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DIREITOS REAIS ED

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MÓDULO 1 
Questão 01 
Considere as proposições seguintes e assinale a alternativa correta: 
 
I. O direito protege a posse, situação de fato, porque presumivelmente o possuidor é também 
o proprietário. 
 
II. O possuidor atribui ao bem uma finalidade social, o que é de interesse público. 
 
III. Em larga escala, a não utilização dos bens é prejudicial a toda a sociedade. 
 
IV. O possuidor não tem ação contra o proprietário do bem. 
 
São corretas somente as proposições: 
A – I e IV 
B – II e III 
C – I, II e III 
D – I, III e IV 
E – II e IV 
Justificativa: 
C – (Correta) A alternativa IV é a única incorreta, pois, a lei defere (art. 1.197 do CC) ao 
possuidor direto ação possessória contra o proprietário (este titular da posse indireta), veja-se: 
Art. 1.197. A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de 
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto 
defender a sua posse contra o indireto. 
Ex.: Tribunal de São Paulo concedeu manutenção de posse ao meeiro contra dono da fazenda 
que o perturbava na exploração das terras, antes de vencido o contrato de parceria agrícola. 
 
Questão 02 
Possuidor é aquele que atua em relação à coisa como se fosse proprietário, pois exerce algum 
dos poderes inerentes ao domínio. A posse é, então, exteriorização da propriedade. 
 
Desse modo, é certo afirmar que: 
A - A posse depende sempre da apreensão material da coisa. 
B - A posse é sinônimo de detenção. 
C - Apenas o proprietário é possuidor. 
D - A posse é direito real, para os doutrinadores em unanimidade. 
E - É possível que o possuidor indireto proteja a sua posse. 
Justificativa: 
A – (Errada) De acordo com a teoria de Ihering (adotada pelo Código Civil brasileiro), o 
elemento material, o aspecto físico da posse, não é essencial, bastando o animus para que 
esta se considere adquirida. 
 
É o que estabelece a lei: 
Art. 1.204, Código Civil: adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de quaisquer dos poderes inerentes à propriedade. 
 
Assim, a pessoa que não está na posse física de um imóvel, por exemplo, mas o administra, 
colhe seus frutos, contrata mão de obra para a sua exploração, é claramente um possuidor. 
 
B – (Errada) Para Ihering, “corpus” e “animus” não precisam ser distinguidos, pois a noção de 
“animus” já se encontra na de “corpus”, sendo a maneira como o proprietário age em face da 
coisa de que é possuidor. 
 
Posse não é só a detenção da coisa, pois mesmo sem a detenção, (a posse) pode existir. Ex.: 
lavrador que deixa a sua colheita no campo não a tem fisicamente, mas a conserva em sua 
posse. 
 
Obs.: se o lavrador deixa no campo uma joia, desistiu da posse porque não é assim que se trata 
um objeto desta natureza. 
 
Para saber se há posse ou não, é preciso bom senso (e não detenção física, que pode não 
ocorrer na posse). 
 
Ex.: material de construção, em frente a uma obra, é de posse do dono da obra, embora não 
haja detenção física. 
 
C – (Errada) Nem sempre o proprietário será o possuidor, o direito protege a posse, situação 
de fato, porque presumivelmente o possuidor é também o proprietário, porém essa regra 
comporta exceção. Sendo possível que o possuidor não seja o proprietário. 
 
O Código Civil adotou a Teoria de Ihering, a qual esclarece a figura do possuidor, que nem 
sempre será o proprietário: 
 
Art. 1.196, Código Civil (Art. 485, Código Civil/1916): Possuidor é quem tem de fato o exercício 
– pleno ou não – de alguns dos poderes inerentes ao domínio ou à propriedade. 
 
Possuidor é aquele que atua em relação à coisa como se fosse proprietário, pois exerce algum 
dos poderes inerentes ao domínio. A posse é, então, exteriorização da propriedade. 
 
D – (Errada) A doutrina majoritária segue o que preconizou Sílvio Rodrigues e Bevilácqua, o 
qual sustentava que, a posse não é direito, é mero estado de fato, que a lei protege com 
atenção à propriedade, de que ela é a manifestação exterior. 
 
Nessa linha, a posse não pode ser considerada direito real, porque a lei é taxativa em relação 
aos direitos reais – art. 1.225, Código Civil. 
 
Todavia, existem autores que pensam que o rol de direitos reais, do art. 1.225, é 
exemplificativo. 
 
Desta maneira, verifica-se que não há unanimidade em tal entendimento. 
 
E – (Certa) Posse Indireta: o titular afasta a detenção da coisa de si, por sua própria vontade, e 
continua exercendo a posse de forma mediata, enquanto outrem exerce a Posse Direta – art. 
1.197, Código Civil. 
 
Ex.: depositário, comodato, usufruto, locatário, têm a posse direta. E as pessoas que 
transferiram a posse para eles têm a posse indireta. 
 
Posse indireta é chamada também de “posse de direito”. A relação possessória se desdobra. 
 
A lei reconhece como possuidor tanto quem tem a posse direta quanto quem tem a posse 
indireta; e ambos podem recorrer aos interditos para proteger a sua posição ante terceiros. 
 
 
Questão 03 
Analise as proposições que seguem e assinale a alternativa correta: 
O constituto possessório ocorre quando o alienante de certo bem em vez de entregá-lo ao 
adquirente, conserva-o, com anuência deste, em seu poder, por outro título, como o de 
locatário, depositário ou comodatário. O alienante perde a posse indireta da coisa, pois afasta 
o “animus” e conserva a coisa em nome do novo proprietário. 
 
PORQUE 
 
Não há posse sem o elemento material, sem o corpus, em hipótese alguma. 
 
