cantoÌ: Sáo todos Timbiras, guereiros valentes! Seu nome ìávoa na boca das geDtes, Condão de prodígios, de glória e terroÌ! No centro dâ taba se csteÌìde uÌÌì teÌÌeiro, Ondc ora se adüna o concíÌio guerreiro Da tribo senhora, das tribos seÌ-r'is: Os veÌhos sentados pratican d'oütrora, I os mocos iÌìquìetos, que â fèsta enamorâ, DeÍamam-se em torno durn íÌìdio infeliz. fü ruaos: ruaes. Prólic: lubs, conbâtes Pnticm d'otrhara: làlan sbr 5 DÌ{S, ConçàÌv€s. PÍf;lia,lrora ún r,6. Rio d€Jaìeiro: \_ôvâ-\guìlâr 1994. p. 379. (IiÌgmott. As pr meiras estrotes, todas compostas por se s veÍsos de 1 1 siabas métr cas (hendecassílabos), cf iarn paÍa o leitor um efeito de regu aridade que é reÍoÍçado pe as r imas do poerna (AABCCB). Quando o poenìa é ldo em voz a ta, o r i tmo ganha destaque e pode ser percebido como as bãtidas dos tamboÍes ndígenas. Certo de que será morto por seus captoÍes, e temendo pe a v da de se! velho pai, ceqo e soz nho nas matas, o jovem tup pede clemência. O gesto, que demonstÍa nobreza e desprendimento por parte de um f lho, é interpÍeta do como snal de covardÌa. O cheíe dos t imblÍãs decde, então, beítá lo, porque náo quer "Com carne v | ên{raqueceÍ os foÍtes". Quando o tupi reencontra seu pã], é renegado pof ele. EnveÍgonhado pe a , ovardi" do ho. o ue Ào o dn"ldi(oè Obsetoe o efeito í ado pelo Ítmô do poêmã as pausas no nteror dos veBos, qu€ ind cam sua divsão ritm.a, qlebrem em duas un dades Pôr meio desse rec!|so, o pÒetâ prôduz !mâ bâtida | 244 cA TULa 13 -. LITERATURA -tE ruru",,1n . g" ,. Íarnay, Grupa.le ín.|ìas ba@rc atentas aa elêía que fêz uh dêles de una caça.]a de onça, 1A21 Agra@la,22 x 26,6.n DIAS, Co.çaLts. P6à rroJa oar&i6. Rio deJ2neno: Nou Aguiìar Ì993. p.339. (I.igmertó). O efeito desse dÍama que nteíompe o rtual antÍopofágico dá densidade psico ó9 ca ao poema e Íaz co.n que a maldlção do pa mpÍessione ma s os e tores. Em lugaí de ÍeconheceÍ o esfofço do f i lho, que abdicou da própr a honra pêrã protegêlo, e e interpÍeta o gesto de aÍnor coÍno covaÍdia eafitrnal "Não descende o cobarde do íorte;/ Po s choraste, meu fi ho não ésl'1 Paro prpdr r . o -p \o la d-bo.noi 'èesee_tregd pèrèser ro_o. f nesse ponto que fìca claro o sentdo do títu o do poema: "l-luca Pìrama" sign ficâ, em íngua tupi, "o que é d gno de seÍ rÌìofto". A bravura deTnonstra- da pelo índ o o d gnif ca diantê de seus in Íìrigos. O chefe dos tirnb ras, quan- do percebe q!e o jovem será massacÍado poÍ seus guerre Íos, oÍdena que o so le-r. pe à.orage_ì deTo'(trddd, o l"p , l e e(e vi\". É mportante perceber que os índios do poema repÍesentaTn um índ o qua quet integrado à sua tribo, a seus costumes. As qualidades de cada !rn podêr ,er g"t ô d l .o.rs pd o looor A,s ì . íOI(è, honra, vã entia e v ftude passam a ser nteTpíeta- das coTno cafactefíst icas do povo indígena, do quê descendem os brasl eiros. wil '''Iu choraste eÌn presença da modeì Nâ presença de esúanhos chorasrel Não descende o cobarde do forte; Pois clÌc,raste. nìeu Iillìo náo ésl Possas tu, descendenre mal.Ìito De rma ribo de nobres gue eiros, ImpÌomndo cruéis Íìrrstciros, È Seres pÌesa de vis Aimorós. "Possas tu, isolado na tcna, ScÌn animo e senì pátÍia vag.Ìndo, Rejeitado da morte na guelra, Rejeitado dos honens na paz, Ser das genies o espectro execrado; Não encontres amor nas mulheres, Teus amigiis. se amigos tiveres, Tenham aÌma ;rcoÌìstante e falâ21" ! .; : Ronàntìsno na üâsì1. üìneìrê qenção. 