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Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE GRAVE Os pacientes encaminhados ao departamento de emergência podem apresentar principalmente alterações no nível de consciência, vias respiratórias e circulatórias, devendo assim ser identificados precocemente. PRIMEIRO PASSO: CLASSIFICAÇÃO DE MANCHESTER AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA →A primeira avaliação do paciente sem sinais de traumatismo. 1° passo: Determinar resposta por meio de estímulo verbal, tátil e doloroso. 2° passo: Avaliação da Escala de Coma de Glasgow. Ponto avaliado Classificação Pontuação Abertura ocular Espontânea 4 Ao som 3 À pressão 2 Ausente 1 Resposta verbal Orientada 5 Confusa 4 Palavras 3 Sons 2 Ausente 1 Resposta motora A ordem 6 Localizadora 5 Flexão normal 4 Flexão anormal 3 Extensão 2 Ausente 1 3° passo: Avaliação da resposta pupilar →Resposta pupilar inexistente (- 2 pontos no Glasgow). →Resposta pupilar parcial (-1 ponto no Glasgow). →Resposta pupilar total (0 pontos retirados). 4° passo: Avaliação do padrão de movimentação do paciente. 5° passo: Avaliação do padrão respiratório do paciente. Lembrar: paciente arreativo → checar respiração e pulso, se paciente sem respiração e sem pulso central, iniciar RCP e iniciar o protocolo de PCR. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA MANEJO DO PACIENTE COM ALTERAÇÃO DO NÍVEL DE CONSCIÊNCIA →A abordagem inicial deve priorizar o ABC (via aérea, respiração e circulação). →Se paciente tiver história ou suspeita de trauma, a coluna vertebral deve ser imobilizada. →IOT deve ser considerada nos casos de pacientes inconscientes que não conseguem proteger a via aérea – queda de língua, hipoxemia ou respiração ineficaz. 1° passo: Determinar via aérea pérvia, exame do tórax e avaliar circulação (pulsos, pele...). 2° passo: MOVex = monitorização com cardioscopia, oximetria de pulso, pressão arterial, ECG de 12 derivações e acesso venoso periférico. Oferta de O2 para o paciente (máscara com 10L por minuto). 3° passo: coletar glicemia capilar – se não for possível, pode fazer uma dose de glicose em bolus (hipoglicemia é uma das principais causas de alteração aguda no nível de consciência). 4° passo: Em caso de hipotensão, pode ser tratado com reposição volêmica vigorosa – 1L RL aberto. Vias aéreas e insuficiência respiratória →Checar ruídos anormais. →Observar dentro da cavidade oral se há obstrução. →Procurar sinais externos de trauma. →Checar sinais de insuficiência respiratória (aumento da frequência respiratória – uso de musculatura acessória – tiragem intercostal ou batimento de asa de nariz – respiração paradoxal/gasping/apneia) Insuficiência respiratória não reversível com tratamento inicial ou hipoxemia refratária à oferta de oxigênio é indicativo de IOT. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA Incapacidade do organismo de realizar trocas gasosas de forma adequada, de instalação aguda e decorrente da disfunção de um ou mais componentes do sistema respiratório. • Avaliação da oxigenação Saturação de oxigênio (SatO2): avalia a proporção de hemoglobina à qual há O2 ligado. Pode ser avaliado pela oximetria de pulso ou por gasometria. Pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2): refere a concentração de oxigênio dissolvido no plasma. É avaliado por meio da gasometria e os resultados normais são > 80. Relação PaO2/FiO2: geralmente é usada durante ventilação mecânica invasiva e os valores entre 300-500 são considerados normais. Valores abaixo de 300 referem alguma alteração e abaixo de 200 indicam hipoxemia grave. • Classificação Insuficiência respiratória tipo 1 ou hipoxêmica (PaO2 < 60mmHg) →É a incapacidade do organismo em oxigenar o sangue. Os 2 principais mecanismos são distúrbios de ventilação/perfusão e shunt intrapulmonar. Distúrbios de ventilação/perfusão (V/Q) Normalmente a relação V/Q é heterogênea no parênquima pulmonar – sendo a ventilação e perfusão maiores nas bases do que nos ápices. Quando ocorre a necessidade maior devido a um distúrbio ventilatório, um fenômeno de vasoconstrição hipoxêmica ocorre na tentativa de reverter. Quando esses mecanismos compensatórios são insuficientes, ocorre hipoxemia. Nos distúrbios V/Q podem ocorrer 2 situações → efeito shunt (alvéolo ventilado e não perfundido) e efeito espaço morto (alvéolo perfundido mas não ventilado). SOS: Uma dica é que os distúrbios de ventilação/perfusão são facilmente revertidos com O2 suplementar. Shunt intra e extrapulmonar É uma forma extrema do distúrbio de ventilação/perfusão onde o sangue perfunde o pulmão, mas não é oxigenado, uma vez que os alvéolos estão colapsados ou preenchidos por fluidos ou material inflamatório. →O shunt intra e extrapulmonar não melhora após a suplementação de O2. Insuficiência respiratória tipo 2 ou hipercápnica (PaCO2 > 50mmHg e PaO2 < 60mmHg) →Hipercapnia = elevação na pressão parcial de CO2 (PaCO2). Essa elevação pode ser em decorrência do aumento da produção de CO2 (febre, sepse, crise tireotóxica) ou da diminuição da excreção de CO2. DPOC é a principal doença relacionada com aumento do PaCO2. SOS: Se a causa for decorrente de depressão respiratória por acometimento central ou por drogas depressoras do SNC o paciente nunca se apresentará taquipneico. Insuficiência respiratória mista Ocorre quando o paciente tem associação entre os 2 tipos. Como exemplo, tem os pacientes tipo 1 que na tentativa de compensação da hipoxemia, evoluem com fadiga da musculatura respiratória evoluindo com hipercapnia importante (diminuição da excreção). APRESENTAÇÃO DO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA →Taquipneia é a principal alteração no exame físico, principalmente de pacientes com insuficiência respiratória hipoxêmica. →Sinais de insuficiência respiratória: uso de musculatura acessória, batimento de asa de nariz, tiragem intercostal, retração da fúrcula, respiração paradoxal e cianose. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Na insuficiência respiratória hipercápnica a clínica pode ser mais sutil. O paciente pode se apresentar primeiramente com quadro de agitação, fala arrastada, flapping e rebaixamento do nível de consciência. CONDUTA DIANTE DE PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 1° passo: Me apresento e falo com o paciente. Tento entender como ele está se sentindo + exame físico. 2° passo: Elevação da cabeceira – melhora a respiração. 3° passo: MOV – monitorização, acesso venoso e máscara de O2 10L/min. AVALIAÇÃO PRIMÁRIA – ABC A 1° passo: Avaliar a permeabilidade das vias aéreas. FALE COM O PACIENTE: Senhor, senhor, fale comigo → se o paciente responder normalmente, as vias aéreas estão pérvias. Caso paciente não fale, ou fale de maneira inadequada, avalie a presença de obstruções, corpo estranho, fraturas, secreção (deve aspirar), observar queda de língua (pode usar a cânula de guedel – nunca em paciente acordado). →Via aérea obstruída: manobras de elevação do mento, aspiração se houver secreção. →Se for necessário via aérea definitiva, a Intubação só deve ser tentada 1x, caso tenha insucesso deve ser realizada crico cirúrgica em > 12 anos e crico por punção em < 12 anos. B SOS: Se no A, o paciente já estiver com via aérea definitiva, logicamentejá estará sendo ventilado. 1° passo: Inspeção – avaliar presença de turgência jugular, desvio de traqueia, exposição do tórax (verificar se está se expandindo e se a expansão é simétrica), presença de cianose. 2° passo: Ausculta, palpação e percussão da caixa torácica. →Caracterizar o murmúrio vesicular. →Na palpação verificar se o paciente tem dor e confirmar a movimentação da caixa torácica na respiração. Enquanto estarei realizando a avaliação do tórax do paciente, peço ao enfermeiro: →Oximetria de pulso no paciente. →Oxigênio suplementar em máscara não reinalante 10L/min. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO →Abolição do murmúrio vesicular unilateral. →Hipotensão. →Turgência jugular. →Dor torácica. →Taquicardia. →Hemitórax elevado sem movimentos respiratórios. →Hipoxemia. Se eu identificar PH: punção de alívio com jelco 14 + drenagem torácica com selo dágua. C 1° passo: Avaliação da perfusão periférica, pulsos e capacidade do paciente manter um bom nível de consciência. 2° passo: Solicitar monitorização do paciente com PA, cardioscopia e eletrocardiograma. 3° passo: Solicitar 2 acessos venosos periféricos com jelco 18 e solicitar exames laboratoriais: →HB e hematócrito. →INR. →Tipagem sanguínea – o principal. →Lactato. →Gasometria arterial. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA →Beta-HCG em mulheres. 