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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE MARABÁ - VIII CURSO DE BACHARELADO EM BIOMEDICINA TEREZINHA DE JESUS CABRAL MARTINS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO BIOQUÍMICA/IMUNOLOGIA/HORMÔNIOS MARABÁ-PA 2018 Terezinha de Jesus Cabral Martins Curso de Graduação em Biomedicina Número de matrícula: 20141400016 Período: 8º Nome e local da instituição concedente: LACEM Professoras orientadoras: Dra. Monica Lima e Ma. Eveline Bezerra Supervisor técnico: Talyce dos Reis Feitosa Período: 06/02/2018 à 16/03/2018 Carga horária total do estágio: 130 horas RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO BIOQUÍMICA/IMUNOLOGIA/HORMÔNIOS Relatório de estágio supervisionado obrigatório, realizado no Laboratório Central de Marabá (LACEM), totalizando uma carga horária total de 130 horas no setor de Bioquímica, Imunologia e Hormônios, como requisito parcial à obtenção de nota na disciplina Estágio Supervisionado I. MARABÁ/PA 2018 Supervisor (a) responsável do local TEREZINHA DE JESUS CABRAL MARTINS RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO BIOQUÍMICA/IMUNOLOGIA/HORMÔNIOS 1. INTRODUÇÃO O conceito de estágio passou por inúmeras mudanças desde que foi citado pela primeira vez em 1080. Era descrito inicialmente como uma simples atividade de acompanhamento prático a um mestre na Idade Média. Hoje o seu conceito se expandiu e é vinculado a uma atividade curricular prática e obrigatória nos cursos dispostos pelas instituições de ensino, e é ainda regulamentado por uma legislação educacional vigente (BALLÃO et al, 2014). No Brasil, o estágio é regido atualmente pela Lei 11.788, sancionada em 25 de setembro de 2008, que prevê uma série de disposições legais acerca das regras de estágio curricular de estudante, que engloba desde sua definição às obrigações de todas as partes envolvidas, como a instituição de ensino representante do aluno, a parte concedente do estágio, o estagiário e as normas de fiscalização (BRASIL, 2008). O estágio supervisionado obrigatório é um componente importantíssimo da formação acadêmica, ele oportuniza o educando a contemplar e compreender sob a ótica da prática grande parte do conhecimento construído ao longo da graduação, além de possibilitar ao aluno o convívio com a sua futura formação e interação com uma realidade profissional ainda não vivenciada. Ele, portanto, contribui para que o estudante quando estiver atuando profissionalmente possa conduzir suas atividades com muito rigor, dessa forma, menos sujeito a possíveis falhas na execução de suas atribuições. Bioquímica, Imunologia e Hormônios são ramos de extrema importância na medicina laboratorial, são utilizados para o estudo e diagnóstico de doenças a partir da análise de determinados materiais biológicos. Os exames oferecidos por esses setores desempenham papéis importantes na triagem, no diagnóstico e monitoramento do paciente (GAW, 2015). O estágio nesses setores (Bioquímica, Imunologia e Hormônios), visa, principalmente, ampliar e aprimorar os conhecimentos através da vivência prática, instruindo como realizar as análises, o manuseio das informações e dos reagentes fornecidos pelos kits utilizados nos testes, e, sobretudo, a interpretação dos resultados, que muitas vezes são associados às sintomatologias para se chegar a um diagnóstico. 2. OBJETO DE ESTUDO O estágio supervisionado obrigatório nos setores de Bioquímica, Imunologia e Hormônios ocorreu no Laboratório Central Mizulan Neves Pereira (LACEM), localizado na Rua Manuel Bandeira, 23, bairro Laranjeiras. O horário de funcionamento é de segunda a sexta-feira das 07h00min às 12h00min e de 14h00min às 17h30min. As atividades foram instruídas e supervisionadas pela Biomédica Talyce Feitosa e transcorreram do dia 06/02/2018 ao dia 16/03/2018. O Laboratório Central de Marabá é pertencente à rede pública e dispõe de uma infraestrutura adequada para a realização de exames de forma confiável e precisa. A equipe de profissionais e os estagiários cumprem as suas atividades de modo sério e responsável, os mesmos utilizam sempre dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), dessa forma, possibilitando o exercício seguro de todas as atividades. As atividades desenvolvidas no laboratório contemplam além dos setores de Bioquímica, Imunologia e Hormônios, os setores de Coleta e Urinálise, as áreas de Hematologia e Parasitologia. As áreas de Microbiologia e Patologia, apesar de estarem inseridas na grade de atividades do laboratório, no momento não estão em funcionamento em decorrência da falta de materiais e funcionários para esses setores. Com relação ao panorama dos setores de Bioquímica, Imunologia e Hormônios no LACEM, verifica-se que esses departamentos são responsáveis por uma grande parte da demanda dos exames solicitados no Laboratório. De modo geral, esses setores são de responsabilidade de três profissionais, um responsável pelo setor de Bioquímica, outro para o de Imunologia e um terceiro exclusivamente responsável pelo setor de Hormônios. Um fator importante que é válido ressaltar, é que o LACEM dispõe de um sistema integrado que permite a comparação de exames de todos os setores, contribuindo, dessa forma, para uma melhor qualidade no diagnóstico. 