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AN02FREV001/REV 4.0 
 1 
 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TERAPIA ORTOMOLECULAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a DistânciaPortal Educação 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
TERAPIA ORTOMOLECULAR 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada.É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 3 
 
SUMÁRIO 
 
TERAPIA ORTOMOLECULAR....................................................................... 04 
Definição de Ortomolecular..................................................................... 04 
Histórico da Terapia Ortomolecular......................................................... 09 
Aplicabilidades da Terapia Ortomolecular............................................... 19 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 4 
TERAPIA ORTOMOLECULAR 
Definição de Ortomolecular 
O termo “Ortomolecular” foi cunhado por Linus Pauling (Prêmio Nobel de 
Química em 1954 e da Paz em 1962), conhecido mundialmente por seus trabalhos e 
pela ênfase com que recomendou o uso diário de vitaminas (principalmente a 
vitamina C) e minerais. Ele criou o termo "Ortomolecular" juntando o radical orto 
(correto em grego) com molecular - significando as moléculas - ou seja, uma 
medicina que fizessem as moléculas do organismo funcionarem corretamente 
(LOBO & SARAIVA, 2010). 
Linus Pauling, o Pai da Biologia Molecular, criou esse termo inicialmente 
baseado em trabalhos randomizados e duplo-cegos do psiquiatra canadense 
Abrahan Hoffer, que conseguiu diminuir o tempo de internação de esquizofrênicos 
com o uso de doses elevadas de vitamina B3 (3g/dia). Linus Pauling propôs que 
distúrbios mentais poderiam ser tratados pela correção de desequilíbrios ou 
deficiências de constituintes cerebrais, tais como vitaminas e outros micronutrientes, 
como uma alternativa à administração de drogas psicoativas sintéticas (LOBO, 
2011). 
No final da década de 60, passou a desenvolver a Bioquímica da Nutrição e, 
na década de 70 extendeu, o conceito Ortomolecular à medicina em geral, como 
sendo "moléculas certas em concentrações certas", caracterizando uma abordagem 
de prevenção e tratamento de doenças bem como alcançar a saúde baseada em 
ações fisiológicas e enzimáticas de nutrientes específicos, como vitaminas, minerais 
e aminoácidos presentes no organismo (LOBO, 2011). 
A Medicina Ortomolecular foi assim denominada e compreendida, em 1968, 
por Linus Pauling (BATELLO, 1991), como sendo: 
─ um conjunto de investigações terapêuticas fundamentais; 
─ técnicas terapêuticas; 
─ práticas de prevenção. 
 
 
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 5 
Apesar de algumas das teorias de Pauling, na área da medicina, não terem 
se confirmado, várias das bases propostas por ele se revelaram tendências fortes 
para o futuro e vem se desenvolvendo de forma dinâmica atualmente. São elas que 
funcionam como base para as correntes da Medicina Ortomolecular atuais. Uma 
delas é a Biologia Molecular - uma parte da biologia que não pára de crescer - e que 
explica em termos de atividades e características químicas das moléculas, vários 
dos fenômenos biológicos descritos na medicina. Isso motivou a proposta de mudar 
o nome dessa corrente médica para Medicina Biomolecular. Hoje em dia, esse é o 
nome mais usado pela comunidade médico-científica, entretanto na área popular 
"Ortomolecular" ainda é o mais usado (GARCIA, 2008). 
Na Medicina Ortomolecular, a compreensão dos mecanismos bioquímicos 
incluem: 
─ assimilação dos nutrientes indispensáveis para a vida, aminoácidos, ácidos 
graxos, vitaminas, minerais, presentes na alimentação; 
─ metabolização; 
─ transformação química para a utilização celular; 
─ estudos das carências geradoras de desordens fisiológicas manifestadas por 
sintomas. 
A Medicina Ortomolecular reúne a medicina das funções com o 
conhecimento de biofarmacologia e de todas as ciências que estudam o organismo 
e o psiquismo. Dentro deste conceito deve-se primar por uma melhor qualidade de 
vida através de (BATELLO, 1991): 
─ uma dieta inteligente; 
─ exercícios aeróbicos moderados; 
─ administrar os problemas do cotidiano; 
─ aprender a se livrar dos metais pesados; 
─ abandono de hábitos suicidas como fumo, bebidas alcoólicas, etc; 
 
 
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 6 
─ uso de substâncias que neutralizam a ação dos radicais livres. 
A Terapia Ortomolecular é recente no Brasil e ainda pouco conhecida. Não 
se trata de uma especialidade nova, mas de um modo de gerenciar a saúde física e 
mental, cuja regra áurea é prevenir para não remediar, propondo detectar e corrigir 
os desequilíbrios das funções celulares a nível bioquímico-molecular, antes que se 
estabeleçam as doenças, e na vigência destas, somar suas propostas aos 
tratamentos convencionais de forma que sejam mais eficazes, por períodos menores 
e com menos efeitos colaterais (CAMPOS, 2009). 
Vale lembrar que a Medicina Ortomolecular não é uma especialidade médica 
e, sim um departamento de estudo médico vinculado à Clínica Médica e normatizada 
pela resolução nº 1938/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM). 
Considerando o contexto normativo, o Conselho Federal de Medicina e a 
Associação Médica Brasileira, resistem em reconhecer a Medicina Ortomolecular 
como especialidade médica e entendem que ela é apenas uma estratégia 
terapêutica. Isso também se transformou numa fonte de conflitos, já que pelas 
normas éticas, o médico não pode divulgar uma especialidade não reconhecida pelo 
CFM. Contudo, em um futuro próximo, será necessário encontrar um espaço correto 
para a normatização da Medicina Ortomolecular, porque enquanto isso não 
acontece, todos saem perdendo, principalmente os pacientes. 
A resolução CFM nº 1938/2010 alerta sobre a necessidade de definir limites 
de emprego, indicações e critérios científicos para a aplicação de procedimentos 
associados à prática ortomolecular e para os riscos potenciais de doses 
inadequadas de produtos terapêuticos, tais como algumas vitaminas e certos sais 
minerais. 
Ainda existem poucos cursos de Ortomolecular no Brasil e, a maioria são em 
nível de pós-graduação, com dois anos de duração e restritos a médicos. Os 
principais cursos são reconhecidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e 
no geral possuem um vasto conteúdo programático. 
 
