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* * Aula 4. Teorias do Controle Motor Profa. Amanda Faria Barrozo Correia Universidade da Amazônia * * * * Como o movimento é adquirido, desenvolvido e durante o ato motor como ele é planejado, executado e coordenado * * Teoria de Controle Motor Grupo de ideias abstratas sobre o controle do movimento; Teoria: conjunto de afirmações interligadas que descrevem estruturas ou processos não observáveis e os associam uns aos outros e a eventos observáveis. Nos ajuda a entender os fenômenos existentes e porque os mesmos comportam de determinada forma. * * Teoria de Controle Motor Um conjunto de fatos não é ciência; Uma casa é construída de tijolos; uma pilha de tijolos não é uma casa. * * Quando o comportamento de interesse é o desempenho e a aprendizagem de habilidades motoras, espera-se que as teorias forneçam explicações sobre os motivos pelos quais as pessoas desempenham as habilidades de maneira como o fazem; Explicar como o SN produz o movimento coordenado, de tal forma que somos capazes de desempenhar, com êxito uma variedade de habilidades motoras numa variedade de contextos ambientais . * * Coordenação Ajustar os padrões dos movimentos da cabeça, corpo e membros em relação ao padrão dos objetos e eventos do ambiente. * * Sistema de Controle de Malha Aberta Como o sistema nervoso central e periférico iniciam e controlam o movimento. Centro de controle do movimento Executores do movimento Instruções de movimento * * Sistema de Controle de Malha Fechada Como o sistema nervoso central e periférico iniciam e controlam o movimento. Centro de controle do movimento Executores do movimento Instruções de movimento feedback * * * * Teorias Controle Motor Diferentes visões a cerca de como o cérebro está relacionando a geração de movimento; Diferentes aspectos da neurofisiologia e neuroanatomia; Influências periféricas, influências centrais, influência do ambiente... As teorias são dinâmicas e evoluem para refletir o conhecimento aperfeiçoado em relação as suas ideias. * * Teorias do Controle Motor 1. Teoria do Reflexo; 2. Teoria Hierárquica; 3. Teoria da Programação Motora; 4. Teoria dos Sistemas; 5. Teoria das Ações Dinâmicas; 6. Teoria Ecológica. * * 1. Teoria do Reflexo Sherrington: “The integrative action of the nervous system", 1906: “ Os reflexos são as unidades mínimas do comportamento ". Um reflexo espinhal, como um reflexo extensor ou flexor, é uma resposta provocada por um estímulo; Estrutura básica: receptor, condutor e efetor; Unidades motoras podem ser ativadas por diferentes reflexos gerando diferentes efeitos; Comportamentos complexos: derivados de uma combinação sucessiva de reflexos mais simples. * * Unidade mínima do comportamento segundo a Teoria Reflexa * * * * 1. Teoria do Reflexo Limitações: Reflexo não pode ser considerada a unidade básica do comportamento motor; Não explica os movimentos voluntários e os movimentos que acontecem na ausência de um estímulo sensorial; Não explica os movimentos sequencias rápidos; Um único estímulo gerando respostas variadas. * * 2. Teoria Hierárquica Importantes modificações na visão segmentar do sistema nervoso foram feitas por Hughlings Jackson; Organização com característica VERTICAL de cima para baixo; Nível superior: áreas associativas e responsáveis pela consciência(divisões motoras frontais do cérebro); Porção intermediária: divisões motoras e sensoriais do córtex cerebral; Nível inferior: segmentos espinhais e do tronco encefálico de controle da função motora. * * Organização do Sistema Motor * * 2. Teoria Hierárquica Cérebro: contém toda a informação necessária para o movimento e pode ou não usar o feedback externo ou interno para regular o movimento; Teoria Neuromaturacional: desenvolvimento motor normal está relacionado a corticalização do SNC. Resultando na emergência de níveis superiores de controle sobre os reflexos do nível inferior. * * * * Novo conceito... O controle hierárquico do controle motor reconhece que, dependendo da tarefa, cada nível do sistema pode influenciar outros níveis; Reflexos não são a única determinação do controle motor, mas apenas um dos diversos processos importantes para produção e controle do movimento. * * 2. Teoria Hierárquica Limitações: Não explica a dominância do comportamento reflexo em determinadas situações em adultos normais; Movimentos com controle de baixo pra cima; CUIDADO: nem todos os comportamentos de níveis baixo são primitivos e imaturos. * * 3. Teoria da Programação Motora SNC trabalha tanto com reações como ações; O movimento acontece devido a PROGRAMAS MOTORES que são ativados por processo central e estímulo sensorial, assim pode ocorrer na ausência de uma ação reflexa (Bernstein 1967); Alguma forma de representação na memória. * * 3. Teoria da Programação Motora O programa motor central (Gerador de Padrão Central) não pode ser considerado a única determinante da ação motora, uma vez que dois comandos iguais para uma região específica do corpo pode produzir movimentos diferentes. * * 3. Teoria da Programação Motora Existência de programas motores hierarquicamente organizados, armazenam as normas para gerar movimentos, de forma que podemos realizar tarefas com uma variedade de sistemas efetores. * * 3. Teoria da Programação Motora CUIDADO: não tira a importância das informações sensoriais. Apenas enfatiza a possibilidade de movimento sem as mesmas (feedback). Limitações: Os programas motores não podem ser o único