4° passo: Após avaliação e paciente hipovolêmico – pulso fino, taquicárdico, má perfusão periférica e nível de consciência prejudicado, deve-se solicitar administração de 1000m de RL aquecido. SOS: Caso após os 1000ml de solução o paciente não melhorar da hipovolemia, deve-se iniciar transfusão sanguínea → ANTES DA TRANSFUSÃO, PEDIR O RESULTADO DA TIPAGEM SANGUÍENA, CASO AINDA NÃO TENHA, SOLICITA AO BANCO DE SANGUE BOLSAS DE SANGUE O-. ORGANOGRAMA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA Paciente crítico? Se sim, máscara com reservatório 15L/min ou dispositivo bolsa- valva-máscara (se paciente desacordado – não faz ventilação por pressão positiva em paciente acordado). Paciente com vias aéreas obstruídas? Se sim, realizar desobstrução. Paciente tem risco de insuficiência respiratória hipercápnica? Se não, a saturação está < 94% em ar ambiente? Se sim, iniciar suporte de O2, se não, apenas monitorização. Se sim, visar a saturação de O2 avo de 88-92%. Paciente em acidose respiratória? Se sim, VNI com posterior IOT ou IOT primeiramente. Se não, administrar O2 por cateter de O2 – 2L/min. TIPOS DE SUPORTE DE O2 CATETER NASAL DE O2 →Oferta de baixo fluxo de O2: 0,5 – 6 L/min. →É usado em casos sem necessidade de alto fluxo de oxigênio, como insuficiência respiratória sem shunt ou para pacientes com doenças pulmonares crônicas que necessitem de baixa FiO2. MÁSCARA DE VENTURI →Fornece concentrações variáveis e tituláveis de O2 e usa fluxos moderados de O2. →Proporciona uma maior FiO2 do que o cateter nasal. →São indicadas na suplementação de O2 quando se necessita titular de forma adequada a FiO2. DISPOSITIVO BOLSA-MÁSCARA-VÁLVULA →Promove alto fluxo de O2. O fluxo de O2 deve ser utilizado de 15 L/min. →Não se usa quando paciente está acordado. VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA →Ventilação com pressão positiva, mediada por alguma interface (nasal, oronasal, máscara facial e capacete). Tipos: CPAP: oferece pressão positiva contínua nas vias aéreas. Tem capacidade de oferecer alta concentração e alto fluxo de O2. De forma geral, é indicado em paciente com necessidade de corrigir hipoxemia, como edema agudo de pulmão cardiogênico. BiPAP: oferece tanto pressão inspiratória quanto expiratória. Tem maior benefício em pacientes com hipoventilação, como DPOC exacerbado. Principais grupos beneficiados com VNI: →DPOC exacerbado com acidose respiratória (pH < 7,3 e PaCO2 > 45). →Edema agudo de pulmão cardiogênico. →Pacientes imunossuprimidos com insuficiência respiratória tipo 1. →Prevenção de falência respiratória pós-extubação em pacientes com alto risco. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL Em relação à via aérea definitiva, o médico (eu) deve ter 3 perguntas básicas na cabeça, antes de indicar uma IOT: O paciente consegue proteger a via aérea? Pacientes inconscientes, sem fala, ou com muita secreção (onde não conseguem engolir, cuspir ou tossir), além de pacientes sem controle da língua, devem ser avaliados para intubação. Há falha de ventilação ou de oxigenação? Por mais que o paciente consiga proteger a via aérea, não tem uma boa troca gasosa deve ser indicado IOT → doenças obstrutivas, doenças neuromusculares, DPOC, asma ou doenças intersticiais pulmonares. Os principais indicadores de falha ventilatória são: taquipneia, estridor e respiração superficial. Qual a evolução clínica do paciente? Quais os possíveis agravos que esse paciente pode ter? A intubação precoce em pacientes com anafilaxia ou grandes queimados é benéfica. INTUBAÇÃO DE SEQUÊNCIA RÁPIDA →Método preferencial de intubação. PREPARAÇÃO →Separação do material e das medicações. →Monitorização do paciente. →2 acessos venosos. PRÉ-OXIGENAÇÃO Ponto importante: não deve ser realizada ventilação, a não ser a saturação do paciente esteja < 93% no momento da indução da hipnose. →Oferta de O2 por cerca de 3 min. →Preferencialmente usa-se máscara não reinalante 10L/min. OTIMIZAÇÃO DA PRÉ-INTUBAÇÃO →Deve-se identificar e corrigir possíveis fontes de descompensação durante a intubação. →Pacientes hipotensos: uso de volume ou drogas vasoativas. →Pacientes com hemo ou pneumotórax: drenagem de tórax. →Pacientes com sangramento intracraniano ativo ou com dissecção aórtica e que apresentem crise hipertensiva: pode-se usar fentanila (tem efeito hipotensor). ANALGESIA: FENTANIL 3mg/kg de forma lenta. HIPNOSE E PARALISIA Os hipnóticos e bloqueadores neuromusculares são sempre administrados em bolus. HIPNÓTICOS 1-Etomidato 0,3 mg/kg. Tem efeito de ação em < 1 min e duração de 3-5 min. 2-Cetamina 1-2 mg/kg. Tem efeito de ação em < 30s e duração de 5-10 min. Por ter efeito broncodilatador, é a droga de escolha em casos de broncoespasmos. 3-Midazolan 0,3 mg/kg (5mg/ml). Tem efeito de ação entre 120-150s e duração de 20-30 min. No mundo ideal não é a droga de escolha na emergência pelo tempo de duração prolongado. Tem efeito hipotensor moderado, assim em pacientes já hipotensos, a droga deve ser evitada. BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR 1-Succinilcolina 1,5 mg/kg. Tem efeito de ação em < 60s e duração de 4-6 min. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Contraindicações da medicação: hipertermia maligna, miopatias, rabdomiólise, grandes queimados, AVC, lesões por esmagamento, doenças neuromusculares transitórias (Guillain-Barré), doenças neurodegenerativas, hipercalemia. POSICIONAMENTO 1-Coxim + hiperextensão da cabeça. 2-Laringoscopia → Introdução do TOT → Retirar guia → Insuflar balonete. 3-Confirmação da intubação com ausculta em epigástrio → bases pulmonares → ápices pulmonares. PÓS – INTUBAÇÃO 1-Fixação do tubo. 2-Paciente deve ser conectado ao O2. 3-Raio-x de tórax. DILUIÇÃO DAS DROGAS FENTANIL: 3MCG/KG Cada ml de fentanil contém 50 mcg. 1 ml ----------- 50mcg X ------------ 3 x peso do paciente MIDAZOLAN: 0,3mg/kg Cada ml de midazolan contém 5mg. 1 ml ------------ 5mg X -------------- 0,3 x peso do paciente SUCCINILCOLINA: 1,5mg/kg Cada ml de succinilcolinacontém 20mg. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA PRINCÍPIOS DE VENTILAÇÃO MECÂNICA Após a decisão de intubar o paciente, ele agora respira por meio da ventilação mecânica. As principais indicações de ventilação mecânica são baseadas principalmente em distúrbios de oxigenação (hipoventilação x shunt), ventilação (hipoxemia x hipercapnia) ou incapacidade de proteção da via aérea. DICA: O mecanismo de insuficiência respiratória da pneumonia é shunt e da TEP é espaço morto. • Ventilação mecânica invasiva Ventilação por pressão positiva → não faz em paciente acordado. 1-Fase inspiratória. 2-Ciclagem: transição da fase inspiratória para expiratória. 3-Fase expiratória. 4-Disparo: transição da fase expiratória para inspiratória. Parâmetros →FiO2: 21 – 100%. Geralmente inicia-se com FiO2 de 100% e vai acompanhando a saturação do paciente (foco top é entre 93-97%) e vai baixando. Valores de FiO2 < 60% tem menor risco de lesão alveolar – por isso vai baixando. No DPOC o alvo da saturação é entre 88-92. →PEEP: 5 – 8 cmH2O. →Pressão inspiração (PI): 20 – 30 cmH2O. →Pressão Platô: < 30 cmH2O. A pressão platô é a pressão média alveolar. →Frequência respiratória (FR): 15 – 20 irpm. →Tempo inspiração (TI): 1.0 a 1.2. →Relação Inspiração/Expiração (I/E): 1:2 ou 1:3. →Fluxo: ~ 40 L/min. No paciente com DPOC o fluxo normalmente é maior pela maior resistência. →Volume corrente: 6 – 8 ml/kg. Modalidades – Assisto-controlada Pressão (PCV): melhor controle das pressões de pico e de platô, mas o volume corrente não é controlado. Geralmente indicada em pacientes com comprometimento alveolar (pneumonia...) e como consequência pode gerar atelectasia pulmonar. Vantagens: controle das pressões e segurança alveolar. Desvantagens: fluxo desacelerado, alterações de CO2 e PH e risco de atelectasia. Volume (VCV): melhor controle do volume corrente, mas as pressões não são controladas. Geralmente é indicada em paciente sem comprometimento pulmonar (pulmão complacente). Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Vantagens: volume total garantido e controle de CO2 e PH. Desvantagens: pressões instáveis e hiperdistensão alveolar. Sedoanalgesia Estudos atuais não apoiam sedação pesada e o desmame precoce da sedoanalgesia é encorajada, tendo pontos positivos como diminuição da mortalidade e de complicações relacionadas à ventilação mecânica. Principais drogas utilizadas: →Alfa-2-agonistas (clonidina e dexmedetomidina). →Sedativos convencionais (midazolan, propofol e lorazepam). Os estudos não demonstraram vantagem de uso entre um ou outro. Monitoração A monitoração do paciente deve ser feita com: →Relação PaO2/FiO2. →Gasometria arterial. →RX de tórax. →Oximetria de pulso. →Capnografia (melhor método confirmativo de ventilação efetiva após intubação). Principais complicações relacionados à ventilação mecânica →Pneumonia (PAV) ou aspiração. →Edema pulmonar, derrame pleural ou insuficiência cardíaca. →Atelectasia. →Síndrome do desconforto respiratório agudo. →Sepse ou infecção extrapulmonar. →Distensão abdominal ou síndrome compartimental. →Evento neurológico agudo. →Embolia pulmonar. →Pneumotórax. →Rolha de secreção. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SEDAÇÃO E ANALGESIA Níveis de sedação Analgesia: alívio da dor sem sedação intencional. A alteração do nível de consciência pode ocorrer por efeito adverso da droga. Sedação mínima: paciente permanece a resposta a comandos verbais com potencial alteração de coordenação e cognição, sem comprometimento ventilatório e cardiovascular. Usado em pequenos procedimentos. Analgesia e sedação moderada: o paciente mantem os olhos fechados, mas responde comandos verbais, mas somente após estímulo tátil. Não há comprometimento cardiovascular ou da proteção de vias aéreas. Analgesia e sedação profunda: depressão do nível de consciência com resposta apenas a estímulos verbais vigorosos e/ou dolorosos. Intervenção para proteção da via aérea pode ser necessária, mas o comprometimento cardiovascular é infrequente. É obrigatório manter monitorização contínua. Anestesia geral: ausência de resposta e estímulos, mesmo dolorosos e sem reflexos de proteção de vias aéreas. Necessita de suporte ventilatório e pode ter comprometimento cardiovascular dependendo da droga utilizada. Dissociação: estado de catalepsia (analgesia profunda e amnésia sem suprir a proteção de vias aéreas, respiração espontânea e estabilidade cardiopulmonar). A droga mais usada é a quetamina. Indicações e contraindicações É indicado em todo procedimento doloroso. Não tem contraindicações sólidas, mas pode-se utilizar o ASA para avaliar o risco desses pacientes – pacientes ASA III e IV apresentam riscos maiores, assim como idosos. Preparação A oferta de O2 100% é vantajoso nos pacientes, devendo-se então realizar uma pré-oxigenação para prevenir perda da reserva de oxigênio. Os pacientes com sedação devem ser monitorizados – capnografia, oximetria de pulso, cardioscopia, PA e ECG. Medicações PROPOFOL →Medicação com efeito sedativo amnésico sem atividade analgésica. →Efeitos adversos: sedação inadequada, hipoxemia, depressão respiratória, obstrução de vias aéreas, apneia, parada respiratória, instabilidade hemodinâmica, náuseas e vômitos, dor à infusão e sedação profunda. A hipotensão transitória relacionada à depressão miocárdica é uma resposta esperada, mas mais pronunciada em pacientes hipovolêmicos. →É recomendada infusão EV lenta inicial de 0,5 – 1 mg/kg, seguida de bolus adicionais de 0,5 mg/kg a cada 3-5 minutos, conforme necessário. SOS: A pré-medicação com fentanil aumenta o risco cardiovascular. ETOMIDATO →Assim como o propofol, a pré-medicação com fentanil aumenta o risco cardiovascular. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA →Recomenda-se administração EV de 0,1 – 0,15 mg/kg em 30-60s, com repetição em bolus a cada 3-5 minutos, caso necessário. →Efeitos adversos: depressão respiratória, supressão adrenal, náuseas, vômitos e mioclonias. As mioclonias são os efeitos mais graves, devendo ser tratadas com midazolan 1-2 mg EV a cada 60s até cessarem. MIDAZOLAM →É o benzodiazepínico mais usado para sedação e analgesia em procedimentos. Tem ação ansiolítica e é geralmente usado quando se deseja uma mínima sedação, com duração de efeitos mais curta. →É recomendado administração EV em 1-2 min de 0,1 – 0,15 mg/kg com repetições da mesma dose a cada 2-5 min, caso necessário. Doses repetidas se acumulam no tecido adiposo e prolongam o efeito sedativo – pacientes obesos, idosos e com disfunção hepática e renal tem maior risco. →Efeitos adversos: depressão respiratória – dose dependente. Caso a depressão seja prolongada, a droga de reversão é o flumazenil, usado na dose de 0,2 mg EV em 15 segundos, podendo repetir a mesma dose a cada minuto, por no máximo 4 doses, com dose máxima de 1mg. QUETAMINA →Droga com efeito de sedação dissociativa – efeito de transe. →Recomenda-se administração de 1-2 mg/kg EV em 1-2 minutos. Doses adicionais de 0,25 – 0,5 mg/kg a cada 5-10 minutos podem ser utilizadas. →Efeitos adversos: manifestações neuropsiquiátricas como desorientação e alucinaçõesque podem ser prevenidas com pré-medicação lenta de 0,05 mg/kg de midazolam. Apneia pode ocorrer quando a medicação é adm de forma rápida. Náuseas e vômitos podem ser prevenidos com Ondasetrona. MANEJO DA SEDAÇÃO E ANALGESIA Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ATENDIMENTO INICIAL AO POLITRAUMATIZADO Chegando na estação: 1-Boa tarde, meu nome é mateus e vou fazer seu atendimento aqui hoje. Perguntas importantes ao facilitador: 1-Como e onde ocorreu o politrauma? 2-Como paciente chegou até o atendimento? 3-Paciente perdeu a consciência durante o trauma, ou em alguma hora? AVALIAÇÃO PRIMÁRIA – ABCDE A → Avaliação das vias aéreas com restrição da mobilidade da coluna cervical. B → Ventilação e respiração. C → Circulação com controle de hemorragias. D → Avaliação neurológica. E → Exposição e controle do ambiente. A 1° passo: Avaliar a permeabilidade das vias aéreas. FALE COM O PACIENTE: Senhor, senhor, fale comigo → se o paciente responder normalmente, as vias aéreas estão pérvias. Caso paciente não fale, ou fale de maneira inadequada, avalie a presença de obstruções, corpo estranho, fraturas, secreção (deve aspirar), observar queda de língua (pode usar a cânula de guedel – nunca em paciente acordado). →Via aérea obstruída: manobras de elevação do mento, aspiração se houver secreção. →Se for necessário via aérea definitiva, a Intubação só deve ser tentada 1x, caso tenha insucesso deve ser realizada crico cirúrgica em > 12 anos e crico por punção em < 12 anos. →Sempre quando for realizado via aérea definitiva, deve-se estabilizar a cervical e retirar o colar cervical e realizar avaliação neurológica – escala de coma de Glasgow, resposta pupilar e resposta motora/sensitiva nos 4 membros. 2° passo: Colocação do colar cervical. B SOS: Se no A, o paciente já estiver com via aérea definitiva, logicamente já estará sendo ventilado. 1° passo: Inspeção – avaliar presença de turgência jugular, desvio de traqueia, exposição do tórax (verificar se está se expandindo e se a expansão é simétrica), presença de cianose. 2° passo: Ausculta, palpação e percussão da caixa torácica. →Caracterizar o murmúrio vesicular. →Na palpação verificar se o paciente tem dor e confirmar a movimentação da caixa torácica na respiração. Enquanto estarei realizando a avaliação do tórax do paciente, peço ao enfermeiro: →Oximetria de pulso no paciente. →Oxigênio suplementar em máscara não reinalante 10L/min. PNEUMOTÓRAX HIPERTENSIVO →Abolição do murmúrio vesicular unilateral. →Hipotensão. →Turgência jugular. →Dor torácica. →Taquicardia. →Hemitórax elevado sem movimentos respiratórios. →Hipoxemia. Se eu identificar PH: punção de alívio com jelco 14 + drenagem torácica com selo dágua. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA C 1° passo: Avaliação da perfusão periférica, pulsos e capacidade do paciente manter um bom nível de consciência. 2° passo: Solicitar monitorização do paciente com PA, cardioscopia e eletrocardiograma. 3° passo: Solicitar 2 acessos venosos periféricos com jelco 18 e solicitar exames laboratoriais: →HB e hematócrito. →INR. →Tipagem sanguínea – o principal. →Lactato. →Gasometria arterial. →Beta-HCG em mulheres. 4° passo: Avaliar se existem sangramentos visíveis deve realizar medidas compressivas/torniquete. 5° passo: Após avaliação e paciente hipovolêmico – pulso fino, taquicárdico, má perfusão periférica e nível de consciência prejudicado, deve-se solicitar administração de 1000m de RL aquecido. SOS: Caso após os 1000ml de solução o paciente não melhorar da hipovolemia, deve-se iniciar transfusão sanguínea → ANTES DA TRANSFUSÃO, PEDIR O RESULTADO DA TIPAGEM SANGUÍENA, CASO AINDA NÃO TENHA, SOLICITA AO BANCO DE SANGUE BOLSAS DE SANGUE O-. 6° passo: Avaliar principais pontos de hemorragia interna: tórax, abdome, retroperitônio, pelve e ossos longos. →Sempre avaliar a pelve (realizar pressão com as duas mãos na pelve da paciente – em casos de trauma pélvico a paciente vai sentir muita dor, nesses casos deve-se solicitar avaliação da paciente pela ortopedia e enquanto não recebe esse atendimento deve fixar a pelve com o lençol). →Solicitar o eFAST. →Em casos de fratura de ossos longos, deve-se realizar imobilização. 7° passo: Solicitar administração de Ácido Tranexâmico 1g EV em 10 minutos quando paciente politraumatizado apresentar PA sistólica < 90mmHg e taquicardia > 120bpm. D 1° passo: Escala de coma de Glasgow. Ponto avaliado Classificação Pontuação Abertura ocular Espontânea 4 Ao som 3 À pressão 2 Ausente 1 Resposta verbal Orientada 5 Confusa 4 Palavras 3 Sons 2 Ausente 1 Resposta motora A ordem 6 Localizadora 5 Flexão normal 4 Flexão anormal 3 Extensão 2 Ausente 1 2° passo: Avaliação pupilar. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 3° passo: Avaliar presença de déficits neurológicos focais. →Pedir que paciente levante braço, levante perna, mexa alguma parte do corpo. 4° passo: Considerar a realização de dextro em paciente com rebaixamento do nível de consciência. E 1° passo: Deve ser realizada exposição completa do paciente – lembrar de virar o paciente (mobilização em bloco – chama o enfermeiro). 