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Organização Curricular por Projetos de Trabalho

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CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 1 
........................................... 2 Aula 4: Organização baseada na resolução de problemas
 ............................................................................................................................. 2 Introdução
 ................................................................................................................................ 4 Conteúdo
Aprendizagem significativa .............................................................................................. 4 
Educação por competências ........................................................................................... 5 
O que é um projeto? ......................................................................................................... 6 
Método de projetos ........................................................................................................... 7 
Como se organiza uma proposta por projeto ............................................................. 8 
Considerações .................................................................................................................... 9 
Resolução de problemas ................................................................................................ 11 
Por quê? ............................................................................................................................. 12 
Ênfase na resolução de problemas .............................................................................. 13 
Método de problemas ..................................................................................................... 15 
Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) ............................................................ 16 
Considerações .................................................................................................................. 18 
Atividade proposta .......................................................................................................... 19 
........................................................................................................................... 20 Referências
 ......................................................................................................... 21 Exercícios de fixação
Notas ........................................................................................................................................... 26 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 26 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 2 
 
Introdução 
O que dizer de uma proposta curricular contemporânea aplicada à educação 
profissional? O que é uma proposta curricular? Na base dessas questões, 
encontramos o currículo como campo de estudo sobre o qual são elaboradas as 
propostas voltadas para o desenvolvimento do fato educativo e para a 
educação nos seus diferentes segmentos. 
 
Longe vão os tempos em que os livros bastavam às exigências de um mundo 
em constante mutação e da educação sempre a favor de um pensamento 
crítico em que o indivíduo é o autor de sua própria aprendizagem. O que move 
a aprendizagem? O que interfere nessa aprendizagem? 
 
Fazendo um retorno no tempo, a didática magna de Comenius destacava como 
princípio fundamental para se aprender e como aprender: “(...) Procedem mal, 
pois os que obrigam as crianças a estudar contra a vontade (...). Temos de 
estimular, por todos os meios, na criança, o desejo de saber e de aprender (...). 
O método de ensino deve diminuir o trabalho de aprender” (capítulo XVII da 
didática magna). 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 3 
Nesse fragmento, implicitamente, estão os conceitos de motivação, de método, 
estratégias e técnicas de ensino que devem nortear o desenho de uma 
proposta curricular de modo a favorecer o interesse e atender a necessidade do 
indivíduo e de uma sociedade. O referido fragmento traz ainda à tona a 
importância de se renovarem as relações sociais nos ambientes de 
aprendizagem por meio de interações significativas e mais sintonizadas com os 
objetivos pretendidos. 
 
Estariam essas propostas adequadas à clientela? Estarão os alunos resistentes 
aos valores convencionais, como o esforço, a dedicação e o trabalho pessoal? 
Estará havendo um distanciamento entre a cultura acadêmica e a cultura do 
jovem? O ensino estará organizado de maneira atrativa, consistente e próximo 
das demandas e das necessidades desses jovens para que o desejo pelo 
conhecimento seja uma realidade? 
 
São, portanto, muitas as questões que povoam os debates a respeito da 
qualidade do ensino e sobre como envolver os alunos nas propostas de 
aprendizagem. 
 
Objetivo: 
1. Discutir a organização curricular por projetos de trabalho; 
2. Discutir as questões que envolvem a organização curricular baseada na 
resolução de problemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 4 
Conteúdo 
 
Aprendizagem significativa 
Quantas vezes já ouvimos falar na necessidade de valorizar a capacidade de 
pensar dos alunos? 
De prepará-los para questionar a realidade? 
De unir teoria e prática? 
De problematizar? 
De repensar sobre como propiciar a aprendizagem? 
 
Herdamos a crença de que as ideias só têm importância desde que sirvam de 
instrumento para a resolução de problemas reais e que sejam de interesse do 
grupo. Sabemos ainda que aprendemos melhor realizando tarefas associadas 
aos conteúdos propostos e que nos levem a experimentar e a pensar. 
 
As últimas décadas têm assistido a um grande movimento de transformação 
das organizações produtivas e do mundo do trabalho. Essa mudança afeta as 
demandas qualitativas dos profissionais e o desempenho e o perfil profissional 
requerido de todos os trabalhadores em geral. Mas como tornar tais 
profissionais preparados sem nos ater a como eles aprendem? 
 
Nos últimos anos, a educação profissional tem sido objeto de discussões 
voltadas para a análise e avaliação de sua estrutura e funcionamento. As 
limitações do sistema diante de novas formas de organização do trabalho e as 
demandas criadas pelas novas tecnologias, especialmente as tecnologias da 
informação e comunicação, são alguns fatores que têm motivado as reformas 
na educação profissional no Brasil. 
 
O foco principal das discussões mais recentes tem sido a questão da 
organização curricular, com ênfase na adoção do modelo de competências. É 
consenso quanto à necessidade de mudanças, mas persiste o questionamento 
sobre como fazer. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 5 
Educação por competências 
Qual é o melhor caminho a ser seguido para que as novas formas de 
organização curricular sejam, de fato, uma inovação pedagógica e não apenas 
uma nova “roupagem” de práticas já institucionalizadas? 
 
Esse é, provavelmente, o maior desafio para os que atuam nessa modalidade 
de ensino. Surge, então, a organização curricular por projetos como recurso 
para a constituição de competências no contexto da educação profissional. 
 
