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DIREITO CIVIL PARTE ESPECIAL Prof. Patricia Strauss Lei do Inquilinato – Lei 8.245-91 CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: Locação é a relação jurídica através da qual o locador cede de forma temporária o uso e o gozo de um bem para outra pessoa (locatário). O locatário se obriga a pagar uma remuneração (aluguel). Esse é o diferencial com relação ao contrato de comodato. A Lei do Inquilinato abrange a locação de imóveis urbanos. O imóvel é urbano não por sua localização e sim por sua destinação. Importantes: → Artigo 1°, 3°. → Artigo 4°: O locador somente pode rescindir de forma unilateral o contrato de locação dentro das hipóteses legais e taxativas. Já o locatário pode devolver o imóvel antes do prazo, desde que pague a multa proporcional ao período do contrato. Há a exceção do parágrafo único: O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel ocorrer por transferência e se notificar por escrito o locador com no mínimo 30 dias de antecedência. → Artigo 5°: Ação para reaver o imóvel é ação de despejo. → Artigo 6°: Locação por prazo indeterminado. O locatário poderá denunciar a locação por aviso escrito, com no mínimo 30 dias de antecedência. Caso não avisar, poderá o locador cobrar o valor de um mês de aluguel. → Artigo 8°: O adquirente de imóvel urbano já locado deverá respeitar o contrato de locação residencial ou comercial. Isso desde que a locação: a – for por prazo determinado; b – o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado na matrícula do imóvel. → Caso tais requisitos não existam, o adquirente poderá então, denunciar o contrato com prazo de 90 dias para desocupação. → Artigo 9°: A locação também pode ser desfeita: - mútuo acordo; - infração legal ou contratual; - falta de pagamento; - realização de reparações urgentes determinadas pelo poder público. → Art. 10: Morte do locador: locação passa aos herdeiros. → Art. 11: Morte do locatário: 1 – locação residencial: herdeiros e cônjuge poderão se sub-rogar, desde que residentes no imóvel. 2 – Locação comercial, o espólio será o locatário. → Artigo 12: Separação de fato, divórcio, etc. A locação residencial prossegue automaticamente com o cônjuge ou companheiro. → Artigo 22: Deveres do locador → Artigo 23: Deveres do locatário → Artigo 27: Direito de Preferência. → Artigo 35: Benfeitorias. É típico do contrato de locação de imóvel urbano a exigência de uma garantia. Assim, são espécies de garantia: Artigo 37: caução, fiança, seguro fiança locatícia e cessão fiduciária de quotas de investimento. É vedada, pena de nulidade, mais de uma garantia no contrato. Artigo 40: Quando o locador pode exigir novo fiador ou outra modalidade de garantia. CAPÍTULO II – DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS 1 - DA LOCAÇÃO RESIDENCIAL: Art. 46 → Nas locações ajustadas por escrito e com prazo igual ou maior que 30 meses, terminado o prazo, termina o contrato e o inquilino deverá desocupar o imóvel. Se terminado o prazo, ele continuar no imóvel estará prorrogada a locação por prazo indeterminado. → A partir da conversão em contrato por prazo indeterminado, poderá o locador denunciar o contrato a qualquer tempo dando 30 dias para desocupação. É a chamada denúncia vazia, já que não precisa se enquadrar em nenhuma situação da lei. Art. 47: Locações residenciais por escrito ou verbais e com prazo menor de 30 meses se prorrogam automaticamente por prazo indeterminado quando acabar o prazo do contrato. Como o prazo a lei entende que é pequeno, o locador somente poderá retomar o imóvel se a sua situação se enquadrar nos casos do artigo 47. É a chamada denúncia cheia. 2 – LOCAÇÃO POR TEMPORADA: Artigo 48 → prazo não pode passar de 90 dias. Se ficar no imóvel por mais de 30 dias ficará prorrogada a locação por tempo indeterminado. 3 – LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL: Artigo 51: O artigo 51 traz o fundamento da ação renovatória. O legislador procura proteger o locatário de um imóvel não residencial. Também protege o locador para que receba um valor justo para o bem. Conta com requisitos específicos: Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos e o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. Obs.: Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. A locação não residencial é definida no artigo 55. Se o locatário não desejar a renovatória, ou se não se enquadrar nos requisitos do artigo 51 será aplicado o artigo 56. TÍTULO II – DOS PROCEDIMENTOS: Artigo 58: As ações judiciais que tenham por base a Lei do Inquilinato, possuem características especiais: 1 – Processos tramitam durante férias forenses; 2 – Competência para julgamento é do foro de situação, a não ser que tenha havido foro de eleição 3 – O valor da causa é de 12 vezes o aluguel, ou no caso do 47, II, três salários vigentes. 4 – Recursos interpostos têm somente efeito devolutivo. AÇÕES DE DESPEJO: Artigo 59 → Vide primeiro parágrafo em que é possível a concessão de liminar independente da oitiva da outra parte e desde que o locador dê caução de, no mínimo, três meses de aluguel. Artigo 62: O que deve ser observado na ação de despejo. Artigo 63: Procedente a ação de despejo o juiz determina, como regra, a expedição de mandado de despejo, como regra para desocupação em 30 dias. AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO: → Artigo 67 – Procedimento da ação de consignação. AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL: → Artigo 68 – Procedimento. AÇÃO RENOVATÓRIA: → Artigo 71 – Procedimento.