Pode-se afirmar que: 
A - As duas proposições são corretas e a segunda justifica a primeira. 
B - As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. 
C - Apenas a primeira proposição é correta. 
D - Apenas a segunda proposição é correta. 
E - As duas proposições são falsas. 
Justificativa: 
C – (Certa) A segunda proposição está incorreta, pois conflita com a teoria de Ihering, a qual é 
adotada pelo Código Civil brasileiro. 
Nesta teoria, o elemento material, o aspecto físico da posse, não é essencial, bastando o 
animus para que esta se considere adquirida. 
É o que estabelece a lei: 
Art. 1.204, Código Civil: adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o 
exercício, em nome próprio, de quaisquer dos poderes inerentes à propriedade. 
Assim, a pessoa que não está na posse física de um imóvel, por exemplo, mas o administra, 
colhe seus frutos, contrata mão de obra para a sua exploração, é claramente um possuidor. 
 
Questão 04 
A posse pode ser adquirida: 
A – Pela pessoa que a pretende, ou seu representante, ou por terceiro sem mandato, 
dependendo de ratificação. 
B – Somente pela pessoa que a pretende. 
C – Pela pessoa que a pretende ou por representante, desde que este tenha procuração. 
D – Apenas pela pessoa que a pretende ou por seu representante legal. 
E – Por qualquer pessoa, desde que haja mandato. 
Justificativa: 
A – (Certa) Segundo o art. 1.205 do Código Civil, a posse pode ser adquirida: pela pessoa que a 
pretende, ou seu representante, ou por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
 
Questão 05 
Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: 
I. Direito real é o direito que se prende à coisa, prevalecendo sobre todos, independendo da 
colaboração de outrem para o seu exercício e conferindo ao seu titular a possibilidade de 
buscar a coisa onde quer que se encontre, e sobre ela exercer o seu direito. 
 
II. Direito real é relação entre pessoa e coisa: seu exercício não depende de colaboração de 
terceiros. 
 
III. O direito pessoal somente pode ser usufruído com a colaboração forçada ou espontânea do 
devedor. 
 
A – Somente I e II são corretas. 
B – Somente I e III são corretas. 
C – Somente II e III são corretas. 
D – Todas são corretas. 
E– Todas são incorretas. 
 
Justificativa: 
D – (Certa) DIREITO REAL - Conceito: é o direito que se prende à coisa, prevalecendo sobre 
todos, independendo da colaboração de outrem para o seu exercício e conferindo ao seu 
titular a possibilidade de buscar a coisa onde quer que se encontre, e sobre ela exercer o seu 
direito. 
Direito real é relação entre pessoa e coisa. Seu exercício não depende de colaboração de 
terceiros. Ao contrário do direito pessoal, que só pode ser gozado com a colaboração forçada 
ou espontânea do devedor. 
 
Questão 06 
 
Assinale a alternativa correta: 
 
A – O direito real vale erga omnes, pois representa prerrogativa do seu titular, que deverá 
ser respeitada por todos. 
B – O direito real tem como único exemplo o direito de propriedade. 
C – A posse é uma das espécies do rol de direitos reais no Código Civil. 
D – O direito real sobre imóvel não depende de registro, pois gera ao seu titular a 
prerrogativa da sequela. 
E – A posse e a propriedade são direitos reais que recaem sempre sobre coisas imóveis. 
 
Justificativa: 
A – (Certa) Os Direitos Reais têm oponibilidade erga omnes: 
Vale erga omnes, pois representa prerrogativa do seu titular, que deverá ser respeitada por 
todos. 
Os direitos reais sobre imóveis só se constituem com a inscrição no Registro Imobiliário dos 
títulos respectivos (art. 1.227, CC), sendo que a publicidade cientifica qualquer interessado da 
existência do direito real, impedindo a alegação de ignorância. 
B – (Errada) Todos os direitos reais estão elencados no art. 1.225 do CC, onde observa-se que 
não se restringe apenas ao direito de propriedade. 
C – (Errada) A posse não é direito real, é mero estado de fato, que a lei protege com atenção à 
propriedade, de que ela é a manifestação exterior. 
D – (Errada) Para a constituição de direitos reais sobre imóveis é necessária a inscrição no 
Registro Imobiliário – art. 1227, CC, sendo que os registros públicos estão disciplinados por lei 
especial 
E – Somente a propriedade é direito real, a posse é mero estado de fato 
 
 
 
MÓDULO 02 
 
Questão 01 
 
A pessoa que detém coisa por ordem de outrem não pode colher efeitos jurídicos desta mera 
detenção. É o caso por exemplo da bibliotecária em relação aos livros, ou do motorista em 
relação ao veículo automotor. Pode-se afirmar, então, que: 
 
A – O detentor tem direito aos frutos da coisa. 
B – O detentor pode mover interditos possessórios. 
C – O possuidor de má-fé se equipara ao detentor, pois a sua posse não gera efeitos jurídicos. 
D – O possuidor de boa-fé e o detentor têm direitos iguais quanto aos efeitos da posse. 
E – A detenção não gera efeitos jurídicos. 
 
Justificativa: 
E – (Correta) Detenção é a relação de fato entre a pessoa e a coisa, sem consequência jurídica. 
A pessoa que detém coisa por ordem de outrem não pode colher efeitos jurídicos desta mera 
detenção. É o caso por exemplo da bibliotecária em relação aos livros, ou do motorista em 
relação ao veículo automotor. 
 
Questão 02 
 
No direito de vizinhança, as obrigações vinculam o vizinho, que passa a ser o devedor da 
prestação de respeitar os direitos de outro vizinho, abstendo-se da prática de atos ou 
sujeitando-se à invasão de sua órbita dominial, só por ser dono de prédio confinante. 
 
O direito de vizinhança: 
 
A – Gera obrigações propter rem, que não se transmitem ao sucessor a título singular. 
B – Gera dever que acompanha a coisa, vinculando quem se encontra na posição de dono ou 
possuidor (vizinho). 
C – Sempre enseja a servidão predial. 
D – Tem como fonte o contrato. 
E – Decorre de atos ilícitos, abusivos ou lesivos. 
 
