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Mediação de Conflitos / Aula 10: Código de ética dos mediadores

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08/11/2019 Disciplina Portal
estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=2483236&courseId=669&classId=1224437&topicId=765557&p0=03c7c0ace395d80182db07a… 1/14
Mediação de Con�itos
Aula 10: Código de ética dos mediadores
INTRODUÇÃO
Nesta aula, trataremos do Código de Ética do Mediador, instrumento que rege a conduta e a prática desse pro�ssional.
Você irá perceber que o documento foi construído em total sintonia com a prática.
Abordaremos os princípios e as garantias da mediação judicial, as regras que regem o procedimento de
conciliação/mediação e as responsabilidades e sanções do conciliador/mediador.
Fundamentaremos nossa aula no Código de Ética para mediadores e conciliadores da Resolução 125 do Conselho
Nacional de Justiça, documento que foi um marco para a efetivação e a regulamentação da mediação no Brasil.
Vamos lá!
08/11/2019 Disciplina Portal
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OBJETIVOS
Reconhecer o Código de Ética dos mediadores;
Identi�car os diferentes critérios éticos desse Código;
08/11/2019 Disciplina Portal
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A PRÁTICA DA MEDIAÇÃO
A credibilidade da medição no Brasil, como processo destinado a realizar a solução de controvérsias, está diretamente
ligada ao respeito que os mediadores possam vir a conquistar, através de um trabalho com qualidade técnica e
fundamentado nos mais rígidos princípios éticos. Como você percebeu, no decorrer de nossas aulas, a mediação vai
além da solução do con�ito, propondo-se a transformar um contexto adversarial em colaborativo. É um processo
con�dencial e voluntário, em que a responsabilidade das decisões cabe às partes envolvidas. Você notou que a
negociação, a conciliação e a arbitragem também são alternativas ao litígio, mas com práticas diferentes.
Fonte: ImageFlow / Shutterstock
A prática da mediação requer conhecimento e treinamento especí�co de técnicas próprias, vistas em nossas aulas.
Além disso, o mediador deve quali�car-se e aperfeiçoar-se, melhorando suas atitudes e suas habilidades pro�ssionais
continuamente. O mediador, no desempenho de suas funções, deve proceder de forma a preservar os princípios éticos,
ou seja, deve preservar a ética e a credibilidade do instituto da mediação por meio de sua conduta.
Com frequência, os mediadores também têm obrigações frente a outros códigos éticos (dos advogados, dos
psicólogos, dos contadores etc.). O código de cada pro�ssão adiciona critérios especí�cos a serem observados pelos
pro�ssionais no desempenho da mediação. Quando ele está vinculado a instituições ou entidades especializadas, as
determinações delas devem ser somadas aos preceitos éticos dos mediadores. Uma outra questão que não deve ser
esquecida é a das declarações públicas e atividades promocionais, nas quais o mediador deve se restringir a assuntos
que esclareçam e informem o público por meio de mensagens de fácil entendimento.
CÓDIGO DE ÉTICA DO MEDIADOR
Fonte da Imagem: http://www.estacio.br
08/11/2019 Disciplina Portal
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Apresentaremos, nesta aula, o Código de Ética para mediadores e conciliadores da Resolução 125 do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ), estabelecido em 2010. O documento consta como um anexo (III) (glossário), nessa
Resolução. Antes, já existiam Códigos de Ética para mediadores, de acordo com a instituição em que as mediações
eram realizadas.
O CNJ, visando a uma política pública adequada para a resolução de con�itos e a preservação da qualidade dos
serviços prestados na área de mediação e conciliação, como instrumentos de paci�cação e prevenção de con�itos,
estabeleceu o Código de Ética para que mediadores e conciliadores seguissem esses preceitos em suas práticas.
Como tal, um Código de Ética �xa normas que regulam os comportamentos das pessoas dentro de uma determinada
pro�ssão e, também, de uma empresa. Temos Códigos de Ética pro�ssionais e empresariais. Trata-se de uma
normativa interna de cumprimento obrigatório.