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS No LACEM, a rotina dos exames que compreendem estes setores (Bioquímica, Imunologia e Hormônios) inicia-se no ato do agendamento do exame, o qual é exigido do paciente a requisição médica; neste momento também é verificada e passadas algumas informações importantes ao paciente acerca dos exames solicitados; são orientações dadas por profissionais responsáveis pelo cadastro e reforçadas através de folhetos impressos que dispõem dessas orientações, no intuito de sanar dúvidas quanto ao preparo do paciente para a realização dos exames e ao mesmo tempo buscando minimizar erros pré-analíticos. De modo geral, as orientações relacionadas à questão do jejum são em sua maioria designadas aos exames de Bioquímica e incluem: Jejum de 8h para dosagens de glicose, HDL, LDL, colesterol total e frações, albumina, fosfatase alcalina, TGO, TGP, gama-GT e bilirrubinas e Jejum de 12h para dosagem de triglicerídeos. Para os exames de Imunologia o jejum é dispensável, contudo, em determinados locais é requerido jejum de 4h, no intuito de evitar lipemia, especialmente para a realização do VDRL (PRÓ-EXAME, 2014). Já no caso das dosagens hormonais o jejum é dispensável, porém, de modo também a evitar a lipemia, a maioria dos laboratórios preconiza jejum de 4 à 8h, em decorrência da dieta do paciente ser um fator interferente nas dosagens hormonais. Há além destas, outras orientações pertinentes para o setor de Hormônios, como: para as dosagens de PSA total e livre os pacientes (homens) devem seguir inúmeras recomendações, tais como não manter relações sexuais, não utilizar bicicleta, moto, andar a cavalo e não realizar exames que envolvam o reto; no LACEM, estas designações devem ser seguidas durante os 3 dias anteriores a realização do exame. Salienta-se também que o uso de medicamentos hormonaispode gerar alterações nas dosagens dos hormônios envolvidos (BRASIL, 2009). 3.1. SETOR DE BIOQUÍMICA 3.1.1 TÉCNICAS As análises bioquímicas no LACEM são realizadas no analisador automático multiparâmétrico, o COBAS Íntegra 400 plus. Equipamento este que permite a concretização de 340 testes/hora e o acesso contínuo às amostras, com um controle de qualidade automático emprega as regras múltiplas de Westergard e, além disso, ele dispõe de uma integração com o sistema do laboratório (ROCHE, 2014). O COBAS Integra 400 plus, usa quatro princípios de avaliações: fotometria de absorção para enzimas e substratos; imunoturbidimetria para proteínas específicas; fluorescência polarizada para drogas terapêuticas; potenciometria com eletrodo seletivo para íons (OLIVEIRA, 2012). Porém, no LACEM a maioria dos exames utiliza somente o parâmetro fotometria de absorção. 3.1.2 EXAMES Tabela 1: Exames bioquímicos realizados no LACEM Exame Fatores Pré-Analíticos Valores De Referência Definição/Indicação Ácido úrico Amostra: Soro É recomendável um jejum de no mínimo 3h e aconselha-se ainda que o material seja coletado pela manhã. 3,4 a 7,0 mg/dL Avaliação do metabolismo da purina, adenosina e guanosina e encontra-se alterado em diversas condições clínico- patológicas. Para monitoramento do tratamento da gota; de quimioterapia de neoplasias etc. Amilase Amostra: Soro É recomendável um jejum de no mínimo 3h. 28 a 100 U/L Avaliação de patologias pancreáticas, obstrução biliar, cirrose etc. Fosfatase alcalina Jejum de no mínimo 8 h, pois alguns alimentos podem influenciar na alcalinidade. Amostra: Soro ou plasma heparinizado, devendo-se evitar a presença de hemólise. Mulheres: 35 a 104 U/L Homens: 40 a 129 U/L Sua determinação é utilizada na avaliação e acompanhamento de hepatopatias, processos colestáticos em sua maioria e de doenças da atividade osteoblásticas. GGT (Gama Glutamil Transferase) Jejum de no mínimo 8 horas e a não ingestão de álcool nas últimas 24 horas que antecedem a realizam do exame. Amostra: Soro ou plasma heparinizado ou com EDTA. 5 a 36 U/L Diagnóstico e acompanhamento da doença hepatobiliar, sendo indicador mais sensível de doença hepática; como teste de triagem para alcoolismo oculto, etc. TGO (Transaminase glutâmico- oxaloacética) ou AST (Aspartato aminotransferase) Amostra: Soro ou plasma contendo heparina deve-se evitar hemólise, a presença de hemólise nas amostras pode resultar em desvios no resultado das análises. Até 32 U/L Verificada em altas concentrações no citoplasma e mitocôndrias do fígado, dos músculos esquelético e cardíaco, dos rins, dos pâncreas e dos eritrócitos. Quando há lesão em qualquer um destes tecidos, a TGO é liberada no sangue. Avaliação de hepatopatias, infarto do miocárdio e miopatias. TGP (Transaminase glutâmico-pirúvica) ou ALT (Alanina aminotransaminase) Amostra: Soro ou plasma contendo heparina ou EDTA, a amostra deve estar livre de hemólise. Até 33 U/L Avaliação de hepatopatias e de lesão hepatocítica, sendo recomendada para rastreio de hepatites, por exemplo. Magnésio Amostra: Soro livre de hemólise ou plasma contendo heparina. 