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CÁLCULOS TRABALHISTAS

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CÁLCULOS TRABALHISTAS 
Autoria: Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
Revisão: Nirse Ruscheinsky Breternitz 
Como citar este documento. SILVA, Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da 
Cálculos Trabalhistas. Valinhos: 2017. 
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser repro-
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mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de ar-
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e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
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CÁLCULOS TRABALHISTAS 
SUMÁRIO 
Apresentação da disciplina....................................................................... 4 
TEMA 1 ........................................................................................................ 5 
Cálculos de Folha de Pagamento 
TEMA 2 ........................................................................................................ 24 
Rescisão trabalhista 
TEMA 3 ........................................................................................................ 42 
13º salário. Férias. Aviso prévio. Verbas rescisórias 
TEMA 4 ........................................................................................................ 62 
Jornada de trabalho 
TEMA 5 ........................................................................................................ 81 
Segurança e medicina do trabalho 
TEMA 6 ........................................................................................................ 95 
Fundo de garantia por tempo de serviço 
TEMA 7 ........................................................................................................ 108 
Seguro-desemprego 
TEMA 8 ........................................................................................................ 120 
Peculiaridades do trabalho doméstico 
3 
Apresentação da disciplina 
Apesar de fazer parte da rotina de trabalho de muitos operadores do 
Direito que militam na área trabalhista, a presente disciplina tem sido 
pouco explorada nos bancos acadêmicos. 
Assim, o objetivo da presente matéria é a elucidação de conceitos 
básicos que fazem parte dessa rotina, trazendo análise das bases 
de cálculo a serem utilizadas, bem como de algumas sistemáticas 
necessárias na área de cálculos trabalhistas. 
Tem por objetivo, outrossim, ampliar o conhecimento do discente nos 
ensinamentos teóricos e práticos dos cálculos trabalhistas, buscando a 
capacitação na execução de suas atividades, orientando os profissionais 
do Direito do Trabalho na confecção de peças processuais, conferência e 
homologação dos cálculos trabalhistas. 
Dessa forma, nos oito módulos estudados serão abordados assuntos 
como a folha de pagamento do obreiro, verbas rescisórias, jornada de 
trabalho, segurança e medicina do trabalho, Fundo de Garantia por 
Tempo de Serviço – (FGTS), seguro-desemprego e peculiaridades do 
trabalho doméstico, sempre elucidados com a pertinência e relevância 
necessárias para sua melhor compreensão. 
É evidente que o tema não será esgotado em virtude da sua 
complexidade e envolvimento de áreas que extrapolam as rotinas 
e conhecimentos ordinários dos operadores do direito, contudo 
será explorada de forma clara e pertinente, apta a auxiliá-los no 
desenvolvimento da profissão. 
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Cálculos de Folha de Pagamento 
Autor: Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
Objetivos 
• Compreensão da folha de pagamento; 
• Explanação dos descontos obrigatórios; 
• Breve análise de institutos relacionados. 
 
 
 
 
Introdução 
A folha de pagamento constitui uma obrigação do empregador, 
uma vez que, através dela, o trabalhador toma conhecimento 
da discriminação de todas as verbas e descontos envolvidos no 
pagamento de seu salário, notadamente, a principal obrigação 
oriunda do contrato de trabalho. 
1. Folha de Pagamento: Proventos e Descontos 
A elaboração da folha de pagamento, que poderá ser feita de forma 
manuscrita, por meios mecânicos ou eletrônicos, configura, dentre 
outras, uma das obrigações do empregador. 
Essa obrigatoriedade decorre de imposição legal trazida pelo artigo 32, I 
da Lei 8.212/91, a saber: 
Art. 32. A empresa é também obrigada a: I–preparar folhas-de-pagamento 
das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu 
serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão 
competente da Seguridade Social. 
O documento mencionado deverá trazer, de um lado, todos os 
proventos, que compreendem os ganhos, vencimentos e, do outro, 
todos os descontos englobados na remuneração do empregado. Assim, 
para melhor compreensão, a tabela a seguir traz os principais proventos 
e descontos constantes na folha de pagamento, os quais serão 
analisados e conceituados oportunamente. 
6 
Quadro 1 | Principais proventos e descontos constantes na folha 
de pagamento 
PROVENTOS DESCONTOS 
Salário Contribuição previdenciária 
Horas extras Imposto de renda 
Férias Contribuição sindical 
Adicional de insalubridade Vale transporte 
Adicional de periculosidade Adiantamentos salariais 
Adicional noturno Faltas e atrasos 
Décimo terceiro salário Plano de saúde 
Outros proventos previstos em lei Outros descontos previstos em lei 
Fonte: elaborada pela autora (2017). 
É cediço que o salário, aqui compreendido em seu sentido mais 
amplo, possui caráter alimentar, com objetivo de prover o trabalhador 
e sua família, pelo que goza de especial proteção em dispositivos 
constitucionais e infraconstitucionais. 
A proteção do salário encontra resguardo em alguns princípios, 
como o princípio da intangibilidade salarial, que consubstância, dentre 
outros, no artigo 7º da Constituição Federal, a saber: “São direitos dos 
trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de 
sua condição social: X–proteção do salário na forma da lei, constituindo 
crime sua retenção dolosa”. 
Ademais, o artigo 462 da Norma Consolidada prevê ser vedado 
ao empregador efetuar descontos nos salários do empregado, 
salvo quando resultar de adiantamentos, dispositivos de lei ou 
contrato coletivo. 
Dessa forma, o empregador não pode, salvo se autorizado por lei, 
norma coletiva, ou em casos expressamente previstos pelo próprio 
empregado, efetuar quaisquer descontos no salário do empregado. 
7 
1.1 Descontos obrigatórios na folha de pagamento 
Não obstante a expressa vedação do empregador em efetuar descontos 
não autorizados, este é obrigado a realizar determinados descontos 
na folha de pagamento. São eles: contribuição previdenciária – INSS; 
contribuição fiscal – imposto de renda. 
1.1.1 Contribuição previdenciária – INSS 
Todos aqueles que exercem atividade laborativa com vínculo registrado 
na Carteira de Trabalho devem contribuir para a Previdência Social. 
Nesse caso, além de pagar a contribuição patronal, o empregador 
possui, também, a obrigação de descontar a contribuição relativa ao 
empregado e fazer o devido recolhimento. Conforme já exposto, o 
empregador tem a obrigação de elaborar mensalmente a folha de 
pagamento, o que também acarreta a obrigação acessória de transmitir 
as informações para a Previdência Social e FGTS–Caixa Econômica, 
através do Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à 
Previdência Social (SEFIP). 
A contribuição do empregado terá alíquota de 8%, 9% ou 11%, a 
depender
da faixa de enquadramento do seu salário de contribuição, o 
que será determinado pela Previdência Social. 
LINK 
Sobre o recolhimento complementar do trabalhador 
intermitente que percebe remuneração inferior a um 
salário mínimo, acesse o link: <https://g1.globo.com/ 
economia/noticia/trabalhador-podera-pagar-diferenca-da-
contribuicao-previdenciaria-quando-receber-menos-de-1-
salario-minimo-diz-fisco.ghtml>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
8 
 
 
 
 
 
