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RELATORIO DE ESTAGIO BIOMEDICINA

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FASB – FACULDADE DO SUL DA BAHIA
CURSO DE BIOMEDICINA
MARIELLY GOMES LOPES
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
TEIXEIRA DE FREITAS-BA
2018
FASB- FACULDADE DO SUL DA BAHIA- FASB
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I
Relatório de estágio supervisionado I apresentado à coordenação do curso de Biomedicina da FASB- Faculdade do Sul da Bahia, como cumprimento das exigências para conclusão do curso.
Supervisor local: Getúlio Vale Dutra
Supervisor acadêmico: Marlen Haslon
Curso: Biomedicina, 7° período
Matrícula: 238197
Empresa concedente: Laboratório Cenac- Centro de Análises Clínicas. Rua das Palmeiras, 421- Centro – Caravelas, Ba.
Período:
Carga horária: 
TEIXEIRA DE FREITAS
2018
SUMÁRIO
1.0 INTRODUÇÃO....................................................................................
2 .0 OBJETIVO DE ESTUDO..................................................................
3.0 SETOR URINÁLISE .........................................................................
 3.1 COLETA DE AMOSTRA................................................................
 3.2 PRESERVANTES...........................................................................
 3.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS.............................................................
3.3.1 Cor....................................................................................................
3.3.2 Turbidez..............................................................................................
3.3.3 Densidade.........................................................................................
 3.4 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS......................................................
3.4.1 Urubilinogênio ..............................................................................
3.4.2 Exames associados ......................................................................
3.4.3 Procedimento técnico....................................................................
3.4.4 Interferentes .................................................................................
3.4.5 Expressão dos resultados ..............................................................
3.4.6 Glicose .........................................................................................
3.4.7 Procedimento técnico ..................................................................
3.4.8 Interferentes ...............................................................................
3.4.9 Expressão dos resultados ...........................................................
3.4.10 Corpos cetônicos .....................................................................
3.4.11 Procedimento técnico .............................................................
3.4.12 Interferentes ...........................................................................
3.4.13 Expressão dos resultados ......................................................
3.4.14 Bilirrubina ...................................................................................
3.4.15 Exames associados ..........................................................................
3.4.16 Procedimento técnico .......................................................................
3.4.17 Interferentes ........................................................................................
3.4.18 Expressão dos resultados ....................................................................
3.4.19 Proteínas .....................................................................................
3.4.20 Procedimento técnico ......................................................................
3.4.21 Interferentes ....................................................................................
3.4.22 Expressão dos resultados ..............................................................
3.4.23 Nitrito .....................................................................................
3.4.24 Procedimento técnico .............................................................
3.4.25 Interferentes .........................................................................
3.4.26 Expressão dos resultados ......................................................
3.4.27 Ph .........................................................................................
3.4.28 Procedimento técnico ...........................................................
3.4.29 Expressão dos resultados .......................................................
3.4.30 Sangue ...................................................................................
3.4.31 Procedimento técnico .............................................................
3.4.32 Interferentes ...........................................................................
3.4.33 Expressão dos resultados .......................................................
3.4.34 Leucócitos ...............................................................................
3.4.35 Procedimento técnico ...............................................................
3.4.36 Interferentes .............................................................................
3.4.37 Expressão dos resultados ......................................................
 3.5 SEDIMENTOSCOPIA............................................................
3.5.1 Preparo do sedimento e análise ..........................................
3.5.2 Células epiteliais .....................................................................
3.5.3 Exame .............................................................................................
3.5.4 Valores de referência .......................................................................
3.5.5 Expressão dos resultados ................................................................
3.5.6 Hemácias ...........................................................................................
3.5.7 Exame .................................................................................................
3.5.8 Significado clínico ..................................................................................
3.5.9 Valores de referência ............................................................................
3.5.10 Expressão dos resultados ...................................................................
3.5.11 Piócitos ...............................................................................................
3.5.12 Exame .................................................................................................
3.5.13 Significado clínico ...............................................................................
3.5.14 Valores de referência .........................................................................
3.5.15 Expressão dos resultados .................................................................
3.5.16 Cilindros ...........................................................................................
3.5.17 Exame ..............................................................................................
3.5.18 Significado clínico ............................................................................
3.5.19 Valores de referência .....................................................................
3.5.20 Expressão dos resultados .............................................................
3.5.21 Exame ..........................................................................................
3.5.22 Significado clínico ..........................................................................
3.5.23 Cristais da urina ácida ...................................................................
3.5.24 Cristais da urina alcalina ................................................................
3.5.25 Exame .............................................................................................
3.5.26 Expressão dos resultados ...............................................................3.5.27 Flora bacteriana ...........................................................................
3.5.28 Exame ..........................................................................................
3.5.29 Expressão dos resultados ...........................................................
3.5.30 Artefatos e contaminantes .............................................................
3.5.31 Parasitas .......................................................................................
3.5.32 Expressão dos resultados .............................................................
4.0 SETOR HEMATOLOGIA ...................................................................
 4.1 HEMOGRAMA .................................................................................
4.1.1 Fundamentação teórica ..................................................................
4.1.2 Índices hematimétrico ......................................................................
4.1.3 Alterações qualitativas dos eritrócitos..............................................
4.1.4 Hematócrito .....................................................................................
4.1.5 Números de glóbulos vermelhos ......................................................
4.1.6 Hemoglobina ................................................................................
4.1.7 Esfregaço sanguíneo ....................................................................
4.1.8 Objetivo / importância .....................................................................
4.1.9 Procedimento técnico ........................................................................
4.1.10 Orientações para coleta ...................................................................
4.1.11 Exames associados ..........................................................................
4.1.12 Valores de referência ...........................................................................
4.1.13 Exames associados .............................................................................
4.1.14 Diagnóstico clínico laboratorial .............................................................
4.1.15 Erros pré-analíticos ...............................................................................
 4.2 VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (VHS)
4.2.1 Fundamentação teórica .........................................................................
4.2.2 Objetivo / importância ............................................................................
4.2.3 Procedimento técnico ............................................................................
4.2.4 Orientação para coleta ............................................................................
4.2.5 Valores de referência ..............................................................................
4.2.6 Diagnóstico clínico laboratorial ..............................................................
4.2.7 Erros pré-analíticos ................................................................................
 4.3 CLASSIFICAÇÃO SANGUÍNEA E FATOR Rh ......................................
4.3.1 Fundamentação teórica ...........................................................................
4.3.2 Objetivo / importância .............................................................................
4.3.3 Procedimento técnico .............................................................................
4.3.4 Orientações para coleta ..........................................................................
4.3.5 Valores de referência .............................................................................
4.3.6 Exames associados ................................................................................
4.3.7 Diagnóstico clínico laboratorial ...............................................................
 4.4 D FRACO OU DU ....................................................................................
4.4.1Fundamentação teórica .........................................................................
4.4.2 Objetivo / importância ...........................................................................
4.4.3 Procedimento técnico .............................................................................
4.4.4 Orientações para coleta ......................................................................
4.4.5 Exames associados .........................................................................
4.4.6 Erros pré-analíticos .........................................................................
 4.5 COOMBS DIRETO .............................................................................
4.5.1 Fundamentação teórica .....................................................................
4.5.2 Objetivo / importância .........................................................................
4.5.3 Procedimento técnico .........................................................................
4.5.4 Orientações para coleta .....................................................................
4.5.5 Valores de referência .......................................................................
4.5.6 Exames associados ..........................................................................
4.5.7 Diagnóstico clínico laboratorial .........................................................
 4.6 COOMBS INDIRETO .........................................................................
4.6.1Fundamentação teórica .....................................................................
4.6.2 Objetivo / importância .....................................................................
4.6.3 Procedimento técnico ..........................................................................
4.6.4 Orientações para coleta .......................................................................
4.6.5 Valores de referência .............................................................................
4.6.6 Exames associados ................................................................................
4.6.7 Diagnóstico clínico laboratorial ..............................................................
4.6.8 Erros pré-analíticos ...............................................................................
 4.7 TEMPO DE ATIVIDADE DE PROTOMBINA (TAP) ...............................
4.7.1Fundamentação teórica ......................................................................
4.7.2 Objetivo / importância .........................................................................
4.7.3 Procedimento técnico ..........................................................................
4.7.4 Orientações para coleta ......................................................................
4.7.5 Valores de referência ............................................................................
4.7.6 Exames associados ...............................................................................
4.7.7 Diagnóstico clínico laboratorial ................................................................
 4.8 TEMPO DE PROTOMBLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPA) ...........
4.8.1Fundamentação teórica ...........................................................................
4.8.2 Objetivo / importância ............................................................................
4.8.3 Procedimento técnico ...........................................................................
4.8.4 Orientações para coleta .........................................................................
4.8.5 Valores de referência ...............................................................................
4.8.6 Exames associados ...............................................................................
4.8.7 Diagnóstico clínico laboratorial ...............................................................
4.8.8 Erros pré-analíticos ....................................................................4.9 TESTE DE FALCIZAÇÃO ENTRE LÂMINA E LAMÍNULA ........
