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Matemática COORDENADAS CARTESIANAS NO PLANO 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. Coordenadas cartesianas ..................................................................................................... 2 1.1. Recordando o referencial cartesiano .............................................................................. 2 1.2. Distância entre dois pontos ............................................................................................. 4 1.3. As coordenadas do ponto médio de um segmento ........................................................ 6 1.4. Razão de secção ............................................................................................................... 8 Exercícios ...................................................................................................................................... 9 Gabarito ........................................................................................................................................ 9 Resumo ....................................................................................................................................... 10 2 Introdução Na apostila anterior sobre Sistemas Escalonados, podemos conhecer os sistemas lineares, aprendendo seu conceito, sua classificação e seus tipos. Resolvemos exercícios pelo método de escalonamento e assim fechamos com técnicas que irão facilitar a solução de sistemas lineares. Agora, iremos conhecer os principais conceitos relacionados à uma outra área da matemática, a geometria analítica, mais especificamente as coordenadas cartesianas no plano e para iniciar veremos algumas noções básicas, distância entre dois pontos, razão de secção e outros assuntos relacionados para que possamos assim, enriquecer nosso saber com conhecimento de qualidade. Objetivo • Conceituar coordenadas cartesianas no plano; • Introduzir a distância entre dois pontos e razão de secção. 1. Coordenadas cartesianas 1.1. Recordando o referencial cartesiano Quando observamos um gráfico, podemos verificar o resultado, por exemplo, de medições do ritmo do organismo de uma pessoa, durante determinado tempo. Este gráfico é o desenho que informa dados de grandeza, ou a relação entre duas grandezas. Os gráficos são instrumentos de grande importância na medicina, na engenharia, na indústria, na economia, na geografia e em muitos estudos científicos. Podemos dizer que a matemática define um gráfico como um conjunto de pontos em um plano cartesiano e para que possamos localizar pontos em um plano, usamos o que chamamos de referencial cartesiano, criado pelo francês René Descartes (1596-1650). SAIBA MAIS! O nome cartesiano é dado, pois o nome Descartes em latim era Cartesius, originando assim esta denominação. 3 Vamos traçar duas retas perpendiculares em um plano, para que possamos ilustrar melhor. Vamos chamar o ponto de intersecção de origem do referencial, sendo que a esse ponto, associamos o número zero nas duas retas. Para cada reta, fixamos como unidade, seguimento de mesma medida. A reta horizontal x, chamamos de eixo x, ou eixo das abscissas, e a reta vertical y, de eixo y, ou eixo das ordenadas. Representação do Plano Cartesiano Se pegarmos o plano cartesiano, e fixarmos um ponto, no qual foi fixado um referencial cartesiano, teremos a representação de uma dupla de números reais, na qual indicamos entre parênteses e ao tomarmos por exemplo, o