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Copyright © 1990, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003-900 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210-3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR Endereço Telegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas Palavras-chave: Concreto. Ultra-som 8 páginas Concreto endurecido - Determinação da velocidade de propagação de onda ultra-sônica NBR 8802FEV 1994 Origem: Projeto NBR 8802/1992 CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados CE-18:301.05 - Comissão de Estudo de Ensaios de Concreto na Estrutura NBR 8802 - Hardened concrete - Determination of ultrasonic wave transmission velocity - Method of test Descriptors: Concrete. Ultrasound Esta Norma substitui a NBR 8802/1985 Válida a partir de 30.03.1994 Método de ensaio SUMÁRIO 1 Objetivo 2 Definições 3 Aparelhagem 4 Execução do ensaio 5 Resultados ANEXO A - Verificação da homogeneidade do concreto ANEXO B - Posição relativa entre os dois transdutores ANEXO C - Principais fatores que influenciam os resultados 1 Objetivo Esta Norma prescreve o método de ensaio não-destrutivo para determinar a velocidade de propagação de ondas longitudinais, obtidas por pulsos ultra-sônicos, através de um componente de concreto, e tem como principais aplicações: a) verificação da homogeneidade do concreto (ver Anexo A); b) detecção de eventuais falhas internas de concre- tagem, profundidade de fissuras e outras imper- feições; c) monitoramento de variações no concreto, ao longo do tempo, decorrentes de agressividade do meio (ataque químico) principalmente pela ação de sul- fatos. 2 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 2.1 a 2.4. 2.1 Acoplante Material a ser utilizado entre as faces dos transdutores e do material a ser ensaiado, a fim de permitir o contato con- tínuo entre as superfícies, na menor espessura possível. Nota: Graxas de silicone ou mineral, e vaselina fornecem boa conexão quando usadas em concretos que tenham a superfície lisa. 2.2 Freqüência ultra-sônica Freqüência de vibração de onda longitudinal acima de 20 kHz. 2.3 Onda longitudinal Vibração ou distúrbio que percorre o interior do material onde o modo de vibração das partículas, em cada instan- te, tem o deslocamento na mesma direção da propa- gação do distúrbio. 2.4 Velocidade de propagação Relação entre distância percorrida por uma vibração ou distúrbio durante um intervalo de tempo. 3 Aparelhagem A aparelhagem necessária ao ensaio está descrita em 3.1 a 3.6. 2 NBR 8802/1994 3.1 Circuito gerador-receptor Aparelho de pulso elétrico de baixa freqüência ultra-sô- nica, com alta estabilidade e precisão de leitura de pelo menos 0,1 µs. 3.2 Transdutor-emissor Aparelho que possibilita a transformação do pulso elétri- co em onda de choque numa faixa de 24 kHz a 500 kHz. 3.3 Transdutor-receptor Aparelho que possibilita a transformação da onda de choque em pulso elétrico, com amplificação adequada ao circuito do gerador-receptor. 3.4 Circuito medidor de tempo Aparelho que possibilita medir o tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção. Este circuito pode ser provido de um ajuste para descontar o tempo gasto nos cabos conectores entre o gerador-receptor e os trans- dutores. O tempo gasto no percurso pode ser lido em um tubo de raios catódicos ou em um mostrador digital. 3.5 Cabos coaxiais Cabos que devem permitir a conexão perfeita dos trans- dutores ao circuito gerador-receptor. 3.6 Barra de referência Peça que possibilita a aferição do equipamento ultra- sônico, feita de material metálico, com superfícies de aco- plamento com acabamento polido e vibração do tempo de trânsito gravada. 4 Execução do ensaio 4.1 Preparação dos corpos-de-prova ou componentes de concreto 4.1.1 Os corpos-de-prova ou componentes de concreto a serem ensaiados devem ter as superfícies planas, lisas e isentas de sujeira. 4.1.2 Os corpos-de-prova ou componentes de concreto a serem ensaiados que não sejam suficientemente lisos devem ter suas superfícies de ensaio regularizadas atra- vés de processos mecânicos ou com camada de pasta de cimento, gesso ou resina epóxi, em espessura mínima a fim de possibilitar bom acoplamento com os transdutores. Nota: Caso a regularização das superfície de ensaio dos corpos- de-prova ou do componente a ser ensaiado seja feita por processos mecânicos, as vibrações não devem afetar a estrutura interna do material a ser ensaiado. 4.1.3 Os corpos-de-prova ou os componentes de con- creto a serem ensaiados devem ter as mesmas condi- ções de composição e umidade relativa. Nota: Superfícies úmidas não causam problemas. 4.2 Ensaio 4.2.1 Calibrar o aparelho usando a barra de referência ou dispositivo equivalente. 4.2.2 Verificar se as superfícies de ensaio dos corpos-de- prova ou componentes de concreto correspondem ao de- finido em 4.1. 4.2.3 Aplicar fina camada de acoplante nas faces dos transdutores ou no corpo-de-prova a ser ensaiado. 