Buscar

trabalho dislexia e discalculia

Prévia do material em texto

Pós-Graduação em Educação 
Neurociência e Tecnologia
Trabalho Final
Danilla Ribeiro de Souza 
RA 20675716
Professor: Marco Aurélio Bassi
Sumário
Resumo.............................................................................................................. 2
1.Entendendo um pouco sobre Dislexia 
1.1 O que é? ...................................................................................................... 3
2.Entendendo um pouco sobre Discalculia
2.1 O que é? ...................................................................................................... 3
3.Comparando a Dislexia com a Discalculia ..................................................... 4
4.Uso de tecnologias na educação ................................................................... 6
5.Aplicação das tecnologias e softwares em transtornos como a Dislexia e Discalculia ......................................................................................................... 7
5.1 Alguns exemplos de softwares e aplicativos .............................................. 8
Conclusão ........................................................................................................ 11
Bibliografia ....................................................................................................... 12
Resumo
Este trabalho tem como objetivo falar sobres transtornos específicos (Dislexia e Discalculia), tecnologias, software e a aplicação na educação de forma positiva para o avanço significativo do aluno.
Expor sobre esses temas é necessário e totalmente importante nos dias atuais como forma de capacitação e aprendizado também do professor. Sabemos que nem sempre é muito fácil até a chegada do diagnostico ou do laudo do aluno, mas o docente deve entrar em ação para que o foco não seja perdido (avanço intelectual do aluno).
Entendendo um pouco sobre Dislexia 
O que é?
A Dislexia é um transtorno neurológico que afeta a aprendizagem e a vida de muitas pessoas. No nosso sistema nervoso central, ocorrem milhares de conexões nos circuitos celulares que faz com que nossos nervos e nossa mente funcionem de forma clara. No disléxico existem falhas nesses circuitos, fazendo com que ele tenha falhas nas assimilações de símbolos, letras, e sílabas.
Esse transtorno normalmente é percebido na fase da infância, pois é notório a dificuldade da criança pelo professor em contar, escrever e outras atividades em sala de aula. A fase escolar costuma ser muito frustrante para a criança com esse transtorno, pois não consegue acompanhar os demais colegas no processo de alfabetização e letramento. A criança pode escrever espelhado, apenas identificar as letras e não as sílabas e trocar facilmente uma letra por outra.
 
Entendendo um pouco sobre Discalculia
 2.1. O que é?
A Discalculia é um transtorno de aprendizagem, que é conhecido pela incapacidade do raciocínio logico e matemático, a pessoa não é capaz de pensar e refletir sobre processos que envolvam números. 
Esse transtorno normalmente é percebido na fase da infância, pois também pode ser notado com facilidade pelo professor, na dificuldade em realizar sequências básicas em sala de aula, como datas simples, números facilmente entendidos pela maioria, entre outros.
O que acontece na maioria dos casos é que mesmo tendo todo apoio e todo conteúdo necessário para o entendimento, isso acaba não acontecendo pela criança e acaba não associando os significados dos números para o nosso dia a dia. O maior desafio para uma criança ou adolescente com discalculia é associar as funções, relações e poder fazer intervenções dos números com a sociedade e para que são utilizados em nossa rotina e vida. Também podemos ressaltar a dificuldade em memorização numérica, quantificação da sua própria idade, utilização do tempo, dias, meses, anos e muitas vezes em espaçamento.
Comparando a Dislexia com a Discalculia
Começando pela dislexia, podemos dizer que ela é mais comum em meninos do que em meninas, e este tem muita dificuldade em associação dos fonemas e grafemas, não conseguindo colocar um significado ao que está lendo. A criança disléxica possui maior dificuldade na linguagem escrita e oral do que na linguagem simbólica, ou seja, consegue ainda entender mais imagens e ludicamente do que livros, textos, etc. Também apresenta déficits na memória, pois não consegue se lembrar do que leu para dar sentido a sua frase ou informação, pode ter problemas no processo fonológico e também confundir na colocação das letras.