 
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 7 
A Medicina Ortomolecular deve ser exercida por médico com residência em 
Nutrologia, Clínica Médica ou Medicina Interna. Além disso, o médico que trabalha 
com as técnicas de terapia ortomolecular deve ter conhecimento de quais minerais 
e/ou vitaminas estão faltando no organismo do paciente bem como elementos 
tóxicos que estão em excesso, a fim de evitar a produção excessiva de radicais livre 
e equilibrar a oxidação alimentar. 
A Medicina Ortomolecular é, antes de tudo, uma "medicina da saúde". Muito 
antes de uma doença se tornar perceptível através dos sintomas, já existe uma 
disfunção celular, um desequilíbrio bioquímico, que a ingestão de micronutrientes 
busca compensar, devolvendo a saúde do organismo. 
A Medicina Ortomolecular também pode ser entendida como a interação 
entre a Medicina e a Nutrição, visando tratamentos preventivos e curativos, além da 
promoção da saúde e obtenção de qualidade de vida. 
Para a terapeuta ortomolecular Cristina Maria Carrasco (2012), a Terapia 
Ortomolecular“sempre trata de dentro para fora, com a finalidade de despertar o 
corpo para um melhor equilíbrio”. 
Para que o organismo humano esteja em equilíbrio é preciso oferecer às 
células todos os elementos necessários ao seu funcionamento e retirar as 
substâncias tóxicas que prejudicam o metabolismo. O nosso organismo necessita de 
inúmeras substâncias que são utilizadas nas células para produção de energia e de 
novas moléculas. Embora as células sejam capazes de sintetizar centenas de 
substâncias diferentes, existem 45 que são essenciais e que o organismo não 
consegue sintetizar. São elas vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos, que 
precisam ser ingeridos através da dieta ou de uma suplementação (GARCIA, 2008). 
Nos tempos modernos, conseguir todos os nutrientes necessários ao bom 
funcionamento do organismo é difícil porque a indústria alimentícia e as agro-
indústrias expoliam os alimentos de diversos tipos de nutrientes e a eles adicionam 
substâncias estranhas ao ambiente fisiológico celular, que acabam por prejudicar o 
metabolismo (hormônios, antibióticos, conservantes, aditivos, edulcorantes e metais, 
que são muitas vezes tóxicos). A colheita, o armazenamento e o transporte de 
http://www.mega21.com.br/
 
 
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 8 
legumes, verduras e frutas reduzem drasticamente a quantidade de vitaminas e 
minerais neles contidos, sem contar a escassez de micronutrientes em nosso solo, 
como selênio, cromo, lítio, zinco e manganês (GARCIA, 2008). 
Estudos científicos mostram que uma grande porcentagem de indivíduos de 
todas as faixas etárias, e de diferentes níveis sócio-econômicos, não ingere ou não 
absorve a quantidade de nutrientes essenciais necessária ao bom funcionamento do 
organismo. Além disso, o estresse profissional, financeiro ou familiar, hábitos como 
uso de cigarro, álcool, drogas e alimentação inadequada, ingestão de hormônios, 
agrotóxicos, herbicidas, exposição à poluição ambiental, contaminação por metais 
tóxicos (alumínio, chumbo, cádmio, mercúrio) e radiações solares, exercícios 
intensos ou falta de condicionamento físico (atletas de fim de semana) contribuem 
para o estresse oxidativo, associado à formação excessiva de radicais livres e o 
aparecimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e o 
envelhecimento precoce (GARCIA, 2008). 
A teoria lançada por Pauling, que vem se mostrando cada vez mais 
importante, na gênese molecular de diversas doenças, é a teoria do estresse 
oxidativo. Em poucas palavras, a fonte da energia corporal, que é utilizada para 
mover todo metabolismo do corpo vem da queima de moléculas de glicose e 
gordura, usando os átomos de oxigênio retirados do ar. Essa combinação com 
oxigênio, chamada de oxidação, eventualmente, pode formar compostos chamados 
de "radicais livres", que tem o potencial de causar danos a moléculas ou processos 
orgânicos. Esse dano causado pelos radicais livres, é que a ciência médica chama 
de "estresse oxidativo". Pauling mostrou que a vitamina C possuía uma ação 
antioxidante, por isso, protegia o corpo dessas moléculas instáveis (os radicais 
livres). As pesquisas atuais mostraram que além da vitamina C, outras vitaminas, 
enzimas, além de uma série de outras substâncias, exercem atividade antioxidante, 
e que é a eficiência desse sistema como um todo, que protege o organismo dos 
danos causados pelos radicais livres (BOTSARIS, 2012). Abordaremos melhor os 
radicais livres, estresse oxidativo e antioxidantes no módulo III dessa apostila. 
 