245 | - t I ÌERAÌURA r Os poemas líricos Gonçavês Das se consagrou náo só pof seus poemas indianstas, mas tambérn por seus poemas lí fcos. O seu lÍ isrÌro aborda os prncipas tenìas Íomántcos: os encantos da rnu her arÌìada, a nalLtreza ê os sentr|enÌos mats arrebatados, como os soÍr mentos da vida, â solidáo, a morte O clássico amor romântico os versos em quê associa os temas do arfor e da moÉe revelam o olhar nspirâdo pela êituía dos gíandes mestres rorÌìânticos europeus Um dos seus mais conhec dos poemas írÌcos, "Se se morre de amor'1 lus tra de rnodo exenìplar a visão de anToÍ recoffente em sua obra. Se se morre de amor! È jVeN M.l Bery. un d ÍIaizonk ztuivhen den tiebmden ab di. SdÌzn rdvtz,t si.h aus .len sÍarbigd Kdhd Lnn íElÍèn sX im Púadiev.lt üclE, SchitlÈi ,Dt Âa,r.f Se se morre cÌe arnorl Não, não se ÌÌìorre, Quando é fÀrcinação que nos surprcende De nÌidoso sarau entre os festcjos; Quando lÌues, caloÌ, orquesú-a e flores Arsomos de przer ÌÌos raiam r'alma, Que embcÌczada c solta em tâÌ ambieDÌe No que ou!€, e no qüe vô pmzer aÌcançal t . . .1 AÌnoróüdaj é ter .onstante nìente AÌnìa, sentidos, corzìçio - abertos Ao grânde, ao beÌo; é ser capaz d'extrcmos, D'aÌt2s Íirtudes, té capaz de crimes: Compr'endef o iÌÌfiniro, a ìmensidade, E a natureza e Deus; gostar dos canÌpos, D'ar€s, flores, mumúrios soliiários; Buscar tÌistezâ, a soledade, o erìììo, E r€Ì o coÌação em Íso e festa; t . . .1 Conhccer o prMer e a.lesr€ntura No mcsmo tempo, e ser no mesmo poDto O ditoso, o misénimo dos enles: Isso é anor e desse amor se mo el Íomânr.o é deÍ nido pe o o sent m€ôtô é àpresêntadÒ indviduoè a9 rde modo Ìempo qle ne permÌe a compÌeensão de todas as sênlmêmo. ô âpã xó.âaô vive €m.onfito, d vid do enÍe as maDres aEgras e âs tr slezas mai5 proÍlndas a J t 4 Diloso: feliz, afotunado. MÈé.rino, supeirÌnr àbsoÌulô ú.téti.ô de núe, I:tt^s, c'otçak.s. Po$ia ! pÌa:o Lanl,!.I^. tuo d..lâneiro: Nova ^guilar 1998. p. 292 ?93. (rÍasmenro). a 246 .APITULa 13 t Enì caira enviêdâ ao ãnìigo Aie xandÌe TeóÍ o de caÍvalho tea, Gonçalves D as pede que este pro videncie a conìpÍa e o ênvio de uma reação de livros. Entre ostl tu os encomendados, destacam- sê obrãs de raestres romãnticos: A nfluência dos autor€s estrên geiros nê obÍa de Gonçalves Dias tambérn fica mêÍcada nas epígra fes queabÍem muitos de seLrs poe mas. 5ão versos de Byron, Sheley, VicorHugo, Lamart ne, SainfBeu ve, Alexandre HeÍculano, CamÕes, Schiler, Goethe, Dante, ovÍd o, Éç quilo, ViÍgÍlo. Ess.s eplg rafes rcve- lam que, coÍno seus co egãs rornân- ticos, Gonçãlves Dias eÍa unì leitor voÍâz dos poetâs c ássicos e con- tenìporáneos e que neles buscava inspinçao para seLrs veÍsos. [E rapiz: upee; por aaoga, reteno .obeÍo de norcs ou folhõ. ÀÌzóia: sajoÊ de |irar NadÒ pela Por que tardas,Jatir que tânto â custo À voz do meu anor moves teus passos? Da noit€ a viração. movendo as foÌhâs, Já nos cinos do bosque ruÌnoreja. Eu sob a copa dà mâÌìgxeira ìÌtiÌa Nosso Ìeito gentiÌ cobd zeÌosâ Com mimoso tâpiz de folhas bÌandas, Onde o frouo Ìuar brinca eÌÌtÌe flores. Do tamârindo a flor abriu se, há pouco, Já solÌao bogdi nais doce doma! Como pÌece de amo! como estas preces, No silêncio da noite o bosque exâla. t...1 A flor que desabrocha ao romper d'alva Um só giro do soÌ, não maìs, vegeiâ: Eu sou aqueÌa Ílo. que espero âinda Docc üio do sol qoe me dê vi{ìâ. Sejam vâÌes ou mortes, lago ou teÌ]a, Onde quer que tu \'âs, oü dia ou noite, Vai segunÌdo após tj meu pensaÍÌento; Ouro amor nunca tive: és meu, soü tuâl Meus olhos outros olhos nunca virâm, Não seÌÌtiram meus Ìábios ouEos lábios, Nem outÌãs mãos.Jatitque náo as tuâs A aÌì7óia na cinta mc àpertà]ìm- t...1 Não ne escutâs,Jatir! nem târdo acodes Avoz do meu amor qüe em úo te châÌna! Tirpãl Ìá rompe o sol! do Ìeiio inútiÌ A brisa da manhã sacu.ta d folhas! DLqs, Gonç lres- Pa6ia. I,ma .onqbtus. Riô d.Jaftüo: NoE ^guiìar, I 998. p. 3??