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ASSOCIAÇÃO DE ENSINO E CULTURA PIO DÉCIMO FACULDADE PIO DÉCIMO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL JULIANA MATOS SANTOS AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM UM CANTEIRO DE OBRA PREDIAL NO MUNICÍPIO DE ARACAJU-SE ARACAJU - SE 2018 JULIANA MATOS SANTOS AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM UM CANTEIRO DE OBRA PREDIAL NO MUNICÍPIO DE ARACAJU-SE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Faculdade Pio Décimo como requisito a obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil. ORIENTADOR: Prof. Esp. Abimael Ferreira Barbosa. ARACAJU - SE 2018 JULIANA MATOS SANTOS AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM UM CANTEIRO DE OBRA PREDIAL NO MUNICÍPIO DE ARACAJU-SE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil da Faculdade Pio Décimo como requisito a obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil. APROVADA EM _____ DE DEZEMBRO DE 2018. BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________ 1º Avaliador: Prof. D. Sc. Marcileia S. Santos – Faculdade Pio Décimo. ___________________________________________________________________ 2º Avaliador: Prof. MSc. Fernando Oliveira Freire – Faculdade Pio Décimo. ___________________________________________________________________ Orientador: Prof. Esp. Abimael Ferreira Barbosa – Faculdade Pio Décimo. (Folha destinada à ficha catalográfica) Primeiramente dedico esse trabalho a Deus, que foi um verdadeiro guia nessa jornada. Aos meus pais Maria Adilma e Filadelfo, que não pouparam esforços para que esse sonho fosse realizado. E ao meu querido orientador Abimael, que tanta ajuda forneceu para que este trabalho fosse concluído com o êxito esperado. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus, que em sua infinita sabedoria colocou força em meu coração para vencer essa etapa de minha vida. A fé no Senhor, sem dúvidas, me ajudou a lutar até o fim. Aos meus pais Maria Adilma e Filadelfo, meus maiores exemplos. Sou grata pelo incentivo, oração e todas as orações diárias que vocês me dedicaram. Obrigada por estarem sempre ao meu lado! Aos meus irmãos Julio, Lucas e meu primo/irmão Antonio Carlos que me apoiaram e sempre me passavam uma palavra de ânimo. Agradeço a todos os meus familiares que torceram por mim. Agradeço as minhas amigas irmãs, Iara e Pâmela que me ajudaram quando sempre que precisei. Ao Silvio, que me acompanhou nessa trajetória com todo apoio, carinho e incentivo, agradeço pelo companheirismo. Sou grata a Dr. Mário por me dar oportunidade de estagiar na empresa, e aos engenheiros Diego Oliveira, Júlio Nascimento, e ao mestre Paulo por me acompanhar no meu desenvolvimento e sempre ajudando a melhorar. Aos meus queridos professores que acompanharam meus estudos durante esses anos e, em especial, ao professor Abimael por todo apoio, atenção e dedicação para me orientar no TCC. Vocês me inspiraram a me tornar uma profissional melhor a cada dia. Agradeço os amigos que a engenharia me deu, Paula, Celly, as meninas do ‘clube das mulheres’ e colegas que me deram o suporte necessário para chegar até aqui. Obrigada a todos! “Produtividade é minimizar, cientificamente, o uso de recursos materiais, mão-de-obra, máquinas, equipamentos etc. para reduzir custos de produção, expandir mercados, aumentar o número de empregados, lutar por aumentos reais de salários e pela melhoria do padrão de vida, no interesse comum do capital, do trabalho e dos consumidores” Délvio Venanzi. RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo analisar a produtividade em um canteiro de obra predial no Município de Aracaju-Se. Entende-se que a produtividade na construção civil se relaciona com a melhor forma de utilizar os recursos disponíveis em canteiros de obra. Na verdade, isso significa desenvolver estratégias que permitam usufruir melhor do espaço físico, das ferramentas, dos insumos, dos processos de transporte e, também, das técnicas de gerenciamento e, claro, da mão de obra. No cenário atual da globalização, entende-se que as empresas de todo o mundo concorrem entre si. Além do confronto direto entre empresas nacionais, existe também a disputa acirrada pelo mercado travada entre diversos países, o que estimula a produtividade, a concorrência e a competitividade mercadológica. Para este estudo, dois métodos de pesquisa foram utilizados para a coleta de dados: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, esta ocorrida em um canteiro de obra predial na cidade de Aracaju. A planilha utilizada para o levantamento de dados e visualizada no Apêndice A, incluiu os seguintes indicadores, fundamentais na avaliação da produtividade em um canteiro de obra predial: 1) Qualidade; 2) Capacidade; 3) Indicadores Estratégicos; 4) Lucratividade; 5) Competitividade; 6) Tecnologia; 7) Indicadores Humanos; 8) Criatividade; 9) Inovação; e, 10) Segurança. Cada indicador obteve a sua fiel avaliação com o auxílio do gestor da obra pesquisada e a participação ativa da pesquisadora desse trabalho, cujos dados valiosos estarão devidamente analisados no capítulo reservado aos resultados da pesquisa. Palavras-chave: Canteiro de obras; Construção civil; Produtividade. ABSTRACT This research has the objective of analyzing the productivity at a construction site in the Municipality of Aracaju-Se. It is understood that productivity in construction is related to how best to use the resources available in construction sites. In fact, this means developing strategies that allow us to make better use of physical space, tools, inputs, transportation processes, and also management techniques and, of course, manpower. In the current scenario of globalization, it is understood that companies from all over the world compete with each other. Besides the direct confrontation between national companies, there is also the fierce competition for the market between different countries, which stimulates productivity, competition and market competitiveness. For this study, two research methods were used to collect data: the bibliographical research and the field research, this occurred at a building site in the city of Aracaju. The spreadsheet used for the data collection and visualized in Appendix A included the following indicators, which are fundamental in evaluating productivity in a building site: 1) Quality; 2) Capacity; 3) Strategic Indicators; 4) Profitability; 5) Competitiveness; 6) Technology; 7) Human Indicators; 8) Creativity; 9) Innovation; and, 10) Security. Each indicator obtained its faithful evaluation with the help of the researcher and the active participation of the researcher of this work, whose valuable data will be properly analyzed in the chapter reserved for the results of the research. Keywords: Construction site; Construction; Productivity. LISTA DE ILUSTRAÇÕES E QUADROS Figura 1 – Localização da área de estudo......................................................................... 27 Quadro 1 – Indicadores de capacidade da empresa pesquisada...................................... 30 Quadro 2 – Indicadores estratégicos da empresa pesquisada.......................................... 31 Quadro 3 – Indicadores de lucratividade da empresa pesquisada.................................... 32 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 122.1 EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO ............................................ 12 2.2 GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO....................................... 13 2.3 PRODUTIVIDADE ............................................................................................... 15 2.4 PARÂMETROS DA QUALIDADE PARA A PRODUTIVIDADE ........................... 17 2.4.1 Ferramentas da qualidade ............................................................................. 17 2.4.2 Norma ISO 9001 .............................................................................................. 18 2.4.3 Dimensões da qualidade ............................................................................... 20 2.5 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE ................................. 