Esse valor, para o empregado e trabalhador avulso, corresponde à: 
remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a 
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer 
título, durante o mês, destinados a retribuir o salário, qualquer que 
seja sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma 
de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer 
pelo serviço efetivamente prestado, quer pelo tempo a disposição do 
empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato 
ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença 
normativa. (BRASIL, 1991, [s.p.]) 
Assim, tem-se como base de cálculo o salário de contribuição, que 
observará os limites mínimo e máximo, nos valores estabelecidos por 
meio da Portaria do Ministério da Economia n. 09, de 16 de janeiro de 
2019, e terão aplicação sobre as remunerações a partir de 1º de janeiro 
de 2019, conforme apresentado na Tabela 1. 
Tabela 1 | Contribuição previdenciária para empregado, empregado 
doméstico e trabalhador avulso (2019) 
Salário de Contribuição (R$) Alíquota 
Até R$ 1.751,81 8% 
De R$ 1.751,82 a R$ 2.919,72 9% 
De R$ 2.919,73 até R$ 5.839,45 11% 
Fonte: <https://www.inss.gov.br/servicos-do-inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/ 
tabela-de-contribuicao-mensal/>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
Importante salientar que o limite máximo deverá ser observado. 
Dessa forma, ainda que o trabalhador perceba remuneração de, 
por exemplo, R$ 10.000,00, ou possua mais de um vínculo, e seus 
ganhos somados ultrapassem o limite de R$ 5.839,45, o desconto 
incidirá sobre o valor limite, no caso R$ 5.839,45 e não sobre o total 
percebido. 
9 
Cumpre esclarecer que os valores que compõem as tabelas relativas 
aos valores do INSS e IRPF são alterados anualmente, sendo as tabelas 
utilizadas neste material vigentes no ano de 2019. 
No que tange ao 13º salário, a alíquota deve ser aplicada de forma 
autônoma, não devendo este ser somado a outras verbas para o 
respectivo enquadramento na tabela. 
PARA SABER MAIS 
Para melhor compreensão de quais verbas têm a 
incidência da contribuição previdenciária, verifique 
em: “Cálculos Trabalhistas: para rotinas, liquidação de 
sentença e atualização de débitos Judiciais”, de Gisele 
Mariano da Rocha. 
Ademais, insta esclarecer que, nos moldes do artigo 214, §14 do Decreto 
3.048/99, “a incidência da contribuição sobre a remuneração das 
férias ocorrerá no mês a que elas se referirem, mesmo quando pagas 
antecipadamente, na forma da legislação trabalhista”. 
O recolhimento será feito através da Guia da Previdência Social (GPS) 
e deverá ocorrer até o dia 20 do mês seguinte ao que se refere à 
contribuição, e a do 13º salário até o dia 20 de dezembro. 
Exemplo 1: 
Empregado admitido sobre o salário fixo mensal de R$ 1000,00. Não 
realiza horas extras e não percebe qualquer adicional. O desconto 
referente ao INSS será de 8% sobre esse valor, ou seja, R$ 80,00. 
10 
Exemplo 2: 
Empregado com salário de R$ 4.500,00 que percebe adicional de 
insalubridade no valor de R$ 1.500,00. O salário do empregado será 
de R$ 6000,00. Contudo, deverá ser considerado o limite máximo 
estabelecido na tabela acima. Portanto, o desconto será de 11% sobre o 
limite máximo de R$ 5.839,45, ou seja, R$ 642,34. 
1.1.2 Contribuição Fiscal – Imposto de Renda 
O imposto de renda devido pelo trabalhador será retido na fonte 
pagadora, descontado pelo empregador diretamente na folha do 
pagamento do empregado e incidirá sobre os rendimentos tributáveis 
do obreiro, obedecidos os valores estabelecidos nas tabelas progressivas 
divulgadas pela Receita Federal do Brasil. 
Note-se que algumas verbas sofrem tributação exclusiva na fonte e, 
portanto, devem seguir algumas regras específicas, a saber: a) o 13º 
salário deverá ser tributado em separado, na sua integralidade, na 
época de quitação da última parcela; b) da mesma forma deve-se 
proceder com os rendimentos relativos às férias acrescidas do terço 
constitucional, ainda quando o pagamento se der em dobro; c) a 
importância percebida a título de participação nos lucros, deve estar nos 
moldes da Lei 10.101/2000. 
Para efeito de cálculos, será empregada a tabela utilizada a partir do 
mês de abril de 2015, ainda em vigor, cujos valores são apresentados 
na Tabela 2. 
Tabela 2 | Tabela progressiva para cálculo do imposto de renda 
Base de cálculo (R$) Alíquota (%) Parcela a deduzir do IRPF (R$) 
Até 1.903,98 - -
De 1.903,99 até 2.826,65 7,5 142,80 
11 
De 2.826,66 até 3.751,05 15 354,80 
De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 636,13 
Acima de 4.664,68 27,5 869,36 
Fonte: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/irpf-imposto-de-renda-
pessoa-fisica#tabelas-de-incid-ncia-mensal>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
A Tabela 2 determina, além da alíquota e base de cálculo, o valor da 
parcela a ser deduzida. 
PARA SABER MAIS 
Sobre as parcelas que podem ser deduzidas, verifique 
em: ROCHA, Gisele Mariano da. Cálculos Trabalhistas: 
para rotinas, liquidação de sentença e atualização de 
débitos Judiciais. 6ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado 
Editora, 2014. 
Constituirá obrigação do empregador informar à Secretaria da Receita 
Federal do Brasil a Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na 
Fonte (DIRF). 
Assim, temos o seguinte exemplo: 
Empregado contratado com salário mensal de R$ 3.000,00 que recebe 
adicional de insalubridade no valor de R$ 900,00, portanto, seu salário 
de contribuição para o INSS será de R$ 3.900,00. O valor a ser deduzido 
será de 11%, ou seja, R$ 429,00. Assim, tem-se como base de cálculo 
para o IRRF a base de cálculo de R$ 3.471,00. Considerando a Tabela 
2, o valor se enquadra na faixa da alíquota de 15%, ou seja, R$ 520,65. 
Deduzido o valor de R$ 354,80 o valor do imposto descontado será de 
R$ 165,85. 
12 
 
1.2 Contribuição sindical dos empregados 
Antes do advento da Lei 13.467/2017, a contribuição sindical dos 
empregados era devida por todos aqueles que participassem de uma 
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão 
liberal, em favor do sindicato representativo da profissão ou categoria, 
ou caso inexista, da federação correspondente. Dessa forma, tratava-se 
de desconto obrigatório na folha de pagamento dos empregados. 
Com a vigência da Lei 13.467/2017, o artigo 579 da CLT passou a 
disciplinar que: 
O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização 
prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria 
econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do 
sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo 
este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação. 
Nesse sentido, conforme disposição do artigo 545 da CLT: “Os 
empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento 
dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as 
contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados” (BRASIL, 
2017, [s.p.]). 
Assim, a contribuição sindical que antes era obrigatória passou a ser 
facultativa, dependendo, portanto, de autorização expressa do empregado. 
Nesse sentido, o artigo 578 da CLT expressa que: 
As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias 
econômicas
ou profissionais ou das profissões liberais representadas 
pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição 
sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste 
Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. (BRASIL, 
2017, [s.p.]) 
13 
 
 
 
 
Uma vez autorizada, a contribuição sindical deverá ser recolhida pelo 
empregador, anualmente, de uma vez só, mediante desconto na folha de 
pagamento do empregado, no mês de março, em valor correspondente a 
um dia da remuneração deste, conforme artigos 580 e 582 da CLT. 
Destarte, o recolhimento da contribuição referente a empregados e 
trabalhadores avulsos ocorrerá no mês de abril de cada ano, e o relativo 
aos agentes ou trabalhadores autônomos e profissionais liberais no mês 
de fevereiro, sempre ressalvada a exigência de autorização prévia e 
expressa, nos moldes do artigo 579 da CLT. 
A contribuição será recolhida à Caixa Econômica Federal e ao Banco 
do Brasil S.A. ou aos estabelecimentos bancários nacionais integrantes 
do sistema de arrecadação dos tributos federais, que por sua vez 
repassarão à Caixa Econômica Federal as importâncias arrecadadas 
(artigo 586 da CLT). 
A contribuição sindical tem natureza jurídica de tributo e o recolhimento 
será efetuado através da Guia de Recolhimento de Contribuição 
Sindical Urbana (GRCSU), normalmente fornecida pelos Sindicatos, 
mas que também se encontra disponível para emissão no site da Caixa 
Econômica Federal. O recolhimento será feito em apenas uma guia 
por empresa, nela computada a soma das contribuições sindicais dos 
respectivos empregados. 
Note-se que o artigo 580 da CLT, ao se referir ao valor da contribuição, 
não se utiliza do termo salário, mas da remuneração do empregado. O 
artigo 457, caput e § 1º, por sua vez, estabelecem que: 
Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos 
legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como 
contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º–Integram o 
salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e de função e 
as comissões pagas pelo empregador. 
14 
 
 
 
 
Considera-se como um dia de trabalho, para determinação da 
importância devida (artigo 582 da CLT): 
• uma jornada normal de trabalho, se o pagamento do empregado 
for feito por unidade de tempo; 
• 1/30 (um trinta avos) da quantia percebida no mês anterior, se a 
remuneração for paga por tarefa, empreitada ou comissão. 
Assim, podem ser citados os seguintes exemplos: 
a. Empregado que exerce jornada de 06 horas diárias, com salário no 
valor de R$ 10,00 por hora. Para esse empregado, a contribuição 
sindical será equivalente a uma jornada de trabalho, portanto, 
06hs x R$10,00. Ou seja, a contribuição sindical será no valor 
de R$ 60,00. 
b. Empregado admitido com salário base de R$ 1.000,00, que 
percebe adicional de insalubridade no valor de R$ 300,00 terá 
como base de cálculo para a contribuição sindical a remuneração 
de R$ 1.300,00. O valor da contribuição sindical será auferido 
dividindo-se o valor de R$ 1.300,00 por 30 dias de trabalho o que 
resultará no valor de R$ 43,33. 
2. Abono PIS-PASEP 
Segundo o artigo 239 da Constituição Federal: 
A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de 
Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 
1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, 
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a 
partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei 
dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 
3º deste artigo. (BRASIL, 1988, [s.p.]) 
15 
 
 
 
 
 
