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gestão empresarial Desenvolvimento De negócios Elaboração do Plano dE nEgócios – PartE 1 Desenvolvimento De negócios Elaboração do Plano dE nEgócios – PartE 1 ObjetivOs da Unidade de aprendizagem Ao final da Unidade o aluno deverá ser capaz de identifi- car as tendências do negócio através de uma visão sistê- mica e montando estratégias dentro de cenários que pro- porcione um norte para o sucesso do empreendimento. COmpetênCias Conhecer as estratégias de longo prazo pertinentes aos negócios e identificar através da relação visão e missão o melhor caminho para alcançar suas metas. Habilidades Associar as tendências de mercado com as estratégias pré-planejadas para execução e implantação do negócio. 15 ApresentAção Nesta Unidade você terá acesso a primeira parte do Plano de Negócio. De forma a entender os conceitos e modelos existentes para aprofundar-se à elaboração e entendimento das necessidades em fazer um projeto adequado ao negócio empresarial. pArA ComeçAr Bom, na Unidade anterior você viu todas as etapas para construir o Plano de negócios. Lembrando, que você não pode engessar o seu plano. Ou seja, cada Plano de ne- gócio é único. Nenhum Plano é igual. Então você deve mostrar tudo que achar interessante mostrar no negó- cio. Quanto mais completo e detalhado for o Plano de negócio, maior será sua chance de sucesso. Assim, o Plano de negócios significa o planejamento detalhado da empresa. A proposta destas últimas Uni- dades é motivá-lo a elaborar um Plano de negócio real contemplando suas aspirações. Não é uma simulação de ideias, mas, a validação da sua ideia, ou seja, a análise de sua viabilidade como negócio. Para isso, você precisa buscar suporte na sua rede de relacionamento com informações e dados precisos, além de buscar o conhecimento e as ferramentas necessárias para construção desse projeto. É importante salientar que o Plano de negócio não será feito para a criação da racionalidade dos fatos, mas, utilizar essa técnica para analisar o potencial de lucro oferecido por sua ideia. Em prol do seu aprendi- zado. As dificuldades que encontrará devem ser supe- radas por sua capacidade de encontrar respostas, con- sequentemente, terá uma prática em profundidade e autoaprendizado. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 4 Atenção Aprender fazendo. O erro também é a fonte de aprendizado. Para Bill Gates, toda empresa precisa ter gente que erra; que não tem medo de errar e que aprende com o erro. Então, vamos lá! FundAmentos etapas para elabOraÇÃO de Um planO de negÓCiO Capa Apesar de não parecer, é uma das partes mais importantes do plano, pois é a primeira a ser visualizada (mais visível), é embalagem, devendo con- ter informações importantíssimas para uma primeira impressão. Muitos planos colocam uma foto da empresa (quando existente) ou do produto ou serviço relacionado ao projeto, elucidativos e chamativos aos interes- sados (BERNARDI, 2007). O que deve conter na capa: → Nome da empresa; → Endereço da empresa; → Telefone da empresa (incluindo DDD); → Logotipo, se a empresa tiver um; → Nomes, cargos, endereços e telefones dos proprietários da empresa (dados do gerente e principais pessoas-chave da empresa); → Mês e Ano em que o plano foi feito; → Número da cópia; → Nome de quem fez o Plano de Negócios. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 5 Vamos ao exemplo: Empresa Ideal Rua Machado de Assis, 236 Centro Tecnológico - São Paulo - SP (11) 3478-3579 José Adolfo Filho Diretor de Marketing Rua Dalton Crestana, 987 Tremembé — São Paulo/SP Maria Soares de Abreu, Diretora Administrativa Rua Gregório de Matos, 756 Inconfidentes — São Paulo/SP Este Plano de Negócios foi elaborado em Abril de 2000 por José Adolfo Filho Cópia 2 de 6 ÍndiCe Esta seção deve conter título de cada seção do Plano de negócios e a página onde a respectiva seção se encontra. O índice serve para que o leitor possa localizar rapidamente onde determinada seção, da qual se pretende obter informações, está localizada. Facilita o leitor identificar os temas abordados, como visto na aula an- terior nas etapas para elaboração de um Plano de negócio. Exemplo: Índice 1. Sumário Executivo..................................................................................18 2. A empresa e o negócio...........................................................................20 3. Recursos Humanos.................................................................................22 4. Planejamento Estratégico do Negócio.................................................25 5. Produtos e Serviços................................................................................28 6. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.....................................................................32 Figura 1. Exemplo de capa do Plano de negócio. Fonte: Adaptado de http://www.igf. com.br/aprende/ dicas/dicasResp. aspx?dica_Id=2824. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 6 1. sUmáriO exeCUtivO O Sumário Executivo é um resumo dos principais pontos do Plano de ne- gócios possuindo duas importantes funções: → Conduzir o entendimento do Plano de negócios, demonstrando suas principais etapas, apresentando cenários, a empresa e o negócio; → Possibilitar que em poucos minutos se possa entender, avaliar e acompanhar os planos da empresa, os produtos e/ou serviços, o mercado e o planejamento financeiro. Veja sua importância: É a primeira seção lida, porém, é a última a ser escrita. É a principal seção do Plano de negócios. Através desta seção é que o leitor decidirá se continua ou não a ler o Plano de negócios. Portanto, deve ser escrito com muita atenção e clareza, revisando várias vezes, e deve conter uma síntese das principais informações que constam do Plano de negócios. Deve ser dirigido ao público-alvo e expli- citar qual seu objetivo em relação ao leitor. DicA O Sumário Executivo deve ser feito após a elaboração de todos os demais itens do Plano de negócios. O sumário executivo é um resumo de sua obra. De forma geral, inicialmente, você deve fazer um resumo dos principais pontos do Plano de negócio. Nesta etapa descreva as principais caracte- rísticas do negócio. Por exemplo: → O que é o negócio; → Quais os principais produtos e/ou serviços; → Quem serão seus principais clientes; → A localização da empresa; → O montante de capital a ser investido; → Qual será o faturamento mensal; → Que lucro espera obter do negócio; → Em quanto tempo espera que o capital investido retorne; → Perfil da mão de obra a ser contratada. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 7 Contudo, o Resumo ou Sumário Executivo possui os itens que você desen- volveu no seu Plano de Negócios: Vamos ver alguns exemplos do Sumário executivo: 1.1. a empresa e o negóCio É uma apresentação sintética do Plano que se pretende desenvolver e implantar. Indica como a empresa deve ser estruturada para iniciar suas atividades, os produtos e ou serviços que serão oferecidos, as caracterís- ticas do mercado almejado, bem como as estratégicas a serem adotadas para o alcance dos objetivos. Exemplo de uma Empresa de Serviços: → Este Plano de negócio tem como objetivo apresentar os estudos de viabilidade da criação da empresa XYZ@detal destinada a oferecer serviços de tradução do português-espanhol e espanhol-português e tem seu foco no atendimento a empresas que atuam no âmbito do MERCOSUL. A estrutura da empresa será simples, com utiliza- ção intensiva de informática e internet como agente de conexão com a clientela. 1.2. reCursos Humanos Consiste na descriçãosumária das funções que os executivos e gerentes exercem ou exercerão na empresa enfatizando a formação, o conheci- mento e a experiência de cada um. Exemplo — Empresa de Serviços: → A XYZ@detal será dirigida por Ciclano de Tal, Graduado em Comu- nicação na USP em 1998. Trabalha dez anos na área de propaganda e atuou fora do país nos últimos cinco anos na redação de textos. É autor e tradutor de vários livros para o espanhol e do espanhol para o português. Neste sentido, está apto a aproveitar a oportunidade que se apresenta em decorrência das intensas atividades comerciais do MERCOSUL. 1.3. planejamento estratégiCo do negóCio Mostra seu empreendimento nos seus aspectos mais importantes. Den- tre eles, podemos citar: sua missão, visão, objetivos, cenários, tendências futuras, principais oportunidades e pontos fortes, estratégias de negocia- ção, patrimônio, disponibilidades, sistema de alavancagem, capital pró- prio etc., enfim, quais suas estratégias para a sustentabilidade do negócio. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 8 1.4. produtos e serviços Esse item descreve as principais características dos produtos e/ou servi- ços oferecidos pela empresa, bem como a tecnologia empregada. A des- crição sintética deve conduzir ao completo entendimento do produto, do processo e tecnologia envolvidos. Exemplo – Empresa de Serviços: → A XYZ@detal oferece dois tipos de serviços: versão e tradução de textos para todos países do Mercosul. Através de sua rede de relações nos pa- íses parceiros, consegue atender todas as localidades, com assistência imediata, respeitando suas variáveis socioeconômicas e culturais. Nesta Unidade, vamos detalhar a parte 1 — do item 2 ao 5 do modelo de Plano de negócios. 