 
 
 
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 9 
Histórico da Terapia Ortomolecular 
A importância da alimentação na saúde ideal tem sido compreendida em 
toda história. Hipócrates acreditava que a escolha dos alimentos implicava na saúde 
das pessoas há mais de 2.500 anos atrás. Registros do antigo Egito, já em 5000 
a.C, mostram o uso de alimentos específicos para o tratamento de várias doenças. 
Contudo, a compreensão científica verdadeira da dieta não ocorreu até o 
século XVIII, começando com o trabalho do físico francês René de Réaumur, ao 
qual é creditado a realização da pesquisa inicial de química digestiva. Mais tarde, 
naquele mesmo século, o trabalho de Réaumur foi continuado pelo químico Antoine 
Laurent Lavoisier, que, antes de ser guilhotinado durante a Revolução Francesa, 
demonstrou como o corpo metaboliza a comida para criar energia. 
A primeira pessoa a mostrar uma ligação direta entre doença e falta de um 
nutriente específico foi James Lind, um médico da marinha britânica, que descobriu 
que os marinheiros em viagens longas sem dieta contendo frutas cítricas 
desenvolviam sangramento nas gengivas, pele áspera e lento processo cicatricial, 
todos os sintomas característicos de escorbuto. Em 1757, em uma das primeiras 
experiências médicas controladas, Lind demonstrou que, quando marinheiros foram 
alimentados com limões, limas, e laranjas, o escorbuto foi evitado. Como resultado 
de suas descobertas, o capitão James Cook tornou obrigatório que cada marinheiro 
inglês tivesse uma dieta na qual era fornecida limões e laranjas, permitindo a cada 
marinheiro navegar ao redor do mundo livre do escorbuto. Hoje em dia, é bem 
conhecido que o escorbuto é causado pela deficiência de vitamina C. 
A sequir elencamos alguns pesquisadores e profissionais que contribuíram 
para a evolução da Terapia Ortomolecular no mundo. 
 
 
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 10 
 
Figura 1. 
Christiaan Eijkman 
(1858-1930) 
 
Christiaan Eijkman, médico holandês, famoso por sua 
pesquisa nutricional. Em 1893, ele descobriu que uma 
dieta de arroz polido provocava o beribéri, e foi capaz 
de produzir experimentalmente a doença em aves. Ele 
descobriu a vitamina B. 
Em 1897, Christiaan Eijkman provou que a vitamina B 
presente no arroz integral foi essencial para o 
funcionamento adequado do sistema nervoso e do 
metabolismo dos carboidratos, e que a deficiência 
dessa vitamina podia causar beribéri e outras doenças. 
Em 1929, sua pesquisa resultou no Prêmio Nobel de 
Medicina. 
 
Figura 2. 
Max Gerson 
(1881-1959) 
Max Gerson , médico europeu, judeu alemão, que se 
radicou nos Estados Unidos devido ao Nazismo e a 2ª 
guerra mundial, e descobriu um tratamento holístico 
para cura do câncer através do uso de sucos de frutas 
orgânicas e da desintoxicação por inoculação de café 
orgânico. 
Seu tratamento revolucionário curou milhares de 
pessoas no mundo todo. Quando foi apresentada ao 
mundo por Max Gerson, esta terapia alimentar estava 
tão à frente do seu tempo que não havia praticamente 
nenhum estudo disponível na literatura científica que 
explicasse como ela podia conduzir a espantosas 
curas, quer em doenças crônicas quer infecciosas. 
 
 
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 11 
 
Figura 3. 
Albert von Szent-
Györgyi 
(1893-1986) 
Albert von Szent-Györgyi nasceu na Hungria e passou 
a Primeira Guerra Mundial no exército austríaco. 
Depois da guerra, ele estudou em Groningen e na 
Universidade de Cambridge. Foi ai que ele se 
interessou por um agente químico, presente em sumos 
de vegetais. Ele sugeriu que este agente , que também 
estava presente em couves e laranjas era uma vitamina 
misteriosa. Em 1933, ele isolou a substância em muitos 
quilos e denominou-o "ácido ascórbico", que significa "o 
ácido que evita o escorbuto." Durante a Segunda 
Guerra Mundial, Szent Györgyi estava em perigo 
constante dos nazistas e, finalmente, se refugiou na 
embaixada sueca em Budapeste. A Gestapo invadiu a 
embaixada, mas ele escapou e permaneceu na 
clandestinidade durante o resto da guerra. Ele foi 
resgatado pelo exército russo e levado para Moscou 
sob as ordens diretas de Molotov. Ele era bem tratado 
pelos russos, mas, sabendo que ele não poderia 
trabalhar no seu sistema, ele foi para os Estados 
Unido, em 1947, onde se estabeleceu nos laboratórios 
de biologia marinhaem Woods Hole, Massachusetts. O 
Dr. Albert von Szent-Györgyi, ganhou, em 1937, o 
Prêmio Nobel por sua descoberta da vitamina C. Na 
verdade, foi ele quem nomeou o ácido ascórbico e 
associou o seu uso na prevenção do câncer. Quando 
Szent-Györgyi estava em seu leito de morte, aos 93 
anos de idade, Linus Pauling voou da Califórnia para a 
casa de Szent-Györgyi em Woods Hole, 
Massachusetts, para dizer adeus. Segurando sua mão, 
Linus disse melancolicamente: "você sabe, Albert, eu 
sempre pensei que um dia nós dois iríamos trabalhar 
juntos." Szent-Györgyi olhou e disse, ironicamente: 
"bem, se não nesta vida, então talvez na próxima." O 
 
 
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 12 
próprio Pauling morreu alguns anos mais tarde, 
também aos 93 anos. Eles foram dois dos maiores 
pensadores do século XX. 
 