 
Assim, determina o § 3º do mesmo artigo que, para os empregados 
que percebam de empregadores que contribuem para o PIS 
ou para o Programa de Formação do PASEP até dois salários 
mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de 
um salário mínimo anual, computado nesse valor o rendimento 
das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos 
referidos programas, até a data da promulgação da Constituição 
Federal de 1988. 
Nesse sentido, o artigo 9º, I da Lei 7.998/90, com redação dada pela Lei 
13.134/15, prevê que é assegurado o recebimento de abono salarial 
anual, no valor máximo de um salário mínimo vigente na data do 
respectivo pagamento, aos empregados que: I–tenham percebido, de 
empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social 
(PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor 
Público (Pasep), até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração 
mensal no período trabalhado e que tenham exercido atividade 
remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base; II–estejam 
cadastrados há pelo menos 5 (cinco) anos no Fundo de Participação PIS-
Pasep ou no Cadastro Nacional do Trabalhador. 
O valor do abono será calculado na proporção de 1/12 (um doze 
avos) do salário mínimo vigente na data do respectivo pagamento, 
multiplicado pelo número de meses trabalhados no ano 
correspondente, considerando como mês integral a fração igual ou 
superior a 15 dias (artigo, 9º, § 2º e § 3º). 
Assim, considerando o salário mínimo de R$ 998,00 (vigente em 2019), 
uma pessoa que tenha laborado de 30 a 44 dias, perceberá o abono no 
valor de R$ 83,17. Caso tenha laborado entre 45 e 74 dias, o valor de 
R$ 166,33. 
16 
PARA SABER MAIS 
A Medida Provisória 813/2017 alterou a redação do artigo 
4º da Lei Complementar nº 26 de 1975 e estabeleceu que as 
contas creditadas nas contas individuais dos participantes 
do PIS-PASEP ficariam disponíveis aos titulares, para saque 
do saldo, nas hipóteses previstas nos incisos I a IV do § 1º do 
mesmo artigo. A leitura se faz necessária. 
3. Programa de Alimentação do Trabalhador 
O Programa de Alimentação do Trabalhador foi instituído pela Lei 
6.321/76 e tem como prioridade o auxílio ao trabalhador de baixa renda, 
assim considerado aquele que percebe remuneração de até 05 (cinco) 
salários mínimos. O empregador que aderir ao programa terá benefícios 
de natureza tributária. 
Em que pese a onerosidade suportada pela empresa na concessão do 
benefício, este não possui natureza salarial para nenhum fim. 
Nesse sentido, tem-se a Orientação Jurisprudencial nº 133 SDI-1 do TST 
“A ajuda alimentação fornecida por empresa participante do programa 
de alimentação do trabalhador, instituído pela Lei nº 6.321/76, não 
tem caráter salarial. Portanto, não integra o salário para nenhum 
efeito legal”. 
No mesmo sentido, preconiza o artigo 3º da Lei 6.321/76, ao salientar 
que “não se inclui como salário de contribuição a parcela paga in natura, 
pela empresa, nos programas de alimentação aprovados pelo Ministério 
do Trabalho”. 
17 
4. Vale Transporte 
O vale transporte foi instituído pela Lei 7.418/85, posteriormente 
regulamentada pelo Decreto 95.247/87, com objetivo de facilitar o 
deslocamento do trabalhador ao emprego. 
Assim, o empregador antecipa ao empregado o benefício do vale 
transporte para utilização efetiva com despesas de deslocamento entre 
a residência e o trabalho, através de sistema de transporte coletivo 
público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características 
semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão 
ou permissão de linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade 
competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais (artigo 1º Lei 
7.418/85). 
O valor do vale transporte será rateado entre empregado e empregador, 
sendo que o primeiro arcará com o valor máximo de 6% do seu salário 
base e o segundo o que exceder esse valor. 
Assim, se o trabalhador ganha o valor de R$ 1.000,00 como salário base 
e seu vale transporte custará o equivalente a R$ 300,00 por
mês, ele 
arcará com somente R$ 60,00 e o empregador com os outros R$ 240,00. 
Cumpre esclarecer que os valores relativos ao vale transporte não 
integram os ganhos do trabalhador, não servindo de base de cálculo 
para INSS, FGTS e IRRF. 
5. Registro na Carteira de Trabalho (CTPS) 
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é documento 
obrigatório do trabalhador que exerce suas atividades mediante vínculo 
de emprego. 
18 
 
 
 
 
A Carteira de Trabalho será apresentada, mediante contra recibo, pelo 
obreiro ao empregador quando da sua admissão, o qual terá o prazo 
de quarenta e oito horas para fazer as anotações referentes à data de 
admissão, à remuneração e às condições especiais, se houver, podendo 
utilizar-se de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme 
instruções a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho (artigo 29, 
caput, CLT). 
Devem constar as anotações concernentes à remuneração, com 
especificação de salário e sua composição (artigo 29, § 1º da CLT). 
Trata-se de obrigação do empregador, cuja inobservância acarretará a 
lavratura de auto de infração pela Fiscalização do Trabalho, (artigo 29, § 
3º da CLT) além de multa. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
Os descontos na folha de pagamento constituem uma obrigação do 
empregador. Essa obrigação teria como objetivo trazer benefícios 
ao empregado? Seria razoável que as partes do contrato pudessem 
transigir sobre essas obrigações? 
6. Considerações Finais 
• A elaboração folha de pagamento constitui obrigação do 
empregador, a quem incumbe efetuar alguns descontos 
obrigatórios; 
• O empregador que aderir ao Programa de Alimentação do 
Trabalhador terá benefícios de natureza tributária; 
• A lei estabelece a forma de rateio do vale transporte; 
• O registro em CTPS do empregado não constitui mera faculdade, 
não havendo em que se falar em transação sobre o tema. 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Glossário 
• PASEP: Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público 
• PIS: Programa de Integração Social 
• SDI-1: Subseção I Especializada em Dissídios Individuais–SBDI 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. A folha de pagamento, obrigatoriamente elaborada 
pelo empregador, conterá todos os proventos 
do trabalhador. Assim, configuram proventos do 
trabalhador, EXCETO: 
a. Adicional de Insalubridade. 
b. Décimo terceiro salário. 
c. Contribuição Sindical. 
d. Salário. 
e. Horas Extras. 
2. “A contribuição do empregado terá alíquota __________, 
a depender da faixa de enquadramento do seu salário 
de contribuição.” Assinale a alternativa que completa 
corretamente a assertiva acima: 
a. Correspondente a um dia de trabalho do empregado. 
b. De 8%, 9% ou 11%. 
c. De 7,5%, 15%, 22,5% ou 27,5%. 
d. De 9%, 10% e 11%. 
e. De 10%, 11% ou 12%. 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Conforme dicção do artigo 583 da CLT, o recolhimento 
da contribuição sindical referente a empregados e 
trabalhadores avulsos ocorrerá em qual mês? 
a. Fevereiro. 
b. Maio. 
c. Abril. 
d. Junho. 
e. Agosto. 
4. Não incidirão Imposto de Renda Retido na Fonte e INSS 
sobre a seguinte verba: 
a. Vale transporte. 
b. Adicional de insalubridade. 
c. Adicional de periculosidade. 
d. Adicional noturno. 
e. Décimo terceiro salário. 
5. Conforme dicção do artigo 29 da Consolidação das Leis 
Trabalhistas, a Carteira de Trabalho será apresentada, 
mediante contra recibo, pelo obreiro ao empregador, 
quando da sua admissão, o qual: 
a. Terá o prazo de vinte e quatro horas para fazer as 
respectivas anotações. 
b. Terá o prazo de quarenta e oito horas para fazer as 
respectivas anotações. 
c. Em comum acordo com o empregado, definirá o 
melhor prazo para efetuar as anotações. 
d. Somente fará as anotações depois de decorrido o 
período de experiência. 
e. Terá o prazo de setenta e duas horas para fazer as 
respectivas anotações. 
21 
Referências Bibliográficas 
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Editora 
LTR, 2011. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das 
Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ 
Del5452.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976. Dispõe sobre a dedução, do lucro 
tributável para fins de imposto sobre a renda das pessoas jurídicas, do dobro das 
despesas realizadas em programas de alimentação do trabalhador. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6321.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985. Institui o Vale-Transporte e dá 
outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ 
L7418.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 7.998, de 11 de janeiro de 1990. Regula o Programa do Seguro-
Desemprego, o Abono Salarial, institui o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e 
dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/ 
L7998.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Decreto nº 3.048, de 06 de maio de 1999. Aprova o Regulamento da 
Previdência Social, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Portaria MF nº 08, de 13 
de janeiro de 2017. Dispõe sobre o reajuste dos benefícios pagos pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social–INSS e dos demais valores constantes do Regulamento 
da Previdência Social–RPS. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/ 
sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=79662>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da 
Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8212cons.htm>. Acesso em: 20 
dez. 2017. 
_____. Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000. Dispõe sobre a participação dos 
trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa e dá outras providências. 
Disponível em: <http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/lei10101.htm>. 
Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as 
Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 
22 
24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/ 
L13467.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2011. 
ROCHA, Gisele Mariano da. Cálculos Trabalhistas: para rotinas, liquidação de 
sentença e atualização de débitos judiciais. São Paulo: Livraria do Advogado, 2014. 
SILVA, Homero Batista Mateus da. Comentários à Reforma Trabalhista. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2017. 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Orientações Jurisprudenciais. Disponível em 
<http://www.tst.jus.br/ojs>. Acesso em 09 jan. 2018. 
Gabarito 
Questão 1 - A opção correta é a C. 
Resolução: A contribuição sindical configura desconto referente a 
um dia de trabalho, efetuado anualmente na folha de pagamento 
do empregado, desde que devidamente autorizado por ele. 
Questão 2 - A opção correta é a B. 
Resolução: Conforme dicção do artigo 20 da Lei 8.212/91. 
Questão 3 - A opção correta é a C. 
Resolução: Nos moldes
do artigo 583 da CLT. A contribuição 
sindical descontada no mês de março e recolhida no mês de 
abril mediante Guia de Recolhimento de Contribuição Sindical 
Urbana – GRCSU. 
Questão 4 - A opção correta é a A. 
Resolução: Conforme disposição da Lei 7.418/85. 
Questão 5 - A opção correta é a B. 
Resolução: Conforme artigo 29 da CLT. 
23 
 
 
 
