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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Engenharia de Produção Disciplina Ergonomia e Qualidade de Vida no Trabalho Tema Erro Humano e Humanização: Conceituação de Variáveis Ambientais Professora Silvana Bastos Stumm Introdução Neste novo encontro, iremos abranger alguns assuntos que, muitas vezes, são de discussão constante no trabalho. Você se lembrará de situações que talvez já conheça ou de alguém que já as tenha vivido e quando chegar ao fim desta aula entenderá como identificá-las. Assista ao vídeo no seu material on-line em que a professora Silvana comenta o que vamos estudar. Problematização Você está ansioso pelo seu novo emprego em uma grande fábrica têxtil. Gostou do diretor da empresa, dos futuros colegas de trabalho, mas ficou preocupado com as condições do ambiente, contudo, não podia perder essa oportunidade. Achou a sala do diretor um pouco escura, o local da fábrica em que ficavam os operários desempenhando suas tarefas, muito quente e o espaço criado pela empresa para descanso e lazer, muito barulhento, quando a área retornava às atividades, outro grupo ia para esse espaço. Você aceitou o emprego e, tão logo foi possível, iniciou as melhorias. Estudou todos os locais, fez todas as verificações necessárias e em seguida fez o planejamento para sua tarefa ter sucesso, afinal, o ambiente de trabalho é onde passamos a maior parte do dia. Você iniciou pelo ruído, pela iluminação ou pela temperatura? O que o levou a decidir a iniciar por um ou por outro? Não responda agora, vamos estudar o material e depois voltaremos a falar sobre isso. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Erro Humano e Humanização Talvez aqui você possa encontrar explicações mais plausíveis para a ocorrência de acidente do trabalho, mas primeiro é preciso entender como acontece o erro e por qual motivo. Quando falamos em erro humano, imaginamos que alguém tenha sido desatento ou negligente. Não é tão simples! Existem tomadas de decisões e condições que oportunizaram acontecer determinado acidente. E a humanização? Vamos definir os dois para que você entenda as diferenças e a importância em um contexto empresarial. Primeiramente, vamos conceituar erro e na sequência, humanização. Mas antes, vamos assistir à videoaula da professora Silvana no material virtual. Ela explicará sobre essas definições e os benefícios da humanização. Saurin et al. (2012) afirma não existir uma definição de erro humano aceita de maneira ampla. Reason apud Saurin et al. (2012) define como termo genérico para definir meios planejados que não atingem seus fins. Para Sanders e McCormick apud Saurin et al. (2012), erro humano é uma decisão que afeta determinado sistema. Provavelmente você não encontrará uma única e simples definição. Saiba Mais: para você saber como prevenir acidentes no ambiente de trabalho, acesse o link a seguir e leia o artigo que aborda sobre esse assunto. http://www.scielo.br/pdf/rbso/v32n115/02.pdf De acordo com Almeida (2003) a expressão erro humano ou falha humana é regularmente utilizada em Saúde e Segurança no Trabalho, especialmente quando determinadas atitudes de trabalhadores associam-se a ocorrência de acidentes. Já a humanização refere-se ao reconhecimento da natureza essencialmente humana juntamente à elaboração de acordos, da ética e de atitudes profissionais de respeito. Humanização, filosoficamente falando, é um CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 termo com raízes na corrente filosófica denominado humanismo, que preconiza o valor e a dignidade (RIOS, 2009). Quando se trata de empresa humanizada, Vergara e Branco (2001) se referem àquela voltada aos empregados que, além da maximização do retorno para os acionistas, agrega outros valores como a melhoria da qualidade de vida e do trabalho, mitigação das desigualdades e contribuição para o crescimento e desenvolvimento das pessoas; voltada ao ambiente com ações para eliminar os desequilíbrios ecológicos, superar injustiças sociais, apoiar atividades comunitárias e o exercer a cidadania corporativa. Voltando ao erro, segundo Iida (2005), é um ato involuntário que se desvia daquele normal ou esperado. O erro pode ser, ainda, consequência de uma ação não esperada, muito menos planejada. Podemos classificá-lo em três categorias, a saber: Erros de percepção: falhas de percepção; Erros de decisão: avaliações incorretas; e Erros de ação: movimentos e posicionamentos incorretos. Quando pesquisamos o significado de erro, de um modo geral encontramos que erro é um desvio. Nós mesmos cometemos erros e, diversas vezes, não chegamos a perceber. Um exemplo bastante