4.9.1Fundamentação teórica .................................................................
4.9.2 Objetivo / importância .....................................................................
4.9.3 Procedimento técnico .....................................................................
4.9.4 Orientações para coleta ...............................................................
4.9.5 Valores de referência ...................................................................
4.9.6 Exames associados ........................................................................
4.9.7 Diagnóstico clínico laboratorial ........................................................
4.9.8 Erros pré-analíticos ............................................................................
5.0 CONCLUSÃO ......................................................................................
1.0 INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio é elaborado no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado I, do curso de Biomedicina da Faculdade do Sul da Bahia – FASB, as atividades realizadas pela acadêmica no Laboratório Cenac- Centro de Análises Clínicas.
O estágio desenvolveu-se em dois setores Uroanálise e Hematologia.
O referido estágio visa proporcionar um contato com experiência acadêmica – profissional através de vivencias em campos de prática do Biomédico no ambiente laboratorial; estabelecer relações entre a teoria e a prática profissional da Patologia Clínica, o mesmo laboratório é constituído por uma equipe receptiva e acolhedora facilitando assim a aquisição de conhecimentos práticos para o estágio levando a interação com a equipe multidisciplinar e ao bom atendimento aos pacientes.
2 .0 OBJETIVO DE ESTUDO
 Este relatório tem como objetivo descrever as atividades realizadas no Laboratório Cenac - Centro de Análises Clínicas durante o estágio supervisionado I.
O estágio teve como objetivo aplica os conceitos teóricos aprendidos no curso de Biomedicina, desenvolvendo a tomada de decisões para resolução de problemas e o relacionamento multiprofissional.
 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
3.0 SETOR URINÁLISE
 A urinálise foi um grande marco para a medicina laboratorial, no qual a sua origem deu-se a partir de estudos e análises de urinas de nossos primeiros ancestrais registrados em hierógliflos egípcios. Os médicos da antiguidade baseavam-se, na maioria das vezes, apenas na análise da urina do paciente para obter um diagnóstico; este era baseado na observação da turvação, odor, volume, cor e até a presença ou não de açúcar na urina. (STRASINGER, 2000).
Embora não tivessem aparatos sofisticados atualmente disponíveis, eram capazes de obter informações relevantes a partir dessas observações fundamentais, como cor, turbidez, odor, volume, viscosidade e mesmo doçura (observando que algumas amostras atraiam formigas). Atualmente essas mesmas características da urina ainda são relatadas pelos laboratórios. No entanto, com os avanços tecnológicos e o emprego dessas tecnologias nos laboratórios modernos, o exame de urina tem se expandido além da análise física, onde nos dias de hoje são empregados a análise química e a análise microscópica do sedimento urinário. (STRANSIGER, 2009).
3.2 COLETA DE AMOSTRA 
A realização de um exame de urina preciso deve começar com uma técnica adequada de coleta. Há diversos métodos disponíveis, dependendo do tipo de amostra necessária. O primeiro passo importante consiste no uso de um recipiente limpo e seco. A maioria dos laboratórios prefere recipientes descartáveis, uma vez que evitam a possibilidade de contaminação oriunda de frascos de vidro lavados de forma inadequada. Amostras destinadas a cultura devem ser coletadas em frascos estéreis.
Um método utilizado com freqüência consiste na coleta de toda a amostra excretada. O problema desse método reside no fato de a amostra não poder ser utilizada para exame bacteriano. Além disso, em pacientes do sexo feminino, a amostra frequentemente encontra-se contaminada por secreções vaginais.
Antes da coleta, a genitália externa deve ser higienizada com solução antisséptica suave. Durante a coleta, o jato inicial da urina é rejeitado, sendo o jato médio coletado em um frasco estéril. As mulheres devem abrir os lábios vaginais durante a micção. A porção final do fluxo da urina também é descartada. Este procedimento pode ser modificado caso a amostra não seja utilizada para exames bacterianos. A coleta do jato médio, sem higienização prévia ou uso de recipiente estéril, fornece uma amostra satisfatória para testes rotineiros de urina.
Amostras adequadas retiradas de bebês e crianças pequenas podem ser obtidas pelo uso de bolsas de coleta de urina pediátricas, as quais são aderidas ao redor dos genitais. Essas bolsas de coleta são macias e flexíveis, causando pouco desconforto ao paciente. Como em todas as coletas de urina, contudo, deve-se tomar cuidado para evitar a contaminação fecal.
Técnicas inaceitáveis de coleta incluem a coleta da amostra em recipiente que ainda possa conter resíduos de detergentes ou alvejantes, assim como em um que não foi limpo de forma adequada. Urina coletada em uma comadre que também contenha fezes não é uma amostra aceitável, da mesma forma que a urina extraída de uma fralda.
3.3 PRESERVANTES
 São utilizados para conservar a amostra. Existem diversos preservantes químicos , esses podem ser adicionados à amostra, mas a maioria interfere no procedimento dos testes. No caso do ácido bórico, um conservante para preservação da urina em cultura e teste de sensibilidade, ele conserva os elementos formados, porém interfere na leitura do ph. O uso de preservantes só é recomendado no caso de extrema necessidade.
3.4 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
 O exame da urina de rotina inclui o exame de características físicas como cor, aspecto e gravidade específica.
3.4.1 Cor
 A urina tem cor amarela, resultante da excreção de três pigmentos urocromo (amarelo), uroeritina (vermelho) e urobilina (laranja), que são pigmentos originados do metabolismo normal do organismo. A intensidade da cor da urina está relacionada com a concentração da amostra. Urina mais clara pode ser observada com a ingestão aumentada de líquidos, enquanto que a privação de líquido proporciona a excreção de uma urina mais escura. Assim, a coloração da urina indica, de certa forma, a concentração urinária e o grau de hidratação da pessoa. Alguns corantes alimentares, doces, medicamentos colorem a urina de diversas cores (vermelha, verde, etc).
3.4.2 Turbidez
 A urina normal em geral é transparente, porém pode tornar-se turva em virtude da precipitação de fosfatos amorfos em urina alcalina ou de uratos amorfos em urina ácida. Uratos amorfos frequentemente apresentam a cor rosa dos pigmentos urinários e dissolvem-se quando aquecidas.
A urina pode se mostrar turva pela presença de leucócitos ou células epiteliais. A presença dessas células pode ser confirmada por exame microscópico do sedimento. Bactérias também podem causar aspecto turvo, especialmente se a amostra tiver sido mantida em repouso, a temperatura ambiente. O muco pode conferir um aspecto brumoso à urina, e hemácias podem resultar em uma urina esfumaçada ou turva. Gorduras conferem a urina um aspecto leitoso.
3.4.3 Densidade
 A densidade normal da urina indica a concentração de sólidos totais dissolvidos na urina e varia de 1,010 a 1,030. A densidade urinária varia com o volume urinário e com a quantidade de solutos excretados (principalmente cloreto de sódio e uréia). Deste modo, a densidade é um bom indicador do estado de hidratação\desidratação do paciente. Densidade urinária aumentada: é encontrada na amiloidose renal, diabetes pancreático, enfermidade de addison, hipersecreção descontrolada de had (mixedema, porfiria, abcesso cerebral, meningite tuberculosa), nefropatia obstrutiva, nefropatia vasomotora,obesidade, oligúria funcional (estados febris, desitradação, terapia com diuréticos, hipoproteinemia), politraumatismo, pós-operatório imediato e síndrome hepatorenal.
 Densidade urinária diminuída: são freqüentes no alcoolismo agudo, aldosteronismo primário, anemia falciforme, diabetes insípido, fase inicial e final da insuficiência crônica e tuberculose renal.
 Além da tira reagente, existe outros exames que podem auxiliar em uma melhor análise do quadro clínico, como a proteinúria 24h e pesquisa de glicose na urina que pode ser útil na investigação de outros compostos na urina. Pesquisa de sódio e uréia séricos também são úteis, pois influenciam na densidade da urina.
3.4 CARACTERÍTICAS QUÍMICAS
 O exame de urina de rotina inclui testes químicos para urobilinogênio, glicose, corpos cetônicos, bilirrubina, proteína, nitrito, ph, sangue e leucócitos. A urina deve ser testada à temperatura ambiente. 
Se a amostra de urina foi refrigerada, deve permanecer em repouso até atingir a temperatura ambiente, antes de ser analisada. O procedimento para uso da tira reagente é o seguinte: Mergulhar completamente as áreas de teste da fita em urina fresca, bem homogeneizada, e não centrifugada, e retirá-las imediatamente. Deve-se tomar cuidado para não tocas nas áreas de teste.
 Remover o excesso de urina na fita encostando a extremidade da fita reagente em posição horizontal ou vertical.
 No momento adequado, comparar as áreas de teste com a escala de cores correspondente da embalagem. A fita deve ser lida sob iluminação adequada para uma comparação precisa das cores. Os resultados devem ser registrados conforme indicado pelo protocolo do laboratório.