Justificativa: 
B – (Correta) Direito de vizinhança tem natureza de obrigação propter rem. As obrigações 
vinculam o vizinho, que passa a ser o devedor da prestação de respeitar os direitos do outro 
vizinho (abstendo-se da prática de atos ou sujeitando-se à invasão de sua órbita dominial), só 
por ser dono de prédio confinante (só por ser vizinho). 
O direito de vizinhança e o dever dele decorrente acompanham a coisa, vinculando quem se 
encontra na posição de dono ou possuidor (vizinho). 
 
 
Questão 03 
 
A usucapião se fundamenta no propósito de consolidação da propriedade, pois o fato se 
converte em direito através dela. Então, com a usucapião se estimula a paz social e se diminui 
para o proprietário o ônus da prova de seu domínio. 
 
Para provar o domínio, em rigor o titular deve provar a sua aquisição e a aquisição por parte 
de seus antecessores. Mas com a usucapião, prova-se a legitimidade do domínio com a prova 
do período suficiente de posse. 
 
O possuidor que ocupa a terra para produzir, com a desídia do proprietário, pode usucapir – a 
propriedade deve ser usada conforme o interesse social, e não pode ser, portanto, 
abandonada. 
 
Conforme a legislação atual, o menor prazo para que ocorra a usucapião de imóveis é de: 
 
A – 15 anos. 
B – 10 anos. 
C – 5 anos. 
D – 3 anos. 
E – 2 anos. 
 
Justificativa: 
E – (Correta) A pessoa que detém coisa por ordem de outrem não pode colher efeitos jurídicos 
desta mera detenção. É o caso por exemplo da bibliotecária em relação aos livros, ou do 
motorista em relação ao veículo automotor. 
 
Questão 04 
 
Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: 
 
Possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der causa. 
 
PORQUE 
 
O possuidor de boa-fé, certo de que a coisa é sua, cuida da coisa com o mesmo zelo que o 
proprietário cuidaria: o possuidor de boa-fé não é responsável pelas deteriorações, assim 
como não é pelos feitos nos seus próprios bens. 
 
A – As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira. 
B – As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. 
C – Somente a primeira proposição é correta. 
D – Apenas a segunda proposição é correta. 
E – As duas proposições são incorretas. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
Da responsabilidade pela perda ou deterioração da coisa possuída: 
3.1: Possuidor de boa-fé: não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der 
causa (art. 1.217, Código Civil). 
 
Isto porque, certo que a coisa é sua, ele cuida da coisa com o mesmo zelo que o proprietário 
cuidaria. 
 
“O possuidor de boa-fé não é responsável pelas deteriorações, assim como não é pelos feitos 
nos seus próprios bens”. 
 
Quando o art. 1.217, Código Civil diz “a que não der causa”, está a dizer que não se caracteriza 
a responsabilidade do possuidor, a menos que tenha agido com dolo ou culpa grave. 
 
Questão 05 
 
Analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta: 
 
I. O possuidor de boa-fé responde pela perda ou deterioração da coisa se agiu com dolo ou 
culpa grave. 
 
II. Possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa em todos os casos, 
mesmo decorrente do fortuito ou de força maior. 
 
III. O possuidor de má-fé se exime de responsabilidade por perda ou deterioração da coisa 
decorrente de caso fortuito ou força maior com a prova de que teriam ocorrido da mesma 
forma se a coisa estivesse em mãos do reivindicante. 
 
A – Somente I e II são corretas. 
B – Somente II e III são corretas. 
C – Somente I e III são corretas. 
D – Todas são corretas. 
E – Todas são incorretas. 
 
Justificativa: 
 
D – (Correta) todas as alternativas estão corretas por estarem de acordo com a literalidade da 
lei. 
I – Do Possuidor de boa-fé: 
O Art. 1.217. preconiza que: 
O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. 
Quando faz menção no artigo a expressão “a que não der causa”, está a dizer que não se 
caracteriza a responsabilidade do possuidor, a menos que tenha agido com dolo ou culpa 
grave. 
 
 
II – O Possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa em todos os casos, 
mesmo decorrente do fortuitoou de força maior. Isto porque nesta hipótese o possuidor, 
ciente de que sua posse é injusta, não merecendo qualquer proteção da lei. 
III – O Possuidor de má fé, só se exime pela perda ou deterioração da coisa com a prova de que 
teriam ocorrido da mesma forma se a coisa estivesse em mãos do reivindicante 
 
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, 
salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. 
 
Questão 06 
 
Quanto aos efeitos da posse em relação às benfeitorias, assinale a alternativa incorreta: 
 
A – Possuidor de boa-fé tem direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis, 
podendo levantar as voluptuárias que lhe não foram pagas e que admitirem remoção sem 
detrimento da coisa. 
B – O possuidor de boa-fé pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis poderá exercer o 
direito de retenção. 
C – Direito de retenção é um dos meios diretos de defesa que a lei confere excepcionalmente 
ao titular do direito: consiste na prerrogativa, concedida pela lei ao credor, de conservar a 
coisa alheia além do momento em que a deveria restituir, em garantia de um crédito que 
tenha, decorrente de despesas feitas ou perdas sofridas em razão da coisa. 
D – Possuidor de má-fé tem direito ao ressarcimento das benfeitorias necessárias, visto que 
estas teriam sido efetuadas estivesse a coisa nas mãos de qualquer pessoa, sob pena de 
deterioração ou destruição. 
E – O possuidor de má-fé tem o direito de retenção para garantir o pagamento da 
indenização somente pelas benfeitorias necessárias, para que não ocorra o enriquecimento 
ilícito do dono do bem. 
 
Justificativa: 
Todas as alternativas com exceção da “E” estão corretas. 
E – (Incorreta) O possuidor de má-fé não tem o direito de retenção para garantir o pagamento 
da referida indenização conforme previsão legal do art. 1.220 do Código Civil. 
 
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste 
o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. 
 