Rescisão trabalhista 
Autor: Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
Objetivos 
• Exposição das formas de extinção do contrato 
de trabalho; 
• Distinção entre rescisão com justa causa, sem justa 
causa, despedida indireta; 
• Conceito e rescisão dos contratos por prazo 
determinado. 
Introdução 
Em regra, os contratos de trabalho vigoram por prazo indeterminado. 
Destarte, podem ser rescindidos de três formas: com justa causa do 
empregado, com justa causa do empregador e sem justa causa. Algumas 
regras inerentes a essas dispensas se aplicam também na rescisão dos 
contratos com prazo determinado, que, por sua vez, possuem diretrizes 
próprias de extinção. 
1. Conceito 
A rescisão trabalhista pode ser conceituada como o término do liame 
empregatício, que por sua vez extingue o vínculo existente entre 
empregado e empregador, bem como as obrigações decorrentes do 
contrato de trabalho. 
2. Tipos de Rescisões Trabalhistas 
Em que pese a norma consolidada se utilizar do termo “rescisão” para 
qualquer forma de terminação do contrato de trabalho, a doutrina 
diverge sobre essa nomenclatura. 
Para fins didáticos, aos ensinamentos de Renato Saraiva (2012, p.263), 
serão utilizadas “as seguintes nomenclaturas para indicar as formas 
de terminação do contrato de emprego: resilição, resolução, rescisão, 
formas atípicas de extinção normal do contrato de trabalho”. 
PARA SABER MAIS 
A classificação mencionada encontra-se disponível em 
“Direito do Trabalho”, de Renato Saraiva. 
25 
Entende-se por resilição o rompimento do vínculo de emprego, por uma 
ou ambas as partes, de forma imotivada ou sem justo motivo. Nessa 
hipótese, estão compreendidas três situações: pedido de demissão do 
obreiro; dispensa sem justa causa do empregado; distrato. Entendemos 
que, com o advento da Lei 13.467/2017, a hipótese de rescisão por 
acordo entre empregado e empregador também passa a se enquadrar 
como hipótese de resilição. 
Já a resolução ocorre em virtude de ato faltoso, praticado por um ou 
por ambos os sujeitos do contrato. Essa situação, que também pode 
ocorrer tanto nos contratos por prazo determinado quanto por prazo 
indeterminado, materializa-se em três hipóteses: demissão por justa 
causa; rescisão ou despedida indireta; culpa recíproca. 
A rescisão, por sua vez, configura hipótese de término do contrato 
em decorrência de nulidade. É o que ordinariamente ocorre quando 
a administração pública, direta ou indireta, efetua contratações em 
desacordo com o mandamento constitucional que exige a realização de 
concurso público. 
Como formas atípicas de extinção do contrato de trabalho podem-
se destacar: extinção da empresa ou estabelecimento; morte do 
empregador pessoa física; morte do empregado; falência da empresa; 
força maior; fato do príncipe; aposentadoria espontânea; desempenho 
de obrigações legais incompatíveis. 
Por fim, a extinção normal do contrato de trabalho se dá quando há 
cumprimento integral do objeto pactuado no contrato por prazo 
determinado. 
Cumpre frisar, mais uma vez, que não há unanimidade na doutrina 
sobre a classificação da extinção dos contratos de trabalho. 
Ademais, a Lei 13.467/2017 acrescentou o artigo 484-A à CLT, trazendo 
mais uma forma de extinção do liame empregatício, denominada 
rescisão por acordo entre empregado e empregador. 
26 
 
 
 
 
 
 
Todas as formas acima mencionadas têm em comum o fato de 
colocarem fim no pacto laboral, e diferem-se, principalmente, no que 
tange ao pagamento das verbas rescisórias, conforme será demonstrado 
no momento oportuno. 
Passamos a analisar algumas das formas mais usuais de extinção dos 
contratos de trabalho. 
2.1 Dispensa sem justa causa 
A dispensa sem justa causa ocorre quando o empregador promove a 
ruptura do contrato de trabalho, independentemente da vontade do 
empregado, de forma imotivada e unilateral. 
Em princípio, o empregador possui direito potestativo de promover a 
dispensa imotivada do empregado, encontrando limites em algumas 
situações determinadas, como os empregados que gozam das 
estabilidades previstas em lei. 
Isso porque o Brasil denunciou em 20/11/1996 a Convenção número 158 
da Organização Internacional do Trabalho, sobre o Término da Relação 
de Trabalho por Iniciativa do Empregador, que regulamentaria a dispensa 
imotivada, prevendo a necessidade de uma causa justificada, relacionada 
com a capacidade, comportamento ou baseada nas necessidades de 
funcionamento da empresa, estabelecimento ou serviço. 
LINK 
A Convenção 158 encontra-se disponível no site da OIT 
Brasil. Disponível em: 
<http://www.ilo.org/brasilia/convencoes/WCMS_236164/ 
lang—pt/index.htm>. Acesso em: 22 dez. 2017. 
27 
Importante salientar que a dispensa imotivada não se confunde com 
dispensa pautada em critérios discriminatórios, que por sua vez 
fere o princípio constitucional da isonomia, previsto no artigo 5º da 
Constituição Federal de 1988. 
Mesmo se tratando de um direito do empregador, é certo que o 
legislador tenta desestimular tal forma de ruptura, prevendo o 
pagamento de verbas de natureza indenizatória, não devidas, por 
exemplo, na dispensa por justa causa. 
Assim, quando da dispensa sem justa causa, conforme veremos no 
momento oportuno, o trabalhador fará jus, dentre outras verbas, de 
indenização compensatória no valor de 40% dos depósitos fundiários, 
guias de seguro-desemprego, aviso prévio trabalhado e indenizado. 
2.2 Dispensa com justa causa 
Entende-se por justa causa o ato faltoso cometido pelo empregado, 
cuja gravidade culmina na quebra da confiança e boa-fé presentes no 
contrato de trabalho e, como consequência, acarreta seu fim. 
A dispensa por justa causa é considerada a maior penalidade que 
pode ser aplicada ao obreiro. Isso porque essa forma de dispensa 
retira do empregado, em regra, qualquer direito a verbas de natureza 
indenizatória, percebendo apenas saldo de salário e férias vencidas 
acrescidas do terço constitucional. 
Assim, dada sua gravidade, a dispensa por justa causa prescinde da 
comprovação de alguns requisitos: gravidade da falta; proporcionalidade 
da pena; non bis in idem; imediaticidade; inalteração da punição; 
vinculação entre a infração e a pena; conduta dolosa ou culposa 
do obreiro. 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARA SABER MAIS 
Como sugestão, faça a leitura do “Curso de Direito do 
Trabalho”, de Alice Monteiro de Barros, Editora LTR. 
O artigo 482 da Consolidação das Leis Trabalhistas estabelece 
as hipóteses fáticas aptas a configurarem a justa causa do 
empregador, a saber: 
a. ato de improbidade; 
b. incontinência de conduta ou mau procedimento; 
c. negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do 
empregador, e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual 
trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço; 
d. condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha 
havido suspensão da execução da pena; 
e. desídia no desempenho das respectivas funções; 
f. embriaguez habitual ou em serviço; 
g. violação de segredo da empresa; 
h. ato de indisciplina ou de insubordinação; 
i. abandono de emprego; 
j. ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer 
pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima 
defesa, própria ou de outrem; 
k. ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra
o 
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, 
própria ou de outrem; 
l. prática constante de jogos de azar. 
m. perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício 
da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. (BRASIL, 
1943, [s.p.]) 
29 
LINK 
Acesse o site “Consultor Jurídico” a respeito da demissão 
sem justa causa. Disponível em: <http://www.conjur.com. 
br/2015-jul-06/alcoolatra-demitido-justa-causa-reintegrado-
indenizado>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
O parágrafo único, por sua vez, determina que constitui igualmente justa 
causa para dispensa de empregado, a prática, devidamente comprovada 
em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança nacional. 
Além do artigo 482 da CLT, algumas outras situações aptas a ensejar a 
dispensa por justa causa são trazidas pela própria norma e também por 
outros diplomas legais. Citamos como exemplo o artigo 240 da CLT e o 
artigo 7º, § 3º do Decreto 95.247/87. 
Nesse sentido, discute-se se o artigo 482 da CLT seria taxativo ou 
exemplificativo. Embora a lei determine outras hipóteses que ensejem 
a dispensa com justa causa, todas elas podem ser englobadas nos tipos 
descritos no artigo 482 da norma consolidada, prevalecendo, portanto, 
que a lista nele contida é taxativa. 
2.3 Despedida Indireta 
A despedida indireta, também denominada por rescisão indireta, ocorre 
quando a falta grave apta a ensejar a ruptura do liame contratual é 
cometida pelo empregador. 
Ocorre que, para que o trabalhador comprove a justa causa do 
empregador, faz-se necessário o ajuizamento de reclamação trabalhista 
pleiteando a respectiva indenização. Nesse caso, conforme veremos em 
tópico próprio, reconhecida a justa causa do empregador, o trabalhador 
30 
 
 
 
 
 