ponto A(3,-4), o primeiro número indica o deslocamento a partir da origem para a direita se for positivo ou para esquerda se for negativo, neste caso o 3 é positivo avançamos para direita. O segundo número indica o deslocamento a partir da origem para cima se for positivo ou para baixo se for negativo, sendo que neste caso -4 é para baixo e assim fazemos: Representação do Plano Cartesiano no ponto A (3,-4) eixo y (eixo das ordenadas) 5 _ 4 _ 3 _ 2 _ 1_ | | | | | | | | | eixo x (eixo das abscissas) -4 -3 -2 -1 -1_ 1 2 3 4 5 -2_ -3_ -4_ -5_ y 3 2 1 | x -4 -3 -2 -1 -1 1 2 3 4 5 -2 -3 -4 A 4 Podemos dizer que todo ponto da reta associamos um número real e a cada número real podemos associar um ponto da reta, assim sendo, a todo ponto do plano é associado uma dupla de números reais e a cada dupla de números reais associamos um ponto do plano. Assim sendo, partindo da origem que é ponto (0,0), e fazendo os deslocamentos da dupla de números, localiza-se um ponto no plano. 1.2. Distância entre dois pontos Para um melhor entendimento, vamos imaginar que alguém, todas as manhãs, antes de ir para Faculdade, vá para academia e fique lá durante uma hora se exercitando. A Faculdade fica a algumas quadras da academia. Vamos indicar a academia como ponto O, de onde ele sai, até o ponto F, onde ele deve chegar. Ilustração do itinerário feito por uma pessoa F O Academia Faculdade 5 Partindo do ponto O, caminha uma quadra para a direita e duas quadras para cima, conforme vemos na ilustração. Representando no gráfico temos: Representação do ponto (1,2) Neste exemplo, temos um referencial cartesiano, onde indicamos F(1,2). Vamos considerar os pontos A(1,1) e B(5,4) e calcular a distância entre esses pontos: Representação dos pontos A(1,1) e B(5,4) Podemos perceber a formação de um triângulo retângulo AMB, sendo AM e MB os catetos e AB a hipotenusa. Sendo assim basta aplicar o teorema de Pitágoras, ou seja, o quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2 2 2 2 2 2 2 4 3 25 5 AB AM MB AB AB AB = + = + = = y 3 2 F 1 x -3 -2 -1 -1 1 2 3 -2 -3 -4 5 4 B 3 2 3 1 A M -3 -2 -1 -1 1 2 3 4 5 6 -2 -3 -4 4 6 Assim concluímos que a distância entre dois pontos A e B é a medida do segmento AB. Nesses casos podemos aplicar o teorema de Pitágoras, pois obtemos um triângulo retângulo. De um modo geral, a distância entre os pontos ( ), , ( )eA A B BA X Y B X Y é demonstrada conforme vemos na ilustração abaixo: Representação dos pontos A(XA, YA) e B(XB, YB) Chamando o segmento AB, ou seja, a distância de d, temos: ( ) ( ) 2 22 – – B A B Ad X X Y Y= + ( ) ( ) 2 2 – – B A B Ad X X Y Y= + 1.3. As coordenadas do ponto médio de um segmento Vamos considerar um segmento de reta AB, onde ( )1 1, A X Y e ( )2 2, B X Y são pontos distintos, vamos determinar as coordenadas de M, que é o ponto médio de AB. Consideremos um segmento com extremidades ( )1 1, X YA e 2 2,( ) X YB ; e o ponto M(x, y), ponto médio do segmento AB. y YB B YB - YA YA A M x XA XB XB - XA 7 Representação dos pontos ( )1 1, A X Y e 2 2,( ) B X Y ; e o ponto ( ), M x y Para este problema, vamos aplicar o teorema de Tales, que segundo ele, quando temos um feixe de planos paralelos, que seja cortadopor transversais, temos segmentos correspondentes proporcionais e assim utilizamos: 1 1 1 1 AMAM MB M B = 1 2 2 1 2 1 2 1 – – 2 2 X X X X X X X X X X X x X X − + → → = → − = → = + 2 2 2 2 A MAM MB M B = → 1 2 2 1 2 1 1 2 – – 2 2 Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y Y − + → → =→ + − = = Deste modo, concluímos que dado um segmento de extremidade ( ), 1 1A X Y e ( ), 2 2B X Y , a abscissa do ponto médio do segmento é a média aritmética das abscissas das extremidades: 2 1 2 X X x + = e a ordenada do ponto médio do segmento é a média aritmética das ordenadas das extremidades, 2 1 2 Y Y Y + = . Como exemplo, vamos determinar M, ponto médio de AB, onde A(3,-2) e B(- 1,-6). Considerando M(Xm,Ym), temos: 3 ( 1) 2 1 2 2 MY + − = = = 2 ( 6) 8 4 2 2 MY − + − − = = = − Logo, M(1,-4) y Y2 B Y B2 M Y1 M2 A A2 A1 M1 B1 x X1 X X2 8 Vamos fazer uma demonstração em que AB não é paralelo a um dos eixos, onde B M A B M NX X X e Y Y Y . Gráfico do eixo AB Temos as retas paralelas AA’, MM’ e BB’ concorrendo com AB e A’B’ que são transversais e utilizando o teorema de Tales temos: ' ' 'B' AM A M MB M = . (I) AM=MB sendo que M é ponto médio de AB, desta forma 1 AM MB = . (II) Como temos que B M A B M NX X X e Y Y Y nos dá a certeza que ’ ’’ ’ – M AAM X X= e ’ ’’ ’ – B MM B X X= e daí temos: '' ' ' ' ' ' M M A B M X XA X XA M M B XB XM X X − − = = − − . (III) Vamos agora, substituir (II) e (III) em (I): – 1 2M A B M M B A B M A M X X X X X X X X X X X= − → =→ + − = − então temos: 2 M XA X XB+ = . Utilizando o mesmo raciocínio em relação ao eixo Oy, obtemos: 2 M YA YB Y + = . 1.4. Razão de secção Vimos que as coordenadas do ponto médio são encontradas pela média aritmética das abscissas e das ordenadas, mas isso pode ser feito porque o ponto M y B YB M YM A YA A' M' B' XA XM XB 9 está no meio dos pontos A e B. Quando o ponto M não está no centro, precisamos encontrar a razão destes pontos, daí entra o conceito de razão e secção. Vamos considerar o ponto A e o ponto B, divididos em um ponto qualquer pelo ponto M, conforme o desenho abaixo: O ponto M divide o segmento AB segundo uma razão, que vamos chamar de r e ela é o quociente de A ao ponto M sobre P até o ponto B. Assim escrevemos AM r MB = . Para encontrarmos o Xm e Ym utilizamos as fórmulas: . 1 Xa r Xb Xm r − = + e 𝑌𝑚 = 𝑌𝑎+𝑟.𝑌𝑏 1+𝑟 Exercícios 1. (Autor, 2019) Dados os pontos A(4,6) e B(9,18), calcule a distância entre os pontos. 2. (Autor, 2019) Calcular o comprimento do segmento AB, sabendo que A(-3,2) e B(5,-4). 3. (Autor, 2019) Considere as coordenadas A(2,4) e B(8,10). Entre estes dois pontos; existe um ponto P que divide o segmento AB. Calcule as coordenadas do ponto P, na razão 2. Gabarito 1. ( ) ( ) 2 2 2 2 9 4 18 6 5 12AB = − + − = + 169AB = AB=13 2. ( )( ) ( ) 2 22 2(5 3 4 2 8 ) 6AB − − + − − + −= = 100AB = AB=10 A M B 10 3. A (2,4) e B(8,10) . 2 2.8 6 1 1 2 .Y 4 2.10 8 1 1 2 P P P P XA r XB X X r YA r B Y Y r + + = → = = + + + + = → = = + + Resumo Na aula de hoje, recordamos o plano cartesiano criado pelo matemático francês, René Descartes. Calculamos a distância entre dois pontos, aprendemos o que é razão de secção, fizemos demonstração da fórmula de ponto médio de um segmento e resolvemos alguns exercícios. Vejamos o quadro abaixo que ilustra de forma clara e resumida o que aprendemos. Plano Cartesiano Coordenadas do ponto médio 2M XA XB X + = 2 M YA Y YB+ = Razão de secção . . ; ; 1 1 AM Xa r Xb Ya r Yb r Xm Ym MB r r + + = = = + + A M B 11 Referências bibliográficas BONGIOVANNI, V.; VISSOTO, O.; LAUREANO, J. Matemática Vida: 7ª.ed. São Paulo, Ática, 1995. DANTE, L.R. Matemática: volume único.1ª.ed. São Paulo, Ática, 2005. PAIVA, M. Matemática: volume único.1. ed. São Paulo, Moderna, 1999.
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