Vamos, então, iniciar nosso estudo sobre os compromissos éticos do mediador, esclarecendo que, apesar de esse
documento ter sido elaborado para mediadores e conciliadores, destacaremos apenas a função do mediador, que é o
nosso objeto de estudo.
DOS PRINCÍPIOS E GARANTIAS DA CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO
JUDICIAIS
Art. 1º São princípios fundamentais que regem a atuação de conciliadores e mediadores judiciais: con�dencialidade,
decisão informada, competência, imparcialidade, independência e autonomia, respeito à ordem pública e às leis
vigentes, empoderamento e validação.
Vamos destacar cada um desses princípios, que você já conhece da aula 3. Vamos lá!
I – Con�dencialidade - dever de manter sigilo sobre todas as informações obtidas na sessão, salvo autorização
expressa das partes, violação à ordem pública ou às leis vigentes, não podendo ser testemunha do caso, nem atuar
como advogado dos envolvidos, em qualquer hipótese.
Pode-se a�rmar que quase todos os códigos de ética para a conduta pro�ssional de mediadores incluem, entre as suas
regras, a de que o mediador deve manter em sigilo os dados que venha a conhecer em razão do seu serviço.
Apesar de a prescrição do respeito à con�dencialidade ser universal, o conteúdo atribuído a ela e seus limites não é
uniforme quando se fala de outros códigos. Há uma gama de aspectos sobre o que seja a con�dencialidade, sua
extensão, se é de livre disposição das partes e se admite ou não exceções.
No entanto, com ela, protege-se melhor as partes de boa-fé e, com a projeção dessa garantia, poucas pessoas
evitariam uma mediação por medo de consequências adversas em um eventual futuro processo judicial. Retornaremos
à con�dencialidade mais adiante.
08/11/2019 Disciplina Portal
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II – Decisão informada - dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao
contexto fático no qual está inserido.
As partes devem ter a plena consciência de seus direitos e da realidade dos fatos na qual se encontram como
condição de legitimidade, para que resolvam a disputa por meio de um acordo. Os mediandos têm o direito de receber
informações quantitativas e qualitativas acerca da mediação que estão realizando, de modo que não sejam
surpreendidos por qualquer consequência inesperada da solução que adotaram. Isso impossibilita de uma das partes
ser iludida pelo outro interessado ou até mesmo pelo terceiro imparcial.
III – Competência - dever de possuir quali�cação que o habilite à atuação judicial, com capacitação na forma desta
Resolução, observada a reciclagem periódica obrigatória para formação continuada.
O mediador deve estar capacitado e habilitado para o exercício de sua função, apresentando qualidades como
diligência, conhecimento técnico, prudência e imparcialidade. O termo competência (glossário) veio designar, de
maneira geral, a capacidade reconhecida de se pronunciar nesta ou naquela matéria. Há, portanto, no termo
competência, uma relação entre a capacidade e o reconhecimento que irá legitimá-la.
Dado que a pro�ssão do mediador é nova e exercida por pro�ssionais advindos de diferentes áreas, não é possível
dizer que exista um melhor mediador, apenas que o facilitador deve estar capacitado (glossário) para lidar com
con�itos que envolvam aspectos emocionais. O per�l pro�ssional do mediador em mediação deve incluir nível superior;
capacidade básica em mediação; experiência no emprego de técnicas de resolução de con�itos e credibilidade das
partes. Além disso, o mediador deve ser um favorecedorda cooperação; um facilitador da comunicação, da troca de
informações e do entendimento e, ainda, um equilibrador (CEZAR-FERREIRA, 2004).
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IV – Imparcialidade - dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito, assegurando que valores e
conceitos pessoais não inter�ram no resultado do trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no con�ito e
jamais aceitando qualquer espécie de favor ou presente.