 
 
 
fará jus às mesmas verbas rescisórias a que teria direito se fosse 
dispensado sem justa causa. 
Assim, o artigo 483 da CLT preconiza que: 
o empregado poderá considerar rescindido o contrato de trabalho e pleitear 
a devida indenização quando: 
a. forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários 
aos bons costumes, ou alheios ao contrato; 
b. for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor 
excessivo; 
c. correr perigo manifesto de mal considerável; 
d. não cumprir o empregador as obrigações do contrato; 
e. praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua 
família, ato lesivo da honra e boa fama; 
f. o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso 
de legítima defesa, própria ou de outrem; 
g. o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, 
de forma a afetar sensivelmente a importância dos salários. (BRASIL, 
1943, [s.p.]) 
2.4 Rescisão por acordo entre empregado e empregador 
Segundo o artigo 484-A da Norma consolidada, acrescentado pela Lei 
13.467/2017, o contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre 
empregado e empregador. 
Essa hipótese oficializou uma prática muito comum encontrada no 
mercado de trabalho, até então ignorada pelo legislador, em que a 
intenção de colocar fim ao liame laboral partia do empregado, mas este 
negociava com o empregador para que fosse “mandado embora”. 
Nesse caso, conforme será analisado no momento oportuno, o artigo 
484-A da CLT prevê que algumas verbas, tais como aviso prévio 
31 
 
 
 
 
 
 
 
indenizado e indenização sobre o FGTS serão devidas pela metade e as 
demais, na integralidade. 
PARA SABER MAIS 
O contrato de trabalho intermitente, inovação trazida pela Lei 
13.467/2017, também possibilita a rescisão por justa causa, 
nos moldes do artigo 482 e 483 da CLT, conforme disposição 
do caput do artigo 452-E da CLT, cuja leitura recomenda-se. 
2.5 Contrato por Prazo Determinado 
Em virtude do princípio da continuidade da relação de emprego, 
tem-se como regra que todos os contratos sejam pactuados por 
prazo indeterminado, constituindo exceção os contratos por prazo 
determinado ou a termo. 
O contrato por prazo determinado ou a termo somente poderá ser 
fixado nos casos permitidos em lei, podendo ser destacadas as seguintes 
modalidades: 
I. Contrato por prazo determinado na Consolidação das Leis 
Trabalhistas – artigo 443 da CLT; 
II. Contrato por prazo determinado – Lei 9.601/1998; 
III. Contrato de trabalho temporário – Lei 6.019/1974; 
IV. Contrato de obra certa. 
2.5.1 Contrato por prazo determinado na CLT 
Segundo o artigo 443 da Consolidação das Leis Trabalhistas, os contratos 
de trabalho poderão ser acordados verbalmente ou por escrito, por 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho 
intermitente. 
O § 1º do mesmo artigo considera como prazo determinado o contrato 
cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços 
especificados, ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível 
de previsão aproximada. 
O § 2º, por sua vez, considera válido o contrato por prazo determinado 
somente em se tratando: 
a. de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a 
predeterminação do prazo. Nesse caso, leva-se em consideração 
a natureza ou a periodicidade do trabalho a ser desenvolvido. 
Assim, podem ser citados como exemplos o aumento de 
produção pontual ou a realização de montagem de determinado 
equipamento. 
b. atividades empresariais de caráter transitório. O caráter 
transitório, temporário e provisório diz respeito à atividade 
da empresa, e não ao trabalho desenvolvido pelo empregado. 
Tem-se como exemplo empresas que funcionam em épocas 
determinadas, como para comercializar artigos de Natal. 
Essa modalidade contratual, bem como a anterior, tem 
prazo máximo de 02 anos (artigo 445 da CLT), podendo ser 
prorrogado uma única vez, sem contudo ultrapassar esse prazo 
(artigo 451 da CLT). 
c. contrato de experiência. O contrato de experiência constitui 
espécie de contrato por prazo determinado em que ambas as 
partes têm a oportunidade de verificar se têm interesse em 
estabelecer um vínculo por prazo indeterminado. 
Mencionado contrato tem prazo máximo de 90 dias, podendo ser 
prorrogado uma única vez sem, contudo, ultrapassar esse período, nos 
moldes do artigo 445, parágrafo único e 451 da CLT. 
33 
Assim, é possível que se faça um contrato de 30 dias e depois o 
prorrogue por mais 60 dias. A prorrogação deve ocorrer de forma 
expressa, sendo que, se feita de forma tácita, o contrato passará a viger 
por prazo indeterminado. 
2.5.1.1 Da Rescisão antecipada do contrato por prazo 
determinado 
Em regra, os contratos por prazo determinado ou a termo extinguem-se 
na data prevista. 
As regras relativas ao término com justa causa também se aplicam a 
esses contratos, prevalecendo as mesmas regras com relação às verbas 
rescisórias. 
Contudo, caso o empregador, sem justa causa, dispense o empregado, 
será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e por metade, a 
remuneração a que teria direito até o término do contrato, nos moldes 
do artigo 479 da CLT. Igual direito detém o empregador. 
Assim, o empregado também não poderá desligar-se do contrato, sob 
pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse 
fato resultarem em valor não excedente à que teria direito o empregado 
nas mesmas condições (artigo 480 da CLT). 
2.5.2 Contrato por prazo determinado da Lei 9.601/1998 
A Lei 9.601/1998 trouxe a possibilidade da contratação por prazo 
determinado, independentemente das condições estabelecidas no § 2º 
do artigo 443 da CLT. Ou seja, poderiam ser contratados trabalhadores 
por prazo determinado para quaisquer atividades. 
34 
 
 
Tais contratações também não estariam adstritas à regra contida no 
artigo 451
da CLT. 
Ocorre que o próprio diploma legal restringiu essa espécie de 
contratação à previsão em acordos ou convenções coletivas. 
Em virtude das inúmeras flexibilizações aos direitos trabalhistas 
trazidas pela norma em tela, esta ainda encontra grande resistência dos 
sindicatos obreiros, o que tem acarretado pouca aplicação prática. 
Caso haja rescisão antecipada desse contrato, não se aplica a disposição 
dos artigos 479 e 480 da CLT, mas sim o que for determinado em Acordo 
ou Convenção coletiva, acrescido da multa de 40% sobre o FGTS. 
2.5.3 Contrato por prazo determinado da Lei 6.019/1974 
Segundo o artigo 2º da Lei 6.019/74, com redação dada pela Lei 
13.429/2017, trabalho temporário 
(...) é aquele prestado por pessoa física contratada por uma empresa de 
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora 
de serviços, para atender à necessidade de substituição transitória de 
pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços. 
Mencionada espécie contratual somente poderá ser utilizada no meio 
urbano, sendo vedada no meio rural, também sendo vedada em caso de 
greve, salvo, nesta última hipótese, nos casos previstos em lei. 
Sua aplicação e utilização podem ser verificadas, por exemplo, nos finais 
de ano, pelos hotéis, restaurantes, quando da necessidade de suprir o 
excesso de serviço em determinados períodos. 
Diferentemente dos contratos ordinários, nessa espécie contratual podem 
ser identificados três sujeitos: a empresa de trabalho temporário, que 
35 
 
 
 
 
funciona como intermediadora de mão de obra e deve ser registrada no 
Ministério do Trabalho, o trabalhador temporário e o tomador de serviços. 
Segundo o caput do artigo 10º da Lei 6.019/74, qualquer que seja o ramo 
da empresa tomadora de serviços, não há vínculo de emprego entre ela 
e os trabalhadores contratados pelas empresas de trabalho temporário. 
Com relação ao prazo, os §§ 1º e 2º do artigo 10 da Lei 6.019/74 
prevê que contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo 
empregador, não poderá exceder o prazo de 180 dias, consecutivos ou 
não. Tal prazo poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos 
ou não, além do prazo estabelecido no § 1o do artigo 10, quando 
comprovada a manutenção das condições que o ensejaram. 
2.5.4 Contrato de obra certa 
O contrato por obra certa foi instituído pela Lei 2.959/1956, contudo, 
trata-se de contrato por prazo determinado, justificado pela natureza ou 
transitoriedade do contrato, nos mesmos moldes daqueles disciplinados 
no § 2º, artigo 443 da CLT. 
O contrato por obra certa acaba com o final da obra ou do serviço 
contratado. 
Na hipótese de ocorrer rompimento antecipado do contrato, sem justo 
motivo pelo empregador, o obreiro terá direito à multa prevista no 
artigo 479 da CLT, bem como à multa de 40% sobre o FGTS. 
Ademais, nos moldes do artigo 2º da Lei 2.959/1956: 
(...) rescindido o contrato de trabalho em face do término da obra ou 
serviço, tendo o empregado mais de 12 (doze) meses de serviço, ficar-lhe-á 
assegurada a indenização por tempo de trabalho na forma do artigo 478 da 
Consolidação das Leis do Trabalho, com 30% (trinta por cento) de redução. 
36 
 
 
 
 
 
 
 