O conceito de competência profissional expresso nas Diretrizes Curriculares 
Nacionais (MEC, 1999) refere-se ao termo competência como sendo a 
capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e 
habilidades necessários para o desempenho de atividades requeridas no 
trabalho. 
 
Relembrando, o conhecimento deve ser entendido como o saber; a habilidade 
refere-se ao saber fazer; e a atitude, ao querer fazer. 
 
A educação orientada por competências pretende que a organização escolar 
seja desenvolvida de forma a focalizar o aluno como centro do processo ensino-
aprendizagem, compreendendo que atividades formais, como aulas expositivas, 
por exemplo, não são os únicos elementos que compõem o currículo.Pensar a educação profissional numa perspectiva de formação de competências 
requer inovações pedagógicas. Um processo de formação cuja finalidade se 
estenda, “além do domínio operacional de um determinado fazer, à 
compreensão global do processo produtivo, com a apreensão do saber 
tecnológico, à valorização da cultura do trabalho e à mobilização dos valores 
necessários à tomada de decisões” (MEC, 1999), requer estratégias de ensino 
em conformidade com esses pressupostos. Surge, então, o método de projetos 
como uma opção curricular capaz de atendê-las. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 6 
O que é um projeto? 
“Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. 
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, 
atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em 
função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o 
presente (...)” (GADOTTI, 1994, p. 579). 
 
Informalmente, dizemos que o primeiro passo para a construção de um projeto 
baseia-se no tipo de questão a ser desenvolvida e no envolvimento do grupo, 
que surge quando uma necessidade é identificada seja por uma pessoa, por um 
grupo ou organização, disposta a fornecer elementos para que a necessidade 
seja atendida. 
 
 
Atenção 
 Tom Peters, guru da administração moderna, profetizou, na 
década de 90, que "o trabalho por projetos é o futuro das 
organizações". Os projetos têm características que os tornam 
diferentes das atividades rotineiras: são temporários e têm um 
resultado final único e exclusivo. 
 
Significa que ele tem um começo e um término definidos. Isso é 
o que distingue um projeto de outras atividades. 
 
Podemos dizer ainda que possui um propósito ou objetivo e é definido em 
termos do que ele fará e em quanto tempo, lançando mão de recursos 
humanos e materiais. 
 
São muitos caminhos a escolher, mas torna-se fundamental pensar nos critérios 
de escolha e no uso equilibrado dos recursos pedagógicos existentes. 
Dessa forma, o método de projetos tem se destacado por possibilitar uma 
formação profissional que busca integrar teoria e prática. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 7 
 
Atenção 
 Entendemos por método um caminho a seguir, um norte. Desde 
a sua criação por Kilpatrick e Dewey na década de 20, nos 
Estados Unidos, essa prática didática vem sendo revisitada, 
recebendo outras denominações, como: metodologia de projetos 
(MP), pedagogia de projetos e projetos de trabalho. Ela foi fruto 
de estudos de educadores como Decroly, Montessori e 
Claparède; e, nos anos 60 e 70, após décadas de pouco 
desenvolvimento, as propostas de Bruner e Stenhouse deram 
mais força ao método de projetos. 
 
Método de projetos 
Segundo Santonè (1998), o método de projetos é uma forma de integração 
curricular que se preocupa pela característica de “interessante” que deve 
acompanhar a realização do trabalho nas salas de aula e pela proposta de 
problemas interessantes que os alunos devem resolver em equipe. 
 
Um dos pressupostos do método de projetos é que a educação deve se dar 
mediante ao aprender a aprender, através do qual o aluno desenvolve uma 
capacidade de análise e mobilização de conhecimentos historicamente 
acumulados para resolver situações problemáticas reais, “aprendendo a 
estabelecer relações e interpretá-las, superando os liames das disciplinas 
escolares” (HERNANDÉZ, 1998). 
 
Nesse pressuposto, a educação não é mera preparação para uma vida futura, 
mas é a própria vida. Vida e educação tornam-se uma e a mesma coisa, em 
que a ação de educar deve estar intimamente relacionada com as atividades da 
vida real. 
 
O desenvolvimento de projetos de trabalho requer uma postura investigativa 
tanto de alunos quanto de professores. Estes últimos tornam-se facilitadores e 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 8 
orientadores da aprendizagem em um ambiente de ensino marcado pela 
análise, investigação, elaboração de estratégias, criatividade e resolução de 
problemas, mantendo uma relação estreita com os alunos. 
O desenvolvimento do método de projetos segundo Leite (1996) tem três 
momentos básicos, a saber: 
 
Problematização – é a questão ou tema gerador do projeto. Nessa fase inicial, 
as ideias, expectativas e o conhecimento são colocados sobre o tema ou 
situação em foco. É, também, o momento de organização do trabalho e 
delineamento dos objetivos. 
 
Desenvolvimento – trata-se da seleção das estratégias na busca de respostas 
às questões desenvolvidas através do confronto de ideias e revisão de 
hipóteses. Durante o desenvolvimento dessas estratégias, não deverá haver 
limite quanto à utilização do espaço de estudo, sendo os alunos estimulados ao 
uso de espaços alternativos de síntese, estudo e pesquisa, como bibliotecas, 
por exemplo. 
 