3.4.1 Urobilinogênio
 O urobilinogênio é um pigmento biliar formado no intestino pela ação de bactérias sobre a bilirrubina conjugada, sendo parte dele reabsorvido pelo intestino para o sangue e levado ao fígado. Nos rins o urobilinogênio é filtrado nos glomérulos e excretado na urina numa concentração aproximada de 1,0 mg\dl.
O teste para urobilinogênio é útil no diagnóstico de distúrbios da função hepática. Entretanto, há dois fatores que devem ser considerados além da função hepática. Em pacientes fazendo uso de antibióticos de amplo espectro e outras substâncias que alteram a microbiota bacteriana intestinal, e no caso de obstrução intestinal.
Quando há produção elevada de bilirrubina (anemias hemolítica e megaloblástica) observa-se aumento de urobilinogênio reabsorvido, com consequente aumento da eliminação deste na urina. Nas disfunções ou lesões hepáticas (hepatites, cirrose e insuficiência cardíaca congestiva), o fígado torna-se incapaz de remover o urobilinogênio reabsorvido tornando sua pesquisa na urina positiva. Outras condições onde há aumento do urobilinogênio urinário incluem: estados de desidratação e febril. Resultados iguais ou maiores que 2,0 mg\dl devem ser considerados como positivos ou patológicos.
3.4.2 Exames associados 
 Tgo, tgp, gama gt, sorologia para hepatite A, B, C, dosagem de urobilinogênio e bilirrubina sérica.
3.4.3 Procedimento técnico
 As tiras reativas empregam a reação de erlich, em que o urobilinogênio presente na amostra reage com p-dimetilaminobenzaldeído em meio ácido, formando um composto de coloração vermelho-cereja com intensidade proporcional a quantidade de analito.
 Os resultados de urobilinogênio devem ser lidos após 30 ou 60 segundos, dependendo do fabricante. A excreção de urobilinogênio atinge níveis de pico entre 2 a 4 horas da tarde (horário aconselhado para pesquisa de dano hepático).
3.4.4 Interferentes
 Acetona, bilirrubina, maior excreção à tarde. Eliminação de diversas substâncias coradas: cloropromazina, fenilcetonas, piridium, bromossulfaleína, clorexidina, substâncias que reagem com o reagente de erlich (sulfonamidas, procaína, metildopa, ácido p-amino salicílico). Luz solar direta na amostra, amônia, anestesia peridural. Urina com elevado teor de ácido ascórbico, nitrito (infecção urinária).
3.4.5 Expressão de resultados
 Urobilinogênio: normal, traços, +, ++, +++, ++++.
3.4.6 Glicose
 A glicose é uma substancia essencial ao organismo que é filtrada normalmente nos glomérulos. É totalmente reabsorvida por transporte ativo nos túbulos renais (tpc), até que o nível sanguíneo exceda 160 a 180 mg\dl, que corresponde ao limiar renal normal para glicose. A presença de quantidades significativas de glicose na urina é denominada glicosúria.
A pesquisa de glicose na urina é útil para diagnosticar e monitorar a diabete mellitus.
 Outras situações em que podemos encontrar a glicosúria são: reabsorção tubular deficiente (síndrome de fanconi, glicosúria renal, doença renal, doença renal avançada), em lesões do sistema nervoso central, após o uso de determinadas (corticóides, tiazidas), em diabete gestacional.
 A interpretação de um teste positivo para glicose deve ser baseada em outros testes de análise, incluindo o teste de Benedict, gravidade específica, cetonas e albumina. No entanto é de grande importância que a correlação seja feita em relação à concentração de glicose sanguínea, bem como o histórico familiar e ao quadro clínico. Uma glicosúria previamente não diagnosticada deve ser acompanhada por estudos, como teste de tolerância à glicose, glicosúria pós-prandial de 2 horas e glicemia em jejum.
3.4.7 Procedimento técnico
 As tiras reativas empregam um sistema de reação sequencial com glicose oxidase-peroxidase-cromogênio tamponado para produzir uma coloração apropriada, cuja intensidade é proporcional à concentração de glicose presente na amostra analisada.
 A cor formada dependerá do cromogênio utilizado no sistema: ortolidina (muda açor de rosa para púrpura), iodeto de potássio (muda a cor de azul para castanho).
3.4.8 Interferentes
 São raros, podendo ocorrer em intoxicação com chumbo, gravidez, pó vaginal. Contaminação da amostra por agentes de limpeza oxidantes fortes, peróxidos ou hipoclorito. E quando há exposição da tira ao ar ultrapassando o tempo de leitura.
A sensibilidade a glicose pode ser afetada por temperatura, densidade e ph. Ácido ascórbico (alta ingestão de vitamina c ou administração de antibiótico contendo ácido ascórbico como estabilizante), ácido homogentísico, aspirina, levodopa e níveis moderadamente altos de cetonas que podem inibir a reação enzimática.
3.4.9 Expressão de resultados
Normal, traços, +, ++, +++, ++++.
3.4.10 Corpos cetônicos
 Os corpos cetônicos são produtos do metabolismo incompleto da gordura e compreendem o ácido acetoacético, o ácido betahidroxibutírico e a acetona. Sempre que há um defeito envolvendo o metabolismo ou a absorção de carboidratos, ou diante de uma dieta com quantidade inadequada de carboidratos, o organismo tenta compensar metabolizando quantidades maiores de ácidos graxos. Quando esse aumento é significativo, corpos cetônicos começam a aparecer no sangue e, consequentemente, são excretados pela urina. 
A cetonúria pode ser positiva nas seguintes situações: diabetes mellitus, inanição, fome, dietas, febre, após exercícios físicos excessivos e exposição ao frio intenso.
3.4.11 Procedimento técnico
 O método das tiras reagentes emprega a reação dos corpos cetônicos com o nitroprussiato de sódio com formação de coloração púrpura cuja intensidade é proporcional à concentração de corpos cetônicos presentes na amostra analisada. A alteração de cor varia de bege rosado a marrom.
Os resultados são lidos após 40 ou 60 segundos, dependendo do fabricante.
3.4.12 Interferentes
 Jejum prolongado, gravidez, esforço físico. Amostras altamente pigmentadas ou quando contém grandes quantidades de metabólitos da levodopa e evaporação das cetonas. Compostos que contém grupos sulfidrila. Algumas amostras com alta densidade e ph baixo podem originar um falso-positivo.
3.4.13 Expressão de resultados
 Corpos cetônicos: negativo, traços, +, ++, +++,++++.
3.4.14 Bilirrubina 
 A bilirrubina é um produto da quebra da hemoglobina que se forma nas células endoteliais do baço, do fígado e da medula óssea. Essa forma conjugada de bilirrubina (direta) é hidrossolúvel e consegue transpor o glomérulo nos rins, indo parar na urina. A bilirrubina aparece na urina quando seu valor no sangue ultrapassa o limiar renal para sua reabsorção que é de 1,5 mg\dl. Por ser conjugada com o ácido glicurônico, sua presença confere a urina uma cor amarela intensa ou âmbar. O aparecimento da biliirrubina na urina em geral indica sua presença em excesso na circulação sanguínea. Isso ocorre em casos de obstrução do fluxo biliar proveniente do fígado (intra ou extra-hepático), ou de doença hepatocelular, com resultante incapacidade dos hepatócitos de excretar suficientemente a bilirrubina na bile. Hepatite viral ou tóxica, colestases, cirrose, doença de tipos Dubin-Johnson e Rotor (hiperbilirrubinemias congênitas). O teste para bilirrubina também é útil no diagnóstico diferencial de icterícia obstrutiva (positivo) e hemolítica (negativo).
 A bilirrubina pode ser encontrada na urina antes dos demais sintomas clínicos estarem presentes ou serem reconhecidos. Normalmente, quantidades detectáveis de bilirrubina não estão presentes na urina, portanto, alguns métodos são registrados apenas por positivo ou negativo.
3.4.15 Exames associados
Sorologia para hepatites A, B e C, tgo, tgp, bilirrubina e ggt.
3.4.16 Procedimento técnico
 O método das tiras reagentes é baseado na reação de van den bergh, que compreende uma reação de copulação da bilirrubina com um sal de diazônico (2,6-diclorobenzeno-diazônico-tetrafluor ou 2,4-dicloroanilina diazotada), formando azobilirrubina de cor rósea de intensidade proporcional à concentração da bilirrubina presente na amostra analisada. Os resultados podem ser lidos após 30 segundos.
3.4.17 Interferentes
 Eliminação de diversas substâncias coradas: cloropromazina, fenilcetonas, piridium, bromossulfaleína, clorexidina, etc. Leitura da fita após período de tempo indicado, pode desenvolver outras cores. Luz solar direta na amostra. Urina com elevado teor de ácido ascórbico, nitrito (infecção urinária).
3.4.18 Expressão de resultados
 Bilirrubina: negativo; traços; +, ++, +++, ++++.