determinante da ação. Não levam consideração o fato do SN ter que lidar com variáveis musculo esqueléticas e ambientais para obter controle do movimento. *Flexores de cotovelo: braço relaxado, cruzado no peito, fatigado. * * 4. Teoria dos Sistemas Nicolai Bernstein: impossível estudar o movimento sem o conhecimentos das características do sistema que está se movimentando e das forças externas e internas que agem sobre o corpo. Vários sistemas atuam no controle motor, tanto os componentes internos (musculares e neurais) quanto externos (gravidade e inércia) e que diferentes comandos podem resultar no mesmo movimento; * * O corpo é totalmente mutável De que forma um corpo, como um sistema mecânico, pode influenciar o controle do movimento? Como as condições iniciais afetam as propriedades dos movimentos? * * 4. Teoria dos Sistemas Bernstein e os Graus de Liberdade: Graus de liberdade: número de elementos ou componentes independentes do sistema; Cada elemento é livre para variar de maneira específica executar. Ex: Cotovelo (flexão e extensão). Para desempenhar um movimento bem coordenado, um sistema complexo (sistema nervoso) deve se organizar para resolver os Problemas de Graus de Liberdade e produzir um resultado específico. * * 4. Teoria dos Sistemas Existência de um mecanismo hierárquico para simplificar o controle dos diferentes graus de liberdade; Níveis superiores níveis inferiores músculos sinergistas * * 4. Teoria dos Sistemas Limitações: Como é apresentada hoje não se aprofunda na interação do organismo com o ambiente. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica PARÂMETROS DE CONTROLE: regulam as alterações no comportamento de todo o sistema. Uma alteração crítica destas variáveis em um dos sistemas induz a um novo movimento. Ponto crítico: limite máximo que os sistemas suportariam naquele determinado movimento quando então haveria a transição para um novo estágio de movimento. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica Tenta detectar descrições matemáticas nesses sistemas auto-organizados; COMPORTAMENTO NÃO LINEAR: se transforma em uma nova configuração quando umúnico padrão desse comportamento é gradualmente alterado e atinge um valor crítico. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica PARÂMETRO DE CONTROLE: variável que regula as alterações no comportamento em todos os sistemas. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica AUTO-ORGANIZAÇÃO: não há necessidade de um centro superior que forneça instruções ou comandos para a obtenção de uma ação coordenada; O movimento pode surgir como resultado dos elementos interligados, sem a necessidade de comandos específicos ou programas motores; Elimina a ênfase da noção de comandos oriundos do SNC para o controle do movimento e buscou explicações físicas que pudessem contribuir para as características no mesmo. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica ESTRUTURAS COORDENATIVAS: grupos funcionalmente específicos de músculos e articulações que são obrigados a atuarem cooperativamente para produzir uma ação; Intrínsecas Prática * * 5. Teoria da Ação Dinâmica ESTADO ATRATIVO: padrão preferido do movimento; ritmo preferido para realizar as atividades da vida cotidiana; DEPRESSÃO ATRATIVA: grau em que existe uma flexibilidade para alterar um padrão preferido. * * 5. Teoria da Ação Dinâmica Limitações: Suposição de que o SN cumpre uma função consideravelmente irrelevante e que a relação entre o sistema físico do animal e o ambiente no qual ele funciona determina principalmente o comportamento do animal; HOJE: incorporou muitos conceitos de Bernstein Fusão Teoria dos Sistemas + Ação Dinâmica o movimento subjacente a ação é resultante da interação de elementos físicos e neurais . * * 6. Teoria Ecológica James Gibson (1960) pesquisou as interações do sistema motor com o meio ambiente; Como detectamos as informações ambientais relevantes para nossas ações e como utilizamos para controlar nossos movimentos; Grande ênfase à percepção que ao contrário das demais teorias que apontavam a sensação como fator mais importante no controle motor. * * * * 6. Teoria Ecológica Inicia no início da vida; O controle motor evolui para que os animais possam lidar com o ambiente que os cerca, movendo-se com eficácia para conseguir alimentos, fugir de predadores, construir abrigo e até mesmo brincar... * * 6. Teoria Ecológica Busca entender como as ações são direcionadas ao ambiente. Estas exigem informações perceptivas do ambiente específicas a uma ação desejada; Amplia o conhecimento sobre o SNC que deixa de ser considerado um sistema sensório-motor que reage às variáveis ambientais e transformou-se em um sistema de percepção/ação capaz de explorar ativamente o ambiente, a fim de satisfazer seus próprios objetivos. * * 6. Teoria Ecológica Limitações: Desenvolveu significativamente o conhecimento sobre a interação do organismo com o ambiente, tende a não enfatizar a organização e a função do SN que leva a essa interação; A ênfase das pesquisas é desviada do SN para interface organismo-ambiente. * * Qual a melhor teoria * * Limitações decorrentes do momento histórico em que foram desenvolvidas e do paradigma aceito na sua criação; Nenhum teoria é completa; A combinação de elementos de todas as teorias é importante para a adequada compreensão do controle motor. Teoria Integrada do Controle Motor: movimento surge da interação entre indivíduo, a tarefa e o ambiente para executar essa tarefa. *