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FORMULARIO RESENHA CRITICA - LIDER COACH

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
PÓS GRADUAÇÃO EM LIDERANÇA E COACHING 
 
 
 
Resenha Crítica de Caso - "Líder Coach" 
Jucelino Costa de Oliveira 
 
 
Trabalho da disciplina O Líder 
Coach 
 
Tutor: Prof.ª NORMA HORST 
KIRSTEN 
 
 
Maceió - Alagoas 
2019
 
 
 
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ESTUDO DE CASO DE HARVARD: "Líder Coach" 
 
Referência: Eccles G, Robert; Serafeim, George; Cheng, Beiting. Harvard 
Business School, 112 - p10, 01 de fevereiro de 2012. 
 
Estudo de caso da Foxconn Technology Group, revela os principais problemas que 
envolvem as condições de trabalho nas fábricas da Foxconn. A princípio o artigo 
aborda alguns dos maiores problemas da fábrica, incluindo 16 tentativas de suicídio, 
deixando um saldo de 14 mortes no ano de 2010. 
 
A Foxconn é uma grande fabricante líder de eletrônicos que fornece para grandes 
empresas tais como: Apple, Nitendo, Motorola, Sony, Dell e Hewlett-Packard, dentre 
outras marcas de prestígio mundial. 
 
A empresa sofreu severamente devido ao seu tratamento insuficiente para com seus 
funcionários e salários baixos. A empresa é uma das empresas de EMS (Electronic 
Manufacturing Services) que mais crescem na história em 2009; a receita da 
empresa ultrapassou US $ 60 bilhões, representando 26% do mercado de EMS. 
 
Muitas pessoas sugerem que o sucesso da empresa se baseia principalmente em 
seus preços baixos. A razão por trás desses baixos preços competitivos se deve 
principalmente aos baixos custos de mão-de-obra em que a empresa opera 
principalmente na China. 
 
Fundada em 1974 por Terry Gou como Hon Hai Precision Industry Company Ltda, a 
Foxconn era a maior empresa do setor de Serviços de Frabricação de Eletrônicos 
(“Electronics Manufacturing Services – EMS"). Terry Gou iniciou seus trabalhos 
numa fábrica na China em 1988. A fábrica começou com alguns milhares de 
empregados, todavia, 1995, Gou teve que adquirir um lote mais e construir mais 
tarde o Parque de Ciência e Tecnologia de Longhua. O parque tinha cerca de 3 km², 
 
 
 
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composto por linhas de montagem, dormitórios, restaurantes, bancos, brigada de 
incêndio, hospital, piscina para empregados, dentre outras comodidades. 
 
Mesmo com todos os benefícios, Gou tinha uma cultura exigente, forte lealdade ao 
bem da empresa. Gou liderava por meio do exemplo, muitas vezes trabalhando 16 
horas por dia para que seus produtos saíssem dentro do prazo, patrulhando o 
campus até tarde da noite. 
 
Dito isto, os empregados, trabalhavam sob forte supervisão, muitas vezes 
duplicando ou triplicando as horas legais trabalhadas. Estudo feito na fábrica 
levantou que 70% dos empregados trabalhavam mais de 10 horas por dia e com 
salários baixos. 
 
Estudos feitos por 20 universidades da China fizeram um levantamento com mais de 
1700 empregados em 12 fábricas da Foxconn em nove cidades do continente no 
final de 2010. A média de idade dos trabalhadores era cerca de 21 anos, porém, 
haviam empregados com apenas 15 anos de idade. Outro fato levantando pelo 
estudo, foi que além dos salários baixos, apenas uma pequena fração tinha 
educação além do nível médio, sendo estes a grande maioria que trabalhava em 
linhas de montagem como as de Longhua, em trabalhos monótonos, onde o 
processo de produção se dava em muitas tarefas simples, de modo que cada 
trabalhador se especializava em uma só tarefa. Outro fato relevante, de acordo com 
um trabalhador de 21 anos, conversar na linha de montagem era proibido, inclusive 
as saídas para usar o banheiro eram limitadas a 10 a cada 2 horas, além ser 
frequentes os gritos com os operários. 
 
Não obstante a remuneração possa parecer pouca comparada ao mundo 
desenvolvido, muitos trabalhadores adorariam trabalhar na Foxconn. Pois se 
comparada a outras fábricas na China, elas muitas vezes não pagavam seus 
salários na data combinada e em outros casos nem o valor prometido, por isso, a 
 
 
 
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Foxconn era um dos melhores lugares para empregados de baixa qualificação, pois 
tinham vários benefícios não oferecidos em empresas menores. 
 
Os problemas que a Foxconn tinha, refletiam um dilema social muito mais amplo que 
a China enfrentava, Na China, as práticas trabalhistas eram poucos reguladas e 
aplicadas, o governo criar políticas públicas para atrair grandes industrias 
internacionais por ter baixo custo de mão de obra como principal vantagem, além da 
politica pública de um só filho para regular o crescimento populacional. Apenas em 
1995 o governo criou uma lei trabalhista que exigia que todos os empregadores 
fornecessem contratos por escrito aos seus empregados, porém, 15% dos 
trabalhadores urbanos e 70% dos trabalhadores rurais estavam empregados sem 
contratos. 
 
Com toda essa pressão e baixos salários, o que aconteceu na fábrica de Longhua 
em 2010 concentrou a atenção de todos nas condições dos trabalhadores de baixa 
qualificação e migrantes. Pois, neste ano, ocorreram os suicídios, como foi o caso 
de uma das vítimas que tirou sua própria vida por ter sido suspeito e punido pela 
perda de um protótipo do iPhone 4G da Apple. 
 
A série de suicídios causou grande impacto na mídia e chegou ao olhar do público. 
Inclusive a Apple reagiu as criticas por não supervisionar as fábricas de sua 
fornecedora, enviando executivos para analisar as operações das fábricas da 
Foxconn. 
 
A Foxconn representada pelo Sr. Gou criou uma série de medidas para evitar ou até 
mesmo diminuir os suicídios, tais como: solicitar que seus empregados assinassem 
um termo de compromisso de “não-suicídio” e chegou a instalar centenas de 
milhares de metros quadrados de redes de proteção afim de salvar vidas, inclusive a 
empresa aumentou os salários dos trabalhadores, inclusive, todas essas medidas 
diminuíram os lucros da Foxconn. Essas medidas refletiram no mercado de ações e 
o valor da ação da Hon Hai caiu cerca de 24%.

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