3.4.19 Proteína
 Quando há aumento da quantidade de proteínas na urina, pode ser um indicador importante de doença renal. Podendo ser um dos primeiros sinais de um problema grave, apresentando-se antes mesmo de sintomas clínicos. No entanto, condições fisiológicas também podem aumentar a quantidade de proteína na urina, como exercícios físicos ou febre.
 Em uma situação fisiológica, é filtrado pelos glomérulos apenas uma pequena quantidade de proteínas de baixa massa molecular. Após a filtração, a maioria das proteínas é reabsorvida nos túbulos, havendo excreção de menos de 150 mg\24 h.
Em crianças a excreção normal é inferior a 100 mg\m²\24 h. Normalmente umas das proteínas excretada é uma mucoproteína chamada proteína de tamm-horsfall, que não está contida no plasma, sendo excretada pelos túbulos renais.
 As proteinúrias são observadas em processos degenerativos tubulares; infecções bacterianas; enfermidades vasculares; incluindo arteriosclerose; hipertensão maligna; lesão da membrana glomerular, distúrbios do complexo imune, amiloidose e agentes tóxicos; comprometimento da reabsorção tubular; mieloma múltiplo; nefropatia diabética; pré-eclâmpsia, proteinúria ortostática ou postural.
 É importante interpretar o resultado de proteínas correlacionando-o com exames de urina de 24h, proteína de bence jones, proteinúria sérica, dosagem de albumina sérica e densidade, pois urinas muito diluídas podem originar reações falso-negativas. A presença de grande quantidade de proteínas promove alterações na tensão superficial da urina, assim a agitação da urina provocará a formação de espuma branca em sua superfície, e sua observação ser útil indicador de proteinúria.
A medida precisa do grau de proteinúria, bem como a diferenciação dos tipos de proteínas reveladas, podem ser realizadas por técnicas quantitativas e\ou estudos eletroforéticos imunoeletrolíticos, de imunodifusão e de ultracentrifugação.
3.4.20 Procedimento técnico
 As tiras normalmente empregam o princípio chamado “erro protéico dos indicadores”, um fenômeno em que o ponto de mudança de cor de alguns indicadores de ph é diferente na presença de proteínas quando comparado aquele na ausência de proteínas porque as proteínas atuam como aceptores de íons de hidrogênio em ph constante. Esse sistema emprega indicadores ácido-base tamponados apresentando variação de cor devido à presença de proteínas. A intensidade de cor do produto formado é proporcional à concentração de albumina presente na amostra analisada. O indicador mais empregado é o tetrabromofenol em ph 3 que, na ausência de proteínas tem cor amarela e ao se ligar à albumina torna-se azul como se estivesse mudando o ph do meio. As tiras são mais sensíveis à albumina do que outras proteínas. Os resultados de proteína são lidos após 60 segundos.
3.4.21 Interferentes
 Esforço físico, gravidez, postura ortostática, urinas muito alcalinas (ph acima de 9,0), contaminação da amostra com detergentes, eliminação de polivinilpirrolidona (expansor plasmático), alcaloides em geral, amostras com sangue.
Urina muito diluída ou quando há proteínas diferentes de albumina em concentrações maiores que a mesma.
3.4.22 Expressão de resultados
 Proteínas: negativo, traços, +,++, +++.
3.4.23 Nitrito
 A pesquisa de nitrito na urina tem a finalidade de detectar precocemente infecções bacterianas do trato urinário, uma vez que as bactérias gram-negativas, quando presentes na amostra a ser analisada, transformam o nitrato, um componente normal da urina, em nitrito. Portanto, a detecção de infecções bacterianas com o teste de nitrito e subsequente em antibioticoterapia, é muito importante para prevenir posteriores infecções das vias urinárias superiores.
 A prova de nitrito é empregada para o diagnóstico precoce da cistite e pielonefrite, sendo utilizada na avaliação da terapia com antibióticos, na monitoração de pacientes com alto risco de infecção do trato urinário (diabetes, gestantes) e na seleção de amostra para urocultura. Um teste de nitrito negativo não elimina uma possível infecção, pois algumas bactérias não reduzem nitrato em nitrito. Bactérias que reduzem nitrato em nitrito: escherichia coli, klebsiella enterobacter, proteus, pseudomonas. Bactéria que não reduz: streptococos faecalis.
Dentre os exames correlacionados que podem ajudar em um diagnóstico preciso estão, o exame microscópico, a bacterioscopia e urocultura.
3.4.24 Procedimento técnico
 O teste das tiras reagentes é fundamentado na capacidade que certas bactérias têm de reduzir o nitrato, componente normal da urina, para o nitrito que normalmente não aparece na urina. Através da reação de griess, o nitrito presente na amostra reage em meio ácido com uma amina aromática (ácido p-arsanilíco ou sulfanílinamida), produzindo um sal de diazônico. Este sal de diazônico reagirá com a 3-hidroxi-1,2,3,4-tetrairobenzilquinolina formando um complexo de coloração rósea. Os resultados devem ser lidos após 30 ou 60 segundos, dependendo do fabricante.
Vários fatores podem alterar a confiabilidade do teste de nitrito. Os testes negativos em presença de sintomas clínicos vagos devem ser repetidos e\ou acompanhados com a urocultura. É importante ressaltar também quem nem todas as bactérias convertem nitrato em nitrito.
 
3.4.25 Interferentes
 Crescimento bacteriano em urinas armazenadas em temperatura ambiente por mais de duas horas. Contaminação bacteriana por coleta ou armazenamento inadequado da amostra, interferência da cor de certos pigmentos e medicamentos presentes na urina.
Baixa ingestão de vegetais, incubação insuficiente na bexiga, bactériasnão produtoras de nitrato redutase, conversão de nitrito a nitrogênio. Presença de grandes quantidades de ácido ascórbico na amostra, urina com ph inferior a 6, inibição do metabolismo bacteriano.
3.4.26 Expressão de resultados
 Nitrito: positivo, negativo.
3.4.27 pH
 O ph urinário reflete a capacidade dos rins em manter a concentração dos íons de hidrogênio no plasma e nos líquidos extra celulares. No metabolismo normal há formação de ácidos não voláteis (ácido sulfúrico, fosfórico, clorídrico, pirúvico, lático, cítrico, corpos cetônicos) que serão excretados com cátions, cujo mais importante é o sódio. O bicarbonato é reabsorvido e as células tubulares trocam íons hidrogênio por sódio do filtrado glomerular e através dessa reação a urina torna-se ácida. Os íons hidrogênio também são excretados na forma de íons amônio.
 A urina recém emitida tem um ph normal próximo de 6, porém este valor tende aumentar pela ação das bactérias sobre a uréia formando amônio, quando a análise não é feita logo após a micção. No entanto, uma amostra fresca com ph alcalino pode significar uma infecção urinária.
A análise do ph urinário é importante na determinação de acidose respiratória ou metabólica, alcalose respiratória ou metabólica, anormalidade na secreção e reabsorção de ácidos e reabsorção de ácidos e bases pelos túbulos renais, precipitação de cristais e formação de cálculos, acompanhamento de tratamento das infecções do trato urinário, determinação de amostras insatisfatórias.
 Também é útil para identificação de cristais no sedimento urinário. Cristais de oxalato de cálcio, urato amorfo, ácido úrico são normalmente encontrados em urinas ácidas, enquanto os cristais de fosfato amorfo, fosfato triplo, carbonato de cálcio estão presentes na urina alcalina.
 O ph da urina pode variar de 4,6 a 8,0, porém a média é cerca de 6,0 e quando ela se encontra ácida pode ser sugestivo das seguintes situações:
Consequência de uma dieta rica em proteínas, carnes e algumas frutas.
Diabetes mellitus, inanição, doenças respiratórias, anormalidade de secreção e reabsorção de ácidos e bases pelas células tubulares.
Acidificação da urina no tratamento de determinados cálculos urinários pelo uso de cloreto de amônio, metionina, fosfato ácido, etc.
Situações em que a urina alcalina pode ser encontrada:
Consequência de uma dieta rica em frutas e vegetais diversos.
Alcalose respiratória, hiperventilação respiratória, e após vômitos.
Alcalinização da urina no tratamento de alguns cálculos urinários pelo uso de bicarbonato de sódio, citrato de potássio acetozalamida.
Infecção urinária, que poderá ser confirmada pela presença de bactérias, piócitos e testes químicos (leucócitos esterase).
 Não há uma faixa anormal, uma vez que a urina pode variar normalmente de ácida a alcalina. Por essa razão, é importante que o médico correlacione o ph da urina com outra informação para determinar se há algum problema.
Exames correlacionados que podem ser úteis para o diagnósticos: testes químicos (leucócito esterase e nitrito), urocultura, analise microscópica e gasometria.
3.4.28 Procedimento técnico
 O sistema utilizado pelas tiras reativas é um indicador triplo, apresentando uma variação de ph de 5 a 9.
Os indicadores mais utilizados são:
 . Vermelho de metila que tem uma sensibilidade para medida de ph na faixa de 4,4 a 6,2, mudando a cor do vermelho para amarelo.