Agora falando um pouco sobre a discalculia, podemos dizer que a criança apresenta dificuldades na coordenação motora, dificuldades em associação de espaço, memória, símbolos, datas, objetos matemáticos, e principalmente em números e operações mentais. Não apresentando tanta dificuldade em fonemas e grafemas e linguagem escrita e oral.
Segundo o Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento (LND) “Existe uma grande comorbidade entre os transtornos de aprendizagem, principalmente entre a dislexia e discalculia. Um estudo com uma amostra de 799 crianças em idade escolar publicado no Journal of Learning Disabilities, em 2008, constatou que 15% das crianças com discalculia também apresentavam o transtorno da leitura, e 7% com dislexia apresentavam transtorno na matemática. Na realização de cálculos matemáticos utiliza-se o senso numérico, memória operacional, além de representações simbólicas verbais, assim, quem apresenta dificuldades nas representações verbais, como disléxicos, também terá dificuldade na hora de realizar algumas operações e principalmente problemas matemáticos, que exigem leitura e compreensão do texto. ” 
Também podemos mostrar uma comparação entre os dois transtornos com a tabela a seguir:
Fonte: DISCALCULIA E DISLEXIA: SEMELHANÇA EPIDEMIOLÓGICA E DIVERSIDADE DE MECANISMOS NEUROCOGNITIVOS - Vitor Geraldi Haase, Ricardo José de Moura, Pedro Pinheiro-Chagas e Guilherme Wood
Uso de tecnologias na educação
Sabemos que hoje é impossível estarmos em alguma parte do mundo sem que a tecnologia tenha sua presença confirmada, e isso na educação vem crescendo cada dia mais. Ainda podemos dizer que muitas vezes ela acaba não sendo utilizada da melhor forma, mas também sabemos de projetos incríveis para as melhoras educacionais, principalmente quando falamos em síndromes, transtornos, dificuldades da aprendizagem, entre outros.
Quantas vezes os professores entram em sala de aula e milhares de celulares estão presentes juntamente com seus alunos, por que não utilizar isso para uma aula lúdica e que vai marcar a memória desse aluno de forma positiva e significativa? É isso que cada vez mais os docentes estão aplicando na sua didática afim de aumentar as chances do aprendizado de seus educandos, mesmo aqueles que possuem mais dificuldades. 
Aplicação das tecnologias e softwares em transtornos como a Dislexia e Discalculia
A escola e sua equipe pedagógica tem como objetivo final a compreensão de conceitos, aprendizado integral e social dos seus alunos. Preparar essa criança ou adolescente de forma interina para a sua construção de identidade moral e social é o foco, mesmo que se trate de alunos com dificuldades em específico.
Como cada dia mais a tecnologia é a ‘febre’ mundial, ela passou a se tornar em muitas escolas ferramenta legal e essencial para a didática de muitos professores, afim de atuar em uma sociedade que já é considerada tecnológica. 
De acordo com Giroto; Poker e Omote (2012, p.7): “As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) apresentam-se como promissoras para a implementação e consolidação de um sistema educacional inclusivo, pelas suas possibilidades inesgotáveis de construção de recursos que facilitam o acesso às informações, conteúdos curriculares e conhecimentos em geral, por parte de toda adversidade de pessoas dentre elas as que apresentamnecessidades especiais.”
Segundo Wilson et al (2006a): “A utilização do computador por crianças com dificuldades de aprendizagem aproveita o fascínio que as estas possuem por jogos digitais, e podem ainda ser adaptados às dificuldades e características de cada um, sendo instrumentos que favorecem a aprendizagem. Já Rezende (2014, p.3) aponta que alunos “[...] com dificuldades físicas, psíquicas, emocionais, motoras e afetivas também devem e podem estar inseridos na educação e no meio tecnológico”.
Sendo assim, deixamos claro que toda e qualquer criança tem direito de aprendizagem por meio da tecnologia, incluindo casos como dislexia e discalculia. Também podemos dizer que as tecnologias podem ser incluídas de muitas formas, como por exemplo, por aplicativos, softwares, vídeos, via internet, entre outras. A habilidade multimodal é um ponto de muita importância que deve mais ser estudado pelos professores.