-378.(FrasmeDto) . oeL Íflco, íemnino, começa o poe- ma queíionando os motvosda derro- ra doamado. ObseNe como, .esse no mento, o seu enêdo dê êspÍr to reve a a êns êdâde de ê guém que espera o en- O l€to de amoÍ ê iêtó sób â cÕpa da mângúe É e cóbertÕ dê fo hâs brandas a natureza, nê$e momento, cra o es- paço pererc para o enconúo oos amar ts. É lntere$afte notar que tôd6 ôç êlê mêntos êvocèdos pê o êú írco côntqu' ram a magem romãnuca do encontro amoroso:asíohó brardas, ô luêr que bÍinc êite 4 fores, ô perfume doce do bogari. como simbolo dosentimei- toquetomacontadoe! Íico, a nallre za toda se abre para aco hêf a expÍesão do amo. entre essas dlas pêsÕâs OtÕm do poêma muda à m€dida que a espera do eu iri.o se a onqa. Os e emên t6da natureza, agoÍa, pêssãm à simboi 2êr ô âmor qúesa mú her q!€ Ía a de- dcaalat i rEaéa Íof que dependê dos ÊÌos do sol (o amado) paÍa vivel Quandoa mu her recoihece a impôç sibldâdê deãmar oütro homem, a ca- ra.tefl zado do amor românt co se corn- p eta: "és m€u,soutlaL MãG lmavê2 âs imag€.s lsadâs pârá trad!2ir os sen- t mentd fm n nos sãô e aboradas a pats tir de e ementos da natLeza:vales, mon- tes, Laqo, terc represertam os obstêcu os e a distânca que o pensâmêntodes 5a n! hertíônspôrá pêrâ pêímaneceÍao A ú t ma êsto1e rere a a mudançacom- pleta noeíêdo deespiriÌo doeu Íco A esperança e a expecÌatNa pea cÌìegadê do aÌnado, que íìaÍcam ó fl mêirõ es ÍoÍes, dão lgar è Ìrstêzâ e à decepçéo pêiâ cónstâtação de q!è ele não respon- O eto defolhasvêrles, oãdô peâ re cêbè o, é mê s uma lez slmbo o das emG çóesdoeu Ír.o, quepedeà bre da hê nhã para vaÌ€Í as fo hês do etô .úti. A natureza tÍansfigurada A lírica de conçalves Dias revela um outro traço da Íiliação rornântica do poeta: o gosto por teÍnas como o dã soldão ê o do sofrirnento amoroso. A nãtuÍeza suÍge, nesses poemas, como o espaço quê abr ga e acolhê o sujeito que sofre, muitas vezes dando expÍessão concreta ao seu estado de espírito. UrÌì poerÌìa exemplat nesse sêntido, é "Leito de fo has vêrdes". Leito de folhds aerdes f g ; I a ! B)Ìon (rulz.tior de Prehot - ou de ouro qu€ hower) Poend de ossio (cm inglas) Os mesmos - tÌadução itãlida Pdã preen.hêr ã.onta es PôesiÀ dô Hugo - IÃndtine De Vigny Auguste Bdbier - SÀiar Beü!€ - Bé.mger - ou o Teairo dos 3 Drmátrcos íran- ceses - edições de Chapentier - ou d'rltt a qüe hoúve. DIAS, Gôrçâì!ès. Po&a rrdâ arrrkr. tuo d.Jmeno: NoE AgriÌaf, 1998- p. 104i1. (IEenenb). I . Í ÍENAIüNA Ranantisna no Brêsìl hineià qeaçaô 247 a - TIÌERATUNA t...1 [Iaria Luíza a.ha que eu scria pdàAntonio uma es pécie de areiamorediçà que o podeìia conden.r à uma obs cuÌalida pÌolincima, e corraria nÌas asas de poeta.Ántonio ne.essrtava mesnìo e.à de uma cond.$a que lhe ofefe.e$e lanrâres ondc pudesse búlhãr .om nÌas lides espirituosas diante dos nìíìisÍos e dos S€neÌais, Ílos cmbaixadores e das .ôrtesãs, diante do iÌnperador e de ourros pocias. p.soas que o puse$en nos cofnos da luà, afinal, paÌa que diabos una pessoaestuda ia!to? disse Nlaria Luízà. Ele era l(nnado conÌo poctr, apfe.iava no nÌomenro, ÍÌas depois lhe vinhà una idéia de o quanto tudo aqüilo e.à vãzio e que elc nio pasara de uma curiosidade, a aÌna peÌdidã e envolia em nebÌina, balouçada cm caÍelos de truvens. A Íofça da poesìa ír ica de Gonçalves Dias pode ser reconhec da nesses versos. PoÍ tÍás do que pode ser identif cado como o lugaÊcomum román- tìco (a escolha da noite para o encontro entTe os arnantes, o desenvo vi- mento da temática dã solidão e da des usão amoÍosa), ele consegue atin- gir um adnr ráve qrau de elaboração poética. A natureza se tÍansfgura para expÍessar as eTnocões do eu iír ico. O eto de fohas é, ao TÌìesmo tempo, símbolo da espêrança (nas prime ras estrofes) e da des lsão (na últ ma) que rÌìovem essa mu her. A ps co og a Í€Írì n na ganha, ass m, uma nova Íonte de expÍessão. A obra de Gonçalves Dias é Ínuito Tnportante no quadÍo da i i tefatura nacional. 