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Notificação e Interpelação

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Notificação e Interpelação (Artigos 726 e 729, NCPC) 
Amanda Peruffo e Júlia A. dos Santos 
Conceito: As notificações e interpelações são medidas destinadas a permitir que a parte 
manifeste formalmente sua vontade a respeito de assunto “juridicamente relevante” junto aos 
participantes de uma mesma relação jurídica. As notificações se prestam à comprovação solene 
de determinada declaração de vontade feita pela parte interessada, na qual, em regra, se estipula 
prazo e pena à outrem, para que este faça ou deixe de fazer algo. Já as interpelações servem ao 
credor que pretende constituir o devedor em mora, relativamente ao cumprimento de determinada 
obrigação. Por se tratarem de procedimentos de jurisdição voluntária, no que tangem os prazos e 
demais especificações de procedimentos a serem seguidos, estão dispostos dos Artigos 719 a 
724. 
Prazos: Através de provocação do interessado, após citados os intimados terão 15 dias para a 
manifestação. O juiz terá 10 dias para proferir decisão em relação ao pedido. 
Legitimidade: Terão legitimidade nas Notificações e Interpelações: as partes (os interessados), o 
Ministério Público nas hipóteses do Artigo 178 NCPC e o Juiz de Direito em determinadas 
situações. 
Competência: Devem ser ajuizadas em regra no domicílio do réu, vide Artigo 46 NCPC. 
Procedimento: A parte interessada, poderá notificar pessoas participantes da mesma relação 
jurídica para dar-lhes ciência de seu propósito, bastando, que seja encaminhada de forma 
extrajudicial, via Cartório de Títulos e Documentos ou até mesmo pelo correio (através de 
correspondência via AR-MP) e dela tome conhecimento o notificado, é nula notificação por 
correspondência recebida por um terceiro alheio ao processo. Se a pretensão for a de dar 
conhecimento geral ao público, mediante edital, haverá necessidade da intervenção judicial. 
Nesses casos, o juiz só a deferirá se a tiver por fundada e necessária ao resguardo de direito. 
Também poderá o interessado interpelar o requerido (constituí-lo em mora), para que faça ou 
deixe de fazer o que o requerente entenda ser de seu direito. O requerido será previamente 
ouvido antes do deferimento da notificação ou do respectivo edital se houver suspeita de que o 
requerente, por meio da notificação ou do edital, pretende alcançar fim ilícito; e, se tiver sido 
requerida a averbação da notificação em registro público. A oitiva do requerido deverá obedecer o 
prazo de quinze dias. Assim, deferida e realizada a notificação ou interpelação, os autos serão 
entregues ao requerente. Inexistindo previsão de recurso específico contra a decisão que defere 
e realiza a notificação ou interpelação, é cabível a impetração de mandado de segurança. 
Características: 
• Não há recurso contra decisão que defere ou indefere e realização da notificação ou 
interpelação, não há sentença. Resta então à parte inconformada, a impetração de 
Mandado de Segurança. 
• Apresentado o pedido, compete ao magistrado, indeferi-lo liminarmente quando entender 
que falta ao requerente legítimo interesse ou quando verificar que a medida, por gerar 
dúvidas ou incertezas, poderá prejudicar a celebração de negócios jurídicos lícitos. 
• A razão para não haver em regra o devido contraditório no procedimento especial é porque 
não estamos diante de um contencioso, envolvendo diretamente interesses antagônicos 
das duas partes. o juiz apenas realiza gestão pública em torno de interesses privados. Não 
há lide entre as partes, mas apenas um negócio jurídico-processual envolvendo o juiz e os 
interessados.

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