MÓDULO 03 
 
Questão 01 
 
O proprietário tem o direito de cortar, até o plano vertical divisório, as raízes e ramos de 
árvores nascidas em prédios vizinhos, que ultrapassem a extrema de seu prédio. 
 
Aquele que corta a árvore alheia, nas condições acima, 
 
A – Jamais responde pelos danos que causar ao proprietário da árvore. 
B – Atua abusivamente se for óbvia a sua imprudência ao proceder ao corte. 
C – Tem responsabilidade civil objetiva, ou seja, responde independentemente de culpa pelos 
danos que causar ao dono da árvore. 
D – Não se torna dono dos galhos e raízes da árvore, que cortou. 
E – Somente responderá pelos danos ao proprietário da árvore se agir com dolo. 
 
Justificativa: 
B – (Correta) 
INVASÃO DE UM PRÉDIO PELOS RAMOS E RAÍZES DA ÁRVORE PERTENCENTE AO PRÉDIO 
CONTÍGUO. 
Art. 1.283, CC/2.002 – o proprietário tem o direito de cortar, até o plano vertical divisório, as 
raízes e ramos de árvores nascidas em prédios vizinhos, que ultrapassem a extrema de seu 
prédio. 
A solução da lei é rigorosa – trata-se de um dos poucos casos de defesa direta de direitos. O 
dono do prédio invadido é dispensado de dar ciência ao seu confinante e a lei não leva em 
conta as consequências do seu procedimento. 
É irrelevante que do corte das raízes ou ramos invasores resulte a morte da árvore. O 
proprietário mesmo assim não indeniza por perdas e danos. Seu procedimento só será 
abusivo se for óbvia a sua imprudência ao proceder àquele talho. Ex.: corta parcialmente a 
árvore sem avisar o vizinho e a árvore tomba causando prejuízo – ato abusivo, que só se 
justificaria após notificação desatendida pelo interessado (fora exceção, no entanto, o 
proprietário do prédio invadido não precisa avisar seu confinante). 
Antes do CC/1916, o exercício do direito de cortar os galhos e raízes invasoras era 
condicionado à prova de prejuízo do prédio invadido. 
*** Os galhos e raízes da árvore, que o vizinho cortou, são seus e só seus. 
 
Questão 02 
 
A desapropriação é modo involuntário de perda do domínio, em que o proprietário tem 
obrigação de alienar ao expropriante um bem patrimonial. 
 
Trata-se de: 
 
A – Ato inconstitucional, porque o direito de propriedade é fundamental. 
B – Ato unilateral, de direito público, do Poder Público, fundado em lei, através do qual o 
proprietário é obrigado a entregar o que lhe pertence, com prévia e justa indenização em 
dinheiro. 
C – Procedimento que não depende de decreto desapropriatório. 
D – Ato bilateral, porque o Poder Público depende de anuência do proprietário para alcançar 
bom êxito. 
E – Determinação que se dirige a coisas corpóreas, obrigatoriamente imóveis, e depende 
sempre de indenização justa e prévia em dinheiro. 
 
Justificativa: 
 
B – (Correta) 
A Desapropriação é um modo involuntário de perda do domínio. O proprietário tem obrigação 
de alienar ao expropriante um bem patrimonial. 
 
É ato unilateral, de direito público, do Poder Público, fundado em lei, através do qual o 
proprietário é obrigado a entregar o que lhe pertence, com prévia e justa indenização em 
dinheiro. 
 
Fundamento (justificativa) Jurídico: 
O interesse individual está subordinado ao interesse da coletividade. 
 
É limite ao direito de propriedade, estando positivado na CF/88 – art. 5º, XXII (direito de 
propriedade) e XXIV (desapropriação). 
 
Questão 03 
 
Em relação aos modos de extinção do direito real sobre bem imóvel, é correto afirmar que a 
renúncia à sucessão aberta é: 
 
A – Não solene. 
B – Negócio jurídico bilateral. 
C – Solene, devendo ser feita por termo nos autos ou por escritura pública. 
D – Ato que não depende de registro público. 
E – Sinônimo de abandono, conforme a acepção jurídica do termo. 
 
Justificativa: 
C – (Correta) 
 A sucessão aberta é bem imóvel por definição legal – art. 80, II, CC/02. Então a renúncia se dá 
(art. 1.806, CC/02) de modo solene, por termo nos autos ou por escritura pública. 
 
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: 
... 
II - o direito à sucessão aberta. 
 
Art. 1.806. A renúncia da herança deve constar expressamente de instrumento público ou 
termo judicial. 
 
Questão 04 
 
A lei impõe ao dono do prédio inferior a obrigação de receber as águas que correm do superior 
naturalmente. A lei leva em conta a conformação do solo e considera a necessidade de as 
águas que se encontram no alto fluírem normalmente. Se não fosse assim, ocorreria a 
inundação do prédio superior deixado sem escoamento. 
 
Assim, é INCORRETO afirmar que: 
 
A – Deve ser demolido muro que, construído na divisa, impeça o curso natural das águas. 
B – Para impedir a finalização de obra que impeça o escoamento da água é cabível ação em 
face do proprietário ou possuidor do prédio inferior. 
C – As águas que devem ser suportadas pelo dono do prédio inferior são apenas as de 
torrente, não incluem as pluviais. 
D – Cabe ação demolitória para a defesa contra obra terminada em prédio inferior, que impeça 
o escoamento das águas. 
E – As águas levadas artificialmente ao prédio superior obrigam o prédio inferior a suportá-las 
mas mediante a paga de indenização. 
 
Justificativa: 
C – (Incorreta) 
As águas abrangidas pela regra em exame, como se vê, não são apenas as de torrente, mas 
também as pluviais (águas naturais). 
Para que a obrigação de receber exista, a condição é que o fluxo seja natural. 
Ex.: propriedade do prédio da Consolação (julgado) é obrigada a receber as águas pluviais que 
correm naturalmente do prédio do réu, mas não as que correm com obra de arte, como as 
calhas. Ao fazer as calhas, o réu devia proceder de modo a não piorar a condição natural do 
prédio da autora – se não o fez assim, deve refazer a obra e pagar os danos causados. 
 