5ua poesia rnd anista consolida o índio como símbolo da dentida de nacional. Seus versos lír icos dão ÍoÍma poét ca à rnenta ldade romântica que começava a se ÍÌìan lestaf no BÍasi l A "Canção do exÍ io" inaugura umê tradição de desenvo virnento do o har nacionalista que peÍmanecê v va ãté hole. Por todos esses motivos seus veÍsos contribuíram para toÍnaÍ rnais t i Ímes os pr nìe ros passos dâ nossa ndependênc a l i terér a Dias & Dias j vlR!,\DA, Ana. ri6 , rt,i SãoPâulo: (Ìrmpãnhiadasl,e!.as, 2002 (F,ãsnrertr. Os protagonistas desse ronìancê que, se gundo losé lv l ind in, "náo se conseque parar de ler" , são ! Í Íë lovem sonhadorã e apaixo nada (Fêicãnã), o poeta Antônio Gonç. lvês D as ê um ímbolo l terár o (o sab á da "Can- ção do êxÍ io : q le represênta é pátr ia dis- tantê). Ana N,4 Íãnda dá novã vida teráraao poêta romãntco ao cornb nãr história e Íic- ção para fã âr sobrê o arìor, a descobena da cu t ! rã ÌndÍgenã, a belezã da poesia e os cos- t !mes provncânos no interof do Bras Ld!- a 24a caPlfuLa 13 E a LITERATURA I O te)cto a seguir refe.e-se as questòes de I a 5, Marabá Este poema é mais um exemplo da capacidade poética de Gançalves Dias para dar voz à àlma feminina. Eu vivo sozinha, nnÌguérÌì me pÌocurâ! Acaso leitura Não sou de Tupá? Se algum dcÌìttre os ho!ìcN de üìnn nio se escoÌÌde: - "Tu és'l me responcie, '"nt és Mârabá!" NÍcrÌs oÌÌÌos sio garços, são .or .Ìas safiras, TênÌ Ìuz das estreÌas, têm meigo b ÌÌÌar; Imitam â-s nüvens de üm céu anilado. Al cores imitam das Égas do marl Se algu ì .los guerrcirí,s nào fòge a rÌeus passos: - 'Teus olhos são garçosl Responde aÌÌojado,'hìâs és ltarabá: "Quero ântes Ìms oìhos bem pretos, hÌzenies, "fÌÌìs oÌhos írÌÌgcntcs, .Bem pretos, relìrlos, ão cor d aüjál E aÌ\'o meü rosto da ahura dos lírios. Da coÌ das areias batidas do mari A-s ìves mris bÌâncas, as conchas mais puas Não têüì nìais alvuÌ?, ìão tônÌ ÌÌÌâis brilÌìâr Se ainda nÌe escuta meÌrs agros.lelírios: - "Es aÌva dc Ìírios'l Sorrir.Ìo respoÌìde, \ÌÌas ós Marâbá: "Quero antes um rosto de jnmrro corâdo, "Um rosto creslâdo "Do sol do deserto, não flor de cajá." : ü Múabá: Ìnistúà de nÌdio e brho. I\rlái Tnpã. Conçrlc Dns alr.r. à .edâÉo da ìognì nnal paÌa gaÌdri. que o terno nne.om lÍr.rhí". C!4os: dc cor azule$odcada Ânojado: enrÍisrrido Fúkêítês: ìÍilhànres. Ân,iíÌlô.'lr Dr'n.irl 1. Quais são as carâcteríst lcas f ís icâs de Marabá? r A que idea de be eza essas caracrerístcas correspondem? Parâ apresentar as características de Marabá, são usadas compara- ções e metáÍoÍas. A que elementos elã é comparada? r A Lrt lzãção desses recursos ref ete a postlrrã nãcona ista dosautores da o r^ o|o oera\do roÍro1Ì i rd. _ 'plqL".por qu; Rodô Íô aiioedô, Malab"i, r 882 Ôleo 5obr€ ÌeLa,l20 x l7l .m t...1 Meus ÌoiÌos c;ìbelos enÌ ondas se aÌìelam, O oiro mais puro n:'rc tem seu fuÌgori Ar bÌisâs nos bosques de De os ver tão formosos como üm beija-ÍloÌ! Mas eles respondem: "TeÌÌs Ìongos cabelos, "São loilos, sâo bcÌos, "Mas sáo anelados, trÌ és MaÌnbá: .Qucro antes cabelos, beÌÌì lisc,s, corÍiclos, "Cabelos compridos, .Nio cor d'oiÌo 1ì o, em cor d'âÌìdá." tr as do.es palarÌÌs que eu tìnha cá deÌÌtÌo O raÌno d'acácia Da frorÌte de üm homem l ìais cingirci: Janìiis un grÌerreiro da nÌirÌha aÌazóia Me desprcndeÌá: EÌr vit'o soznìÌra, choÌando mesquinha, Que sou MaraÌJál Dr{s, (;onçaì!es.ln: BARBOSA, Irede.ico (Srl.e org.) ' o- , t " t , 'u j r ' r / l ' .es/ São ParlÒ:hndy, ?003. p. t4t 1,12. (Fúg!rn{o). 