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Livros - Filosofia Da Religiao

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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEBEMGE - SEMINÁRIO BATISTA DO ESTADO DE MINAS GERAIS
 
TRABALHO DE FILOSOFIA DA RELIGIÃO 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno : Anísio Renato de Andrade
Professor : João
 
Período : Sétimo - Curso : Bacharel em Teologia Ministerial
 
Data : 26 de maio de 1997 - Local : Belo Horizonte - MG
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 REFORMA E RENASCENÇA
 
 
 INTRODUÇÃO
 
 
 A SITUAÇÃO NA EUROPA NO SÉCULO XIV
 
 
 A partir do século XIV é que podemos perceber a desagregação do 
mundo medieval. Essa progressiva desagregação é demonstrada nos diferentes 
níveis da realidade social.
 No plano econômico, assistimos à derrocada da economia feudal e ao 
renascimento do comércio, que culminará com as grandes navegações do século 
XVI.
 No plano social, temos o desenvolvimento de uma camada de 
mercadores e o progressivo declínio da nobreza feudal.
 No plano político, ocorre progressivamente uma centralização do poder 
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nas mãos dos reis. As soberanias feudais locais vão desaparecendo. O rei, aliado 
aos mercadores, vai sujeitando à sua autoridade o poder da nobreza feudal e da 
igreja.
 No plano religioso, assistimos ao declínio da igreja, com o surgimento de 
uma série de movimentos que irão culminar com a Reforma Protestante.
 No plano cultural, temos o Renascimento cultural ou Renascença.
 Todas essas transformações que ocorrem na Europa Ocidental, a partir 
do século XIV, estão intrinsecamente ligadas entre si e atuando umas sobre as 
outras.
 
 
 
 
O RENASCIMENTO, OU RENASCENÇA
 
 
 Até os fins da Baixa Idade Média, a igreja monopolizava a educação e a 
cultura na Europa Ocidental.
 A cultura era teocêntrica, isto é, o pensamento e as artes ocupavam-se 
somente com o estudo de Deus e da vida sobrenatural.
 Com o surgimento de novas condições de vida em sociedade, uma nova 
cultura começou a aparecer. Essa nova cultura tinha um caráter humanista 
(valorização do homem e suas obras), leigo e antropocêntrico (colocação do 
homem como centro do universo).
 É ao surgimento e desenvolvimento dessa cultura leiga, humanista e 
antropocêntrica que atribuímos o nome de Renascimento Cultural.
 
 
 
 
 
 
 
 
 AS CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO CULTURAL
 
 
 
 O Renascimento Cultural ou Renascença, como já vimos, foi o 
surgimento de uma cultura antropocêntrica em oposição ao teocentrismo 
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medieval. Outra característica da Renascença foi o individualismo em 
oposição ao coletivismo da Idade Média. Cada renascentista julgava-se o elemento 
mais importante do mundo. Isso pode ser facilmente explicado: enquanto na Idade 
Média o homem só se via fazendo parte de um todo ( o cristão só se entendia como 
parte da igreja, o servo como elemento de um feudo, o artesão como elemento de 
uma corporação), na época renascentista, com o estabelecimento da sociedade 
competitiva, cada indivíduo procurava se sobrepor aos demais, buscando a 
satisfação de seus impulsos e desejos.
 No Renascimento, notamos também uma forte inclinação para o 
Naturalismo. O homem renascentista valorizava a natureza, fundamentalmente a 
natureza humana.
 No plano do conhecimento, as características fundamentais do 
Renascimento Cultural foram:
 
 - O racionalismo - todo conhecimento tem que ser demonstrado pela 
razão humana.
 - O experimentalismo - o conhecimento deve ser demonstrado através de 
experiências.
 
 
 
 FATORES QUE LEVARAM AO RENASCIMENTO
 
 
 
 O Renascimento Cultural foi um produto das transformações ocorridas na 
Europa Ocidental a partir da Baixa Idade Média. Essas transformações foram:
 