Questão 05 
 
Quanto à passagemforçada, assinale a alternativa incorreta: 
 
A – Para obter o direito à passagem forçada, há o pressuposto de que exista o encravamento 
do prédio do autor. 
B – Trata-se de direito de vizinhança oneroso: o vizinho que conceder passagem forçada tem 
direito à indenização. 
C – A fixação da passagem forçada se houver desavença será feita judicialmente. 
D – O juiz deve conciliar os interesses das partes, impondo o menor ônus possível ao prédio 
serviente, possibilitando o maior proveito possível ao prédio dominante. 
E – O fundamento da passagem forçada é o contrato firmado entre as partes, como na 
servidão predial, por isso o direito não se extingue quando cessa a necessidade. 
 
Justificativa: 
E – (Incorreta) 
Pressupostos para se obter a passagem. 
 
Passagem forçada parece-se com a servidão, pois é a prerrogativa de utilizar, parcialmente, 
imóvel de outrem. 
 
Para obter o direito à passagem forçada, há o pressuposto de que exista o encravamento do 
prédio do autor. 
 
Trata-se de negócio oneroso – o vizinho que conceder passagem forçada tem direito à 
indenização – art. 1.285, CC. 
 
Art. 1.285. O dono do prédio que não tiver acesso a via pública, nascente ou porto, pode, 
mediante pagamento de indenização cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem, cujo 
rumo será judicialmente fixado, se necessário. 
 
 
A fixação da passagem forçada se houver desavença será fixada judicialmente. O juiz deve 
conciliar os interesses das partes, impondo o menor ônus possível ao prédio serviente, 
possibilitando o maior proveito possível ao prédio dominante. O fundamento da passagem 
forçada é o interesse social, que deve então prevalecer. 
 
Questão 06 
 
Analise as proposições abaixo e assinale a alternativa correta: 
 
Se a coisa expropriada para necessidade ou utilidade pública ou por interesse social não tiver o 
destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá 
ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 
 
PORQUE 
 
Se o bem desapropriado é utilizado para finalidade diversa daquela prevista no decreto 
desapropriatório, o particular desapropriado tem o direito de readquirir, com preferência. 
 
A – As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira. 
B – As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. 
C – Somente a primeira proposição é correta. 
D – Somente a segunda proposição é correta. 
E – As duas proposições são incorretas. 
 
Justificativa: 
Do direito de preferência. 
 
Conforme art. 519, CC/2002. 
 
Se a coisa expropriada para necessidade ou utilidade pública ou por interesse social não tiver o 
destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá 
ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 
 
Ou seja: o expropriante pode usar o bem para outra coisa, desde que ainda haja a utilidade 
pública, necessidade pública ou interesse social. 
 
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse 
social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços 
públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa. 
 
MÓDULO 04 
 
Questão 01 
 
Quanto à aquisição da propriedade, analise as proposições seguintes: 
 
I. A ocupação é modo de aquisição de bem móvel, não se aplica para imóveis. 
 
II. A ocupação somente ocorre em relação a coisas sem dono, como na caça e na pesca, ou 
coisas abandonadas. 
 
III. Em uma fazenda em que ocorra o “pesque e pague” a aquisição de peixes ocorre de modo 
bilateral, pois se trata de venda e compra aleatória, e não de ocupação. 
 
IV. A descoberta é modo de aquisição de propriedade imóvel. 
 
São corretas apenas as afirmativas: 
 
A – I, II e III. 
B – II, III e IV. 
C – II e III. 
D – III e IV. 
E – II e IV. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
A ocupação só serve para coisa móvel e sem dono, por isso é muito rara. No Direito Romano 
também era possível para bens imóveis. Mas agora a aquisição de imóveis pela posse deve ser 
complementada pelos requisitos tempus, fides, titulus etc. (e se aperfeiçoa, como vimos, pela 
usucapião). 
 
Há coisas de ninguém (res nullius), como animais (se a lei permitir), pedras, conchas, vegetais; 
e coisas abandonadas (res derelicta) – coisa abandonada ou ainda não apropriada. A ocupação 
não pode ser defesa por lei (art. 1.263, CC). 
 
O CC/1916 após definir as coisas de ninguém trazia em 4 subtítulos normas sobre a caça, a 
pesca, a invenção e o tesouro. No art. 593, CC/1916 estavam elencadas as coisas sem dono 
(sujeitas à apropriação pelo ocupante). 
 
A caça e da pesca são modos de apropriação. Mas se o animal já foi ferido e o caçador lhe 
persegue, ou se o peixe foi arpoado e o pescador o persegue, a estes pertencem os animais. 
 
A caça e a pesca só são permitidas em terras ou águas públicas ou em particulares com 
anuência do dono. Se desrespeitar tal regra o pescador ou caçador perde para o proprietário 
o produto da caça ou da pesca e ainda responde por perdas e danos. 
 
Questão 02 
 
Quanto à usucapião, analise as afirmativas que seguem: 
 
I. Não pode ocorrer usucapião de coisa móvel. 
 
II. A usucapião de coisas móveis pode ser: ordinária, em que o usucapiente deve provar a 
posse, boa-fé e justo título e o prazo é de 5 anos; e extraordinária, em que o prazo é de sete 
anos, bastando a prova da posse mansa e pacífica por tal período de tempo. 
 
III. A usucapião de coisa móvel apenas ocorre em relação a bens públicos. 
 
Pode-se afirmar que: 
 
A – somente as proposições I e II são verdadeiras. 
B – somente as proposições II e III são verdadeiras. 
C – somente as proposições I e III são verdadeiras. 
D – todas as proposições são falsas. 
E – todas as proposições são verdadeiras. 
 
