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1 
 
DIREITO DO TRABALHO I - FARO - DIR07 
TERCEIRIZAÇÃO DE ATIVIDADES TRABALHISTAS DEPOIS DA REFORMA 
 
 Hoje em dia é comum as empresas terceirizarem algumas de 
suas atividades, contratando, dessa feita, empresas prestadoras de serviços. 
 
 Até 10 de novembro de 2017, antes da entrada em vigor da Lei n. 
13.467 (que se deu em 11 de novembro de 2017) era legal e permitido 
terceirizar apenas as atividades-meio, e nunca as atividades-fim das 
contratantes, segundo preconizava o inciso III da Súmula n. 331 do Tribunal 
Superior do Trabalho - TST, abaixo a referida Súmula em sua integralidade: 
 
"SÚMULA 331 - TST 
 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE 
(nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à 
redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 
31.05.2011 
 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é 
ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos 
serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa 
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da 
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, 
da CF/1988). 
 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a 
contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 
20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de 
serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, 
desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte 
do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do 
tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde 
que haja participado da relação processual e conste também 
do título executivo judicial. 
 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e 
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições 
do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no 
cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, 
especialmente na fiscalização do cumprimento das 
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço 
como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre 
de mero inadimplemento das obrigações 
trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. 
2 
 
 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de 
serviços abrange todas as verbas decorrentes da 
condenação referentes ao período da prestação laboral." 
 
 Portanto, antes da Lei n. 13.467/2017 - Reforma Trabalhista - e 
para que as empresas não terceirizassem a atividade principal ou 
preponderante (atividade-fim), era de suma importância que as mesmas 
observassem o § 2º do artigo 581 da CLT, in verbis: 
 
 "§ 2º Entende-se por atividade preponderante a que 
caracterizar a unidade de produto, operação ou objetivo 
final, para cuja obtenção todas as demais atividades 
convirjam, exclusivamente, em regime de conexão 
funcional." (artigo não alterado pela Reforma Trabalhista). 
 
 Compreende-se por atividade-fim da empresa aquela 
identificada no objeto social do contrato social, melhor explicando, 
aquela ligada de forma direta ao produto final. As demais atividades 
intermediárias, que nada tem em comum com a atividade-fim, são 
consideradas como atividades-meio. 
 
 Contudo, a Lei da Reforma Trabalhista - que vigora desde 11 de 
novembro de 2017 - veio trazer nova redação ao artigo 4º-A da Lei n. 
6.019/1974, estabelecendo que considera-se prestação de serviços a terceiros 
a transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas 
atividades, inclusive sua atividade principal (atividade-fim), à pessoa 
jurídica de direito privado prestadora de serviços que possua capacidade 
econômica compatível com a sua execução. 
 
 Com a nova redação atribuída pela Lei da Reforma Trabalhista, 
que alterou o artigo 4º-A da Lei n. 6.019/1974, a Súmula n. 331 do TST deverá 
ser alterada, tendo em vista que um entendimento jurisprudencial não pode 
superar o que a lei estabelece. Vale frisar que a terceirização da atividade-fim 
foi considerada válida a partir de 11 de novembro de 2017, ou seja, os fatos 
acontecidos antes da Reforma Trabalhista ainda poderão ser julgados em 
consonância com o entendimento consubstanciado na Súmula n. 331 do 
Tribunal Superior do Trabalho - TST (que ainda não foi alterada, conforme 
pesquisa junto ao site do TST). 
 
"Súmula nº 331 do TST 
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. LEGALIDADE 
(nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à redação) 
- Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011 
I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é 
ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos 
serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 
03.01.1974). 
 
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa 
3 
 
interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da 
Administração Pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, 
da CF/1988). 
 
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a 
contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 
20.06.1983) e de conservação e limpeza, bem como a de 
serviços especializados ligados à atividade-meio do tomador, 
desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte 
do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do 
tomador dos serviços quanto àquelas obrigações, desde que 
haja participado da relação processual e conste também do 
título executivo judicial. 
 
V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e 
indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições 
do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no 
cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, 
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações 
contratuais e legais da prestadora de serviço como 
empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero 
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela 
empresa regularmente contratada. 
 
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços 
abrange todas as verbas decorrentes da condenação 
referentes ao período da prestação laboral." (site do TST - 
http://www3.tst.jus.br/jurisprudencia/Sumulas_com_indice/
Sumulas_Ind_301_350.html#SUM-331). 
 