0,7 a 1,05 mmol/L Sua determinação na avaliação de distúrbios metabólicos. Cálcio total Amostra: Soro ou plasma heparinizado. Deve evitar o uso de citrato, fluoreto e EDTA. 8,6 a 10 mg/dL Diagnóstico e monitorização da hipocalcemia e hipercalcemia no soro. Indicado para pacientes com problemas hepáticos, distúrbios metabólicos, sobretudo com manifestações neuromusculares, ósseas e renais. Albumina Amostra: Soro / Mínimo 3 h de jejum 3,5 a 5,2 g/dL O fígado é órgão responsável pela produção de albumina, por isso, diminuição na quantidade da albumina no sangue pode acontecer por doenças hepáticas. É útil para o monitoramento nutricional, também é utilizada como uma indicação da severidade de doença hepática crônica. Ferro Amostra: soro livre de hemólise ou plasma livre de hemólise e contendo heparina, não utilizar EDTA ou citrato. Mulheres: 50 a 170 μg/dL Homens: 65 a 170 μg/dL Investigação dos distúrbios do metabolismo do ferro e etiologia de anemias. Em casos de processos infecciosos e glomerulopatias geram níveis diminuídos. Colesterol total Amostra: Soro ou plasma contendo heparina ou EDTA, não deve conter citrato, oxalato ou fluoreto. Recomendado jejum de 12 h. Inferior a 200 mg/dL Colesterol total caracteriza a soma de todos os tipos de colesterol (HDL, LDL, VLDL, e quilomícrons). A sua dosagem é útil na avaliação de risco de doença coronariana, ao passo que, níveis elevados se relacionam a maior risco de aterosclerose. HDL Análoga ao CT Superior a 60 mg/Dl Lipoproteína responsável por transportar o colesterol de sítios de deposição para o fígado, onde deve ser metabolizado, sendo, portanto, fator de proteção aterosclerótico e cardiovascular. LDL Análoga ao CT Inferior a 100 mg/dL Lipoproteína responsável por transportar o colesterol para sítios de deposição, como as paredes dos vasos, o que diminui o lúmen e gera aumento de pressão. Fator de risco aterosclerótico e cardiovascular. VLDL Análoga ao CT Inferior a 40 mg/dL É uma subclasse de lipoproteína. O VLDL é fabricado no fígado a partir do colesterol e apolipoproteínas. Na corrente sanguínea, o VLDL é convertido em LDL. Triglicerídeos Amostra: Soro ou plasma contendo heparina ou EDTA. <200 mg/dl Rastreamento de dislipidemias, acompanhamento de pacientes com risco cardiovascular e no acompanhamento e tratamento de hipertrigliceridemia. Bilirrubina As amostras usadas para a dosagem de bilirrubina total e frações são o soro ou o plasma contendo heparina ou EDTA. 8 a 12 h de jejum Bilirrubina total: até 1,2 mg/dL Bilirrubina indireta: Até 0,8 mg/dL Bilirrubina direta: Até 0,3 mg/dL A dosagem da Bilirrubina e suas frações estão relacionadas na avalição da função hepática. Além disso, a bilirrubina total é um marcador de colestase e também usado para avaliar anemias hemolíticas e recém- nascidos com icterícia Creatinina Amostras: Soro, plasma, urina e liquido amniótico. As amostras podem ser armazenadas em tubos contendo EDTA, heparina, oxalato, citrato, fluoreto, estes anticoagulantes não são interferentes na reação. Não necessita jejum. 0,6 a 1,0 mg/dL Produto do catabolismo muscular aumenta à medida que reduz a taxa de filtração glomerular, por conta disso, é um importante marcador para avaliação de problemas renais, já que sua concentração plasmática aumenta conforme a filtração glomerular diminui. Ureia Amostras: urina, soro ou plasma (contendo EDTA ou heparina). Deve-se evitar a 16 a 49 mg/dL Avaliação da função renal, conjuntamente com os níveis de creatinina e ambos auxiliam no diagnóstico diferencial da hiperuricemia pré-renal, renalpresença de hemólise. Não é necessário um preparo específico do paciente. e pós-renal, porém, é um marcador menos específico do que a creatinina. Avaliação da função glomerular e de pacientes que carecem de apoio nutricional para o catabolismo excessivo (p.ex.; câncer). Hemoglobina glicada Amostra: Sangue Não é necessário jejum 4 a 6% É o parâmetro de escolha para controle glicêmico a longo prazo. Reflete a média de glicose sérica nos 120 dias anteriores. Útil para o acompanhamento de pacientes diabéticos. Glicemia em Jejum As amostras utilizadas podem ser soro ou plasma contendo heparina, EDTA ou fluoreto. Também podem ser utilizadas amostras de urina. 8 a 12 h. 74 a 99 mg/dL Diagnóstico de hiperglicemias, hipoglicemias; rastreio do diabetes mellitus (DM) e rastreamento do diabetes gestacional. Além do controle do DM e outros distúrbios do metabolismo dos carboidratos. *PARDINI, 2002; LABTEST, 2016; BRASIL, 2009. 