 . Azul de bromotimol com sensibilidade na faixa de 6,0 a 7,6, mudando da cor amarela para azul.
 . Fenolftaleina com sensibilidade na faixa de 7,8 a 10,0 mudando de incolor para vermelho. Deste modo, quando se mede o ph da urina com a tira reativa na faixa de 5 a 9, as cores vão variar do laranja (ph 5,0) ao azul escuro (ph 9,0).
 . Os resultados são lidos após 60 segundos.
 . A urina de ph alcalino quase sempre indica uma conservação e\ou manipulação inadequada. Nestes casos deve-se solicitar uma nova coleta.
3.4.29 Expressão dos resultados
Liberar o valor de ph lido na fita.
3.4.30 Sangue
 O sangue pode ser excretado na urina na forma de hemácias íntegras (hematúria) ou de hemoglobina (hemoglobinúria). Quando eliminado em grandes quantidades, a hematúria pode ser observada a olho nu (urina de cor vermelha e opaca). Já a hemoglobinúria excessiva apresenta-se vermelha e transparente. Na sedimentoscopia a hematúria será comprovada pela presença de hemácias íntegras. Por outro lado, a sedimentoscopia da urina nos casos de hemoglobinúria por distúrbios hemolítos ou por lise das hemácias no trato urinário a presença de hemácias não será observada.
 A hemoglobinúria pode resultar de hemólise intravascular, no trato urinário ou na amostra de urina após a colheita. A diferenciação entre hemáturia e hemoglobinúria é clinicamente importante, porém, como as hemácias na urina são rapidamente lisadas, a ausência de hemácias à microscopia não afasta hematúria ou confirma a hemoglobinúria.
Os métodos utilizados na análise de sangue na urina são capazes de detectar quantidades mínimas, não visualizadas macroscopicamente. Recentes avanços nas tiras reagentes agora permitem a detecção de hemácias intactas por causarem sua lise enquanto em contato com a área de teste, o que anteriormente não acontecia com algumas hemácias intactas, gerando testes negativos em casos onde todas as hemácias permaneciam intactas.
 Os testes químicos empregados no exame de urina além de detectar a hematúria, hemoglobinúria e a mioglobinúria, são mais precisos que a sedimentoscopia e também detectam a mioglobina livre. Servindo a sedimentoscopia para diferenciação entre hematúria e hemoglobinúria. Essa substância na urina não são normais; portanto, um teste positivo para sangue deve ser seguido pela determinação da causa e da origem.
 Hematúria é comumente observada nos distúrbios de origem renal ou urogenital, com sangramento em qualquer ponto do trato urinário desde o glomérulo até a uretra, podendo ser devido doenças glomerulares, infecção, tumor, trauma, cálculo, pielonefrite, intoxicação com drogas ou produtos tóxicos, distúrbios hemorrágicos ou uso de anticoagulantes.
Hemoglobinúria pode resultar de hemólise intravascular, no trato urinário ou na amostra de urina após colheita. Normalmente, a hemoglobina não é filtrada nos glómerulos devido a formação de grandes complexos de hemoglobina e haptoglobina na corrente sanguínea. Entretanto, nas anemias hemolíticas, queimaduras graves, reações transfunsionais, nas infecções e após exercício intenso a quantidade de hemoglobina livre ultrapassa a de haptoglobina sendo filtrada em excesso com consequente excreção urinária.
 Mioglobinúria é uma proteína dos músculos que, quando presente, torna a urina vermelha e transparente. A sua presença na urina pode ocorrer em casos de: destruição muscular (traumatismo, coma prolongado, convulsões, doenças musculares atróficas e após exercício físico intenso).
Exames que estão relacionados e que auxiliam no diagnóstico: microscopia, eletroforese (diferenciar hemoglobinúria de mioglobinúria), dismorfismo eritricitário, imonodifusão, inibição da hemoaglutinação, ou imunoeletroforese, dosagem de uréia e creatinina sérica, ultrassom.
3.4.31 Procedimento técnico
 O teste das tiras reagentes é fundamental na ação da atividade de peroxidase da hemoglobina livre a da mioglobina sobre o peróxido existente no meio, liberando oxigênio que oxidará o cromógeno para formar a cor característica. Na área de reação, o sistema contém: peróxido, cromógeno reduzido (tetrametilbenzidina, ortolidina) e tampão.
 A presença de hemácias livres na urina será evidenciada pelo aparecimento de pequenas manchas (pontos) coloridas de verde\azuis na área de reação. Já a presença de hemoglobina livre será observada por aparecimento de uma cor uniforme que varia do amarelo (resultado negativo), passa pelo verde (resultado positivo) e atinge uma coloração azul (resultado fortemente positivo).
3.4.32 Interferentes
 Esforçofísico vigoroso, contaminação menstrual, presença de detergentes oxidantes nos frascos de coleta da urina, peroxidase de vegetais, peroxidase bacteriana (escherichia coli). Portanto, em urinas com bactérias deve-se observar cuidadosamente o sedimento para detectar possíveis hemácias.
 Densidade aumentada, níveis elevados de ácido ascórbico, quantidade excessiva de nitrito na amostra em casos de infecções graves do trato urinário e em situações de perdas grandes de proteínas e amostras conservadas com formalina. 
 A leitura de sangue geralmente é realizada após 60 segundas.
3.4.33 Expressão de resultados
Sangue: negativo, traços, +, ++, +++.
3.4.34 Leucócitos
 Leucócitos podem ser encontrados em qualquer fluido corporal, dependendo da causa para sua presença. O leucócito mais comumente observado em uma amostra de urina é o neutrófilo, normalmente em baixa quantidade e sua presença é indicada por um teste positivo para esterase leucocitária.
 A pesquisa da esterase leucocitária é um método indireto de detecção da presença de leucócitos na urina. Esta enzima está presente nos grânulos primários ou azurófilos dos neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Linfócitos e células epiteliais não contêm esterase leucocitária. Como os leucócitos podem sofrer lise na urina, a pesquisa da esterase é útil na detecção de enzima derivada células que não são mais visíveis à microscopia.
A pesquisa de leucócitos na urina é muito útil para diagnosticar processos cerca de 5 leucócitos por campo no campo microscópico com aumento de 400x. Um aumento na excreção urinária de leucócitos pode ocorrem em glomerulonefrite aguda, pielonefrite, cistite, uretrite, tumores e cálculos renais.
Os exames relacionados que podem ser úteis no diagnóstico são: microscopia e urocultura.
3.4.35 Procedimento técnico
 As tiras reagentes empregam uma reação enzimática em que as esterases presentes nos granulócitos hidrolisam o ester indoxilcarbonico, formando o indoxil que reage com sal diazônico para produzir uma coloração púrpura.
Os resltados de esterase leucocitária são lidos após 2 minutos.
3.4.36 Interferentes
 Contaminação com agentes oxidantes fortes no frasco de coleta ou na amostra. Presença de grandes quantidades de glicose e proteínas na amostra. A amostra de densidade alta, medicamentos diversos (tetraciclina, cefalotina, cefalexina, nitrofuratoína, gentamicina) e outras substâncias alterando a cor normal da urina. 
 
 3.4.37 Expressão de resultados
 Leucócito: negativo, +, ++,+++.
3.5 SEDIMENTOSCOPIA
 O exame microscópio é parte vital do exame de urina de rotina. Este consiste em uma valiosa ferramenta diagnóstica para detecção e avaliação de distúrbios dos tratos renais e urinários, bem como de outras doenças sistêmicas. O valor do exame microscópico depende de dois fatores principais: o exame de uma amostra adequada e o conhecimento do profissional que realiza o exame.
3.5.1 Preparo do sedimento e análise
 O exame microscópico deve ser realizado em uma amostra centrifugada. Se o volume da amostra for insuficiente para a centrifugação, ela deve ser examinada diretamente, relatando-se que os resultados são referentes à urina não centrifugada. Misturar a amostra e depositar aproximadamente 10 a 15 ml de urina em um tubo de centrifugação e centrifugar a 2.000 rp por cerca de 5 minutos. A fim de padronizar o exame microscópico, o laboratório deve regulamentar a velocidade, o tempo e a quantidade para a centrifugação de amostras de urina. Descartar o sobrenadante e ressuspender o sedimento na urina que escorre pelas paredes laterais do tubo. Agitar levemente o fundo do tubo para misturar o sedimento e depositar uma gota de sedimento em uma lâmina limpa ou em uma câmara de contagem. Cobrir com uma lamínula e examinar imediatamente.
A primeira regra para o exame de sedimento urinário não corado com o microscópio comum de campo claro consiste no uso de pouca luz para conferir o contraste adequado. Esse é obtido pelo fechamento parcial do diafragma e pelo ajuste descendente do condensador até alcançar um contraste ótimo. Se houver luz em excesso, algumas estruturas não serão visualizadas. Por exemplo, cilindros hialinos, que consistem em proteína coagulada, possuem índice de refração muito baixo e não serão visualizados caso a luz esteja muito intensa, ou na ausência de contraste suficiente.