O mediador deve evitar tomar uma atitude que possa ser encarada por uma das partes, ainda que aparentemente,
como uma tomada de posição em prol da outra. Isso poderia �car evidenciado como, por exemplo, a aceitação por
parte do mediador de presentes ou dádivas de uma das partes ou ainda com a exposição de seus preconceitos a
determinadas características pessoais de uma das partes.
A partir desse princípio, observamos que o mediador encontra-se de forma equidistante das partes, isso signi�ca dizer
que ele irá ouvir as duas partes de forma igual e não irá representar ou aconselhar nenhuma delas. Ele é imparcial
(glossário) porque não está do lado de nenhuma das duas partes, ele não tem interesse próprio em nenhuma das
questões envolvidas nos con�itos. É uma condição fundamental para o mediador, assim não poderá existir nenhum
con�ito de interesses ou relacionamento que seja capaz de alterar ou afetar a sua imparcialidade.
V – Independência e autonomia - dever de atuar com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou externa, sendo
permitido recusar, suspender ou interromper a sessão se ausentes as condições necessárias para seu bom
desenvolvimento, tampouco havendo dever de redigir acordo ilegal ou inexequível.
Diz esse princípio que o terceiro imparcial deve atuar com liberdade, sem pressões internas ou externas. A autonomia
do mediador diz respeito ao fato de que ele pode recusar, suspender ou interromper a sessão de solução de con�itos,
se entender que não há condições mínimas necessárias para prossegui-la ou iniciá-la.
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VI – Respeito à ordem pública e às leis vigentes - dever de velar para que eventual acordo entre os envolvidos não viole
a ordem pública nem contrarie as leis vigentes.
É importante entender que os acordos realizados na mediação não podem ir contra a ordem pública ou contra as leis,
pois seria incoerente uma decisão do Poder Judiciário infringir algum desses pontos.
VII – Empoderamento - dever de estimular os interessados a aprenderem a melhor resolverem seus con�itos futuros
em função da experiência de justiça vivenciada na autocomposição.
Essa expressão de uso comum no meio empresarial, mais do que uma técnica administrativa, é uma �loso�a gerencial,
em que se distribui uma parcela maior de poder aos funcionários, dando-lhes maiores responsabilidades e,
paralelamente, melhor capacitação para exercer novas tarefas e funções. A visão empresarial do empoderamento
(glossário) não é muito diferente da forma como é abordada na mediação.
Empoderar é mostrar às partes que elas têm capacidade de lidar com seus con�itos de forma produtiva e positiva.
Através do empoderamento, a mediação atinge objetivos que a decisão judicial é incapaz de atingir por si só. Enquanto
a sentença é imposta às partes, sem sua participação na construção da solução, a mediação tem o potencial de
capacitá-las para encontrarem suas próprias respostas.
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VIII – Validação - dever de estimular os interessados a perceberem-se reciprocamente como seres humanos
merecedores de atenção e respeito.
O mediador deve incentivar as partes para que uma se coloque no lugar da outra durante o procedimento, ou seja, zelar
para que se crie uma conscientização dos sentimentos e interesses de ambas as partes, aumentando a compreensão
e facilitando o diálogo entre elas.
O mediador, ao validar sentimentos, demonstra às partes que é natural haver con�itos em qualquer relação e que se faz
mais e�ciente buscar soluções do que atribuir culpa.
DAS REGRAS QUE REGEM O PROCEDIMENTO DE
CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO
Art. 2º As regras que regem o procedimento da conciliação/mediação são normas de conduta a serem observadas
pelos conciliadores/mediadores para o bom desenvolvimento daquele, permitindo que haja o engajamento dos
envolvidos, com vistas à sua paci�cação e ao comprometimento com eventual acordo obtido, sendo elas:
Fonte da Imagem:
I – Informação - dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser empregado, apresentando-o de
forma completa, clara e precisa, informando sobre os princípios deontológicos referidos no Capítulo I, as regras de
conduta e as etapas do processo.