Justificativa: 
D – (Correta) 
É possível adquirir o domínio das coisas sem dono pela ocupação, há o usucapião para 
consolidar o domínio sobre as coisas móveis, quando o modo de aquisição destas não fosse 
insuscetível de dúvida. 
A usucapião dos móveis ocorre para dar juridicidade a situações de fato que se prolongam no 
tempo (como ocorre para os imóveis). 
 
Para bens móveis há (por lei) 2 espécies de usucapião: 
1. Usucapião Ordinária – aqui o usucapiente deve provar a posse, boa-fé e justo título e o 
prazo é de 3 anos. 
2. Usucapião Extraordinária – prazo de cinco anos, bastando a prova da posse mansa e 
pacífica por tal período de tempo (a lei presume irrefragavelmente o justo título e a boa-fé). 
 
No Código Civil a Usucapião de bens móveis encontra-se no Capítulo III Da Aquisição da 
Propriedade Móvel, na Seção I Da Usucapião, nos artigos 1.260 a 1.262. 
 
Art. 1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante 
três anos, com justo título e boa-fé, adquirir-lhe-á a propriedade. 
Art. 1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, 
independentemente de título ou boa-fé. 
Art. 1.262. Aplica-se à usucapião das coisas móveis o disposto nos arts. 1.243 e 1.244. 
 
Os bens públicos são recobertos pelo manto da impossibilidade de aquisição via ação de 
usucapião, e quanto aos bens móveis tal vedação encontra-se positivada no Art. 102 do CC. 
 
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 
 
Questão 03 
 
Quanto à propriedade resolúvel, examine as proposições seguintes: 
 
Quando a causa da resolução é superveniente, a resolução não tem efeito retroativo, e as 
consequências dela resultantes se contam apenas do momento da resolução. São válidos os 
atos de alienação praticados anteriormente. 
 
PORQUE 
 
Quando não se pode prever a resolução, devem ser protegidos os adquirentes de boa-fé; a lei 
confere validade aos atos de constituição de direitos reais de que eles participaram, não 
permitindoque os efeitos da resolução os alcancem. 
 
É correto afirmar que: 
 
A – As duas proposições são corretas, e a segunda justifica a primeira. 
B – As duas proposições são corretas, mas a segunda não justifica a primeira. 
C – As duas proposições são falsas. 
D – Somente a primeira proposição é correta. 
E – Somente a segunda proposição é correta. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
Podemos observar que o Art. 1.360 do CC trata da relação jurídica em que o elemento que põe 
termo é superveniente. 
 
Art. 1.360. Se a propriedade se resolver por outra causa superveniente, o possuidor, que a tiver 
adquirido por título anterior à sua resolução, será considerado proprietário perfeito, restando à pessoa, 
em cujo benefício houve a resolução, ação contra aquele cuja propriedade se resolveu para haver a 
própria coisa ou o seu valor. 
 
A resolução não tem efeito retroativo, e as consequências dela resultantes se contam apenas 
do momento da resolução. Então são válidos os atos de alienação praticados anteriormente. 
 
Aqui não se pode prever a resolução antes que ocorra. Então, para proteger os adquirentes de 
boa-fé, a lei dá validade aos atos de constituição de direitos reais de que eles participaram, 
não permitindo que os efeitos da resolução os alcancem. 
 
Exemplo mais comum: revogação da doação por ingratidão do donatário. Art. 557 e 563, CC. O 
alienante tinha o domínio pleno, e é válida então a alienação para o terceiro. 
 
Questão 04 
 
As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, 
lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, 
sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus 
proprietários, 
 
A – exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas 
estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio 
B – inclusive os abrigos para veículos, que poderão ser alienados ou alugados a pessoas 
estranhas ao condomínio, independentemente de autorização expressa na convenção de 
condomínio. 
C – mas os abrigos para veículos somente poderão ser alugados a pessoas estranhas ao 
condomínio, jamais alienados. 
D – exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas 
estranhas ao condomínio, ainda que haja autorização expressa na convenção de condomínio – 
tal autorização é nula. 
E – exceto os abrigos para veículos, que só poderão ser alienados ou alugados a pessoas 
estranhas ao condomínio com aprovação unânime dos condôminos. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
DA ALIENAÇÃO E LOCAÇÃO DE VAGA DE GARAGEM: 
- Venda e aluguel de vagas (exclusivas) a terceiros só podem ser feitos com autorização 
expressa na convenção do condomínio. 
- A Lei n° 12.607, DE 4 DE ABRIL DE 2012, ALTEROU o § 1º do art. 1.331 do Código Civil, no que 
tange ao critério de fixação da fração ideal e às disposições sobre alienação e locação de 
abrigos para veículos em condomínios edilícios. 
- Art. 1331, §1º. As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, 
escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras 
partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas 
livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser 
alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na 
convenção de condomínio. 
 
Questão 05 
 
Analise as proposições abaixo sobre o condomínio geral, e assinale a alternativa correta: 
 
I. O uso da coisa comum deve ser de acordo com o seu destino e conforme a sua natureza. 
 
II. Sem anuência dos demais condôminos não pode haver modificações que alterem a 
substância da coisa ou mudem a maneira tradicional de explorá-la. 
 
III. Cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu da coisa comum, e pelo 
dano que lhe causou. 
 
IV. Se o prédio comum é habitado por um só dos condôminos, este não deve alugueres 
correspondentes aos demais quinhões. 
 
A – Somente I, II e III são corretas. 
B – Somente I, III e IV são corretas. 
C – Somente I e II são corretas. 
D – Somente II e III são corretas. 
E – Todas são corretas. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
· O uso da coisa comum deve ser de acordo com o seu destino e conforme a sua natureza – 
sem anuência dos demais condôminos não pode haver modificações que alterem a substância 
da coisa ou mudem a maneira tradicional de explorá-la. Art. 1.314, parágrafo único, CC. 
 