 A segunda regra importante refere-se ao uso constante do parafuso micrométrico (ajuste fino) para permitir ao observador a visualização da profundidade do objeto, bem como de outros materiais que podem estar posicionados em um plano focal distinto. 
O sedimento deve ser visualizado sob pequeno aumento (100x), cristais, bactérias, parasitas e outros sedimentos raros podem ser relatados como presentes, raros, ocasionais, moderados ou diversos.
3.5.2 Células epiteliais
 Células que podem estar presentes na urina incluem hemácias, leucócitos e células epiteliais, oriundas de qualquer região do trato urinário, desde os túbulos à uretra ou como contaminantes da vagina ou da vulva. A análise microscópica da urina é importante para a detecção dessas células, visando a confirmação de químicos, como também para a detecção de hemácias e leucócitos em amostra que contêm substâncias interferentes às células. Além disso, nenhum teste químico detecta a presença de células epiteliais renais.
3.5.3 Exame
 Contar dez campos com o aumento de 400x e tirar a média.
Significado clínico:
Vários tipos de células epiteliais são frequentemente encontrados no sedimento devido a descamação normal das células velhas que recobrem o epitélio do trato urinário e genital. Algumas células epiteliais encontradas na urina podem indicar processos inflamatórios ou doenças renais.
3.5.4 Valores de referências
Normalmente, podem ser encontradas no sedimento urinário algumas células epiteliais.
 
3.5.5 Expressão dos resultados
. Nenhuma célula por campo: ausente
. Até 03 por campo: raras
. De 04 a 10 por campo: algumas
. Acima de 10 por campo: numerosas.
3.5.6 Hemácias
 Discos bicôncavos incolores, sem núcleo, com diâmetro de aproximadamente de 7 micra, podendo ser confundidas com leveduras, gotículas de gordura e bolhas.
Devido à presença da hemoglobina, as hemácias podem apresentar-se coradas de laranja-amarelado. Em urinas concentradas, as hemácias se apresentam diminuídas e muitas vezes crenadas. Na urina alcalina diluída, elas tornam-se maiores e arredondadas, podendo ser lisadas, liberando a hemoglobina e mantendo apenas a membrana celular. Essas hemácias são denominadas de “fantasmas”.
3.5.7 Exame
Contar dez campos com o aumento de 400x e tirar a média.
3.5.8 Significado clínico
 Considera-se como hematúria quando há uma perda de mais de 5 hemácias por campo urinário. As principais causas são:
 . Causas pré-renais: coagulopatias, terapia com anticoagulante, hemoglobinopatias, anemia falciforme.
 . Doenças renais glomerulares: glomerulonefrites agudas e crônicas, nefrite por lúpus eritematoso, hematúria familiar benigna.
 . Doenças renais não glomerulares: pielonefrite, nefrite intersticial, tumores, traumatismos, nefroesclerose, rim policístico, etc.
 . Causas pós-renais: cálculos urinários, cistite, prostatites, uretrites, hipertrofia prostática.
3.5.9 Valores de referências
 0 a 2 hemácias por campo.
 . 
 3.5.10 Expressão dos resultados
 Até 50 hemácias por campos: liberar o resultado com o número exato contado.
 . Acima de 50 hemácias por campo: numerosas hemácias
 . Observação do campo cheio de hemácias, impossibilitando a visualização de outros elementos: incontáveis.
3.5.11 Piócitos
 Células redondas, maiores do que as hemácias e com diâmetro próximo de 12 micra. Na urina, os principais leucócitos são os polimorfonucleares neutrófilos, que podem ser identificados pela presença de grânuloscitoplasmáticos e núcleos lobulados.
Em urinas ácidas apresentam-se retraídos e nas alcalinas tornam-se dilatados e às vezes são lisados rapidamente, fato que pode impedir a visualização dos mesmos em urinas avaliadas com 2 ou mais horas após a coleta.
3.5.12 Exame
Contar 10 campos com o aumento de 400x e tirar a média.
3.5.13 Significado clínico
 Considera-se como piúria quando são encontrados no sedimento urinário mais de 5 leucócitos por campo. As principais causas de piúria são: glomerulonefrite, infecção no trato urogenital, inflamações diversas, pielonefrite, cistite, prostatite, uretrite, lúpus eritematoso, tumores, etc.
3.5.14 Valores de referências
 Até 5 leucócitos por campo.
3.5.15 Expressão dos resultados
 . Até 50 leucócitos por campo: liberar o resultado com o número exato contado.
 . Acima de 50 leucócitos por campo: numerosos leucócitos
 . Observação do campo cheio de leucócitos, impossibilitando a visualização de outros elementos: incontáveis.
3.5.16 Cilindros
Tipos de cilindros:
.Cilindros hialinos: é o tipo mais frequente na urina quando em número elevado pode ser sugestivo de glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica, insuficiência cardíaca congestiva, estresse, exercício físico intenso, desidratação, exposição ao calor.
.Cilindros hemáticos: normalmente encontrados nos casos de sangramento no interior dos néfrons, indicando lesão glomerular (glomerulonefrite) ou tubular (nefrite intersticial aguda).
.Cilindros leucocitários: sua presença indica infecção ou inflamação no interior dos néfrons, como ocorre na pielonefrite, glomerulonefrite e em outras doenças renais.
.Cilindros epiteliais: são raros. Podem estar presentes na pielonefrite, glomerulonefrite, nas infecções viróticas e exposições a agentes nefrotóxicos (mercúrio, etilenoglicol).
.Cilindros mistos: quando presentes na urina devem ser classificados pelo elemento predominante (geralmente hemácias ou leucócitos).
 .Cilindros granulosos: podem estar presentes na urina junto ou não com outros cilindros celulares (hemáticos, leucocitários, ou epiteliais) nas doenças glomerulares e tubulares. Juntamente com os cilindros hialinos, eles podem ocorrer ainda no período de estresse ou após exercício intenso.
.Cilindros céreos: são raros e estão associados aos casos de doença renal crônica (síndrome nefrótica, amiloidose renal, hipertensão maligna, rejeição de transplantes).
.Cilindros gordurosos: aparecem na urina juntamente com gotículas de gordura livre e de corpos graxo-ovais na síndrome nefrótica, em diabetes com degeneração renal e em intoxicações com nefrotóxicos (mercúrio, etilenoglicol).
3.5.17 Exame
 Contar 10 campos com aumento de 100x, identificando os diversos tipos de cilindros no aumento de 400x e tirar a média.
3.5.18 Significado clínico
 Os cilindros são formações cilíndricas moldadas na luz dos túbulos renais (distal e coletor) devido uma maior acidez urinária nestes locais. O principal componente dos cilindros é a proteína de tamm-horsfal, mucoproteína secretada pelas célula tubulares. A formação dos cilindros ocorre pela precipitação da proteína tamm-horfasl dentro do túbulo renal, podendo na precipitação ocorrer aglutinação de elementos presentes na luz tubular, como hemácias, leucócitos, células epiteliais, originando os diversos tipos de cilindros. Existem situações que contribuem para formação dos cilindros, aumento da acidez urinária, concentração de solutos, diminuição do volume urinário e baixa velocidade do fluxo da urina.
3.5.19 Valores de referências
 De 0 a 2 cilindros por campo com aumento de 100x.
3.5.20 Expressão dos resultados 
 Liberar o resultado por tipo de cilindro, empregando a media obtida de 10 campos contado no aumento de 100x.
3.5.21 Exame
 Contar 10 campos com aumento de 400x, identificar cada tipo de cristal e tirar a média.
3.5.22 Significado Clínico
 A presença de cristais na urina é muito comum, mas de um modo geral, o significado clínico é limitado. São formados pela precipitação de sais da urina submetidos a variação do ph, temperatura ou concentração. A identificação dos cristais é importante para investigação de doenças hepáticas, dos erros inatos do metabolismo, litíase renal, e de determinadas alterações metabólicas. Para se fazer a identificação dos cristais é importante a determinação do ph urinário para o conhecimento do tipo de substancia que se encontra precipitada. Os cristais podem ser classificados em cristais da urina ácida e cristais da urina alcalina.
3.5.23 Cristais da urina ácida
.Urato amorfo: são comuns em urinas concentradas de ph ácido, principalmente após resfriamento da amostra. Podem ser solubilizados com o aquecimento ou por adição de naoh a 10%. Quando em grande quantidade conferem ao sedimento uma coloração rosa.
Morfologia: no sedimento aparecem como grânulos castanho-amarelados, refrigentes e em grumos.
.Ácido úrico: são comuns na urina, porém quando eliminados em grandes quantidades podem indicar doenças como, gota, síndrome de lesch-nyhan ou leucemia principalmente após uso de quimioterápicos.