Figura 4. 
Roger J. Williams 
(1893-1988) 
Outro pioneiro no conceito de Nutrição Ortomolecular 
foi Roger Williams, professor de Química, descobridor 
do ácido pantotênico (vitamina B5), e diretor da 
Fundação Instituto Clayton de Bioquímica na 
Universidade do Texas, onde descobriu mais vitaminas. 
De acordo com Williams, formou-se uma nova 
abordagem na nutrição: "o microambiente nutricional 
das células do nosso corpo é de importância crucial 
para a nossa saúde, e as deficiências neste ambiente 
causa importantes doenças." 
 
Figura 5. 
Cornelius Moerman 
(1893-1988) 
 
A melhor palavra para descrever o médico holandês, 
Cornélio Moerman, seria "firme". Ele resistiu à forte 
oposição de seus colegas durante toda a sua vida 
profissional. Ainda hoje, na Holanda, seu nome 
continua a ser simbólico, para sempre ligado à terapia 
nutricional, especialmente de câncer. Antes da 
Segunda Guerra Mundial, o Dr. Moerman, acreditava 
que o fortalecimento do sistema imunológico 
desempenhava um papel central na prevenção do 
câncer. 
Moerman, um apaixonado por ornitologia, observou 
que as aves saudáveis não desenvolviam câncer, 
enquanto as mais fracas e desnutridas eram 
acometidas pela doença. Ele argumentou, com base 
nas suas próprias experiências com os seus pombos, 
que o câncer era um desarranjo do metabolismo, uma 
deficiência de iodo, ácido cítrico, vitaminas B, ferro, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 13 
enxofre, e as vitaminas A, C, D e E. Seus princípios 
para o tratamento do câncer foram, na época, 
revolucionária. Em setembro de 1976, Moerman foi 
convidado por Linus Pauling para a conferência da 
Associação Internacional de Câncer em Los Angeles. 
Como convidado de honra, Moerman recebeu um 
prêmio por seu valioso trabalho com pacientes com 
câncer e por sua abordagem original para o tratamento 
do câncer. 
 
Figura 6. 
Wilfrid Shute 
(1907-1982) 
Evan Shute 
(1905-1978) 
Em 1933, os doutores Wilfred e Evan Shute foram os 
primeiros médicos a utilizar grandes doses de vitamina 
E para tratar doenças cardíacas. Naquela época, 
antioxidantes e radicais livres eram conceitos bastante 
obscuros na química de oxidação, distante das 
questões de saúde e doença. Também nessa época, o 
uso de vitaminas para tratar doenças graves, como 
doenças cardíacas e diabetes foi considerado 
equivocada. No entanto, graças aos médicos Shutes, 
pesquisadores médicos sentiram-se motivados a 
estudar os efeitos das vitamina E na prevenção e 
tratamento de doenças. Em 1985, Linus Pauling 
escreveu: “o reconhecimento tardio (mais de 40 anos) 
da vitamina E no controle de doenças do coração é 
responsável por uma enorme quantidade de sofrimento 
desnecessário e por muitas mortes prematuras.” A 
literatura aponta que tomar doses que variam de 100 a 
800 IU por dia pode reduzir o risco de doenças 
cardíacas em 30% -40%. Hoje, a crescente valorização 
do papel do alfa-tocoferol na prevenção e tratamento 
da doença cardiovascular é devida principalmente aos 
irmãos Shutes. 
 
 
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 14 
 
Figura 7. 
Frederick Klenner 
(1907-1984) 
Nascido na Pensilvânia, Dr. Klenner recebeu seu 
diploma de medicina na Universidade de Duke, em 
1936. Após três anos de pós-graduação em doenças 
do tórax, Dr. Klenner, desenvolveu vários trabalhos 
com o uso de doses elevadas de vitamina C, entre eles 
a prevenção da paralisia em crianças com poliomelite. 
Dr. Klenner foi o primeiro médico a enfatizar que 
pequenas quantidades de ácido ascórbico não 
funcionam. Ele disse: “se você quer resultados, use 
ácido ascórbico na quantidade adequada.” Ele 
publicou mais de 20 trabalhos médicos, nos quais 
abordava que a vitamina C podia curar doenças virais e 
bacterianas. 
 
 Figura 8. 
Carl C. Pfeiffer 
(1908-1988) 
Carl C. Pfeiffer contribuiu para a entendimento de 
elemento traço e do metabolismo mineral nas 
esquizofrenias. Dr. Pfeiffer passou a maior parte de 
sua vida pesquisando as causas e a cura da doença 
mental. 
Foi um dos membros da Comissão de Terapia da 
Associação Americana de Esquizofrenia e afirmou: “se 
há uma droga que pode alterar a bioquímica do 
cérebro, há geralmente uma combinação de nutrientes 
que pode conseguir a mesma coisa sem efeitos 
colaterais.” Ele descobriu que os desequilíbrios 
bioquímicos no organismo provocam muitos problemas 
psicológicos. 
http://www.angelfire.com/zine2/healthplan/page5.html
 
 
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 15 
 
Figura 9. 
Linus Pauling 
(1901-1994) 
 
Duas vezes ganhador do Prêmio Nobel, e biólogo 
molecular, Linus Pauling, Ph.D., cunhou o termo 
"ortomolecular", em seu 1968, em seu artigo 
"Psiquiatria ortomolecular", publicado na revista 
"Science". Pauling descreveu o tratamento da doença 
mental, através do fornecimento de um ambiente ideal 
molecular para a mente, especialmente em 
concentrações ideiais de substâncias normalmente 
presentes no corpo. 
Ele identificou a anemia falciforme como a primeira 
doença molecular e, posteriormente, lançou as bases 
para a biologia molecular, para então desenvolver uma 
teoria que explicava a base molecular da terapia de 
vitaminas. 
Ortomolecular é um termo composto de orto, que é a 
palavra grega para "correto" ou "direito" e molécula que 
é a estrutura mais simples que exibe as características 
de um composto. Por isso, significa, literalmente, a 
"molécula correta". 
Ele ressaltou que o termo “ortomolecular” é usado para 
expressar a idéia de moléculas certas nas 
concentrações corretas. Pauling acreditava firmemente 
que a suplementação diária de vitaminas em 
quantidades ideais, além de uma dieta saudável, seria 
o passo mais importante para viver uma vida longa e 
saudável, e seguindo seu próprio conselho, ele viveu 
de forma produtiva até os 93 anos . 
 