A utilização de aulas mais práticas e que chamem atenção do aluno, faz com que o âmbito emocional seja aguçado e não seja esquecido com facilidade. É importante também que professor e escola ‘falem a mesma língua’ e trabalhem com objetivo de fazer a criança evoluir e que tenham diversas formas de aprendizagem, utilizando uma boa inclusão da tecnologia.
Giroto, Poker e Omote abordam que: “Tais recursos podem e devem ser utilizados no contexto educacional de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos de modo geral e, em especial, dos alunos com deficiências, TGD ou altas habilidades/superdotação, uma vez que também compreendem parte dos recursos contemplados pelas salas de recursos multifuncionais, sob a denominação de tecnologia assistida” (GIROTO, POKER; OMOTE, 2012, p.16).
Os softwares funcionam como uma inteligência que é desenvolvida através de uma base de dados para captar respostas dos alunos e ajudar a equipe multidisciplinar a entender melhor as maiores dificuldades desse aluno, alguns podem gerar um relatório para que seja estudada a melhor possibilidade de atingir essa criança para que tenha uma aprendizagem significativa em cima dos seus limites.
 Alguns exemplos de softwares e aplicativos
Um estudo feito pelo Congresso Internacional de Educação e Inclusão (CINTED), comandado pelos estudantes e professores Fernando Cesar de Abreu Viana, Jesus Marlinaldo de Medeiros e Herbert José Cavalcanti de Souza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba(IFPB) e Diego Ayllo da Silva Simões e Marco Antonio de Abreu Viana do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), colocam o aplicativo abaixo como um bom incentivo de ajudar no aprendizado de crianças com discalculia. O aplicativo para smartphones chama-se Rei da Matemática, para eles: “A escolha do aplicativo Rei da Matemática se deu pelo fato do mesmo apresentar diversas opções de operações lógicas: Adição, Subtração, Combinado 1 (que envolve as duas primeiras), Multiplicação, Divisão, Aritmética, Geometria, Frações, Potências, Estatística e Equações. Aliado a isso tem-se um interface agradável, intuitiva, possui diversos idiomas, pontuações, tempos e níveis (capítulos) a serem atingidos. Um nível somente é liberado após o resultado exitoso do nível anterior. Isso melhora o conhecimento e aflora o espírito competitivo do jovem, bem frequente no uso de vídeos games. O nosso trabalho restringiu-se ao uso das quatro operações elementares da Matemática.” 
FOTO: tela inicial do aplicativo e um dos jogos de adição.
Outro aplicativo que pode ser citado é o chamado Aramumo, que foi desenvolvido no Brasil pelos alunos do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) em parceria com o Instituto ABCD, este tem como objetivo trazer mais conforto na parte de leitura para as crianças com dislexia e com dificuldades na aprendizagem. Também trabalho muito a parte fonológica com a visualização das sílabas, que vão flutuando na tela. Assim, os alunos conseguem fazer a junção das sílabas, criando assim as palavras que no papel para eles se tornam tão difíceis. 
FOTO: tela do jogo 
Outro aplicativo que podemos avaliar como excelente para aplicação no processo de aprendizagem é os em forma de Áudio Books, que traz livros narrados pelo próprio autor ou narradores profissionais, com isso é possível que a criança ou adolescente possa se aprofundar nas histórias dos livros, trabalhando assim a imaginação quando necessário e a fonologia das palavras, tornando assim seu aprendizado significativo. Nesse contexto, podemos citar o Mecdaisy, que é o tocador mais utilizado no Brasil, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com o Ministério da Educação.
FOTO 1: Imagem ilustrativa dos AudiosBooks
FOTO 2: Como os AudiosBooks podem ser utilizados pelos estudantes
Conclusão
Podemos concluir que a tecnologia pode ajudar na fase de desenvolvimento da criança ou adolescente com dislexia e discalculia, também despertando a curiosidade e vontade em aprender dos mesmos com foco de atingir a parte do funcionamento cerebral que é afeta pela síndrome, de forma que esse desenvolvimento e aprendizado aconteça, mesmo que seja em momentos e em tempos diferentes dos demais alunos.