Prevalece o entendimento de que, finda a obra, o obreiro fará jus ao 
levantamento do saldo existente no FGTS, não havendo em que se falar 
na indenização prevista no artigo 2º. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
Sabe-se que a justa causa é a punição mais severa que pode ser 
aplicada ao empregado, uma vez que acarreta uma drástica redução 
na composição de suas verbas rescisórias. Nesse sentido, seria 
razoável considerar meramente exemplificativo o rol do artigo 482 
da CLT? A aplicação de penalidade por hipótese não prevista no 
artigo seria considerada justa? 
3. Considerações Finais 
• Nos contratos por prazo indeterminado, a forma de extinção 
implicará necessariamente na aferição das verbas rescisórias; 
• Os contratos por prazo determinado somente poderão ser 
celebrados nas hipóteses previstas em lei, e em regra extinguem-
se pelo fim do seu termo; 
• Algumas das regras aplicadas na extinção dos contratos 
por prazo indeterminado também se aplicam aos contratos 
por prazo determinado quando do seu término antecipado, 
contudo, suas verbas rescisórias serão calculadas de 
forma própria. 
Glossário 
• OIT – Organização Internacional do Trabalho. 
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VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Não configura hipótese de rescisão do contrato de 
trabalho com justa causa: 
a. Ato de improbidade. 
b. Desídia no desempenho das respectivas funções. 
c. Falta injustificada por 02 dias consecutivos. 
d. Ato de indisciplina ou de insubordinação. 
e. Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no 
serviço, contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas 
mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa. 
2. Segundo o artigo 483 da CLT, “o empregado poderá 
considerar rescindido o contrato de trabalho e pleitear a 
devida indenização” quando: 
a. Não correr perigo manifesto de mal considerável. 
b. Receber de seus superiores hierárquicos ordens com 
relação ao bom andamento do trabalho. 
c. Cumprir corretamente o empregador com as 
obrigações do contrato. 
d. Praticar o empregador ou seus prepostos, contra 
ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e 
da boa fama. 
e. O empregador exigir o uso de uniformes. 
3. O contrato de experiência terá prazo máximo de: 
a. 180 dias. 
b. 30 dias. 
c. 45 dias. 
d. 60 dias. 
e. 90 dias. 
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4. Nos contratos por prazo determinado, caso o 
empregador, sem justa causa, dispense o empregado, 
será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização: 
a. Um salário mínimo. 
b. Metade da remuneração a que teria direito até o fim 
do contrato. 
c. Dois salários contratuais. 
d. Um salário contratual. 
e. O empregado não terá direito a nenhuma indenização, 
pois a rescisão decorre do seu direito potestativo. 
5. Sobre o trabalho temporário previsto na Lei 6.019/1974, 
assinale a alternativa CORRETA: 
a. Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, 
devidamente registrada no Ministério do Trabalho, 
responsável pela colocação de trabalhadores à 
disposição de outras empresas temporariamente. 
b. A empresa tomadora contrata, remunera e dirige 
o trabalho realizado por seus trabalhadores, ou 
subcontrata outras empresas para realização desses 
serviços. 
c. É permitida a contratação de trabalho temporário 
para a substituição de trabalhadores em greve, em 
qualquer hipótese. 
d. A empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica, 
devidamente registrada no Ministério do Trabalho, 
responsável pela colocação de trabalhadores à 
disposição de outras empresas temporariamente. 
e. Empresa prestadora de serviços é a pessoa jurídica 
ou entidade a ela equiparada que celebra contrato 
de prestação de trabalho temporário com a empresa 
definida no art. 4o da Lei 6.019/74. 
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Referências Bibliográficas 
BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 7. ed. São Paulo: Editora 
LTR, 2011. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. 
Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das 
Leis do Trabalho. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ 
Del5452.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Lei nº 2.959, de 17 de novembro de 1956. Altera o Del nº 5.452, de 01/05/32 
(CLT), e dispõe sobre os contratos por obra o serviço certo. Disponível em: <http:// 
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L2959.htm>. Acesso
em: 21 dez. 2017. 
_____. Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974. Dispõe sobre o Trabalho Temporário 
nas Empresas Urbanas, e dá outras Providências. Disponível em: <http://www. 
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6019.htm>. Acesso em: 21 dez. 2017. 
_____. Lei nº 9.601, de 21 de janeiro de 1998. Dispõe sobre o contrato de trabalho 
por prazo determinado e dá outras providências. Disponível em: <http://www. 
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9601.htm>. Acesso em: 21 dez. 2017. 
_____. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e as 
Leis nos 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 
24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/ 
L13467.htm>. Acesso em: 20 dez. 2017. 
_____. Decreto nº 95.247, de 17 de novembro de 1987. Regulamenta a Lei n° 7.418, 
de 16 de dezembro de 1985, que institui o Vale-Transporte, com a alteração da Lei 
n° 7.619, de 30 de setembro de 1987. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ 
ccivil_03/decreto/d95247.htm>. Acesso em: 21 dez. 2017. 
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO – OIT. Convenção nº 158. Término da 
Relação de Trabalho por Iniciativa do Empregador. Disponível em: <https://www.ilo.org/ 
brasilia/convencoes/WCMS_236164/lang--pt/index.htm>. Acesso em: 27 mai. 2019. 
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho. 24. ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 2011. 
SARAIVA, Renato. Direito do Trabalho. 15. ed. São Paulo: Método, 2013. 
SILVA, Homero Batista Mateus da. Comentários à Reforma Trabalhista. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2017. 
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Gabarito 
Questão 1 - A opção correta é a C. 
Resolução: Todas as alternativas estão descritas no artigo 482 da 
CLT, exceto a prevista no item C. 
Questão 2 - A opção correta é a D. 
Resolução: A hipótese trazida no item D encontra-se prevista no 
artigo 483 “e” da CLT. 
Questão 3 - A opção correta é a E. 
Resolução: Conforme disposição do artigo 451 da CLT. 
Questão 4 - A opção correta é a B. 
Resolução: Conforme expressa disposição do artigo 480 da CLT. 
Questão 5 - A opção correta é a A. 
Resolução: A alternativa corresponde à disposição literal do artigo 
4º da Lei 6.019/74. A alternativa B está incorreta pois quem contrata 
e assalaria é a empresa prestadora de serviços, nos moldes do 
artigo 4-A, § 1º da Lei 6.019/74. A alternativa C está incorreta porque 
expressa afronta ao artigo 2º, § 1º da Lei 6.019/74. A alternativa D 
está incorreta pois a descrição corresponde à empresa prestadora 
de serviços e não tomadora. A alternativa E está incorreta pois 
o conceito trazido refere-se à empresa tomadora, conforme 
disposição do artigo 5º da Lei 6.019/74. 
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13º salário. Férias. Aviso prévio. 
Verbas rescisórias 
Autor: Fernanda Vassoler Gonçalves Rosa Guedes da Silva 
Objetivos 
• Exposição e formas de cálculos do 13º salário e 
férias, bem como contagem do aviso prévio; 
• Incidência ou não incidência das verbas expostas 
nas verbas rescisórias; 
• Distinção entre as verbas rescisórias devidas nas 
diversas hipóteses de terminação do contrato 
de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
O pagamento do 13º salário e férias é um direito do empregado, 
considerado um grande avanço na esfera trabalhista. Da mesma forma, 
o aviso prévio tem como objetivo trazer maior segurança às partes 
contratantes, para que não vejam o vínculo estabelecido entre elas 
extinguir-se de forma abrupta. Ademais, a compreensão dessas verbas 
é imprescindível para a verificação de sua incidência no pagamento das 
verbas rescisórias devidas nas diferentes formas de extinção do contrato 
de trabalho. 
1. 13º Salário 
O 13º salário, também conhecido como gratificação natalina, integra 
o rol de direitos sociais previsto no artigo 7º da CF/88, apesar de sua 
previsão datar de 1962, com a Lei 4.090/62. 
Assim, a gratificação corresponderá a 1/12 (um doze avos) da 
remuneração devida em dezembro, por mês de serviço do ano 
correspondente, considerando como mês integral a fração igual ou 
superior a 15 dias. 
Destarte, segundo a Lei 4.749/1965, a gratificação será paga até o 
dia 20 de dezembro de cada ano, em duas parcelas: a) a primeira, 
considerada adiantamento da gratificação, entre os meses de 
fevereiro e novembro de cada ano, no valor da metade do salário 
percebido pelo obreiro no mês anterior; b) a segunda parcela, paga 
pelo empregador até o dia 20 de dezembro, utilizando-se como base 
a remuneração do mês de dezembro, compensada a importância a 
título de adiantamento. 
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PARA SABER MAIS 
Sobre o pagamento da gratificação para os trabalhadores 
com remuneração variável, verifique em Renato Saraiva, 
“Direito do Trabalho”, série Concursos Públicos, bem como 
o Decreto 57.155/1965. 
A base de cálculo utilizada para o pagamento da gratificação será 
a remuneração do empregado, que compreende todas as verbas 
percebidas pelo empregado com habitualidade ou por força de contrato. 
LINK 
Sobre a base de cálculo da gratificação natalina, veja as 
Súmulas 45 e 60 do TST, disponíveis em: <http://www.tst. 
jus.br/sumulas>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
Cumpre esclarecer que os valores relativos ao FGTS deverão ser 
recolhidos nas duas parcelas, enquanto o INSS e IRPF somente no 
pagamento da segunda parcela. Para os exemplos abaixo, serão 
utilizadas as alíquotas disponíveis no Módulo 01, portanto, nos dois 
exemplos não haverá o pagamento de IRPF. 
Assim, para o pagamento, utilizaremos o seguinte cálculo: 
Exemplo 1: 
Mensalista admitido antes, ou até 17/01. Considerando a fração igual 
ou superior a 15 dias, este trabalhador, em regra, terá direito a 12/12 da 
gratificação. Assim, considerando o trabalhador admitido no dia 05/01, 
com salário contratual de R$ 1.800,00, temos: 
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• Primeira parcela – paga entre fevereiro e novembro: R$ 1.800,00/ 
2 = R$900,00. 
• Segunda parcela – paga até 20 de dezembro: R$ 900,00. Contudo, 
haverá o desconto de 9% referente ao INSS. Assim, 9% x R$ 
1.800,00 = R$162,00. Portanto, o valor da segunda, com as 
respectivas deduções, será de R$ 900,00 – R$ 162,00 = R$ 738,00. 
Exemplo 2: 
Trabalhador admitido em 01/02. Este terá direito a 11/12 da gratificação, 
uma vez que não terá direito à fração referente ao mês de janeiro. 
Considerando o salário mensal de R$ 1.800,00, temos: 
• Primeira parcela: R$ 1.800,00 x 11/12 = R$ 1.650,00/ 2 = R$ 825,00 
• Segunda parcela: R$ 825,00 – (R$ 1.650,00 x 8%) = R$ 825,00 – R$ 
132,00 = R$ 693,00. 
2. Férias 
Da mesma forma que direito ao 13º salário, o direito às férias encontra-
se constitucionalmente previsto. Assim, o artigo 7º, XVII, garante o gozo 
de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que 
o salário normal. 
A aquisição das férias ocorrerá nos moldes do artigo 134 da CLT, contando-
se 1/12 por mês de trabalho, desde a admissão, sendo que, ao final de 12 
meses de labor, o obreiro terá completado o chamado período aquisitivo. 
O período de 12 meses subsequente à aquisição é chamado de período 