 
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 16 
 
Figura 10. 
Josef Issels 
(1907-1998) 
 
Dr. Josef Issels era conhecido pelas habilidades 
profissionais, sua bondade, e taxa relativamente alta de 
sobreviventes de câncer em fase terminal. Em 1951, 
um paciente rico e grato, financiou sua clínica 
particular, o Ringbergklinik em Rottach-Egern (Baviera), 
com 36 camas. 
Issels desenvolveu seu trabalho de sucesso até 1960, 
quando foi preso pelos seus oponentes médicos, na 
Alemanha. Issels argumentou que a terapia 
convencional do câncer apenas olhava para o tumor, 
sem reconhecer o seu período de pré-
condicionamento. Como o Dr. Max Gerson, ele 
reconheceu a importância da desintoxicação. 
 
Figura 11. 
William Kaufman 
(1910-2000) 
Dr. William Kaufman foi um dos primeiros médicos a 
utilizar terapeuticamente megadoses de vitamina B3 
(niacina, ou niacinamida). Ele prescreveu, a dosagam 
diária de 5.000 mg de niacinamida para melhorar e 
restaurar a amplitude de movimento articular em 
pacientes com artrite. 
Mais de 50 anos antes da Revolução da Terapia 
Ortomolecular, Kaufman mostrou claramente que “a 
falta de um nutriente apenas pode sera única causa de 
uma doença.” Charlotte Kaufman, sua esposa, 
escreveu carinhosamente sobre seu marido: "ele 
estava sempre pronto para ajudar alguém, ele 
realmente era um curandeiro e um solucionador de 
problemas, ele tocava piano... amava Mozart, escreveu 
poemas, peças teatrais, ensaios ... e exerceu a 
medicina em seu próprio estilo, sem levar em conta os 
modismos, ... ele era um pensador independente que 
http://en.wikipedia.org/wiki/Josef_Issels
http://www.doctoryourself.com/biblio_kaufman.html
 
 
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 17 
foi constantemente estudando e aprendendo, não 
apenas a partir da palavra impressa, mas a partir de 
seus pacientes, ele realmente ouviu seus pacientes”. 
 Figura 12. 
Emanuel Cheraskin 
(1916-2001) 
Emanuel Cheraskin, nascido na Filadélfia, formou-se 
em Medicina na Universidade de Cincinnati. Ele 
escreveu mais de 700 artigos científicos, foi autor de 8 
e co-autor de 17 livros. Dr. Cheraskin ressaltava a ideia 
que “somos aquilo que comemos” e abordava que 
grande parte das pessoas negligenciavam o valor 
primordial da nutrição; uma deficiência educacional que 
dedicou uma vida inteira para erradicar. 
 
Figura 13. 
Hugh Desaix Riordan 
(1932-2005) 
Hugh lutou constamente em nome de conceitos 
ortomoleculares. Ele foi desafiado legalmente, quando 
ele queria tratar seus pacientes com altas doses de 
vitaminas. Ele venceu. Foi o primeiro a demonstrar 
como grandes doses de vitamina C são 
quimioterápicos para doentes com câncer. 
Em 2002, Hugh foi homenageado pela Sociedade 
Internacional de Medicina Ortomolecular com o "médico 
ortomolecular do ano". 
 
 
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 18 
 Figura 14. 
Abram Hoffer 
(1917-2009) 
Abram Hoffer era médico reconhecido 
internacionalmente. Dr. Hoffer passou cinco décadas 
realizando pesquisas relacionadas à prática da 
Medicina Ortomolecular, enfatizando a utilização de 
nutrientes em doses ideais para o tratamento de uma 
ampla gama de doenças. Suas descobertas médicas 
têm sido o tema de mais de uma dúzia de livros e 
centenas de trabalhos de pesquisa. 
Em 1952, ele e seus colegas começaram a 
desenvolver um tratamento mais eficaz para a 
esquizofrenia, com o uso das vitaminas C e B3. Em 
1955, ele também descobriu que a niacina reduziu os 
níveis de colesterol. 
Fonte: Figuras de 1-14 retiradas de SAUL, A. W. Disponível em: 
<http://orthomolecular.org/history/index.shtml>. Acesso em: 01 ago. 2012. Texto traduzido e 
adaptado da mesma fonte. 
A Medicina Ortomolecular foi normatizada no Brasil em 2010, quando o 
Conselho Federal de Medicina, por meio da resolução número 1938/2010, 
estabeleceu as normas que regulamentam o diagnóstico e os procedimentos 
terapêuticos da prática. Essa resolução tornou proibidos alguns métodos de 
diagnóstico bastante usados por essa linha e vetou sua vinculação com a cura do 
câncer e de doenças degenerativas crônicas e o combate ao envelhecimento (CFM, 
2010). 
O método Ortomolecular ainda é novo no país, tendo chegado na década de 
1980, mas vem chamando a atenção principalmente daqueles que buscam o 
emagrecimento ou de pessoas que enfrentam questões como cansaço crônico, 
depressão, memória fraca e obesidade. A prática se popularizou quando atrizes e 
modelos passaram a dar declarações na imprensa, atribuindo sua boa forma à Dieta 
Ortomolecular. No ano de 2010, existiam no país cerca de 6.000 médicos que 
prescreviam a Terapia Ortomolecular (MEDICINA-ORTOMOLECULAR.INFO, 2012). 
http://orthomolecular.org/history/hoffer/index.shtml
http://orthomolecular.org/history/index.shtml
 