2. a empresa e O negÓCiO 2.1. Constituição jurÍdiCa da empresa Especificar qual será a forma jurídica da empresa (Microempresa, Em- presa de Pequeno Porte, capital por cotas limitadas, sociedade anônima, sociedade civil etc.), tomando-se o devido cuidado com a tributação que incide de forma diferenciada para cada tipo de forma jurídica. Ainda neste ponto, registra-se o ramo de atividade da empresa, o que também incide tributação diferenciada e depende de legislação municipal. Assim como a formulação do contrato social da empresa, onde cons- tará a participação societária, a forma jurídica e o ramo de atividade da empresa, bem como a denominação, nome de fantasia, e principalmente a quantidade de dinheiro (capital) que será investida no negócio, que poderá ser dividido em duas partes: capital integralizado e capital a integralizar. É importante atentar para que um capital social muito alto implique em justificativas para a receita federal sobre a origem do dinheiro dos sócios, e poderá incidir numa tributação desnecessária, por outro lado, um capi- tal social muito baixo implicará em dificuldades para obtenção de linhas de crédito junto ao sistema financeiro. Neste sentido, o valor do capital social que os sócios da empresa têm responsabilidade pode interferir di- retamente no processo (Trindade, 2004). 2.2. estruturas HierárquiCas — organograma A formação hierárquica de uma empresa é formada por pessoas que se superpõem. No topo temos a nível mais alto e manda nos níveis inferio- res ao seu, direta ou indiretamente, através de comunicação por meio de Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 9 intermediários. Já na estrutura em rede, todos os funcionários se encon- tram em um mesmo nível, onde todos os integrantes se interligam hori- zontalmente, diretamente ou através dos que os cercam. O resultado disso é uma malha de múltiplos fios e nós, que se espalha por todos os lados, sem que se possa definir qual seria o nó principal ou central. A figura do chefe não existe, fazendo com que nasça uma vontade coletiva de atingir os objetivos. Em relação à importância e responsabilidade dos funcionários, a estru- tura hierárquica deixa bem claro que quanto mais alto o nível hierárquico do funcionário, maior será sua importância e responsabilidade. A estrutura em rede deixa claro que todos os funcionários têm para a empresa a mesma importância, desde o faxineiro ao CEO. CEO – Chief Executive Officer que é facilmente identificado por ser o manda-chuva somente abaixo do presidente. Por exemplo, se o faxineiro deixar de limpar a sala do CEO, este vai no- tar que sua sala está suja e assim seu trabalho estaria comprometido. Se o faxineiro não estiver lá para fazer a faxina, o CEO também não fará. O que diferencia o CEO do faxineiro é a responsabilidade que cada um têm na empresa. O CEO tem a responsabilidade de fazer toda a empresa funcionar, e por isso tem um salário mais alto, exatamente pelas muitas responsabilidades que ele tem ao tocar a empresa, pois caso seu serviço não seja bem feito, a empresa poderá sofrer grandes perdas. Na estrutura em rede, ninguém é mais importante que ninguém (Trindade, 2004). Exemplos de organogramas: gerente Supervisor Equipe Equipe gerente Coordenador Equipe Equipe gerente Sub-Gerente Equipe Equipe gerente geral Setores diferenciados Figura 2. Organograma piramidal. Fonte: Os autores. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 10 Produção Segurança/Lim peza De se nv ol vi m en to Ex pe diç ão Controle de Q ualidade P CP RH SH T Pr oj et os Ve nd as CGQ d e P rodução Administrativo En ge nh ar i a G erente Gerente Ge re nt e d e Ge ren te Gerente de co me rcia l qualidade direção Cliente 2.3. setores de atividades 2.3.1. Na economia A economia de um país pode ser dividida em setores (primário, secun- dário e terciário) de acordo com os produtos produzidos, modos de pro- dução e recursos utilizados. Estes setores econômicos podem mostrar o grau de desenvolvimento econômico de um país ou região. → Setor Primário: O setor primário está relacionado a produção atra- vés da exploração de recursos da natureza. Agricultura, mineração, pesca e pecuária, extrativismo vegetal e caça. É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação; → Setor Secundário: É o setor da economia que transforma as maté- rias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industria- lizados (roupas, máquinas, automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas etc.); Figura 3. Organograma circular. Fonte: Adaptado de www.oficinadanet. com.br Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 11 → Setor Terciário: É o setor econômico relacionado aos serviços. Os ser- viços são produtos não materias em que pessoas ou empresas pres- tam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Podemos citar: comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de infor- mática, seguros, transporte, serviços de limpeza, serviços de alimen- tação, turismo, serviços bancários e administrativos, transportes etc. 2.3.2. Comercial → Primeiro Setor: é o Estado, representado pelas prefeituras munici- pais, governos dos estados e a presidência da república, além das entidades a estes entes ligadas. Em outras palavras, denominamos de Primeiro Setor o setor público; → Segundo Setor: é o mercado constituído pelo conjunto das empre- sas que exercem atividades privadas, ou seja, atuam em benefício próprio e particular; → Terceiro Setor: é constituído de organizações sem fins lucrativos, atuando nas lacunas deixadas pelos setores públicos e privados, buscando o bem-estar social da população. No caso, o Terceiro Setor não é nem público nem privado. Emtermos financeiros, o Primeiro Setor (Estado) aplica o dinheiro público em ações para a sociedade. O Segundo Setor (mercado) investe o dinheiro privado nas suas próprias atividades. Já o Terceiro Setor (ONGs) utiliza o dinheiro privado em atividades públicas. Em síntese, podemos definir o comportamento dos três setores da se- guinte forma: → Primeiro Setor - dinheiro público para fins públicos; → Segundo Setor - dinheiro privado para fins privados; → Terceiro Setor - dinheiro privado para fins privados, nada impedin- do, que o setor público transfira verbas para o terceiro setor. 2.4. HistóriCos da empresa - dados Um breve histórico da empresa, incluindo detalhes dos sócios e suas com- petências, e donde surge a iniciativa do produto ou serviço. No caso de alterações programadas na empresa ou produto, devem ser apontadas nesta seção. 2.5. loCalização A escolha da localização da empresa não deve ser a revelia, e sim de acor- do com a conveniência do tipo de negócio. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 12 Se a localização for uma questão de marketing, ou seja, se a escolha do local foi determinada pelo mercado-alvo, apresentar apenas pontos genéri- cos deixando os detalhes para serem considerados no plano de marketing. Se a empresa estiver ligada à fabricação, e o despacho das mercadorias for executado através de empresas transportadoras, e a localização não estiver diretamente ligada ao mercado-alvo, podem-se discutir detalhada- mente nesta seção as razões que levaram à escolha deste local. Podem existir alguns casos, onde o cliente ou o fornecedor define a localização da empresa, nos casos de sistemas de manufatura operando em Just-in-Time, ou de disponibilidade de matéria-prima. Também estes casos devem ser apresentados nesta seção. Cada razão apresentada deverá ser fundamentada com descrições físicas do local. Listar outros locais possíveis e dizer por que foi dada preferência ao escolhido. Poderá ser incluído na seção de Anexos, cópias de fotografias, layout ou desenhos do local, cópia do contrato de aluguel, se for o caso, ou cópia da escritura do imóvel, no caso da empresa ser proprietária do mesmo. No caso de imóvel alugado, a informação dos valores mensais com o aluguel será transferida para a planilha de fluxo de caixa, e para a planilha de projeção dos custos mensais. No caso de propriedade possuída, o valor do imóvel deverá ser transferido para a folha de balanço atual e projetado. Observar e analisar: → Facilidade de acesso, comunicação e visibilidade; → Facilidade de tráfico e estacionamento; → Nível de ruído; → Condições de higiene e segurança; → Possibilidade de Mão de obra; → Contatos com fornecedores e consumidores; → Infraestrutura básica telefone, energia, internet etc.; → Legislação, dimensões, vizinhanças etc. 2.6. manutenção de registros O Plano de Negócios deverá indicar qual o sistema contábil utilizado e por que ele foi escolhido, além de apresentar qual a parte da contabilidade que será feita internamente, quem é o responsável pela manutenção dos registros, se a empresa utiliza Contador externo, e em caso positivo, quem da empresa é responsável pela avaliação do serviço do Contador, e quais os critérios de avaliação utilizados. É necessário demonstrar que não somente a contabilidade é cuidada, mas também que a empresa tem maneiras de analisar o seu próprio de- sempenho, a partir dos dados que ela mostra, como utiliza estes dados para tornar-se mais lucrativa. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 13 A manutenção de registros é de fundamental importância para efeito de auditoria, e principalmente por ser um sistema de rastreamento de informações de registro pertinentes em todas as áreas do negócio. É um passo decisivo para a implantação de um sistema da qualidade, assim como um importante banco de dados sobre o histórico da empresa. 