concessivo, dentro do qual o trabalhador deverá gozar suas férias. 
Dessa forma, o trabalhador terá direito, em regra, a 30 dias de 
férias, diminuídos de acordo com suas faltas, nos termos do artigo 
130, I da CLT. 
45 
LINK 
A Lei 13.467/2017 trouxe a possibilidade de fruição das 
férias em até três períodos, desde que haja concordância 
do empregado e respeitados os requisitos trazidos pelo 
artigo 134, § 1º da CLT, disponível em <http://www.planalto. 
gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>. Acesso em: 21 
dez. 2017. 
Cumpre esclarecer que abordaremos
o pagamento das férias para os 
trabalhadores mensalistas que já completaram o período aquisitivo 
de um ano. 
PARA SABER MAIS 
Sobre os demais regimes de concessão de férias, consulte 
o “Curso de Direito do Trabalho”, de Amauri Mascaro do 
Nascimento, e o “Curso de Direito do Trabalho”, de Alice 
Monteiro de Barros. 
A base de cálculo a ser utilizada será a remuneração do empregado na 
época da concessão das férias. 
E ainda, é facultado ao empregado a conversão de 1/3 do período de 
suas férias em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria 
devida nos dias correspondentes. 
O pagamento das férias deverá ser feito até dois dias antes do início 
do período de gozo, momento que o empregado dará quitação do 
pagamento em recibo, no qual constarão as datas de início e fim 
do período. 
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Conforme já exposto, sobre as férias incidirão o recolhimento de INSS, 
FGTS e IRPF. 
Do mesmo modo que nos cálculos relativos à gratificação natalina, 
utilizaremos as tabelas disponibilizadas no material do Módulo 01. 
Exemplo 1: 
Trabalhador admitido em 01/06/2016 com salário base de R$ 2.000,00. 
Durante seu período aquisitivo, percebe habitualmente a média mensal 
de R$ 200,00, referente às horas extras realizadas. Gozará férias de 
01/10/2017 a 30/10/2017. Assim, teremos: 
Tabela 1 | Férias 
Evento – Férias Ref. Proventos Descontos 
Valor Férias (remuneração) R$ 2.200,00 
1/3 Férias R$ 733,33 
INSS 11% R$ 322,67 
IRPF 7,5% R$ 53,00 
Totais R$ 2.933,33 R$ 375,67 
TOTAL LÍQUIDO R$ 2.557,66 
Exemplo 2: 
Considerando as mesmas datas e valores do exemplo anterior, nesse 
caso o trabalhador requereu o pagamento do abono pecuniário de 1/3 
de suas férias. Importante esclarecer que no abono pecuniário não 
incidirão os descontos referentes ao INSS, IRPF ou recolhimento de 
FGTS, e seu valor não incidirá como base de cálculo para essas verbas. 
Dessa forma, temos: 
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Tabela 2 | Férias e abono pecuniário 
Evento – Férias Ref. Proventos Descontos 
Valor Férias (remuneração) R$ 1.466,67 
1/3 Férias R$ 488,89 
Abono pecuniário 10 dias R$ 733,33 
1/3 abono pecuniário R$ 244,44 
INSS 9% R$ 176,00 
IRPF 0,0% 
Totais R$ 2.933,33 R$ 176,00 
TOTAL LÍQUIDO R$ 2.757,33 
3. Aviso Prévio 
O aviso prévio consiste na comunicação antecipada da parte que deseja 
colocar fim ao vínculo de empregado. 
O artigo 7º, XXI da CF/88 fixou o prazo mínimo de 30 dias, o que 
posteriormente foi regulamentado pela Lei 12.506/2011. 
Assim, o aviso prévio será concedido na proporção de 30 dias para 
os empregados que têm até um ano de empresa e, para os que 
ultrapassarem este prazo, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de 
serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) 
dias, totalizando, assim, um total de 90 (noventa) dias. 
PARA SABER MAIS 
Vide súmula 441 do TST. Disponível em: <http://www.tst.jus. 
br/sumulas>. Acesso em: 17 abr. 2019. 
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O aviso prévio poderá ser trabalhado (no qual incidirão normalmente 
as contribuições e recolhimentos relativos ao INSS, FGTS e IRPF) ou 
indenizado (sobre o qual não incidirá o IRPF) e integrará o tempo de 
serviço para todos os fins. 
Durante o curso do aviso prévio, o horário normal de trabalho do 
empregado será reduzido em 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do 
salário integral, nos moldes do artigo 488 da CLT. 
O prévio aviso incumbe a ambas as partes do contrato de trabalho e 
será indenizado quando uma delas optar pelo seu rompimento abrupto. 
Sendo por iniciativa do empregador, deverá indenizar o obreiro com 
o valor da remuneração correspondente ao período do aviso prévio. 
Sendo a iniciativa do empregado, este valor deverá ser descontado na 
ocasião da quitação das verbas rescisórias. 
Insta ressaltar que, ainda quando indenizado, o aviso prévio projeta-se 
no tempo. Desta forma, quando pago em pecúnia, os avos relativos ao 
aviso deverão ser computados para fins de cálculo de férias e décimo 
terceiro salário. 
Por fim, cumpre esclarecer que o empregado fará jus ao prévio aviso 
nas seguintes hipóteses: despedida sem justa causa, rescisão indireta, 
falência ou concordata, extinção da empresa sem força maior e, 
ainda, nos contratos por prazo determinado que contenham cláusula 
assecuratória do direito recíproco de rescisão. 
4. Verbas Rescisórias 
Verbas rescisórias são aquelas devidas em razão do término do contrato 
de trabalho. 
Segundo o artigo 477, da CLT, havendo extinção do contrato de trabalho, 
o empregador deverá proceder à anotação na CTPS, comunicar a 
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dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas 
rescisórias, observados o prazo e forma estabelecidos no mesmo artigo. 
Quanto à forma, estabelece o § 4º do artigo 477 que o pagamento 
a que fizer jus o empregado deverá ser efetuado: “I–em dinheiro, 
depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; 
ou; II–em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for 
analfabeto.” 
No que tange ao prazo, o pagamento dos valores constantes no 
instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverá ser efetuado 
até dez dias contados a partir do término do contrato. No mesmo 
prazo, deverá proceder o empregador a entrega ao empregado de 
documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual 
aos órgãos competentes, conforme determina o artigo 477, § 
6º da CLT. 
Por fim, é importante frisar que a anotação da extinção do contrato 
na CTPS é documento hábil para requerer o benefício do seguro-
desemprego e a movimentação da conta vinculada do FGTS nas 
hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput do artigo 
477 tenha sido realizada (BRASIL, 1943). 
Passamos, então, a analisar as verbas rescisórias incidentes nas 
principais hipóteses de rescisão do contrato de trabalho. 
4.1 Verbas devidas na dispensa por justa causa 
Para melhor distinção das verbas nos contratos com mais de um ano 
e menos de um ano, elaboramos a seguinte tabela comparativa. Os 
exemplos utilizados nas rescisões dos contratos sem determinação de 
prazo serão dados com base nos contratos superiores a um ano, de 
empregados sem dependentes, utilizando para os respectivos descontos 
os valores das tabelas referentes no Módulo 01. 
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Tabela 3 | Verbas devidas na dispensa por justa causa 
Menos de 01 ano de contrato Mais de 01 ano de contrato 
Saldo de salário Saldo de salário 
FGTS do mês da rescisão FGTS do mês da rescisão 
Férias vencidas 
1/3 sobre férias vencidas 
Fonte: elaborada pela autora 
Exemplo: 
João, contratado em 30/09/2016, foi dispensado por justa causa em 
05/10/2017. Percebia como salário o valor de R$ 1.200,00. Ele terá direito 
às seguintes verbas rescisórias: 
Discriminação Referência Proventos Descontos 
Saldo de Salário 05 dias R$ 200,00 
INSS 8% R$16,00 
IRPF - -
Férias vencidas R$ 1.200,00 
1/3 sobre férias R$ 400,00 
R$ 1.800,00 R$ 16,00 
TOTAL R$ 1.784,00 
4.2 Verbas devidas na dispensa sem justa causa 
Tabela 4 | Verbas devidas na dispensa sem justa causa 
Menos de um ano de contrato Mais de um ano de contrato 
Aviso prévio Aviso prévio 
Saldo de salário Saldo de salário 
Salário Família Salário família 
51 
13º salário proporcional 13º salário proporcional 
Férias proporcionais Férias proporcionais 
1/3 sobre férias Férias vencidas 
FGTS mês de rescisão 1/3 sobre férias 
Multa 40% sobre depósito do FGTS FGTS do mês de rescisão 
Multa de 40% sobre o FGTS 
Fonte: elaborada pela autora 
Exemplo: 
José, contratado em 01/10/2016, foi dispensado sem justa causa em 
05/11/2017. Percebia como salário o valor de R$ 1.200,00. O aviso prévio 
foi trabalhado. Ele terá direito às seguintes verbas rescisórias: 
Discriminação Referência Proventos Descontos 
Saldo
de Salário 05 dias R$ 200,00 
INSS 8% R$ 16,00 
13º salário proporcional 10/12 R$ 1.000,00 
INSS 8% R$ 80,00 
Férias vencidas - R$ 1.200,00 
1/3 sobre férias vendidas - R$ 400,00 
Férias proporcionais (1/12) - R$ 100,00 
1/3 sobre férias proporcionais R$ 33,33 
R$ 2.933,33 R$ 96,00 
TOTAL R$ 2.837,33 
Além disso, o empregador deverá depositar na conta vinculada do 
empregado a multa de 40% sobre o montante de todos os depósitos 
realizados durante a vigência do contrato de trabalho. Na hipótese em 
tela, considerando a quantia depositada de R$1.344,00, o empregador 
deverá depositar a multa no valor de R$ 537,60. 
52 
Por se tratar de dispensa sem justa causa, o empregado ainda terá 
direito ao saque do valor depositado a título de FGTS, inclusive da 
multa já mencionada, além da percepção do seguro-desemprego, caso 
preencha os requisitos necessários para a habilitação. 
4.3 Verbas rescisórias devidas no pedido de demissão por parte 
do empregado 
Neste caso, o empregado deverá dar o aviso prévio ao empregador e, 
caso não o faça, terá o valor descontado em suas verbas rescisórias. 
Tabela 5 | Verbas devidas no pedido de demissão por parte do 
empregado. 
Menos de 01 ano de contrato Mais de 01 ano de contrato 
Saldo de salário Saldo de salário 
Salário família Salário Família 
13º salário proporcional 13º salário proporcional 
Férias proporcionais Férias vencidas 
1/3 sobre férias proporcionais Férias proporcionais 
FGTS do mês da rescisão 1/3 sobre férias 
FGTS do mês da rescisão 
Fonte: elaborada pela autora 
4.4 Verbas rescisórias na rescisão indireta 
Conforme já exposto, trata-se da justa causa do empregador. Dessa 
forma, o empregado terá direito às mesmas verbas rescisórias devidas 
caso a dispensa ocorresse sem justa causa, a saber: 
Tabela 6 | Verbas devidas na rescisão indireta 
Menos de um ano de contrato Mais de um ano de contrato 
Aviso prévio Aviso prévio 
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Saldo de salário Saldo de salário 
Salário Família Salário família 
13º salário proporcional 13º salário proporcional 
Férias proporcionais Férias proporcionais 
1/3 sobre férias Férias vencidas 
FGTS mês de rescisão 1/3 sobre férias 
Multa 40% sobre depósito do FGTS FGTS do mês de rescisão 
Multa de 40% sobre o FGTS 
Fonte: elaborada pela autora 
4.5 Verbas devidas na extinção do contrato por acordo entre 
empregado e empregador 
Na hipótese de extinção do contrato por acordo entre empregado e 
empregador, inovação trazida pela Lei 13.467/2017, artigo 484-A da CLT, 
prevê que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: 
Tabela 7 | Verbas devidas na extinção do contrato por acordo entre 
empregado e empregador 
Menos de um ano de contrato Mais de um ano de contrato 
Metade do Aviso prévio, se indenizado Metade do Aviso prévio, se indenizado 
Saldo de salário Saldo de salário 
Salário Família Salário família 
13º salário proporcional 13º salário proporcional 
Férias proporcionais Férias proporcionais 
1/3 sobre férias Férias vencidas 
FGTS mês de rescisão 1/3 sobre férias 
Pela metade a Multa 40% sobre 
depósito do FGTS 
FGTS do mês de rescisão 
Pela metade a Multa 40% sobre 
depósito do FGTS 
Fonte: elaborada pela autora 
54 
 