 
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 19 
A Sociedade Brasileira de Medicina Biomolecular foi fundada em 15 de 
outubro de 1994, sendo uma de suas finalidades o estudo profundo das bases 
bioquímicas das doenças com o intuito de aumentar a eficácia dos tratamentos 
clássicos e de diminuir a probabilidade de vários tipos de moléstias. 
No Brasil, temos dois pioneiros na Medicina Ortomolecular. Ambos 
pesquisadores renomados e que contribuíram para a popularização da 
Ortomolecular (LOBO & SARAIVA, 2010): 
 Prof. Dr. Hélion Póvoa é um dos maiores especialistas na área de nutrição e 
bioquímica do país. Foi ex-aluno de Linus Pauling e trouxe para o Brasil a 
Ortomolecular. Membro titular da Academia Nacional de Medicina, pesquisador da 
Fiocruz e professor-visitante de Nutrição em Harvard. Tem mais de 400 trabalhos de 
pesquisa publicados no Brasil e no exterior e possui números livros sobre 
Ortomolecular. 
 Prof. Dr. José de Felippe Jr é também um dos pioneiros da Ortomolecular no 
Brasil. Formou-se pela Santa Casa de São Paulo, tem doutorado em Fisiologia pela 
Universidade de São Paulo, livre docente de Clínica Médica e Medicina Intensiva 
pela Universidade do Rio de Janeiro, fundador e primeiro secretário geral da 
Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). 
 
Aplicabilidade da Terapia Ortomolecular 
Uma das propostas da Medicina Ortomolecular, que é muito interessante e 
inovadora, é a de utilizar alimentos, às vezes em quantidades específicas, visando 
benefícios de saúde ou prevenção de doenças. Além dos vários antioxidantes que 
são empregados para reduzir o estresse oxidativo, aminoácidos, vitaminas e lipídeos 
essenciais têm se mostrado eficientes em contribuir com o desempenho do cérebro, 
melhorar o humor e aumentar e eficiência do sistema imunológico. 
Atualmente, admite-se que a Medicina Ortomolecular inclui noções de 
nutrição, atividade física e reabilitação, sem, contudo, abolir medidas terapêuticas 
convencionais. 
 
 
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A Medicina Ortomolecular atua na prevenção primária e secundária das 
patologias, através da nutrição balanceada que fornecerá metabólitos necessários 
para reprodução, revigoração e regeneração das células. As vitaminas e os sais 
minerais agem nos diferentes ciclos metabólicos orgânicos para a produção de ATP 
indispensável para a manutenção tecidual. A atividade física atua tonificando a 
musculatura e melhora o fluxo sangüíneo local. Já, as alterações metabólicas 
(desequilíbrios orgânicos) que levam ao quadro de “doença” são empregados 
nutrientes que vêm restabelecer o equilíbrio (CENTRAL DAS FÓRMULAS, 2012). 
Sendo assim, a busca de tratamentos menos invasivos tem levado muitos 
médicos a estudar essa nova escola e também estimula pacientes a buscar 
tratamentos ortomoleculares. A Medicina Ortomolecular tem uma aplicação 
individual, que depende de exames e do histórico médico do paciente, de se 
conhecer seus vícios, seus hábitos alimentares, entre muitos outros fatores, antes 
de propor um tratamento. 
A Ortomolecular atua basicamente de três modos (LOBO & SARAIVA, 
2010): 
1) Modo preventivo: através de diagnósticos cada vez mais precoces, detectando 
alterações metabólicas subclínicas, antes do surgimento de doenças, utilizando-se 
do tratamento Ortomolecular que visa o equilíbrio global do indivíduo, dando-lhe 
condições de manter-se sadio ou, diante de doenças, obter melhor resposta a 
terapêutica específica empregada. Os exames incluem: exames de imagem, exames 
laboratoriais e mineralograma capilar. 
2) Modo sistêmico: atua na avaliação diagnóstica de todos órgãos e sistemas, 
analisando a inter-relação e interdependência entre eles e nos tratamentos 
nutricionais celulares, através de suplementação com nutrientes indispensáveis ao 
organismo ou retirando substâncias em excesso ou tóxicas, como metais pesados. 
3) Modo interativo: atua na inter-relação dos sistemas humanos com os sistemas 
ambientais, visto que estamos dentro de uma grande teia e os sistemas interagem: 
homem/natureza; homem/animais, homem/alterações climáticas, homem/poluições. 
 