A informação para os mediandos é fundamental, porque garante, para eles, o conhecimento sobre o procedimento que
irão realizar. Dessa forma, sentem-se mais seguros quanto ao processo da mediação e o que esperar dela.
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Fonte da Imagem:
II – Autonomia da vontade - dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, assegurando-lhes que
cheguem a uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as próprias decisões durante ou ao �nal
do processo e de interrompê-lo a qualquer momento.
O princípio da autonomia da vontade é respeitado durante todo o procedimento da mediação. Os mediandos têm
ampla autonomia para decidir sobre a participação na mediação e sobre o conteúdo das conversas. Já os mediadores
têm ampla autonomia para decidir sobre qual vai ser a estrutura do procedimento e o que da conversa dos mediandos
é importante para ser usado a �m de que o con�ito possa ser transformado.
Fonte da Imagem:
III – Ausência de obrigação de resultado - dever de não forçar um acordo e de não tomar decisões pelos envolvidos,
podendo, quando muito, no caso da conciliação, criar opções, que podem ou não ser acolhidas por eles.
A mediação não implica acordo necessariamente. As decisões devem ser tomadas pelos envolvidos. O mediador não
pode decidir pelas pessoas. Cabe a elas a responsabilidade por suas escolhas, elas detêm o poder de decisão. A
mediação tem por objetivo atingir a satisfação dos interesses e das necessidades dos envolvidos no con�ito. O acordo
passa a ser a consequência lógica do trabalho de cooperação entre as partes realizado ao longo de todo o
procedimento.
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Fonte da Imagem:
IV – Desvinculação da pro�ssão de origem - dever de esclarecer aos envolvidos que atuam desvinculados de sua
pro�ssão de origem, informando que, caso seja necessária a orientação ou o aconselhamento afetos a qualquer área
do conhecimento, poderá ser convocado para a sessão o pro�ssional respectivo, desde que com o consentimento de
todos.
O objetivo do mediador é a paci�cação das partes, através de seu trabalho com a comunicação entre elas. Ele não
pode acumular tarefas. Se for necessária a orientação de outros pro�ssionais, estes devem ser chamados, ou as
partes devem ser encaminhadas até eles. O mediador não deve fazer essa orientação, porque a situação pode levar a
uma confusão de papéis na mediação.
Fonte da Imagem:
V – Compreensão quanto à conciliação e à mediação - Dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um
acordo, compreendam perfeitamente suas disposições,que devem ser exequíveis, gerando o comprometimento com
seu cumprimento.
É importante entender que a mediação não é �nalizada apenas quando se chega a um acordo, mas quando se
consegue que os participantes do con�ito tenham compreendido de modo claro o que lhes importa, as alternativas que
possuem e, também, que eles têm poder de decisão sobre seus próprios interesses e necessidades.
O mediador, como já vimos, vai tentar, através de reuniões com as partes, fazer com que estas se conscientizem e
obtenham a solução satisfatória por meio do diálogo e do consenso mútuo. Quando não há imposição de uma solução
por um terceiro, as possibilidades de cumprimento do acordo são maiores, levando sempre em conta a questão da
celeridade processual.
Essa regra trata, também, do dever de uma análise prévia sobre a possibilidade de cumprimento do acordo pelas partes
antes de sua formalização. Não adianta chegar a um acordo que não poderá ser cumprido.
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DAS RESPONSABILIDADES E SANÇÕES DO CONCILIADOR/MEDIADOR
ART. 3º
Art. 3º Apenas poderão exercer suas funções perante o Poder Judiciário conciliadores e mediadores devidamente capacitados e
cadastrados pelos Tribunais, aos quais competirá regulamentar o processo de inclusão e exclusão no cadastro.
Dever de possuir quali�cação que o habilite à atuação na área da mediação judicial, com capacitação na forma da Resolução 125
(2010), sendo observada a reciclagem periódica obrigatória para formação continuada. Com isto, deseja-se garantir um trabalho
de qualidade, gerando resultados adequados e duradouros.