2, RonaníÀna no BEsl. tuimara qeraçaa. 249 a - L!TEiATURA I : " Desprezãda por seu povo, Mãrabá reproduz asfalas dos homens dã t tribo que Íogem do contâto com ela- Explique, com base nessas fa-j las, por que â índia é despÍezãda. I r Que eLementos, presentes nessas falas, comprovam esse despÍezo? | {r, Esse poemâ, embora relacionado âo indianismo, apresentã um tom I mâis l í r ico e confessional. Que sent imento domina o eu l í Í ico? Just i Ì Í ique com elementos do poema. I t dentfque, na inguagem ut i izada e no conteúdo, os elementos do I poema que mostraÍn que ee peÍtence à pÍmera geração da poesa I romanr ca. Ì 5. O poema mostra um conf l i to entre duasÍormas de beleza feminina. I Ouak são elas e de que maneira cada uma é apresentada? í . PF FbF r. _o ooêmà. a ,a o dç;o oe . | .er .o oao.áo de oele/" F ì Ln dodo or.F lo. , l ' ra e qreÂd bôr (ado. - p oLeI | - O texto a seguir refere-se às quesÍões de 6 a 8- t . - - -_ I re'dó 2 Olhos aerdesI I Neste poema, Gonçalves Dias trata dos sertlmentos I deiercadeados no eu lírìco ao contemplal I os olhos verdes de uma mulher. I [E Mi: lorna dcaiú 'ie na Sáo uns olhos ver.les, \crdcs, UÌìs oÌhos de !€de-mâr, qüando o tempo rãi boÌÌmçai Uns olhos cor de espemnça. Uns oÌhos por {Ìue ÌÌÌoni; Qtrc ai de nil Nemjá sci quàÌ lìquei seÌrdo Depois que os ü | Como dua-s esÌÌÌerJÌdas, IÍí1ìais Ììa Íònna e na corì Têm Ìu nÌais ÌJràìdâ e nìais lòrte, Diz uma !icÌâ, outÌa * moriej Uma - Ìoucüa, outÌã - anìor Mas ai de mil Nemjá sci quáÌ Âquei sendo Depois que os \nl s;io 1cÌdcs da cor do prado, lkprimem quaìqÌrer pâi\ão, Tio fìciÌrnente se núL ÌÌaÌÌÌ, Tão meigameÌÌte denmam Fogo c Ìuz do coração; Mas ai .le mil N..eÌÌÌjá sei $lal fiqÌEi sendo Dcpois que os vìl t . . .1 Dteilós, ó ÌÌìeus amigos, Sc \os pcryuntm por ìi, qÌe eu vjvo só da lenbÌaça Ì)e rlns olhos cor de esp€rançr. De Ìms oÌhos lerdes que ü | Que ai de mil Nemjá sei qual fìqÌlei sendo Depois que os vil Dizei úsr Triste do baÌdol Del{ou-se de ànor tuarl ViÌr uns olhos verdes, \€rles, fÌns oÌhos da cor.lo marl Lram lerdes sem esp'raÌça, Da\ììnì àÌÌor senì amaf ! Dizei. vós, nÌeus amigos, Que aì de nil Não peneÌÌço mais àvida Depois que os ü | DLAS, CoDçaLves. Ì!: IACIOLL \âennmj OÌÃallRl, Antônio Carlos (oÌAs.). P*triz tõ?/..ard: Rdmnrisno. Ì Ì. €d. Sao fâtrÌo: ÁÌi.â, 200,1. p. 3ij-i8. (lhgm.nro). $@qF ês g€ Ëb a 2so cAPIruLa 13 È E ' j LIÌERÂTURA 7. O eu l í r ico se apâixona por umâ mulher depoìs de ver 5eus olhos verdes, Que efeitos esse Íato lem sobre ele? Exolioue. A referência à beleza da âmada é feita cotrt odse na olhos. Que recurso o poeta utiliza pârâ câracterizá-los? r Que e ementos do poema ind cam que o sofrimento do eu íÍicojá eía- va anuncado nos ohos da amada? Expl ique poÍ quê . Quem al rÍna no poema: "Eram verdes sem esp?ãnçâ" e poÍ quê? 9. Emtodâs âs estrofes do poemâ há um mesmo refrão, com pequenas alterâções, Trânscrevâ-os. I A que tipo de poesia a pr€sença do Íefrão nos remete? r O uso do refrão perm te ide ntiÍicar uma certã influência I teré r a na Íica de Gonça ves D as que a d st ngue dâs outÍas obras desse autor Que nfuênca seria essa? PoÍ que ea reve â uma di ferença em Íelaçáo à produção ndian sta do autof? i 1 9 3 rl Er-r Luiz Roncâri(1946- ) E mestÍê êm Histórrâ Socia e dolrtor em têraturâ braslle ra. Pro- Íessor nâ Faculdâde dê Fìlosofa, Letras e C êncas Humanâs da Universdaded€ São Paulo, pub - cau Literatura brasìleira: dos pri- meias úonistas aos últìmos ra- mánt/tos, livÍo que compÕe um extenso pd neldo período deÍor- ma!