Entendemos também o quão importante a tecnologia e aplicação de softwares e Apps vem se tornando a cada dia na educação, já que esse tema é utilizado já ‘sem limites’ pela população e pelos estudantes, utilizá-la de forma inteligente e com mediação pode se tornar incrível e um diferencial gigante para a escola e seu corpo docente.
Bibliografia
Como Lidar Com A Dislexia, Discalculia E Disgrafia Em Sala De Aula. FBV Cursos, 15 de maio de 2018. Disponível em <https://www.fbvcursos.com/blog/dislexia-discalculia-e-disgrafia-em-sala-de-aula/> Acesso em 29 de set de 2019.
TERESO COELHO, Diana. Dislexia, Disgrafia, Disortografia e Discalculia. S/D. Disponível em <http://www.ciec-uminho.org/documentos/ebooks/2307/pdfs/8%20Inf%C3%A2ncia%20e%20Inclus%C3%A3o/Dislexia.pdf> Acesso em 29 de set de 2019.
GERALDI, Vitor; MOURA, Ricardo; PINHEIRO, Pedro; WOOD, Guilherme. DISCALCULIA E DISLEXIA: SEMELhANÇA EPIDEMIOLÓGICA E DIVERSIDADE DE MECANISMOS NEUROCOGNITIVOS. 05 de abr de 2011. Disponível em <https://www.researchgate.net/profile/Vitor_Geraldi_Haase/publication/216807805_Discalculia_e_dislexia_semelhanca_epidemiologica_e_diversidade_de_mecanismos_neurocognitivos/links/05b9f66f06b2ba845a39cfe3.pdf> Acesso em 29 de set de 2019.
O que é Discalculia?. NeuroSaber. S/D. Disponível em <https://neurosaber.com.br/o-que-e-discalculia/> Acesso em 29 de set de 2019.
HIROMI, Marcia; TAVARES, Alice. Transtornos específicos da aprendizagem: Dislexia e Discalculia. Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento. 14 de out de 2014. Disponível em <https://lndufmg.wordpress.com/2014/10/14/transtornos-especificos-da-aprendizagem-dislexia-e-discalculia/> Acesso em 29 de set de 2019.
GIROTO, C.R.M.; POKER, R.B.; OMOTE, S. As tecnologias nas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária, São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012, 238p.GIROTO, C.R.M.; POKER, R.B.; OMOTE, S. Educação Especial, Formação de Professores eo uso das Tecnologias de Informação e Comunicação: a contribuição de práticaspedagógicas inclusivas. In: GIROTO, C.R.M.; POKER, R.B.; OMOTE, S (org.). As tecnologiasnas práticas pedagógicas inclusivas. Marília: Oficina Universitária, São Paulo: CulturaAcadêmica, 2012, p. 12-24.
Uso das tecnologias na educação. Brasil Escola Meu Artigo. S/D. Disponível em <https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/uso-das-tecnologias-na-educacao.htm> Acesso em 29 de set de 2019.
NETO, João Coelho; BLANCO, Marilia. O Uso Das Tecnologias Digitais Educacionais Para Auxiliar Pessoas Com Discalculia: Uma abordagem no contexto educacional. 28 de set de 2017. Disponível em <https://www.revistaespacios.com/a17v38n60/a17v38n60p29.pdf> Acesso em 29 de set de 2019.
VIANA, Fernando; MEDEIROS, Jesus; SOUZA, Hebert; SIMÕES,Diego; VIANA, Marco. USO DE APLICATIVOS DE SMARTPHONESPARADISCALCULIAOPERACIONAL. 14 de nov de 2014. Disponível em <http://editorarealize.com.br/revistas/cintedi/trabalhos/Modalidade_1datahora_14_11_2014_20_48_44_idinscrito_4661_4697788c0bb37ab78b441efb067a3e14.pdf> Acesso em 29 de set de 2019.
TEIXEIRA, Fabiana. O USO DE TECNOLOGIA ASSISTIVA COM ALUNOS DISLÉXICOS. 2018. Disponível em <https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/37778/1/ulfpie053262_tm.pdf> Acesso em 29 de set de 2019.

Continue navegando