ART. 4º
Art. 4º O conciliador/mediador deve exercer sua função com lisura, respeitar os princípios e regras deste Código, assinar, para
tanto, no início do exercício, termo de compromisso e submeter-se às orientações do Juiz Coordenador da unidade a que esteja
vinculado.
O respeito ao Código de ética é fundamental para que a mediação ocorra da forma mais transparente possível. Neste Código,
estão contempladas questões pertinentes ao trabalho do mediador. o mediador, além dos princípios e regras anteriormente
mencionados, deverá ter postura pró-ativa com relação ao desenvolvimento da prática da mediação.
ART. 5º
Art. 5º Aplicam-se aos conciliadores/mediadores os motivos de impedimento e suspeição dos juízes, devendo, quando
constatados, serem informados aos envolvidos, com a interrupção da sessão e a substituição daqueles.
Nos impedimentos, há presunção absoluta da parcialidade (certeza de que a pessoa não será imparcial), enquanto na suspeição,
essa presunção é relativa (a imparcialidade é discutível).
Os impedimentos são causas que, objetivamente, impedem, por exemplo, o juiz de julgar um determinado processo: como ser
parte, ter atuado como advogado, promotor, perito ou ter prestado testemunho, quando algum parente seu for parte ou advogado
do processo ou quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
A suspeição, por sua vez, relaciona-se com a subjetividade do juiz, estando presentes as seguintes hipóteses:
quando este for amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes, quando estas forem credoras ou devedoras do juiz, bem como
seus cônjuges e parentes, quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes, quando receber
dádivas das partes, aconselhá-las ou subministrar meios para atender às despesas do litígio e quando estiver interessado no
julgamento da causa em favor de uma das partes. O juiz poderá, ainda, declarar-se suspeito por motivo íntimo.
Como tais disposições da lei estariam relacionadas ao mediador? Caso exista algum motivo de impedimento ou suspeição, o
mediador deve informá-lo aos envolvidos na mediação, a sessão deve ser interrompida e pedida a sua substituição.
ART. 6º
Art. 6º No caso de impossibilidade temporária do exercício da função, o conciliador ou mediador deverá informar com
antecedência ao responsável para que seja providenciada sua substituição.
Para que as partes não �quem prejudicadas pela falta da mediação e pelo respeito que é proporcionado a elas através de tal
processo, observamos, neste artigo, uma preocupação para que a continuidade da mediação não seja interrompida.
ART. 7º
Art. 7º O conciliador ou mediador �ca absolutamente impedido de prestar serviços pro�ssionais, de qualquer natureza, aos
envolvidos em processo de conciliação/mediação sob sua condução.
Neste caso, convidamos você a observar a lei 13.140 (2015), que estabelece, no seu artigo 6, da seção II, subseção I: “O mediador
�ca impedido, pelo prazo de um ano, contado do término da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou
patrocinar qualquer das partes”.
Fazendo uma interpretação mais abrangente, nesse caso, o mediador, na mediação judicial, sendo ele advogado, não poderá ter
uma das partes como cliente após a mediação, pelo prazo de um ano.
ART. 8º
Art. 8º O descumprimento dos princípios e regras estabelecidos neste Código, bem como a condenação de�nitiva em processo
criminal, resultará na exclusão do conciliador/mediador do respectivo cadastro e no impedimento para atuar nesta função em
qualquer outro órgão do Poder Judiciário nacional.
O Código de ética é um instrumento que busca a realização dos princípios, a visão e a missão de uma pro�ssão. Serve para
orientar ações e explicitar a postura do pro�ssional. Como vemos, o descumprimento das determinações contidas no Código de
Ética podem ser passíveis de punições já previstas nas legislações trabalhistas, de responsabilidade civil, penal e outras.
PARÁGRAFO ÚNICO
Parágrafo único - Qualquer pessoa que venha a ter conhecimento de conduta inadequada por parte do conciliador/mediador
poderá representar ao Juiz Coordenador a �m de que sejam adotadas as providências cabíveis.