2° passo: Solicitar cobertor com manta térmica para evitar o risco de hipotermia. APÓS AVALIAÇÃO PRIMÁRIA, DEVE SER SOLICITADA TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE PARA ONDE ELE POSSA RECEBER OS CUIDADOS QUE ELE PRECISA. AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Após a avaliação primária e o paciente estável, faz-se história detalhada do trauma e exame físico completo. ANAMNESE A → Alergias? M → Medicamentos em uso? P → Passado médico/prenhez? L → Líquidos e alimentos ingeridos recentemente? A → Ambiente e local/evento relacionado ao trauma. CHECK LIST DO PASSO A PASSO NO POLITRAUMA 1-Me apresento. 2-Chamo paciente e vejo se ele me responde – estou avaliando via aérea. Se ele me reponde OK, se não, ou vejo que a via está obstruída, tento melhorar e nos casos sem melhora → via aérea definitiva (posso tentar IOT 1x, se não conseguir, a escolha é crico cirúrgica em > 12 anos e por punção em < 12 anos – lembrar de fazer avaliação neurológica). 3-Colar cervical. 4- Peço oximetria de pulso e O2 10L/min em máscara não reinalante. 5- Avaliação completa do tórax. 6- Pesquisar sinais de choque (avaliar perfusão periférica, pulsos, consciência). 7-Peço monitorização de PA, cardioscopia e ECG. 8-Solicito 2 acessos venosos periféricos com jelco 18 + solicitação de laboratório. 9- Se paciente tiver sangramento visível – estancar. 10- Se depois de avaliar, perceber que paciente tem sinais de hipovolemia/choque → administro 1000ml de solução isotônica aquecida, se não melhorar, inicia transfusão sanguínea (sempre pede a tipagem antes de botar o sangue – se não tiver a tipagem, pede sangue O-). 11- Avaliar locais mais comuns de sangramento interno (tórax, pelve, ossos longos). 12- Se tiver instabilidade pélvica → estabiliza com lençol. 13- Administra Transamin 1g IV se PAS < 90 e > 120 bpm. 14- Escala de coma de Glasgow + avaliação pupilar + presença de déficits neurológicos focais. 15- Exposição total do paciente + manta térmica para evitar hipotermia. 16-Transferir o paciente. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SEPSE Sepse = Presençade infecção suspeita ou confirmada associada com uma alteração aguda no escore SOFA de 2 ou mais pontos. Choque séptico = sepse associada necessidade de vasopressor para manter PAM > 65 e lactato > 18 na ausência de hipovolemia. Principais etiologias Clínica Pneumonia Tosse, dispneia ITU Disúria, urgência, dor suprapúbica, dor em flancos. Infecção de pele Hiperemia, dor local, secreção purulenta. Infecção gastrointestinal Diarreia, sangue/muco nas fezes. Infecção de articulações Hiperemia, dor local, bloqueio articular. Infecção de cateteres e dispositivos Tunelite, saída de secreção purulenta ostial Infecção do sítio cirúrgico Hiperemia de ferida operatória, saída de secreção purulenta. O QUE ESPERAR DO PACIENTE COM SEPSE? →Taquicardia (> 90bpm), febre ( ou < 36°C), taquipneia (> 20 irpm) e leucocitose geralmente estão presentes e com a evolução, sinais de choque podem estar presentes (pele fria, cianose, diminuição do enchimento capilar, livedos, alteração do estado mental, oligúria ou anúria). SOS: Sempre buscar o foco de infecção do paciente. EXAMES COMPLEMENTARES Assim como a clínica, o laboratório é bem inespecífico, mas devem ser coletados exames laboratoriais: →Lactato. →Hemograma completo (Contagem de leucócitos). →PCR. →Ureia e creatinina. →TP e TTPA. →Bilirrubina total. →Glicemia. →Gasometria arterial. COMO EU FAÇO O DIAGNÓSTICO DE SEPSE? O diagnóstico de SEPSE é dado quando o paciente tem aumento de 2 ou mais pontos no escore SOFA. →Na emergência, outro escore pode ser usado para identificar disfunções orgânicas e predizer risco de mortalidade, mas não pode ser usado no diagnóstico. É o qSOFA com 2 ou mais pontos. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA qSOFA Sistema Escore FR > 22/min 1 Alteração no nível de consciência 1 PA sistólica < 100mmHg 1 FAÇO O QUE AGORA COM O PACIENTE EM SEPSE? 1° passo: Desconfiei de infecção? Faço o escore SOFA, para primeiro diagnosticar a sepse. Paciente com escore igual ou > 2 = sepse e aSOFA > 2 (disfunção orgânica). 2° passo: Avaliação inicial do paciente. Os pontos mais importantes são avaliar se o paciente está hemodinamicamente estável ou instável: →Avaliação da PA e avaliar PA média. →Avaliar sinais de má perfusão: pele fria, pálida e pegajosa, aumento do tempo de enchimento capilar, presença de livedos, cianose, estado mental alterado e oligúria. Independentemente de como o paciente está, o tratamento dele deve ser o mais rápido possível = PACOTE DE 1 HORA. PACIENTE HEMODINAMICAMENTE ESTÁVEL? 1° passo: Levar paciente para sala de emergência. 2° passo: Monitorização – PA, cardioscopia, ECG, oximetria de pulso. 3° passo: Solicitar acesso venoso e coleta de exames laboratoriais. 4° passo: Investigar o foco de infecção. 5° passo: Iniciar ATB. Paciente teve melhora clínica e hemodinâmica? Manter internação, monitorização e continuar tratamento. Paciente piorou clinicamente ou hemodinamicamente? Seguir protocolo de paciente hemodinamicamente instável. PACIENTE HEMODINAMICAMENTE INSTÁVEL? 1° passo: Levar paciente para sala de emergência. 2° passo: Monitorização – PA, cardioscopia, ECG, oximetria de pulso. 3° passo: Solicitar acesso venoso e coleta de exames laboratoriais. 4° passo: Investigar foco de infecção. 5° passo: Iniciar ATB. 6° passo: Iniciar reposição volêmica – Ringer Lactato 30 ml/kg em 30 min. 7° passo: Paciente não melhorou – pode fazer Ringer Lactato novamente. Paciente teve melhora clínica e hemodinâmica? Manter internação, monitorização e continuar tratamento com ATB. Após reposição volêmica paciente mantêm PAM < 65 mmHg? 1° passo: Para fazer vasopressor, paciente necessita de UTI. 2° passo: Iniciar vasopressor – 1° opção: Noradrenalina, 2° opção: Adrenalina, 3° opção: Vasopressina, 4° opção: Dobutamina. 3° passo: Avaliar se paciente melhorou com vasopressor – se houver melhora, manter tratamento. Se não houver melhora, considerar 2° vasopressor. 4° passo: Avaliar melhora hemodinâmica com 2° vasopressor. Se não houver melhora, considerar Hidrocortisona 50mg EV 6/6 h. CONDIDERAÇÕES SECUNDÁRIAS →Glicemia sérica deve ser mantida < 180 mg/dL. →Se paciente necessitar de intubação, Midazolam, fentanil e propofol devem ser evitados. Quetamina e etomidato são boas opções. →Transfusão de hemácias deve ser reservado para paciente em HB < 7 g/dl. →Profilaxia para úlcera de estresse em paciente em ventilação mecânica > 48hrs, coagulopatia ou choque – Ranitidina 50mg EV 8/8hrs. →Profilaxia de TVP em paciente com disfunção orgânica – Enoxaparina 40mg SC 1x/dia. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS Urgência hipertensiva = elevação acentuada da PA sintomática, sem lesão aguda ou disfunção iminente de órgão-alvo, mas paciente já teve lesão prévia. Emergência hipertensiva = PAS > 180mmHg e PAD > 120mmHg com lesão aguda ou piora de lesão crônica de órgão-alvo. As principais lesões são edema agudo de pulmão e AVE. PACIENTE CHEGA PRA MIM COM CRISE HIPERTENSIVA, FAÇO O QUE? 1° passo: PA deve ser aferida nos 2 membros com mínimo de 3 medidas. 2° passo: Deve coletar rapidamente informações sobre a PA do paciente e sobre situações que possam desencadear aumento da PA – ansiedade, dor, sal, comorbidades, uso de anti-hipertensivos (perguntar as doses e a adesão), drogas que possam aumentar a PA (AINEs, corticoides, álcool), drogas ilícitas. 3° passo: O ponto mais importante é chegar a presença de lesão de órgão-alvo. →Realizar fundoscopia para avaliar retinopatia hipertensiva. →Avaliação neurológica para avaliar encefalopatia hipertensiva. →Checar funções renais. →Avaliar sistema cardiovascular. PEÇO QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES? Exames complementares só são solicitados na suspeita de Emergência Hipertensiva. 1° passo: Exames pedidos para todos → Hemograma completo, Ureia e Creatinina, Eletrólitos, Urina EAS, Marcadores de Hemólise (bilirrubina, haptoglobina, LDH, pesquisa de esquizócitos). 2° passo: Se paciente tem suspeita de síndrome coronariana aguda (marcadores de necrose miocárdica), se paciente tem suspeita de edema agudo de pulmão (BNP), se paciente tem suspeita de dissecção de aorta (considerar dosagem de D- dímero). E EXAMES DE IMAGEM? ECG e RX tórax → Solicitado em paciente com dor torácica e suspeita de edema agudo de pulmão. TC ou RM de crânio → Solicitado em pacientes com sintomas neurológicos e suspeita de AVE. TC tórax → Padrão-ouro no diagnóstico de dissecção aguda de aorta. RESUMINDO, COMO FAÇO A INVESTIGAÇÃO DE LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO NAS EMERGÊNCIAS HIPERTENSIVAS? Sistema Cardiovascular Clínica: dor ou desconforto no tórax, abdome ou dorso, dispneia, fadiga e tosse. Exame físico: FC, ritmo, alterações de pulso, sopros cardíacos, congestão pulmonar, abdominal e periférica. Exames complementares: ECG, monitorização, RX tórax, ecocardiograma, marcadores de necrose miocárdica. Sistema Nervoso Clínica: tontura, cefaleia, alteração visual, auditiva ou de fala, déficit de consciência, agitação, déficits focais, rigidez de nuca. Exames complementares: TC, RM e punção lombar. Fundoscopia: papiledema, hemorragias, exsudatos, vasoespasmos. US de nervo óptico: Investigação de hipertensão intracraniana. Sistema Renal e Geniturinário Clínica: alterações no volume e frequência miccional ou aspecto da urina, hematúria, edema, desidratação, massas e sopros abdominais. Exames complementares: Urina EAS, creatinina,ureia e eletrólitos. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA QUAL O PRINCIPAL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL QUE DEVO EXCLUIR? Pseudocrises hipertensivas → paciente se apresenta com elevação da PA, associado a dor anginosa atípica, estresse psicológico ou crises de pânico. Devo tratar esse paciente com ambiente de repouso tranquilo, analgésicos e tranquilizantes – não dá anti-hipertensivo. EXCLUI QUE MEU PACIENTE TEM LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO, E AI? Se trata então de uma urgência hipertensiva. 1° passo: Verificar se paciente já tinha o diagnóstico de HAS e como é o tratamento dele. Se paciente já faz tratamento ambulatorial, deve-se reforçar a importância do uso da medicação e retomar o uso do medicamento. 2° passo: Se paciente tem alto risco cardiovascular, pode utilizar medicação na urgência. →Captopril 6,25 – 12,5mg ou Clonidina 0,2mg ou Hidralazina 12,5 – 25mg VIA ORAL. 3° passo: Encaminhar paciente brevemente para ambulatório. MEU PACIENTE TEM LESÃO DE ÓRGÃO-ALVO, E AI? Se trata então de uma emergência hipertensiva. 1° passo: Todo paciente com emergência deve ser internado em UTI e a medicação é sempre EV. 2° passo: As emergências hipertensivas são divididas de acordo com a sua lesão de órgão-alvo. ENCEFALOPATIA HIPERTENSIVA Presença de sinais e sintomas neurológicos associados à elevação da PA → paciente pode apresentar cefaleia, náuseas, vômitos, convulsões, confusão mental, letargia, coma, alterações visuais. →Tem como característica a melhora após baixar a PA. Exame físico: alterações do nível de consciência. A fundoscopia é feita e pode demonstrar sinais indiretos de hipertensão intracraniana – papiledema, hemorragia retiniana e exsudatos. Diagnóstico: É de exclusão – deve-se descartar causas de alteração neurológica. Deve-se solicitar TC de crânio e eletrólitos para descartar causas metabólicas. Tratamento: Objetivo de baixar 10-15% da PAM na 1° hora e reduzir no máximo 25% nas primeiras 24 hrs. →Droga de escolha: Nitroprussiato de Sódio 0,25-10 ug/kg/min EV em infusão contínua. →Após melhora do quadro e controle da PA, deve-se trocar a terapia EV por VO – a medicação via oral pode ser Captopril (IECA) ou Anlodipino (BCC). EDEMA AGUDO DE PULMÃO Edema agudo de pulmão hipertensivo é caracterizado por congestão pulmonar, hipertensão e insuficiência respiratória aguda. Clínica: Dispneia, intolerância aos esforços, ortopneia, tosse e fadiga. Exame físico: Pode se apresentar em insuficiência respiratória aguda. Diagnóstico: O diagnóstico é clinico, mas pode ser solicitado RX tórax (evidência de congestão) e dosagem de BNP. Tratamento: Objetivo de baixar agressivamente 25% da PA nas primeiras horas. →Droga de escolha: Nitroprussiato de Sódio 0,25-10 ug/kg/min EV em infusão contínua + Furosemida EV. →Em pacientes em insuficiência respiratória aguda – ventilação não invasiva (CPAP) – é a prioridade. DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA Caracterizado por dor torácica intensa de início súbito, sudorese, palidez, síncope, assimetria de pulso e de PA e novo sopro aórtico. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Tratamento: Controle rápido da PA com alvo de PAS < 120mmHg e FC < 60bpm. →Droga de escolha: Metoprolol 5mg EV em bolus. →Se após o uso do betabloqueador a FC estiver no alvo mas a PA continuar elevada, deve-se usar Nitroprussiato de Sódio. CHECK LIST DO PASSO A PASSO NA CRISE HIPERTENSIVA 1° passo: Me apresentar, bom dia senhor meu nome é Mateus e eu irei fazer seu atendimento hoje. 2° passo: Aferir a PA do paciente nos 2 membros e no mínimo 3 medidas. 3° passo: PAS > 180 e/ou PAD > 120 mmHg, e agora? 4° passo: Buscar lesões de órgão-alvo e diagnósticos diferenciais (pseudocrise hipertensiva). 5° passo: No caso do paciente não apresentar lesão alvo se trata de uma urgência hipertensiva – deve orientar sobre o tratamento ambulatorial, acalmar o paciente e as vezes só assim ele já melhora. Nos casos de paciente com risco cardiovascular pode fazer medicação VIA ORAL → Captopril ou Clonidina ou Hidralazina e mandar ele procurar ambulatório. 6° passo: Meu paciente tem lesão de órgão alvo – primeiro ele deve ser internado, monitorizado e solicitado acesso venoso periférico. O tratamento dos casos de emergência hipertensiva é de acordo com a lesão alvo que o paciente apresenta. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA TAQUIARRITMIAS Taquicardias = alterações no ritmo cardíaco caracterizadas por FC > 100bpm. COMO MEU PACIENTE CHEGA PARA MIM? Os pacientes com taquiarritmia não apresentam uma clínica específica, podendo se apresentar com: 1- Mal-estar inespecífico. 2- Dor torácica. 3- Dispneia. 4- Palpitações. 5- Alterações do nível de consciência. 6- Hipotensão. O QUE DEVO FOCAR NA ANAMNESE? 1° passo: Investigar histórico de dispneia, síncope, precordialgia, tontura ou episódios de confusão mental. 2° passo: Se paciente apresentar palpitações – descrever duração, início, percepção do paciente e se tem sintomas associados. 3° passo: Investigar se paciente tem histórico de arritmias (tipo e tratamento), histórico de outras cardiopatias, doenças respiratórias e endocrinopatias, e se paciente tem fatores de risco para distúrbios eletrolíticos (nefropatias, anorexia, má absorção intestinal). 4° passo: Investigar medicações em uso. O QUE DEVO FOCAR NO EXAME FÍSICO INICIAL? 1° passo: Buscar sinais de palidez, cianose ou confusão mental. 2° passo: Examinar o pulso – identificar FC e se o pulso é regular ou irregular. 3° passo: Buscar se há pulsação na fúrcula. 4° passo: PA nos 2 membros. 5° passo: Na ausculta cardíaca avaliar presença de B3 ou B4, atrito pericárdico ou abafamento de bulhas. 6° passo: Avaliar edema assimétrico de membros inferiores. 7° passo: Avaliar sinais de hipertireoidismo. QUAIS EXAMES COMPLEMENTARES QUE DEVO PEDIR? 1° passo: ECG – realizado de preferência com paciente sintomático. O ECG pode dar o diagnóstico da taquiarritmia, mas também pode dar evidências de alguns mecanismos desencadeantes: →Taquicardia sinusal: sugere hipertireoidismo ou mecanismo de resposta a infecções graves. →Presença de S1Q3T3: sugere sobrecarga de ventrículo direito. →Taquicardia atrial multifocal: sugere DPOC avançada. 2° passo: Dependendo da clínica de outros diagnósticos diferenciais, outros exames podem ser solicitados – hemograma, eletrólitos, função renal, bilirrubinas, marcadores de necrose miocárdica, angiotomografia de tórax, entre outros. COMO EU IDENTIFICO A TAQUIARRITMIA? 1° passo: identificar taquicardia = FC > 100bpm. 2° passo: avaliar a regularidade do complexo QRS. →Taquicardia com QRS estreito: taquicardia supraventricular. →Taquicardia com QRS alargado: taquicardia ventricular. TAQUICARDIAS PAROXÍSTICAS SUPRAVENTRICULARES Taquicardia sinusal →Nem sempre representa uma condição patológica – pode ser apropriada para alguma condição clínica do paciente. →Fatores desencadeantes: febre, hipertireoidismo, desidratação, hipotensão, choque, TEP, ansiedade, atividade física, medicamentos, síndrome postural ortostática taquicardizante, drogas de abuso. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Características no ECG: →FC > 100bpm. →Onda P presente e com orientação normal.→Intervalo PR normal (< 200ms) e sempre igual. →QRS em geral estreito. →RR regular. →PR longo. Fibrilação atrial Características no ECG: →Ausência de onda P. →Presença de ondas irregulares, denominadas ondas F. →QRS estreito. →RR irregular. Flutter atrial →Principais condições associadas: DPOC, ICC, doença valvar mitral, pós- operatório de cirurgia cardíaca, hipertireoidismo, doença do nódulo sinusal, miocardite, percicardite. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Características no ECG: →Frequência atrial > 250bpm (geralmente 300bpm), observada pela frequência das ondas F. →Ausência de uma linha isoelétrica entre as ondas F – pode dar aspecto de cerrote. →FC costuma ser > 150bpm. →QRS estreito – a não ser em caso de bloqueio de ramo associado. Taquicardia juncional Características no ECG: →FC entre 60-120. →Ritmo juncional (QRS estreito, sem onda P precedente). →RR regular na maior parte do traçado. →Dissociação entre as ondas P e os complexos QRS. Taquicardia supraventricular paroxística →Principal paciente acometido: mulheres jovens. Características no ECG: →FC entre 120-220bpm. →Início e término súbito. O início geralmente sucede uma extrassístole atrial. →Complexo QRS estreito na maioria dos casos. →RR regular. →Sem onda P aparente, ou com pseudo-S (em D2, D3 e aVF) e pseudo-R (em V1). Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Taquicardia atrial Características no ECG: →Frequência atrial entre 100 – 250bpm. →FC igual à frequência atrial. →QRS estreito. Taquicardia atrial multifocal Características no ECG: →Frequência atrial > 100bpm, geralmente mantendo-se entre 100-150 bpm. →Presença de pelo menos 3 morfologias diferentes de onda P na mesma derivação (essas ondas P costumam ser mais bem vistas em D2, D3 e V1). →Variabilidade dos intervalos PR, P-P e R-R (irregular). Síndrome de Wolff Parkinson White Características no ECG: →Intervalo PR curto. →Presença de Ondas Delta (como se fosse uma rampinha no QRS). Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA E AGR? FAÇO O QUE? 1° passo: paciente com taquiarritmia deve ser monitorizado em sala de emergência – cardioscopia, ECG de 12 derivações, oximetria de pulso, PA, acesso venoso periférico. PASSO A PASSO NA TAQUISUPRA 1° passo: Identificar no ECG a taquicardia (> 100bpm) e avaliar o QRS – taquicardia com QRS estreito fala mais a favor de taquicardia supraventricular. 2° passo: Avaliar se o paciente está estável ou com sinais de instabilidade secundária à taquicardia = dor torácica, dispneia, síncope, hipotensão ou rebaixamento de consciência. 3° passo: Paciente instável = cardioversão elétrica SINCRONIZADA. 4° passo: Paciente estável = a primeira coisa a ser avaliada é o intervalo RR. →RR irregular = fibrilação atrial, flutter atrial com BAV variável ou taquicardia atrial multifocal. →RR regular = realizar manobras vagais. Compressão dos seios carotídeos → comprimir continuamente 1 das carótidas, na região do ângulo da mandíbula, por pelo menos 10s. Deve-se auscultar a artéria antes do procedimento e, se houver presença de sopro, a manobra é contraindicada. Manobra de valsalva → solicitar ao paciente que faça uma contração abdominal sustentada, assoprando uma seringa vazia de 20ml, tentando movimentar o êmbolo. Manobra de valsalva modificada → Solicitar que o paciente faça a manobra de valsava por 15s, mas sentado à 45°. Depois abaixa-se a cabeceira para 0°, elevando os membros do paciente passivamente à 45° por mais 15s. 5° passo: Se após as manobras vagais o paciente não houver melhora (reversão do ritmo sinusal), é adm Adenosina 6mg EV com 20ml de soro fisiológico. Deve falar pro paciente que ele pode sentir uma sensação de morte. 6° passo: Caso haja reversão do ritmo = sugere taquicardia de reentrada nodal, taquicardia atrioventricular ou distúrbios de base. 7° passo: Caso não haja reversão do ritmo = sugere flutter atrial, taquicardia atrial, taquicardia juncional ou taquicardia sinusal, sendo indicado controle da FC com drogas específicas: →Metoprolol 5mg, EV, lentamente (pode ser repetido até a dose máxima de 15mg). →Diltiazem 0,15 mg/kg, EV, diluído em SF 0,9% em 15 min. Pacientes com fibrilação atrial ou flutter tem risco maior de formação de trombos – a conduta diante de paciente com fibrilação atrial ou flutter é: 1- Paciente estável hemodinamicamente com flutter de aparecimento recente (< 48hrs): →Cardioversão elétrica sincronizada. →Cardioversão farmacológica: Amiodarona EV. 2- Paciente estável hemodinamicamente e flutter com > 48hrs ou de data indeterminada: →Cardioversão elétrica sincronizada somente se ECG transesofágico não mostrar trombo atrial, seguida de anticoagulação por 4 semanas. →Anticoagulação efetiva por 3 semanas, seguida de cardioversão elétrica sincronizada, seguida de anticoagulação por mais 4 semanas. →Controle da FC por tempo indeterminado – Verapamil ou Diltiazem. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA TAQUICARDIAS VENTRICULARES →São menos frequentes que as taquisupra, mas são mais graves. →Comumente estão associadas a miocardiopatias (dilatada, hipertrófica, doença de chagas, estenose aórtica) e é importante complicação de IAM. Taquicardia ventricular monomórfica Características no ECG: →FC > 150. →QRS alargado e aberrante. →Morfologia do QRS se repete precisamente em cada derivação. →RR regular. SOS: Para falar que é sustentada ela tem duração >30s ou quando causa instabilidade independente do tempo de duração. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Taquicardia ventricular polimórfica Características no ECG: →FC geralmente > 200bpm. →QRS alargado (> 120ms) e aberrante. →Morfologia do QRS varia significativamente em cada derivação. →Dissociação entre ondas P e complexo QRS. →RR regular. Torsades de points = tipo de TV polimórfica onde há alternância da polaridade e da amplitude do complexo QRS, como se as pontas do traçado fossem torcidas. Pode ser causada por medicamentos, distúrbios hidroeletrolíticos, síndrome do QT longo congênito. E AGR? FAÇO O QUE? 1° passo: Paciente levado para sala de emergência e monitorização completa = risco de evolução para parada cardiorrespiratória. 2° passo: Taquicardia ventricular monomórfica com pulso = cardioversão elétrica sincronizada. Nas TV monomórficas com RR regular, pode-se tentar Adenosina 6mg antes da cardioversão – caso não haja melhora, prosseguir com a cardioversão elétrica ou química com uso de Amiodarona. 3° passo: Taquicardia ventricular polimórfica com QT prolongado = desfibrilação sem sincronização + Sulfato de magnésio 2g, EV, em 15 minutos. Após o retorno para o ritmo sinusal, se FC < 100bpm, é recomendado passagem de marca-passo. A TV pode se confundir com taquisupra com condução anormal – assim, pode-se usar os critérios de Brugada, onde 1 resposta sim já define como TV: 1- Ausência de onda RS em todas as precordiais (derivações todas negativas ou todas positivas?)? 2- Intervalo RS maior que 100ms em pelo menos 1 derivação? 3- Dissociação atrioventricular presente? 4- Critérios morfológicos de TV? Forma simples – se melhora com adenosina é taquisupra aberrante. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIAECGs do monitor: Taquicardia sinusal →É uma taquicardia = > 100bpm. →Onda p presente e igual na mesma derivação, comandando um QRS. →QRS estreito. →RR regular. Fibrilação atrial →RR irregularmente irregular. →QRS estreito, sem ter uma onda p identificável comandando o QRS. →Onda P não definida – não consegue identificar. →FC irregular – fica alternando. Taquicardia atrial paroxística →Onda P invertida na maioria das vezes. →RR regular. SOS: Lembrar que quando se tratar de uma taquicardia atrial multifocal as ondas P estarão morfologicamente diferentes nas derivações (pelo menos 3). Professor falou que não tem no monitor deles. Wolff Parkinson White Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA →É uma taquicardia supraventricular. →Onda P presente e morfologicamente em todas as derivações. →QRS estreito. →Início do QRS meio estranho – parece ter uma rampa = onda delta. →Não tem intervalo PR. Flutter atrial →Dá a aparência que tem várias ondas P = ondas F. →Aspecto de serrote comandando um QRS estreito. →RR regular. Taquicardia ventricular →Ausência de onda P. →QRS alargado. →Diante de um ECG com ausência de onda P e QRS alagado temos 2 opções – taquicardia ventricular ou taquicardia supraventricular com condução aberrante, para tirar a dúvida deve-se fazer Adenosina 6mg, se no ECG houver resposta (afinamento do QRS) muito provavelmente se trata de uma taquicardia supraventricular aberrante, se não responder é uma taqui ventricular. Taquicardia supraventricular paroxística →Ausência de onda P. →QRS estreito que se governa (não é comandado por onda P). →RR regular. Diante de um quadro desse, a primeira resposta é saber que é uma taquisupra paroxística, a segunda resposta é saber se o paciente está estável ou instável. Se o paciente estiver estável – manobras vagais, se não responder, Adenosina. Se o paciente estiver instável deve fazer cardioversão elétrica sincronizada. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA BRADICARDIAS Bradicardia = FC < 60bpm. →A bradicardia é considerada patológica somente quando há repercussões hemodinâmicas no paciente. COMO O PACIENTE PODE CHEGAR NO PS? →Geralmente a bradicardia só é sintomática quando a FC < 50bpm. Paciente pode char com queixa de confusão mental, síncope, pré-sincope, fraqueza inespecífica, dispneia ou dor torácica. EM QUE DEVO FAZER? 1° passo: Boa tarde, meu nome é mateus e vou fazer seu atendimento hoje. 2° passo: Realizar história detalhada sobre uso de medicamentos, disfunção de algum sistema ou intervenção cardíaca prévia. 3° passo: Exame físico – palpação de pulsos, aferir PA, avaliação de perfusão periférica, ausculta cardíaca e exame neurológico. 4° passo: Monitorização da paciente – cardioscopia, PA, oxímetro, ECG e acesso venoso periférico. QUAIS EXAMES PEDIR? 1° passo: ECG de 12 derivações – exame principal. 2° passo: Outros exames – ureia, creatinina, gasometria, troponina, T4L, TSH. Esses exames devem ser pedidos de acordo com a suspeita clínica. ECG PRONTO, E AGORA? 1° passo: Identificar a bradicardia – FC < 60bpm. BRADICARDIA SINUSAL Características no ECG: →Onda P presente e comandando complexo QRS. →FC < 60bpm. BRADICARDIA ATRIAL Características no ECG: →QRS estreito (idêntico ao ritmo sinusal). →FC entre 40-60 bpm. →3 ou mais morfologias de onda P diferentes na mesma derivação. BRADICARDIA JUNCIONAL Características no ECG: →QRS estreito (igual ao do ritmo sinusal). →FC entre 40-60. →Pode ou não aparecer onda P retrógrada, negativa em D2 e colada ao QRS (logo antes ou logo depois). Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR 1° GRAU Características no ECG: →Presença de onda P comandando um QRS. →FC normal. →PR > 200ms (ou 0,2s). →Atrasa, atrasa, mas não falta. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR 2° GRAU MOBITZ I Características no ECG: →Aumento progressivo do PR até que tem onda P bloqueada (sem QRS). →Mobitz I quando o intervalo PR que precede a onda P bloqueada é maior que o intervalo posterior ao bloqueio = atrasa, atrasa, falta e chega mais cedo. Diante de um BAV 2° grau Mobitz I, se sintomático e transitório deve ser tratado com Atropina 0,5-1 mg EV (máximo de 3mg). Só está indicado o marca-passo se a bradicardia for refratária. Outro ponto é que tanto o BAV 1° grau quanto o BAV 2° grau Mobitz I estão muito associados à fase aguda do IAM de parede inferior. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR 2° GRAU MOBITZ II Características no ECG: →Ocorre subitamente onda P bloqueada, sem o aumento prévio do intervalo PR – da nada falta, se preocupe (YANONA). →Intervalos PR antes da P bloqueada = intervalos PR depois da onda P bloqueada. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Diante de um caso de BAV 2° grau Mobitz II, caso não haja uma causa reversível associada (isquemia, distúrbio eletrolítico, uso de medicações) é indicado a implantação de marca-passo definitivo, independente do estado hemodinâmico. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR 3° GRAU Características no ECG: →Completa dissociação entre a onda P e o complexo QRS – onda P pode estar em várias posições em relação ao QRS (a putona da cardio). →Intervalos PP e RR regulares. →O escape pode ser juncional (QRS estreito e FC > 40bpm) ou ventricular (QRS alargado e FC < 40bpm). Diante de um caso de BAVT a conduta é encaminhar para implantação de marca- passo definitivo. →Lembrando que o BAV 1° grau e 2° grau Mobitz I geralmente não são sintomáticos, sendo chamados de benignos, os malignos que são BAV 2° grau Mobitz 2 e BAVT geralmente são sintomáticos – então paciente pode se apresentar com pré-sincope, síncope e sinais de insuficiência cardíaca (cansaço, dispneia, ortopneia). OLHEI OS ECGs, DEVO PENSAR EM QUAIS DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS PARA BRADICARDIA? 1- Bradicardia do atleta – bradicardia sinusal na maioria das vezes. 2- Uso de medicamentos: Betabloqueadores, BCC (diltiazem, verapamil), Digoxina, Antiarritmicos (amiodarona, propafenona, procainamida), antidepressivos tricíclicos, Lítio. 3- Distúrbios eletrolíticos – principalmente hipercalemia e hipercalcemia. 4- Hipoxemia. 5- Hipertensão intracraniana. 6- Reflexo vagal – pós-prandial, durante vômitos, tosse intensa. 7- Isquemia miocárdica. 8- Doenças degenerativas do sistema de condução – Lenegree é comum cursar com BAVT em pacientes idosos. JÁ OLHEI OS ECGs, EXCLUI DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS, FAÇO O QUE AGORA? 1° passo: Monitorização do paciente (cardioscopia, PA, oximetria, ECG), suplementação de O2 se hipoxemia e acesso venoso. 2° passo: Paciente está estável ou instável? Se paciente estável, deve ser feita monitorização apenas e aguardar avaliação de especialista. 3° passo: Paciente instável? Rebaixamento do nível de consciência, angina, síncope, hipotensão e sinais de choque. Se sim, seguir protocolo de instabilidade. PACIENTE INSTÁVEL 1° passo: Monitorização, avaliação dos sinais vitais, avaliação do nível de consciência, solicitação de exames laboratoriais, acesso venoso central. 2° passo: Iniciar Atropina 0,5mg EV de 3/3 min (máximo 3mg – posso repetir então no máximo 6 vezes). 3° passo: Caso paciente não melhore com a atropina, solicitar marca-passo transcutâneo. Uma alternativa pro marca-passo transcutâneo (avisar pro paciente que vai ficar disparandocarga elétrica e que ele vai sentir dor) caso não tenha é Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA uso de Dopamina (2-10 ug/kg/min) ou Adrenalina (2-10 ug/min) com solução diluída em bomba de infusão. 4° passo: Após instalação do marca-passo transcutâneo deve solicitar e preparar marca-passo transvenoso. 5° passo: Chamar avaliação da cardiologia. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DOR TORÁCICA A avaliação do paciente com dor torácica deve ser feita nos seguintes moldes: Atendimento em sala de emergência + monitorização →Monitorização: cardioscopia, oximetria de pulso, ECG, PA e 2 acessos venosos periféricos calibrosos. →Deve ser solicitado dosagem de troponina na chegada do paciente e após 3 horas. TROPONINA → Valores normais: 2-6. →Os valores da enzima só começam a aumentar após 2 horas do início da isquemia. →Os valores máximos da enzima são encontrados 24-48h após o evento isquêmico. →O retorno aos níveis basais é esperado em 5-14 dias. Lembrando que a troponina é sensível, mas não específica, onde outras coisas podem elevar a dosagem da enzima → clínica é soberana. →Suporte de O2 caso saturação esteja < 90%. Anamnese + exame físico focado →Caracterizar a dor do paciente (localização, intensidade, irradiação, associação com esforços ou outros). →PA nos 4 membros. →Propedêutica torácica – testar a dor à palpação torácica. →Pesquisa de sinais neurológicos focais – pede pro paciente falar, levantar membros, avalia pupila. Realização de ECG em até 2 minutos da entrada do paciente e em até 10 minutos o ECG deve ser avaliado por médico. →O ECG é o exame que dá o diagnóstico de infarto. Um exame normal não exclui o diagnóstico, mas ele compatível com a clínica pode fechar o diagnóstico. FLUXOGRAMA DE ATENDIMENTO AO PACIENTE COM DOR TORÁCICA OU EQUIVALENTE ANGINOSO Paciente estável? Não → monitorização completa + acesso venoso + suporte de O2 + ABCDE (manejo de atendimento ao paciente grave). Após estabilização proceder o mesmo atendimento do paciente estável. Sim → anamnese + exame físico focado e realização de ECG, raio-x de tórax, dosagem de enzimas cardíacas. Avaliar o paciente para as principais causas de dor torácica. • DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS DE DOR TORÁCICA Síndrome coronariana aguda →Diagnóstico mais prevalente de dor torácica. →SCA pode se apresentar por: angina estável, angina instável, IAM com supra de ST e IAM sem supra de ST. Ponto peculiar é que quase 50% dos pacientes com a SCA não tem dor torácica ou outros equivalentes anginosos – certamente querem me prejudicar. Os principais fatores de risco para SCA são HAS, tabagismo, DM, dislipidemias e histórico familiar positivo. DOR TORÁCICA TÍPICA: Dor em caráter de queimação ou aperto localizada em região retroesternal ou precordial, com irradiação para ombro e face medial do braço esquerdo de duração maior que 10 min, tendo média de 10-20 minutos. EQUIVALENTES ANGINOSOS: Dispneia, náuseas, vômitos, hipotensão e síncope. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ELETROCARDIOGRAMA O exame quando alterado dá o diagnóstico, mas normal não exclui doença. Ele dá pistas para alterações isquêmicas que sugerem infarto oclusivo (supra de ST é a principal alteração) ou não oclusivo. IAM com supra de ST = elevação de 1mm do ponto J em 2 derivações consecutivas. Bloqueio de ramo esquerdo é equivalente a supra de ST no IAM. IAM sem supra ou na angina instável, a isquemia leve pode se manifestar com ondas T altas e apiculadas. FLUXOGRAMA DE ANÁLISE DO ECG NA SCA 1-ECG sem alterações, mas paciente com clínica compatível deve-se analisar troponina → Angina instável paciente tem ECG e enzima normal, já no IAM sem supra o paciente pode ter ECG normal mas enzima alterada. A conduta é igual nos 2 casos. 2-ECG apresentando supra de ST ou BRE em paciente com clínica compatível – já pode fechar o diagnóstico de IAM. Sempre analisar a parede acometida. Síndromes aórticas agudas A principal clínica da dissecção de aorta é a dor torácica, geralmente a dor irradia para a região posterior do abdome, com intensidade máxima desde o início, com caráter lancinante ou em pontadas, descrita com sensação de rasgão com irradiação para região dorsal. Além da dor, o paciente normalmente se associa com elevação da PA e no exame físico com assimetria de pulsos e PA entre os membros. Déficit de pulso unilateral das artérias carótidas, radiais ou femorais é sugestivo de dissecção aórtica. O déficit neurológico focal é raro sozinho, mas dor torácica + déficit focal aumenta a probabilidade. Os sintomas secundários da dissecção aórtica resultam de oclusões dos ramos arterial e incluem IAM, AVE ou isquemia de membros. Exames que podem ser solicitados são Rx-tórax, ECG e D-dímero. Ambos os exames podem estar normais, não descartando a doença. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA SEM SUPRA DE ST Os 2 diagnósticos que podem ocorrer são IAM sem supra ou angina instável. No IAM sem supra, o principal mecanismo fisiopatológico é a erosão ou rompimento de placa aterosclerótica que leva ao quadro de isquemia. Na angina instável, o mecanismo é um desequilíbrio entre oferta e demanda, ocasionando sintomas, mas não o suficiente para causar necrose. IAM: Sintomas compatíveis com isquemia, curva de aumento ou diminuição da troponina, alterações de seguimento ST ou BRE ou ondas Q patológicas no ECG. Fatores de risco: →Idade (homens > 55 e mulheres > 65 anos). →Tabagismo. →Dislipidemias. →DM. →Histórico familiar positivo. →HAS. APRESENTAÇÃO DO PACIENTE Angina instável: se apresenta com angina pectoris ou equivalentes anginosos e tem pelo menos 1 das características → dor em repouso (ou esforços mínimos), duração de 20min caso não seja interrompida por nitrado, dor franca e dor em crescendo (vai sempre piorando e iniciando sempre com menos esforços). Equivalentes anginosos → dor epigástrica, dispepsia, dispneia, náuseas e vômitos, sudorese, hipotensão e síncope. Pacientes idosos, mulheres e DM com insuficiência renal são pacientes que geralmente se apresentam com os equivalentes anginosos. IAM sem supra de ST: paciente se apresenta com dor prolongada em repouso, angina de início recente com limitação na realização de atividades ou completa incapacidade, paciente pode se apresentar como uma desestabilização de uma até então angina instável (padrão em crescendo). Classificação de angina pela Canadian Cardiovascular Society Classe I: angina ocorre em esforços físicos intensos. Classe II: discreta limitação para atividades habituais. Classe III: limitação em atividades habituais, como caminhar 1 quarteirão plano ou subir um lance de escadas. Classe IV: incapacidade de realizar qualquer atividade habitual. Os sintomas podem surgir em repouso. CONDUTA Paciente se apresenta com dor torácica anginosa com início ao repouso, com duração > 20 min e em crescendo. 1° passo: levar paciente para ser atendido em sala de emergência. 2° passo: MOVE → monitorização, suporte de O2 se saturação < 90% ou desconforto respiratório, 2 acessos venosos periféricos com solicitação de exameslaboratoriais (troponina, tipagem sanguínea, gasometria arterial) e ECG de 12 derivações que deve ser feito em até 2 minutos da chegada do paciente e analisado por médico em até 10 minutos. LEMBRANDO: IAM sem supra o ECG está normal, mas as enzimas alteradas + clínica. Na angina instável o ECG e as enzimas estão normais. 3° passo: Dupla antiagregação plaquetária. →AAS 300mg VO (2 comprimidos) agora, seguido de AAS 100mg VO 1x/dia. →Clopidogrel 300mg VO agora, seguido de Clopidogrel 75mg VO 1x/dia. 4° passo: Anticoagulação. →Heparina não fracionada 60-70 U/kg (máximo 5000 U) EV. 5° passo: Nitrato. →Dinitrato de isossorbida 5mg SL. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA LEMBRANDO: O uso do nitrato só tem vantagens em casos onde o paciente está sintomático (dor) – o seu uso tem função sintomática. A dosagem pode ir aumentando em casos de pacientes hipertensos até a PA ser normalizada, a menos que tenham efeitos colaterais – os principais são cefaleia e hipotensão. É contraindicado caso paciente tenha feito uso de inibidor de fosfodiesterase tipo 5 (sildenafil nas últimas 24h) pelo alto risco de hipotensão além de infarto no ventrículo D (supra ST em V3R e V4R) e pacientes já hipotensos. 6° passo: Betabloqueador. →Metoprolol 50mg VO 1x dia ou Metoprolol 10-80mg VO 2-3x/dia. LEMBRANDO: O uso do betabloqueador ajuda na redução da frequência cardíaca, onde a meta no paciente é < 60 bpm para diminuir o consumo de O2 miocárdico. Em pacientes hipotensos ou bradicárdicos não faz uma vez que pode agravar a hipotensão e a bradicardia. 7° passo: Estatinas. →Sinvastatina 80mg VO 1x/dia ou Atorvastatina 40mg VO 1x/dia. 8° passo: Angiografia coronariana em até 72hrs. LEMBRANDO: A angiografia deve ser feita em até 72hrs e em casos de pacientes após estabilização e em 72hrs não conseguiram realizar o exame e encontram-se assintomáticos, não tem mais indicação para realização. Anotações: Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COM SUPRA DE ST O principal mecanismo fisiopatológico relacionado com o IAM com supra de ST é a ruptura de placa aterosclerótica. A oclusão coronariana completa causada pela ruptura da placa se expressa por meio do supra de ST no ECG. A evolução natural levará a formação de uma onda Q (o principal fator relacionado ao surgimento de onda Q é a extensão do IAM). APRESENTAÇÃO DO PACIENTE Paciente se apresenta om quadro de uma síndrome coronariana aguda → Dor em caráter de queimação ou aperto localizada em região retroesternal ou precordial, com irradiação para ombro e face medial do braço esquerdo de duração maior que 10 min, tendo média de 10-20 minutos. CONDUTA INICIAL 1° passo: atendimento do paciente em sala vermelha. 2° passo: monitorização completa (PA, oximetria de pulso, cardioscopia...). 3° passo: suplementação de oxigênio de saturação < 90%. 4° passo: 2 acessos venosos periféricos calibrosos com solicitação de dosagem de troponina, tipagem sanguínea. 5° passo: ECG de 12 derivações que deve ser realizado nos 2 primeiros minutos da chegada do paciente e analisado por médico em até 10 minutos. LEMBRANDO: Caso o ECG se apresente com supra de ST, não necessita aguardar dosagem de troponina – o ECG dá o diagnóstico. CRITÉRIOS ELETROCARDIOGRÁFICOS DE IAM COM SUPRA DE ST →Supradesnível de ST ≥ 1 mm em 2 derivações contíguas no plano frontal ou ≥ 2 mm em 2 ou + derivações contíguas no precórdio ou bloqueio completo do ramo esquerdo. →Derivações contíguas representam a mesma parede miocárdica. →Supra de ST sugere oclusão coronariana total. Em paciente com história típica achar supra de ST é diagnóstico de IAM até que se prove o contrário. ANÁLISE DO ECG 1° passo: saber os principais locais de acometimento e suas derivações correspondentes. 2° passo: analisar o ECG propriamente dito. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA CONDUTA APÓS MOV E ANÁLISE DO ECG 1° passo: Dupla antiagregação plaquetária. →AAS 300mg VO (2 comprimidos) agora, seguido de AAS 100mg VO 1x/dia. →Clopidogrel 300mg VO agora, seguido de Clopidogrel 75mg VO 1x/dia. 2° passo: Nitrato. →Dinitrato de isossorbida 5mg SL. LEMBRANDO: Inicia-se com o nitrato sublingual e pode ir progredindo para via oral caso o paciente permaneça sintomático. O Nitrato não diminui a mortalidade – tem função somente na sintomatologia. 3° passo: Betabloqueador. →Metoprolol 50mg VO 1x dia ou Metoprolol 10-80mg VO 2-3x/dia. LEMBRANDO: O betabloqueador é contraindicado em pacientes com doença arterial periférica, intervalo PR > 0,24, bloqueio cardíaco, insuficiência cardíaca aguda, baixo débito e risco de choque cardiogênico (idade > 70 anos, PA sistólica < 120 mmHg, frequência cardíaca > 110 bpm ou < 60 bpm e duração prolongada dos sintomas. CONDUTA DEFINITIVA Após a abordagem inicial com identificação do IAM e administração das primeiras medicações deve-se analisar o tratamento da causa base. E a conduta depende basicamente do tempo de evolução dos pacientes. 1° ocasião: Se o tempo de chegada do paciente no atendimento até ele estar realizando a embolização for < 120 minutos → a 1° escolha é encaminhar esse paciente para angioplastia. 2° ocasião: Se o tempo de chegada do paciente no atendimento até ele estar realizando a embolização for > 120 minutos → a 1° escolha é realizar fibrinolítico e esse paciente deve realizar cineangiocoronariografia em 2 – 24hrs. Mateus Castro INTERNATO UNIFAMAZ – URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Terapia fibrinolítica O alvo para início do fibrinolítico é de 10 minutos após a entrada do paciente → fez abordagem inicial, olhou o ECG e sabe que em 120 minutos ele não chega no centro de hemodinâmica para angioplastia – faz o fibrinolítico. OPÇÕES DE DROGAS →Estreptoquinase na dose de 1.500.000 U infundidos em 1 hora. O paciente deve estar monitorizado e acompanhado pelo médico – em casos de hipotensão grave, pode tentar diminuir o ritmo de infusão ou até suspender temporariamente. →Alteplase para pacientes > 65kg na dose de 15mg em bolus, 50mg em 30 minutos e 35mg em 1 hora. Para pacientes < 65kg na dose de 15mg em bolus, 0,75 mg/kg em 30 minutos e 0,5 mg/kg em 1 hora. Contraindicações absolutas: →Qualquer sangramento intracraniano prévio. →AVC isquêmico nos últimos 3 meses. →Neoplasia do SNC ou lesão vascular. →Trauma significante na cabeça ou rosto nos últimos 3 meses. →Sangramento ativo ou diátese hemorrágica. →Dissecção aguda de aorta. Contraindicações relativas: →AVC isquêmico > 3 meses ou doença intracraniana não listada nas contraindicações absolutas. →Gravidez. →Uso atual de antagonistas da vitamina K – quanto maior o INR, maior o risco de sangramento. →Sangramento interno recente < 2 a 4 semanas. →Ressuscitação cardiopulmonar traumática e prolongada ou cirurgia de grande porte < 3 semanas. →HAS não controlada (sistólica > 180 ou diastólica > 100). →Úlcera péptica ativa. →Exposição prévia à estreptoquinase. CRITÉRIOS DE REPERFUSÃO A reperfusão é considerada de sucesso com redução em pelo menos 50% do supra de ST, estabilidade hemodinâmica e elétrica e a resolução da dor → pode-se utilizar a soma de todos os supra de cada derivação no ECG antes e depois (60 – 90 minutos após o fibrinolítico). Nos casos de falha de reperfusão a angioplastia de resgate
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