3.1.3. INTERPRETAÇÃO LABORATORIAL E CLÍNICA (BIOQUÍMICA) A interpretação dos exames Bioquímicos deve levar em conta um intricado de disposições e informações para que haja uma análise correta dos analitos. Os exames laboratoriais sempre devem ser analisados em conjunto com os achados clínicos, sempre que possível buscando concordância com a clínica do paciente. O profissional responsável deve se atentar a particularidades intrínsecas do paciente (idade, sexo, peso, etc.) e o motivo de solicitação do exame, caso for informado, já que tais fatores podem ajudar/influenciar na avaliação dos analitos. Além disso, o profissional deve estar atento e ser capaz de discernir resultados alterados que são induzidos em decorrência de erros laboratoriais (erros pré-analíticos, calibração, etc.). Os exames Bioquímicos fornecem apoio diagnóstico na averiguação de inúmeras patologias e monitoramento de tratamento. De modo grosseiro e como facilitador de entendimento, para interpretação dos exames e seus resultados clínicos, os exames foram dispostos em áreas onde os mesmos são mais específicos e usados mais clinicamente (MOTTA, 2003). Avaliação do perfil glicídico A avaliação do perfil glicídico é de grande importância, visto que alterações na habilidade de manutenção da glicemia em valores normais levam a patologias, tais como a diabetes. Dos exames de Bioquímica dispostos no LACEM, 2 deles se referem, mais especificamente a avaliação do perfil glicídico, que são: Glicemia de Jejum Apesar de ter uma boa especificidade, a glicemia de jejum normal sozinha não é suficiente para afastar o diagnóstico de diabetes, sendo, portanto, necessário realizar os outros testes como Teste oral de tolerância à glicose (TOTG), glicemia pós-prandial (BRASIL, 2009). Hemoglobina glicada É utilizada na avaliação do controle do paciente diabético. Para esses pacientes, o intuito é manter os níveis menores que 7%, já que níveis acima de 7% estão associados com maior risco de alterações microvasculares e complicações crônicas da DM, como a polineuropatia, a insuficiência renal, etc (LABTEST, 2016). Avaliação do perfil hepático Diversos exames laboratoriais estão disponíveis para a avaliação do paciente com suspeita de doença hepática ou na investigação da sua causa. Além disso, eles contribuem para facilitar o prognóstico e o monitoramento do paciente com patologia hepática. No LACEM, estão disponíveis diversos exames bioquímicos empregados na avaliação das funções e patologias hepáticas, dentre as quais temos: Transamianases (TGO e TGP) (Avaliação de lesão hepatocelular) São enzimas responsáveis pela interconversão de aminoácidos, a atividade destas enzimas é usada como indicador de dano hepatocelular, já que as enzimas estão presentes dentro do hepatócito e uma pequena parte está na corrente sanguínea. A elevação dessas enzimas no sangue aponta uma lesão na parede do hepatócito (podendo indicar inflamação ou morte celular). A TGP grosseiramente indica lesão aguda, por conta disso, geralmente em casos de pacientes que já apresentam problemáticas hepáticas e estão terapêuticas, devem-se avaliar os valores de TGO. Tanto a TGO quanto a TGP em doenças hepáticas costumam subir e descer mais ou menos na mesma proporção e elevações de ambas acima de 1.000 U/L é verificada em hepatites virais. Apesar de serem importantes e bem específicas na avaliação de doenças hepáticas, elas podem aumentar em casos de: Doenças do miocárdio; Doença muscular, obesidade, etc. (NEMER, 2010; MOTTA, 2003). LDH (Avaliação de lesão hepatocelular) É uma enzima verificada em lesões hepatocelulares, contudo, sua dosagem não é tão específica como prova de função hepática quando comparada com os resultados de TGO e TGP. Porém, é bastante útil em distinguir hepatite aguda viral e lesão causada por isquemia, por exemplo. Vale ressaltar que a LDH é útil na avaliação de outras problemáticas além das relacionadas ao fígado, tais como doenças cardíacas (MOTTA, 2003; NEMER, 2010). Gama GT (Avaliação do fluxo biliar e de lesão de vias biliares) Enzima encontrada em diversos tecidos, porém seu significado clínico está mais relacionado às doenças hepáticas e das vias biliares. Aumenta-se após consumo de álcool e também se elevam na doença hepática alcoólica aguda e crônica e nas neoplasias. Em casos de esteatose hepáticas, seus níveis estão altos, porém, se ocorre melhora no quadro, há uma diminuição dos valores até a faixa de normalidade, contudo, se o quadro de cirrose se instala os valores não normalizam (NEMER, 2010). Bilirrubina total e frações (Avaliação do fluxo biliar e de lesão de vias biliares) A dosagem das bilirrubinas é de extrema importância, já que pode avaliar conjuntamente lesão hepatocelular, fluxo biliar e síntese do fígado. A bilirrubina total abrange a fração conjugada, não conjugada e delta. A bilirrubina direta envolve a fração delta e conjugada, ao passo que a bilirrubina indireta abarca a fração não conjugada. Níveis altos de bilirrubina total e direta podem ser verificados em doenças hepatocelular