Síntese – momento em que as convicções iniciais são superadas, e outras mais 
complexas são construídas. 
 
Como se organiza uma proposta por projeto 
A questão é como selecionar e organizar as disciplinas e conteúdos de modo 
que possam ser assimilados e que permitam a constituição de competências 
que ajudarão os profissionais a interferirem na sua comunidade e na sociedade. 
A forma mais tradicional de organização curricular é o arranjo linear das 
disciplinas, ou seja, um conjunto de disciplinas em que os conteúdos são 
dirigidos e a transmissão dos conteúdos passa a ser o ponto focal, relegando-se 
a pesquisa, a discussão e a reflexão, e remetendo à ideia de uma educação 
bancária tão combatida por Paulo Freire. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 9 
Contrária a essa organização, surge a opção por projetos curriculares 
integrados que cria condições necessárias para a motivação na medida em que 
é possível identificar que as atividades propostas servem para solucionar 
questões da vida prática. Essa proposta curricular espelha a necessidade de um 
diálogo entre as disciplinas, ao que conceituamos de interdisciplinaridade. 
Segundo Bender (2014), os alunos devem receber ou desenvolver uma tarefa 
desafiadora e complexa, que se pareça com as tarefas que podem ser 
enfrentadas no dia a dia e no mundo. 
 
Assim, dá-se o início do projeto escolar quando as disciplinas se reúnem em 
torno de uma questão de interesse levantada pelos alunos, de modo que cada 
uma, na sua essência, proponha elementos para desenvolvimento desse tema. 
 
Uma análise dos marcos conceituais da educação profissional (MEC, 1999) 
mostra que o método de projetos é uma prática que está em conformidade com 
o novo modelo, justificando sua utilização neste contexto. Um desempenho 
profissional competente, no enfoque das atuais diretrizes curriculares, deve ter 
determinadas características, como: prontidão à mudança, disposição para 
aprender continuamente e trabalhar em equipe, elevada capacidade de 
raciocínio, autonomia intelectual, pensamento crítico, iniciativa, 
empreendedorismo, visualização e resolução de problemas. Tais habilidades são 
objetos de desenvolvimento do método de projetos na medida em que a 
aprendizagem ocorre por meio de projetos que exigem atividades de pesquisa, 
reflexão e análise de situações problemáticas reais. Assim, a formação se dá 
mediante atuações práticas e autônomas de alunos e professores, interagindo 
em um ambiente que se aproxima de situações reais do mundo do trabalho. 
 
Considerações 
Embora a opção curricular por método de projetos seja uma estratégia de 
ensino que visa tornar o ambiente escolar o menos artificial possível, reduzindo 
a grande distância que os métodos tradicionais, muitas vezes, estabelecem 
entre a escola e a vida, não deve ser encarado como capaz de solucionar todos 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 10 
os embates sofridos pela educação profissional. Como outros métodos, tem 
vantagens e desvantagens,cabendo adequá-los à realidade e às necessidade 
de formação de seus alunos. Essa abordagem requer um planejamento 
adequado, alto nível de envolvimento entre professores e alunos, escolha 
criteriosa dos temas de trabalho, acompanhamento sistemático do processo de 
aquisição de novos conhecimentos, habilidades e competências pedagógicas 
próprias, além de novos modelos de avaliação. Por tal razão, a aplicação desse 
método pressupõe um preparo adequado tanto de alunos quanto de 
professores. 
 
No contexto da educação profissional, a escolha do tema do projeto é uma 
questão da maior importância e, ao mesmo tempo, difícil de ser resolvida. A 
razão é que a seleção do tema do projeto afetará diretamente o conjunto de 
conhecimentos e habilidades geradoras de competências específicas, as quais 
deverão fazer parte do perfil profissional de conclusão em determinada área 
profissional. 
 
Além disso, é necessário que existam, nos ambientes de aprendizagem, 
condições materiais de realização concreta do projeto selecionado, cuja 
complexidade deve ser dominada pelos alunos em um tempo razoavelmente 
curto, geralmente inferior a um semestre para que seja exequível. Concordando 
com Hernández (1998), uma da primeiras iniciativas é transformar a biblioteca 
em uma sala de recursos da qual os alunos se valerão cada vez que 
necessitarem buscar informações em torno de um tema. 
 
A pedagogia que suporta uma proposta curricular baseada em projetos de 
trabalho favorece ao aluno aprender no processo de produzir e de levantar 
dúvidas, de pesquisar e de criar relações, que incentivam novas pesquisas, 
descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 11 
Resolução de problemas 
O que significa problema? Qual a sua relação com a resolução de problemas? 
São diferentes caminhos? Um problema é sempre um problema? E por que 
trabalhar sob uma organização curricular baseada na resolução de problemas? 
Veremos que se trata de discutir sobre propostas inovadoras, em que o ensino 
ocorre sempre a partir de desafios, revelando, desta forma, uma íntima relação 
com a resolução de problemas. 
 
A cultura da aprendizagem estrutura-se a partir de uma concepção 
epistemológica e abordagem pedagógica interacionista-construtivista-sistêmica, 
em que a construção do conhecimento se dá a partir da interação do sujeito 
com o mundo. Sabemos que a aprendizagem não é somente um processo de 
apreensão; é um processo de reflexão sobre aquilo que aprendemos, o que 
altera tudo o que pensávamos antes, porque desloca o conjunto de conceitos 
de que dispomos para acessar o mundo. 
 