 - O Renascimento Comercial, ou seja, a generalização do comércio pela 
Europa Ocidental.
 - O Renascimento Urbano, que implicou um crescimento e surgimento de 
novas funções para as cidades. A cultura renascentista foi uma cultura 
eminentemente urbana.
 - O surgimento e ascensão de uma camada de mercadores. Os ideais 
elaborados pelo Renascimento correspondiam, de um modo geral , aos interesses 
desse grupo. Foram os mercadores os principais elaboradores e financiadores da 
cultura renascentista.
 - A centralização do poder nas mãos dos reis. Na medida em que foram 
centralizando o poder em suas mãos, os reis foram submetendo a igreja a sua 
autoridade. Esta submissão possibilitou a ascensão dos mercadores e o surgimento 
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de uma cultura renascentista.
 - O declínio da igreja que monopolizava a cultura medieval. Com o 
declínio da igreja, foram surgindo novos centros de saber na Europa Ocidental - as 
Universidades - que se desenvolveram a partir do século XI, financiadas pelos 
mercadores. Retoma-se o estudo de toda a cultura clássica e especificamente do 
direito comercial romano.
 - O desaparecimento dos ideais de vida da Idade Média, que possibilitou 
o surgimento de um novo homem - o humanista. Entre esses ideais, que 
desapareceram, podemos citar : a cavalaria - que, além de arma de guerra era o 
código de honra da nobreza feudal, passou, com o renascimento, a ser tratada com 
desprezo e até mesmo a ser ridicularizada; a escolástica - que buscava a 
conciliação da fé com a razão, passou a ser desdenhada.
 
 Como vimos, o Renascimento Cultural é um produto das transformações 
européias no alvorecer da Idade Moderna.
 É preciso lembrar, no entanto, que a Europa não é um todo monolítico. 
Enquanto na Itália e Países Baixos já temos no século XIV um significativo 
desenvolvimento da produção capitalista e o domínio político de uma burguesia 
nascente, em outros países europeus temos, ao contrário, o fortalecimento das 
relações feudais, e, conseqüentemente, da nobreza feudal.
 Portanto, o Renascimento Cultural terá certas variações nacionais e seu 
engendramento dever-se-á a condições histórica específicas de cada país.
 
 
 
 
 A REFORMA PROTESTANTE
 
 
 A Situação da Europa na Época da Reforma Protestante
 
 
 Durante todo o per[iodo feudal, o predomínio cultural pertenceu à Igreja 
católica, que monopolizava a educação e a cultura. A igreja era a única instituição 
centralizada de toda a Europa feudal e sua força era superior à dos reis.
 O homem medieval era profundamente religioso.
 A Igreja pregava o amor ao próximo e a humildade. Contudo, havia uma 
grande contradição entre o que ela pregava e o que praticava.
 Nos séculos XIV e XV, a degeneração da igreja atingiu um grau 
monstruoso. O alto clero vivia num ambientede luxo. Moitas pessoas se 
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convenciam então de que a igreja se afastara da doutrina original de Cristo, sendo 
necessário fazê-la retornar ao ponto de partida.
 Com o surgimento da Universidades, muitos eruditos, passaram a ler a 
Bíblia independentemente das interpretações da igreja, difundindo a doutrina 
original de Cristo.
 Esse eruditos, tal como Erasmo de Rotterdam, propunham uma reforma 
no interior da própria igreja.
 Também os camponeses e artesãos medievais, explorados pelos 
senhores leigos e eclesiásticos, moviam contra a igreja violentas lutas armadas. 
Essas lutas contra os abusos do poder da igreja assumiam um caráter de heresia.
 O primeiro grande movimento dessa natureza foi o movimento husita 
(devido ao seu líder John Hus), que irrompeu na segunda década do século XV no 
reino de Boêmia. A igreja viu-se obrigada a fazer sérias concessões aos rebeldes 
ante a derrota das tropas dos cruzados e mercenários por ela contratados. A igreja, 
pela primeira vez em sua história, teve que tratar publicamente com os hereges, 
aceitando suas petições.
 Outro movimento popular herético foi o movimento liderado por Wycliffe 
na Inglaterra. Os camponeses queriam a abolição da servidão e da cobrança dos 
dízimos pela igreja. Wycliffe pregou até o confisco dos bens dos mosteiros, tendo 
sido apoiado nessa reivindicação pela nobreza inglesa, interessada nas terras da 
igreja. As suas propostas teológicas eram revolucionárias, marcadas por um caráter 
anti-clerical, antifeudal e democrático. Para Wycliffe, qualquer homem estava tão 
próximo de Deus quanto os padres, tendo, portanto, o direito íntimo de juízo em 
matéria de religião. Os sacramentos tinham pouca importância em comparação com 
a pregação e estudo da Bíblia. O homem era mais importante sendo ativo no 
mundo do que trancado num mosteiro.
 Erasmo, ao nível da crítica intelectual, e John Hus e Wycliffe, ao nível 
dos movimentos populares, podem ser considerados os precursores da Reforma.
 
 
 
 OS FATORES QUE GERARAM A REFORMA PROTESTANTE
 
 
 - A expansão marítima e comercial que fortaleceu a burguesia européia, 
interessada na reforma religiosa. Tal interesse se devia tanto à moral econômica 
católica do "preço justo", elaborada por Tomás de Aquino, que constituía um 
obstáculo ao desenvolvimento do comércio, como também ao alto custo do clero 
para a burguesia nascente.
 