21 2.5.1 Indicadores da produtividade ....................................................................... 21 3 METODOLOGIA .................................................................................................... 27 3.1 ÁREA DE ESTUDO ............................................................................................. 27 3.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 28 3.3 ANÁLISE DOS DADOS ....................................................................................... 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 29 4.1 INDICADORES DE QUALIDADE ........................................................................ 29 4.2 INDICADORES DE CAPACIDADE ..................................................................... 30 4.3 INDICADORES ESTRATÉGICOS ...................................................................... 30 4.4 INDICADORES DE LUCRATIVIDADE ................................................................ 32 4.5 INDICADORES DE COMPETITIVIDADE ............................................................ 33 4.6 INDICADORES DE TECNOLOGIA ..................................................................... 33 4.7 INDICADORES HUMANOS ................................................................................ 34 4.8 INDICADORES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO ............................................ 34 4.9 INDICADORES DE SEGURANÇA ...................................................................... 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 38 APÊNDICE A ............................................................................................................ 39 11 1 INTRODUÇÃO A construção civil no Brasil tem passado por uma turbulência econômica, dificultando as ações e os empreendimentos construtivos, razão porque as empresas do setor têm investindo em ferramentas de planejamento e controle de obras que possam resultar na produtividade e qualidade da mão de obra. Nesse aspecto, as empresas construtoras que procuram adotar as ferramentas tecnológicas de gestão em seus canteiros de obras obtêm um alto índice de produtividade, ponto primordial para fazer o diferencial competitivo do mercado. Para tanto, se faz necessário aos gestores de obras o conhecimento dos aspectos gerais dos sistemas de produção, da produtividade e dos parâmetros da qualidade que se inserem no processo produtivo, para conquistar os resultados positivos esperados. Silva; Venanzi (2013) lembram que no cenário competitivo atual, as pressões não dão folga às organizações que trazem consigo igual rigor para com os seus profissionais, em todas as áreas. As operações estão em constantes mudanças, exigindo dos responsáveis esforços cada vez mais apurados para obter os melhores resultados. Em função do acirramento da concorrência, a gestão da produtividade vem se tornando um dos requisitos primordiais na preparação de estratégias de competitividade das empresas. Entende-se que a produtividade na construção civil se relaciona com a melhor forma de utilizar os recursos disponíveis em canteiros de obra. Na verdade, isso significa desenvolver estratégias que permitam usufruir melhor do espaço físico, das ferramentas, dos insumos, dos processos de transporte e, também, das técnicas de gerenciamento e, claro, da mão de obra. Outro aspecto não menos importante para promover uma avaliação e análise da produtividade em um canteiro de obras se refere à destinação dos resíduos sólidos, os quais, quando bem gerenciados, podem oferecer lucros à obra, além de contribuir sobremodo com o meio ambiente. Nesse contexto, esta pesquisa tem como objetivo analisar a produtividade em um canteiro de obra predial no Município de Aracaju SE. 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE PRODUÇÃO Silva; Venanzi (2013) revelam que, em uma cadeia produtiva, os processos de produção estão inseridos nos sistemas de produção, partes integrantes da Administração da Produção, área especial do conhecimento humano, cujas teorias e práticas determinam todas as ações voltadas para a indústria manufatureira. Historicamente, os séculos XVI e XVII foram marcados pela produção artesanal que evoluiu em meio a uma grande demanda, fazendo com que os artesãos procurassem contratar ajudantes os quais, inicialmente, faziam apenas os trabalhos mais pesados e de menor responsabilidade. Entretanto, à medida que aprendiam o ofício, tornavam-se novos artesãos. De acordo com Martins; Laugeni (2012), a produção artesanal começou a entrar em decadência com o advento da Revolução Industrial, período em que foi inventada a máquina a vapor, em 1764, iniciando-se assim o processo de substituição da força humana pela força da máquina. Ao final do século XIX, Taylor criava a Administração Científica, enfatizando a padronização e produtividade, incrementando a procura incessante por melhores métodos de trabalho e processos de produção, com o intuito de obter melhorias da produtividade com o menor custo possível. Martins; Laugeni (2012) lembram que na década de 1910, Henry Ford criava a linha de montagem seriada, revolucionando assim, os métodos e processos produtivos existentes até então. Vale dizer que Ford foi um seguidor ferrenho dos métodos de produção de Taylor. Silva; Venanzi (2013) relacionam diversos conceitos da produção e da qualidade, que surgiram a partir da década de 1950 até os dias atuais: a) Just-in- time; b) engenharia simultânea; c) tecnologia de grupo; d) consórcio modular; e) células de produção; f) desdobramento da função qualidade; g) sistemas flexíveis de produção ou manufatura; h) manufatura integrada; i) gestão da produção; j) gestão da qualidade. Importante anotar que, na medida em que a indústria se aperfeiçoava, novos conceitos eram introduzidos, tais como: linhas de montagem, posto de trabalho, 13 estoques intermediários, monotonia do trabalho, arranjo físico, produtos em processo, motivação, controle da qualidade, entre outros. Silva; Venanzi (2013) relatam que as novas tecnologias introduzidas a partir da década de 1970 e o advento da globalização pela utilização da chamada Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) alavancaram os processos de produção que ganharam um aliado fundamental em suas bases produtivas, a gestão da qualidade, revolucionando, desse modo, a produtividade e o aperfeiçoamento da mão de obra, com vistas ao principal agente motivador do processo de produção: o cliente. 2.2 GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO No cenário atual da globalização, entende-se que as empresas de todo o mundo concorrem entre si. Além do confronto direto entre empresas nacionais, existe também a disputa acirrada pelo mercado travada entre diversos países, o que estimula a produtividade,a concorrência e a competitividade mercadológica. Silva; Venanzi (2013) indicam que, com a internacionalidade do produto, abre- se um mercado globalizado, gerando um vasto número de oportunidades e revelando uma cultura dentro da produção extremamente inovadora e aberta às novidades tecnológicas que surgem no mercado. Nesse sentido, cada empresa procura traçar sua cultura de produção por meio de um gerenciamento estratégico, projetado com o intuito de promover uma produção de qualidade. Silva; Venanzi (2013) consideram que um dos grandes desafios para os profissionais dos processos de produção é a aplicação dos princípios de gestão da produção em operações. Com efeito, a maior parte do conhecimento acumulado no campo da gestão da produção foi originada em ambientes de manufatura, ideais para o desenvolvimento e aperfeiçoamento gerencial. Araujo (2011) indica que as formas de gerenciamento têm se tornado o grande diferencial na gestão da produção, e que nos dias atuais é preciso gerenciar com uma visão sistêmica que alcance fatores de produtividade considerando também aspectos de personalidade, capacitação, conhecimento técnico e comportamento. 