ãodâ teratura nadona e traz uma anto og a de teì1os represen- tativos dos períodos apres€ntados. Indidni.snn nâo signific? apenas tomar como temà e nssunro da Ìite- ratuÌÌr o indigeÌìa e seus costumes. [...] Isso, de ceÌÌa forma,já rinha sido feìto por Basílio dâ cama e Santa Ritâ DuÌão, no Urteual e no Cár"mrru. Nessâs obras, sobretudo no Uragzai os indígenas aparecem, em aÌguns momentos, o nìesmo pldo que o português, sem qrrc ne, nhum desses aulores manifestasse a ìrtendio de realizaÌ utÌa poesia no\ê ou americana. 1ìì1 reaÌização implicavâ tâmbém e pÌincipalmente a consüxção de uÌn Ììovo pon to de visL1 e de uma no\a üsão do indíge lÌa, aprcciado agom me1ìos como una reaÌidade raciaÌ que como ou, r t ì rFâl i , lJdc ér i .d c.uìrurãì . d isúrr i L ld cuôpéir . RONC"{RI, Luiz. /,iiaztuz tftr,ltd dos p.imeiros .rônistâs aos úlÌinôs roÌnànri.os. são Parlo: Edusp,1995. p 3ô5. (Ifasnento) . Expl ique Redija um parágÍafo argumentativo em que você demonstre como os poêmas indiânistas deconçalves Dias promovem a construção de "um novo ponto de vista e de uma nova visão do indígenâ", dife- rente dâquela que aparece nos textos dos viajantes quinhentistas e .l^< nôâr:<;r.:.1â< Antes de desenvolver seu parágrafo, considere as seguintes sugestões. r Reveja qua é a visão de indígena que apaÍece no Urâquai. r Compare a lmagem de Índio conÍruÍda por Basí io dê Gâma com ã que é apresentada por Gonçalves D as no poema "l-Juca Piíama" PÍocuíe dêterminaÍdeque modo o olhardê cada autor paÍa os índ osdetermina essas diferenças r Reflita sobre a necessdade de uma mudança na representãção do índio para o cunìpfmento do projeto lteráÍo da pdmeira geÍaçáo fomântica: a coníÍução da identidade nacionaL. RamênÍtsna no BÊsil. tuìneira qeraçáa. 251 a primeíra geração romântica: as canções do exílio Goethe: a inspiração toÌ ternente nfLuencìados pe o nac onalsmo que ca- racter za a estética románÌ ca, os poetas passam a can "r d qu" lddd" d" .d e " "" l "o"r ìor "p"t i " . corÌìo nos vêrso5 de Goethe, apfesentâdos no Capitulo l / a de..r i ,doquêoê .o oe ooÍà. d" 'pà tdÕdl ddo. pdÍdo. dôoô 1. . .odo."" t . ,o.da n prc. ção para o poema de Gonça ves Dias, que lnâugura, na Iteratura bras e ra, a iÍadição das cançóes do exll o Os ecos imediatos da primeira "Canção do exílio" No rnomentoern que nascea iteratura romántica bra s e ra, o poema de Gonça ves D as será a refeÍênca Lite- rária do naciona snìo ê do sentirnento de sêudâde que predomina entÍe os ex lados. O impacto de seu poema será tão grande que poetâs corno Casim ro de AbÍeu, da segunda geração, se nspiraráo ne e Cflnçiio d0 ex'{í;o .f I a a Oh! ,nln lqs sút n.s anouls 'thujauB. a:haÌenbiird Eu ÌÌas.i além dos marcs: NIer$.amores Íìclìm lál OncLe canta oi reliros Car G uíêv Carls, O nonumerÍÕ a Gaethe, 1432. Ó€osobrereb,7l ,5 x 5: ,5cm OpftoraemãoCarls(1789-1869) era !m admnàdôrde Goethe NeÍeq!ad@, ele cÍiou !m túmúrô mag nário q!€ evdâ !hã iúãgem sô itér ã ê etér€ã dó gÍândê eír lor Cançaa do extlio ìVIinhã rerra terÌì Ìnaciciras da C:ìÌifómia oncÌe cantam Í+turamos de Veneza. I . . .1 [,u morro srrfõcado eìì ieÜa esúângcim. Nossas flores são mais boDitas nossas irutas mars gostosâs mas custâm ceÌìÌ mìÌ réìs â dúzia. Ai qucn Ìne dera chupaÌ unÌa caÌnrnboh de \€r.lade c ouliÌ uÌn sabiá com cerúdão de ìd,àdei \ÍF-NDltS, Àlruilo. ÌrÌ: ÀIOÌUCO^.'I, ltalo (O$.) O: rn nt taps lo.nas l,atilxìiDJ.l, Jrela Rio deJanei..l oÌ,jeiilr. 200ì |. 33. (FÍrgnent, ,\BR!.Ir, Casiri.o.le Aiu,rezÍ. Pôrb.