3. reCUrsOs HUmanOs Definição das equipes de trabalho, bem como a identificação minuciosa com dados completos dos participantes no planejamento e na administra- ção do negócio. Contento dados pessoais e profissionais, principalmente com as ultimas atividades profissionais. Ou seja, elaborar um breve currí- culo e inseri-lo no Plano de negócio. Aqui também deve ser apresentado o plano de desenvolvimento e trei- namento de pessoal. Estas informações estão relacionadas com a capa- cidade de crescimento da empresa. Principalmente quando de trata de tecnologia, estratégias, inovação e criação, os recursos humanos poderão ser a diferença entre o sucesso e o fracasso. Dimensione sua equipe de trabalho, relacionando número de empre- gados, cargos, salários e encargos sociais esperados. Nesta etapa deve ser feito um resumo das responsabilidades e qualificações de cada pes- soa. Tudo isso, deverá iniciar pelo organograma descrito acima, isso com certeza o ajudará a definir o perfil das pessoas que você irá comandar ou precisará contratar. Defina o número de pessoas, quais serão seus cargos, funções e res- ponsabilidades e principalmente a qualificação exigida para realizar o tra- balho a contento. Com estas informações, você terá condições de procu- rar no mercado o profissional adequado às necessidades de sua empresa, aliado aos recursos disponíveis. 3.1. Cronograma de suas atividades Trata-se de uma sequencia de atividades que representam o fluxo de tra- balho dos colaboradores citados acima, registrando passo a passo suas rotinas de trabalho. Um exemplo para uma boa visualização pode ser na forma teórico-prático: nome do item a fazer o quê? quem? quando? onde? como? por quê? o que deve ser feito As tarefas As pessoas Data e hora Local Procedimentos Justifique exemplo Assinar o cheque João Silva 4/4 – 12 h Escritório central Levar documentos Pagamento Tabela 1. Cronograma teórico-prático de atividades. Fonte: Adaptado pelos autores (MAXIMIANO, 2006). Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 14 3.2. dados e experiênCia dos empreendedores e suas atribuições Os dados dos empreendedores, suas experiências profissionais e atribui- ções no negócio é de suma importância para os interessados no plano. Defina o perfil dos empreendedores, bem como suas qualificações, habili- dades e experiência profissional. Essas informações são importantes para utilizar a favor do negócio. → É importante que os objetivos dos sócios sejam os mesmos, pois os objetivos do empreendimento devem estar acima dos interes- ses pessoais; → A definição das tarefas antes de montar a empresa é fundamental, sa- ber quem irá se dedicar à atividades operacionais, e quem irá cuidar da parte administrativa da empresa é importante para se evitar conflitos; → Defina, com antecedência, o valor da retirada pró-labore, a distribui- ção dos lucros e o quanto será reinvestido na empresa; → O grau de autonomia dos sócios deve ser definido nesta etapa, saber até onde cada um dos envolvidos sozinho, pode tomar decisões; → A definição da equipe de trabalho, a forma de contratação, deve ser feita em conjunto; → Determine um sistema de sucessão, o que acontecerá com a so- ciedade em caso de falecimento de um dos sócios ou não puder mais trabalhar; → É importante relacionar todos os pontos que poderão gerar confli- tos e fazer disto um contrato devidamente assinado pelos sócios e registrado; → Verificar se os sócios não tenham pendências cadastrais junto a Re- ceita Federal, Secretaria da Fazenda, INSS. Situações irregulares pe- rante órgãos públicos podem gerar impedimentos tanto no registro da empresa, como na obtenção de crédito. 3.3. CapaCitações do pessoal A qualidade e a produtividade da equipe são fortemente afetadas pela capacitação das pessoas envolvidas. Desafiador égerenciar esta variável. Alguns aspectos importantes sobre os envolvidos devem ser analisados, passando por crenças, conceitos, processos, ferramentas e sua aplicação. Índice de capacitação. Eficácia. 3.4. investimento em reCursos Humanos Algumas empresas ainda acham que treinamento em pessoal para a melhoria nos processos do atendimento e qualidade de seus produtos e Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 15 serviços é custo. Mostrar no Plano de negócio seus planos de investimen- to no seu pessoal, demonstra a credibilidade no seu negócio e a visão de sustentabilidade a longo prazo. Alguns motivos são detectados em planos que não consideram esse item: → Falta de comprometimento da alta direção para com o investimento; → Falta de foco do investimento nas reais necessidades e problemas; → Falta de vínculo do investimento com o planejamento de estratégia da empresa; → Dificuldades de mensuração do custo/benefício dos investimentos. Portanto, o investimento em programas de treinamento e desenvolvimen- to de pessoal pode representar um fator favorável na avaliação do Plano. Contudo, muitas vezes, os problemas relacionados às competências e habilidade podem ser solucionados ou reduzidos a partir de mudanças na variável institucional, não precisando passar, necessariamente, por ações de treinamento e desenvolvimento. Mas, sempre que necessário, poderá ser feito um plano com atuação conjunta e estruturada em ambas. 3.5. planos de Carreira Um profissional sabe exatamente o que quer para seu futuro. Então se a sua empresa quer contratar bons profissionais e matê-los por mais tempo, é bom pensar num plano de carreira que atenda a todos os seus colaborado- res. Conhecer a equipe com quem vai trabalhar poderá ajudá-lo nesta etapa. Defina um Plano de carreira que seja claro e transparente para seus fun- cionários. Ofereça benefícios que atendam suas necessidades. Há vários modelos de estratégias de remuneração. Seja flexível ao aplicá-los. Um bom plano de carreira não pode ficar “engessado” somente com a remuneração. Office boy Operário Supervisor Gerente Diretor presidente Figura 4. Plano de Carreira. Fonte: Adaptado de www.gomesdematos. com.br Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 16 3.6. estratégias de remuneração A busca pela inovação e a criação tem sido uma grande prioridade nas empresas, principalmente com a globalização a remuneração estratégica passou a ter importância no processo como sendo um mix de todas as ferramentas que possuímos. Podemos definir as remunerações como sendo: Remuneração funcio- nal, salários indiretos, remuneração por habilidades e competências, re- muneração variável, participações acionárias e outras diversas formas de se remunerar. Neste sentido, as empresas buscam remunerar da forma mais competi- tiva, gerando valores e motivando aos profissionais que procure estar alta- mente qualificado na execução de suas atividades, estimulando a multifun- cionalidade, agregando sua remuneração com seu grau de conhecimento. Para definirmos com exatidão que tipos de remuneração deveremos ado- tar, precisamos compreender as forças competitivas que agem sobre a orga- nização e seu direcionamento estratégico diante dos fatores contingenciais. 3.6.1. Alguns princípios da remuneração estratégica → Desempenho: defina os objetivos, o desempenho pretendido e como alcançá-lo; → Recompensa: identifique valores (monetário ou não) e como pre- tende recompensar; → Timing de reconhecimento: defina o momento certo entre o cum- primento e o reconhecimento; → Metas: cumprimento (negocie); → Desenvolvimento: habilidades e competências; → Atração e retenção: define que tipo de profissional que deseja atrair (inovador, experiente, empreendedores etc.). A Remuneração estratégica é uma ponte entre os indivíduos e a nova re- alidade da organização, que busca em seus colaboradores: → Visão de futuro; → Identificar e aproveitar as oportunidades; → Contribuição individual; → Atividades e responsabilidades. No entanto devemos considerar nesse processo: → Conhecimentos; → Competências; Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 17 → Habilidades; → Atitudes; → Desempenho; → Resultados. 3.6.2. Tipos de Remuneração estratégica 3.6.2.1. Remuneração Funcional → Plano de cargos e salário (popular); → Empresas conservadoras e inertes; → Foco no cargo e não na pessoa. 3.6.2.2. Salário Indireto → Benefícios e salários. 3.6.2.3. Remuneração por Habilidades → Foca o indivíduo - operacional (função/cargo). 3.6.2.4. Remuneração por Competência → Nível mais alto – Inovação. 3.6.2.5. Previdência Complementar → Manutenção do funcionário por mais tempo. 3.6.2.6. Remuneração Variável → Comissões, Participação nos lucros, nos resultados, bônus méritos. 3.6.2.7. Remuneração Acionária → Vinculada aos objetivos da empresa e Reforça o compromisso de funcionário por mais tempo na empresa. 3.6.2.8. Alternativas Criativas → Prêmios, gratificações, outros reconhecimentos. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 18 4. planejamentO estratégiCO dO negÓCiO 4.1. Construções de Cenários O Gestor tem um papel importantíssimo dentro das teorias organizacio- nais. O cenário organizacional é formado pelos fatores internos e exter- nos. Somente gestores visionários conseguem enxergar as tendência de mercado e criarem cenários realistas, pessimistas e otimistas que refle- tem na tomada de decisão. Neste sentido, ter pessoas que consigam a sustentabilidade organiza- cional e diferenciem uma empresa da outra, assim como um negócio de outro, isso demonstra que somente o ser humano consegue enxergar mais à frente, coisa que a máquina “ainda não faz”. cEnários PEssimista rEalista otimista cenário Haverá uma grande crise financeira – com certeza atingirá o Brasil Alguns países estão em crise financeira A crise jamais afetará o Brasil impactos no negócio Recessão nos investimentos internos A crise externa trará oportunidades para o Brasil Haverá um grande crescimento no PIB causado pela crise externa 4.2. visão, missão e valores Inicialmente, vamos diferenciar o que é Visão, Missão e Valores: Como Visão e Missão está na mesma etapa do processo do Planeja- mento Estratégico - PE é comum que haja confusão entre estes conceitos. Porém, cada um tem sua função específica. visão missão valorEs É uma declaração da Alta Direção da Organização sobre como ela entende que será o futuro, onde estarão as oportunidades e as ameaças. Também pode ser entendida como o sonho da Direção para a Organização. Uma vez desenhada a visão de futuro, a Alta Direção define qual será o papel desempenhado pela Organização, o que inclui o tipo de negócio, o mercado, as ofertas etc. Fundamento da Visão e da Missão são os princípios de orientação mais perenes, essenciais e intrínsecos à Organização. A Organização decide por si os seus valores, que são difíceis de mudar. A partir da Visão e Missão da empresa é possível definir todo o roteiro do planejamento estratégico do seu plano de negócios. Tabela 2. Cenários e seus impactos. Fonte: Os autores. Tabela 3. Definições Visão, Missão e Valores. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 19 Para Trindade (2004), a Visão, Missão e Valores devem ser dissemina- dos na cultura empresarial. Todos os colaboradores devem compactuar com o mesmo pensamento. Durante a formulação desses vetores, é fun- damental a participação da representação de todas as camadas opera- cionais da empresa. Essasparticipações, além das valiosas contribuições, aumentarão o comprometimento no cumprimento dos vetores, tornando a todos os colaboradores parceiros no negócio. 4.2.1. Visão A declaração de visão é o vetor mais importante da corporação. É através dela que sabemos a direção que a empresa pretende seguir. A visão é o sentimento profundo, a crença, as aspirações e o caráter da empresa. É a visão de onde ela quer estar daqui um determinado tempo, e qual a referência utilizada. A partir desse momento, a empresa passa a ter alma. A Visão da Empresa define como ela se vê no futuro. → Onde se quer chegar? → Fazendo o quê e como? Corrêa (2008) Independente do posicionamento hierárquico comenta so- bre o processo de planejamento; que depende de uma visão adequada do futuro. Ou seja, a definição da visão precisa considerar a análise de ce- nários, suas possibilidades, seu ambiente presente e futuro. Sua visão de futuro indica um rumo, sinaliza o que a organização deseja ser e projeta expectativas para o futuro. A visão é como um sonho. Esse sonho deve ser perseguido, mas não deve ser alcançado – é nessa busca que a empresa se renova. → Apresenta a direção em que a empresa pretende seguir, o que ela deseja ser; → Demonstra seu caráter, sua personalidade, suas crenças. Suas aspi- rações; → Identifica seu negócio como se fosse pessoal, como alguém que você gosta, se identifica, inspira confiança e credibilidade; → A declaração de visão não apresenta resultados esperados, mas pro- move a motivação, direção, sua imagem, sua filosofia de trabalho, ou seja, um caminho para o futuro; → Limites que a empresa consegue enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla (o que somos? no que acreditamos? o que queremos ser?); Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 20 → É aqui onde as pessoas devem acreditar naquilo que a empresa acredita; → Os princípios não devem ser decorados e sim, serem entendidos, aceitos e praticados independente de que missão a empresa pre- tende cumprir. Perguntas orientadoras para elaborar a declaração da VISÃO (Serra, 2004): → Qual é o nosso objetivo geral? → Qual é a força que nos impulsiona? → Quais são nossos valores básicos? → O que fazemos melhor? → O que desejamos realizar? → O que gostaríamos de mudar? Podemos resumir que o significado da visão em: → É o que se Sonha com o Negócio; → É Para onde vamos; → É o Passaporte para o futuro; → Projeta Quem desejamos Ser; → Promove a energia à empresa; → É inspiradora; → Focalizada no Futuro; → É mutável conforme os desafios. Exemplo de Visão: Ser reconhecida como uma instituição de referência em suas ações de extensão e cultura em sintonia com os fins da universidade pública. (Uni- versidade) 4.2.2. Missão A missão pode ser entendida como a definição do propósito da empresa, ou seja, é sua razão de ser. A concepção e a formalização da missão esta- belece para toda a comunidade, qual a filosofia da empresa. Assim, todas as decisões devem ser orientadas pela missão. Todos os colaboradores devem ter consciência de sua participação no processo e no alcance da missão. A missão estabelece objetivos, metas Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 21 a serem cumpridas. A missão se baseia no mercado, nas necessidades e desejos de seus consumidores. Toda frase que representa a missão deve ser elaborada de forma clara, concisa, resumida e facilmente reconhecida pelo público-alvo. No entanto, ela deve proporcionar um entendimento amplo e abrangente. Missão pode ser fechada ou aberta. Não existe o ideal. Mas a Missão aberta propicia amplitude maior de atuação. → Aberta: satisfação genérica do ambiente, sem indicação do produto/ serviço. → Fechada: indica o produto/serviço em que a empresa atua. Para fazer uma análise presente da situação é preciso saber: → Quem são nossos clientes? → Em que negócio estamos? → Que necessidades atendemos? → Ou, qual nossa utilidade para os clientes? → Quais serviços ou produtos sua empresa oferece? → Que necessidade de mercado sua empresa atende? → Qual o mercado que sua empresa compete? → Qual seu diferencial em relação aos concorrentes? → Quais os benefícios serão oferecidos aos seus clientes? → Qual o comprometimento da sua empresa em relação aos objetivos econômicos, crescimento e lucratividade? → Qual a imagem que pretende ocupar? → Qual é a atitude da empresa com seus funcionários? → Enfim, O que é a sua empresa? conceito A missão possibilita compreender o papel da organização junto aos clientes e stakeholders. Busca maximizar o lu- cro e criar valor a todas as partes interessadas: acionistas, funcionários, clientes, comunidade, instituições sociais e governamentais, fornecedores e até os concorrentes. (MA- XIMIANO, 2006) Muitas empresas de pequeno e médio porte não têm sua missão explíci- ta, algumas apenas sugerem sua missão, outras, substituem pela palavra Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 22 negócio, ou mesmo, o ramo de atuação é tão obvio, que não precisa ser explicitado. De um modo geral a missão: → Inclui o negócio; → É a Partida; → É a Carteira de Identidade da Cia; → Identifica quem somos; → Dá rumo à empresa; → É orientadora; → Foco do presente para o futuro; → Vocação para a eternidade. Considerando a visão de futuro que temos... → Qual seria a razão da existência da Organização? → Para que ela está aqui? Sua importância: → Orienta no plano estratégico; → Orienta as operações (objetivos e metas); → Canaliza esforços no que a empresa é melhor; → Integra setores e colaboradores. PAPo técnico Uma declaração de missão é uma declaração do propósito da organização – o que ela deseja atingir em um ambiente maior. A definição clara da missão age como uma “mão invisível” guiando as pessoas dentro da organização. (KOTLER, 1994) Exemplo de Missão: Exercer uma ação integrada das atividades de ensino, pesquisa e exten- são, visando à universalização do ensino superior de qualidade, à pro- moção do desenvolvimento das ciências, letras e artes e à formação de cidadãos com visão técnica, científica e humanística, capazes de enfrentar desafios e atender às demandas da sociedade. (Universidade) Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 23 4.2.3. Valores Essa Unidade aponta os valores da organização, como uma ferramenta estratégica para a sobrevivência e sustentabilidade das empresas de pe- queno porte. Para esse fim, os Stakeholders são de crucial importância na base da denominação dos valores organizacionais. Stakeholders no mercado de produto/serviço • Clientes • Canais de distribuição • Atacadista e Varejista Stakeholders no mercado de fornecedores • De matérias-primas • De tecnologias • Fornecedores de serviços Stakeholders dentro da organização • Diretores e dirigentes • Executivos • Funcionários • Pessoal terceirizado Stakeholders no mercado de capitais • Acionistas • Investidores • Fontes externas de capital Stakeholders externos • Agências reguladoras • Sindicatos • Órgãos governamentais • Sociedade, comunidade • Mídia organização (empresa) Quando aplicado os valores da empresa, sua eficácia só ocorre com o entendimento por todas as pessoas da organização em mutirão perma- nentemente bem direcionado. Apesar de a palavra valores estar en- tre as mais abstratas, mais exploradas e mais distorcidas em negócios, quando usada de forma estratégica, reflete na organização um verda- deiro milagre organizacional. Welch (2005) esclarece que a missão anuncia com exatidão para onde se está indo e os valores descrevemos comportamentos que o levarão lá. Contudo, a intenção estratégica das empresas é formada por seus propó- sitos, das competências essenciais para que possa trilhar seu destino e de sua ideologia central que é o conjunto de princípios e valores que dão os limites da ação da organização (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003). Valores são apenas comportamentos – específicos, práticos, tão descritíveis que dei- xam pouco espaço para a imaginação. As pessoas devem ser capazes de usá-los como instrumento de ordem-unida, pois eles são o como da missão, o meio para um fim - vencer. (WELCH, 2005, p.14). Figura 5. Os vários tipos de Stakeholders. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 24 Os valores e comportamentos devem ser claros e seguidos por estímulos. Par que tenha significado, deve haver compensações para aqueles que os demonstram e punição para quem não o faz (Welch, 2005). A missão e os valores da empresa devem trabalhar juntos como uma proposta de sucesso constantemente reforçada. O processo de criação de valor deve ser interativo. Sua primeira versão normalmente não deve ser aceita, esse documento deve ser difundido, analisado por todos da organização, várias vezes, até certificar-se que se criou uma atmosfera de contribuição e comprometimento (Welch, 2005). Concluindo, falam-se muito em visão, missão e valores da organização, porém, a maioria dos micro e pequenos empresários não valorizam esses conceitos como sendo relevantes para seu negócio, consequentemente, o resultado é muita falação e pouca ação. Isso ocorre, muitas vezes, pelos temas inseridos serem muito grandiosos e às vezes imprecisos, pela falta de uma missão objetiva, e os valores não são concretos, fugindo da reali- dade do negócio. A missão e os valores são os que darão rumos aos negócios e permi- tirão mensurar seus resultados, desde que estejam fundamentados em cunho estratégico. É importante compreender que, muitas vezes, temos que desligar do quadro de colaboradores e parceiros, pessoas e/ou empresas que não conseguiram absorver a missão e nem praticar valores compatíveis entre as visões pessoais e as da organização. Exemplo de enunciado de valores: Para alcançarmos o nosso Propósito e a nossa Missão, nós afirmamos os nossos valores, que são uma declaração de nossas crenças fundamen- tais e são as características de uma cultura que gera realizações. Identifi- camos nove valores que personificam quem somos - quem sempre fomos - e no que acreditamos. Eles refletem o caráter duradouro da nossa insti- tuição e de nossos colaboradores, alunos e sociedade. Exemplo: Para realizar nossa missão, afirmamos nossos valores de: Liderança; Tra- balho em equipe, Respeito aos colaboradores, Compromisso com nossos alunos, Inovação, Criação, Apoio à comunidade, Desempenho, Integridade e qualidade (Universidade). Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 25 4.3. análise sWot A Análise S.W.O.T. (ou análise F.O.F.A. em português) é uma ferramenta estrutural utilizada na análise do ambiente interno e externo, para a formulação de estratégias. Permite-se identificar as Forças e Fraquezas da empresa, extrapolando então Oportunidades e Ameaças externas para a mesma. As Forças e Fraquezas (Strenghts e Weakness, S e W) são fatores in- ternos de criação (ou destruição) de valor, como: ativos, habilidades ou recursos que uma companhia tem à sua disposição, em relação aos seus competidores. Já as Oportunidades e Ameaças (Opportunities e Threats, O e T) são fa- tores externos de criação (ou destruição) de valor, os quais a empresa não pode controlar, mas que emergem da dinâmica competitiva do mercado em questão, ou de fatores demográficos, econômicos, políticos, tecnoló- gicos, sociais e legais. conceito [...] o estudo do ambiente externo permite que a empresa identifique aquilo que poderia escolher fazer [...] [...] o estudo do ambiente interno permite que a empresa identifique o que pode fazer. (HITT, IRELAND E HOSKISSON) Regras simples para uma análise SWOT bem-sucedida. → A análise SWOT deverá distinguir entre: onde sua empresa se locali- za hoje e onde ela estará no futuro; → A análise SWOT deverá ser sempre específica. Procure evitar áre- as desconhecidas; → Sempre aplique a análise em relação a seus competidores, por exem- plo: os melhores e piores fatores entre sua empresa e a competição; → Mantenha sua análise SWOT curta e simples. Evite complexidade e análise demasiada; → A SWOT é subjetiva. Uma vez que os pontos principais forem identificados para a análise SWOT, estes sustentarão os objetivos de sua campanha de marketing. Notavelmente a análise SWOT é a ferramenta mais popular entre estu- dantes de marketing por ser um meio simples e rápido de aprendizado. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 26 ex te rn a (a m bi en te ) in te rn a (o rg an iz aç ão ) ajuda atrapalha Forças (Strengths) Fraquezas (Weaknesses) análise swot Na conquista do objetivo O ri ge m d o fa to r Oportunidades (Opportunities) Ameaças (Threats) Atenção Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mes- mos (ambiente interno), não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em to- das as batalhas. (SUN TZU, 400 aC.) 4.3.1. Análise externa A análise externa, definida por Chiavenato (2003) é uma das condições externas que rodeiam a empresa e que impõem desafios e criação de oportunidades. Contudo, sabe-se que o sucesso de uma administração é o fato de antecipar as mudanças e adaptações do ambiente. O Gestor que conseguir identificar essas informações por intermédio desses instrumentos de planejamento, de forma concreta, conseguirá adaptar sua realidade as suas necessidades. Com isso, criará vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. Sabe-se que micro e pequenas empresas devem competir globalmente, ou seja; precisam ser preparadas para o mercado nacional, regional e in- ternacional. Principalmente nas tecnologias, consumidores, fornecedores, economia, socioeconômica, cultura, aspectos políticos e concorrência. Figura 6. Quadrante da Análise SWOT. Fonte: Adaptado de pt.wikipedia.org Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 27 Neste contexto, à medida que a concorrência interna e externa se in- tensifica e o mercado se abre para novos negócios, tornando-se cada vez mais essencial a estratégia competitiva. A análise do ambiente externo envolve: identificação de processos so- ciais; agentes e demandas que impactam a dinâmica da organização. As relações estabelecidas com esses agentes, o conhecimento das ameaças, e das oportunidades proporcionadas, constituem atuação organizacional. A verificação das oportunidades e ameaças do ambiente externo ou macroambiente de uma organização é um componente fundamental para a elaboração do planejamento estratégico. Seu enfoque deve priorizar os seguintes aspectos: → Identificação do ambiente externo; → Interações da organização com o ambiente externo; → Construção de cenários; → Contemplação de diversas alternativas. Alguns itens devem ser analisados: → Clientes e usuários; → Setores Adequados de Mercado; → Condições Ambientais; → Estratégias e atividades de marketing dos concorrentes. 4.3.1.1 Análise Externa — Oportunidades: É uma chance para criar benefícios de adição de valor ou aumentar a sa- tisfação do cliente, levando a mais clientes, mais vendas, mais lucros. As oportunidades são fatores do ambiente que em geral, se bem apro-veitadas, podem fornecer condições de trabalhar em cima das falhas da concorrência. Consequentemente melhorar o seu produto e ganhar em diferencial (Kotler, 1994). Exemplos de oportunidades: → Isenção de impostos, por se tratar de uma empresa incubada; → Incentivo do Governo Federal em fomentar a aquisição de PCs, fa- zendo com que as empresas necessitem de serviços de TI; → Parcerias da empresa com empresas Junior. Essas organizações po- dem trazer novos clientes para a empresa, além de incrementar a “network” da mesma; → Desenvolver projetos para parceiros e colaboradores em troca de serviços e benefícios; Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 28 → Seminários na incubadora podem servir como oportunidades para aumentar a Network com os palestrantes; → Procurar instituições de incentivo à pesquisa para conseguir bolsas para projetos sociais; → Investimentos do governo em software livre; → Falta de gestão de conhecimento; → Um mercado em desenvolvimento, por exemplo: a internet; → Fusões, junção entre empreendimentos ou aliança de estratégias; → Mudança para novas áreas do mercado, às quais oferecem melho- res lucros; → Um novo Mercado Internacional;Uma vaga no Mercado causada pela ineficácia da competição. DicA Oportunidades: São aspectos externos, atuais ou futuros que, se adequadamente aproveitadas pela organização po- dem influenciá-la positivamente. 4.3.1.1.1. Análise Externa — Ameaças É uma dificuldade, um dilema, um impedimento, um obstáculo, algo que precisa ser corrigido ou eliminado. As ameaças são fatores que podem vir a perturbar o funcionamento da empresa, causando dificuldades para a sua gestão e desempenho. A entrada de um novo concorrente forte no mercado, a implementação de restrições tarifárias por parte de um país importador dos produtos da empresa, a diminuição da demanda, todos esses são aspectos que podem ser definidos como ameaças para a empresa. Situação favorável Situação desfavorável + Pontos fortes Pontos fracos = Oportunidade Ameaça Uma ameaça poderia ser: → A entrada de um novo competidor em sua área empresarial; → Guerra de preços com competidores; → Um competidor tem um novo produto ou serviço inovador; Figura 7. Ameaça e Oportunidade. Fonte: Adaptada pelos autores. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 29 → A competição possui um melhor acesso aos canais de distribuição; → Taxas são introduzidas ao seu produto ou serviço; → Incubadora sem representante na próxima gestão; → Restrição do funcionamento e autonomia imposta pela Regional; → Novos entrantes que são referências no meu setor, começam a atuar em mercados semelhantes. DicA Ameaças: São situações externas, atuais ou futuras que, se equacionadas, minimizadas ou evitadas pela organização, podem afetá-la negativamente. forças Alavancagem oportunidades Vulnerabilidades Limitações ameaçasfraquezas Problemas Como transformar uma ameaça em oportunidade Uma ameaça, portanto, um fator externo que pode vir a afetar o funcio- namento da empresa, não é necessariamente uma má notícia. De fato, ele pode provocar o aparecimento de um novo ponto forte na empresa. Para isso, os gestores devem perceber como este novo fato (como por exemplo, imposições legais mais restritivas sobre os produtos vendidos pela empresa) pode ser explorado pela empresa de modo a retirar um benefício real. O aparecimento de um novo produto inovador por parte de um con- corrente, tipicamente uma ameaça à quota de mercado, pode tornar-se num novo conjunto de capacidades da empresa. Normalmente são as em- presas maiores que têm mais capacidade para reagir de forma positiva às constantes ameaças que se colocam. No entanto, muitas pequenas e médias empresas também podem ganhar neste jogo. Assim, quais as condições para que uma ameaça possa ser transforma- da em oportunidade? Figura 8. Relação entre o quadrante da análise SWOT. Fonte: Porter (1999). Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 30 → A empresa tem que possuir visão estratégica para avaliar correta- mente as ameaças como sendo oportunidades escondidas; → A empresa precisa possuir os recursos, financeiros, materiais e hu- manos para poder executar as alterações necessárias (por exemplo, o lançamento de um novo produto); → Finalmente, a empresa tem que reagir com rapidez. As empresas concorrentes podem também ter visto a oportunidade latente. 4.3.2. Análise Interna A análise interna, de acordo com Chiavenato (2003), trata-se de uma aná- lise das condições internas da organização, para permitir uma avaliação dos principais pontos fortes e fracos que a empresa possui. Essa análise é considerada de suma importância para o sucesso do ne- gócio. E para que seja transparente é importante que a empresa busque a participação de todos e em diferentes cargos. Ela busca informações onde o gestor irá avaliar as competências e as falhas da organização, que ser- virá como informação complementar na busca dos pontos fortes e fracos para nortear a realização do diagnóstico e o processo de planejamento. A partir dessa análise, cabe ao gestor utilizar-se dos recursos necessá- rios para definir a estratégia da empresa, minimizando pontos vulnerá- veis. Porém, é importante salientar que o gestor só estará apto, depois de identificar com clareza suas principais vantagens competitivas, bem como seus pontos fracos. O compartilhamento das informações obtidas com análise interna e ex- terna é uma importante fase para o sucesso do plano, pois, através dos pontos fortes e fracos em conjunto com as ameaças e oportunidades inter- na e externa, pode-se buscar determinar os objetivos e as estratégias que possam aproveitar melhor as habilidade e competências da organização, equacionando os problemas internos identificados. Assim como, resolver as ameaças e maximizar as oportunidades identificadas externamente. O ambiente interno ou microambiente pode ser definido como um con- junto de recursos alocados dentro da organização, sobre os quais a orga- nização tem controle e que devem ser utilizados para o alcance de suas metas, como: recursos físicos, humanos, logísticos, operacionais, financei- ros e mercadológicos, entre outros (Porter, 2002; Sette, 1998). Contudo, percebe-se que geralmente os propósitos das empresas são definidos estrategicamente a fim de gerar resultados para os acionistas e satisfazer as expectativas dos stakeholders. A análise das condições internas da empresa permite uma avaliação dos principais pontos fortes e dos pontos fracos que a organização possui. O ponto forte maximiza e alavanca a organização, o que facilita o alcance Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 31 dos seus objetivos. Esses pontos devem ser reforçados. Já, os pontos fra- cos constituem as limitações e forças que minimizam, restringem e dificul- tam ou impedem o seu alcance, e devem ser superados. Essa análise interna envolve: → Análise dos recursos: (recursos financeiros, máquinas, equipamen- tos, matérias-primas, recursos humanos, tecnologia etc.) de que a empresa dispõe para as suas operações atuais ou futuras; → Análise da estrutura organizacional da empresa: seus aspectos positivos e negativos, divisão de trabalho entre departamentos e unidades e como os objetivos organizacionais foram distribuídos em objetivos departamentais; → Avaliação do desempenho da empresa, em termos de lucratividade, produção, produtividade, inovação, crescimento e desenvolvimento dos negócios. Alguns itens devem ser analisados: → Características da Organização e suas Políticas Gerais; → Produto ou serviço; → Atual programade Marketing; → Fatores referentes a custo e lucro e indicadores de desempenho. 4.3.2.1. Pontos Fortes → Toda a infraestrutura básica para a empresa, como os laboratórios, água, luz, sistema de comunicação entre outros de alta tecnologia; → Marketing indireto gerado pelo prestígio do Centro de mídia; → Consegue oferecer treinamentos e cursos com baixo custo aos fun- cionários; → Disponibilidade de mão de obra especializada e barata; → Consultoria gratuita, por parte dos stakeholders; → Baixo custo dos serviços prestados; → O único imposto pago, por serviços prestados a empresas, é recolhi- do na fonte, isso facilita a administração financeira; → Há consciência sobre os problemas de padronização dos processos de software; → Como empresa Junior, tem imagem associada a empresa de qualida- de e de baixo custo; → Possui um portal como boa ferramenta de divulgação institucional. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 32 DicA Forças: São características internas da organização, mate- riais ou não, que podem ser aproveitadas para otimizar seu desempenho. 4.3.2.2. Pontos Fracos: → Falta de documentação de processos administrativos, como o de se- leção de novos colaboradores; → Falta de documentação de processos financeiros, como o de contas a pagar; → Falta de compromisso por parte dos colaboradores; → Alta volatilidade da mão de obra, já que a empresa não firma víncu- los empregatícios com seus funcionários; → Diretoria formada pela família, e não possuem formação profissional; → Não há controle sobre a produtividade dos desenvolvedores; → Não há controle de qualidade na produção; → Nem todos os Projetos de Software são documentados; → Problemas de comunicação interna; → Falta de segmentação na área de desenvolvimento de produtos e serviços; → Falta de uma definição clara dos poderes de voto e responsabilidades dos membros nas diversas hierarquias que compõem a empresa; → Alguns colaboradores trabalham sem contrato formal (risco perante a lei); → Não tem nenhuma cláusula nos seus contratos sobre a titularidade dos seus produtos; → Possui uma estratégia muito ineficiente para o relacionamento com o cliente; → Inexistência de um plano de comunicação, consequentemente a co- municação é feita desordenadamente; → O portal é pouco explorado comercialmente; → Falta de estruturação do departamento de vendas. DicA Fraquezas: São características internas das organizações que devem ser reduzidas ou eliminadas para evitar influência negativa sobre seu desempenho. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 33 4.4. objetivos/metas Quando um navio não sabe para que porto vai, qualquer vento lhe será favorável. (Sêneca) Há dois mil anos esta era a frase predileta do filosofo Sêneca, e traduz exatamente o que é uma empresa sem uma meta. Quando não se tem uma definição clara dos objetivos de um negócio tanto a longo como a curto prazo, de nada adianta fazer um planejamento estratégico, por mais completo que seja, pois qualquer caminho é idêntico (Trindade, 2004). O principal motivo de se definir os objetivos de uma empresa é orientar a direção que deve ser seguida para que a empresa cumpra sua missão e vá ao encontro de sua visão. Os objetivos indicam as intenções gerais da empresa e o caminho bá- sico para chegar ao destino que a empresa deseja. São resultados abran- gentes com os quais a empresa assume um compromisso definitivo. Para atingir seus objetivos a empresa deve estar disposta a comprometer os recursos necessários para alcançar os resultados almejados. Os objetivos devem ditar opções de negócios, orientando o processo decisório em toda a organização. Também devem criar um elo indissolú- vel entre as ações da empresa e sua missão. Algumas das seguintes diretrizes podem ser utilizadas para a definição dos objetivos: → Devem ser individuais e esclarecer as atividades da empresa sem restringir a flexibilidade e a criatividade; → Em conjunto, devem constituir um projeto eficaz para alcançar todas as intenções; → Devem estar estreitamente relacionados com a missão da empresa; → Devem ser utilizados para a comunicação das intenções para todo ambiente externo e interno; → Desenvolver um procedimento de monitoração regular dos objeti- vos, prevendo revisões e reformulações dos objetivos quando o am- biente se modificar. Exemplos de objetivos: → Conquistar a liderança do mercado de suco de laranja, na região Centro-Oeste; → Manter a participação de mercado nos níveis atuais (30%) para os próximos dois anos; Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 34 → Conquistar 40% do mercado da região Nordeste. Os Objetivos devem estar em consonância com a missão da empresa. → Objetivo é o alvo ou ponto que se pretende atingir. É o detalhamento da Missão; → Os objetivos orientam a empresa a alcançar resultados mensurá- veis (metas); → Devem ter uma única ação. A palavra objetivo é de extrema importância na vida de um administrador, significa os resultados esperados pela organização, que direciona o indiví- duo à ação. É a intenção de um estado futuro, seus propósitos, seus fins, adquiridos por meio de esforços e recursos. Uma empresa ou mesmo um indivíduo, sem um objetivo, não tem como administrar o futuro. Sempre que possível os objetivos devem ser quantitativos, associados com indicadores de desempenho mensuráveis, com datas para acabar, específi- cos, possíveis de serem alcançados, contudo, desafiador e de valor pessoal. Quando os objetivos são enunciados dessa forma, se tornam Metas. Alguns pontos importantes para a realização de suas Metas, destacados pelo Programa EMPRETEC-SEBRAE (2002) e adaptado para a forma Esperto. EsPErto Específico Colocado em termos claros e concisos. Não deixa margem a interpretações equivocadas. Permite visualizar o que desejamos atingir. Possibilitarão que saibamos exatamente o que desejamos. Também é muito importante que esteja “escrito” nossa meta. O simples ato de escrever pode aumentar em 60% as possibilidades de realização. Se não estiver escrito, como você poderá acompanhar seus avanços? A memória falha. Não registrar, passa a ser uma forma de defesa da frustração por não atingir seus objetivos (SEBRAE; EMPRETEC, 2002). Significado pessoal Se o objetivo é seu, você deve saber por que é importante. Muitas vezes nos predispomos às conquistas que não tem nada a ver com nossas necessidades. Independente do que você queira atingir, deve ser importante para você. Não perca seu tempo encontrando motivos em outras pessoas. Cuide do teu quintal, satisfaça sua necessidade e se puder beneficiar outros, melhor ainda. Se não, investigue os seus motivos, não tente resolver os problemas do mundo, mas o que está a sua volta. Tabela 4. ESPERTO. Fonte: <http:// educacao.sebrae. com.br/> Acesso em out. 201O. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 35 Provocante Aciona o movimento. Representa um desafio. Algo que faça você ir além de suas forças. O futuro reserva muitos desafios, mas eu escolho aqueles que desejo superar. Um empreendedor trava constante combate para seu aperfeiçoamento. Está orientado em ser um diferencial para si mesmo, focado em seus próprios critérios. Independente das conquistas de outros. Competindo consigo mesmo. A realização de um objetivo proporciona motivação e satisfação pessoal. Se não encontrar nenhuma satisfação em realizar sua meta, é porque não tem meta alguma. Executável Avaliação do que é possível realizar em bases concretas. Nem sempre o que se deseja é possível, ou o possível, desejável, todo objetivodeve ser analisado à procura de prováveis problemas. Quando transformamos um desejo, um sonho, em um objetivo, devemos analisar se ele é exequível. Muitas vezes, a única coisa que impossibilita sua execução é o prazo. Algo inalcançável se transforma em fonte de desânimo e frustrações. Para nos mantermos dentro da realidade, é fundamental que as metas e os objetivos possam ser manejáveis. Que tenham possibilidades de serem mudados quando as circunstâncias se alteram. Implica certo grau de flexibilidade. Realista Analisar os recursos de que você dispõe no momento. Prever as necessidades de recursos para as necessidades de recursos para o futuro – tempo, dinheiro, conhecimento, habilidade, equipamento, tecnologia, pessoas etc. Avaliar totalidade de sua capacidade e esforço em mobilizar os meios e as pessoas o seu redor como recursos para atingir suas metas e objetivos. Ir à Lua é executável, mas reflita sobre se é realista. Todos os itens estão permanentemente em tensão. Você vai ter que retornar constantemente até encontrar o ponto de menor tensão entre os diferentes aspectos. Não avaliar os recursos pode ocasionar surpresas desagradáveis. Tempo final É o prazo definido para o objetivo a ser realizado. Este é um dos itens mais simples e complexos para analisar. Temos uma tendência a protelar a colocação de uma data para que as coisas se realizem. É óbvio. A data indica se alcança ou não o que estamos almejando. Com um tempo final, você pode eliminar distrações, fixar-se no essencial, pensar com mais clareza e ser criativo. Data significa dia, mês e ano. Não use tempos vagos. É uma maneira de enganar-se com o prazo. Se usar prazo em anos, não esqueça de colocar a data de início. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 36 Observável O conjunto de fatores colocados numericamente, que vai permitir a avaliação futura dos resultados. É qualquer conjunto de valores onde você possa monitorar seus avanços, que indique claramente o que você deseja atingir. Tem que ser visível e mensurável. Se não forem claros, você nunca saberá se os atingiu. E com um agravante, você perde o controle sobre os resultados. Além disso, pode ser uma fonte de angústia. Um mais ou menos que somente nos engana. Use verbos fortes, que impliquem ação concreta: construir, vender x, comprar y, melhorar de x para y, fabricar... Tome cuidado com verbos charmosos: coordenar, promover, despender... São belos e podem ser inválidos. 4.5. Formulações da estratégia Defina uma estratégia competitiva com base nas variáveis: liderança no custo e diferenciação. Definir uma estratégia é fundamental para traçar um direcionamento do seu negócio. Essa estratégia pode ser alcançada através de um controle efetivo dos custos ou até mesmo buscar um diferencial no que se refere a qualidade dos produtos/serviços, atendimento, tecnologia, marketing etc. De acordo com Porter (1989) o objetivo de uma estratégia é dotar a em- presa de uma posição favorável numa indústria, de modo que ela se pos- sa defender melhor dos seus concorrentes. Este define estratégia como o meio empregado ou o caminho determinado pela empresa para atingir o seu objetivo: ser competitiva e destacar-se frente aos seus concorrentes e consumidores. Para se definir uma estratégia, é fundamental que ela esteja em con- sonância com os produtos, mercados, clientes e dentro do contexto dos negócios da empresa. Da interação desses elementos surgem possibilida- des para que a empresa seja competitiva, concentrando esforços para a adoção de estratégias que reduzam os custos de produção, diferenciem os produtos e/ou possibilitem segmentar o mercado. Os métodos utilizados para superar os concorrentes ao enfrentar for- ças competitivas numa indústria são: → Liderança de custos — baseia-se na obtenção de custos mais baixos que a concorrência, utilizando a eficiência como fator fun- damental; → Diferenciação — baseia-se na obtenção de produtos de valor supe- rior ao da concorrência, porque são diferentes e utilizam qualidade, inovação e intimidade com os clientes, ou uma combinação deles, como fatores fundamentais; Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 37 → Foco — baseia-se na seleção de um segmento limitado de clientes, que se consegue servir melhor que a concorrência, em diferenciação ou eficiência. É uma estratégia típica de pequenas empresas. Unicidade observada pelo consumidor Posição de baixo custo No âmbito de toda a indústria Apenas um segmento particular diferenciação liderança de custo foco alvo estratégico Terão de serem explicitadas quais as estratégias de negócio dominantes em que os investimentos se deverão integrar, os seus fundamentos, e a sua evolução ao longo do tempo. A falta de uma visão clara da estratégia pode conduzir à perda de vantagens competitivas fundamentais. Se, por exemplo, os clientes-alvo pretendem moda e estilo, a estratégia dominan- te consistirá numa diferenciação por esses fatores, e o design, desenvolvi- mento, flexibilidade e velocidade serão essenciais. Se a opção for por os preços baixos, o que implica liderança de custos, a estratégia será bem distinta. A evolução ao longo do tempo não é menos importante: por exemplo, certos nichos nos quais se baseia uma estratégia de foco podem desapa- recer, absorvidos pela evolução da zona central de mercado; e a diferen- ciação deixa de ser quando se torna um requisito mínimo da indústria, à medida que esta e os mercados correspondentes amadurecem. 