.Oxalato de cálcio: pode ser visto na urina neutra e mais raramente nas alcalinas. São de ocorrência mais comum após a ingestão de alimentos como, espinafre, leite e derivados, chocolate, uso de vitamina c, etc. Embora sejam de ocorrência normal na urina, esses cristais quando associados a sintomas clínicos de litíase podem indicar a possível composição do cálculo, já que cerca de 75% deles são constituídos de oxalato de cálcio. São cristais em forma de envelopes ou octaedros incolores, brilhantes, pequenos, podendo ainda ser observados cristais grandes e aglomerados. São insolúveis em ácido acético.
.Cristais de ácido hipúrico: são raros e praticamente não tem importância clínica.
.Uratos de sódio: não tem importância clínica.
.Cristais de sulfato de cálcio: são raros e não tem importância clínica.
.Cristais de cistina: sua presença é sempre importante. Ocorrem em pacientes com cistinose congênita ou cistinúria congênita e podem formar cálculos.
.Leucina: possuem grande importância clínica. São encontrados em pacientes com a doença da urina do xarope de bordo, síndrome de má absorção de metionina, doenças hepáticas graves.
.Tirosina: podem ser observados na tirosinose e na síndrome da má absorção de metionina. 
.Colesterol: sua presença indica intensa ruptura tissular, sendo observados em nefrite e condições nefríticas quilúria.
.Cristais de sulfonamidas: são raros devido à grande solubilidade das sulfas mesmo em ambiente ácido.
.Cristais de contraste radiológico: podem ser encontrados na urina por até 3 dias após a injeção de contrastes radiológicos.
3.5.24 Cristais da urina alcalina
.Fosfato triplo: também pode ser encontrado na urina neutra. São normalmente encontrados na urina normal, contudo pode formar cálculos. Podem ser encontrados na pielite crônica, cistite crônica, próstata aumentada, além de casos quando a urina é retida na bexiga.
.Fosfato amorfo: os sais estão presentes na urina em uma configuração amorfa e não cristalina. Quando em grandes quantidades produzem uma turvação branca na urina.
. Morfologia: são partículas granulosas, incolores e não exibem formato definido. Formam um precipitado macroscopicamente fino e rendado.
.Carbonato de cálcio: não possui importância clínica.
.Fosfato de cálcio: podem estar presentes na urina normal, mas podem formar cálculos.
.Biuratos de amônio: são considerados normais somente se encontrados em urina recém-emitida.
Correspondente ao material protéico produzido pelas glândulas e células epiteliais do sistema urogenital. Normalmente não tem significado clínico, podendo estar em nível aumentado por contaminação vaginal ou por espermatozóides. Ao microscópio, se apresenta como estruturas filamentosas de baixo índice de refração.
3.5.25 Exame
 Observar vários campos com aumento de 100x, pouca luminosidade e condensador baixo.
3.5.26 Expressão deresultados
 Muco: ausente, escasso, moderado e aumentado. 
3.5.27 Flora bacteriana
 A urina recém-emitida não contém bactérias, devendo ser coletadas em condições estéreis para evitar a proliferação bacteriana. A presença de bactérias na urina (bacteriúria) juntamente com leucócitos e teste positivo de nitrito e leucócito esterase é uma indicação de processos infecciosos.
3.5.28 Exame
 Realizar o exame logo após a coleta, observando vários campos com o aumento de 400x.
3.5.29 Expressão dos resultados
 Flora: ausente, rara, moderada e aumentada.
3.5.30 Artefatos e contaminantes
Na urina, vários tipos de contaminantes e artefatos podem ser encontrados devido a condições inadequadas da coleta, o transporte, a análise ou quando depositada sobre a lâmina de microscopia.
 Os artefatos podem ser gotículas de gordura, grânulos de amido, pelo, tecido, algodão, grão de pólen, etc.
Os contaminantes são representados por leveduras (cândida com maior frequência), parasitas (trichomonas, enterobius, schistosoma, strongyloides, espermatozoide, etc.)
3.5.31 Parasitas
 O trichomonas vaginalis é o parasita encontrado com mais frequência na urina. Pode ser encontrado em homens, embora seja mais comum em mulheres. O parasita é responsável por infestação na vagina, uretra, bexiga e próstata.
Sua identificação é facilitada por se tratar de protozoário flagelado com movimentação rápida le em diversas direções no campo microscópico. Possui tamanho similar ao de um leucócito grande, podendo ser confundido com o mesmo.
 A tricomoníase é umas das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns. Alguns fatores de risco são múltiplos parceiros sexuais e não usar camisinha durante o sexo.
 A tricomoníase causa corrimento vaginal com mau cheiro, coceira genital e dor ao urinar em mulheres. Homens geralmente não apresentam sintomas. As complicações incluem risco de parto prematuro em mulheres grávidas.
 O tratamento envolve a ingestão de uma grande dose de certo antibiótico oral por ambos os parceiros.
3.5.33 Expressão do resultado
Registra a presença do parasita encontrado.
4.0 SETOR HEMATOLOGIA
 A Hematologia tem como objetivo o estudo dos elementos figurados do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Além disso, avalia também o estado de normalidade dos elementos sanguíneos, dos órgãos hematopoiéticos e as doenças a eles relacionados.
Atividades desenvolvidas
4.1 HEMOGRAMA
 O hemograma é o nome dado ao conjunto de avaliações das células do sangue que, reunido aos dados clínicos, permite conclusões diagnósticas e prognósticas de grande número de patologias. A introdução do hemograma na prática médica ocorreu em 1925 por meio de critérios estabelecidos pelo médico e farmacêutico alemão V. Schilling.
 Entre todos os exames laboratoriais atualmente solicitados por médicos de todas as especialidades, o hemograma é o mais requerido. Por essa razão reveste-se de grande importância no conjunto de dados que devem ser considerados para o diagnóstico médico, não se admitindo erros ou conclusões duvidosas.
No laboratório Cenac os exames são realizados através do equipamento automatizado MYTHIC 18 da Orphée, onde são realizados 18 parâmetros, sendo eles contagem de leucócitos totais, linfócitos, monócitos, granulócitos, dosagem de hemoglobina, hematócrito , contagem de hemácias, vcm, chcm, hcm, distribuição de células, contagem de plaquetas, volume plaquetário médio, distribuição de plaquetas, trombócito. Este possui a capacidade de executar 60 amostras por hora. A contagem diferencial de leucócitos, morfologia de hemácias é realizado em microscópio óptico Olympus cx 31, com contador de células digital. O controle de qualidade utilizado é o do Pncq- Programa nacional de controle de qualidade.
4.1.1 Fundamentação teórica
 O hemograma é um dos exames complementares de diagnóstico mais frequentemente solicitados, pela sua diversidade de informações, fornecem informações sobre o tamanho e forma, permitindo uma quantificação dos elementos celulares do sangue, como as plaquetas, eritrócitos e leucócitos. Analisa a primeira linha no estudo da função hematológica, contudo, uma análise atenta e cuidadosa dos elementos celulares implica, para além da quantificação de cada um dos tipos de células sanguíneas, o estudo da sua morfologia.
 O hemograma completo é um exame de sangue que serve para avaliar os glóbulos brancos e glóbulos vermelhos do sangue. Ele pode identificar uma série de doenças e não precisa de jejum para ser realizado, mas recomenda-se não realizar atividade física 24 horas antes do exame e ficar 48 horas sem tomar nenhum tipo de bebida alcoólica, pois podem alterar o resultado.
 Leucograma 
 O leucograma consiste na contagem global e diferencial dos leucócitos, além da avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo ao microscópio. Por conta da evolução das últimas décadas, notou-se um avanço tecnológico na análise da série branca, fornecendo resultados rápidos e precisos, através de equipamentos automatizados. Existem cinco tipos diferentes de leucócitos que o corpo utiliza para manter-se saudável e combater infecções ou lesões. São estes os neutrófilos, monócitos, linfócitos, eosinófilos e basófilos. Suas quantidades no sangue são relativamente estáveis, mas podem variar para mais e para menos dependendo do que ocorre no corpo.
 Os equipamentos existentes no mercado atualmente ainda são limitados no que se refere a contagem de bastonetes, mas são bastantes sensíveis quando da presença de células da linhagem granulocítica (anteriores aos bastonetes), o que caracteriza o “desvio a esquerda”. A quantificação de linfócitos atípicos e células blásticas não apresentam resultados tão preciosos como os obtidos na detecção das células maduras normais, mas a emissão de alarmes sugestivos das mesmas deve servir de orientação para que o material seja revisado à microscopia.
 Os leucócitos formam o grupo mais heterogêneo de células do sangue, tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico.
 Cada subtipo de leucócitos detém funções bastante específicas e distintas entre si, que, em conjunto estruturam o sistema imunológico. São agrupados em duas categorias gerais, os morfonucleares e polimorfonucleares. Os primeiros incluem os linfócitos, plasmócitos e monócitos, os últimos são os neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
 
 Neutrófilos 
 São os leucócitos mais abundantes no sangue periférico de adultos (60 - 65%), são especializados no exercício da fagocitose e destruição intracelular de bactérias. Possui um núcleo segmentado e grânulos finos em seu citoplasma. Seu aumento desproporcional é chamado de neutrofilia e ocorre geralmente pela redistribuição leucocitária ou aumento de liberação pela medula óssea.