 
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Os tratamentos propostos pela Prática Ortomolecular e Biomolecular incluem 
(CFM, 2010): 
 Correção nutricional e de hábitos de vida; 
 Reposição medicamentosadas deficiências de nutrientes; 
 Remoção de minerais, quando em excesso, ou de minerais tóxicos, agrotóxicos, 
pesticidas ou aditivos alimentares. 
A resolução CFM nº 1938/2010 também dispõe no art 5º: 
Os tratamentos da prática ortomolecular devem obedecer às comprovações 
embasadas por evidências clínico-epidemiológicas que indiquem efeito 
terapêutico benéfico (CFM, 2010). 
Em relação ao tratamento preventivo ou terapêutico de doenças e a retirada 
de excesso de minerais, a prática Ortomolecular deverá obedecer ao que estabelece 
os seguintes artigos: 
Art. 7º A reposição medicamentosa de comprovadas deficiências de 
nutrientes se fará de acordo com a existência de nexo causal entre a 
reposição de nutrientes e a meta terapêutica ou preventiva. 
Art. 8º A remoção de minerais, quando em excesso, ou de minerais tóxicos, 
agrotóxicos, pesticidas ou aditivos alimentares se fará de acordo com os 
seguintes princípios: 
I) O excesso de cada substância tóxica deverá ser considerado 
isoladamente; 
II) Existência, na literatura médica, de fundamentação bioquímica e 
fisiológica sobre o efeito deletério do excesso da substância tóxica 
considerada, bem como de dados que comprovem a possibilidade de 
correção efetiva por meio da remoção proposta; 
III) Além da melhoria dos parâmetros laboratoriais, deverá haver 
comprovação científica de utilidade clínica; 
IV) O valor terapêutico da remoção de determinada substância tóxica 
deverá ser avaliado para cada tipo de distúrbio (CFM, 2010). 
Diversas disfunções e doenças podem ser tratadas por meio da 
Ortomolecular. Por exemplo: hipertensão, obesidade, diabetes, colesterol, 
disfunções sexuais, tensão pré-menstrual (TPM), menopausa, depressão, 
 
 
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enxaquecas. Além disso, o tratamento é importante para prevenção de uma série de 
outras doenças. 
A Medicina Ortomolecular está estritamente relacionada ao conceito de 
radicais livres, sendo o oxigênio, um dos componentes do ar que respiramos, a 
principal fonte para a sua formação. Os radicais livres acarretam enormes 
desvantagens para o organismo quando sua produção é aumentada a ponto de 
superar a capacidade antioxidante natural do próprio organismo. Nessas condições, 
adversas para o corpo humano, podem ocorrer situações degenerativas crônicas 
para os tecidos orgânicos. A Medicina Ortomolecular baseia-se em um enorme 
paradoxo: a vida é um processo de combustão. O oxigênio, crucial para a existência, 
é também tóxico para as células (CAMPOS, 2009). 
 Vejamos a seguir algumas aplicabilidades da Terapia Ortomolecular na 
prevenção e tratamento de doenças: 
1. Doenças respiratórias: bronquite, rinite, asma ─ o uso de antioxidantes nessas 
doenças combate os radicais livres, diminuindo o processo inflamatório e fortalece o 
sistema imunológico, amenizando futuras crises respiratórias. 
2. Diabetes ─ o uso de antioxidantes ajuda a combater os radicais livres, que são 
muito comuns no organismo do diabético devido à oscilação dos níveis de glicose. 
3. Mal de Alzheimer e Parkinson ─ a terapia ortomolecular com o uso de 
antioxidantes age preventivamente nessas doenças. 
4. Câncer ─ como nas sessões de quimioterapia e radioterapia há uma alta 
produção de radicais livres, a terapia com antioxidantes serve para driblar os efeitos 
deletérios dos radicais livres nas células saudáveis do paciente com câncer. 
5. Obesidade ─ a Terapia Ortomolecular promove a reeducação alimentar e, caso 
haja falta de nutrientes importantes para o corpo, faz-se a suplementação, que 
também acaba ajudando a diminuir a ansiedade, a falta de regulação do mecanismo 
de saciedade ou o nervosismo, características comuns de quem está em fase de 
emagrecimento. 
 
 
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6. Estresse ─ o estresse é uma das situações que melhor responde ao tratamento 
pela Medicina Ortomolecular. 
7. Intoxicação por metais pesados, como chumbo, alumínio, cádmio, mercúrio 
e outros 
Esses metais podem causar as seguintes doenças conforme descrito por 
Campos (2009). 
O chumbo é um dos metais tóxicos mais encontrados e os sinais clínicos 
mais evidentes de intoxicação por chumbo, presente principalmente em áreas 
industriais e que até pouco tempo era adicionado à gasolina, são irritabilidade, 
agressividade, sangramento nas gengivas, impotência sexual, síndrome do pânico, 
fadiga, diminuição da memória em adultos e dificuldade de aprendizagem em 
crianças, além de outros sintomas. 
O mercúrio, encontrado nas amálgamas dentárias, mariscos contaminados 
pelo metal pode provocar intoxicação, levando a depressão, fadiga e alterações 
neurológicas que podem até levar a encefalite. 
Já o cobre pode causar dores articulares, fadiga, depressão e dificuldade de 
aprendizagem em crianças, entre outros sintomas. 
O alumínio, por sua vez, compromete principalmente os ossos e o cérebro. 
Acredita-se que a intoxicação por esse metal possa ser um dos desencadeadores da 
Doença de Alzheimer. O alumínio ainda pode provocar depressão e impotência 
sexual, entre vários sintomas descritos pela ciência. Ele está presente nos 
laminados (papel alumínio, marmitex), panelas), desodorantes anti-perspirantes e 
outros cosméticos, pastas de dentes, etc. 
Portanto, a Medicina Ortomolecular, através do uso de vitaminas e minerais, 
objetiva, entre outros, neutralizar os efeitos tóxicos dos radicais livres, 
proporcionando uma melhor qualidade de vida. A Medicina Ortomolecular também 
trata das deficiências de uma série de nutrientes. Sabe-se, por exemplo, que um 
fumante gasta 25 mg de vitamina C a cada cigarro que consome. Caso esta pessoa 
 
