Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Professora Especialista: Fernanda Gonçalves Santos Terapia Nutricional Enteral e Parenteral: Complicações relacionadas a Nutrição Enteral aula 3 Tipos de complicações Gastrointestinais Diarréia Estase gástrica Náusea e vômito RGE Distensão abdominal Cólicas Constipação Metabólicas Hipo e hipernatremia Hiper e desidratação Hiper e hipoglicemia Hipo e hipercalemia Hipo e hiperfosfatemia Síndrome da realimentação Anormalidade da função hepática Mecânicas Erosão nasal e necrose Sinutite e rouquidão Esofagite, faringite Ruptura de varizes esofágicas Osbtrução da sonda Saída da sonda Infecciosa gastroenterocolite Respiratória Aspiração pulmonar Psicológica Ansiedade Falta de estimula ao paladar Depressão Monotonia alimentar insociabilidade Complicações Gastrointestinais - Diarreia CONCEITO Nº evacuações e consistência: Evacuações ≥ 3 líquidas ou semi-líquidas; Volume: 200 a 300g/dia. CAUSAS (interação) Condição clínica paciente Medicamentos usados Nutrição Enteral Complicações Gastrointestinais - Diarreia • Complicações que mais gera reclamações; • Freqüência: 2,3 a 95% (≠ definições diarreia, tipo de paciente). Pcts UTI em TN 14 a 28% • Apenas 20% podem ser atribuídas a TNE. CONSEQUÊNCIAS: Desnutrição; DHE e Desequilíbrio ácido-básico; Piora condições cutanêa-perineais; UPPs; Aumento morbidade e sofrimento do pct. Complicações Gastrointestinais - Diarreia TIPOS MAIS FREQUENTES: Osmótica: solutos osmoticamente ativos (moléculas NÃO absorvidas) na luz intestinal, dificultando a absorção de água pelo epitélio. Causas: • Medicamentos (xaropes contendo sorbitol, lactulose, laxantes); • Intolerância a lactose; • Atrofia da mucosa intestinal (redução absorção); • Superalimentação ou velocidade de infusão acima da capacidade absortiva. Complicações Gastrointestinais - Diarreia TIPOS MAIS FREQUENTES: Secretória: secreção ativa de eletrólitos e água pelo epitélio intestinal. Causas: • Enterotoxinas; • Micro-organismos (Clostridium diffficile); • Laxantes irritantes (aumentam peristaltismo e irritam mucosa); • Excesso de sais biliares na luz intestinal (irritantes); • Algumas patologias (RCUI, Crohn, Colite eosinofílica, dça Celíaca, Colite Isquemica) Complicações Gastrointestinais - Diarreia Complicações Gastrointestinais - Diarreia CAUSAS 1. Uso de Antibióticos; 2. Dietas Enteral; 3. Intolerância a grandes volumes; 4. Velocidade de infusão rápida; 5. Trocas de equipo (a cada 24h ou a cada troca de frasco); 6. Temperatura gelada da dieta; 7. Contaminação de dietas durante o preparo. Complicações Gastrointestinais - Diarreia CAUSAS 1. Uso de Antibiótico (ATB): a) Redução flora bacteriana (autóctone) e superinfecção por bactérias patogênicas. Clostridium difficile Em situações desequilíbrio grandes quantidades de toxinas Inflamação da Mucosa intestinal Enterocolite pseudomembranosa Complicações Gastrointestinais - Diarreia CAUSAS 1. Uso de Antibiótico (ATB): b) Diminuição da formação de ácidos graxos de cadeia curta (sintetizados pela flora auóctone) ↓ Flora Autóctone ↓ formação AGCC ↓ Trofismo e fç do Cólon Diarreia Complicações Gastrointestinais - Diarreia CAUSAS 1. Uso de Antibiótico (ATB): c) Fibras polissacarídeas que seriam metabolizadas a AGCC, deixam de ser e passam a ter efeito osmótico intraluminal. d) Aumento do peristaltismo intestinal (ex: Ampicilinas) Complicações Gastrointestinais - Diarreia CAUSAS 2. Diarreia causada por Nutrição Enteral: associada (60% ou mais da meta desejada) • Diarreia do tipo osmótica; • Corrigida reduzindo velocidade de infusão ou mudando a maneira de infundir (intermitente para contínua); • Usando fórmula mais apropriada: Menor osmolaridade Sem lactose Com Fibras solúveis Suspensão da dieta NÃO é recomendada!!! ↓ aporte nutricional ↓ Trofismo ↑ Diarreia Complicações Gastrointestinais - Diarreia O QUE FAZER? • velocidade de infusão (gotejamento); • Mudar a fórmula enteral para com fibra SOLÚVEL; • Excluir diarréia infecciosa por cultura das fezes; • Avaliar fármacos indutores de diarréia; • Considerar uso de medicações antidiarreicas (afastada a hipótese de diarréia infecciosa); • Em caso de suspeita de má-absorção, mudar para dietas oligoméricas ou monoméricas; • Fazer uso de probióticos, exceto: neutropênicos, imunosuprimidos graves, problemas na barreira intestinal (DII); • Observar teor da fórmula de sacarose, lactose e teor aumentado de gordura (> 30% VET) Complicações Gastrointestinais – Resíduo Gástrico Elevado CONCEITO Sinônimo: Volume Residual Gástrico (VRG) Elevado; Risco de aspiração do conteúdo da dieta com consequente Broncopneumonia Aspirativa; O esvaziamento gástrico pode estar lentificado em até 50% dos pacientes críticos: • Redução da grelina (hormonio orexígeno); • Neurite visceral (Diabéticos); • TCE, hipertensão craniana; Complicações Gastrointestinais – Resíduo Gástrico Elevado QUAL VALOR CONSIDERADO ALTO? Ainda CONTROVERSO!!! Valores entre 250 a 500 mL associam-se frequentemente a estados PATOLÓGICOS; Valor > 50% do volume infundido nas últimas 2h; Complicações Gastrointestinais – Resíduo Gástrico Elevado EM QUE MOMENTO É FEITO? Dieta Intermitente: Imediatamente ANTES da administração de cada dieta; Dieta Contínua: a cada 6 a 8h ou conforme protocolo de cada instituição. Complicações Gastrointestinais – Resíduo Gástrico Elevado O QUE FAZER? • Manter cabeceira da cama elevada a, no mínimo, 45 graus. • Considerar uso de medicações que causem PARESIA GÁSTRICA (sedativos opiódes, anticolinérgicos, antidepressivos, uso de DVA, especialmente noradrenalina e adrenalina); • Checar posicionamento da sonda (se gástrico, sugerir entérica; se entérica, considerar acesso enteral duplo) • Fazer uso de medicações pro- cinéticas (metoclopramida, bromoprida, eritromicina); • Checar fórmula enteral (reduzir teor de gordura, priorizar PTN do soro do leite e fórmular com osmolaridade mais baixa). Complicações Gastrointestinais – Distensão Abdominal CONCEITO Pode ser encontrado em pacientes portadores de: • Diabetes ou que apresentem hiperglicemia mal controlada; • TCE; • Instabilidade Hemodinâmica; • Obstipação intestinal; • Hipervolemia (edemaciar), hipóxia, etc. Complicações Gastrointestinais – Distensão Abdominal O QUE FAZER? • Manter cabeceira da cama elevada a, no mínimo, 45 graus. • Considerar uso de medicações que causem PARESIA GÁSTRICA (sedativos opiódes, anticolinérgicos, antidepressivos, uso de DVA, especialmente noradrenalina e adrenalina), suspender, reduzir ou trocar a medicação; • Checar posicionamento da sonda (se gástrico, sugerir entérica; se entérica, considerar acesso enteral duplo) • Fazer uso de medicações pró-cinéticas (metoclopramida, bromoprida, eritromicina); • Checarfórmula enteral (reduzir teor de gordura, priorizar PTN do soro do leite, preferir fórmulas com osmolaridade mais baixa, reduzir fibras). Distensão severa dieta Ø e NPT Complicações Gastrointestinais – Obstipação CAUSAS • Inatividade física; • motilidade intestinal; • ingestão/oferta hídrica (fórmulas com elevada DC); • Ausência de fibras; • Patologias: diabetes, alterações do SNC, desnutrição. Complicações Gastrointestinais – Obstipação O QUE FAZER? • Checar fórmula enteral (se NÃO houver fibra, acrescentar. Se houver, avaliar a qualidade e quantidade das fibras, aumentando se necessário – máx. 30g/dia); • Aumentar a hidratação do paciente; • Estimular a movimentação do paciente, quando possível. • Quando necessário, fazer uso de laxativos conforme indicação médica; Complicações Metabólicas – Hiperlipidemia CONCEITO • Complicação metabólica mais frequente com o uso de nutrição parenteral com lipideos, mas pode acontecer em pacientes com nutrição enteral cuja fórmula tenha maior aporte lipídico; • Limite Tolerável: Triglicérides = 300 mg/dL Complicações Metabólicas – Hiperlipidemia O QUE FAZER? • Caso paciente esteja com Nutição Enteral, optar por fórmula com teor lipídico habitual (30% VET), ou por fórmula desenhada para intolerância a glicose (melhor perfil lipídico); • Monitorização deve ser feita a cada 48h até o controle e, a partir daí, 1 vez por semana até o fim da terapia nutricional artificial ou estabilização do quadro (4 medidas consecutivas dentro dos valores desejados). Complicações Metabólicas – Síndrome de Realimentação CONCEITO • Complicação metabólica mais frequente com o uso de nutrição parenteral com grau avançado de DESNUTRIÇÃO, principalmente proteica, mas associa-se também a nutrição enteral nesses mesmos tipos de pacientes; • Características: ↓P, ↓K e ↓Mg; • Sintomas: Insf. Respiratória, tetania, parestesia, arritimia cardíaca, falências multissistêmicas; • Fatores de Risco: desnutrição grave, alcoolismo, anorexia nervosa, POT cirurgia bariátricas, realimentação muito rápida Complicações Metabólicas – Síndrome de Realimentação Mobilização das reservas para produção energia: A A A AG G Glicemia INANIÇÃO Função Imunológica Função respiratória etc. P K Mg Silva, 2013 Complicações Metabólicas – Síndrome de Realimentação A A A AG Glicemia P K Mg G CHO dieta RELIMENTAÇÃO Alteração da função miocárdica, arritmia cardíaca, anemia hemolítica, disfunção hepática, anormalidades neuromusculares, falência ventilatória aguda, transtornos gastrintestinais, transtornos renais e até mesmo óbito. Primeiros 5 dias Silva, 2013 Complicações Metabólicas – Síndrome de Realimentação COMO PREVENIR? • Iniciar dieta com, no máximo, 50% das Necessidade calóricas calculadas; • Restringir CHO a, no máximo, 150g/dia ; • Monitorar diariamente K, P e Mg séricos; Bibliografia Recomendada
Compartilhar