e biliares (intra ou extra-hepática). Bilirrubina indireta aumentada pode acontecer em casos onde a taxa de produção de bilirrubina extrapola a taxa de conjugação, notadamente em casos de hemólise ou anemia megaloblástica, bem como síndrome de Gilbert (MOTTA, 2009). Albumina Nas doenças hepáticas, ocorre diminuição na síntese hepática de albumina sem que necessariamente o organismo esteja desnutrido. Seu aumento comumente está relacionado à diminuição da volemia, já sua elevação está associada com a diminuição de sua síntese (cirrose hepática e desnutrição), aumento do catabolismo ou por perdas anormais. Avaliação do perfil lipídico Os lipídios são responsáveis por diversas funções (produção e armazenamento de energia, absorção de vitaminas etc.), porém, seu excesso está associado a problemáticas, tais como a aterosclerose. O distúrbio nos níveis de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue é conhecido como Dislipidemia. Dislipidemia é uma definição advinda dos estudos sobre a correlação entre os níveis de gordura e elementos de sua composição presentes no sangue com a ocorrência de doenças cardiovasculares e metabólicas. Hoje, essa correlação é bem instituída e os níveis aumentados dessas substâncias precedem a ocorrência de eventos cardiovasculares. Nesse sentido, as dosagens dessas substâncias podem aferir riscos e requerer mudanças no estilo de vida do paciente, no intuito de evitar o desenvolvimento de patologias cardíacas, principalmente (NEMER, 2010; SOARES, 2012). Os exames dispostosno LACEM que realizam mais especificamente essa avaliação lipídica, são: Colesterol total e suas frações Como já mencionado é um exame extremamente útil na avaliação de risco de desenvolvimento de doenças cardíacas. Entretanto, é válido ressaltar que os níveis alterados de colesterol, embora represente fator de risco independente para o desenvolvimento de doenças cardíacas, não é o único fator de risco descrito para a doença, outros parâmetros, tais como sexo, idade, tabagismo, história familiar, obesidade e DM são outros possíveis fatores de risco associados (LOPES, 2006; NEMER, 2010). Triglicerídeos A dosagem de triglicerídeos também é fundamental na avaliação do perfil lipídico. Diversos fatores são responsáveis por alterações nos níveis de triglicerídeos, tais como dieta, atividade física e uso de bebidas alcoólicas são exemplos (SOARES, 2012). Salienta-se que pacientes que apresentem níveis alterados nessas dosagens quando comparados com os níveis desejáveis para sua idade, devem realizar a confirmação desses exames pela repetição com nova amostra. Avaliação da função renal Os exames disponibilizados no LACEM que realizam mais especificamente essa avaliação renal, são: Ureia As dosagens de ureia elevam na insuficiência renal, naquelas que tem origem pré- renal, a ureia aumenta mais que a creatinina. Níveis baixos de ureia são verificados em outras situações, tais como final de gestação, na insuficiência hepática, na infância, etc. Vale salientar que a ureia sofre influencia do catabolismo proteico e seus níveis elevam com o consumo de dietas hiperproteicas, infecções, etc (RIBEIRO, 2015; NEMER, 2010). Creatinina Sofre menos influência da dieta do que a ureia, por conta disso, é melhor indicador da função renal. De modo simplório, contudo clinicamente útil, pode-se imaginar que diminuições de 50% na filtração glomerular correspondem à duplicação do nível sérico de creatinina (NEMER, 2010). Ácido úrico Seu aumento está relacionado à insuficiência renal aguda e crônica e cálculo renal. Em casos de falência renal, a degradação e a eliminação intestinal tornam-se elevadas. A degradação é provocada pelas bactérias intestinais que podem atingir até 80% da excreção diária de ácido úrico (MOTTA, 2009; NEMER, 2010). Cálcio Em casos de insuficiência renal crônica, a absorção de cálcio está diminuída devido a redução de vitamina D em sua forma ativa, por conta disso, há uma tendência à hipocalcemia (NEMER, 2010). Marcadores tumorais bioquímicos (CÂNCER) São substâncias presentes no tecido tumoral, no sangue ou em outros fluidos biológicos produzidos pelo tecido em resposta ao tumor. Dentro dos exames Bioquímicos realizados pelo LACEM, temos exemplos que se encaixam como marcadores tumorais, por exemplo: Tabela 2: Marcadores tumorais bioquímicos Enzima Tumores Amilase Pâncreas LDH Fígado Leucemia linfoblástica Fosfatase alcalina Osso, fígado, testículo, leucemias. GGT Fígado (metástase) *NEMER, 2010 Fazer essa relação dos exames laboratoriais conjuntamente com os significados clínicos é muito pertinente, haja vista que análise laboratorial é uma ciência exata, servindo dessa forma como um minimizador de erros que porventura possam ocorrer na avaliação clínica, já que esta tem contornos por vezes subjetivos. No LACEM, casos onde a recoleta é solicitada no setor de Bioquímica são: Erros na identificação da amostra do paciente; Coleta de sangue feita em tudo