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Percussão Corporal A percussão corporal é uma prática que pode ser utilizada, entre outras finalidades, como recurso sonoro e musical. Nos últimos 10 anos, mais atenção voltou- se para os tipos de técnica existentes e para os ainda em desenvolvimento. Em várias culturas, podemos observar a presença da percussão corporal como recurso sonoro e musical. Em cada lugar, ela é desenvolvida dentro de um estilo e, conforme analisamos seu tipo de técnica e nível de complexidade, podemos até identificar diálogos com o respectivo contexto cultural. A percussão, de modo geral, é uma prática bastante associada a culturas populares e a percussão do corpo acompanha este mesmo trajeto. Em atividades de cultura popular, dança e música trabalham quase sempre juntas, e nesses ambientes podemos encontrar vários tipos de percussão corporal. O brasileiro Pedro Consorte vem trabalhando com percussão corporal há alguns anos, e atualmente participa do aclamado STOMP, grupo britânico subdivido em cinco grupos menores que se apresentam ao redor do mundo, misturando artes cênicas e percussão corporal. O STOMP é um grupo que tem pouca ou nenhuma melodia no sentido tradicional, baseando suas performances inteiramente em conceitos rítmicos. BARBATUQUES, além de ser o nome do grupo, se tornou o nome da sua própria técnica, trabalhada e desenvolvida inicialmente por Fernando Barbosa (“Barba”), criador e diretor do grupo. A técnica começou a ser pesquisada a partir da transposição dos sons da bateria para o corpo e se desdobrou em uma pesquisa, de níveis bastante sensíveis, da ampla variedade de timbres corporais, desde os percussivos até os vocais. HAMBONE (Juba Dance) é um estilo de dança rítmica, inventado por escravos afro- americanos que não podiam usar nenhum tipo de instrumento musical. Pelo fato de alguns escravos poderem se comunicar por meio da percussão de tambores, os comerciantes de escravos proibiram qualquer tipo de instrumento, o que acabou estimulando a utilização do próprio corpo. Nesta técnica, leves tapas no peito, coxas e pernas são combinados com batidas dos pés no chão e palmas. CLOGGING é um estilo de dança rítmica originada durante a Revolução Industrial no Reuno Unido. Clog é o tipo tamanco utilizado por milhões de trabalhadores naquela época e esta pode ser considerada como uma das primeiras danças urbanas. No Clogging, há basicamente ou batidas dos pés no chão, ou de um pé um no outro. Esta técnica era utilizada como entretenimento, acompanhada de cantigas, e influenciou a criação da Juba Dance e do Sapateado Americano. TAP DANCE (sapateado americano) é um estilo de dança que utiliza a percussão dos sapatos no chão para criar frases rítmicas. Esta técnica veio de uma junção de três vertentes de dança: Clogging, Step Dance Irlandesa e Juba Dance. Neste estilo, existem linhas de pesquisa mais dançadas e linhas mais tocadas. As dançadas se aproximam do teatro musical da Brodway e as tocadas se aproximam do jazz. No tap, as partes do corpo mais tocadas são os pés, acompanhadas de algumas palmas eventuais. GUMBOOT é um estilo de dança que utiliza a percussão corporal e teve sua origem nas minas de ouro da África do Sul. Neste caso, a técnica de percussão corporal foi, inicialmente, desenvolvida para servir como um instrumento de comunicação entre os mineradores que eram proibidos de falar. A princípio, ao utilizar frases rítmicas, batendo as mãos nas botas de borracha, eles se comunicavam dentro das minas, e essa prática foi, mais tarde, convertida em estilo de dança entre os próprios mineradores. STEPPING é uma linha das danças percussivas, criada por fraternidades de estudantes universitários afro-americanos por volta de 1900 nos Estados Unidos. Esta prática se utiliza de passos, palmas e “spoken word” (gritos de guerra) para produzir uma combinação rítmica destes elementos e, no universo da percussão corporal, demonstra uma maneira interessante de aliar os sons corporais com os movimentos. STOMP, além de ser o nome do grupo inglês que trabalha com percussão em movimento, também pode ser considerado o nome de um estilo de percussão corporal. Entre percussões de instrumentos não convencionais, o grupo também explora a percussão do corpo de uma maneira bastante original. Os shows possuem caráter cênico e de movimento bastante forte, e os timbres corporais mais usados são a batida dos pés no chão (botas), palmas e batidas nas coxas. Referência artigo: Patrícia Fernanda Carmem Kebach - P Kebach - Revista da ABEM, Porto Alegre, 2011 - facos.edu.br Música é arte e o corpo faz parte: as relações entre movimento corporal e construção musical.
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