4.6. implementações das estratégias Em síntese, o fluxo de informações emerge como um elemento importan- te no processo de formação de estratégias, em especial no processo de planejamento estratégico e, por consequência, no desempenho de uma empresa (ANSOFF, 1990). Os componentes do processo de planejamento estratégico que identi- ficam o perfil das empresas são: → Visão; → Missão; → Objetivos de longo prazo; → Cenários e Planos operacionais. Figura 9. Estratégias de diferenciação. Fonte: Barbosa da Silva, C., “Design e Estratégias Competitivas”, Disponível em: <https:// portal.fucapi.br/ tec/imagens/ revistas/023_028_ design_e_estrategias_ competitivas_SEG. pdf> Acesso em: out. 2010. Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 38 pesquisa de mercado análise de risco Verificar a viabilidade do sonho análise de SWOT (cenário) Definição do negócio, visão, missão, valores Definição dos objetivos e metas Formulação de estratégias corporativa ou da unidade de negócios Implementação Resultados táticas Avaliação, controles e feedback marketing Objetivos e metas. Planos de: • Produto • Preços • Distribuição • Vendas • Promoção produção Objetivos e metas. Planos de: • Produtividade • Qualidade • Prazos • Insumos finanças Objetivos e metas. Planos de: • Captação de $ • Redução de taxas • Redução de custos administração Objetivos e metas. Planos de: • Atendimento • Controles Adm. • Satisf. RH • Redução de custos • Vendas/Compras Análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) Análise do ambiente interno (forças e fraquezas) 4.7. FeedbaCk e Controle Trindade (2004) cita que à medida que a estratégia vai sendo implemen- tada, a empresa precisa verificar se os resultados esperados estão sendo alcançados, ao mesmo tempo em que monitora os novos desenvolvimen- tos nos ambientes interno e externo. Alguns ambientes mantêm-se estáveis de um ano para outro. Outros se desenvolvem lentamente, de maneira previsível. Ainda outros mudam rapidamente de maneira imprevisível. Não obstante, a empresa pode Figura 10. Planejamento Estratégico do Negócio. Fonte:Adaptado de Trindade (2004). Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 39 esperar por uma coisa: o ambiente certamente mudará e, quando isso ocorrer, será necessário rever sua implementação, programas, estratégias ou até objetivos. 4.8. diFerenCial Para saber o que pode ser o diferencial na organização, o empreendedor deve se preocupar em responder algumas questões básicas, que podem ser feitas através de uma pesquisa junto ao consumidor. Porém, não bas- ta ter um diferencial ele deverá superar as expectativas do cliente, como por exemplo, seu atendimento. Um grande diferencial é saber exatamente como lidar com os clientes, seja no ponto de vendas ou ao telefone, lembrar-se de uma data especial, agradecê-los pela compra ou pela visita. E também por ações simples no ambiente de trabalho, como, pedir licença, abrir uma porta e evitar os desperdícios no ambiente de trabalho. Parecem atitudes simples, mas é um grande diferencial. O lado humano (não mecânico) da organização está alavancando sua cadeia de valor. 4.9. planos de implementação Uma estratégia clara e programas de apoio bem delineados podem ser inúteis se a empresa falhar em sua implementação. A estratégia é ape- nas um dos sete elementos para o sucesso empresarial – 7 s, é com- posto de: estratégia, estrutura, sistemas, estilo, pessoal, habilidades e valores compartilhados. O estilo significa que os funcionários da empresa compartilham uma forma comum de pensamento e comportamento. O pessoal significa que a empresa contrata funcionários capacitados, bem treinados e que exe- cutam bem suas tarefas. Habilidades significam que os funcionários estão preparados para seguir as estratégias da empresa. Valores compartilhados significam que os funcionários dividem os melhores valores e missões. Quando esses elementos estão presentes, as empresas são, geralmen- te, mais bem-sucedidas na implementação da estratégia. 4.10. parCerias e alianças estratégiCas A adoção de modelos de gestão nas empresas que criam um pressupos- to da imprescindibilidade da cooperação entre os diversos elos que inte- gram uma determinada cadeia para que sejam alcançados maiores níveis de competitividade da cadeia como um todo (CAMPOS, 1992). Contudo, tais relações não acontecem facilmente quando na prática da abordagem convencional esses relacionamentos são marcados como adversários. Por outro lado, quando considerados as especificidades Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 40 das características culturais, históricas e tecnológicas esse relaciona- mento melhora. Apesar de se falar tanto em parcerias ou alianças estratégicas, a pouco tempo atrás empresas compravam outra só para fechar (tirar o concor- rente da jogada). Atualmente, adotam-se sistemas de franquias, fusão, pa- trocínio de pesquisa e desenvolvimento, venda, coprodução, montagem etc. E nesse contexto as micro e pequenas empresas levam vantagem. Enfim, qualquer parceria deve ter como objetivo a troca ganha & ganha. Segundo Porter (1989) as empresas que adotam a mesma estratégia dirigida ao mesmo mercado ou segmento de mercado-alvo formam um grupo estratégico. Aquelas que aplicam melhor essa estratégia obtêm os maiores lucros. Essas empresas podem ainda estabelecer alianças estra- tégicas a fim de garantir sua fatia de mercado. Exemplos de alianças: → Aliança de produto/serviço: onde uma empresa licencia outra para a produção de seu produto/serviço; → Aliança promocional: onde uma empresa concorda em promover um produto/serviço de outra; → Alianças logísticas: onde uma empresa oferece serviços de apoio logístico ao produto de outra; → Parcerias de preço: onde uma ou mais empresas adotam acordos de preços. Após o desenvolvimento das principais estratégias da empresa, devem-se adotar programas de apoio detalhados com responsáveis, áreas envolvi- das, recursos e prazos definidos. 4.11. ações preventivas e Corretivas A manutenção é utilizada em todo tipo de empresa para evitar possíveis falhas e quebras - em máquinas e instalações, entre outras. Ela é impor- tante para dar confiabilidade aos equipamentos, melhorar a qualidade e até para diminuir desperdícios. A manutenção deve ser uma política da empresa. Para isso, é preciso dar atenção a dados técnicos e econômicos. A escolha de como e quando fazer é gerencial. Atenção Manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas cuidando de suas instalações físicas. (SLACK, 2002) Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 41 A manutenção de instalações tem por objetivo básico mantê-las operan- do nas condições para as quais foram projetadas, e também fazer com que retornem a tal condição, caso tenham deixado de exercê-la (PETRÔ- NIO MARTINS). 4.11.1. Objetivos da manutenção → Melhorar a segurança; → Aumentar a confiabilidade; → Maior Qualidade e Produtividade; → Reduzir custos de operação; → Aumentar tempo de vida; → Valor final mais alto; → Visões da manutenção. 4.11.2. Visão arcaica → O que a equipe de produção tem a ver com este processo?; → A manutenção existe para consertar os problemas que ocorrem na fábrica! (manutenção consertativa); → A manutenção é um mal necessário; → A manutenção não agrega nada ao produto; → A manutenção é somente custo; → A manutenção é um problema do departamento (coordenação de ma- nutenção), eu preciso me preocupar com meu equipamento/processo! 4.11.3. Manutenção Corretiva Visa corrigir, restaurar, recuperar a capacidade produtiva de um equipa- mento ou instalação, que tenha cessado ou diminuído sua capacidade de exercer as funções às quais foi projetado. 4.11.4. Manutenção Preventiva Consiste em executar uma série de trabalhos, como trocar peças e óleo, engraxar, limpar etc. segundo uma programação preestabelecida. Exige muita disciplina. → Proativa: Previne possíveis manutenções corretivas. → Vantagens da Manutenção Preventiva: → Aumenta a vida útil dos equipamentos; → Reduz custos, mesmo em curto prazo; Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 42 → Diminui as interrupções do fluxo produtivo; → Cria uma mentalidade preventiva na empresa; → É programada para os horários mais convenientes; → Melhora a qualidade dos produtos. 4.11.5. Manutenção Preditiva Consiste em monitorar certos parâmetros ou condições de equipamentos e instalações de modo a antecipar a identificação de um futuro problema. 4.11.6. Manutenção Produtiva Total — TPM É uma filosofia gerencial, atuando de forma organizacional no comportamento das pessoas, na forma com que tratam os problemas, não só os de manu- tenção, mas todos os diretamente ligados ao processo produtivo. → Princípios fundamentais da TPM: → Melhoria das pessoas; → Melhoria dos equipamentos; → Melhoria dos materiais; → Melhoria nos processos; → Qualidade total; → Perdas a serem combatidas; → Quebra; → Ajustes (instalações/configurações); → Pequenas paradas/tempo ocioso; → Baixa velocidade; → Qualidade insatisfatória; → Perdas com o início/partida. 4.11.7. Política de Manutenção → Projeto robusto; → Manutenibilidade; → Postura preventiva; → Treinamento de operadores; → Estoque estratégico de peças sobressalentes; → Plano de Manutenção e de Contingência; → Redundância de equipamentos; → Maior número de máquinas com menor utilização. A estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória. Tática sem estratégia é o ruído antes da derrota. (Sun Tzu) Desenvolvimento de Negócios / UA 15 Elaboração do Plano de Negócios – Parte 1 43 DicA Gerência de manutenção: Não faz sentido discutir em se fazer manutenção preventiva