 
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fume um maço por dia, estará perdendo 500 mg desta vitamina diariamente. E, hoje 
em dia, sabemos os inúmeros benefícios que esta vitamina proporciona, seja no 
combate a radicais livres, na síntese de hormônios, ou, mesmo, estimulando o 
sistema imunológico. 
A busca da Ortomolecular deve ser feita no sentido de prevenção, de sentir-
se melhor, de alcançar o bem-estar, de promover mudança de hábitos de vida e dos 
valores relacionados à saúde. A adoção de estratégias preventivas sempre se 
mostra muito mais promissora do que tratar um problema já instalado. 
Assim, por exemplo, é possível tratar uma pessoa com estresse antes que 
ele evolua para uma hipertensão arterial. Da mesma forma, é possível tratar 
obesidade antes que ela ocasione diabetes. Evidentemente que alguém que teve um 
infarto do miocárdio ou câncer já passou há muito tempo do estágio de prevenção e, 
neste contexto, menos pode ser feito pela Prática Ortomolecular (mas, ainda assim 
muito pode ser feito, como por exemplo orientações sobre hábitos saudáveis de 
vida, correção de deficiências nutricionais, suplementação orientada, etc). 
O mais importante é que com a Medicina Ortomolecular o paciente volta a 
ser encarado como um todo, um conjunto que deve funcionar em harmonia. Com 
esta visão global, qualquer tratamento torna-se muito mais vantajoso, pois encontra 
a origem dos problemas, a verdadeira raiz a partir da qual todo o processo 
patológico se desenvolve. 
A Medicina Ortomolecular, em sua essência, visa à prevenção através da 
adoção de medidas nutricionais e higiênicas e, isso inclui (LOBO, 2010): 
1. Higiene do sono. 
2. Higiene dos alimentos e do ecossistema, através do combate às parasitoses 
intestinais (detecção e tratamento), além de reeducação para não se recontaminar; 
defesa da agricultura orgânica e modos sustentáveis de vida; combate e 
esclarecimento da população sobre os riscos da poluição da água, ar, solo, poluição 
sonora e eletromagnética. 
 
 
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3. Higiene corporal com hábitos de vida saudáveis, como a pratica de exercícios 
regularmente e manutenção de uma respiração correta. 
4. Combate ao etilismo e tabagismo bem como evitar exposição a substâncias 
tóxicas e poluição ambiental. 
5. Abordagem nutricional,com suplementação de antioxidantes no combate à 
formação excessiva de radicais livres, além da busca pela correção molecular, 
suplementando quando necessário e retirando os excessos. 
6. Abordagem ecológica, visando evidenciar a necessidade de manutenção do 
equilíbrio entre o homem e o meio em que vive (natureza) e demonstração de que 
quando há uma ruptura desse equilíbrio surgem inúmeras patologias. 
O diferencial da Ortomolecular é que o médico busca ter uma abordagem 
mais integrativa, enxergando o paciente como um todo. Segundo o Dr. Frederico 
Lobo (2012), na estratégia Ortomolecular/Biomolecular o médico deve estar apto a: 
1. Descobrir quais nutrientes essenciais estão faltando ou em excesso; 
2. Diagnosticar se existem metais tóxicos no organismo; 
3. Verificar se o sistema endócrino e sistemas de absorção, metabolização, 
excreção estão dentro da normalidade; 
4. Diagnosticar se existe intolerância ou alergia alimentar; 
5. Conhecer e orientar sobre hábitos saudáveis de vida a todos os pacientes. 
A Consulta Ortomolecular dura em média 1 hora e consiste em 
questionamentos sobre sinais e sintomas (anamnese), exame físico e, se necessário 
solicitação de exames complementares gerais e específicos e, por fim, instituição do 
tratamento. 
Para ilustrar o uso da Ortomolecular em algumas especialidades médicas, 
podemos exemplificar como segue abaixo. 
 
 
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Na Imunopatologia, a terapia ortomolecular é utilizada para combater 
alergias e melhorar o sistema imunológico. 
Na Angiologia e Cardiologia, visa manter a saúde da parede dos vasos 
sanguíneos, impedindo a formação de aterosclerose e trombo. 
Na Cancerologia, o uso de vitaminas, sobretudo a vitamina C, pode prevenir 
o aparecimento de câncer. Na Dermatologia, as vitaminas e os antioxidantes 
combatem o câncer de pele, além do envelhecimento da mesma. 
Na Metabologia, a terapia ortomolecular é usada para o emagrecimento, por 
exemplo. Na Hematologia, a terapia ortomolecular serve para combater anemias e 
manter a funcionalidade dos glóbulos brancos. 
Na Hepatologia, é comum encontrarmos a esteatose hepática que significa 
fígado com excesso de gordura e, portanto, o paciente pode se beneficiar de uma 
dieta saudável, com as indicações da terapia ortomolecular. 
Na Mastologia e na Ginecologia, a incidência de tumores nas mamas e 
câncer de colo de útero pode ser diminuída por uma alimentação saudável, com as 
quantidades adequadas de vitaminas e minerais. 
Na Medicina do Esporte, vitaminas e complementos alimentares são 
necessários para melhorar a desempenho e diminuir os riscos de contusões nos 
atletas. 
Na Neurologia, a má alimentação pode levar a demência, dor de cabeça, 
enxaquecas, alterações do sono e dor. 
A Ortopedia e Traumatologia usam suprimentos de aminoácidos, vitaminas, 
minerais e dietas balanceadas para melhorar a cicatrização óssea. 
Na Psiquiatria, sabemos que várias substâncias podem levar a demência, a 
Doença de Parkinson e ao Mal de Alzheimer. 
Na Pediatria, sabemos que alimentação saudável é fundamental. Assim, 
como alimentação saudável e balanceada interessa a Geriatria e a Gerontologia, 
 
 
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pois a mesma garante envelhecimento saudável, previne osteoporose, osteopenia e 
outras doenças de maior incidência em idosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 28 
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