14 Martins; Laugeni (2012) historiam que a função da produção, entendida como o conjunto de atividades que levam à transformação de um bem tangível em outro de maior utilidade, acompanha o homem desde sua origem, e lembram que o homem pré-histórico, ao polir a pedra para transformá-la em utensílio, praticava nesse ato uma atividade de produção. Para Araujo (2011) conhecer bem os objetivos do trabalho nos diferentes níveis da organização constitui um fator diferencial para uma gestão eficaz. O gerenciamento precisa abranger as atividades intelectuais do processo produtivo garantindo adequado planejamento e organização das atividades sob uma liderança eficaz, isto é, com controles bem definidos e monitorados possibilitando a implementação de ações corretivas em tempo hábil evitando perdas relevantes. Vale dizer que o foco em resultados já é alvo de vários sistemas de gestão onde a aplicação de metodologias diferenciadas busca garantir resultados esperados para os indicadores de processos. Silva; Venanzi (2013) cabe à gerência de produção a tomada de decisões que levem a empresa a atingir seus objetivos primários, representados pelos lucros e secundários, que consistem em oferecer empregos estáveis, por exemplo, de uma forma racional. Araujo (2011), por sua vez, menciona alguns pontos importantes para a boa prática do gerenciamento da produção: a) gestão e planejamento; b) determinação das metas a serem alcançadas pela produção; c) liderança; d) conhecimento técnico do processo; e) definição da metodologia de trabalho; f) controle de resultado. Outro aspecto importante que ronda a gerência de produção é quanto à definição da metodologia de trabalho, considerada um fator crítico de sucesso das organizações, pois, para Falconi (2004), as metodologias nem sempre contemplam o tratamento de desvios, ou seja, avaliação permanente do processo identificando falhas e as corrigindo durante as fases de produção. Observando esses pontos relevantes para o bom gerenciamento da produção, vale ressaltar a questão do Planejamento que, segundo Chiavenato (2005), é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que deverão ser atingidos e o que dever ser feito para atingi-los da melhor maneira possível. Sua importância está ligada a esta questão sem planejamento a empresa segue sem rumos sem direcionamento. 15 O que prevalece, nesse sentido, é o gerenciamento da rotina do dia a dia, que, de acordo com Araujo (2011), está centrado: na perfeita definição da autoridade e da responsabilidade de cada pessoa; na padronização dos processos e do trabalho; na monitoração dos resultados destes processos e sua comparação com as metas; na ação corretiva no processo a partir dos desvios encontrados nos resultados quando comparados com as metas; e, finalmente, num ambiente de trabalho 5s e na máxima utilização do potencial mental das pessoas. Silva; Venanzi (2013) as responsabilidades da gerência de produção objetivam: a) Produzir bens na quantidade exigida e a tempo de satisfazer os prazos estipulados pelo cliente; b) Adotar medidas preventivas em relação à qualidade; c) Escolher o método de produção mais econômico, pois o produto geralmente pode ser feito de diferentes maneiras; d) Minimizar os custos de movimentação de material pela fábrica por meio de melhoria do layout e dos meios de movimentação; e) Elaborar um cronograma de usinagem das diversas peças componentes do conjunto final; f) Prover os estoques de peças compradas com o número necessário de componentes e nas datas mais convenientes; g) Preocupar-se com a motivação do pessoal envolvido, a fim de conseguir melhor produtividade. Portanto, a implementação de boas práticas está diretamente ligada a busca atual pela excelência em gestão que inclui gerenciamento pelas diretrizes e gestão estratégica abrangendo o monitoramento permanente de custos, qualidade, tempo, flexibilidade, produto e processo de produção através de monitoramento e aplicação de recursos tecnológicos adequados. 2.3 PRODUTIVIDADE A gestão da produtividade nas empresas vem se tornando a cada dia fundamental, em um ambiente de crescente globalização dos negócios, fomentado ainda mais o incentivo às cadeias produtivas em geral. Nos dias atuais, a ausência da produtividade ou a ineficiência do processo produtivo leva a empresa à falência. 16 Silva; Venanzi (2013) afirmam que, em função do acirramento da concorrência, a gestão da produtividade está se tornando um dos quesitos primordiais na formulação das estratégias de competitividade das empresas e, de forma semelhante, a produtividade vem se tornando objeto de políticas públicas, a exemplo da atual política industrial, tecnológica e do comércio exterior. No gerenciamento da produtividade, é importante observar os critérios que conduzem o processo, inicialmente à eficiência, que se refere aos meios pelos quais ocorrerão as entradas, e em seguida à eficácia, que mede os resultados das saídas. Para Silva; Venanzi (2013), a produtividade vem sendo percebida mais como uma medida de eficiência do processo de produção do que do processo produtivo de uma empresa e que é ainda comum a visão de que o processo produtivo de uma empresa se restringe ao seu processo de produção. Entende-se que essa visão não assume a realidade de que esse processo é apenas uma das etapas do processo produtivo. É possível compreender que, além da produção, o processo produtivo contempla mais duas etapas, quais sejam: a que se refere à compra de bens e serviços intermediários de outras unidades produtivas; e outra, relativa à venda dos bens e serviços que a empresa produz. Nesse contexto, Dotta (2016) afirma que o processo de produção de uma empresa se limita à transformação de bens e serviços intermediários em bens e serviços produzidos pela empresa. Já o processo produtivo de uma empresa se refere à sua capacidade de gerar produtos ou de agregar valor. Nesse sentido, a agregação de valor ao processo vai além da produção, visto que depende muito de como e em que condições a empresa compra bens e serviços intermediários e vende bens e serviços que produz. Para Martins; Laugeni (2012), o conceito de produtividade restrito ao processo de produção é mais adequado à avaliação da eficiência de desempenho de empresas que atuam em mercados de compras e vendas relativamente fechados à concorrência e com índice maior de controle por parte da empresa. Entende-se também que esse conceito procura enfatizar a relevância dos recursos de produção tangíveis (que incluem máquinas, instalações, matérias primas, etc.) no processo produtivo da empresa. Assim, baseados no conceitode produtividade, os aspectos primordiais para o desempenho empresarial concentram-se no processo de produção e, por isso 17 mesmo, a eficiência do processo produtivo passa a ser determinada e medida especialmente por seus aspectos operacionais. 2.4 PARÂMETROS DA QUALIDADE PARA A PRODUTIVIDADE A qualidade objetiva é a fabricação de produtos com alto padrão de qualidade e perfeição, sem erros. O conceito de qualidade como prioridade competitiva no âmbito da produtividade é relativamente novo, tendo em vista que a qualidade era definida sob a ótica interna da organização. Segundo Silva; Venanzi (2013), os parâmetros da qualidade para o incremento da produtividade envolvem essencialmente: a) as ferramentas básicas da qualidade, como o ciclo PDCA, o Diagrama de Ishikawa e o modelo 5S; b) a norma ISO 9001; c) as dimensões da qualidade, caracterizadas pelo desempenho, confiabilidade, conformidade e durabilidade. Os parâmetros da qualidade para a produtividade, abordados por Silva; Venanzi (2013) estão descritas nos subtópicos seguintes. 2.4.1 Ferramentas da qualidade As ferramentas mais utilizadas na gestão da produtividade são o Ciclo PDCA, o Diagrama de Ishikawa, também conhecido como “Espinha de Peixe” e a ferramenta dos 5S, originadas de modelos da qualidade norte-americanos e japoneses e muito têm contribuído para a produtividade das indústrias brasileiras, inclusive as do setor da construção civil. O Ciclo PDCA é atribuído ao norte-americano Deming, que introduziu a ideia da corrente de clientes, ou seja, em cada estágio do processo, o estágio precedente é o fornecedor e o estágio seguinte é o cliente. Desse modo a corrente de clientes começa nos fornecedores de insumos e termina no cliente que é quem paga a conta e sustenta a empresa. Deming foi o divulgador do “Ciclo de Shewhart”, um plano de ação para colocar em prática os 14 princípios, mas que ficou conhecido como o “Ciclo de Deming” ou ciclo PDCA, assim caracterizado: PLAN = Estudar um processo e planejar seu aprimoramento. DO = Implementar a mudança. 