 A neutropenia pode ser decorrente da baixa produção da medula óssea, destruição por macrófagos, retenção no baço e rápido progresso para os tecidos.
 
 Eosinófilos
 Representam cerca de 2 a 4% dos leucócitos circulantes. Possuem núcleo bilobulado e grânulos corados em laranja. Possuem atividade pró-inflamatória e citotóxica considerável participando da reação de numerosas doenças alérgicas e helmintíases.
 A eosinofilia ocorre devido à alguma alergia ou parasitoses, mas também pode ocorrer devido a reação às doenças linfoides malignas como a doença de Hodgkin. A eosinopenia é raramente notada devido ao valor de referência do eosinófilo que pode ser até 0. 
 Basófilos 
 São os leucócitos mais escassos no sangue (0 – 1%), possui o núcleo bilobular e possuem grandes grânulos metacromáticos ricos em histamina. A basofilia é útil na diferenciação entre as síndromes mieloproliferativas e condições reacionais.
 A basopenia raramente é notada.
 Linfócitos 
 Sua média no sangueé de 20 – 30%. Tem como principal função defender o organismo de infecções, ocasionalmente podem agredir o próprio organismo causando doenças auto imunes. Possuem duas classes o linfócito T envolvidos em processos de imunidade celular e regulação da síntese de anticorpos e o linfócito B que participa apenas no processo de imunidade humoral, é precursor do plasmócitos – célula formadora de anticorpos.
 Em caso de linfocitose deve-se analisar tanto a citologia quanto a contagem correlacionando com a idade e aspectos clínicos do paciente. A linfocitopenia é comum em resposta aguda ao estresse, a AIDS também é caracterizada pela linfocitopenia.
 
 Monócitos 
 São os precursores dos macrófagos, sua concentração é de aproximadamente 4 – 8%. São células grandes com núcleos evaginados, quando migram para o tecido se transformam em macrófagos.
 A monocitose pode ocorrer na gravidez ou em recém-nascidos.
 Plaquetograma 
 É a parte do hemograma onde são avaliadas as plaquetas quanto a sua quantidade e qualidade. Em alguns casos, pode haver plaquetas maiores ou aglomerações de plaquetas que dificultam as medidas do aparelho, sendo necessário fazer o esfregaço de sangue.
 A detecção precisa dos valores das plaquetas, especialmente no diagnóstico das plaquetopenias, é de grande importância na prática clínica e cirúrgica, no monitoramento das quimioterapias e procedimentos de transplante, entre diversas outras situações.
 Eritrograma 
 O eritrograma avalia especificamente a série vermelha, através dos seguintes parâmetros: número de glóbulos vermelhos, dosagem de hemoglobina e hematócrito e índices hematimétricos. A hematoscopia, isto é, a avaliação morfológica das hemácias, complementa o eritrograma.
4.1.2 Índices hemantimétrico
 
 VCM: É volume corpuscular médio e é calculado dividindo-se o hematócrito pelo número de eritrócitos e multiplicando-se por 10. Representa o tamanho médio dos eritrócitos e sua unidade é o fL (fentolitros). Avalia a morfologia média dos tamanhos das hemácias.
 Classifica as anemias em normocíticas, microcíticas e macrocíticas.
 RDW é um índice que indica a variação de tamanho, sendo o normal de 11,5 a 14,5%, representando a porcentagem de variação dos volumes obtidos. É obtido a partir do histograma de distribuição das hemácias de acordo com o volume das hemácias determinando o grau de anisocitose.
 HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) é o peso da hemoglobina na hemácia. Define se a anemia é hipocrômica ou normocrômica. O intervalo normal é 26-34pg. E é calculada dividindo-se a hemoglobina pelo número de eritrócitos e multiplicando-se por 10, sua unidade é o pcg ou pg (picogramas).
 CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média) avalia a hemoglobina encontrada em 100 mL de hemácias. Auxilia na classificação das anemias em normocrômicas ou hipocrômicas. A concentração de hemoglobina corpuscular média calculado pela razão entre hemoglobina e hematócrito,deve ser expressa em % (por cento).
4.1.3 Alterações qualitativas dos eritrócitos
 São importantes para caracterizar o tipo de alterações presentes nessa linhagem em várias hemopatias e especialmente nas anemias.
 Poiquilocitose – variação da forma das hemácias;
 Macrocitose – hemácias de grande tamanho;
 Microcitose – hemácias de pequeno tamanho;
 Esferocitose – hemácias pequenas, esféricas que não apresentam centro claro. Mas são coradas homogeneamente;
 Ovalocitose – hemácias ovais;
 Hemácias em alvo – tem um ponto central corado, um halo não corado e uma borda corada;
 Drepanócitos – tem a forma de foice;
 Dacriócitos – tem a forma de lágrimas;
 Hemácias crenadas – possuem bordas irregulares;
 Hipocromia – hemácias pouco coradas;
 Hipercromia – hemácias bem coradas;
 Policromasia – variação na coloração;
 Anisocitose – variação no tamanho das hemácias;
 As alterações acima podem sugerir o diagnóstico de um determinado tipo de anemia, dependendo do grau com que são detectadas.
4.1.4 Hematócrito
 É um índice calculado em porcentagem, definido pelo volume de todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra que contém, além das hemácias, leucócitos, plaquetas e plasma, que geralmente representa mais de 50% do volume total da amostra. Os valores variam com o sexo e com a idade.
 Seus valores normais são:
 .Homens 40 a 50%
 .Mulheres e crianças 35 a 45%
4.1.5 Números de glóbulos vermelhos
 É a contagem do número de hemácias em determinado volume de sangue. Os valores normais variam de acordo com o sexo e com a idade.
4.1.6 Hemoglobina
 É uma proteína que se encontra dentro dos eritrócitos e que contém ferro presente que permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório.
 É dosada pelo método da cianometa-hemoglobina ou pode ser obtida pelo método de Coulter. É um dado fundamental para o diagnóstico anêmico, embora o valor do hematócrito corresponda de perto as variações de hemoglobina.
 Os valores mínimos de hemoglobina são:
 .Homens 12,7 a 18,0 (g/dl)
 .Mulheres 11,5 a 16,0 (g/dl)
4.1.7 Esfregaço sanguíneo
 O esfregaço é uma parte importante da avaliação hematológica, é utilizado para promover a diferenciação entre os leucócitos, avalia também a série vermelha e as plaquetas. Através deste é possível confirmar alterações que os aparelhos automatizados não são capazes de identificar.
4.1.8 Objetivo / importância
 O exame é útil para diagnóstico e classificação das desordens eritrocitárias, leucocitárias e plaquetárias.
4.1.9 Procedimento técnico
 Os exames são feitos através de um equipamento, o Sysmex XE-2100D, e o CC 500 da CELM que realiza as contagens dos elementos sanguíneos por citometria de fluxo fluorescente e que são acompanhados também da análise microscópica pelo profissional, promovendo assim uma avaliação qualitativa e quantitativa no sangue do paciente.
4.1.10 Orientações para coleta
 O paciente deve permanecer em jejum por 8 horas antes da coleta.
Obs.: Recomenda-se jejum para não ter amostras lipêmica.
4.1.11 Exames associados
 Avaliação das reservas de ferro, eletroforese de hemoglobina, pesquisa de drepanócitos, dosagem de vitamina B12, mielograma e biópsia de medula óssea.
4.1.12 Valores de referências
Leucograma
	
	Valores de referências em mm³
	Contagem global de leucócitos
	4.000 à 10.000
	Leucócitos diferenciais
	Valores em (%)
	Basófilos 
	0 à 2
	Eosinófilos
	2 à 4
	Bastonetes
	0 à 5
	Linfócitos 
	29 à 39
	Monócitos
	2 à 10
4.1.13 Exames associados
 Esfregaço sanguíneo em lâmina, mielograma, imunofenotipagem de células leucêmicas.
4.1.14 Diagnóstico clínico laboratorial
 .Neutrofilia: infecções bacterianas agudas, doença inflamatória aguda, neoplasia maligna, hemorragia aguda;
 .Neutropenia: infecções virais, irradiação, síndrome mielodisplásica;
 .Eosinofilia: doenças alérgicas, hipersensibilidade a drogas, infecções parasitárias, doenças do colágeno, doença de Hodgkin e doenças mieloproliferativas;
 .Eosinopenia: estresse agudo, doença de Cushing;
 .Basofilia: estado de hipersensibilidade, mixedema, doenças mieloproliferativas;
 .Monocitose: infecção crônica, doença inflamatória crônica, doença mieloproliferativas crônicas;
 .Monocitopenia: pancitopenia, corticóide;
 .Linfocitose: infecção virótica, coqueluche, reação de hipersensibiliade a drogas, doenças linfoproliferativas;
 .Linfocitopenia: estresse agudo, síndrome da imunodeficiência adquirida, aumento das perdas gástricas, infecções;
4.1.15 Erros pré-analíticos
 Hemólise,

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