\le8Íe: Ì l&\'I,2001. p 2õ. (FJrgnniÍoi. O exílio dentro da própria pátria Muitos oLltÍos escrtores bras le ro5 recriêranìos versos da prime rê "Canção do exi lo ' Durante o Modern smo, a ref exão sobrc a verdadeira ìdênt dade naconal moti vdÍá núrÌìeÍas rele turas dos versos do poeta rornântico. Dentre elas, destaca-se a de N,4ur lo N4endes, que Íata do sent rfento de exíio dentÍo do própro país, doÍ que âcomete os bras le ros sufocãdos pe a inf uência estran 9e Íâ. ôs versos de Murio Mendes expressarn o desejo | 252 CAPI|ULO 13 Uma versão resumida Sob a inÍ uênca das experlências l teráÍias da vanguardê modernista, losé Paulo Paes cra urna versáo ÍesurnÌda e rônica da canção ern quetantosse nsp Íarêm. A concsão de seu Ìexto náo mpede que â saLtdãde dâ lerrê que gêrân1e â dent dãde do eu lÍ co não seja perceb dâ Para o exíio, rertã o bãh| lá? al Ì l sabiá. . . Pnpá . Ìnanã.. . Íúii..- s inhá.. . brlÌl PAES losé Ì'aulo. ÌiìlRRlGL(i(il IR., ìrr\i (scì ). or rullú'6 !@mt ú.li\t P h Ptk\. 4 ed. sio Ì'.nlr: clobrl, 200: p. 1 30 a Geoqe L Bown, Cer;rc /raüàro, 1846 Oeôsôbrêtela, lo l ,a x 117,6cm Eíe quadrÒ, dô p ntor nÒrte ameraano Ceorge L BÍôw. {1814 1889), mÒsÍà qle a deêlzaçãó de !mâ natureza se vaqem exlberante náo a.onte.ê! A ditadura expulsa os brasileiros da pâtria Durante os anos da di tadura mi tãf , as pa me ras e os sabiás retornam para simbolzar o que não se tem ÍÌa s: a pátÍ ia. Agofa, nos versos de Ch co BuaÍ queeTomJobinì, a idé a doexí o 9ênha conotação pol i t ìca:é pais da dl tadurâ expu sando seus f lhos engalados. .çírlt{í Sei qu. ainda \ou lrltar Pare o meu lLrgar Foi lá e é xirdr Ì:'Ì On.Ìe eu hei dc oulir canrar Seì que ânrdr \,orÌ \,olrar Vru deilaÌ à soìÌbm De unia ì raìmeifa QLrejá nào há .joBrn1, rbnÌi lrUIRQI JË. (lhi.o. Disponnrl em: <hÍp: '/ Ìs{r.Í hnlnÌnÍque..om hi -,. ,\.ew, eD 2: lir.:005 (F.:Ìgnennt F chco Blarqle dc Ho.nd. Ronantisnona B?srl PnneÌÊ qe?ção 253 a Poro novegor J$ . http://www.Ítaucultural.orS.br O rite do Instituto ltaú cu tural oÍerece biografias ê anto ogias dos dois mais dlvulgados po€tas dê pri mekâ gerâ!ão íomântica brasi elía, Gonça ves Dias e Gonçãlves de Magalhães. A ém de materÌal autôrale dê crono ogia dê íatos, há a aprêsentaçào de algumãs páginas da crítica sobre os escritores. Também é possÍve consultar material iconográfico relaclonâdo à Mksão Artística Francesa, responsável pela produ' cão nacìonaldo século XlX. ' http:/ ^ ^/wacadêmia.org.brA Academiã Brasilelra de Letrãs âpresenta em seu site um sistema de busca lnterna que oÍerece uma ãmp ãpo$Ìbi l idadedêpesquisâsôbreê produção de Gonlalves D â5.5ão conferências€ art iqos, a lém de biogrãf iâ, b ib l iograf ia e breve antologia do poeta. . http://M.museudoindio.org.br 5l te do Museu do indio, sob rêsponsabi ldade da Funã]. Amblent€ de íáci l navegação q ue prop. ià ãceío â lníoímaçõês vâriadas: ínúsicâ, ârtigos, brêves ênsaior, imãgens, entre outros Ínkr que conduzèm à rea lidadê contemporânêa e histórka dos povos indÍgenas no Brasil. È Poro ler e pesquisor l-r . A Missão Artística Francesá e ieus dirclpuloi: 181 6- 1 840. de Q uÍ io c ãmpof oriio Rio delâne ro P nêkotheke, 198: Pintor desenhkta, i lust .ador e cr í t ico de arte, Quir no CêmpoÍ ior i io (1902 1993) êspeciãl izou sê no estudo dâ pintuía do sécu o X X no Brãsil. seu texto é natrãtivo e bastante d id âri.a. A Missão Artístìca Francesa e seus discípulos é um dos cinco volumes, ordenados cronologlcamente, de sua obra Hliióriã da pinturc brâsileira na século X/X O livro aprêsertã um pãnorama bem cuidado da ativ dade pi.tórl ca nacional quando nossã píodução l i terár la ideal izava o pêís e o sent imento amoroso. . Vocês, bnncot não tên à/mai hÈtórias de fronteÌês, .le lorge Pozzoboi. Pará Eduipa/f,/lpeg Ed torâção, 2002 