18 CHECK = Observar os efeitos. ACTION = Estudar os resultados. Segundo Veras (2009), a qualidade de um produto ou serviço apenas pode ser definida pelo cliente. A qualidade é, assim, um termo relativo que vai mudando de significado à medida que as necessidades dos clientes evoluem. O ciclo PDCA é absolutamente aplicável ao processo da produtividade, auxiliando-o à obtenção de resultados altamente positivos. O diagrama Ishikawa ou “espinha de peixe” ou ainda, “diagrama de causa e efeito” é usado para constatar os motivos que levam a um determinado problema, facilitando o fracionamento de tais motivos, pelos grupos estabelecidos por conta do tipo de problema analisado, até chegar ao ponto mais detalhado à solução do problema. No processo da produtividade, o diagrama de Ishikawa é bastante utilizado para detectar possíveis problemas decorrentes de mau funcionamento das máquinas, desequilíbrio da mão de obra, qualidade da matéria prima, entre outros. A ferramenta da qualidade conhecida como 5S tem sido desenvolvida de forma eficaz e participativa nas empresas através de fundamentos de fácil compreensão e capacidade de apresentar resultados expressivos. É, na verdade, uma ferramenta baseada em ideias simples, mas que podem proporcionar máximos benefícios para as organizações. Carpinetti (2012) diz que o conceito de 5S possui como base as cinco palavras japonesas cujas iniciais formam o nome do programa. As palavras são: Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu e Shitsuke, que foram traduzidas para o Português como “sensos”, procurando não descaracterizar a nomenclatura do programa, representado na língua vernácula respectivamente, como: senso de utilização, senso de organização, senso de limpeza, senso de saúde e senso de autodisciplina. 2.4.2 Norma ISO 9001 Para a ABNT (2015), a NBR ISO 9001 define os requisitos para colocar um sistema de gestão da qualidade em vigor. Ela ajuda empresas a aumentar sua eficiência e a satisfação do cliente. Sendo assim, a Norma ISO 9001 trata do sistema de qualidade e sua aplicabilidade em diversos setores do processo produtivo. Trata-se de um modelo de 19 padrões que visa assegurar a qualidade em planejamento, desenvolvimento, produção, instalação e serviço e muito apreciada pelas organizações dos diversos setores produtivos. Campos (2010) revela que o sistema de gestão da qualidade ISO 9001 é o modelo de gestão mais utilizado atualmente pelas empresas brasileiras, visto que busca auxiliar as organizações a padronizar seu sistema de gestão, oportunizando as mesmas aprimorar sua habilidade em fornecer produtos e serviços com qualidade, satisfazendo desse modo, as necessidades dos seus clientes. Na construção civil, esse modelo é muito apropriado para o contexto da produtividade. Para Campos (2010), a NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001, que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, não significando, necessariamente, conformidade do produto às suas respectivas especificações. Veras (2009) ressalta que em um ambiente cada vez mais competitivo, as empresas tendem a organizar seus processos, assim como adaptar os padrões de seus produtos e serviços. Assim, a utilização da ISO 9001, é de fundamental importância para a qualidade da produtividade e sucesso nos seus resultados. Oliveira (2003) considera que o sistema de gestão da qualidade deva ser composto por um conjunto de recursos e regras mínimas, que possam ser implantadas com objetivo de orientar cada parte de uma organização para que execute de maneira correta sua tarefa. Na elaboração de um sistema de gestão da qualidade voltado para a produtividade, a empresa precisa estabelecer objetivos em acordo com a alta administração, e com assentimento de todos detectarem os processos para que os objetivos e os requisitos dos clientes sejam atendidos. Veras (2009) afirma que a finalidade da Norma ISO 9001 é deaprimorar a gestão das empresas, proporcionando melhorias na prestação de serviço, garantindo satisfação aos clientes e aperfeiçoando a capacidade de gestão da organização. A aplicação da Norma ISO 9001 remete o sistema de gestão da qualidade à produtividade, cuja prática torna-se condição determinante para o sucesso organizacional. 20 Desse modo, entende-se que os requisitos da ISO 9001 focam na orientação das empresas quanto à gestão da qualidade e da produtividade, buscando a melhoria contínua do processo produtivo e a consequente eficácia laboral. 2.4.3 Dimensões da qualidade As dimensões da qualidade são parâmetros fundamentais para que as empresas demonstrem suas referências sobre a qualidade de serviços e produtos por elas desenvolvidos, contribuindo com o dinamismo da produtividade. Dentre as dimensões da qualidade, quatro são apontadas como primordiais para o processo da produtividade, segundo Veras (2009): a) Desempenho; b) Funcionalidade; c) Confiabilidade; d) Conformidade. O desempenho diz respeito às características operacionais básicas de um produto e ou serviço, isto é, são as características finais do produto e do uso que o cliente deseja, embasadas principalmente no conceito da mão de obra profissional que supervisiona a qualidade. A funcionalidade é referente aos adicionais dos produtos, ou seja, aqueles itens secundários que suplementam o funcionamento básico do produto. Em alguns casos é difícil separar as características do desempenho, pois as duas dimensões respaldam-se no funcionamento básico do produto. A confiabilidade representa a probabilidade de um mau funcionamento de um produto ou falha em um determinado período. Envolve o conserto e a manutenção do produto durante o processo produtivo, devendo o defeito ser corrigido com facilidadee tempo reduzido, para não prejudicar a produção. A ideia da confiabilidade é repassada ao cliente que a projeta para a qualidade do produto e para a imagem da organização. A conformidade é a dimensão em que o projeto e as características operacionais de um produto estão de acordo com padrões preestabelecidos. Este parâmetro está associado às técnicas de controle do processo, na verificação dos itens de controle e limites de especificações. É nesse estágio que um defeito poderá se tornar um problema, razão porque da necessidade de observação rigorosa das normas técnicas pertinentes, para que a produtividade não sofra revés durante o seu processo de execução. 21 2.5 AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE PRODUTIVIDADE Uma das atividades do gestor da produção é a busca da racionalização e da produtividade, isto é, a busca pela excelência na execução do trabalho de produção de um determinado bem ou serviço. Para Silva; Venanzi (2013), o gestor da produção deve avaliar a maneira como o trabalho é executado, dividindo e subdividindo todos os movimentos necessários à execução de cada operação e medindo o tempo gasto para a realização dos mesmos. O processo de análise da produtividade segue algumas etapas que, para Silva; Venanzi (2013) são as seguintes: a) Selecionar um pequeno grupo de trabalhadores qualificados para executar uma determinada tarefa a ser avaliada; b) Estudar a série exata de operações ou movimentos elementares que cada trabalhador repete quando executa a tarefa a ser avaliada além das ferramentas que cada um deles utiliza; c) Utilizar um cronômetro para marcar o tempo necessário para executar cada um desses movimentos elementares, selecionando, em seguida, a forma mais rápida de executar cada elemento da tarefa; d) Eliminar os movimentos incorretos, lentos ou inúteis; e) Reunir, em uma série ordenada, as ações melhores e mais rápidas, além das melhores ferramentas, para definir o novo método de trabalho. Nesse sentido, o método de produtividade torna-se padronizado, facilitando a sua execução em todos os movimentos definidos para o processo, eliminando, pois, o desperdício não somente do tempo, como também de materiais e, mais importante, mantendo uma mão de obra sempre qualificada. 2.5.1 Indicadores da produtividade Para Sardgna (2016), Indicadores de produtividade são ferramentas utilizadas para medir e melhorar a eficiência dos processos em empresas. Basicamente, são empregados em análise que compara o que foi produzido com o que foi exigido de recursos para tanto. 