08/11/2019 Disciplina Portal
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Neste parágrafo, observamos a importância do cumprimento deste Código e a possibilidade de relatar o seu descumprimento, em
prol de uma mediação dentro dos parâmetros éticos e justos para todos que dela participam.
Agora que você entendeu a regra da imparcialidade, analise as opções seguintes e marque a que não corresponde à
regra.
Ao mediador, é vedado estabelecer compromissos com os mediandos.
Na mediação, ocorre a impossibilidade de o mediador conseguir algum benefício com uma das partes em razão do papel que
ocupa.
O mediador não deve mediar um con�ito quando não se sentir competente, mesmo que seja escolhido pelas partes.
O mediador não deve mediar um con�ito quando suas crenças puderem prejudicar uma das partes.
Aqueles que participarem do procedimento da mediação devem manter o sigilo sobre todo o conteúdo trabalhado nessa situação.
Justi�cativa
Com isso, acabamos nossa disciplina. Esperamos que você tenha compreendido, no decorrer de nossas aulas, a
importância da mediação para a criação de um mundo mais justo e de uma paz social, que começa nas relações entre
as pessoas.
Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock
08/11/2019 Disciplina Portal
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Glossário
FACILITADOR DEVE ESTAR CAPACITADO
Segundo o CONIMA, a competência é a capacidade para efetivamente mediar a controvérsia existente. Por isso, o mediador
somente deverá aceitar a tarefa quando tiver as quali�cações necessárias para satisfazer as expectativas razoáveis das partes.
Você percebeu que a mediação exige uma capacitação permanente, demonstrando a necessidade do estudo especí�co e
contínuo, para que mediadores conduzam sessões de mediação de maneira produtiva e e�caz.
A prática da mediação requer conhecimento e treinamentoespecí�co de técnicas próprias, devendo o mediador quali�car-se e
aperfeiçoar-se, melhorando, continuamente, suas atitudes e habilidades pro�ssionais. Cabe ao mediador o poder de decidir se
reúne as condições mínimas para atender os mediandos. “Treinamento, experiência em mediação, habilidades, entendimento das
diferenças culturais e outras qualidades são habilidades fundamentais a um mediador, sendo o que o torna competente” (NEVES,
2010, p.104).
ELE É IMPARCIAL
O mediador deverá agir sem qualquer favoritismo ou, ainda, isento de preconceitos com relação às partes, ao tema a ser
desenvolvido, às palavras utilizadas ou à aparência dos mediados. O mediador não poderá deixar-se in�uenciar por seus valores
ou preconceitos a �m de realizar devidamente o seu trabalho.
A respeito desse tema, Garcia (2003) formulou o conceito da multiparcialidade: é mais interessante o mediador ter uma atitude
que favoreça a todos, isto é, multiparcial, do que uma atitude em que não toma partido por nenhuma delas.
EMPODERAMENTO
O empoderamento é um princípio, ultrapassa o processo judicial, as questões apresentadas, os interesses identi�cados. E
ultrapassa mesmo toda a lide social, bem como o próprio procedimento de mediação. O empoderamento tem re�exos não apenas
no con�ito apresentado, mas em outros aspectos da vida futura dos mediandos. Estes irão adquirir, conscientemente ou não,
08/11/2019 Disciplina Portal
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novas capacidades para enfrentar não só o problema presente, mas também os que irão se apresentar ao longo da vida. O
mediador deve educar as partes no sentido de desenvolverem a autocomposição em problemas futuros.
COMPETÊNCIA
O dicionário Ferreira (2001, s. p.) – além de informar o uso jurídico do termo, segundo o qual competência “é a faculdade
concedida por lei a um funcionário, juiz ou tribunal para apreciar e julgar certos pleitos ou questões” – de�ne competência como a
“qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa; capacidade, habilidade, aptidão,
idoneidade”.

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