errado; Hemólise, lipemia; Casos de acidente com amostra, etc. 3.2. SETOR DE IMUNOLOGIA O setor de Imunologia do LACEM disponibiliza 2 exames, o VDRL e a pesquisa de Beta-hCG. Para a realização de exames imunológicos não é necessário grandes preparos do paciente. O profissional deve se precaver pra não haver erros que inviabilizem os exames. Nesse sentido, há circunstâncias que é requerida nova coleta no setor de Imunologia no LACEM, em situações como: coleta de sangue em tubo errado que impossibilite a realização do exame; volume insuficiente; erros na identificação da amostra do paciente; casos de hemólise intensa, etc. 3.2.1 TÉCNICAS Os exames imunológicos disponibilizados no LACEM adotam técnicas, para os seguintes testes: VDRL: É um teste não treponêmico que busca fazer a investigação de sífilis; esse teste utiliza a reação de floculação, que é uma técnica baseada na ligação dos anticorpos não treponêmicos, dispostos no soro do paciente infectado, a estruturas arrendondas chamadas micelas que combinam componentes do reagente, a ligação entre diversos anticorpos e micelas forma os flocos observados no exame. Para sua realização, o VDRL deve ser feito em placa escavada, constituindo 50μL de soro para 20μL de reagente, devendo a placa ser agitada durante 4 minutos em agitador automático e, após isso, levada para análise em microscópio (BRASIL, 2009). Se houver resultados reagentes, preconiza-se realizar diluições em solução salina a 0,9%; Beta hCG qualitativo: É um teste feito por meio do método imunocromatográfico com dois anticorpos, com uso de tira de reação; o primeiro anticorpo monoclonal anti-hCG se liga ao hCG da amostra quando ela é positiva; a segunda linha caracteriza o teste e contém o anticorpo controle. Quando não há o aparecimento da linha teste o exame é invalidado (BRASIL, 2009; LABTEST, 2017). 3.2.2. EXAMES Tabela 3: Exames imunológicos realizados no LACEM EXAME RESULTADO USO E INTERPRETAÇÃO CLÍNICA VDRL Reagente (titulação) ou não reagente Diagnóstico de sífilis, a ser confirmado pelo teste treponêmico. As reações falso-positivas com títulos baixos até 1/8 são encontradas, de forma breve, nas fases agudas de doenças infecciosas bacterianas, virais e parasitárias, como endocardite infecciosa, mononucleose, hepatite C, malária, e na gravidez. E de forma permanente nas doenças autoimunes, como lúpus *PARDINI, 2002; LABTEST, 2016; BRASIL, 2009. 3.3. SETOR DE HORMÔNIOS 3.3.1. TÉCNICAS O Setor de Hormônios no LACEM realiza cerca de 15 exames e detém uma grande demanda de solicitação de exames. O aparelho usado no setor de Hormônios no LACEN é o COBAS e411, que utiliza a técnica de eletroquimioluminescência para realização de exames. É uma técnica considerada como uma das mais sensíveis e configura uma variação da técnica de quimioluminescência (ROCHE, 2015). Na eletroquimioluminescência, usa-se corrente elétrica para causar a excitação dos elétrons. 3.3.2. EXAMES Tabela 3: Exames hormonais realizados no LACEM EXAME VALORES DE REF. USO E INTERPRETAÇÃO CLÍNICA eritematoso sistêmico e artrite reumatoide, na hanseníase e em pacientes com linfoma. Beta HCG qualitativo Positivo ou negativo Diagnóstico e monitoramento da gravidez normal, gravidez ectópica e de tumores germinativos (ovarianos e testiculares). Um resultado negativo não deve dar exclusão de gravidez, aconselha-se realizar novo teste em amostra colhida após 7 dias. Amostras de pacientes com doenças trofoblásticas como coriocarcinoma ou mola hidatiforme que secretam hCG, podem desencadear resultados positivos na ausência de gravidez. Baixas concentrações de hCG podem acontecer em mulheres hígidas não grávidas. Resultados falso- positivos podem ocorrer, também em amostras que contenham concentrações elevadas de LH (menopausa). Dessa forma, resultados positivos em mulheres com mais de 45 anos devem ser analisados com atenção. TSH (Hormônio Tiroestimulante) Crianças: 0,7 a 4,8 uUl/mL Mulheres: 0,44 a 3,94uUl/mL Homens: 0,46 a 3,25 uUl/mL Gestantes: 0,33 a 4,59 uUl/Ml Exame utilizado na avaliação da função tireoidiana, considerado o teste mais sensível para diagnóstico de hipotireoidismo primário. Valores aumentados indicam hipotireoidismo primário. Valores muito reduzidos podem ocorrer no primeiro trimestre da gestação, quando o hCG bloqueia a síntese de hormônios tireoidianos. T3 (Triiodotironina) Crianças: 80 a 231,1 ng/mL Mulheres: 76,1 a 188,8 ng/mL Homens: 76,1 a 157,5 ng/mL Gestantes: 104,8 a 261,7 ng/Ml Utilizado na avaliação de hiper e hipotireoidismo. Deve-se tomar cuidado com hemólise, já que altera os níveis de T3. T4 (Tiroxina) Crianças: 5,4 a 14,7 ng/mL Mulheres: 4,9 a 12,9 ng/mL Homens: 5,3 a 10 ng/mL Gestantes: 7,3 a 16,1 ng/Ml Demonstra a atividade secretora, mostra-se útil no diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo, principalmente quando evidente ou secundário à doença hipotalâmica ou hipofisária. T4 livre Crianças: 0,9 a 1,9 ng/dL Mulheres: 0,8 a 