22 É importante compreender que, para definir parâmetros mínimos de eficiência, o gestor pode estabelecer padrões de produção que considera como valores aceitáveis. A partir daí, o que fica abaixo se torna alvo de ajustes e correções. Sardgna (2016) diz que os indicadores podem ser utilizados para avaliar a empresa como um todo, determinados processos, equipes e mesmo funcionários específicos, medindo a sua produtividade individual. Teixeira (2017) faz uma distinção entre produtividade e aumento de produção, dizendo que: a) Aumento de produção: pode ser obtido a partir do aumento no número de funcionários, da utilização de horas extras ou de um segundo e terceiro turno de trabalho, além da compra de uma máquina, por exemplo. b) Aumento de produtividade: é alcançado com melhorias nos processos, através de treinamentos e da implantação de controles. Para Teixeira, o aumento da produtividade vem com a utilização otimizada e integrada dos diversos fatores que contribuem na formação, movimentação e comercialização do produto. A construção de indicadores ajuda ao gerar informação sobre o desempenho. Sardgna (2016) diz que, para construir indicadores de produtividade é necessário ter uma meta e propor um cálculo. A meta em uma indústria pode ser produzir um determinado número de unidades por hora, dia ou semana, por exemplo. No comércio, talvez estabelecer a participação de clientes antigos nas vendas. Se a proposta for para a área de serviços, a opção é definir prazos para a realização de tarefas. A decisão sobre a meta é particular a cada empresa, embora sempre centrada na otimização dos recursos, como tempo e mão de obra. Ela depende de uma avaliação sobre o que vem sendo feito aquém dos padrões mínimos aceitáveis, havendo potencial para se tornar um processo mais eficiente. Sua elaboração deve ser bem pensada para que o indicador seja válido. Já o cálculo costuma usar percentuais, unidades de medida, números inteiros e valores monetários. Ele vai depender da meta proposta e do seu público-alvo, devendo resultar em uma medição simples. https://blog.contaazul.com/planilha-calculo-horas-extras/ 23 Teixeira (2017) lembra que, com os indicadores criados para todos os processos desejados em sua empresa, os padrões aceitáveis só serão atingidos com o monitoramento das ações. Portanto, não adianta os indicadores mostrarem a deficiência da empresa se a gestão da empresa e do sistema produtivo não atuarem na solução dos problemas ou gargalos. Nesse sentido, a análise e tratamento dos dados coletados tornam-se fundamentais, e começa já no levantamento do histórico de produção. Se o indicador foi bem construído, mas não vem resultando em maior eficiência, é importante mantê-lo, mas avaliar o que pode ser modificado nos processos. O empresário tem que ter a consciência de que a ação baseada nos indicadores tem que ser constante. Para melhorar a produtividade, é importante considerar cinco pontos anotados por Teixeira (2017): a) Capacidade de inovação: relaciona-se com a preparação da empresa para trazer evoluções importantes que irão melhorar os processos, além de demonstrar atenção ao mercado. b) Investimento em qualificação: quanto mais preparados os colaboradores estiverem, melhores serão os resultados e a sua produtividade, o que justifica o investimento em qualificação. c) Controle de qualidade: acompanhar de perto e de forma constante os processos é preciso, mas não sem contar com parâmetros claros de avaliação para atingir o que se deseja. d) Produção sustentável: essa característica se alcança ao reduzir os custos de produção dos produtos e serviços, assegurando sua manutenção e viabilidade, e diminuindo a quantidade de resíduos gerados no processo. e) Índice de flexibilidade: ser flexível como empresa é estar pronta para se adaptar rapidamente às mudanças e exigências, acompanhando as melhores práticas e não deixando que a produtividade (e o lucro) seja afetada por influências externas. Teixeira (2017) alerta que, um erro na busca por maior produtividade pode ser tentar alcançá-la a qualquer custo. Assim, descuidar-se da qualidade de seus produtos ou serviços, por exemplo, pode levar à insatisfação dos clientes, o que fatalmente se refletirá no faturamento, comprometendo vendas futuras. https://blog.contaazul.com/6-dicas-para-praticar-inovacao-nos-negocios/ https://blog.contaazul.com/dicas-produtividade-no-trabalho/ 24 Sardgna (2016), por sua vez aponta alguns indicadores da produtividade, quais sejam: a) Indicadores de qualidade: Os indicadores de qualidade podem ser variados e sua função é medir se o resultado final alcançará os padrões pré-estabelecidos pela empresa e/ou exigidos pelos clientes. O exemplo de uma transportadora garantir 95% das entregas dentro do prazo é um indicador de qualidade. b) Indicadores de capacidade: Os indicadores de capacidade são importantes para medir a quantidade produzida em um determinado período de tempo. Em uma padaria, por exemplo, um padeiro pode ser capaz de produzir 80 pães por hora. Esse indicador é importante para indicar o tempo que um processo pode durar, porque, afinal, a capacidade precisa ser respeitada. c) Indicadores estratégicos: Os indicadores estratégicos auxiliam a empresa a mensurar se suas metase objetivos estão sendo atingidos. São eles que permitem saber se os processos estão sendo eficazes para que se atinja um determinado objetivo. Por exemplo, uma empresa de peças de automóveis pode ter a meta de vender uma média de 100 peças por mês. Se em setembro ela vender 180 peças, significa que esse indicador estratégico foi superado, mas se no mês seguinte a venda for de 80 peças, ele não foi atingido, porém a média ainda estará acima das expectativas. No entanto, se a média de vendas está ficando somente abaixo do esperado, o indicador estratégico aponta a possibilidade de mudar as estratégias de vendas. d) Indicadores de lucratividade: Os indicadores de lucratividade permitem analisar seu lucro líquido e adequá-lo à realidade da empresa. São indicadores importantes, porque apresenta a eficiência operacional obtida sob a forma de valor percentual. Além disso, demonstra qual é o ganho que a sua empresa consegue gerar a partir de um trabalho desenvolvido. É o dado que vai revelar se vale a pena ou não continuar com um projeto. Por exemplo, se a sua empresa tem uma lucratividade de 15%, isso significa que, de cada R$ 100,00 vendidos, R$ 15,00 “sobram” sob a forma de lucro, depois de pagas todas as despesas e os impostos. 25 e) Indicadores de competitividade: Os indicadores de competitividade visam avaliar a posição da sua empresa em relação aos concorrentes. Eles podem ser feitos utilizando o marketshare, que consiste no grau de participação de uma empresa no mercado em termos das vendas de um determinado produto, ou seja, a fração do mercado controlada por ela. Outros indicadores da produtividade podem se somar ao conhecimento do processo produtivo, a exemplo dos indicadores enumerados por Silva; Venanzi (2013): a) Escolha um grupo de colaboradores para avaliar: Caso a empresa nunca tenha medido sua produtividade, é interessante começar a fazer o exercício com um grupo menor de colaboradores (uma pequena amostragem). Defina o que observará. Nesse caso, é importante definir se você registrará as ações durante um dia, uma semana, um mês ou um semestre. O recomendado é que seja durante 7 ou 30 dias, porque 24 horas é pouco e 6 meses pode ser um longo período para que você consiga iniciar qualquer tipo de avaliação. b) Utilize a tecnologia a seu favor: Automatizar o registro de dados para acompanhar os índices de produtividade torna a tarefa mais isenta e diminui as chances de erro de cálculo. Há no mercado, atualmente, vários sistemas que permitem registrar diferentes processos e ações e, ao final, medir a eficiência deles, através do cruzamento de vários indicadores que facilitarão a análise e a tomada de decisão. Além disso, você pode orientar seus funcionários a utilizarem aplicativos e ferramentas que os auxiliem na produtividade e na eficiência no trabalho. Faça uma campanha interna, divulgando-os e sugerindo a melhor forma de usá-los. c) Acompanhe os indicadores diariamente: Por se tratar de algo novo na empresa, o RH deve, inicialmente, acompanhar os indicadores de produtividade diariamente. Cheque quais rendimentos não estão satisfatórios e observe se é algo relacionado a um pequeno grupo ou a muitos colaboradores da empresa. O segundo passo é chamar para uma sessão de feedback aqueles que apresentam resultados insatisfatórios. Mostre onde estão acertando e no que podem melhorar. Continue a avaliar os indicadores nos dias subsequentes. 