Nessa abordagem, o centro do processo educacional está na interação capaz de 
promover a aprendizagem, na construção do conhecimento, que ocorre em um 
processo de ação/interação entre sujeito e objeto. O foco não está mais no 
professor e na ordem dos conteúdos, mas nos questionamentos e 
problematizações que partem dos próprios sujeitos da aprendizagem, 
impulsionando a pesquisa e a busca de solução de problemas, relacionando-os 
com suas vivências. 
 
Vimos, até então, repetidamente, enfatizando que não há mais espaço para o 
currículo fechado, dividido em disciplinas, que ignora a relação entre diferentes 
áreas de conhecimento, mas que dá lugar à forma relacional e não a uma 
perspectiva dualista. 
 
Será que o que está sendo ensinado pode despertar interesse e participação do 
aluno a ponto de influenciar sua vida? Como preparar profissionais para o 
mundo do trabalho se o que é proporcionado está longe de dar lugar aos seus 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 12 
questionamentos e anseios? Que não traz à discussão a realidade do mercado e 
do mundo? 
 
A escola e as propostas que tradicionalmente inibem a curiosidade espontânea 
dos estudantes e futuros profissionais, como coloca Freire (1997), quando não 
ofereceram a eles a oportunidade de perguntar, pesquisar e de ir além na 
busca do conhecimento, começaram a sofrer modificações. 
 
A conhecida sala de aula com o ensino centrado no professor começou a dar 
lugar a um ambiente arrojado e dinâmico, que lida com dúvidas, certezas e 
incertezas, descobertas e desejos. 
 
Por quê? 
Na vida cotidiana, convivemos com perguntas e problemas que nos invadem a 
todo momento e que exigem de nós decisões imediatas ou com certo tempo 
para obtermos respostas. Assim, não cabe uma concepção curricular distante e 
dissociada desse pensar/agir e que não se aproxime da realidade, uma vez que 
os problemas estarão sempre nos acompanhando, exigindo a nossa forma de 
solucioná-los. 
 
Surgem, então, as questões: o que levou a essa mudança? 
O que muda primeiro: a sociedade ou a educação? 
 
Segundo Libâneo (2000), a sociedade muda e, somente depois, altera-se a 
educação. Isso nos leva a refletir que essa sociedade e, consequentemente, os 
alunos começaram a reivindicar uma nova escola, que caminhasse junto. Logo, 
muda a escola, mudam os currículos e as novas propostas de organização 
curricular. 
 
O que fazem, então, os professores: 
Dão aula para os alunos ou dão aula com os alunos? 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 13 
Esse “de/para” está diretamente relacionado ao que Lee Schulman (2010) 
afirma: 
“Quando você realmente entende de fato a educação, percebe que ensinar é, 
essencialmente, uma questão de escutar. Já aprender requer que se fale”. 
 
Entendemos que se torna fundamental criar espaços para que os estudantes 
coloquem suas ideias, pois não há pensamento criativo sem uma certa 
dosagem de coragem para falar e para errar. Ao falarem, eles mudam a ordem 
da aula e, assim, passam a ser parceiros e coautores do script da aula. 
Aprendemos com o erro; sobretudo, devemos estimular os alunos a usarem 
seus erros de modo produtivo ao invés de escondê-los, isto porque as 
dificuldades podem ser aproveitadas para criar uma nova situação de 
aprendizagem e construir outras hipóteses para a resolução da tarefa, de modo 
que as dúvidas sejam sanadas. Além de que o erro, muitas vezes, nos indica 
novos caminhos. 
 
Ênfase na resolução de problemas 
E por que, então, a ênfase na resolução de problemas? 
 
Segundo Freire (1997), na educação dialógico-problematizadora, a aquisição do 
conhecimento não pode prescindir da problematização. Se a educação é 
dialógica, o papel do professor é desafiar os alunos, levando-os às suas 
próprias interpretações. Na medida que o professor dialoga com o seu grupo, 
deve chamar a atenção para um ou outro ponto menos claro, problematizando-
os sempre. Por quê? Como assim? Que relação vê você entre sua afirmação 
feita agora e a do outro? Haverá contradição entre elas? 
 
Até onde há distinção entre a organização curricular por projetos e 
por problemas? 
 
Segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: 
Projeto: plano; intento; 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 14 
Problema: questão não resolvida e que é objeto de discussão em qualquer 
nível de conhecimento. 
 
De acordo com Dewey (1910), um problema consiste em uma dificuldade que, 
por mais simples que seja, faz surgir um estado embaraçoso de curiosidade e 
incerteza, que causa uma perturbação, levando à necessidade de pesquisa e 
investigação para buscar sua causa e dirimir as dúvidas. 
 
O problema é uma situação de dúvida, ou seja, um estado capaz de estimular a 
curiosidade e o pensamento reflexivo, e de provocar a ação em busca de uma 
solução ou uma atitude de trabalho (HENNING, 1998). 
 
O problema é uma situação que um indivíduo ou um grupo quer ou precisa 
resolver e para a qual não dispõe de um caminho rápido e direto que o leve à 
solução (LESTER,1998). 
 