 
 
 
 
 
 
Ademais, na extinção por acordo entre empregado e empregador, será 
permitido ao empregado a movimentação da conta vinculada no Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço, limitada a 80% dos valores depositados. 
Importante ainda ressaltar que a extinção do contrato nesses moldes 
não autoriza o ingresso no Programa do Seguro-Desemprego. 
PARA SABER MAIS 
As mesmas verbas devidas na rescisão por comum acordo 
entre empregado e empregador encontram-se previstas no 
artigo 452-E da CLT, que trata da rescisão do contrato de 
trabalho intermitente, novidade trazida pela Lei 13.467/2017. 
Importante e imprescindível a leitura dos artigos 452-A; 452-B; 
452-C; 452-D; 452-E; 452-F; 452-G; 452-H. 
4.6 Verbas devidas na extinção do contrato por prazo 
determinado 
Tabela 8 | Verbas devidas na extinção do contrato por prazo 
determinado 
Menos de um ano de contrato Mais de um ano de contrato 
Saldo de salário Saldo de salário 
Salário Família Salário família 
13º salário proporcional 13º salário proporcional 
Férias proporcionais Férias proporcionais 
1/3 sobre férias Férias vencidas 
FGTS mês de rescisão 1/3 sobre férias 
FGTS do mês de rescisão 
Fonte: elaborada pela autora 
55 
 
4.7 Verbas devidas na extinção antecipada do contrato por 
prazo determinado 
Tabela 9 | Verbas devidas na extinção antecipada do contrato por prazo 
determinado 
Por iniciativa do empregador – artigo 
479 da CLT 
Por iniciativa do empregado – artigo 
480 da CLT 
Aviso prévio (quando sem justa causa) 13º salário proporcional 
Indenização de 50% do salário que seria 
devido até o fim do contrato 
Saldo de salário 
Salário família FGTS do mês de rescisão 
13º salário proporcional 
Férias proporcionais 
1/3 sobre férias proporcionais 
FGTS do mês de rescisão 
Multa de 40% sobre o FGTS 
Fonte: elaborada pela Autora 
Cumpre esclarecer que, conforme preconiza o artigo 480 da CLT, poderá 
o empregado ficar sujeito a indenizar o empregador por prejuízos 
eventualmente comprovados, no limite do valor a que teria direito a 
receber durante o contrato. 
QUESTÃO PARA REFLEXÃO 
A necessidade de concessão de aviso prévio por ambas as partes 
decorre do caráter sinalagmático do contrato de trabalho? 
5. Considerações Finais 
• As férias e décimo-terceiro são devidos não somente durante o 
contrato, mas em quase todas as formas de extinção do vínculo 
empregatício; 
56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O aviso prévio não será devido quando houver rompimento do 
contrato decorrente da quebra da boa-fé; 
• Há distinção entre as verbas devidas em virtude das várias 
hipóteses de extinção do contrato de trabalho. 
Glossário 
• CTPS – Carteira de Trabalho e Previdência Social. 
• FGTS – Fundo de Garantia por tempo de Serviço. 
• Sinalagmático – Bilateral. 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
1. Acerca do 13º salário, instituído pela Lei 4.090/1962 e 
posteriormente editada pela lei 4.749/65, quando deverá 
ser pago o 13º salário? 
a. Em parcela única, até o dia 25 de dezembro. 
b. Em parcela única até o dia 30 de dezembro. 
c. Em três parcelas, nos meses de abril, agosto 
e dezembro. 
d. Em duas parcelas, sendo a primeira entre os meses 
de fevereiro e novembro e a segunda até o dia 20 
de dezembro. 
e. Em quatro parcelas trimestrais e periódicas 
durante o ano. 
2. A multa de 40% sobre o FGTS será devida na 
seguinte hipótese: 
57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a. Pedido de demissão. 
b. Dispensa por justa causa. 
c. Término por advento do termo no contrato a prazo. 
d. Fim do contrato de experiência. 
e. Dispensa sem justa causa. 
3. Maria, contratada em 01/05/2017 para exercer a função 
de auxiliar administrativa pela empresa “X”, perpetrou 
ofensas físicas graves e irrefutáveis contra sua superior 
hierárquica, pelo que, em 10/08/2017, foi dispensada 
por justa causa. Maria terá direito às seguintes verbas 
rescisórias: 
a. Saldo de salário; aviso prévio; multa de 40% 
sobre o FGTS. 
b. Aviso prévio indenizado; multa de 40% sobre FGTS; 
férias proporcionais; salário família; 1/3 sobre férias 
proporcionais. 
c. Saldo de salário e FGTS do mês de rescisão; 
d. Saldo de salário; 13º salário proporcional; férias 
proporcionais; 1/3 sobre férias proporcionais. 
e. Saldo de salário; 13º salário proporcional; férias 
proporcionais; férias vencidas acrescidas de 1/3. 
4. Ao empregado que completar seu período aquisitivo de 
férias, de 30 dias, é facultado converter

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