contador de histór ias e êntropólogo, Jorge Pozzobon pa$ou 20 anos de sua vidã em contato com os Maku, povo seminômade dã região âmazônica que tem como pe(ul iêr idêde ê t ransmissão de 5ua cul tura exclusÌvamente po. v ia oíâ1, uma vêz que não desenvolveu o registro gréf ico. 5ão contos, conve6ãselendas p.eservados poressa publcação, quetrê2aténósum olhar brêsi le ro paraomundo sempre muito distante do imaqinár io quê se êstabêlece! em no$as cidades. . Panará "A Volta das [ndias Giqârtês'i de Ricardo Arnl, Lúcio F év o P nto e Ra m lndo P nto São Pâu o: inntlto Soc oamb eiial, I998 O ivro rêúne vários fe atos dos indios panarés, nãção que soÍeu d ivisão teÍitorlai quando foi .onstruída â BR 163 Cuiabá 5antêrem, em 1970. A ém das histórias, há um excelentê ensaio Íotográfico que registra a .ultufa panará. o livro propl.ia um interesante conÍronto do índ o ldealizado na poes â da píimelía geração românt i .a comsua si tuãção atua, ajudandoa íêf let l rsob.e âs dimensôes pol iucasda colonização . Grandes poemas do RanantiJmo braslleto, Aexe Buano (OÍq ). São Pa! o Nova Fronte ra. 1995 Coletânea que reúneos melhores poemas dêalgunsnor. ìêsdo RomanÌ ismo brãsi le i ro- Doéplcoão l í r ico, o livro âpresenta textos dê Gonçalves de Maga hães, Mârquês de Sapu.aí, Maciel Monteiro, conçalves Diat, Francsco Otaviano, Laurindo Rabelo, Aureliâno Lesa, Àlvãres de Azevedo, lunqueira Freire. Félix Xãvier da cunhã, Juvenal Galeno, caslmiro de Abreu, Fagundes Varela ê Castro Aves. a 254 aAP|IULA 13 :"=t3. Poro ouvir dì /hui rodos oJ Jons Mar ui Mirãnda. São Paulo: Pau-Brasil, 199s. MarluiMirãndã realizá umtrãbêlho de pesquisâ baíante sério sobre a cultura indísena brasileÌra e a pãrtk desuas pesquisascompõe ãs canções. Oportunidade excêlentê para entrar em contatocom os sons dos povos indígenas do Brasile comporâtrÌlha sonorê do indianismo presente nâ poeriãdã primeira geração romãntica. .f Poro ossistir F carlota toaquina, Princesa do 8.áJíl de Cara Camurat Brasl ,1995. De modo cômico e ãlgo i rônico. o í i me trata da chegada da famíl ia real ao Brasi l , fugindo das cuêíras Napoleôni .as, em 1807. Trata{e de um interêssante panoíama pol i t ico do Brasi pré- independentê. . Búncãndo nos cãmpos do Senáo4 de He.tor Bàben.o, EUA, 1991. Fllme que reúne uma sérle de cãracterísticasque iustram ou servem de contraponto ao indianismo e ao nacionalismo pre sentes na primeira geíação Íomâ ntlca brâsi êira. Além de expor a culturã indÍgêna, promove um deí lê dê imagens do ambien- re êÍãzonico onde se déo. onÍ l i rô\ dê r 'erêne\ e ' orónko5. Posseiros, m issioná rios estrãngeiros, políticos, coronéis, avên- tureiros, garimpeiros e lndígenas dlvidem o espaço bãstênte desrãdêdo, seja pelã de,isualdade social, sejâ pe as dôenças impostês peLos brãncos ao desprepãrêdo sistemã imunológico de no$os primei.os habitantes. Choque culturãl de perfil ro mântico apropriãdo ao debate ãberto noséculo XIX pe o poe íÌra "l-lucâ Piíamã", dê Gonça vês Diâs. ÁmélÉ, de Afa Carc na, BÍas , 2000. A atriz írancesa Sarah Bernhardt, verdadêiro mito do iní.io do século)(Xquê pãssou pelo Rio de lâneiro em 1905, teria se en.àn-àdo .om è poesià de coi(élve\ Dt\ e imdgirà.e que teria feito deLê uma apresentação (ênica quando voltou a Pa- ris. Momento imporrãnte do cinemã nacional, ofilrÍe agradou ã crítica e quase não foi exibido nas salas comêrciais de nosso país. Oporiunidade de visitar a poesia do píincipal nome dã pr inpi a gprd! io romdnlnd nd, iond em Í i lmê de ur i Ìpor tante nome do cinema brasiLeiro conteíÍpoíánêo. I RananÍisna no Bíâsil. tinena qeraçaa. 255 a
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