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ALTAS-HABILIDADES-SUPERDOTACÃO

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1 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 UM NOVO OLHAR PARA AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO . 4 
3 ASPECTOS LEGAIS QUE EMBASAM O ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO EM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO .............................. 7 
4 SUPERDOTAÇÃO É UMA DEFICIÊNCIA? ................................................ 9 
4.1 O que é superdotação? ........................................................................ 9 
4.2 Características da superdotação .......................................................... 9 
4.3 De onde vem a superdotação? .......................................................... 10 
4.4 Como lidar com a superdotação? ....................................................... 10 
4.5 Estímulos extras para superdotação .................................................. 11 
5 COMO É O CÉREBRO DAS CRIANÇAS SUPERDOTADAS? ................. 12 
6 ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NO BRASIL: CELEIRO 
DESPERDIÇADO ...................................................................................................... 16 
6.1 Altas Habilidades e Superdotação: O que é? ..................................... 17 
6.2 Parâmetros usados para distinguir indivíduos com Altas Habilidades / 
Superdotação ........................................................................................................ 17 
6.3 Tipos de inteligência (de habilidades) ................................................ 18 
6.4 Confusões ocasionadas pelos termos superdotado e gênio .............. 20 
6.5 Facilidades, dificuldades e desafios nos âmbitos: Familiar, Escolar / 
Acadêmico, Laboral e Social ................................................................................. 20 
7 CRIANÇAS SUPERDOTADAS TÊM MUITA CRIATIVIDADE E 
IMAGINAÇÃO FÉRTIL .............................................................................................. 22 
8 COMO RECONHECER UMA CRIANÇA SUPERDOTADA? .................... 24 
9 COMO SABER SE VOCÊ TEM UMA CRIANÇA SUPERDOTADA EM 
CASA? 25 
 
2 
 
9.1 Precocidade intelectual ...................................................................... 25 
9.2 Hipersensibilidade emocional e sensorial ........................................... 25 
9.3 Altamente criativas ............................................................................. 26 
9.4 Hipersensibilidade psicomotora .......................................................... 26 
9.5 Dissincronia evolutiva ......................................................................... 27 
10 COMO EDUCAR A UMA CRIANÇA SUPERDOTADA? ........................ 27 
11 COMO SER “SUPERDOTADO” PODE AFETAR SUA VIDA ADULTA?28 
12 A CRIANÇA COM SUPERDOTAÇÃO / ALTAS HABILIDADES: O PAPEL 
DA ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS ......................................... 30 
13 A CRIANÇA COM AH/S NA ESCOLA COMUM: PROPOSTA DE 
INCLUSÃO 31 
13.1 Características predominantes dos habilidosos matematicamente . 33 
14 DIFICULDADES RELACIONADAS AO ATENDIMENTO DOS ALUNOS 
COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO ...................................................... 35 
15 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO RECONHECIMENTO DAS 
ALTAS HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO .............................................................. 41 
16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 46 
17 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 47 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 UM NOVO OLHAR PARA AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 
A visão das Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) ainda é permeada por 
uma série de mitos e crenças errôneas e preconceituosas, não só pelo senso comum, 
como também pelos próprios profissionais da educação, inclusive na área da 
Educação Especial, o que prejudica o atendimento desta população. 
 Estudos demonstram a importância da conscientização dos profissionais da 
educação e, principalmente, dos professores que atuam em sala de aula, garantindo 
o desenvolvimento de políticas educacionais que proporcionem um encaminhamento 
adequado a esses alunos. Já se passaram 22 anos desde a promulgação da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN e ainda existem barreiras e 
preconceitos para a inclusão de alunos com altas habilidades/superdotação. 
Provavelmente isso se deve a complexidade e dificuldade na interpretação destas 
questões. 
Assim, considera-se importante a abertura à discussão, esclarecimentos e a 
desmistificação do tema, buscando ampliar os conhecimentos dos profissionais para 
que se possam identificar no contexto escolar alunos com indicadores de AH/SD, 
proporcionando os encaminhamentos necessários para o desenvolvimento de 
potenciais. 
A LDBEN não conceitua a expressão alunos com necessidades especiais, 
contudo faz menção aos alunos superdotados e prevê garantias para estes alunos no 
capítulo V. O que mostra que alunos superdotados são considerados alunos com 
necessidades educacionais especiais. 
A Política da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, de 
janeiro de 2008, define alunos com altas habilidades/superdotação demonstram 
potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: 
Intelectual, Acadêmica, Liderança, Psicomotricidade e Artes. Também apresentam 
elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas 
em áreas de seu interesse. 
As altas habilidades/superdotação não são, como muitos ainda pensam, um 
dom, mas sim características e comportamentos que podem e devem ser 
aperfeiçoados na interação com o mundo e que se apresentam numa 
variedade grande de combinatórias. (MEC, 2006, Apud COSTA.E. A. F. 2018, 
pág. 63). 
 
5 
 
Segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica (MEC, 2001) as crianças com AH/SD são aquelas que apresentam notável 
desempenho e elevada potencialidade em qualquer um dos seguintes aspectos, 
isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, 
pensamento criador ou produtivo, capacidade de liderança, talento especial para as 
artes e capacidade psicomotora. 
 
Fonte: www.vittude.com 
 Gardner (1995), autor da teoria das inteligências múltiplas, entende que a 
inteligência é a competência para resolver problemas e elaborar produtos relevantes 
a uma dada cultura. Para este teórico, a superdotação pode se manifestar em uma ou 
mais das oito inteligências descritas por ele: inteligência linguística, lógico-
matemática, espacial, musical, corporalcinestésica, interpessoal, intrapessoal e 
naturalista. Existem ainda estudos acerca de uma nona inteligência, que seria a 
existencial ou espiritual. De acordo com Gardner, todos possuem estas inteligências 
em algum grau, porém, o indivíduo pode apresentar desempenho notável em uma 
delas e não apresentar um bom desempenho em outra, visto que elas funcionam de 
maneira independente. Pessoas com AH/SD têm capacidades e/ou habilidades 
superiores em uma ou mais inteligências. 
 
6 
 
Ligado ao aspecto da inteligência, Gardner afirma a importância da motivação, 
envolvimento e satisfação na resolução de problemas ou elaboração de produtos. 
Renzulli e Reis (1997) fazem uma distinção entre ser superdotado – um 
conceito absoluto – e em desenvolver comportamentos de superdotação – um 
conceito relativo, que pode ser variável e ser desenvolvido em qualquer pessoa, em 
certo tempo e sob certas circunstâncias. 
Renzulli (2004) propõe a concepção dos três anéis para se entender a 
superdotação. Nesta concepção, três aspectos básicos devem se interrelacionar: 
habilidade (geral ou específica) acima da média, comprometimento com a tarefa, e 
alto nível de criatividade. É importante ressaltar que a criatividade não está 
relacionada somente à área artística, mas a qualquer área de interesse do sujeito. 
As pessoas que marcaram a história por suas contribuições ao conhecimento 
e à cultura não são lembradas pelas notas que obtiveram na escola ou pela 
quantidade de informações que conseguiram memorizar, mas sim pela 
qualidade de suas produções criativas, expressas em concertos, ensaios, 
filmes, descobertas científicas, etc. (RENZULLI; REIS, 1985, Apud COSTA.E. 
A. F. 2018, pág. 64). 
De acordo com a concepção dos três anéis, não é necessário que estes 
conjuntos de traços estejam desenvolvidos igualmente e na mesma intensidade. Mas 
é necessário que interajam e que resultem em um alto nível de produtividade. 
Portanto, conforme Virgolim (2007) é importante buscar o desenvolvimento e equilíbrio 
dos anéis responsáveis por comportamentos de superdotação, dando oportunidade 
para que os sujeitos com AH/SD desenvolvam amplamente o seu potencial. 
Vários pesquisadores brasileiros (Alencar e Fleith 2001; Aspesi 2003; Chagas 
2003; Fleith e Virgolim 1999; Gunther 2000; Maia Pinto 2002; Novaes 1979; Ouro fino 
2005; Sabatella 2005; Virgolim 1997 e 2005) assinalam a necessidade de aumentar 
os serviços direcionados às pessoas com AH/SD, no sentido de vir a conhecer melhor 
as características desse grupo em nosso país, e de atender, no contexto escolar e 
familiar, as suas necessidades afetivas e cognitivas especiais. Descrevem também a 
necessidade de fazer mais pesquisas na área e de influenciar o desenvolvimento de 
políticas públicas no contexto brasileiro que favoreçam o reconhecimento, o estímulo 
e o aproveitamento de nossos potenciais humanos. (VIRGOLIM, 2014) 
Segundo Virgolim (2014), a forma de uma pessoa enxergar a superdotação 
será um fator primário tanto na construção de um plano de identificação quanto no 
 
7 
 
oferecimento de serviços relevantes para as características que trazem alguns jovens 
à nossa atenção em primeiro lugar. 
3 ASPECTOS LEGAIS QUE EMBASAM O ATENDIMENTO EDUCACIONAL 
ESPECIALIZADO EM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 
Aos alunos superdotados foi garantido o atendimento especializado no âmbito 
da educação escolar, que deve ser realizado na escola comum, na qual todos os 
demais alunos são educados e escolarizados. 
 A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 5% da população tem 
algum tipo de alta habilidade (PÉREZ, 2011, p.25). Esse público necessita de 
atendimento especializado, flexibilização e enriquecimento curricular para que suas 
necessidades sejam atendidas. Observa-se, entretanto, que provavelmente devido 
aos mitos e preconceitos existentes no imaginário da sociedade acerca dos aspectos 
da superdotação, o atendimento voltado a esse público se revela deficitário. De acordo 
com Pérez (2011) tem-se a ideia de que, por ser superdotado, não há necessidade de 
atendimento diferenciado e especializado, acreditando que o indivíduo tem condições 
de desenvolver seu potencial sozinho, por vezes negligenciando-se a educação 
desses alunos. Faz-se importante esclarecer e divulgar que este sujeito, por ser 
público-alvo da educação especial, tem seus direitos garantidos para o atendimento 
às suas necessidades educacionais especiais, conforme a Resolução CNE/CEB 
4/2009 (Diário Oficial da União, Brasília, 5 de outubro de 2009, Seção 1, p. 17). 
 Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE: (...) III – 
Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial 
elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou 
combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. ” 
A Resolução número 04, de 2 de outubro de 2009, do Conselho Nacional de 
Educação / Câmara de Educação Básica, em seu artigo 5º, diz que, “O Atendimento 
Educacional Especializado é realizado, prioritariamente na sala de recursos 
multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno 
inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser 
realizado, também, em Centro de Atendimento Educacional Especializado da rede 
pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins 
 
8 
 
lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos 
Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.” 
 
Fonte: radioitaperuna96fm.com.br 
O art. 7º da mesma resolução enfatiza que, os alunos com Altas 
Habilidades/Superdotação terão suas atividades de enriquecimento curricular 
desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em interface com os 
núcleos de atividades para Altas Habilidades/Superdotação e com as instituições de 
Ensino Superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, 
das artes e dos esportes (BRASIL, 2009). 
Para que a inclusão se torne uma realidade, é preciso que os sistemas de 
ensino definam normas de gestão democrática e que os profissionais da educação 
participem da elaboração do projeto pedagógico da escola (Brasil, 1996, Art.14, I). É 
necessário se prever todas as mudanças que os sistemas de ensino, as escolas e a 
sociedade devem promover para que os alunos com necessidades educacionais 
especiais sejam realmente incluídos na escola. 
 
 
9 
 
4 SUPERDOTAÇÃO É UMA DEFICIÊNCIA? 
Essa habilidade deve ser desenvolvida para trazer benefícios. 
A superdotação é uma deficiência? A pergunta não pode ser facilmente 
respondida. Isso porque a superdotação é vista na maioria das vezes como uma 
habilidade e não como uma dificuldade. 
Porém, há casos em que a superdotação provoca obstáculos na vida da 
pessoa, principalmente na fase da infância quando a personalidade e interação 
social começam a se desenvolver. 
4.1 O que é superdotação? 
De acordo com a publicação, a “superdotação é um fenômeno raro e que são 
poucas as crianças e jovens de nossas escolas que poderiam ser considerados 
superdotados. O que pode ser salientado é que se realmente as condições forem 
inadequadas, dificilmente o indivíduo com um potencial maior terá condições de 
desenvolvê-lo”. 
Frente à essa realidade, é importante saber que uma criança superdotada 
precisa das condições adequadas para se desenvolver, do contrário, suas habilidades 
podem ser desperdiçadas. 
E se engana quem pensa que a superdotação está relacionada somente ao 
conhecimento empírico ou técnico. Existem diferentes tipos de dotação que envolvem 
as áreas não só cognitiva, como socioafetiva e atépsicomotor. 
4.2 Características da superdotação 
A superdotação pode ser notada principalmente na fase pré-escolar. De acordo 
com a cartilha do MEC, as características mais relevantes das pessoas superdotadas 
são: alto grau de curiosidade, boa memória, atenção concentrada, persistência, 
independência e autonomia, interesse por áreas e tópicos diversos e aprendizagem 
rápida. 
Além disso, as crianças com superdotação também possuem: criatividade e 
imaginação, iniciativa, liderança, vocabulário avançado para a sua idade cronológica, 
 
10 
 
riqueza de expressão verbal, habilidade para considerar pontos de vistas de outras 
pessoas, facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos e habilidade 
para lidar com ideias abstratas. 
As demais habilidades das crianças super adotadas são: habilidade para 
perceber discrepâncias entre ideias e pontos de vista, interesse por livros e outras 
fontes de conhecimento, alto nível de energia, preferência por situações novas, senso 
de humor e originalidade para resolver problemas. 
4.3 De onde vem a superdotação? 
De acordo com o neurologista Leandro Teles, a superdotação tem influência 
genética. “A inteligência apresenta 80% de semelhança entre gêmeos idênticos e 
cerca de 40-50% entre gêmeos não idênticos. Isso significa dizer que há um grande 
componente do código genético, mas também há 20% de questões ambientais 
envolvidas”. 
O especialista também alerta que genético nem sempre quer dizer herdado dos 
pais, mas sim de mutações genéticas aleatórias e independentes. E lembra que: “a 
inteligência é fruto do nosso código genético e de fatores ambientais, como a nutrição, 
ocorrência de exposições nocivas na fase de desenvolvimento, etc”. 
4.4 Como lidar com a superdotação? 
Os pais e professores devem saber lidar com as crianças superdotadas a fim 
de não prejudicarem o desenvolvimento intelectual e social delas. Para isso, é preciso 
levar em consideração os seus interesses e implantar atividades que estimulem as 
suas habilidades. 
Em ambiente escolar é preciso adaptar o currículo para evitar redundâncias ou 
informações desnecessárias, pois o aluno superdotado certamente já terá domínio 
sobre os assuntos mais básicos. 
Por isso, a superdotação é encarada por alguns profissionais como uma 
deficiência, pois é preciso moldar o ambiente para encarar os desafios de 
aprendizagem de uma criança com esse perfil. 
 
11 
 
Os gestores de educação precisam se dedicar ao estímulo e os pais também 
têm que saber lidar com as questões relacionadas à superdotação. Em casos 
específicos, é importante descobrir qual é o nível de conhecimento das crianças sobre 
cada assunto, a fim de evitar repetições. 
Um bom modo de lidar com crianças superdotadas é apresentar a 
elas situações que provoquem o emprego de várias habilidades, dessa forma, você 
estará a ajudando a estimular a criatividade e a resolução de problemas. 
Outro fator relevante é que a criança superdotada possa fazer as suas 
escolhas, sempre acompanhada de perto pelos responsáveis e, desde cedo, sejam 
apresentadas às suas condições cognitivas. 
Essa descoberta é importante para que a própria criança superdotada se 
interesse pela sua condição especial e faça as melhores escolhas 
relacionadas às suas habilidades. Outro fator crucial é que ela receba 
estímulos e elogios a cerca das suas características, mas evite rotulá-lo como 
superdotado. (Apud BATISTA P. 2018) 
Essa condição deve ser encarada como natural, para que não atrapalhe a vida 
social da criança e nem crie situações desestimulantes. 
4.5 Estímulos extras para superdotação 
Além do ambiente escolar tradicional, as crianças com superdotação precisam 
receber estímulos extras. Por isso, a participação dos pais e das pessoas que vivem 
próximas é determinante. 
Atividades extracurriculares serão bem-vindas, mas lembre-se de não 
sobrecarregar a agenda da criança. Se ela já demostra dotação na música, procure 
incluí-la em aulas particulares, assim como nas demais áreas, como esporte, ciência, 
comunicação, dança etc. 
Porcentagem de pessoas superdotadas: ela chega a ser 5% de toda a 
população mundial. Ou seja, não são poucas as pessoas que possuem características 
superdotadas; 
Perfil das pessoas superdotadas: não há um perfil definido para quem tem 
essa habilidade. Ela contempla pessoas de todas as idades, sexos, raças ou perfil 
socioeconômico; 
 
12 
 
Notas do superdotado: nem sempre quem tem Q.I. alto é superdotado. Por 
exemplo, pessoas que são superdotadas na área da música, nem sempre tiram notas 
boas em matemática. Assim como grandes esportistas, nem sempre se dão bem nos 
testes padrões; 
Superdotado não é gênio: embora as duas características possam se 
sobressair, nem sempre são relacionadas. Um gênio é aquela pessoa que deu uma 
generosa contribuição para a sociedade. Já um superdotado é destaque nas suas 
habilidades; 
Uma pessoa superdotada é sempre comportada: o neurologista Leandro 
Teles também desmistifica essa crença. Superdotação não tem nada a ver com 
comportamento quieto, calado. Muitas vezes eles são extremamente barulhentos e 
agitados; 
Superdotado tem um futuro garantido: se a criança for bem estimulada, 
certamente ela será bem produtiva na vida profissional. Porém, isso não é automático. 
Ela tem que receber a atenção correta para saber direcionar as suas habilidades. 
Fase para identificar uma criança superdotada: essa descoberta ocorre logo 
nos primeiros anos de vida. As fases pré-escolar são fundamentais para isso e os 
parentes, responsáveis e escola devem estar preparados para lidar com a 
superdotação. 
5 COMO É O CÉREBRO DAS CRIANÇAS SUPERDOTADAS? 
O cérebro das crianças superdotadas ou com alta capacidade de desempenho 
tem suas vantagens, mas também traz algumas limitações. Eles processam a 
informação de maneira muito veloz, têm uma capacidade analítica muito desenvolvida 
e um senso crítico bastante sofisticado. Nem sempre, no entanto, essas crianças 
conseguem alcançar seu potencial, nem desenvolvem uma mente forte o suficiente 
capaz de manejar de forma hábil suas capacidades, assim como o universo emocional 
que deriva disso. 
O que em um primeiro momento pode parecer apenas uma grande bênção, 
para muitas pessoas não funciona exatamente assim. Toda criança superdotada ou 
com altas capacidades terá as dificuldades normais de toda criança da sua idade, 
somadas, é claro, às que derivam de seu alto coeficiente intelectual. 
 
13 
 
O cérebro das crianças superdotadas ou com alta capacidade cognitiva se 
desenvolve de modo diferente das crianças com um nível de inteligência média ou 
normal. 
Desse modo, e ainda que frequentemente ouçamos falar das notáveis 
vantagens de um cérebro dotado de habilidades extraordinárias, nem sempre outros 
fatores que também caracterizam essa parte da população são levados em 
consideração. Estamos falando de ansiedade, de baixa autoestima, de desconexão 
com um entorno pouco ajustado a suas necessidades, de isolamento… Todos esses 
problemas começam a se tornar mais evidentes por volta dos 11 anos de idade. 
 
Fonte: melhorcomsaude.com.br 
As associações estatais ou mesmo as não governamentais que trabalham com 
essas crianças têm diretrizes bastante claras. Não basta fazer uso de todos os meios 
possíveis para a identificação da condição em idades bastante jovens – estima-se que 
o ideal seja entre os 3 e os 5 anos de idade. Precisamos também compreender como 
é o cérebro das crianças superdotadas. É prioridade entender como ele se 
desenvolve, e como devemos lidar com cada marco do desenvolvimento neural, 
acompanhando-o com os reforços e o suporte mais adequado possível.O cérebro das crianças superdotadas ou com altas capacidades 
 
14 
 
Os neurocientistas sempre tiveram um grande interesse em compreender o 
cérebro das crianças superdotadas. O que o torna diferente das crianças com uma 
inteligência média ou normal? Que recursos neurais excepcionais essas crianças 
apresentam para ter uma capacidade tão mais desenvolvida? Muitas dessas 
perguntas já foram respondidas graças ao novos avanços na ciência de estudo do 
cérebro como, por exemplo, as técnicas de contraste e as ressonâncias 
eletromagnéticas. 
 
Seu córtex cerebral se desenvolve mais lentamente 
 
Esse dado é muito chamativo, mas foi algo que a neurociência já deixou bem 
claro. Já foi confirmado a partir de estudos realizados com o cérebro de pessoas com 
QI muito elevado, como Albert Einstein, que elas não tem um cérebro maior. Mais 
impressionante ainda, as crianças com altas capacidades costumam apresentar um 
córtex cerebral menor. Conforme a idade, porém, o desenvolvimento dessa parte da 
massa cerebral vai sofrendo um espessamento e engrossando de forma lenta, mas 
constante, até a chegada da adolescência. 
Em uma criança com um QI normal, acontece justamente o contrário. Na 
primeira infância, essas crianças apresentam um córtex cerebral mais grosso. 
Chegados os 12 ou 13 anos, a área tende a diminuir, reduzindo seu tamanho total. O 
que isso significa? Basicamente que o cérebro de uma criança com elevadas 
habilidades cognitivas vai se sofisticando e se especializando com o tempo. Seu 
momento de maior potencial é a adolescência. 
 
As regiões do cérebro são mais especializadas 
 
As crianças superdotadas apresentam, também, um volume maior de matéria 
cinzenta em certas regiões do cérebro. Lembremos que a matéria cinzenta tem 
relação com a cognição, a inteligência e a nossa capacidade de processamento de 
informação. Isso significa basicamente que alunos superdotados têm mais facilidade 
e maior habilidade para lidar com dados, analisá-los e extrair conclusões. 
Há no cérebro 28 regiões relacionadas com a nossa habilidade de raciocinar, 
agir, focar a atenção e reagir a estímulos sensoriais externos. As crianças com altas 
 
15 
 
capacidade apresentam uma maior especialização em cada uma dessas áreas 
cerebrais. 
 
Há uma maior conexão neuronal 
 
Enquanto a matéria cinzenta contém e lida com a informação, a matéria ou 
substância branca é a que permite a mobilidade da informação, pois garante a 
conexão entre os neurônios. Já podemos adivinhar que no cérebro de crianças 
superdotadas esta é, sem dúvida, a parte com uma das características mais notáveis. 
Sua eficiência neuronal é enorme. 
O cérebro tem, podemos dizer de forma figurativa, muito mais estradas e ruas 
neuronais para conduzir os dados, a informação e os conceitos. Além disso, essas 
vias são todas intercomunicadas, em uma ampla rede que torna o cérebro sofisticado 
e hiperconectado, permitindo um funcionamento muito rápido. Agora… essa mesma 
característica também traz algumas desvantagens. 
Podem surgir engarrafamentos muitas vezes. Ou seja, a criança com alta 
capacidade cognitiva pode entrar em colapso diante de tanta informação processada, 
diante de tanta relação que o cérebro cria entre uma ideia e outra. É por isso que às 
vezes há um bloqueio. Diante de tantas ideias, hipóteses e inferências, há uma pane 
no sistema. Há tanta atividade mental e neuronal que frequentemente essas crianças 
podem demorar muito mais tempo para terminar uma prova, ou inclusive para 
responder uma pergunta de aparência bastante simples. 
 
A plasticidade cerebral é uma grande vantagem 
 
Grande parte dos trabalhos neurocientíficos ressaltam a grande capacidade de 
plasticidade que o cérebro das crianças superdotadas possui. Tal como falamos no 
início do artigo, seu córtex cerebral cresce de forma mais lenta, mas enquanto isso, 
ele se especializa e vai se desenvolvendo de forma constante. Novas conexões são 
criadas, novas estradas são abertas de forma gradual para facilitar a aprendizagem. 
Quando uma criança presta atenção em uma nova experiência, seu cérebro 
muda, se especializa, novos caminhos neurais são construídos para criar uma maior 
conexão entre áreas, regiões e estruturas. A plasticidade das crianças superdotadas 
 
16 
 
é tão maravilhosa que muitos neurocientistas as classificam como mente em eterno 
crescimento. Mentes famintas e desejosas de interação, cujas expectativas nem 
sempre são cumpridas pela maioria de nós, meros mortais que estão ao seu redor. 
Há algo que temos que ter em mente sobre todas as informações trazidas. É a 
forma como o cérebro das crianças superdotadas se desenvolve. O desenvolvimento 
se dá de forma gradual, mas sofisticada, e tem seu pico na adolescência. Enquanto 
crianças com um QI normal têm seu pico de maturação cerebral entre os 5 e 6 anos, 
são os adolescentes com altas habilidades que exigem uma maior demanda quando 
chegam a essa fase da vida. 
Eles precisam, antes de tudo, de um contexto que os favoreça e permita que 
eles usem o potencial de suas capacidades, impulsionando sua plasticidade cerebral. 
Se o ambiente dessa criança entre 10 e 11 anos é pouco estruturado e pouco ajustado 
a suas capacidades, o mais comum é que ela lide com o ostracismo e a frustração. 
Sejamos, então, mais sensíveis a essas mentes tão despertas, mas também frágeis 
em muitos aspectos. 
6 ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO NO BRASIL: CELEIRO 
DESPERDIÇADO 
O conceito de Altas Habilidades e Superdotação no Brasil ainda é pouco 
explorado. Apesar do nosso país ser um verdadeiro celeiro de crianças e jovens que 
se destacam por seus talentos, a falta de informação por parte dos familiares e 
professores acaba impossibilitando que muitas delas tenham suas habilidades 
potencializadas. 
Pela legislação brasileira, todos os brasileiros têm direito a receber educação 
de qualidade, independentemente de suas condições. Contudo, a Educação Especial 
no Brasil ainda é defasada. 
O desperdício de Altas Habilidades e Superdotação no Brasil bem como a falta 
de políticas públicas que promovam a inclusão real desses alunos dentro do sistema 
público de educação ainda é grande. 
Além disso, a dificuldade de identificação desses talentos também é outro fator 
que contribui para a falta de valorização de pessoas dotadas de super habilidades no 
Brasil. 
 
17 
 
6.1 Altas Habilidades e Superdotação: O que é? 
O conceito de Altas Habilidades e Superdotação no Brasil é o mesmo utilizado 
por programas de educação especial. 
Resumindo, essa é uma condição que pode ser identificada em indivíduos que 
tem um desempenho intelectual muito acima do padrão, bem como aptidão acadêmica 
especifica, alta capacidade psicomotora, talento elevado para artes, capacidade de 
liderança, e capacidade intelectual de maneira geral. 
6.2 Parâmetros usados para distinguir indivíduos com Altas Habilidades / 
Superdotação 
A identificação de Altas Habilidades e Superdotação é feita com base no Plano 
Nacional de Educação (PNE). Esse diagnóstico é feito com o auxilio de professores, 
por meio da observação sistemática do desempenho do aluno, bem como dos seus 
comportamentos. 
Além disso, também são utilizados os Parâmetros Curriculares Nacionais, que 
fazer parte das Adaptações Curriculares, Saberes e Práticas da Inclusão, série 
publicada pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação. 
Entre as características de identificação de Altas Habilidades e Superdotação 
no Brasil, podemos citar: 
 Excelente capacidade de memorização; 
 Alto grau de curiosidade; 
 Atenção concentrada; 
 Persistência elevada; 
 Interesse por áreas, temáticas e tópicosdiversos; 
 Independência e autonomia; 
 Facilidade de aprendizado; 
 Criatividade e imaginação: 
 Inciativa; 
 Capacidade de Liderança; 
 Vocabulário avançado para sua faixa etária cronológica; 
 Consegue expressar suas ideias com facilidade; 
 
18 
 
 Consegue entender e compreender diferentes pontos de vista; 
 Facilidade de interação com indivíduos de diferentes idades; 
 Consegue perceber diferenças em ideias e pontos de vistas; 
 Interesse por livros e outras fontes de conhecimento; 
 Muita energia; 
 Preferência por situações/objetos novos; 
 Alto Senso de humor; 
 Consegue resolver problemas com ideias originais. 
A análise desses parâmetros é de fundamental importância, pois somente por 
meio da identificação desses sinais que é possível verificar as habilidades das 
crianças ou jovens e dar o condicionamento necessário para que elas sejam incluídas 
dentro do ambiente escolar. 
 
Fonte: recordtv.r7.com 
6.3 Tipos de inteligência (de habilidades) 
Entre as habilidades que podemos identificar em crianças e jovens 
superdotados estão: 
 
 Naturalística 
 
19 
 
O aluno consegue identificar, dentro do ambiente natural, padrões complexos. 
 
 Lógico 
Raciocínio lógico elevado, capacidade de resolver problemas facilmente, 
computação numérica. 
 
 Linguística 
Consegue compreender leituras complexas bem como escrever textos 
extensos e de diferentes temáticas avançadas, gosto por aprender idiomas. 
Inteligência de poetas e escritores. 
 
 Musical 
Capacidade inerente de compor, cantar e tocar diferentes tipos de 
instrumento, mesmo nunca tendo feito qualquer tipo de aula. 
 
 Espacial 
Consegue representar e manipular diferentes configurações e equações 
espaciais, recriar padrões visuais mesmo sem estímulos físicos. Como por exemplo 
artistas e arquitetos. 
 
 Corporal – cinestésica 
Consegue usar seu corpo, ou partes dele, para realizar tarefas especificas e 
de nível avançado. Ex: bailarinos e esportistas. 
 
 Interpessoal 
Consegue compreender outros indivíduos em diferentes contextos sociais. 
 
 Intrapessoal 
Tem um alto grau de autocompreensão, conseguindo entender seus próprios 
sentimentos, emoções e habilidades. 
Em alguns casos, o indivíduo pode ter apenas um desses tipos de 
inteligência, ou vários. Isso dependerá do seu grau cognitivo. 
 
20 
 
6.4 Confusões ocasionadas pelos termos superdotado e gênio 
Ao longo dos anos, os conceitos de Altas Habilidades e Superdotação sofreram 
várias mudanças. Por conta disso, é comum haver confusões quanto a esses termos. 
Em alguns casos, os jovens com essas habilidades são encarados como 
“inteligentes demais” a ponto de não precisarem de qualquer auxílio, o que é um erro. 
Justamente por terem capacidades acima da média, as pessoas com altas 
habilidades e superdotação precisam de um auxilio extra, pois somente dessa forma 
é possível aproveitar melhor todo o potencial que esse seleto grupo de pessoas tem 
para oferecer. 
Outras confusões comuns ao falarmos de Altas Habilidades e Superdotação no 
Brasil são: 
 O superdotado vive lendo e escrevendo sem parar; 
 É o jovem que critica e questiona frequentemente; 
 São os “sabe-tudo”; 
 O indivíduo sabe fazer uma coisa super bem, mas não tem outras 
habilidades; 
 O superdotado tem comportamento “esquisito” dentro da sala de aula, ou, 
atrapalha constantemente o professor. 
É preciso ter em mente que todos os conceitos acima sobre Altas Habilidades 
e Superdotação no Brasil são errados, sendo válido apenas o citado incialmente. 
 
Facilidades, dificuldades e desafios nos âmbitos: Familiar, Escolar / 
Acadêmico, Laboral e Social 
 
Quando falamos de Altas Habilidades e Superdotação, é preciso salientar que 
cada caso é um caso. Muitos indivíduos sentem dificuldades, por exemplo, de se 
socializar. Já outros tem uma interação social acima da média. 
Dentro do âmbito escolar, uma dificuldade comum é em relação ao 
aprendizado. Isso porque, geralmente o superdotado foca sua atenção em temas de 
seu interesse, e tem dificuldades de aprender outros. 
No âmbito familiar, em muitos casos o superdotado pode ser discriminado por 
conta da sua habilidade. 
 
21 
 
 
Estatísticas recentes do Brasil, subnotificação e desperdício de talentos 
 
As estatísticas apontam que as Altas Habilidades e Superdotação no Brasil 
ainda são pouco trabalhadas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 
entre 3% e 5% da população tem talentos acima da média. 
Estima-se ainda que pelo menos 2,5 milhões de alunos com esse tipo de 
característica estejam matriculados no Ensino Médio, mas, não nenhum tipo de 
organização que permita a criação de ações voltadas para eles. 
 
Limitações, despreparo e repercussões no meio familiar, escolar / 
acadêmico, laboral e social. 
 
Quando falamos de Altas Habilidades e Superdotação no Brasil, o grande 
problema é que a falta de preparo de professores e familiares, acabam limitando o 
desenvolvimento de jovens que apresentam esses talentos. 
Em muitos casos eles são diagnosticados com dificuldades de aprendizado e 
hiperatividade, quando na verdade, apenas tem um desenvolvimento diferenciado dos 
demais à sua volta. 
 
Comorbidades 
 
As comorbidades relacionadas a superdotação estão ligadas, principalmente, 
as dificuldades comportamentais e emocionais, tendo em vista que em sua maioria os 
jovens com altas habilidades sofrem com a falta de compreensão dentro de casa e no 
ambiente escolar. 
 
A importância de um olhar diferenciado na identificação, avaliações e 
direcionamento adequado para o desenvolvimento de uma vida psicológica 
saudável e de suas habilidades 
 
Não tem como falar de Altas Habilidades e Superdotação no Brasil, sem 
ressaltar o despreparo e a falta de conhecimento de muitos profissionais frente a essa 
 
22 
 
condição, que poderia ser melhor trabalhada caso houvesse meios para o 
estabelecimento de um diagnóstico mais preciso. 
Ainda há muito que fazer para que os quase 5% da população que tem 
habilidades acima da média, possam ser diagnosticados corretamente e ter o seu 
potencial desenvolvido e aprimorado corretamente. 
É necessário que os debates sobre Altas Habilidades e Superdotação no Brasil 
se tornem mais frequentes e que especialistas elaborem, meios mais efetivos de 
identificação. Apenas dessa maneira vamos parar de ser um celeiro desperdiçado. 
7 CRIANÇAS SUPERDOTADAS TÊM MUITA CRIATIVIDADE E IMAGINAÇÃO 
FÉRTIL 
Muitos pais se surpreendem e se sentem orgulhosos com o desenvolvimento 
dos filhos, a rapidez da aprendizagem e a capacidade de absorção de informações. 
O ritmo de desenvolvimento das crianças não é homogêneo. Cada uma tem seu 
tempo, mas há indícios que demonstram se seu filho tem facilidade no aprendizado e 
são os chamados 'superdotados'. 
Elas têm uma inteligência superior, grande criatividade, imaginação fértil, e uma 
curiosidade insaciável. São crianças com necessidades e exigências diferentes das 
outras crianças com a mesma idade. 
A pedagoga e psicopedagoga Larissa Fonseca afirma que não existe um 
padrão comportamental homogêneo entre os indivíduos superdotados. "É possível 
identificar algumas características que, analisadas dentro de um conjunto de 
comportamentos, possam servir como indicativos na avaliação da superdotação. 
Crianças superdotadas podem apresentar todas essas características, ou apenas 
algumas delas. Por isso, vale ressaltar que somente um profissional especializado no 
assunto poderá diagnosticar efetivamente e confirmar se a criança é superdotada." 
Superdotação é um fenômeno, segundo Larissa,que se caracteriza por uma 
elevada capacidade mental e um nível de performance significativamente 
superior à média. "As crianças superdotadas são aquelas que, em relação ao 
seu desenvolvimento neurológico e motor, são iguais a todas as outras, no 
entanto, o seu desenvolvimento mental foge dessa sintonia das 
demais."(Apud PIRES T. 2018) 
 
23 
 
É importante oferecer um ambiente com recursos que estimulem 
continuamente as capacidades mentais, para que as crianças e adolescentes 
conheçam seu potencial e sua condição particular intelectual. "Não se deve esquecer 
que, embora possua capacidades avançadas para sua idade, o superdotado deve ser 
tratado de acordo com a sua faixa etária de desenvolvimento. A criança superdotada 
necessita de um ambiente que lhe ofereça condições para exercer suas capacidades 
diferenciadas de forma adequada". 
 
Fonte: www.rte.ie 
Tanto pais quanto educadores devem evitar supervalorizar as expectativas 
quanto ao desempenho da criança; aceitando suas falhas e ajudando a criança a 
enfrentar qualquer tipo de dificuldade. "Crianças superdotadas que não têm as 
informações necessárias para entender o seu lado diferente podem apresentar alguns 
problemas por não encontrarem desafios compatíveis com sua inteligência e podem 
ser vistas como desatentas, dispersivas, desmotivadas e, até mesmo como 
portadores de transtornos como o TDAH (transtorno de déficit de atenção com 
hiperatividade). Estudos apontam que o desconhecimento da superdotação pode 
gerar indivíduos insatisfeitos, inseguros, desestimulados com a escola", alerta Larissa. 
 
24 
 
8 COMO RECONHECER UMA CRIANÇA SUPERDOTADA? 
Para reconhecer uma criança superdotada ou com altas capacidades 
intelectuais, é preciso recorrer à avaliação de especialistas. Entretanto, é possível 
detectar sinais importantes que permitam aos pais notá-los-los e apoiá-los em todo o 
seu potencial. 
Uma criança superdotada tem uma forma de ser, de entender e processar a 
realidade muito diferente. Suas altas capacidades intelectuais podem levá-las a ser 
incompreendidas pelo mundo que as rodeia. 
Com frequência pode-se considerar que uma criança com alto rendimento 
acadêmico ou que de forma precoce é capaz de adquirir vários e diversos 
conhecimentos, é uma criança superdotada. Porém, não é exatamente assim que 
funciona. 
A superdotação inclui dons e talentos que precisam ser educados 
adequadamente, para que possam liberar todo o seu potencial em benefício próprio e 
de toda a sociedade, mas que também sejam crianças felizes. Neste ponto, os pais 
desempenham um papel crucial para reconhecer se suas crianças são superdotadas. 
 
O que significa ser uma criança superdotada? 
 
Quando se fala do conceito de Altas Capacidades Intelectuais, como cada vez 
é mais comum chamar às crianças superdotadas, engloba-se superdotação, talento e 
precocidade intelectual. 
Para simplificar o conceito e torná-lo mais compreensível, estabelece-se que 
uma criança superdotada é aquela que tem um quociente de inteligência igual ou 
superior a 130. 
Ser uma criança superdotada significa gozar de uma excepcionalidade muito 
superior em todas as áreas e aptidões da inteligência. 
Assim, uma criança com bom rendimento escolar, ou muito talentosa para as 
artes ou esportes, ou muito precoce para aprender a falar, não necessariamente é 
uma criança superdotada. 
 
25 
 
9 COMO SABER SE VOCÊ TEM UMA CRIANÇA SUPERDOTADA EM CASA? 
Para muitos pais é difícil ter um filho que é diferente dos outros. Supõe um 
desafio compreender que é uma criança que, por mais que tentemos, não responderá 
e nem se comportará de acordo com o padrão estabelecido pela média das crianças 
de sua idade. 
De fato, uma criança superdotada pode ter também uma infância muito difícil. 
Isso porque percebe muito mais informações e estímulos do que consegue gerenciar. 
Além disso, o mundo que as rodeia pode ser incompreensível, lento e até hostil em 
relação às suas capacidades. 
Os pais são fundamentais para garantir o desenvolvimento e a felicidade de 
uma criança superdotada. Para isso, é possível detectar algumas características 
fundamentais em casa. 
9.1 Precocidade intelectual 
São bebês que demandam muita atenção, que se superestimulam com 
facilidade. 
Levantam a cabeça no primeiro mês de vida, vocalizam dois sons diferentes 
aos 45 dias de nascidos, dizem suas primeiras palavras antes de um ano… 
Ainda, falam antes dos dois anos ou escrevem antes do resto de seus 
coleguinhas. 
São crianças que usam um vocabulário preciso, rico e muito amplo para a sua 
idade. Têm uma memória prodigiosa, tanto a curto quanto a longo prazo. Aprendem 
muito rapidamente e têm curiosidade para aprender mais. 
9.2 Hipersensibilidade emocional e sensorial 
Uma criança superdotada é muito intensa emocional e sensorialmente. 
A intensidade emocional desconcerta aos pais, que não sabem entender o 
excesso de emoção em suas reações. 
É uma criança com baixa tolerância à frustração, costuma ter explosões de 
birras ou pirraças enormes. Reage de forma exagerada diante de um filme triste ou 
 
26 
 
de terror. Tem uma alta e intensa capacidade de ser empática com os demais. Não é 
raro que sofram de depressão e ansiedade. 
A hipersensibilidade sensorial é pouco conhecida e menos ainda 
compreendida. 
São crianças que se incomodam com a etiqueta das roupas, os sons fortes, as 
luzes intensas. 
9.3 Altamente criativas 
Uma criança superdotada é muito criativa porque percebe a realidade de forma 
diferente. É muito imaginativa. Como a percepção sensorial é maior do que no resto 
das pessoas, lhe ocorrem muitas soluções aos problemas que surgem. 
Estas crianças questionam a autoridade e as normas se não são bem 
argumentadas e não tem sentido para elas. São muito hábeis dando uma solução, 
porém mais ainda fazendo perguntas que deixarão seus pais sem respostas. Os 
temas existenciais lhes preocupam desde muito cedo, tais como a vida, a morte, a 
existência de Deus ou o amor. 
Têm predileção por jogos de caráter cognitivo, tipo quebra-cabeças. Também 
optam por jogos de construção que lhes imponham desafios cada vez mais 
complexos. 
9.4 Hipersensibilidade psicomotora 
São crianças que estão em constante movimento. Têm excedentes de energia 
e são difíceis de cansar. São entusiastas e precisam estar em atividade física ou 
cognitiva. 
É muito frequente que erroneamente sejam diagnosticadas com Transtorno de 
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), porque o aborrecimento as leva a pôr o 
excedente de energia em ações que geram constante movimento. 
Porém, estão muito longe de ter problemas de atenção. Pelo contrário, têm uma 
alta capacidade de concentração quando realizam uma tarefa de seu interesse. Por 
outro lado, podem ser muito distraídas se não lhes interessa. 
 
 
27 
 
Fonte: br.123rf.com 
9.5 Dissincronia evolutiva 
Este termo é usado pelos psicólogos para descrever uma evolução desigual no 
desenvolvimento. As crianças com alta capacidade podem estar preocupadas com 
temas existenciais e, por sua vez, reagir com pirraça descomunal diante da perda de 
um brinquedo. 
Também acontece que a criança superdotada quer fazer coisas que pensou e 
imaginou, mas que não pode fazer porque seu nível de motricidade não lhe permite 
devido à idade. Então, estamos diante de crianças que têm uma evolução intelectual 
que não corresponde ao seu desenvolvimento em outros níveis, como o emocional ou 
o motor. Isso lhes gera grandes frustrações e impotência. 
10 COMO EDUCAR A UMA CRIANÇA SUPERDOTADA? 
O sistema educativo nem sempre tem a capacidade de satisfazer às demandas 
destas crianças, que são vistas como umacarga ou um problema. Isso pode leva-las 
a fracassar, tanto a nível pessoal quanto acadêmico. 
Educar uma criança superdotada não é fácil, já que elas têm um temperamento 
complexo: são distraídas, autocríticas, perfeccionistas e competitivas, com um grande 
 
28 
 
senso de independência. Portanto, precisam que a família e a escola não sejam 
excessivamente rígidos e estejam abertos a estimular seu desenvolvimento. 
11 COMO SER “SUPERDOTADO” PODE AFETAR SUA VIDA ADULTA? 
Uma das características da inteligência é que a pessoa duvida de si mesma. 
Consequentemente, as pessoas talentosas não se consideram talentosas. Siaud-
Facchin também observa que ser superdotado é muito mais do que inteligência: é 
também sobre coração, emoções e uma maneira particular de interagir com o mundo. 
Ela acrescenta que ser superdotado é possuir inteligência poderosa e 
sensibilidade intensa que afetam todos os aspectos da vida. Ser superdotado, como 
qualquer outra categorização de personalidade, não é uma questão de preto-e-
branco, “você é ou não é”. Todo mundo é diferente, e nem todas as pessoas talentosas 
apresentam os traços discutidos aqui no mesmo grau. Mas, como descrições gerais, 
podem ser úteis como uma ferramenta para te ajudar a realizar seu verdadeiro 
potencial. 
 
Hipersensibilidade 
Como as crianças, os adultos superdotados têm uma grande capacidade de 
admiração. Eles podem sentir uma profunda alegria ao mais suave estímulo, ou ficar 
completamente devastados pela menor injustiça. Eles também tendem a ser muito 
suscetíveis à humilhação. Por causa de sua extrema sensibilidade, as reações às 
vezes são excessivas. Como resultado, as pessoas superdotadas geralmente 
possuem profunda empatia e se preocupam com os outros. Elas absorvem as 
emoções dos outros, o que pode provocar sentimentos de culpa: como posso ser feliz 
enquanto outros sofrem? Devidamente canalizada, essa sensibilidade e empatia 
podem torná-los grandes santos, filantropos ou artistas. 
 
Percepção perspicaz 
Os adultos talentosos são muitas vezes perceptivos – não apenas sobre o 
mundo, mas sobre si mesmos. Mas essas capacidades aumentadas podem às vezes 
ser desestabilizadoras. 
 
29 
 
As pessoas superdotadas tendem a estar muito conscientes de seus limites e 
se sentem perpetuamente insatisfeitas. Elas podem buscar mudanças frequentes na 
tentativa de encontrar a satisfação que lhes escapa. Os arrependimentos geralmente 
aparecem com destaque em suas mentes. No entanto, essa percepção também pode 
ser uma bênção. A visão clara sobre limitações e falhas torna possível encontrar 
soluções e progredir, e também pode ser combinada com uma maior apreciação de 
sucesso, beleza, bondade e verdade. 
 
Veem as possibilidades 
Pessoas superdotadas podem ser atormentadas por muitos medos. Na vida 
cotidiana, elas podem acabar ansiosamente considerando tudo o que pode dar errado. 
Por outro lado, essa exploração mental de possibilidades também pode levar a uma 
grande criatividade e capacidade de resolver problemas. 
Pessoas superdotadas podem ter dificuldade em lidar com sua intensa vida 
interior de imaginação. Seus pensamentos podem derivar em devaneios indesejados 
e cenários imaginários vívidos, bons e ruins. Suas emoções fortes podem dominá-los. 
Em alguns casos, isso pode levar ao isolamento e a uma forte percepção de ser 
diferente. Se eles canalizam esse mundo interior vividamente, eles podem se tornar 
grandes contadores de histórias. 
 
Lutam pela perfeição 
Pessoas talentosas lutam pela perfeição em tudo o que fazem. Quando a 
perfeição parece inatingível, esse tipo de perfeccionismo pode resultar em inércia ou 
paralisia. É importante que eles aprendam a priorizar, de acordo com a importância e 
o propósito do assunto em questão: às vezes, “bom o suficiente” é perfeito, para que 
possamos nos concentrar em fazer outras coisas de maior importância perfeitamente. 
Ser superdotado também vem acompanhado por altos ideais. Esse tipo de 
pessoa quer causar impacto no mundo. Combinados com sua criatividade, 
discernimento e empatia, eles podem ser verdadeiros transformadores do mundo – 
mesmo que esse mundo seja apenas a vida das pessoas em sua comunidade local. 
 
Marcham ao ritmo de seu próprio tambor 
 
30 
 
As pessoas superdotadas geralmente se sentem fora de sincronia com os 
outros. 
As pessoas superdotadas podem ficar “paralisadas” quando se concentram em 
um detalhe menor que não interessa a mais ninguém, mas é de suma importância 
para elas. Elas podem permanecer no lugar enquanto outros continuam a avançar. 
Isso pode ser de grande valor, porque esse detalhe que chama a atenção deles pode, 
na verdade, ser a chave para resolver um problema ou fazer uma descoberta. 
As pessoas superdotadas podem estar “atrás” de alcançar objetivos como 
fama, dinheiro ou bens materiais, mas provavelmente não se importam. Segundo elas, 
outras pessoas dão muita importância a valores que deveriam ser secundários, sem 
se fazerem perguntas importantes, como: para onde vou? O que eu estou fazendo 
com a minha vida? O que estou tentando obter? Quais são minhas prioridades? 
Mais uma vez, esse sentimento de estar fora de sintonia pode provocar uma 
sensação de solidão, pois evidencia a distância entre a pessoa superdotada e o 
mundo e entre ela e os outros, mesmo dentro da família. No entanto, sua capacidade 
de empatia pode ajudá-los a construir pontes com pessoas diferentes deles. 
12 A CRIANÇA COM SUPERDOTAÇÃO / ALTAS HABILIDADES: O PAPEL DA 
ESCOLA NO DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS 
Nas últimas décadas, observam-se grandes avanços nos estudos relativos à 
Altas Habilidades/Superdotação (AH/S), sobretudo pesquisas envolvendo aspectos 
que tratam de propostas educacionais e de currículos inovadores. A criança entra na 
vida escolar, em geral, sem consequências do que é ou não capaz de fazer. Muitas 
dessas crianças não tem a oportunidade de explorar suas potencialidades em seus 
anos iniciais de vida e suas habilidades podem ficar escondidas durante anos e, às 
vezes, por toda a sua vida como no caso do sujeito com AH/S. (GAMA 2006). 
É primordial que as crianças, já nas primeiras séries, sintam-se aceitas pelos 
professores e colegas de sua classe. Ademais, se o professor não valida ou aceita as 
habilidades avançadas e interesses intelectuais da criança, esta pode deixar de 
vivenciar sentimentos de aceitação. Da mesma forma se a criança descobre cedo que 
é diferente dos colegas e que a comunicação é dificil devido à diferença de vocabulário 
e modo de se expressar, pode vir a não ser aceita pelos amigos. Muito frequentemente 
 
31 
 
a criança aprende a esconder ou negar suas habilidades, passando a desenvolver 
problemas comportamentais ou psicológicos, a fim de melhor se adaptar às 
necessidades do ambiente escolar. (FLEITH, 2007). 
Além disso, a grande maioria das crianças demonstra um padrão desigual de 
desenvolvimento cognitivo e diferenças no desenvolvimento intectual, emocional ou 
psicomotor. Não se deve ignorar a influência da familia no desenvolvimento do 
individuo com altas habilidades uma vez que tanto o contexto familiar quanto escolar, 
são reconhecidos como dimensões críticas e essenciais no desenvolvimento das 
habilidades da criança. 
 Os pais geralmente têm poucas informações acerca das necessidades de 
seu filho com altas habilidades, sentindo-se confusos a respeito de seus 
papéis se estimulam ou inibem o potencial promissor de seu filho. É comum 
que pais de crianças com superdotação/altas habilidades sintam-se sem 
apoio diante das necessidades de seus filhos, por isso é fundamental 
manterem-se abertos os canais de comunicação e informação entre a escola 
e a família.(GAMA, 2006, Apud LOPES A. M. S. 2018). 
Nesse sentido, registram-se muitos casos de precocidade no aparecimento das 
habilidades e a resistência das pessoas aos obstáculos e frustações existentes no 
desenvolvimento da criança com AH/S. Muitas ainda estão atrasadas em seu 
desenvolvimento e muitas vezes essa precocidade não efetiva todo seu potencial. 
Perante a problemática acima levantada, esse artigo tem como objetivo discutir as 
necessidades da criança com AH/S no âmbito da escola comum a partir de uma 
melhor compreensão das peculiaridades inerentes a esse sujeito. (FIGUEIREDO, 
2002). 
13 A CRIANÇA COM AH/S NA ESCOLA COMUM: PROPOSTA DE INCLUSÃO 
O ambiente escolar oportuniza a efetivação da inclusão dos alunos com 
necessidades educativas específicas quando as atividades realizadas pela instituição 
escolar lidam de forma eficaz com a diversidade. Nesse sentido, cabe ressaltar a 
importante função socializadora da escola nesse processo (FIGUEIREDO, 2002). 
No caso dos alunos superdotados, a escola pode, em função do 
desconhecimento, impedir seu pleno desenvolvimento, pois estes são considerados 
capazes de se desenvolverem e aprenderem sozinhos, ou ainda, por considerar 
somente aqueles que possuem uma capacidade intelectual superior, talento nas áreas 
 
32 
 
acadêmicas, excluindo totalmente aqueles que possuem talentos nas outras áreas 
(artísticos, psicomotores, musical, corporal-sinestésico),estes dificilmente serão 
conhecidos como pessoas com características de altas habilidades /superdotação, 
posto que seus interesses não são contemplados pelo currículo do ensino regular. 
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei n. 9.394 
(1996), “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender as peculiaridades da clientela da educação especial”. Portanto, 
é na escola que alunos com necessidades especiais devem permanecer a fim de 
receber educação escolar conforme a capacidade de cada um (BRASIL, 1996). 
Segundo Fleith (2007), para os alunos superdotados, são indicadas mudanças 
pedagógicas que ofereçam programas de enriquecimento escolar e de 
aprofundamento de estudos, cuja finalidade é de ajustar o ensino ao nível do 
desenvolvimento real dos alunos. Estas propostas podem ser realizadas tanto nas 
salas de aulas regulares como nas salas de atendimento educacional especializado 
ou nas salas de recursos, por áreas de talento ou de interesse. Logo são de 
competência da escola. 
Com relação às famílias, para Winner (1998) apud Fleith (2007) as famílias de 
crianças superdotadas interagem com seus filhos em casa, perguntando e 
respondendo questões, discutindo e se engajando em atividades de leitura e 
conversas freqüentes. Porém, os pais, muitas vezes, assumem que tal criança é 
superior, estimulando padrões de interação competitivos entre irmãos e colegas. 
O diagnóstico de crianças superdotadas em escolas infantis regulares não é 
freqüente, o que torna as escolas e os docentes, muitas vezes, despreparados para 
lidarem com essa raridade. 
Pode-se inferir com este estudo, que a maneira de lidar com essas crianças 
especiais, depende principalmente da vontade do professor em proporcionar a essa 
criança, metodologias que estimulem e desafiem seus processos de ensino e 
aprendizagem. Nesse sentido há necessidade de ensino especializado para essas 
crianças, para que a família, juntamente com escola, possam galgar por um 
desenvolvimento adequado e sem prejuízos tanto escolares, quanto sociais 
Portanto, as escolas regulares devem estabelecer metodologias de ensino 
específicas, principalmente no que tange à adequação curricular para crianças 
superdotadas/ altas habilidades, bem como a oferta de salas especiais, materiais 
 
33 
 
didáticos específicos e atividades que venham a desenvolver o potencial desses 
alunos(as), sem constrange-los a ao atrasa-los em seu desempenho seja escolar ou 
em qualquer área de sua vida, havendo sempre a inclusão entre eles. 
 
Fonte: soumamae.com.br 
13.1 Características predominantes dos habilidosos matematicamente 
O público com AH/SD pode apresentar características, isoladas ou 
combinadas, tais como: rapidez de pensamento de compreensão e memória elevada, 
capacidade de pensamento abstrato, curiosidade intelectual, poder excepcional de 
observação, concentração, motivação por disciplinas de seu interesse, capacidade de 
produção acadêmica, alto desempenho em testes e na escola, originalidade de 
pensamento, imaginação, capacidade de resolver problemas de forma inovadora, 
capacidade de perceber formas diferentes em um único tópico, alta capacidade de 
liderança, capacidade de se preocupar em resolver situações sociais complexas, 
poder de persuasão, talento especial para artes e capacidade psicomotora elevada 
Virgolim (2007, p. 28 – 29). 
 A Matemática foi objeto de interesse de muitos estudiosos, que apresentavam 
inteligência acima da média com algumas características predominantes para essa 
Ciência. Linde (2013) cita alguns autores com tais características: “Destacam-se 
Russell, Gauss, Hilbert, Leibniz e D’Alembert como tendo apresentado alto nível de 
 
34 
 
inteligência matemática, caracterizado por um raciocínio lógico, pensamento 
divergente e habilidade numérica.” 
 Piaget, em sua teoria do Desenvolvimento cognitivo, discute que os alunos 
matematicamente habilidosos demonstram um rápido avanço cognitivo, progridem 
mediante todas as fases do desenvolvimento cognitivo, porém em cada fase seu 
desenvolvimento intensifica seu raciocínio lógico (CASTRO ET AL. 2006). 
 Segundo Mota e Jiménez (2011), os alunos com talento matemático reúnem 
algumas características específicas que podem despertar a observação dos 
professores e esses podem aplicar os testes para determinar o especial 
talento. As principais características são: capacidade especial para solução 
de problemas, formulação espontânea de problemas, flexibilidade em uso de 
dados, habilidade para organização de dados, riqueza de ideias, originalidade 
de interpretação, habilidade para transferências de ideias, capacidade de 
generalização, possuem uma grande capacidade de abstração e capacidade 
de “saltar” etapas de processos. (Apud SALES A. 2018) 
As pessoas com AH/SD em Matemática possuem uma grande facilidade em 
captar as estruturas internas dos problemas e estruturá-los de formas claras e 
objetivas, a aptidão em economizar nos procedimentos matemáticos é extremamente 
visível nas técnicas utilizadas por esses estudantes. Possuem uma agilidade para 
inverter processos matemáticos e utilizamse dos símbolos com muita desenvoltura, 
pois não apresentam dificuldades de traduzir seus significados. Possuem também 
uma grande capacidade de recordar informações matemáticas estudadas 
anteriormente e muita agilidade para fazer aproximações e revertê-las. Os talentosos 
em matemática se preocupam em compreender o processo do início ao fim e 
costumam se interessar pelas demonstrações de teoremas e não apenas se atentam 
a decorar fórmulas. 
As Altas Habilidades/Superdotação é um tema contemporâneo na Educação 
do Brasil, contudo atualmente o tema vem recebendo um grande destaque, e em 
muitas pesquisas sobre diversidade tem sido tratado como o objeto principal. 
Mudanças na formação inicial de professores, pode ser observada com muita clareza 
no cenário da Educação brasileira, os motivos dessas alterações são muitos, e o 
impacto também. Além de pesquisas recentes apontarem a ineficácia da formação 
inicial, destacam também as falhas nas capacitações e especializações, as quais não 
proporcionam um conhecimento mais aprofundado sobre os temas que estão 
inseridos no atual contexto escolar.35 
 
 Pesquisadores justificam que as narrativas são aliadas na perspectiva de 
melhorar a visão do educador. Por meio do estudo e análise das mesmas é possível 
aproximar o docente da realidade do estudante identificado com Altas 
Habilidades/Superdotação. 
Por meio da análise é possível verificar a veracidade que os teóricos discutem 
e pesquisam. Também a análise possibilita uma aproximação do educar com o público 
com habilidades acima da média. Torna-se o tema uma reflexão concreta, visto que, 
no decorrer dos fatos narrados são demonstrados muitos problemas que poderiam ter 
sido evitados se os profissionais da educação tivessem recebido uma formação 
adequada. O cenário atual demonstra que a diversidade no contexto escolar, apesar 
de muitos debates, não tem recebido, nas formações iniciais e capacitações 
posteriores, um olhar direcionado para suas especificidades. Os educadores 
compreendem as subáreas da diversidade muito superficialmente, o que gera um 
atendimento deficitário e ineficaz. 
A partir das narrativas dos educadores e dos educandos é possível buscar 
respostas e soluções para sanar problemas que surgem e são evidentes no cotidiano 
escolar. É importante ouvir e dar voz ao sujeito que está inserido na realidade do 
contexto, torna-se um caminho mais sintético na busca de uma intervenção e a 
execução da mesma pode ser realizada em curto prazo. 
14 DIFICULDADES RELACIONADAS AO ATENDIMENTO DOS ALUNOS COM 
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO 
Os estudantes com AH/SD são pessoas com Necessidades Educacionais 
Especiais, que também podem enfrentar obstáculos nos estudos e precisar de 
adaptação no currículo e de estratégias pedagógicas diferenciadas. Muitas vezes, o 
professor não entende essas dificuldades e desmotivação (Pérez, 2007) ou, quando 
a reconhece, coloca essa atitude como mau comportamento e não como reflexo da 
falta de atividades que os estimulem em sua capacidade de aprendizagem, por isso, 
neste trabalho, questiona-se a necessidade de programas especiais para esses 
alunos. Nessa visão, Turnbull (2013) comenta que os discentes superdotados tornam-
se beneficiados por aqueles professores que ensinam de modo não-convencional, 
desafiando esses estudantes a atingirem seu potencial de forma mais completa. 
 
36 
 
Certamente, essa atuação nem sempre é fácil, portanto, é preciso ampliar a 
conscientização sobre a importância de programas de ensino de qualidade para esses 
alunos que são dotados de altas capacidades. 
Como dizem Mendonça, Rodrigues e Capellini (2018, p. 3): “A inteligência sempre foi 
um mistério e um desafio para muitas sociedades, mais ainda quando as pessoas 
apresentam inteligência superior à média da população. Esclarece-se que as pessoas 
com Altas Habilidades/Superdotação podem demonstrar essa condição em várias 
áreas do conhecimento e de modo único ou concomitante, mostrando um 
desempenho acima da média, em suas áreas de interesse, quando são comparados 
aos outros alunos de mesma faixa etária e nível de escolaridade. De acordo com Silva, 
Rolim & Mazoli (2016, pp. 2): “A partir dessa ideia, as AH/SD situam-se como um 
fenômeno multidimensional, ou seja, contemplam habilidades cognitivas, afetivas, 
sociais, artísticas, criativas e motivacionais”. 
Vale alertar para a necessidade de atenção referente ao processo de 
identificação de altas habilidades, devido a muitas pessoas, por muitos anos, usarem 
o senso comum, não conhecendo tal fenômeno com maior propriedade e somente 
considerando com altas habilidades/superdotação aqueles que demonstram elevado 
desempenho nos testes de inteligência. Como consequência disso, essa concepção 
ainda permanece no meio de alguns educadores e pesquisadores, sendo que tal 
percepção é o oposto das atuais tendências sobre essa temática, uma vez que não 
se deve desconsiderar outros domínios, como: liderança, habilidades artísticas e 
interpessoais, processos emocionais, contextos sociais, criatividade e motivação 
como componentes da superdotação (Pocinho, 2009). Corroboram com essa ideia 
Nakano, Campos e Santos (2017, pp. 105) ao destacarem que: “Convém salientar a 
multidimensionalidade desse fenômeno, visto que os potenciais individuais de 
superdotação podem corresponder a determinadas áreas de desempenho acadêmico 
ou não acadêmicos”. 
Por conta dessas características peculiares desses alunos com AH/SD, faz-se 
necessário a elaboração e desenvolvimento de políticas públicas que regulamentem 
atendimentos especializados, direcionados a esses discentes. Consideram-se, então, 
relevantes os trabalhos que resgatam a legislação vigente sobre a temática, uma vez 
que, desse modo, precisa-se refletir sobre o que já está colocado, mas deve-se buscar 
a garantia dos direitos dos que são contemplados pelas leis. Observa-se que a 
 
37 
 
legislação educacional do Brasil reconhece as especificidades dos alunos com altas 
habilidades e a necessidade que eles têm de atendimento educacional especializado, 
porém, “sabe-se que a vigência de políticas públicas não são suficientes para que os 
estudantes sejam identificados e atendidos” (Pedro, 2016, p. 284). 
Nota-se que entre os contextos de produção e aplicação do conhecimento, por 
um lado há um desenvolvimento proveitoso no entendimento científico da 
superdotação. Contudo, no âmbito brasileiro, este saber fica restrito aos níveis de pós-
graduação, não estabelecendo muita relação com os cursos de licenciatura, deixando 
certas lacunas na formação inicial dos docentes referentes à compreensão dessa 
temática (Pérez, 2014). De acordo com Freitas (2014), ao analisar a produção 
acadêmica relacionada a dissertações e teses, verifica-se que os trabalhos referentes 
à área das Altas Habilidades/Superdotação estão vinculados a programas de Pós-
graduação em Educação e Psicologia. Pérez e Freitas (2011) comentam sobre a 
necessidade de haver a inclusão de conhecimentos específicos sobre a área das altas 
habilidades ou superdotação em cursos de formação, tanto inicial quanto continuada. 
Pedro (2016, pp. 281) acrescenta que: “[...] no contexto da educação especial e 
inclusiva, principalmente na área de altas habilidades ou superdotação, é comum 
encontrarmos apontamentos sobre a precária formação para o atendimento a esta 
população [...]”. 
Anjos (2018) também comenta que a formação continuada precisa ser requisito 
como o meio capaz de promover a apreensão dos conhecimentos científicos e legais 
aos docentes já em serviço a fim de que possam transformar seus saberes e práticas, 
tornando-se mais aptos a lidarem com mais efetividade com a inclusão dos alunos 
com AH/SD. No entanto, para que isso realmente aconteça é indispensável que os 
estados e os municípios brasileiros tenham como foco a implantação de políticas 
públicas para favorecer a formação de professores. Jesus e Vieira (2011) discorrem 
que se deve ter a preocupação com a reorganização das estruturas dos currículos 
escolares e dos processos de avaliação das unidades de ensino, objetivando 
assegurar o acesso a um ensino de qualidade nas escolas de educação básica. 
Ainda relacionado a esse assunto, Pérez e Freitas (2014) constatam que, 
mesmo com o relativo avanço legal que ampliou o atendimento a esses estudantes 
com altas habilidades, a nível de políticas públicas, as medidas ainda encontram 
obstáculos em sua efetivação, assim como o número de discentes identificados nas 
 
38 
 
escolas públicas permanece reduzido. Corrobora com esse pensamento, Anjos (2018) 
quando salienta que perante um atendimento deficitário fornecido aos alunos com 
superdotação, no ambiente de ensino regular, os conhecimentos, as práticas, a 
formação dos educadores torna-se tema fundamental para serem repensados,visto 
que são os professores que estão bem próximos dos discentes, diariamente, sendo, 
pois, os principais agentes voltados ao desenvolvimento educativo desse público. 
Porém, chama-se a atenção para não culpabilizar o corpo docente por mudanças que 
requerem transformações estruturais de ordem externa relacionadas ao setor escolar. 
Ressalta-se, portanto, que apesar de a legislação educacional brasileira 
assegurar os direitos dos alunos com AH/SD, na condição de sujeitos com 
necessidades educacionais especiais, o setor educacional brasileiro é estigmatizado 
pela falta de formação tanto acadêmica como profissional nessa área, por isso 
enfatiza-se a importância de incluir nos cursos de licenciatura e de formação de 
professores, disciplinas relacionadas a essa demanda. 
Sem dúvida, que a formação continuada aprimora os conhecimentos dos 
docentes, preenchendo algumas lacunas dos cursos iniciais. Sendo, portanto, 
fundamental alertar para a relevância da formação continuada para os professores 
para que, assim, possam atender com mais eficiência seu alunado, especialmente, 
aqueles com necessidades especiais. 
Acredita-se que nos últimos anos a temática das altas habilidades ou 
superdotação ganhou um maior espaço na mídia televisiva e também na cultura 
digital, já que são encontrados vários sites que comentam sobre esse tema. Conforme 
enfatizam Matos e Maciel (2016, p. 185): “A compreensão de que esses alunos 
precisam de atendimentos específicos é uma das possibilidades de ampliação dos 
recursos e leis destinadas ao ensino desse grupo. 
 Quanto à temática bullyng, verifica-se também a prevalência desse 
comportamento em relação aos estudantes altas habilidades ou superdotação. Então, 
mostra-se muito importante debater sobre esse assunto, principalmente, nas 
instituições escolares, visto que é um tema bastante em voga atualmente. Maciel 
(2012) relatou que a não identificação e desvalorização do potencial dos estudantes 
podem favorecer a prática do bullyng, já que esses alunos se tornam vítimas, porque 
são comumente chamados por apelidos pejorativos no contexto escolar. 
 
39 
 
 Guimarães e Alencar (2013) salientam que há, atualmente, uma dificuldade 
em diferenciar características do fenômeno das AH/SD e as que pertencem à 
síndrome de Asperger, tornando-se, portanto, são necessárias pesquisas que 
evidenciem as diferenças dessas condições, a fim de que esses estudantes não 
recebam diagnósticos imprecisos ou equivocados. Nessa mesma concepção, García 
(2015) relata que a literatura mostra que a dupla excepcionalidade pode acontecer 
nos mais variados transtornos e deficiências, sendo muito comum em pessoas com 
síndrome de Asperger, Tourette e transtorno de Gilles. 
 
Fonte:stock.adobe.com 
É importante mencionar que a família, normalmente, é a primeira a identificar 
comportamentos diferenciados e características específicas que chamam a sua 
atenção para posteriormente buscarem ajuda, principalmente, no contexto escolar, 
uma vez que é a escola que poderá auxiliar os familiares como também direcioná-los 
a uma avaliação de forma sistemática e mais assertiva. Além disso, enfatiza-se que 
as famílias precisam ser orientadas sobre as AH/ SD de seus filhos, para que possam 
fornecer-lhes apoio emocional, assim como oportunidades de enriquecimento 
acadêmico e cultural. 
 Segundo Matos e Maciel (2016), outro ponto que merece ênfase, é que devido 
à dificuldade do reconhecimento desse quadro de Educação Especial, não são 
realizadas intervenções diferenciadas necessárias para propiciar uma aprendizagem 
 
40 
 
mais efetiva a esses alunos. Acrescentam também que os conceitos preestabelecidos 
e mitos que envolvem esse público, estão ainda enraizados na sociedade, assim como 
a necessidade de um atendimento especializado para suprir as suas necessidades 
educacionais especiais (Matos; Maciel, 2016). 
É importante desmitificar estes mitos entre a equipe docente das instituições 
escolares, para que estes estudantes sejam identificados e atendidos na medida das 
suas necessidades (Pedro, 2016). Percebe-se que um dos mitos existentes é que 
esses discentes apresentam um ótimo desempenho escolar em diversas áreas de 
domínio. 
 Azevedo e Mettrau (2010) também comentam sobre a existência de alguns 
mitos relacionados às AH/SD, dentre eles acreditar que se referem a alunos 
academicamente superiores, apresentando sempre um ótimo rendimento escolar e, 
assim, não teriam necessidade de um atendimento especializado. Contudo, esses 
estudantes podem ter um baixo rendimento acadêmico, devido a não valorização do 
seu potencial, sentindo-se, muitas vezes, pouco desafiados dentro do âmbito escolar, 
gerando, assim, situações em que esses estudantes com altas habilidades ou 
superdotados se igualam aos alunos de desenvolvimento típico ou pode ocorrer até o 
desejo de evasão da escolar por se sentirem bastante desmotivados, algo que ainda 
acontece no meio acadêmico por falta de informações e habilidades por parte dos 
profissionais e familiares que acompanham esses alunos. 
Esses mitos ainda imperam na escola, nas famílias e na sociedade em geral, 
impedindo o respeito e adequação ao atendimento às necessidades desses sujeitos 
com AH/SD. Ressalta-se, portanto, a importância de a escola oportunizar 
aconselhamento à criança e à sua família sobre a condição social e psicológica de 
seus filhos, contando com uma equipe efetivamente especializada, composta por 
professores preparados para atender a essas crianças, além do trabalho de 
psicopedagogos, psicólogos e neuropsicólogos, atuando em uma equipe 
multidisciplinar no contexto escolar. Que isso seja visto não como uma utopia, mas 
como uma verdadeira necessidade encontrada nas escolas brasileiras. 
 
41 
 
15 AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO RECONHECIMENTO DAS ALTAS 
HABILIDADES/ SUPERDOTAÇÃO 
Pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) são identificadas com 
nível superior de inteligência. Entretanto, novas teorias já têm superado as 
capacidades cognitivas e vêm abordando também questões como motivação e 
criatividade. A Neuropsicologia, como interface entre o neurofuncionamento e 
questões psicológicas, é um campo de conhecimento que se propõe a estudar essas 
novas concepções de inteligência (Silva, Rolim & Mazoli, 2016). E ainda acrescentam 
que: “Assim, surgiu como inquietação: de que modo os estudos da Neuropsicologia 
situam as AH/SD? Os estudos têm explorado as demais habilidades presentes nesse 
público? ” (Silva, Rolim & Mazoli, 2016, pp. 2). 
 A neuropsicologia realmente está em expansão e vem provando sua 
importância. Diniz (2013, pp. 11) enfatiza que: “a neuropsicologia é uma área do 
conhecimento em pleno e constante desenvolvimento. Sua interface com diferentes 
disciplinas a torna indispensável para uma melhor compreensão dos processos 
cognitivos normais e de suas alterações em diferentes estados patológicos”. Portanto, 
vale ressaltar que a avaliação neuropsicológica é de grande importância em virtude, 
principalmente, da falta de instrumentalização de muitas escolas e dos familiares em 
lidar com esta realidade e por isso justifica -se a realização de uma avaliação que 
oriente para um melhor desempenho e aproveitamento das capacidades dos alunos. 
Atualmente, tem-se discutido bastante entre os educadores a contribuição da 
neuropsicologia para a área da educação. Rodrigo e Ciasca (2010) comentam que é 
através dessa área de atuação que o indivíduo pode aprender como diferentes áreas 
cerebrais operam em conjunto para realizar comportamentos complexos, como é o 
caso da aprendizagem. Silva, Rolim e Mazoli (2016, pp. 1) citam ainda os estudos da 
Neuropsicologia voltados à avaliação mais

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