Se tomarmos por base essas definições, diríamos, informalmente, que, tal como 
em matemática, o problema requer interpretação e raciocínio para chegarmos 
ou não a umasolução. Tal pressuposto remete ao que vimos estudando 
durante toda esta disciplina: currículo, organização curricular, propostas 
metodológicas e planificação de disciplinas; componentes estes que, na 
verdade, requerem inovações que promovam a ampliação e o aprofundamento 
dos campos de estudos. 
 
Segundo Carvalho (2001), o projeto alinha-se ao conhecimento que parte de 
experiência sensível e que se expressa pela realização de algo concreto e 
material, enquanto que o conhecimento originado por problema se aplica a 
questões intelectuais, a disciplinas que pressupõem compreensão de ideias e 
julgamento de valor. Sendo assim, este último caso (assim como o PBL, que 
veremos mais adiante) é mais apropriado a grupos com certo grau de 
maturidade, como, por exemplo, alunos de cursos superiores e de educação 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 15 
profissional, não se ajustando a outras faixas etárias cuja capacidade lógico-
dedutiva é ainda incipiente. 
 
O método de problemas nem sempre leva a uma solução, mas o fato de levar o 
aluno à análise do problema e à formulação de hipóteses promove o 
pensamento reflexivo, crítico e criativo: sua característica dominante. No 
entanto, requer a utilização de outras técnicas a fim de promover a construção 
do conhecimento integrado e sistematizado. 
 
Carvalho (2001) destaca, ainda, que esse método deve ser empregado quando 
se trata de problemas para os quais a ciência, muitas vezes, ainda não 
apresenta solução. Portanto, o mais provável é que continuem sendo 
problemas, visto que os alunos, provavelmente, não chegarão à solução; 
porém, levá-los a analisar e a formular hipóteses é de alto valor educativo, pois 
estar diante de um problema é uma oportunidade de crescimento pessoal e 
momentos de aprendizagem. 
 
Método de problemas 
Em termos de metodologia didática, o método de problemas desenvolve-se a 
partir de etapas, como: 
 
1º) Definição e delimitação do problema; 
2º) Coleta, classificação e crítica dos dados; 
3º) Formulação de hipóteses; 
4º) Seleção de uma hipótese; 
5º) Verificação da hipótese. 
 
Essa proposta adota o princípio de aprendizagem tanto individualizada quanto 
cooperativa baseada no trabalho coletivo e no pressuposto da pedagogia de 
projetos e de que os problemas a serem estudados devem ser reais e 
conectados às demandas da sociedade e da ciência. Não seria oportuno, em 
pleno século XXI, tratarmos de problemas vividos em outros momentos, pois já 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 16 
não seriam problemas. Segundo Dolben (2013), problemas de hoje, assim 
como suas soluções, têm uma história, e, neste sentido, os problemas são 
“datados”. 
 
O que valeu ontem pode não valer hoje. O que deu certo com um grupo poderá 
não dar certo para outro. 
 
Saber trabalhar coletivamente na resolução de problemas é uma das mais 
importantes habilidades, já que se trata de uma capacidade fundamental para 
praticamente todos os trabalhos e atividades exigidas no século XXI. Isso 
promove o entrelaçamento de outras questões, como: integração entre 
educação e pesquisa, criatividade e inovação, desenvolvimento de habilidades 
de comunicação, aprendizagem efetiva, ambiente social, e habilidades de 
gestão. 
 
O professor propõe o problema juntamente com os alunos. Em seguida, os 
alunos criam um plano de ação para resolvê-lo ou não e, separadamente, 
pesquisam, em diferentes ambientes na busca de soluções. Após pesquisarem, 
compartilham os resultados obtidos das pesquisas realizadas e apresentam 
soluções propostas ao professor e aos demais componentes do grupo, que 
revisam e consolidam o que aprenderam ao trabalhar com o problema. 
 
Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) 
Fazendo uma releitura do método de problemas, encontramos na literatura a 
denominação do aprendizado baseado em problemas (em inglês, Problem-
Based Learning – PBL). 
 
Na aprendizagem baseada em problemas, os problemas de ensino são 
elaborados por uma equipe de especialistas para cobrir todos os conhecimentos 
essenciais do currículo. O conhecimento de suas características não permite 
confundi-las, mas, com certeza, tomá-las como alternativas inspiradoras de um 
ensino inovador que ultrapasse a abordagem tradicional. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 17 
A PBL tem como inspiração os princípios da escola ativa, do método científico, 
de um ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos de estudo e das 
diferentes áreas envolvidas, em que os alunos aprendem a aprender e a 
problematizar e, além disso, preparam-se para resolver problemas relativos à 
realidade e à sua futura profissão, o que possibilita a integração e a 
interdisciplinaridade da teoria/prática do conhecimento em situações/problemas 
contextualizadas. Frente ao problema, eles envolvem-se, examinam, refletem e 
estabelecem relações, atribuindo novos significados para suas descobertas. 
 
Ressaltam Leitinho e Sá Carneiro (2013) que, como abordagem pedagógica 
presente no currículo e no ensino, a aprendizagem baseada em problemas é 
hoje discutida no cenário educacional como inovadora, ressignificando a 
solução de problemas, além de ser bastante utilizada no Brasil, colocando a 
aprendizagem do estudante como foco da ação docente, fundada na 
epistemologia da prática. 
 
O PBL conta com um grupo tutorial como apoio para os estudos e propõe que a 
discussão de um problema se desenrola em duas fases: 
 
• Na primeira fase o problema é apresentado e os alunos formulam objetivos de 
aprendizado a partir da discussão e da problematização do referido caso. 
 
• Na segunda fase, após o estudo individual realizado fora do grupo tutorial, os 
alunos rediscutem o problema à luz dos novos conhecimentos adquiridos. 
 
Estão implícitos nessas duas fases os elementos constitutivos do PBL, citados 
por Leitinho e Sá Carneiro (2013), com base no projeto pedagógico do curso de 
medicina da Universidade de Fortaleza, que, embora aplicado na área de saúde, 
se ajusta a outras áreas do conhecimento. 
 
Elementos constitutivos 
• Problema: ponto-chave de um currículo PBL apresentado aos estudantes; 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 18 
• Grupos tutoriais: são compostos, em média, por dez alunos e um tutor. Sua 
função é possibilitar discussão dos problemas selecionados a partir dos 
objetivos definidos para os resultados da aprendizagem. Conta com um 
secretário e coordenador; 
• Tutor: orienta e define papéis dentro do grupo tutorial, agindo como 
facilitador da aprendizagem ou orientador pedagógico, exercendo, por vezes, o 
aconselhamento; 
• Estudo individual: requer determinadas atividades, como leitura do 
problema, estudos autônomos, discussão das dúvidas, registro dos 
conhecimentos e das práticas adquiridas no processo de aprendizagem; 
• Avaliação do estudante: requer avaliações contínuas, que envolvam a 
autoavaliação do estudante, a avaliação entre grupos tutoriais, a consideração 
do tutor e o parecer de um trabalho investigativo realizado ao longo do estudo; 
• Síntese provisória: nesta etapa, os estudos e as informações obtidas são 
tratadas, analisadas e avaliadas, revelando suas contribuições para a resolução 
do problema. 
 
Desse modo, é possível entender que a proposta lança mão do conhecimento já 
elaborado para que se aprenda a pensar e a raciocinar sobre ele e, com ele, 
formular soluções ou não para os problemas de estudo. 
 
Considerações 
Tanto o método de projetos quanto o de resolução de problemas são 
considerados ativos, com base no instrumentalismo de Dewey, ou seja, a noção 
de que o pensamento não funciona no abstrato, mas, sim, em face de 
problemas de ajustamento aos meios físico, social e cultural. Convém ressaltar 
que nem sempre a resolução de problemas é a alternativa mais adequada para 
certos temas de um programa de ensino. As novas formasde organização 
curricular e modalidades de ensino a serem desenvolvidas dependem de nossa 
realidade e de nossa capacidade de criar oportunidades para que seja possível 
esse tipo de aprendizado. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 19 
O PBL inscreve-se no contexto de uma teorização crítica do currículo e da 
didática na medida em que atende à ação crítica e a uma formação voltada 
para a formação humana. 
 
É, portanto, vislumbrada como opção para superação do reprodutivismo e da 
predominância técnica do conhecimento, dissociados das demandas humanas, 
políticas e ambientais. 
 
Atividade proposta 
Heráclito, filósofo grego, enquanto observava a corrente de um ribeirão, 
concluiu que nunca se cruzaria um rio com a mesma água, pois ela estava 
sempre correndo. 
Dessa conclusão, ele criou a citação: “Nada é permanente, exceto as 
mudanças”. 
Tomando por base essa famosa frase, que relação você faz com nossa aula? 
Dica: procure selecionar palavras-chave que o ajudarão a refletir e, assim, 
estabelecer tal relação. 
 
Chave de resposta: Você deve ter percebido que, durante nosso estudo, 
discutimos que, além de vivermos em constantes mudanças, estas acontecem 
em um ritmo cada vez mais acelerado. 
As coisas estão sempre em movimento; portanto, sendo continuamente 
transformadas. E por que não a escola ser transformada num espaço de 
convivência? 
Assim, provavelmente, você relacionou as transformações ocorridas com os 
ambientes de aprendizagem, com a mudança do perfil do professor e, acima de 
tudo, com o currículo, que não se traduz por uma grade em que disciplinas, 
métodos e estratégias estão presas e em estado imutável. 
As diferentes formas de organização curricular assumiram a necessidade de 
mudar para que ocorra uma verdadeira aprendizagem e tornem a escola um 
lugar proveitoso, em que o aluno não prefira somente recorrer ao Google para 
buscar suas informações. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 20 
Referências 
BENDER, William N. Aprendizagem baseada em projetos: educação 
diferenciada para o século XXI. Porto Alegre: Penso, 2014. 
 
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Conselho Nacional de Educação. 
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional. Brasília, nov. 
1999. 
 
CARVALHO, Irene Mello. O Processo Didático. 8. ed. Rio de Janeiro: 
Fundação Getúlio Vargas, 1999. 
 
GADOTTI, Moacir. Pressupostos do projeto pedagógico. In: MEC. Anais da 
Conferência Nacional de Educação para Todos. Brasília, 28/08 a 2/9/94. 
 
HERNÁNDES, Fernando; VENTURA, Montserrat. A Organização do Currículo 
por Projetos de Trabalho. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
 
LEITE, L. H. A. Pedagogia de projetos: intervenção no presente. In: Presença 
Pedagógica, v. 2, n. 8. p. 25-33, mar./abr. 1996. 
 
SAKAI, M. H.; LIMA, G. Z. PBL: uma visão geral do método. v. 2. n. 5-6. 
Londrina: Olho Mágico, 1996. 
 
SANTONÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo 
integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. p. 203. 
 
VEIGA, Ilma Passos da. Novas tramas para as técnicas de ensino e 
estudo. Campinas: Papirus, 2013. 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 21 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A grande preocupação em se repensar as estratégias e técnicas de ensino 
deve-se ao fato de que: 
I. A relação com os fatos reais e atuais estimulam a participação dos grupos em 
diferentes tarefas. 
II. As disciplinas são âncoras para a realização de um projeto por serem o 
suporte para o conhecimento. 
III. Os professores tornam-se facilitadores e orientadores à medida que os 
alunos avançam em suas atividades. 
VI. Com os valores sendo repensados e as transformações ocorrendo 
vertiginosamente, os moldes tradicionais de ensino deixam de corresponder às 
necessidades atuais do educando. 
Responda: 
a) Todas as afirmativas estão corretas 
b) Nenhuma afirmativa está correta 
c) As afirmativas I e IV estão corretas 
d) As afirmativas I, III e IV estão corretas 
 
Questão 2 
Sobre a conceituação de projeto, é correto afirmar: 
I. Todo projeto tem início e fim determinados. 
II. Possui um propósito ou objetivo bem-definido. 
III. Parte do interesse de um grupo para solução de uma questão existente. 
VI. Palavra oriunda do termo em latim projectum, que significa “algo lançado à 
frente”. 
Responda: 
a) Todas as afirmativas estão corretas 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas 
c) Apenas a afirmativa I está correta 
d) Nenhuma afirmativa está correta 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 22 
Questão 3 
Uma proposta curricular que atenda ao método de projetos deve ter seus 
objetivos bem delineados e definidos em cada uma de suas etapas de 
execução. Ordene as etapas que devem ser seguidas para a criação de um 
projeto. 
A sequência correta é: 
a) 3, 1, 2 
b) 1, 2, 3 
c) 2, 1, 3 
d) 2, 3, 1 
 
Questão 4 
“Através da pedagogia de projetos, os conteúdos escolares deixam de ser um 
fim em si mesmos e passam a ser meios para ampliar a formação dos alunos e 
sua interação na realidade, de forma crítica e dinâmica; rompe-se, assim, com a 
concepção de neutralidade. Os conteúdos passam a ganhar significados 
diversos a partir das experiências sociais dos alunos.” (LEITE, 1996). 
Com base no fragmento de texto apresentado, assinale a(s) opção(ões) que se 
relaciona(m) com a relevância dos conteúdos. 
a)Na organização linear das disciplinas, os conteúdos são dirigidos pelo professor, 
e a transmissão dos conteúdos passa a ser o ponto focal. 
b)Uma proposta curricular com base em desenvolvimento de projetos deve 
privilegiar a organização unidisciplinar dos conteúdos como forma de 
contextualizar a aprendizagem. 
c)Os conteúdos tornam-se soberanos e orientadores ao assumirem papel 
fundamental em toda proposta curricular. 
d)Os conteúdos devem ser selecionados e organizados de modo que possam ser 
assimilados, permitindo a constituição de competências que ajudarão os 
profissionais a interferirem na comunidade e na sociedade. 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 23 
Questão 5 
Segundo Burnier (2002), a organização por projetos requer do professor “um 
acompanhamento cuidadoso dos projetos, de forma a prover os conhecimentos 
necessários relativos tanto aos conteúdos disciplinares (saber), aos saberes e 
competências relativos à vida social e à subjetividade (saber ser), quanto ao 
domínio de métodos e técnicas (saber fazer) relativo às competências de 
aprendizagens autônomas e profissionais”. 
Assinale a opção que concorda com a citação acima. 
a) O professor deve ser o único a decidir sobre os caminhos a serem seguidos e 
ser o centro absoluto do saber. 
b) Os professores necessitam de capacitação em novas habilidades pedagógicas, 
como a capacidade de identificar, ao longo do desenvolvimento do projeto, 
pontos positivos e negativos do trabalho, auxiliando no processo de reflexão. 
c) A cada dia que passa, o volume das mudanças aumenta, o que favorece mais e 
mais a opção por projetos, garantindo que o conceito de professor continue 
preservado, sem necessidade de reavaliação. 
d) É cada vez mais necessário que os professores tenham disponibilidade para a 
mudança, voltada para uma formação continuada em diferentes áreas, bem 
como a capacidade de desenvolver e implementar processos de trabalho 
coletivo no ambiente escolar. 
 