4.2.4 Posicionar os transdutores de acordo com os arran- jos descritos no Anexo B: a) transmissão direta, com os transdutores nas faces opostas do material; b) transmissão indireta, com os transdutores na mes- ma face; c) transmissão semidireta, com os transdutores nas faces adjacentes. 4.2.5 O acoplamento e a pressão entre as superfícies dos transdutores e do corpo-de-prova ou componente que está sendo ensaiado devem ser considerados satisfató- rios quando for obtido o valor mínimo de leitura com va- riação de até ± 1%. 4.2.6 A medida da distância entre os pontos onde devem ser acoplados os centros das faces dos transdutores de- ve ser determinada com precisão de ± 1%. 5 Resultados 5.1 Calcular a velocidade de propagação de ondas con- forme a seguinte fórmula: L V = t Onde: V = velocidade de propagação (m/s) L = distância entre os pontos de acoplamento dos centros das faces dos transdutores (m) t = tempo decorrido desde a emissão da onda até a sua recepção (s) Nota: O tempo efetivo é o tempo mínimo lido menos o tempo gasto nos cabos condutores, caso o aparelho (ver 3.4) não seja provido desta correção. 5.2 A apresentação dos resultados deve conter as se- guintes informações: a) localização na estrutura e identificação dos cor- pos-de-prova, ou componentes de concreto en- saiados; NBR 8802/1994 3 b) distância entre as superfícies de contato dos trans- dutores durante o ensaio; c) direção de propagação da onda; d) indicação da posição relativa dos transdutores; e) velocidade de propagação; f) descrição sucinta da preparação das superfícies e condições de umidade do concreto; g) outras que ainda se fizerem necessárias. /ANEXO A 4 NBR 8802/1994 NBR 8802/1994 5 A-1 Deve ser definido um sistema de pontos para cobrir uniformemente um volume apropriado de concreto na es- trutura, para se verificar a homogeneidade do concreto. O espaçamento entre os pontos individuais depende das dimensões do componente da estrutura, da precisão re- querida e da variabilidade do concreto. Em grandes es- truturas e onde o concreto é razoavelmente uniforme, a verificação pode ser feita em pontos dispostos em malha de 1 m2. Em pequenas peças ou em concreto com muita variação é necessário um espaçamento menor. A-2 Devem ser evitados os pontos onde exista grande concentração de armadura, principalmente no sentido ANEXO A - Verificação da homogeneidade do concreto longitudinal ao de propagação das ondas, pois a velocidade de propagação de ondas é maior no aço do que no con- creto. A-3 É possível expressar a homogeneidade do concreto em forma de parâmetros estatísticos, taiscomo o desvio padrão (s) ou o coeficiente de variação (δ) das medidas de velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas no con- creto, feitas em pontos da malha. Contudo, tais parâme- tros só podem ser usados para comparar variações em componentes de concreto similares, devendo ser con- siderados os fatores expressos no Anexo C. /ANEXO B 6 NBR 8802/1994 B-1 Transmissão direta Este arranjo é o mais recomendado na determinação da velocidade de propagação de ondas através de um mate- rial, pois desta forma as ondas são recebidas com maior intensidade. Os transdutores se posicionam em faces opostas, conforme indicado na Figura 1. B-2 Transmissão indireta Este arranjo é utilizado quando se tem acesso a apenas uma face do corpo-de-prova ou componente e essa face tem comprimento suficiente para propiciar o desloca- mento do transdutor-receptor. B-2.1 Para se determinar a velocidade de propagação é necessário: a) fixar o transdutor-emissor em um ponto (E); b) fazer a leitura do tempo de propagação de ondas estando o transdutor-receptor nos pontos R1, R2, ANEXO B - Posição relativa entre os dois transdutores R3,........., Rn, eqüidistantes entre si e sobre uma mesma reta que contém o ponto fixo do trans- dutor-emissor, conforme indicado na Figura 2; c) locar, em um sistema cartesiano de eixos, as dis- tâncias entre os pontos E e R1 a Rn e os tempos lidos para que a onda ultra-sônica percorra estas distân- cias, conforme indicado na Figura 3. B-2.2 A inclinação da reta obtida é a velocidade de pro- pagação de onda do material ensaiado. Nota: Na transmissão indireta é necessário atentar para a correta determinação da distância entre os transdutores. B-3 Transmissão semidireta Este arranjo entre os transdutores só deve ser utilizado quando não houver a possibilidade de acesso a duas fa- ces opostas de um corpo-de-prova ou componente de concreto e a única face acessível não tenha comprimento suficiente para se utilizar o arranjo de transmissão indire- ta. Ver Figura 4. Figura 2 - Transmissão indireta Figura 1 - Transmissão direta NBR 8802/1994 7 Figura 3 - Transmissão indireta Figura 4 - Transmissão semidireta /ANEXO C 8 NBR 8802/1994 C-4 Tipo, densidade e outras características dos agre- gados. C-5 Tipo de cimento e grau de hidratação. C-6 Direção de ensaio da peça. C-7 Tipo de adensamento do concreto. C-8 Idade do concreto. C-1 Distância entre as superfícies de contato dos trans- dutores. C-2 Presença de armadura, principalmente no sentido de propagação da onda. C-3 Densidade do concreto, que depende do traço e das condições de concretagem. ANEXO C - Principais fatores que influenciam os resultados