· No condomínio tradicional, cada condômino responde aos outros pelos frutos que percebeu 
da coisa comum, e pelo dano que lhe causou (art. 1.319, CC). Ex.: se o prédio comum é 
habitado por um só dos condôminos, este deve alugueres correspondentes aos demais 
quinhões. 
 
Questão 06 
 
Considere as proposições abaixo sobre o condomínio edilício, e assinale a alternativa incorreta: 
 
A – Cabe ao síndico cobrar as contribuições dos condôminos e impor e cobrar as multas. 
B – Cabe ao conselho consultivo prestar contas à assembleia, anualmente e quando exigidas. 
C – O síndico deve fazer o seguro da edificação. 
D – Pode a assembleia colocar alguém no lugar do síndico com poderes de representação. 
E – O síndico pode transferir a outrem, total ou parcialmente, os poderes de representação ou 
as funções administrativas, mediante aprovação da assembleia, salvo disposição em contrário 
da convenção. 
 
Justificativa: 
B – (Incorreta) 
 Deveres do síndico: art. 1.348 do CC/2002 e art. 22, §1º da Lei nº 4.591/84. 
... 
- cobrar as contribuições dos condôminos e impor e cobrar as multas; prestar contas à 
assembleia, anualmente e quando exigidas; 
 
A atribuição de prestar contas anualmente e quando exigidas a assemblei foi atribuída 
erroneamente ao Conselho Consultivo na questão, quando na verdade é atribuição do Síndico. 
 
MÓDULO 05 
 
Questão 01 
 
O direito de superfície é direito real que pode ser transferido pelo superficiário a terceiros, 
inclusive a seus herdeiros, por morte do superficiário. 
 
É correto afirmar, quanto ao direito real de superfície, que: 
 
A – O proprietário tem direito ao laudêmio cada vez que o superficiário transfere, a título 
oneroso, o domínio útil da coisa. 
B – O direito de superfície confere ao superficiário ação real para o exercício do direito de 
sequela. 
C – Na alienação do imóvel ou do direito de superfície, não possuem o superficiário ou o 
proprietário o direito de preferência. 
D – Extinta a concessão, ordinariamente, pelo fim do prazo, o proprietário passa a ter a 
propriedade plena do imóvel, mas por força de lei fica obrigado a custear as obras feitas pelo 
superficiário no imóvel. 
E – Como no arrendamento, o superficiário não tem direito oponível erga omnes. 
 
Justificativa: 
B – (Correta) 
O direito de superfície é direito real, oponível, portanto, erga omnes, contando com a 
prerrogativa da sequela, possibilidade de buscar a coisa das mãos de quem quer que seja. 
A – Na figura do direito de superfície o proprietário também é chamado de senhorio, mas é 
diferente da enfiteuse, porque nesta o proprietário tem direito ao laudêmio cada vez que o 
foreiro transfere, a título oneroso, o domínio útil da coisa (o laudêmio é porcentagem sobre o 
preço da venda, 2,5%). 
 O art. 1.372, parágrafo único do CC/2002 determina que não se pode estipular pelo 
concedente nenhum pagamento pela transferência, no direito de superfície. 
C - Art. 1.373, CC – Na alienação do imóvel ou do direito de superfície, tem o superficiário ou o 
proprietário o direito de preferência. 
D - Art. 1.375, CC - Extinta a concessão, ordinariamente, pelo fim do prazo, o concedente 
passa a ter a propriedade plena do imóvel, independentemente de indenização. Salvo 
estipulação em sentido contrário (a norma não é cogente). 
E - O direitode superfície é direito real, oponível, portanto, erga omnes 
 
 
Questão 02 
 
Quanto à servidão predial, analise as proposições seguintes: 
 
I. Trata-se de direito real de garantia, sobre coisa alheia. 
 
II. Tem caráter acessório, perpétuo e indivisível. 
 
III. Deve ter interpretação restritiva. 
 
IV. É direito acessório porque depende da existência de um direito principal: seu titular deve 
ser proprietário do prédio dominante. É contrário ao conceito de servidão admitir a sua 
constituição em favor de quem não é dono do prédio dominante. 
 
São corretas somente as proposições: 
 
A – II, III e IV. 
B – I, III e IV. 
C – I, II e III. 
D – II e IV. 
E – II e III. 
 
Justificativa: 
A – (Correta) 
Servidão é dir. real sobre coisa alheia, de caráter acessório, perpétuo e indivisível. 
A Servidão tem natureza REAL: atribui ao seu titular as prerrogativas decorrentes - exercício do 
direito erga omnes, ação real e sequela. É direito sobre coisa alheia, de outrem, o que a 
distingue da propriedade, que é direito real sobre coisa própria. 
É direito acessório: porque depende da existência de um direito principal. Como se trata de 
direito concedido ao dono do prédio dominante, seu titular deve ser proprietário do prédio 
dominante. É contrário ao conceito de servidão admitir a sua constituição em favor de quem 
não é dono do prédio dominante. 
Por ser acessório, a servidão, uma vez constituída, prende-se à coisa e a acompanha nas mãos 
de quem quer que seja seu dono. Com o registro, a servidão se incorpora ao prédio 
dominante, e o segue nas mãos dos sucessores do proprietário (ambulat cum domino). 
 Perpétua: é irresgatável sem a anuência do proprietário do prédio dominante. Então tende a 
durar indefinidamente, salvo ocorrência de uma causa de extinção compreendida na lei. Para 
Roberto Senise Lisboa, a perpetuidade significa que existe por prazo indeterminado, salvo 
previsão em sentido contrário. 
· Inalienável. 
· Indivisível: art. 1.386, CC – se houver partilha, a servidão continua em benefício de cada um 
dos quinhões do prédio dominante, gravando cada quinhão do prédio serviente. Salvo se a 
servidão se aplicar a certa parte de um ou de outro. 
*** A servidão é interpretada restritivamente, não pode ser presumida, porque limita o 
domínio. 
O certo é que: o domínio se presume pleno, então quem alega servidão deve provar a maneira 
legal como a obteve. Por conta da interpretação restritiva, no conflito de provas apresentadas 
por autor e réu, quanto à servidão, decide-se contra a servidão. 
A afirmativa I é falsa, pois o a Servidão não é um Direito Real de GARANTIA, como o penhor, a 
hipoteca, a anticrese e a alienação fiduciária 
 