1,5 ng/dL Homens: 0,9 a 1,6 ng/dL Gestantes: 0,6 a 1,5 ng/dL Exame utilizado na avaliação da função tireoidiana, principalmente em pacientes com suspeita de alteração na concentração de globulina ligadora de tiroxina (TBG). Utilizado ainda para avaliação de hipo ou hipertireoidismo. LH (Hormônio Mulheres (fase Utilizado para a investigação da infertilidade Luteinizante) folicular): 2,4 a 12,6 mU/mL M (f. ovulatória): 14 a 95,6 mU/mL M (f. lútea): 1,0 a 14,4 mU/mL M (pós-menopausa): 7,7 a 58,5 mU/mL Homens: 1,7 a 8,6 mU/Ml feminina e masculina, amenorreia, oligomenorreia e outras anormalidades do ciclo menstrual, início da puberdade, puberdade precoce. Tanto no homem quanto na mulher, o LH está elevado no hipogonadismo hipergonadotrófico. Na mulher, a elevação da concentração de LH na menopausa comumente se segue ao de FSH. FSH (Hormônio Folículo Estimulante) Mulher (fase folicular): 3,5 a 12,5 mUl/mL M (f. ovulatória): 4,7 a 21,5 mUl/mL M (f. lútea): 1,7 a 7,7 mUl/mL M (pós-menopausa): 25,8 a 134,8 mUl/mL Homens: 1,5 a 12,4 mUl/mL É indicado na avaliação do climatério, pelo fato de ser seu marcador mais precoce, do hipogonadismo e da infertilidade. Interpretação clínica: Nas formas de hipogonadismo em ambos os sexos, quando elevado, em paralelo com o LH, indica hipogonadismo hipergonadotrófico. PSA (Antígeno prostático Específico) total < 40 anos: até 1,4 ng/mL 40 a 49 anos: até 2,0 ng/mL 50 a 59: até 3,1 ng/mL 60 a 69: até 4,1 ng/mL > 70 anos: até 4,40 ng/mL Teste de triagem para detecção precoce de câncer de próstata. Diagnóstico e monitoramento de tratamento farmacológico e/ou cirúrgico de patologias prostáticas (câncer de próstata, hiperplasia prostática benigna e prostatites). PSA livre Inferior a 0,88 ng/mL Máximo de detecção: 50 ng/mL Mínimo de detecção: Analisa as isoformas séricas do PSA não ligadas a proteínas plasmáticas, admite-se que possui maior especificidade. Verifica-se que portadores de canceres de próstata podem ter o 0,01 ng/mL PSA livre em menores quantidades, já que o PSA de células malignas não é inativado (é capaz de se ligar a proteínas plasmáticas). Testosterona Crianças: 3 a 68 ng/dL Mulheres: 6 a 82 ng/dL Homens (puberdade): 28 a 1110 ng/dL Homens: 6 a 82 ng/dL Diagnóstico do hipogonadismo masculino; avaliação de puberdade precoce; diagnóstico de tumores virilizantes; avaliação do hirsutismo. No hipogonadismo de origem testicular ou de origem central, seus níveis são baixos. Progesterona Mulheres (f. folicular): 0,2 a 1,4 ng/mL M (lútea): 3,5 a 25,5 ng/mL M (pós-menopausa): até 0,7 ng/mL Homens: 0,3 a 1,2 ng/mL Gestantes: 11,2 a 422,5 ng/mL Diagnóstico da ovulação; avaliação da função do corpo lúteo; acompanhamento da terapia de substituição da progesterona. A progesterona é um hormônio esteroide produzido pelo ovário, placenta (durante a gravidez) e córtex adrenal. Os níveis de progesterona, caracteristicamente baixos durante a fase folicular, aumentam nitidamente durante a fase lútea dos ciclos menstruais normais, alcançando o pico máximo 5-10 dias depois do pico de LH. Valores elevados: ovulação (segunda metade do ciclo). Valores reduzidos: disfunção de fase lútea. Estradiol C: 5,1 a 27 pg/mL M (f. folicular): 12,5 a 166 pg/mL M (f. ovulatória): 85,8 a 498 pg/mL M (f. lútea): 43,8 a 211 pg/mL M (pós-menopausa): 5 a 54,7 pg/mL H: 7,6 a 42,6 pg/mL É útil na análise da puberdade precoce, hipogonadismo e fertilidade em ambos os sexos. Na mulher, também na avaliação da função ovariana e no acompanhamento de reprodução assistida. Na avaliação da puberdade precoce, é utilizado como exame inicial nas meninas, junto com o LH basal. Prolactina C: 0,3 a 28,9 Avaliação de tumores hipofisários M: 2,8 a 29,2 H: 2,1 a 17,7 G: 3,2 a 318 (prolactinomas) e controle pós-tratamento; irregularidades hipotalâmicas; estudos de infertilidade, amenorréia, galactorréia e impotência. Valores elevados: doenças hipotalâmicas, hipotireoidismo, amenorréia, galactorréia, gravidez, insuficiência renal crônica, trauma de mama, hipotireoidismo primário, drogas, causas idiopáticas etc. Ferritina C: 7 a 200 ng/mL M: 13 a 150 ng/mL H: 30 a 400 ng/mL Avaliação da reserva de ferro em anemias Interpretação clínica: Quando reduzida, é um indicador de depleção de ferro, mas aumenta na doença inflamatória crônica, de modo que pode estar normal quando a deficiência de ferro convive com estas. Podem estar aumentando a ferritina: jejum prolongado e ingestão de medicamentos contendo ferro, infecções, neoplasias, doenças hepáticas, leucemias, ingestão de álcool, anemia hemolítica, hipertireoidismo, hemocromatose e processos inflamatórios agudos ou crônicos sem infecção. Podem diminuir algumas horas após o desencadeamento de um processo infeccioso *PARDINI, 2002; LABTEST, 2016; BRASIL, 2009. É válido ressaltar que muitas das especificações para a interpretação e liberação de resultados no setor de Hormônios devem seguir algumas preconizações, como a capacidade de verificar se há interferentes no resultado, já que exames hormonais são passíveis de um grande número de fatores interferentes; a possibilidade de recoleta em algumas situações; porém, dando ênfase sempre na questão do cuidado (principalmente pré-analítico) para que não haja erros que inviabilizem a análise. 