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 - A formação das monarquias nacionais: com o surgimento dos Estados 
centralizados, o poder real e a igreja entraram em conflito na medida em que esta 
última constituía um empecilho ao fortalecimento do poder real. Por outro lado, os 
dízimos, a venda das indulgências e de relíquias sagradas retiravam dos Estados 
Nacionais uma boa parte da renda que era transferida para o papado na Itália.
 
 - O Renascimento Cultural. Na medida em que desenvolveu uma cultura 
antropocêntrica, um espírito de crítica, o individualismo levou ao declínio da 
escolástica e contribuiu para a Reforma Protestante.
 
 - O declínio da igreja: a venda de indulgências e de cargos religiosos 
tornou a igreja alvo de crítica da maior parte de seus fiéis.
 
 Em cada país acrescentou-se a atuação de fatores específicos no 
surgimento da Reforma Protestante.
 
 
 A SITUAÇÃO DA ALEMANHA NA ÉPOCA DA REFORMA
 
 
 Na Alemanha, o poder real era fraco. O chamado Santo Império Romano 
Germânico era formado por uma multiplicidade de principados, nos quais o poder 
político era exercido pela grande nobreza. A dinastia dos Habsburgos (imperadores 
do Sacro Império), necessitava do apoio do Papa para manter sua frágil hegemonia 
sobre os principados. Uma grande quantidade de terras do Sacro Império pertencia 
às instituições eclesiásticas. O maior comércio de indulgências era o da Alemanha.
 Era nessa região que a igreja obtinha as suas maiores rendas. Apesar 
das contradições entre as várias classes sociais, todas elas tinham um inimigo 
comum - a igreja.
 A nobreza feudal tinha interesse em apoderar-se das terras da igreja; a 
grande burguesia queria um clero menos custoso e ao mesmo tempo desejava 
impedir a fuga de capitais para Roma; os camponeses e os artesãos viam na igreja 
o seu grande explorador, com a cobrança dos dízimos, das rendas feudais, etc.
 
 
 
 
 
 
 
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FILOSOFIA DA RELIGIÃO
 
 
 FATORES QUE MOTIVARAM A REFORMA NA ALEMANHA
 
 
 Um fator primordial foi o ódio voltado por todas as classes sociais à Igreja 
Católica.
 Outro fator foi o desenvolvimento do humanismo na Alemanha, com o 
aparecimento das Universidades. Esses humanistas satirizavam a vida dissoluta do 
clero, a moral religiosa medieval e as instituições eclesiásticas.
 Entretanto, o fator imediato responsável pela deflagração da Reforma na 
Alemanha foi a venda de indulgências. O para Leão X, necessitando de dinheiro 
para a construção da Basílica de São Pedro, encarregou o monge Tetzel de vender 
as indulgências na Alemanha. Este levou ao máximo tal comércio. Lutero, um 
monge agostiniano, afixou na igreja de Wittenberg, onde era pregador, as 95 teses, 
combatendo a venda de indulgências. Em virtude dessa atitude, Lutero foi 
ameaçado de excomunhão pelo papa Leão X, caso não voltasse atrás. Lutero 
recusou-se a uma retratação, sendo excomungado e convocado a comparecer 
frente à Dieta Imperial, que iria se reunir em Worms, para ser julgado. Nessa 
Assembléia, pelo fato de muitos príncipes eleitores serem também hostis à Igreja, 
nada foi feito contra o monge. Entretanto, o imperador Carlos V fez passar um édito, 
declarando Lutero fora da lei. Todavia, passado o perigo da perseguição pelos 
soldados do rei, Lutero reiniciou a sua luta e o édito nunca foi posto em execução. A 
partir daí, a reforma proposta por ele expandiu-se pela Alemanha.
 
 
 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS 
DA REFORMA LUTERANA
 
 
 A religião luterana tinha um caráter nacional na medida em que rompeu 
com o papado e colocou os pastores dessa igreja sob a direção dos príncipes 
alemães. A igreja luterana simplificou os rituais religiosos, tendo 
excluído todos os sacramentos da igreja católica, exceto dois - o batismo e a 
eucaristia - segundo Lutero, instituídos pelo próprio Cristo. A confissão passava a 
ser feita diretamente com Deus. Todo homem era considerado capaz de interpretar 
livremente a Bíblia. A reforma luterana foi uma reforma moderada que favoreceu a 
nobreza feudal e a grande burguesia.
 A nobreza feudal foi favorecida tanto pelo fato de que os pastores dessa 
igreja ficavam sob a direção dos príncipes, como também pelo fato dela haver se 
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apoderado das terras da igreja.
 A grande burguesia foi favorecida, na medida em que se viu liberada das 
grandes obrigações financeira para com a igreja católica, permanecendo tais 
rendas na Alemanha.
 