26 Quando os resultados estiverem adequados, recomenda-se que a gerência defina uma periodicidade maior para o acompanhamento dos indicadores: semanal, quinzenal ou mensal. As empresas da construção civil podem estabelecer os indicadores de produtividade a partir do desempenho da mão de obra, do controle da qualidade, da lucratividade, da qualidade dos materiais empregados, do tempo de produção e de tantos outros parâmetros que possam contribuir para a avaliação da produtividade em um canteiro de obras. 27 3 METODOLOGIA 3.1 ÁREA DE ESTUDO Figura 1 – Localização da área de estudo Fonte: Google, 2018. O Município de Aracaju, Estado de Sergipe, atualmente com 658.000 habitantes, segundo dados estimados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016), detentor da maior economia do estado, principalmente no ramo de comércio e serviços, apresenta-se como a área de localização de um canteiro de obra predial, objeto desta pesquisa. A empresa construtora, responsável pela obra em apreço nasceu de um sonho de um engenheiro civil, que deixou a Bahia com o objetivo de construir o sistema de abastecimento de água doce do Porto de Sergipe, na década de 1980, obra de extrema relevância para o Estado. Atuando inicialmente na área de consultoria e projetos, a construtora logo passou a desenvolver diversos trabalhos no segmento de obras públicas. Assim, durante alguns anos, muitos municípios puderam contar com a construção de fóruns, escolas, mercados públicos, entre outras, com recursos de Prefeituras e do Governo do Estado. Atualmente, a empresa desenvolve uma obra predial em Aracaju, com duas torres de14 pavimentos cada, sendo que o pavimento térreo é destinado às áreas de 28 lazer e os demais, às unidades residenciais, totalizando 156 apartamentos. A Figura 1 localiza a área deste estudo. 3.2 COLETA DE DADOS Para este estudo, dois métodos de pesquisa foram utilizados para a coleta de dados: a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo, está ocorrida em um canteiro de obra predial na cidade de Aracaju. No que diz respeito à pesquisa bibliográfica, vários autores contribuíram para o levantamento do referencial teórico deste trabalho, entre eles: Martins; Laugeni (2012), Silva; Venanzi (2013), Araujo (2011), Carpinetti (2012),Sardgna (2016) e Teixeira (2017), que versaram sobre processos de produção, parâmetros da qualidade e produtividade. Para Duarte (2012), a pesquisa bibliográfica compreende um conjunto de procedimentos ordenados para conduzir o pesquisador ao conhecimento da bibliografia necessária à construção do seu referencial teórico estruturado. Quanto à pesquisa de campo, ocorrida no canteiro da obra, buscou-se o método qualitativo da observação desenvolvido por meio do preenchimento de uma planilha contendo os indicadores de produtividade para servir de subsídios à análise dos resultados dessa investigação. 3.3 ANÁLISE DOS DADOS A planilha utilizada para o levantamento de dados e visualizada no Apêndice A, incluiu os seguintes indicadores, fundamentais na avaliação da produtividade em um canteiro de obra predial: 1) Qualidade; 2) Capacidade; 3) Indicadores Estratégicos; 4) Lucratividade; 5) Competitividade; 6) Tecnologia; 7) Indicadores Humanos; 8) Criatividade; 9) Inovação; e, 10) Segurança. Cada indicador obteve a sua fiel avaliação com o auxílio do gestor da obra pesquisada e a participação ativa da pesquisadora desse trabalho, cujos dados valiosos estarão devidamente analisados no capítulo reservado aos resultados da pesquisa. 29 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A pesquisa sobre a avaliação da produtividade em um canteiro de obra predial de uma construtora no Município de Aracaju-SE apresentou os resultados descritos a seguir. Para a compreensão desses resultados, ordenou-se a descrição de cada indicador abordado no instrumento de pesquisa (Apêndice A), com a respectiva avaliação da observação preenchida no local da pesquisa. Em seguida, teceram-se os argumentos relativos a cada indicador avaliado, contextualizando, quando necessário, com os autores mencionados no referencial teórico da pesquisa bibliográfica. As ilustrações definidas para algumas argumentações reforçam a autenticidade e originalidade desse importante processo investigativo sobre a avaliação da produtividade, no âmbito da construção civil. 4.1 INDICADORES DEQUALIDADE Os indicadores de qualidade, para Sardgna (2016) podem ser variados e sua função é medir se o resultado final alcançará os padrões pré-estabelecidos pela empresa e/ou exigidos pelos clientes. Nesta pesquisa, o indicador de qualidade observado, revelou a seguinte avaliação: A construtora estabelece indicadores que fazem a composição do Índice de Eficácia do Sistema da Qualidade (IE) que são: Indicador de Satisfação do Cliente (IS); Índice de Retrabalho (IR); Índice de Prazo (IP); Índice de Custo (IC); Atendimento ao Plano de Treinamento (AT) e Número de Acidentes na Obra (NA). Os dados são coletados mensalmente pelo devido setor e analisados trimestralmente pelo Comitê da Qualidade. Argumentação: Entende-se que os indicadores de qualidade, quando aplicados em uma obra, contribuem substancialmente para a produtividade do canteiro, principalmente se esses indicadores são acompanhados por uma gestão eficaz, que promove a integração e consolidação de todos os índices, como é o caso comprovado da empresa pesquisada. 30 4.2 INDICADORES DE CAPACIDADE Para Sardgna (2016), os indicadores de capacidade são importantes para medir a quantidade produzida em um determinado período de tempo.Na construtora observada, o indicador de qualidade ofereceu-se à seguinte avaliação: A partir do programa de orçamentos ORSE, a construtora constrói os índices oficiais da base de dados SINAPI, utilizados como parâmetros para dimensionamento das equipes correspondentes a cada atividade prevista no planejamento de execução dos serviços. Argumentação: A produtividade em um canteiro de obras é sentida pela aplicação de programas de capacidade. O ORSE é um programa fundamental para dimensionar as equipes que trabalharão no sentido de produzir bem em um determinado período de tempo. No canteiro de obras da construtora pesquisada, a aplicação desse instrumento conduziu as atividades previstas no planejamento a resultados muito positivos. (Quadro 1). Quadro 1 – Indicadores de capacidade da empresa pesquisada. PRODUÇÃO POR EQUIPE SERVIÇO REVESTIMENTO CERÂMICO EQUIPE PRODUÇÃO COMPOSIÇÃO R$ H FUNÇÃO QUANTIDADE IND COMP IND ADOT 0,92 Profissional 1,09 R$6,41 215,20 R$1.507,51 R$1.386,90 Aj. Prático R$4,42 R$ - R$ - Servente 0,36 R$4,42 215,20 R$346,17 R$318,48 TOTAIS R$1.853,68 R$1.705,38 Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 4.3 INDICADORES ESTRATÉGICOS Os indicadores estratégicos, de acordo com Sardgna (2016) auxiliam a empresa a avaliar se suas metas e objetivos estão sendo atingidos. São eles que permitem saber se os processos estão sendo eficazes para que se atinja um determinado objetivo. No canteiro de obras, onde foi possível desenvolver esta 31 pesquisa, os indicadores estratégicos obtiveram a seguinte avaliação: Com o uso da ferramenta SWOT, a construtora apresentou os indicadores e as metas para monitoramentos e controles dos processos da empresa, da seguinte forma: a) FINANCEIRA: Aumentar a rentabilidade do negócio por meio do Índice de Custo, menor ou igual 1; b) CLIENTES: Relacionamento com o cliente por meio do Indicador de Satisfação do Cliente, igual a 95%; c) PROCESSO INTERNO: Padronizar as atividades realizadas aplicando o índice de retrabalho de até 5%; d) APRENDIZADO: Capacitar a equipe da empresa por meio do Atendimento ao Plano de Treinamento, com alcance de índice 100%. Argumentação: Os indicadores