4. CONTROLE DE QUALIDADE (BIOQUÍMICA/IMUNOLOGIA/HORMÔNIOS) O controle de qualidade é um dos pontos fundamentais nas Análises Clínicas, e deve estar presente em todas as etapas (pré-analítica, analítica e pós-analítica) que fundamentam a realização de um exame. No LACEM, o controle de qualidade é instituído de modo rigoroso na rotina do laboratório. De modo grosseiro, para todos os setores constituintes do laboratório há medidas de controle de qualidade que devem ser inerentes (Medidas gerais), como: Limpeza; Estrutura adequada a realização de exames; Indicação de utensílios e partes que compõe a estrutura; Registro de atividades, etc. Para todos os setores aqui descritos (Bioquímica, Imunologia e Hormônios) o controle de qualidade na fase pré-analítica é bem similar; são todas aquelas diretrizes que apesar de serem relativamente simplessão de extrema importância para que as análises sejam feitas de modo confiável, que incluem: Identificação correta do paciente; Padronização na coleta; Evitar estase prolongada; Nomenclatura padronizada do exame; Orientações básicas para o preparo do paciente para a realização do exame e a certificação do cumprimento de tais orientações. Para o Setor de Bioquímica e de Hormônios há algumas particularidades específicas a eles relacionadas envolvendo a fase analítica e pós-analítica dos exames, que incluem: Amostras controle, que devem ser avaliadas todos os dias Calibração do equipamento: imprescindível para ajustar o aparelho com um padrão conhecido. Geralmente é realizada em período estipulado pelo fabricante ou em situações que requerem calibração; Interpretação do gráfico de Westergard; Relatório diário ao fim da rotina (Pós-analítica). Para o Setor de Imunologia, além de todas as diretrizes básicas de controle de qualidade imposta a todos os setores, no LACEM, para o setor de Imunologia há amostra controle de VDRL feita no laboratório. Já para o exame de Beta HCG o controle deste é observado por meio do guia de cores do teste. 5. DIFICULDADES ENCONTRADAS NO ESTÁGIO Não houve dificuldades no andamento do presente estágio no que concerne às relações interpessoais, todos os profissionais que se propuseram a me acompanhar foram extremamente solícitos e não hesitaram em compartilhar seus conhecimentos. Porém, apesar de todos os prós, houve alguns contratempos com relação a problemáticas técnicas nos aparelhos, atrasos da fornecedora, transtornos esses que dificultavam o curso das atividades dentro do laboratório. 6. CONCLUSÃO Essa nova vivência de estágio nos setores de Bioquímica, Imunologia e Hormônios permitiram um melhor aperfeiçoamento dos conhecimentos teóricos, visto que estabeleceram uma melhor compreensão por meio da experiência prática. No decorrer do estágio, foi perceptível e confirmatório (do que já sabíamos), que para obtenção de resultados confiáveis, é mais que necessário seguir todos os protocolos dos exames adequadamente, conjuntamente com muito rigor e cautela para que as chances de erros sejam minimizadas. Referências BALLÃO, C.M.; COLOMBO, I.M. Histórico e aplicação da legislação de estágio no Brasil. Educar em revista. Curitiba, Brasil, 2014. BRASIL, LEI FEDERAL - ESTÁGIO 11.788, de 25.09.2008; BRASIL. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Universidade Federal de Minas Gerais. Protocolos clínicos dos exames laboratoriais. p. 294. 2009 GAW, Allan; COWAN, Robert A.; O'REILLy, Denis St. J. Bioquímica Clínica. 2a. ed. Riode Janeiro: Guanabara Koogan , 2001. Laboratório Hermes Pardini – PARDINI. Instituto de Patologia Clínica do Hospital Pardini. Manual de exames, 2002. Labtest Diagnóstica – LABTEST. Guia Técnico: Bioquímica. 145 p, 2016. MOTTA, V. T. Bioquímica Clínica para o Laboratório: Princípios e Interpretações. 4ªed. Porto Alegre: Editora Médica Missau; São Paulo: Robe editorial, EDUCS – Caxias do Sul, 2003. OLIVEIRA, P. Aplicações de estudos bioquímicos quantitativos em ciências biológicas e da saúde. Revista Eletrônica da Faculdade do Araguaia, v. 2, n. 2, 2012. PRÓ-EXAME. Informativo digital: jejum para exames laboratoriais. N. 11. 2014. RIBEIRO, J. A. M.; COSTA, K. N.; RIBEIRO, N. D. S. et al. Avaliação laboratorial de ureia e creatinina no município de firminópolis–goiás. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 8, n° 1, 2015, p (1-16), 2014. Roche Diagnostics – ROCHE. Products and Solutions 2015. 252 p. 2015. NEMER, A.S.A.; NEVES, F.J.; FERREIRA, J. E. S. Manual de solicitação e interpretação de exames laboratoriais. 1 ed. 2010. APÊNDICE A LISTA DE FREQUÊNCIA DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
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