 Mesmo considerando esta relevante inovação no que tange à 
terceirização, é imperioso que as empresas tomadoras de serviços adotem 
critérios na contratação da empresa prestadora de serviços, acompanhando 
inclusive a evolução do vínculo laboral daqueles empregados envolvidos na 
prestação dos serviços, especialmente no que diz respeito aos direitos 
trabalhistas. 
 
 O dia a dia nos apresenta que, todo mês, as empresas tomadoras 
repassam às empresas prestadoras de serviços os valores atinentes 
aos salários, benefícios, encargos sociais, 1/12 avos de férias acrescentados 
do terço constitucional, 13º Salário, etc., contudo, em muitos casos, findam não 
sendo repassados aos seus empregados, e também não possuindo a devida 
destinação. 
 
 Melhor elucidando, as empresas contratantes dos serviços 
terceirizados podem ser subsidiariamente responsáveis pelos direitos 
previdenciários e trabalhistas não pagos pela prestadora em ocasional 
4 
 
demanda trabalhista, independentemente dos trabalhadores/empregados 
estarem registrados pela empresa prestadora. 
 
 A verdade é que diariamente, encontramos na Justiça Laboral 
várias demandas trabalhistas envolvendo praticamente todos as esferas da 
economia brasileira - Autarquias e Empresas Públicas, Bancos, Indústrias, 
Empresas em geral, Condomínios, etc. - que acabam sendo condenadas a 
pagarem novamente verbas trabalhistas que já tinham sido repassadas às 
empresas terceirizadoras durante todoo instrumento contratual. 
 
 Apesar disso, diariamente são divulgados que empresas 
prestadoras de serviço e os seus aludidos sócios somente esvaecem da noite 
para o dia, deixando "na mão" ou "a ver navios" todos os seus 
trabalhadores/empregados, os quais sem escolhas, ajuízam demandas em 
desfavor das empresas tomadoras dos serviços a fim de verem garantidos os 
seus direitos laborais. 
 
 Dito isto, é de suma importância vincular os pagamentos mensais 
por parte da empresa tomadora dos serviços à apresentação pela empresa de 
trabalho temporário dos holerites, cartões ponto e recibos de benefícios, dos 
empregados terceirizados, bem como da apresentação da GFIP/SEFIP (GFIP é 
a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social, 
oferecendo informações para montar um cadastro eficiente de vínculos e 
remunerações dos segurados da Previdência Social. A GFIP substituiu a Guia 
de Recolhimento do FGTS - GRE, trazendo novas informações de interesse da 
Previdência Social) ou eSocial (o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das 
Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas, também conhecido como 
eSocial, é um projeto do governo federal do Brasil, que visa unificar o envio dos 
dados sobre trabalhadores em um site e permitir que as empresas prestem as 
informações uma única vez), com a devida quitação dos valores do FGTS, 
assim como a guia GPS atinente ao recolhimento previdenciário. 
 
 Feitas estas ponderações, é de basilar importância que a 
empresa tomadora venha adotar critérios bastante rígidos quando da escolha 
das empresas terceirizadas, ordenando a apresentação de dossiê contendo 
inúmeros documentos e certidões negativas, obtendo referências da empresa 
terceirizada com outros tomadores de serviços, analisando a sua capacidade 
financeira, dentre outras medidas importantes e eficazes, posto que a 
contratação de empresa idônea evitará certamente futuros desgastes e 
aborrecimentos com os trabalhadores contratados pela empresa terceirizada. 
 
 A Portaria MTE 789/2014 está em vigor, não havendo sido 
revogada e possui pertinência com o tema, estabelecendo instruções para o 
Contrato de Trabalho Temporário e o Fornecimento de Dados Relacionados ao 
Estudo do Mercado de Trabalho. 
 A Lei n. 6.019, de 03 de janeiro de 1974, veio dispor sobre o 
Trabalho Temporário nas Empresas Urbanas, e dá outras Providências. 
 
5 
 
 O Decreto nº 73.841, de 13 de março de 1974 veio regulamentar 
a Lei n. 6.019, de 03 de janeiro de 1974. 
 A Lei n. 13.429, de 31 de março de 2017, alterou dispositivos da 
Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário 
nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de 
trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros.