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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE TERAPIA ORTOMOLECULAR Aluno: EaD - Educação a DistânciaPortal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE TERAPIA ORTOMOLECULAR MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO TERAPIA ORTOMOLECULAR....................................................................... 04 Definição de Ortomolecular..................................................................... 04 Histórico da Terapia Ortomolecular......................................................... 09 Aplicabilidades da Terapia Ortomolecular............................................... 19 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 28 AN02FREV001/REV 4.0 4 TERAPIA ORTOMOLECULAR Definição de Ortomolecular O termo “Ortomolecular” foi cunhado por Linus Pauling (Prêmio Nobel de Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido mundialmente por seus trabalhos e pela ênfase com que recomendou o uso diário de vitaminas (principalmente a vitamina C) e minerais. Ele criou o termo "Ortomolecular" juntando o radical orto (correto em grego) com molecular - significando as moléculas - ou seja, uma medicina que fizessem as moléculas do organismo funcionarem corretamente (LOBO & SARAIVA, 2010). Linus Pauling, o Pai da Biologia Molecular, criou esse termo inicialmente baseado em trabalhos randomizados e duplo-cegos do psiquiatra canadense Abrahan Hoffer, que conseguiu diminuir o tempo de internação de esquizofrênicos com o uso de doses elevadas de vitamina B3 (3g/dia). Linus Pauling propôs que distúrbios mentais poderiam ser tratados pela correção de desequilíbrios ou deficiências de constituintes cerebrais, tais como vitaminas e outros micronutrientes, como uma alternativa à administração de drogas psicoativas sintéticas (LOBO, 2011). No final da década de 60, passou a desenvolver a Bioquímica da Nutrição e, na década de 70 extendeu, o conceito Ortomolecular à medicina em geral, como sendo "moléculas certas em concentrações certas", caracterizando uma abordagem de prevenção e tratamento de doenças bem como alcançar a saúde baseada em ações fisiológicas e enzimáticas de nutrientes específicos, como vitaminas, minerais e aminoácidos presentes no organismo (LOBO, 2011). A Medicina Ortomolecular foi assim denominada e compreendida, em 1968, por Linus Pauling (BATELLO, 1991), como sendo: ─ um conjunto de investigações terapêuticas fundamentais; ─ técnicas terapêuticas; ─ práticas de prevenção. AN02FREV001/REV 4.0 5 Apesar de algumas das teorias de Pauling, na área da medicina, não terem se confirmado, várias das bases propostas por ele se revelaram tendências fortes para o futuro e vem se desenvolvendo de forma dinâmica atualmente. São elas que funcionam como base para as correntes da Medicina Ortomolecular atuais. Uma delas é a Biologia Molecular - uma parte da biologia que não pára de crescer - e que explica em termos de atividades e características químicas das moléculas, vários dos fenômenos biológicos descritos na medicina. Isso motivou a proposta de mudar o nome dessa corrente médica para Medicina Biomolecular. Hoje em dia, esse é o nome mais usado pela comunidade médico-científica, entretanto na área popular "Ortomolecular" ainda é o mais usado (GARCIA, 2008). Na Medicina Ortomolecular, a compreensão dos mecanismos bioquímicos incluem: ─ assimilação dos nutrientes indispensáveis para a vida, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas, minerais, presentes na alimentação; ─ metabolização; ─ transformação química para a utilização celular; ─ estudos das carências geradoras de desordens fisiológicas manifestadas por sintomas. A Medicina Ortomolecular reúne a medicina das funções com o conhecimento de biofarmacologia e de todas as ciências que estudam o organismo e o psiquismo. Dentro deste conceito deve-se primar por uma melhor qualidade de vida através de (BATELLO, 1991): ─ uma dieta inteligente; ─ exercícios aeróbicos moderados; ─ administrar os problemas do cotidiano; ─ aprender a se livrar dos metais pesados; ─ abandono de hábitos suicidas como fumo, bebidas alcoólicas, etc; AN02FREV001/REV 4.0 6 ─ uso de substâncias que neutralizam a ação dos radicais livres. A Terapia Ortomolecular é recente no Brasil e ainda pouco conhecida. Não se trata de uma especialidade nova, mas de um modo de gerenciar a saúde física e mental, cuja regra áurea é prevenir para não remediar, propondo detectar e corrigir os desequilíbrios das funções celulares a nível bioquímico-molecular, antes que se estabeleçam as doenças, e na vigência destas, somar suas propostas aos tratamentos convencionais de forma que sejam mais eficazes, por períodos menores e com menos efeitos colaterais (CAMPOS, 2009). Vale lembrar que a Medicina Ortomolecular não é uma especialidade médica e, sim um departamento de estudo médico vinculado à Clínica Médica e normatizada pela resolução nº 1938/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Considerando o contexto normativo, o Conselho Federal de Medicina e a Associação Médica Brasileira, resistem em reconhecer a Medicina Ortomolecular como especialidade médica e entendem que ela é apenas uma estratégia terapêutica. Isso também se transformou numa fonte de conflitos, já que pelas normas éticas, o médico não pode divulgar uma especialidade não reconhecida pelo CFM. Contudo, em um futuro próximo, será necessário encontrar um espaço correto para a normatização da Medicina Ortomolecular, porque enquanto isso não acontece, todos saem perdendo, principalmente os pacientes. A resolução CFM nº 1938/2010 alerta sobre a necessidade de definir limites de emprego, indicações e critérios científicos para a aplicação de procedimentos associados à prática ortomolecular e para os riscos potenciais de doses inadequadas de produtos terapêuticos, tais como algumas vitaminas e certos sais minerais. Ainda existem poucos cursos de Ortomolecular no Brasil e, a maioria são em nível de pós-graduação, com dois anos de duração e restritos a médicos. Os principais cursos são reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e no geral possuem um vasto conteúdo programático. AN02FREV001/REV 4.0 7 A Medicina Ortomolecular deve ser exercida por médico com residência em Nutrologia, Clínica Médica ou Medicina Interna. Além disso, o médico que trabalha com as técnicas de terapia ortomolecular deve ter conhecimento de quais minerais e/ou vitaminas estão faltando no organismo do paciente bem como elementos tóxicos que estão em excesso, a fim de evitar a produção excessiva de radicais livre e equilibrar a oxidação alimentar. A Medicina Ortomolecular é, antes de tudo, uma "medicina da saúde". Muito antes de uma doença se tornar perceptível através dos sintomas, já existe uma disfunção celular, um desequilíbrio bioquímico, que a ingestão de micronutrientes busca compensar, devolvendo a saúde do organismo. A Medicina Ortomolecular também pode ser entendida como a interação entre a Medicina e a Nutrição, visando tratamentos preventivos e curativos, além da promoção da saúde e obtenção de qualidade de vida. Para a terapeuta ortomolecular Cristina Maria Carrasco (2012), a Terapia Ortomolecular“sempre trata de dentro para fora, com a finalidade de despertar o corpo para um melhor equilíbrio”. Para que o organismo humano esteja em equilíbrio é preciso oferecer às células todos os elementos necessários ao seu funcionamento e retirar as substâncias tóxicas que prejudicam o metabolismo. O nosso organismo necessita de inúmeras substâncias que são utilizadas nas células para produção de energia e de novas moléculas. Embora as células sejam capazes de sintetizar centenas de substâncias diferentes, existem 45 que são essenciais e que o organismo não consegue sintetizar. São elas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos, que precisam ser ingeridos através da dieta ou de uma suplementação (GARCIA, 2008). Nos tempos modernos, conseguir todos os nutrientes necessários ao bom funcionamento do organismo é difícil porque a indústria alimentícia e as agro- indústrias expoliam os alimentos de diversos tipos de nutrientes e a eles adicionam substâncias estranhas ao ambiente fisiológico celular, que acabam por prejudicar o metabolismo (hormônios, antibióticos, conservantes, aditivos, edulcorantes e metais, que são muitas vezes tóxicos). A colheita, o armazenamento e o transporte de http://www.mega21.com.br/ AN02FREV001/REV 4.0 8 legumes, verduras e frutas reduzem drasticamente a quantidade de vitaminas e minerais neles contidos, sem contar a escassez de micronutrientes em nosso solo, como selênio, cromo, lítio, zinco e manganês (GARCIA, 2008). Estudos científicos mostram que uma grande porcentagem de indivíduos de todas as faixas etárias, e de diferentes níveis sócio-econômicos, não ingere ou não absorve a quantidade de nutrientes essenciais necessária ao bom funcionamento do organismo. Além disso, o estresse profissional, financeiro ou familiar, hábitos como uso de cigarro, álcool, drogas e alimentação inadequada, ingestão de hormônios, agrotóxicos, herbicidas, exposição à poluição ambiental, contaminação por metais tóxicos (alumínio, chumbo, cádmio, mercúrio) e radiações solares, exercícios intensos ou falta de condicionamento físico (atletas de fim de semana) contribuem para o estresse oxidativo, associado à formação excessiva de radicais livres e o aparecimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e o envelhecimento precoce (GARCIA, 2008). A teoria lançada por Pauling, que vem se mostrando cada vez mais importante, na gênese molecular de diversas doenças, é a teoria do estresse oxidativo. Em poucas palavras, a fonte da energia corporal, que é utilizada para mover todo metabolismo do corpo vem da queima de moléculas de glicose e gordura, usando os átomos de oxigênio retirados do ar. Essa combinação com oxigênio, chamada de oxidação, eventualmente, pode formar compostos chamados de "radicais livres", que tem o potencial de causar danos a moléculas ou processos orgânicos. Esse dano causado pelos radicais livres, é que a ciência médica chama de "estresse oxidativo". Pauling mostrou que a vitamina C possuía uma ação antioxidante, por isso, protegia o corpo dessas moléculas instáveis (os radicais livres). As pesquisas atuais mostraram que além da vitamina C, outras vitaminas, enzimas, além de uma série de outras substâncias, exercem atividade antioxidante, e que é a eficiência desse sistema como um todo, que protege o organismo dos danos causados pelos radicais livres (BOTSARIS, 2012). Abordaremos melhor os radicais livres, estresse oxidativo e antioxidantes no módulo III dessa apostila. AN02FREV001/REV 4.0 9 Histórico da Terapia Ortomolecular A importância da alimentação na saúde ideal tem sido compreendida em toda história. Hipócrates acreditava que a escolha dos alimentos implicava na saúde das pessoas há mais de 2.500 anos atrás. Registros do antigo Egito, já em 5000 a.C, mostram o uso de alimentos específicos para o tratamento de várias doenças. Contudo, a compreensão científica verdadeira da dieta não ocorreu até o século XVIII, começando com o trabalho do físico francês René de Réaumur, ao qual é creditado a realização da pesquisa inicial de química digestiva. Mais tarde, naquele mesmo século, o trabalho de Réaumur foi continuado pelo químico Antoine Laurent Lavoisier, que, antes de ser guilhotinado durante a Revolução Francesa, demonstrou como o corpo metaboliza a comida para criar energia. A primeira pessoa a mostrar uma ligação direta entre doença e falta de um nutriente específico foi James Lind, um médico da marinha britânica, que descobriu que os marinheiros em viagens longas sem dieta contendo frutas cítricas desenvolviam sangramento nas gengivas, pele áspera e lento processo cicatricial, todos os sintomas característicos de escorbuto. Em 1757, em uma das primeiras experiências médicas controladas, Lind demonstrou que, quando marinheiros foram alimentados com limões, limas, e laranjas, o escorbuto foi evitado. Como resultado de suas descobertas, o capitão James Cook tornou obrigatório que cada marinheiro inglês tivesse uma dieta na qual era fornecida limões e laranjas, permitindo a cada marinheiro navegar ao redor do mundo livre do escorbuto. Hoje em dia, é bem conhecido que o escorbuto é causado pela deficiência de vitamina C. A sequir elencamos alguns pesquisadores e profissionais que contribuíram para a evolução da Terapia Ortomolecular no mundo. AN02FREV001/REV 4.0 10 Figura 1. Christiaan Eijkman (1858-1930) Christiaan Eijkman, médico holandês, famoso por sua pesquisa nutricional. Em 1893, ele descobriu que uma dieta de arroz polido provocava o beribéri, e foi capaz de produzir experimentalmente a doença em aves. Ele descobriu a vitamina B. Em 1897, Christiaan Eijkman provou que a vitamina B presente no arroz integral foi essencial para o funcionamento adequado do sistema nervoso e do metabolismo dos carboidratos, e que a deficiência dessa vitamina podia causar beribéri e outras doenças. Em 1929, sua pesquisa resultou no Prêmio Nobel de Medicina. Figura 2. Max Gerson (1881-1959) Max Gerson , médico europeu, judeu alemão, que se radicou nos Estados Unidos devido ao Nazismo e a 2ª guerra mundial, e descobriu um tratamento holístico para cura do câncer através do uso de sucos de frutas orgânicas e da desintoxicação por inoculação de café orgânico. Seu tratamento revolucionário curou milhares de pessoas no mundo todo. Quando foi apresentada ao mundo por Max Gerson, esta terapia alimentar estava tão à frente do seu tempo que não havia praticamente nenhum estudo disponível na literatura científica que explicasse como ela podia conduzir a espantosas curas, quer em doenças crônicas quer infecciosas. AN02FREV001/REV 4.0 11 Figura 3. Albert von Szent- Györgyi (1893-1986) Albert von Szent-Györgyi nasceu na Hungria e passou a Primeira Guerra Mundial no exército austríaco. Depois da guerra, ele estudou em Groningen e na Universidade de Cambridge. Foi ai que ele se interessou por um agente químico, presente em sumos de vegetais. Ele sugeriu que este agente , que também estava presente em couves e laranjas era uma vitamina misteriosa. Em 1933, ele isolou a substância em muitos quilos e denominou-o "ácido ascórbico", que significa "o ácido que evita o escorbuto." Durante a Segunda Guerra Mundial, Szent Györgyi estava em perigo constante dos nazistas e, finalmente, se refugiou na embaixada sueca em Budapeste. A Gestapo invadiu a embaixada, mas ele escapou e permaneceu na clandestinidade durante o resto da guerra. Ele foi resgatado pelo exército russo e levado para Moscou sob as ordens diretas de Molotov. Ele era bem tratado pelos russos, mas, sabendo que ele não poderia trabalhar no seu sistema, ele foi para os Estados Unido, em 1947, onde se estabeleceu nos laboratórios de biologia marinhaem Woods Hole, Massachusetts. O Dr. Albert von Szent-Györgyi, ganhou, em 1937, o Prêmio Nobel por sua descoberta da vitamina C. Na verdade, foi ele quem nomeou o ácido ascórbico e associou o seu uso na prevenção do câncer. Quando Szent-Györgyi estava em seu leito de morte, aos 93 anos de idade, Linus Pauling voou da Califórnia para a casa de Szent-Györgyi em Woods Hole, Massachusetts, para dizer adeus. Segurando sua mão, Linus disse melancolicamente: "você sabe, Albert, eu sempre pensei que um dia nós dois iríamos trabalhar juntos." Szent-Györgyi olhou e disse, ironicamente: "bem, se não nesta vida, então talvez na próxima." O AN02FREV001/REV 4.0 12 próprio Pauling morreu alguns anos mais tarde, também aos 93 anos. Eles foram dois dos maiores pensadores do século XX. Figura 4. Roger J. Williams (1893-1988) Outro pioneiro no conceito de Nutrição Ortomolecular foi Roger Williams, professor de Química, descobridor do ácido pantotênico (vitamina B5), e diretor da Fundação Instituto Clayton de Bioquímica na Universidade do Texas, onde descobriu mais vitaminas. De acordo com Williams, formou-se uma nova abordagem na nutrição: "o microambiente nutricional das células do nosso corpo é de importância crucial para a nossa saúde, e as deficiências neste ambiente causa importantes doenças." Figura 5. Cornelius Moerman (1893-1988) A melhor palavra para descrever o médico holandês, Cornélio Moerman, seria "firme". Ele resistiu à forte oposição de seus colegas durante toda a sua vida profissional. Ainda hoje, na Holanda, seu nome continua a ser simbólico, para sempre ligado à terapia nutricional, especialmente de câncer. Antes da Segunda Guerra Mundial, o Dr. Moerman, acreditava que o fortalecimento do sistema imunológico desempenhava um papel central na prevenção do câncer. Moerman, um apaixonado por ornitologia, observou que as aves saudáveis não desenvolviam câncer, enquanto as mais fracas e desnutridas eram acometidas pela doença. Ele argumentou, com base nas suas próprias experiências com os seus pombos, que o câncer era um desarranjo do metabolismo, uma deficiência de iodo, ácido cítrico, vitaminas B, ferro, AN02FREV001/REV 4.0 13 enxofre, e as vitaminas A, C, D e E. Seus princípios para o tratamento do câncer foram, na época, revolucionária. Em setembro de 1976, Moerman foi convidado por Linus Pauling para a conferência da Associação Internacional de Câncer em Los Angeles. Como convidado de honra, Moerman recebeu um prêmio por seu valioso trabalho com pacientes com câncer e por sua abordagem original para o tratamento do câncer. Figura 6. Wilfrid Shute (1907-1982) Evan Shute (1905-1978) Em 1933, os doutores Wilfred e Evan Shute foram os primeiros médicos a utilizar grandes doses de vitamina E para tratar doenças cardíacas. Naquela época, antioxidantes e radicais livres eram conceitos bastante obscuros na química de oxidação, distante das questões de saúde e doença. Também nessa época, o uso de vitaminas para tratar doenças graves, como doenças cardíacas e diabetes foi considerado equivocada. No entanto, graças aos médicos Shutes, pesquisadores médicos sentiram-se motivados a estudar os efeitos das vitamina E na prevenção e tratamento de doenças. Em 1985, Linus Pauling escreveu: “o reconhecimento tardio (mais de 40 anos) da vitamina E no controle de doenças do coração é responsável por uma enorme quantidade de sofrimento desnecessário e por muitas mortes prematuras.” A literatura aponta que tomar doses que variam de 100 a 800 IU por dia pode reduzir o risco de doenças cardíacas em 30% -40%. Hoje, a crescente valorização do papel do alfa-tocoferol na prevenção e tratamento da doença cardiovascular é devida principalmente aos irmãos Shutes. AN02FREV001/REV 4.0 14 Figura 7. Frederick Klenner (1907-1984) Nascido na Pensilvânia, Dr. Klenner recebeu seu diploma de medicina na Universidade de Duke, em 1936. Após três anos de pós-graduação em doenças do tórax, Dr. Klenner, desenvolveu vários trabalhos com o uso de doses elevadas de vitamina C, entre eles a prevenção da paralisia em crianças com poliomelite. Dr. Klenner foi o primeiro médico a enfatizar que pequenas quantidades de ácido ascórbico não funcionam. Ele disse: “se você quer resultados, use ácido ascórbico na quantidade adequada.” Ele publicou mais de 20 trabalhos médicos, nos quais abordava que a vitamina C podia curar doenças virais e bacterianas. Figura 8. Carl C. Pfeiffer (1908-1988) Carl C. Pfeiffer contribuiu para a entendimento de elemento traço e do metabolismo mineral nas esquizofrenias. Dr. Pfeiffer passou a maior parte de sua vida pesquisando as causas e a cura da doença mental. Foi um dos membros da Comissão de Terapia da Associação Americana de Esquizofrenia e afirmou: “se há uma droga que pode alterar a bioquímica do cérebro, há geralmente uma combinação de nutrientes que pode conseguir a mesma coisa sem efeitos colaterais.” Ele descobriu que os desequilíbrios bioquímicos no organismo provocam muitos problemas psicológicos. http://www.angelfire.com/zine2/healthplan/page5.html AN02FREV001/REV 4.0 15 Figura 9. Linus Pauling (1901-1994) Duas vezes ganhador do Prêmio Nobel, e biólogo molecular, Linus Pauling, Ph.D., cunhou o termo "ortomolecular", em seu 1968, em seu artigo "Psiquiatria ortomolecular", publicado na revista "Science". Pauling descreveu o tratamento da doença mental, através do fornecimento de um ambiente ideal molecular para a mente, especialmente em concentrações ideiais de substâncias normalmente presentes no corpo. Ele identificou a anemia falciforme como a primeira doença molecular e, posteriormente, lançou as bases para a biologia molecular, para então desenvolver uma teoria que explicava a base molecular da terapia de vitaminas. Ortomolecular é um termo composto de orto, que é a palavra grega para "correto" ou "direito" e molécula que é a estrutura mais simples que exibe as características de um composto. Por isso, significa, literalmente, a "molécula correta". Ele ressaltou que o termo “ortomolecular” é usado para expressar a idéia de moléculas certas nas concentrações corretas. Pauling acreditava firmemente que a suplementação diária de vitaminas em quantidades ideais, além de uma dieta saudável, seria o passo mais importante para viver uma vida longa e saudável, e seguindo seu próprio conselho, ele viveu de forma produtiva até os 93 anos . AN02FREV001/REV 4.0 16 Figura 10. Josef Issels (1907-1998) Dr. Josef Issels era conhecido pelas habilidades profissionais, sua bondade, e taxa relativamente alta de sobreviventes de câncer em fase terminal. Em 1951, um paciente rico e grato, financiou sua clínica particular, o Ringbergklinik em Rottach-Egern (Baviera), com 36 camas. Issels desenvolveu seu trabalho de sucesso até 1960, quando foi preso pelos seus oponentes médicos, na Alemanha. Issels argumentou que a terapia convencional do câncer apenas olhava para o tumor, sem reconhecer o seu período de pré- condicionamento. Como o Dr. Max Gerson, ele reconheceu a importância da desintoxicação. Figura 11. William Kaufman (1910-2000) Dr. William Kaufman foi um dos primeiros médicos a utilizar terapeuticamente megadoses de vitamina B3 (niacina, ou niacinamida). Ele prescreveu, a dosagam diária de 5.000 mg de niacinamida para melhorar e restaurar a amplitude de movimento articular em pacientes com artrite. Mais de 50 anos antes da Revolução da Terapia Ortomolecular, Kaufman mostrou claramente que “a falta de um nutriente apenas pode sera única causa de uma doença.” Charlotte Kaufman, sua esposa, escreveu carinhosamente sobre seu marido: "ele estava sempre pronto para ajudar alguém, ele realmente era um curandeiro e um solucionador de problemas, ele tocava piano... amava Mozart, escreveu poemas, peças teatrais, ensaios ... e exerceu a medicina em seu próprio estilo, sem levar em conta os modismos, ... ele era um pensador independente que http://en.wikipedia.org/wiki/Josef_Issels http://www.doctoryourself.com/biblio_kaufman.html AN02FREV001/REV 4.0 17 foi constantemente estudando e aprendendo, não apenas a partir da palavra impressa, mas a partir de seus pacientes, ele realmente ouviu seus pacientes”. Figura 12. Emanuel Cheraskin (1916-2001) Emanuel Cheraskin, nascido na Filadélfia, formou-se em Medicina na Universidade de Cincinnati. Ele escreveu mais de 700 artigos científicos, foi autor de 8 e co-autor de 17 livros. Dr. Cheraskin ressaltava a ideia que “somos aquilo que comemos” e abordava que grande parte das pessoas negligenciavam o valor primordial da nutrição; uma deficiência educacional que dedicou uma vida inteira para erradicar. Figura 13. Hugh Desaix Riordan (1932-2005) Hugh lutou constamente em nome de conceitos ortomoleculares. Ele foi desafiado legalmente, quando ele queria tratar seus pacientes com altas doses de vitaminas. Ele venceu. Foi o primeiro a demonstrar como grandes doses de vitamina C são quimioterápicos para doentes com câncer. Em 2002, Hugh foi homenageado pela Sociedade Internacional de Medicina Ortomolecular com o "médico ortomolecular do ano". AN02FREV001/REV 4.0 18 Figura 14. Abram Hoffer (1917-2009) Abram Hoffer era médico reconhecido internacionalmente. Dr. Hoffer passou cinco décadas realizando pesquisas relacionadas à prática da Medicina Ortomolecular, enfatizando a utilização de nutrientes em doses ideais para o tratamento de uma ampla gama de doenças. Suas descobertas médicas têm sido o tema de mais de uma dúzia de livros e centenas de trabalhos de pesquisa. Em 1952, ele e seus colegas começaram a desenvolver um tratamento mais eficaz para a esquizofrenia, com o uso das vitaminas C e B3. Em 1955, ele também descobriu que a niacina reduziu os níveis de colesterol. Fonte: Figuras de 1-14 retiradas de SAUL, A. W. Disponível em: <http://orthomolecular.org/history/index.shtml>. Acesso em: 01 ago. 2012. Texto traduzido e adaptado da mesma fonte. A Medicina Ortomolecular foi normatizada no Brasil em 2010, quando o Conselho Federal de Medicina, por meio da resolução número 1938/2010, estabeleceu as normas que regulamentam o diagnóstico e os procedimentos terapêuticos da prática. Essa resolução tornou proibidos alguns métodos de diagnóstico bastante usados por essa linha e vetou sua vinculação com a cura do câncer e de doenças degenerativas crônicas e o combate ao envelhecimento (CFM, 2010). O método Ortomolecular ainda é novo no país, tendo chegado na década de 1980, mas vem chamando a atenção principalmente daqueles que buscam o emagrecimento ou de pessoas que enfrentam questões como cansaço crônico, depressão, memória fraca e obesidade. A prática se popularizou quando atrizes e modelos passaram a dar declarações na imprensa, atribuindo sua boa forma à Dieta Ortomolecular. No ano de 2010, existiam no país cerca de 6.000 médicos que prescreviam a Terapia Ortomolecular (MEDICINA-ORTOMOLECULAR.INFO, 2012). http://orthomolecular.org/history/hoffer/index.shtml http://orthomolecular.org/history/index.shtml AN02FREV001/REV 4.0 19 A Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular foi fundada em 15 de outubro de 1994, sendo uma de suas finalidades o estudo profundo das bases bioquímicas das doenças com o intuito de aumentar a eficácia dos tratamentos clássicos e de diminuir a probabilidade de vários tipos de moléstias. No Brasil, temos dois pioneiros na Medicina Ortomolecular. Ambos pesquisadores renomados e que contribuíram para a popularização da Ortomolecular (LOBO & SARAIVA, 2010): Prof. Dr. Hélion Póvoa é um dos maiores especialistas na área de nutrição e bioquímica do país. Foi ex-aluno de Linus Pauling e trouxe para o Brasil a Ortomolecular. Membro titular da Academia Nacional de Medicina, pesquisador da Fiocruz e professor-visitante de Nutrição em Harvard. Tem mais de 400 trabalhos de pesquisa publicados no Brasil e no exterior e possui números livros sobre Ortomolecular. Prof. Dr. José de Felippe Jr é também um dos pioneiros da Ortomolecular no Brasil. Formou-se pela Santa Casa de São Paulo, tem doutorado em Fisiologia pela Universidade de São Paulo, livre docente de Clínica Médica e Medicina Intensiva pela Universidade do Rio de Janeiro, fundador e primeiro secretário geral da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Aplicabilidade da Terapia Ortomolecular Uma das propostas da Medicina Ortomolecular, que é muito interessante e inovadora, é a de utilizar alimentos, às vezes em quantidades específicas, visando benefícios de saúde ou prevenção de doenças. Além dos vários antioxidantes que são empregados para reduzir o estresse oxidativo, aminoácidos, vitaminas e lipídeos essenciais têm se mostrado eficientes em contribuir com o desempenho do cérebro, melhorar o humor e aumentar e eficiência do sistema imunológico. Atualmente, admite-se que a Medicina Ortomolecular inclui noções de nutrição, atividade física e reabilitação, sem, contudo, abolir medidas terapêuticas convencionais. AN02FREV001/REV 4.0 20 A Medicina Ortomolecular atua na prevenção primária e secundária das patologias, através da nutrição balanceada que fornecerá metabólitos necessários para reprodução, revigoração e regeneração das células. As vitaminas e os sais minerais agem nos diferentes ciclos metabólicos orgânicos para a produção de ATP indispensável para a manutenção tecidual. A atividade física atua tonificando a musculatura e melhora o fluxo sangüíneo local. Já, as alterações metabólicas (desequilíbrios orgânicos) que levam ao quadro de “doença” são empregados nutrientes que vêm restabelecer o equilíbrio (CENTRAL DAS FÓRMULAS, 2012). Sendo assim, a busca de tratamentos menos invasivos tem levado muitos médicos a estudar essa nova escola e também estimula pacientes a buscar tratamentos ortomoleculares. A Medicina Ortomolecular tem uma aplicação individual, que depende de exames e do histórico médico do paciente, de se conhecer seus vícios, seus hábitos alimentares, entre muitos outros fatores, antes de propor um tratamento. A Ortomolecular atua basicamente de três modos (LOBO & SARAIVA, 2010): 1) Modo preventivo: através de diagnósticos cada vez mais precoces, detectando alterações metabólicas subclínicas, antes do surgimento de doenças, utilizando-se do tratamento Ortomolecular que visa o equilíbrio global do indivíduo, dando-lhe condições de manter-se sadio ou, diante de doenças, obter melhor resposta a terapêutica específica empregada. Os exames incluem: exames de imagem, exames laboratoriais e mineralograma capilar. 2) Modo sistêmico: atua na avaliação diagnóstica de todos órgãos e sistemas, analisando a inter-relação e interdependência entre eles e nos tratamentos nutricionais celulares, através de suplementação com nutrientes indispensáveis ao organismo ou retirando substâncias em excesso ou tóxicas, como metais pesados. 3) Modo interativo: atua na inter-relação dos sistemas humanos com os sistemas ambientais, visto que estamos dentro de uma grande teia e os sistemas interagem: homem/natureza; homem/animais, homem/alterações climáticas, homem/poluições. AN02FREV001/REV 4.0 21 Os tratamentos propostos pela Prática Ortomolecular e Biomolecular incluem (CFM, 2010): Correção nutricional e de hábitos de vida; Reposição medicamentosadas deficiências de nutrientes; Remoção de minerais, quando em excesso, ou de minerais tóxicos, agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares. A resolução CFM nº 1938/2010 também dispõe no art 5º: Os tratamentos da prática ortomolecular devem obedecer às comprovações embasadas por evidências clínico-epidemiológicas que indiquem efeito terapêutico benéfico (CFM, 2010). Em relação ao tratamento preventivo ou terapêutico de doenças e a retirada de excesso de minerais, a prática Ortomolecular deverá obedecer ao que estabelece os seguintes artigos: Art. 7º A reposição medicamentosa de comprovadas deficiências de nutrientes se fará de acordo com a existência de nexo causal entre a reposição de nutrientes e a meta terapêutica ou preventiva. Art. 8º A remoção de minerais, quando em excesso, ou de minerais tóxicos, agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares se fará de acordo com os seguintes princípios: I) O excesso de cada substância tóxica deverá ser considerado isoladamente; II) Existência, na literatura médica, de fundamentação bioquímica e fisiológica sobre o efeito deletério do excesso da substância tóxica considerada, bem como de dados que comprovem a possibilidade de correção efetiva por meio da remoção proposta; III) Além da melhoria dos parâmetros laboratoriais, deverá haver comprovação científica de utilidade clínica; IV) O valor terapêutico da remoção de determinada substância tóxica deverá ser avaliado para cada tipo de distúrbio (CFM, 2010). Diversas disfunções e doenças podem ser tratadas por meio da Ortomolecular. Por exemplo: hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol, disfunções sexuais, tensão pré-menstrual (TPM), menopausa, depressão, AN02FREV001/REV 4.0 22 enxaquecas. Além disso, o tratamento é importante para prevenção de uma série de outras doenças. A Medicina Ortomolecular está estritamente relacionada ao conceito de radicais livres, sendo o oxigênio, um dos componentes do ar que respiramos, a principal fonte para a sua formação. Os radicais livres acarretam enormes desvantagens para o organismo quando sua produção é aumentada a ponto de superar a capacidade antioxidante natural do próprio organismo. Nessas condições, adversas para o corpo humano, podem ocorrer situações degenerativas crônicas para os tecidos orgânicos. A Medicina Ortomolecular baseia-se em um enorme paradoxo: a vida é um processo de combustão. O oxigênio, crucial para a existência, é também tóxico para as células (CAMPOS, 2009). Vejamos a seguir algumas aplicabilidades da Terapia Ortomolecular na prevenção e tratamento de doenças: 1. Doenças respiratórias: bronquite, rinite, asma ─ o uso de antioxidantes nessas doenças combate os radicais livres, diminuindo o processo inflamatório e fortalece o sistema imunológico, amenizando futuras crises respiratórias. 2. Diabetes ─ o uso de antioxidantes ajuda a combater os radicais livres, que são muito comuns no organismo do diabético devido à oscilação dos níveis de glicose. 3. Mal de Alzheimer e Parkinson ─ a terapia ortomolecular com o uso de antioxidantes age preventivamente nessas doenças. 4. Câncer ─ como nas sessões de quimioterapia e radioterapia há uma alta produção de radicais livres, a terapia com antioxidantes serve para driblar os efeitos deletérios dos radicais livres nas células saudáveis do paciente com câncer. 5. Obesidade ─ a Terapia Ortomolecular promove a reeducação alimentar e, caso haja falta de nutrientes importantes para o corpo, faz-se a suplementação, que também acaba ajudando a diminuir a ansiedade, a falta de regulação do mecanismo de saciedade ou o nervosismo, características comuns de quem está em fase de emagrecimento. AN02FREV001/REV 4.0 23 6. Estresse ─ o estresse é uma das situações que melhor responde ao tratamento pela Medicina Ortomolecular. 7. Intoxicação por metais pesados, como chumbo, alumínio, cádmio, mercúrio e outros Esses metais podem causar as seguintes doenças conforme descrito por Campos (2009). O chumbo é um dos metais tóxicos mais encontrados e os sinais clínicos mais evidentes de intoxicação por chumbo, presente principalmente em áreas industriais e que até pouco tempo era adicionado à gasolina, são irritabilidade, agressividade, sangramento nas gengivas, impotência sexual, síndrome do pânico, fadiga, diminuição da memória em adultos e dificuldade de aprendizagem em crianças, além de outros sintomas. O mercúrio, encontrado nas amálgamas dentárias, mariscos contaminados pelo metal pode provocar intoxicação, levando a depressão, fadiga e alterações neurológicas que podem até levar a encefalite. Já o cobre pode causar dores articulares, fadiga, depressão e dificuldade de aprendizagem em crianças, entre outros sintomas. O alumínio, por sua vez, compromete principalmente os ossos e o cérebro. Acredita-se que a intoxicação por esse metal possa ser um dos desencadeadores da Doença de Alzheimer. O alumínio ainda pode provocar depressão e impotência sexual, entre vários sintomas descritos pela ciência. Ele está presente nos laminados (papel alumínio, marmitex), panelas), desodorantes anti-perspirantes e outros cosméticos, pastas de dentes, etc. Portanto, a Medicina Ortomolecular, através do uso de vitaminas e minerais, objetiva, entre outros, neutralizar os efeitos tóxicos dos radicais livres, proporcionando uma melhor qualidade de vida. A Medicina Ortomolecular também trata das deficiências de uma série de nutrientes. Sabe-se, por exemplo, que um fumante gasta 25 mg de vitamina C a cada cigarro que consome. Caso esta pessoa AN02FREV001/REV 4.0 24 fume um maço por dia, estará perdendo 500 mg desta vitamina diariamente. E, hoje em dia, sabemos os inúmeros benefícios que esta vitamina proporciona, seja no combate a radicais livres, na síntese de hormônios, ou, mesmo, estimulando o sistema imunológico. A busca da Ortomolecular deve ser feita no sentido de prevenção, de sentir- se melhor, de alcançar o bem-estar, de promover mudança de hábitos de vida e dos valores relacionados à saúde. A adoção de estratégias preventivas sempre se mostra muito mais promissora do que tratar um problema já instalado. Assim, por exemplo, é possível tratar uma pessoa com estresse antes que ele evolua para uma hipertensão arterial. Da mesma forma, é possível tratar obesidade antes que ela ocasione diabetes. Evidentemente que alguém que teve um infarto do miocárdio ou câncer já passou há muito tempo do estágio de prevenção e, neste contexto, menos pode ser feito pela Prática Ortomolecular (mas, ainda assim muito pode ser feito, como por exemplo orientações sobre hábitos saudáveis de vida, correção de deficiências nutricionais, suplementação orientada, etc). O mais importante é que com a Medicina Ortomolecular o paciente volta a ser encarado como um todo, um conjunto que deve funcionar em harmonia. Com esta visão global, qualquer tratamento torna-se muito mais vantajoso, pois encontra a origem dos problemas, a verdadeira raiz a partir da qual todo o processo patológico se desenvolve. A Medicina Ortomolecular, em sua essência, visa à prevenção através da adoção de medidas nutricionais e higiênicas e, isso inclui (LOBO, 2010): 1. Higiene do sono. 2. Higiene dos alimentos e do ecossistema, através do combate às parasitoses intestinais (detecção e tratamento), além de reeducação para não se recontaminar; defesa da agricultura orgânica e modos sustentáveis de vida; combate e esclarecimento da população sobre os riscos da poluição da água, ar, solo, poluição sonora e eletromagnética. AN02FREV001/REV 4.0 25 3. Higiene corporal com hábitos de vida saudáveis, como a pratica de exercícios regularmente e manutenção de uma respiração correta. 4. Combate ao etilismo e tabagismo bem como evitar exposição a substâncias tóxicas e poluição ambiental. 5. Abordagem nutricional,com suplementação de antioxidantes no combate à formação excessiva de radicais livres, além da busca pela correção molecular, suplementando quando necessário e retirando os excessos. 6. Abordagem ecológica, visando evidenciar a necessidade de manutenção do equilíbrio entre o homem e o meio em que vive (natureza) e demonstração de que quando há uma ruptura desse equilíbrio surgem inúmeras patologias. O diferencial da Ortomolecular é que o médico busca ter uma abordagem mais integrativa, enxergando o paciente como um todo. Segundo o Dr. Frederico Lobo (2012), na estratégia Ortomolecular/Biomolecular o médico deve estar apto a: 1. Descobrir quais nutrientes essenciais estão faltando ou em excesso; 2. Diagnosticar se existem metais tóxicos no organismo; 3. Verificar se o sistema endócrino e sistemas de absorção, metabolização, excreção estão dentro da normalidade; 4. Diagnosticar se existe intolerância ou alergia alimentar; 5. Conhecer e orientar sobre hábitos saudáveis de vida a todos os pacientes. A Consulta Ortomolecular dura em média 1 hora e consiste em questionamentos sobre sinais e sintomas (anamnese), exame físico e, se necessário solicitação de exames complementares gerais e específicos e, por fim, instituição do tratamento. Para ilustrar o uso da Ortomolecular em algumas especialidades médicas, podemos exemplificar como segue abaixo. AN02FREV001/REV 4.0 26 Na Imunopatologia, a terapia ortomolecular é utilizada para combater alergias e melhorar o sistema imunológico. Na Angiologia e Cardiologia, visa manter a saúde da parede dos vasos sanguíneos, impedindo a formação de aterosclerose e trombo. Na Cancerologia, o uso de vitaminas, sobretudo a vitamina C, pode prevenir o aparecimento de câncer. Na Dermatologia, as vitaminas e os antioxidantes combatem o câncer de pele, além do envelhecimento da mesma. Na Metabologia, a terapia ortomolecular é usada para o emagrecimento, por exemplo. Na Hematologia, a terapia ortomolecular serve para combater anemias e manter a funcionalidade dos glóbulos brancos. Na Hepatologia, é comum encontrarmos a esteatose hepática que significa fígado com excesso de gordura e, portanto, o paciente pode se beneficiar de uma dieta saudável, com as indicações da terapia ortomolecular. Na Mastologia e na Ginecologia, a incidência de tumores nas mamas e câncer de colo de útero pode ser diminuída por uma alimentação saudável, com as quantidades adequadas de vitaminas e minerais. Na Medicina do Esporte, vitaminas e complementos alimentares são necessários para melhorar a desempenho e diminuir os riscos de contusões nos atletas. Na Neurologia, a má alimentação pode levar a demência, dor de cabeça, enxaquecas, alterações do sono e dor. A Ortopedia e Traumatologia usam suprimentos de aminoácidos, vitaminas, minerais e dietas balanceadas para melhorar a cicatrização óssea. Na Psiquiatria, sabemos que várias substâncias podem levar a demência, a Doença de Parkinson e ao Mal de Alzheimer. Na Pediatria, sabemos que alimentação saudável é fundamental. Assim, como alimentação saudável e balanceada interessa a Geriatria e a Gerontologia, AN02FREV001/REV 4.0 27 pois a mesma garante envelhecimento saudável, previne osteoporose, osteopenia e outras doenças de maior incidência em idosos. AN02FREV001/REV 4.0 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BATELLO, C. Alimentação – Um Segredo da Saúde. 2ª ed revisada e ampliada. São Paulo: Ed. Ground, 1991. BOTSARIS, A. Conheça a Aplicação da Medicina Biomolecular. Disponível em: <http://www2.uol.com.br/vyaestelar/ortomolecular.htm>. Acesso em: 28 jul. 2012. BRASIL. Conselho Federal de Medicina (CFM). 2010. Resolução CFM nº 1.938/2010. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 5 de fevereiro de 2010, seção I, p. 161. CAMPOS, D. M. T. Medicina Ortomolecular. 2009. 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