estratégicos aplicados pela construtora observada, em seu canteiro de obra predial resultam positivamente na produtividade, principalmente no que tange ao retrabalho, à capacitação de equipes e ao relacionamento com o cliente. O estímulo à produtividade é sentido primordialmente pela capacidade do gestor transferir para todos os colaboradores, clientes e fornecedores, a segurança de que o canteiro de obras, quando dotado de um plano estratégico bem elaborado, terá suas atividades plenamente executadas. Ver Quadro 2, seguinte. Quadro 2 – Indicadores estratégicos da empresa pesquisada. QUADRO GERAL DAS ESTATRÉGIAS Considerar: 1- A análise de SWOT para definição das estratégias competitivas da empresa 2- Definir os indicadores e as metas para monitoramentos e controles dos processos da empresa. Data de prenchimento: 23/05/2018 PERSPECTIVA AÇÃO ESTRATÉGICA INDICADOR META FINANCEIRA Aumentar a rentabilidade do negócio Índice de custo IC≤1 CLIENTES Relacionamento com o cliente Indicador de satisfação ao cliente IS=95% PROCESSO INTERNO Padronizar as atividades realizadas Inidice de retrabalho Até 5% APRENDIZADO Capacitar a equipe da empresa Atendimento ao Plano de Treinamento 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 32 4.4 INDICADORES DE LUCRATIVIDADE Sardgna (2016) considera que os indicadores de lucratividade permitem analisar seu lucro líquido e adequá-lo à realidade da empresa, demonstrando qual é o ganho que a empresa consegue gerar a partir de um trabalho desenvolvido. É o dado que vai revelar se vale a pena ou não continuar com um projeto. No canteiro de obras observado, os indicadores de lucratividade receberam a seguinte avaliação:De modo a garantir a lucratividade da empresa, os custos são monitorados mensalmente calculando realizado sobre o previsto, resultando no índice de custo (IC) que deve ser < 1. Argumentação: Cuidar da lucratividade de um empreendimento é de suma importância para o sucesso do resultado final da obra. A construtora em pauta monitora mensalmente os custos, o que asseguram resultados de produtividade positivos, consolidando desse modo, o planejamento e a execução das obras no elevado patamar de lucratividade. Observar o Quadro 3, abaixo. Quadro 3 – Indicadores de lucratividade da empresa pesquisada. Análise de Prazo/Custo A PERCENTUAL DE SERVIÇOS PREVISTOS B PERCEMTUAL DE SERVIÇOS EXECUTADOS C INDICIE DE PRAZO (C=B/A) META=> IP ≥ 1 D CUSTO TOTAL PREVISTO EM FUNÇÃO DOS SERVIÇOS EXECUTADOS (D=NXB) E CUSTO DIRETO REALIZADO NO MÊS F CUSTO INDIRETO REALIZADO NO MÊS G CUSTO TOTAL REALIZADO NO MÊS (G=E+F) H CUSTO TOTAL REALIZADO ACUMULADO I INDICE DE CUSTO (M=H/D) META=>IC≤1 J CUSTO TOTAL DA OBRA K SALDO DA OBRA (k=J-H) Fonte: Dados da pesquisa, 2018. 33 4.5 INDICADORES DE COMPETITIVIDADE Os indicadores de competitividade visam avaliar a posição da sua empresa em relação aos concorrentes, segundo Sardgna (2016). Esses indicadores podem ser elaborados utilizando o marketshare (quota de mercado), que consiste no grau de participação de uma empresa no mercado em termos das vendas de um determinado produto, ou seja, a fração do mercado controlada por ela. A avaliação desse indicador no canteiro de obra pesquisado mostrou que: o desempenho se resume na qualidade do serviço e métodos de trabalho desenvolvidos pela construtora, buscando um preço final abaixo do mercado, para se manter sempre à frente dos seus concorrentes. Não há, porém, demonstração de indicadores. Argumentação: Apesar da ausência de medidores e aferidores dos indicadores de competitividade, a construtora avaliada demonstra os seus resultados de competitividade por meio da ação empírica do gestor de obras, o que valida o seu método de trabalho pelo desempenho da qualidade e oferecimento de um preço final abaixo do mercado, distanciando-se, desse modo, dos fortes concorrentes, entendendo-se que a produtividade pode ser também fruto do estabelecimento de uma estruturada e bem conduzida competitividade. 4.6 INDICADORES DE TECNOLOGIA Para Silva; Venanzi (2013), automatizar o registro de dados para acompanhar os índices de produtividade torna a tarefa mais isenta e diminui as chances de erro de cálculo. Existem vários sistemas que permitem registrar diferentes processos e ações e, ao final, medir a eficiência deles, através do cruzamento de vários indicadoresque facilitarão a análise e a tomada de decisão. Na empresa em questão, observou-se que: os recursos tecnológicos empregados na organização são coerentes e estão atualizados de acordo com as necessidades de mercado. Não há indicadores. Argumentação: Os recursos tecnológicos utilizados no canteiro de obras da construtora pesquisada estão, comprovadamente, atualizados de acordo com as necessidades do planejamento e da execução das atividades, oferecendo excelentes contribuições à produtividade. 34 4.7 INDICADORES HUMANOS As organizações devem acompanhar os indicadores de produtividade diariamente, checando quais rendimentos não estão satisfatórios e se estão relacionados às equipes de colaboradores. No caso da construção civil, as empresas podem estabelecer os indicadores de produtividade a partir do desempenho da mão de obra, do controle da qualidade, da lucratividade, da qualidade dos materiais empregados, do tempo de produção e de tantos outros parâmetros que possam contribuir para a avaliação da produtividade em um canteiro de obras. Entretanto, em qualquer das circunstâncias, são os indicadores humanos que mais prevalecerão no contexto da produtividade, haja vista que, uma mão de obra bem treinada oferece mais de 90% de possibilidades para que uma obra seja plenamente produtiva. A avaliação dos indicadores humanos no canteiro de obra da construtora pesquisada mostrou que: existem dentro da empresa as competências adequadas, sendo, porém, necessário um treinamento para aperfeiçoamento dos seus colaboradores no âmbito do SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade). Mas, no geral, na organização em apreço há uma interação entre os setores, onde o objetivo é o resultado satisfatório para a empresa. Nesse aspecto, anualmente se define um plano de treinamento com meta de 100% de atendimento ao que foi planejado. Argumentação: É importante compreender que os indicadores humanos estão sempre em vanguarda no que diz respeito à produtividade de um canteiro de obras. Colaboradores de diversos níveis de conhecimento necessitam executar suas atividades com responsabilidade, disciplina e esmero, para que os objetivos do planejamento de obras sejam alcançados. Cabe ao gestor de obras cuidar do treinamento constante do seu pessoal, inclusive na questão de operação de novas tecnologias, quando existentes, para que o índice de produtividade seja plenamente alcançado. Para tanto, o gestor não deve abrir mão de uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento dos imprescindíveis recursos humanos: a motivação humana. 4.8 INDICADORES DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Teixeira (2017) sustenta que, para melhorar a produtividade, é importante desenvolver a criatividade e praticar a inovação. Mesmo em um canteiro de obras, 35 esses indicadores da produtividade necessitam estarem presentes no cotidiano do processo construtivo, e não apenas no planejamento arquitetônico do empreendimento. Por exemplo, a implantação da sustentabilidade no ambiente da obra por meio da limpeza constante e destinação adequada dos resíduos sólidos. Este aspecto contribui com a produtividade da obra, pois colaboradores e materiais podem circular pelo ambiente com menores riscos de acidentes ou prejuízos. Na construtora ora avaliada, este item não foi contemplado pelo gestor de obras. Argumentação: Por se tratar de indicadores de extrema importância para a consolidação da produtividade no ambiente de um canteiro de obras, a autora deste trabalho recomenda a implantação de um modelo criativo e inovador que possa auxiliar na sustentabilidade e, portanto, melhorar a produtividade no ambiente objeto desta pesquisa. 