Questão 03 
 
A posse inconteste e contínua de uma servidão aparente por 10 anos autoriza o possuidor a 
registrá-la em seu nome no Registro de Imóveis, usando como título a sentença que julgar 
consumada a usucapião. Assinale, quanto à usucapião de servidão, a alternativa INCORRETA: 
 
A – Ocorre em 10 (dez) anos a servidão ordinária, em que o usucapiente tem justo título e boa-
fé. 
B – Se não houver título, a usucapião será no prazo de 20 anos. 
C – O processo é o mesmo para a aquisição da propriedade plena, pela usucapião (prescrição 
aquisitiva). A usucapião é para a aquisição do domínio do imóvel ou da servidão predial. 
D – O que constitui a servidão é a sentença judicial, que deve ser levada a registro. 
E – A servidão deve ser contínua e aparente, só assim dá direito aos interditos e à usucapião. 
A servidão de passagem, por não ser contínua, não pode ensejar aquisição por usucapião. 
 
Justificativa: 
E – (Incorreta) 
A servidão deve ser contínua e aparente, só assim dá direito aos interditos e à usucapião. 
 
Exceção: servidão de passagem, por força jurisprudencial, pode ser objeto de posse, e 
portanto de interditos e de usucapião, quando mesmo descontínuas, revelem-se por obras 
externas, visíveis e incontestáveis. Se o possuidor da servidão não esconde os atos 
possessórios que pratica, revelando os atos por sinais externos de incontestável evidência, 
sem oposição do proprietário do prédio serviente, então deve ser reconhecida a condição de 
possuidor da servidão. 
 
Então, a servidão de passagem é descontínua, depende de fato do homem, mas pode ser 
objeto de usucapião quando a posse for aparente, por exemplo com o caminho batido, e 
bueiros, indicando a habitualidade de sua utilização. 
 
Questão 04 
 
Quanto aos direitos reais sobre coisa alheia, é INCORRETO afirmar que: 
 
A – Podem decorrer de contrato. 
B – São direitos oponíveis erga omnes. 
C – Não conferem ao seu titular ação reivindicatória. 
D – Estão previstos em rol taxativo no Código Civil. 
E – Não incluem mais a enfiteuse, extinta com a revogação do Código Civil de 1916. 
 
Justificativa: 
C – (Incorreta) 
Direito real é o que afeta a coisa direta e imediatamente sob todos ou sob certos respeitos, e a 
segue em poder de quem quer que a detenha. – o direito real liga pessoa (titular do direito) e 
coisa, sendo oponível erga omnes e conferindo ao titular do direito a ação real, para o 
exercício do direito de sequela. 
A ação reivindicatória é conferida apenas ao proprietário. 
O que se busca com a reivindicatio é a restituição da coisa, da qual o proprietário foi 
desapossado. A causa de pedir apoia-se no art. 1.228, caput, parte final, do Código civil, e no 
esbulho sofrido. Tem por fundamento o direito de sequela, que é atributo dos direitos reais, e 
que se concretiza pelo poder de seguir a coisa onde quer que esteja. 
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de 
reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
 
Questão 05 
 
Não pode ser considerada uma das hipóteses de extinção do direito de superfície: 
 
A – O advento do termo final fixado em contrato o u em testamento. 
B – Distrato. 
C – O não uso do direito. 
D – O exercício do direito de preferência ou de sucessão por qualquer das partes em relação à 
outra, caso em que ocorre a consolidação subjetiva. 
E – A morte do superficiário. 
 
Justificativa: 
E – (Correta) 
Dentre as hipóteses de extinção do direito de superfície não está elencada a morte do 
superficiário. 
O artigo 1.372 é categoria ao afirmar que o direito de superfície pode transferir-se a terceiros e, por 
morte do superficiário, aos seus herdeiros. Daí se concluir que o direito real de superfície não tem como 
hipótese de extinção a morte do superficiário. 
 
As possibilidades/hipóteses de extinção do direito real de superfície dão-se: 
1. pelo advento do termo final fixado em contrato ou em testamento; 
2. por distrato; 
3. pelo não uso do direito; 
4. pelo exercício do direito de preferência ou de sucessão por qualquer das partes em relação à outra, 
caso em que ocorre a consolidação subjetiva; 
5. pela desapropriação do bem imóvel. 
 
Questão 06 
 
A morte do dono do imóvel sobre o qual recai direito de superfície: 
 
A – Converte em usufruto o direito do superficiário. 
B – Extingue o direito de superfície. 
C – Não afeta o direito de superfície. 
D – Transmite aos herdeiros do senhorio direto o direito de superfície. 
E – Encerra o direito de superfície que passa a ser prerrogativa dos herdeiros do superficiário. 
 
MÓDULO 06 
 
Questão 01 
 
O exercício do usufruto pode ser cedido. O usufrutuário pode arrendar a propriedade agrícola 
que lhe foi deixada em usufruto, recebendo o arrendamento, em vez de ser obrigado, ele 
mesmo, a colher os frutos e assumir os riscos do empreendimento. É certo afirmar que o 
usufruto: 
 
A – É direito real inalienável, posto que personalíssimo, salvo o direito de alienação ao nu-
proprietário. 
B – Pode ser alienado a terceiro, a título oneroso ou gratuito, respeitando-se o direito de 
preferência do nu-proprietário. 
C – Não pode ser alienado ao nu-proprietário. 
D – Assimcomo o direito de superfície, transfere-se aos herdeiros com a morte do 
usufrutuário. 
E – É menos amplo que o direito real de habitação. 
 
Questão 02

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