 
 
 
 
 
 
 A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
 
 
 O princípio básico da religião luterana é o da justificaçãopela fé. Através 
desse princípio, Lutero dava maior valor à fé do que às boas obras praticadas pelos 
fiéis como meio de ganhar a salvação. O fiel, para ganhar o paraíso, não deveria 
jejuar e sim submeter-se totalmente à vontade de Deus.
 
 
 AS CONSEQÜÊNCIAS DA REFORMA LUTERANA
 
 
 - A Revolta dos Cavaleiros (1522-1523) : Os cavaleiros pertenciam à 
pequena nobreza que estava sendo empobrecida com a concentração da terra nas 
mão dos grandes príncipes leigos e eclesiásticos. Imbuídos da doutrina luterana, 
que pregava uma igreja nacional e a subordinação do poder espiritual ao temporal, 
os cavaleiros levantaram-se contra os príncipes católicos. Essa revolta liderada por 
Ulrich Von Wutten e Francis Von Sickingen foi rapidamente dominada pela grande 
nobreza.
 
 - A Guerra Camponesa de 1523-1525 ( a Revolta Camponesa de 
Thomas Münzer): entre os seguidores de Lutero, os mais radicais eram os 
anabatistas. Em matéria de religião, eram extremamente individualistas, rejeitando 
qualquer sacerdócio e acreditando que Deus continuava a se comunicar 
diretamente com os eleitos. Do ponto de vista social, a seita anabatista era 
composta por camponeses empobrecidos, por aprendizes de tecelão, ou seja, pelas 
camadas mais baixas da sociedade alemã. Seu principal líder era Thomas Münzer, 
que pregava o desaparecimento da propriedade privada. Os camponeses e os 
aprendizes das cidades revoltaram-se contra o domínio da grande e pequena 
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nobreza, dos sacerdotes e dos cidadãos ricos das cidades.
 
 Os camponeses revoltosos queriam que lhes fossem devolvidas as terras 
comunais, usurpadas pelos senhores e a diminuição do tributo em espécie e em 
trabalho. Na Alemanha Central, o movimento tornou-se tipicamente revolucionário, 
com os camponeses exigindo a abolição da servidão e a posse comunitária da 
terra. Em toda a Alemanha eram queimados os conventos e os castelos da nobreza 
feudal. Em algumas regiões, as cidades auxiliaram o movimento camponês.
 A falta de união e organização nas forças camponesas facilitou o seu 
esmagamento pela grande nobreza, aliada aos cavaleiros, aos burgueses, à igreja 
luterana e à igreja católica. O próprio Lutero incentivou o esmagamento dos 
camponeses. Mais de 100 mil foram mortos e Münzer foi decapitado.
 A Paz Religiosa em Augsburgo: as terras clericais passaram para a mão 
da grande nobreza. Mesmo alguns bispos abandonaram a igreja católica e se 
tornaram senhores dos principados eclesiásticos.
 A igreja católica, vendo-se enfraquecida, permitiu que alguns príncipes 
católicos ficassem com as suas terras. Mas, no período compreendido entre 1530-
1540, houve um aumento do número de príncipes protestantes.
 Carlos V, imperador do Santo Império, era católico. Temendo perder a 
coroa para algum príncipe protestante, pois o imperador era eleito pelos príncipes, 
Carlos V voltou-se contra os príncipes protestantes. Os principados, vendo na ação 
do imperador uma tentativa de fortalecimento do seu poder, agitaram-se. Alguns 
príncipes católicos se aliaram aos príncipes protestantes, que também recebiam 
ajuda dos reis de França, e derrotaram Carlos V. Assumiu o poder Fernando I que, 
em 1555, assinou a paz religiosa de Augsburgo, onde ficou estabelecido que a 
religião do príncipe seria a religião do principado (cujus regio ejus religio). Assim 
sendo, o norte da Alemanha tornou-se protestante e o sul, católico.
 A Reforma Luterana, pelo fato de favorecer a nobreza feudal, expandiu-
se pelos países dominados por essa nobreza, tais como Suécia, Dinamarca e 
Noruega.
 A Reforma Protestante foi um movimento predominantemente de 
transformação religiosa, iniciado fora da própria igreja e em oposição a ela.
 Seria um erro considerar a Reforma como puramente um movimento 
religioso, pois este movimento teve implicações econômicas, políticas e sociais na 
medida em que refletiu as lutas de classe entre nobreza, burguesia, artesãos e 
camponeses do início da Idade Moderna.
 Na Suíça, os responsáveis pela Reforma foram Ulrich Zwinglio e João 
Calvino.
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