4.9 INDICADORES DE SEGURANÇA Porque os indicadores de segurança são fundamentais para o aumento da produtividade? Muitos autores consideram que a segurança no trabalho traz, além da disciplina pelo uso de EPI’s, benefícios pela prevenção de acidentes e consequente resguardo à saúde, sem contar com os lucros provenientes da mitigação ou até mesmo ausência de acidentes de trabalho. Uma obra, cuja gestão prima pela segurança, só tem a ganhar em todos os sentidos: desde a produtividade até à lucratividade do empreendimento. Na construtora avaliada, foi possível observar que: a empresa monitora a ocorrência de acidentes em todas as atividades, calculando mensalmente o índice de acidentes, que é o resultado do quociente entre o número de acidentes com afastamento e a média de trabalhadores no mês. (meta=0. Argumentação: Os indicadores de segurança demonstrados pela empresa pesquisada sugerem que o gestor de obra estar plenamente atento ao monitoramento das ocorrências de acidentes, nos diversos setores da obra, o que fomenta a perspectiva de uma execução de obra muito tranquila e propensa à contínua e sempre melhorada produtividade. 36 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do que foi proposto no objetivo geral desta pesquisa, que trata da análise da produtividade em um canteiro de obra, onde se encaminhou para um estudo bibliográfico, no qual excelentes autores foram de grande importância para aplicação do estudo qualitativo. Neste trabalho foi possível perceber que para ter um canteiro com uma boa produtividade é necessário um ótimo planejamento e um seguimento rigoroso do planejamento, pois não adianta em nada a existência de um bom planejamento se não seguir o que está imposto. A introdução das ferramentas da qualidade como o Ciclo PDCA, o diagrama de Ishikawa e a Ferramenta dos 5S no canteiro de obras só orienta as empresas para uma situação melhor no canteiro, sendo assim podendo investir na qualidade e ter bons lucros mesmo diminuindo despesas e aumentando a produtividade. Há outras ferramentas também para ajudar na produtividade em um canteiro, que são os indicadores da produtividade, onde, para Sardgna (2016), são ferramentas utilizadas para medir e melhorar a eficiência dos processos em empresas. Foi a partir dos indicadores de qualidade que se efetuou uma análise qualitativa, aplicando uma planilha (Apêndice A) onde se incluem os indicadores seguintes: (1) qualidade, 2) capacidade, 3) estratégicos, 4) lucratividade, 5) competitividade, 6) tecnologia, 7) humanos, 8) criatividade, 9) inovação, e 10) segurança) para construção da avaliação da competitividade da empresa pesquisada. A avaliação mostrou que a empresa apresenta os indicadores de qualidade que conciliam índices do sistema da qualidade com dados coletados mensal e analisados trimestralmente, contemplando também o indicador da capacidade, em que a empresa usa o programa ORSE que constrói indicies da base de dados do SINAPI. Os indicadores estratégicos mostraram que a empresa usa a ferramenta SWOT, a qual revela metas de produtividade a serem alcançadas pela organização. Também foi analisado o indicador de segurança, onde a empresa pesquisada controla as ocorrências em todas as atividades, calculando-se mensalmente o indicie de acidentes significando uma obra muito tranquila, melhorando sempre na produtividade. 37 Por fim, os indicadores humanos analisados revelaram que a empresa faz planos de treinamentos anualmente, centrando a motivação humana como indispensável para a construtora estudada. Assim, é possível concluir que a empresa analisada pratica seus indicadores da qualidade com vistas ao contínuo aumento e melhoria da produtividade, criando, dessa maneira, um grande diferencial competitivo para o complexo e acirrado mercado da construção civil. 38 REFERÊNCIAS ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-ISO 9001:2015. Disponível em: www.abnt.org.br. Acesso em: 10.09.2018. ARAUJO, Karla Fabiana do Nascimento. As boas práticas do gerenciamento dos processos de uma cadeia produtiva. 2011. Disponível em: www.administradores.com.br.Acesso em: 09.09.2018. CAMPOS, Wemerson. ISO 9001:2008: interpretando e implementando. 2 ed. São Paulo: Clube dos Autores, 2010. CARPINETTI, Luiz César Ribeiro. Gestão da qualidade: conceitos e técnicas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2012. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Campus, 2005. DOTTA, Rodrigo C. Produção em massa e processo contínuo. (2016). Disponível em: www.pt.linkedin.com.br. Acesso em 24.04.2018. DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. Tipos de pesquisas sociais.(2012). Disponível em: www.brasilescola.com.br. Acesso em 22.04.2018. FALCONI, Vicente. Gerenciamento da rotina do trabalho do dia-a-dia. Belo Horizonte, INDG, 2004. IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Estatística de Sergipe. (2016). Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 05.09.2018. MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2012. OLIVEIRA, Otávio J. Gestão da qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Pioneira, 2003. SARDGNA, José Carlos. Indicadores de produtividade. (2016). Disponível em: www.contazul.com.br. Acesso em: 10.10.2018. SILVA, Orlando Roque da; VENANZI, Délvio;. Gerenciamento da produção e operações. 1.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2013. TEIXEIRA, Rafael Fialho. Indicadores de produtividade. (2017). Disponível em: www.deskmanager.com.br. Acesso: 10.10.2018. VERAS, Carlos Magno dos Anjos. Gestão da Qualidade. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão. São Luiz, Ma: 2009. 39 APÊNDICE A PLANILHA DOS INDICADORES PARA AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE EM UM CANTEIRO DE OBRAS NO MUNICÍPIO DE ARACAJUA-SE INDICADORES AVALIAÇÃO 1. QUALIDADE Temos estabelecidos indicadores que fazem a composição do Índice de Eficácia do Sistema da qualidade (IE) que são: Indicador de Satisfação do Cliente (IS); Índice de Retrabalho (IR); Índice de Prazo (IP); Índice de Custo (IC); Atendimento ao Plano de Treinamento (AT) e Número de Acidentes na Obra (NA). Os dados são coletados mensalmente pelo devido setor e analisados trimestralmente pelo Comitê da Qualidade. 2. CAPACIDADE A partir do programa de orçamentos ORSE, coletamos os índices oficias da base de dados SINAPI que utilizamos como parâmetros para dimensionamento das nossas equipes correspondentes a cada atividade prevista no planejamento de execução dos serviços. 3. ESTRATÉGICOS Com o uso da ferramenta SWOT, a construtora apresentou os indicadores e as metas para monitoramentos e controles dos processos da empresa, da seguinte forma: a) FINANCEIRA: Aumentar a rentabilidade do negócio por meio do Índice de Custo, menor ou igual 1; b) CLIENTES: Relacionamento com o cliente por meio do Indicador de Satisfação do Cliente, igual a 95%; c) PROCESSO INTERNO: Padronizar as atividades realizadas aplicando o índice de retrabalho de até 5%; d) APRENDIZADO: Capacitar a equipe da empresa por meio do Atendimento ao Plano de Treinamento, com alcance de índice 100%. 4. LUCRATIVIDADE De modo a garantir a lucratividade da empresa, os custos são monitorados mensalmente calculando realizado sobre o previsto, resultando no índice de custo (IC) que deve ser < 1. 5. COMPETITIVDADE O desempenho se resume na qualidade do serviço e métodos de trabalho do qual possuimos e adquirimos, buscando um preço final abaixo do mercado, para estarmos sempre à frente dos nossos concorrentes. Não há indicadores. 6. TECNOLOGIA Os recursos tecnológicos empregados na organização são coerentes e estão atualizados de acordo com as necessidades de mercado. Não há indicadores. 7. HUMANOS Existe dentro da empresa as competências adequadas. Sendo necessário um treinamento para aperfeiçoamento dos seus colaboradores no âmbito do SGQ. Na organização há uma interação entre os setores onde o objetivo é o resultado satisfatório para a empresa. 40 Anualmente define-se um plano de treinamento com meta de 100% de atendimento ao que foi planejado. 8. CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO Não aplicável 9. SEGURANÇA Monitoramos a ocorrência de acidentes em todas as atividades calculando mensalmente o índice de acidentes que é o resultado do quociente entre o número de acidentes com afastamento e a média de trabalhadores no mês. (meta=0) Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
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