Questão 6 
A resolução de problemas é de suma importância para a construção do 
conhecimento, uma vez que o estudante precisa ser desafiado para captar e 
compreender a sua realidade. 
I. O estudante, ao formular perguntas sobre uma realidade, está refletindo, 
buscando intervir em sua realidade. 
II. A apresentação de uma situação problemática leva à busca de uma solução, 
utilizando-se de conhecimentos já construídos ou de novas informações. 
III. O diálogo, durante realização de um estudo,conduz o sujeito a criar suas 
próprias interpretações. 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 24 
VI. Uma proposta curricular com base em problemas está consoante aos apelos 
da contemporaneidade. 
Estão corretas as afirmativas: 
a) I, II e IV 
b) I, II e III 
c) II, III e IV 
d) Todas as afirmativas estão corretas 
 
Questão 7 
A conhecida sala de aula com o ensino centrado no professor começou a dar 
lugar a um ambiente arrojado e dinâmico. Assinale a opção que não 
corresponde à afirmativa. 
a) Trabalha com as dúvidas, com as certezas e incertezas, com as descobertas e 
desejos. 
b) A sociedade empurrou a escola para um mudança urgente. 
c) Garante a eficácia do trabalho docente. 
d) Os estudantes precisam se colocar sem medo de errar. 
 
Questão 8 
A discussão em torno do que é um problema, segundo Dolben, adota o 
conceito de que, os problemas a serem estudados costumam ser datados. Isso 
acontece porque: 
a) Os problemas devem ser reais e conectados às demandas da sociedade e da 
ciência. 
b) Os problemas de uma época não os são para outra. 
c) O conceito de problema datado, obrigatoriamente, envolve a definição de uma 
data. 
d) Os problemas vividos em outras épocas solucionaram questões, mas deram 
origem a outras. 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 25 
Questão 9 
Relacione as duas colunas de modo a estabelecer relações entre o PBL e seus 
elementos constitutivos. 
1. Definição do problema 
2. Grupo tutorial 
3. Trabalho individual 
4. Avaliação 
5. Síntese provisória 
( ) Composto, em média, por dez alunos e um tutor. 
( ) Contempla o âmbito da autoformação a partir da realização de diferentes 
tarefas. 
( ) É feita uma revisão e um refinamento do que foi encontrado pelos 
estudantes. 
( ) Trata-se de processo contínuo, presente desde o início até o fim do trabalho. 
( ) Envolve noção de dificuldade, situação de dúvida que um grupo quer ou 
precisa resolver. 
A sequência correta é: 
a) 2, 3, 5, 4, 1 
b) 3, 5, 1, 4, 2 
c) 2, 4, 5, 3, 1 
d) 1, 5, 2, 4, 3 
 
Questão 10 
Assinale as opções que não apresentam as característica comuns entre o 
método de problemas e o PBL. 
a) São considerados métodos ativos. 
b) A problematização é a sua essência. 
c) Consideram o erro para o desenvolvimento da criatividade. 
d) A resolução de problemas e o PBL são as alternativas mais adequadas para 
qualquer tema. 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 26 
Escola ativa: Refere-se ao processo de ensino em que os estudantes ocupam 
o centro das ações educativas por meio da problematização da realidade. 
 
Aula 4 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D 
Justificativa: As afirmativas I, III e IV são corretas; entretanto, a afirmativa II 
está errada porque as disciplinas, por si só, não são suficientes para o 
desenvolvimento das atividades desafiadores que promovem a construção do 
conhecimento. 
 
Questão 2 - A 
Justificativa: Todas as opções apresentam elementos que estão de acordo com 
a conceituação de projeto. 
 
Questão 3 - A 
Justificativa: A etapa 3 refere-se à síntese, momento em que as convicções 
iniciais vão sendo superadas, e outras mais complexas vão sendo construídas. 
 
Etapa 1 – momento de organização do trabalho em que os objetivos são 
delineados. 
 
Etapa 2 – momento de desenvolvimento do trabalho em que os alunos devem 
buscar em diferentes ambientes e recursos para solidificar suas ideias e 
hipóteses. 
 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 27 
Questão 4 - B, D 
Justificativa: Essas opções apresentam a relevância dos conteúdos na 
concepção de uma organização curricular, dada suas relações com a 
constituição de competências e a contextualização com o fato educativo. As 
opções A e C estão incorretas, pois destacam o conteúdo como ponto de 
partida e direcionadores de qualquer proposta, o que não corresponde com os 
conceitos contemporâneos. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: A segunda alternativa é a correta, pois o professor precisa sempre 
se capacitar, formando-se continuamente em sua área de atuação. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: Todas as afirmativas apresentam a importância da 
problematização para um currículo alinhado com as expectativas e necessidades 
da atualidade. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: A opção C está errada, pois a garantia do trabalho docente não se 
dá apenas pela criação de um ambiente propício, mas, sobretudo, pelo 
comprometimento, dedicação e atualização constante de um docente. 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: O conceito de datado não está relacionado a uma data. Os 
problemas são típicos de uma época e têm uma história, de modo que um 
problema de uma época não o é para outra. 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: Essa sequência apresenta a ordem em que os elementos 
constitutivos são tratados no PBL. 
 
 
 
 CURRÍCULO: TEORIA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL 28 
Questão 10 - D 
Justificativa: Nem sempre a resolução de problema é a alternativa mais 
adequada, pois as novas formas de organização curricular e modalidades de 
ensino a serem desenvolvidas dependem de nossa realidade e de nossa 
capacidade de criar oportunidades para que seja possível esse tipo de 
aprendizado.