comum ocorre quando estamos redigindo textos, especialmente sob pressão. Quem já não trocou determinada letra em alguma palavra e, sem querer, deu outro sentido a frase ou expressão? O erro ou falha humana pode gerar agravantes, provocando acidentes, incidentes ou qualquer outro problema não esperado. Justamente para que os erros não aconteçam, existem as normas que devemos seguir e respeitar. Relembrando que a norma regulamentadora direcionada à ergonomia é a NR 17. Contudo, se existe a possibilidade de ocorrer algum erro, deve haver também a prevenção. Uma das formas de prevenir uma falha é substituindo o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 homem pela máquina, principalmente em atividades simples e repetitivas. Todavia, as máquinas, se erram, não conseguem corrigir, diferente do ser humano. Veja o vídeo no seu material on-line em que a professora Silvana fala sobre o erro, a ergonomia e a prevenção. Não deixe de conferir! Conforme Iida (2005), aplicar os conhecimentos da ergonomia para melhorar mostradores, controles, postos de trabalho é fundamental na redução das falhas. Treinar os operadores reduz consideravelmente a possibilidade de erros. Os mais comuns decorrem de erros de percepção e suas ações não produzem o efeito esperado (IIDA, 2005). Saiba Mais: no link a seguir, você vai encontrar o Guia de campo para a análise de erros humanos, o qual aborda sobre os erros humanos segundo o professor Sidney Dekker. Confira! http://www2.if.usp.br/~cipa/utilidades/m2_erroshumanos.pdf Mas antes de abordamos sobre a prevenção, vamos falar um pouco a respeito da natureza do erro humano. Iida (2005) afirma que a falha humana deve ser considerada conforme as variações do comportamento humano. Existem faixas de variações aceitáveis, a partir de determinado ponto, se o erro persiste e ultrapassa esse limite entende-se como iminente o risco de acidentes. Provavelmente, você está se perguntando como saber os limites, os riscos e as diversas possíveis consequências de um erro, prejudiciais ou não. Para isso, existe a análise dos erros, mas tenha em mente: em algumas situações identificar o erro pode ser complicado! Cuidado! Vamos seguir a abordagem de Iida (2005). O julgamento do erro humano pode ser feito por quem o cometeu ou por outras pessoas. Depende de quão claro está o objetivo previamente traçado para que possa ser julgado pela própria pessoa. O julgamento por outros, normalmente denota um espaço CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 de tempo entre a ação e a análise. Saiba Mais: veja no vídeo a seguir um exemplo de análise se foi falha humana ou não. https://www.youtube.com/watch?v=nu9LlD22cjQ Outro aspecto a ser considerado são as circunstâncias em que acontecem os acidentes originados de um erro ou desvio. Esse é o enfoque chamadoanalítico. Lembre-se, os erros não devem ser analisados independentemente das condições em que ocorrem. Saber a origem e o ambiente em que aconteceu faz parte dessa pesquisa. Conforme Almeida e Baumecker (2005), erros que antecedem acidentes e incidentes mostram a existência de problemas maiores. Baseados em Dekker (2006), há a visão velha e a nova do erro humano. Aquela promove o erro como causa do acidente e essa afirma que o erro é o sintoma de outros problemas. Agora sim trataremos da prevenção! De imediato sabemos que prevenir sempre é melhor. E há inúmeras maneiras de se fazer a prevenção, inclusive, uma, a qual comentamos anteriormente, que é substituir o homem pela máquina. O estudo da ergonomia permite-nos aperfeiçoar os mostradores de maquinários e equipamentos, além de melhorar diversos outros dispositivos, evitando riscos de acidente. Saiba Mais: assista a outro vídeo em que mostra a reportagem de um acidente com elevador por causa de falhas técnicas proveniente de falha humana. https://www.youtube.com/watch?v=vzXWdP8aarA E agora, a professora Silvana vai dar algumas dicas de prevenção e falar sobre a importância da segurança. Acompanhe no seu material on-line! O treinamento e capacitação do trabalhador são fundamentais para a execução de tarefas com segurança. Sem dúvida, a chance de falhas torna-se CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 mínima. Conhecer o manual de funcionamento, seguir as instruções em caso de emergência contribuem para um ambiente de trabalho mais seguro. Mas que fatores podem implicar em acidentes? Um posto inadequado de trabalho, um comportamento de risco do próprio trabalhador, uma norma não respeitada são alguns fatores que aumentam o risco de acidentes. A prevenção é um grande desafio, por isso quando falamos em erro humano devemos pensar em segurança. O ambiente onde as tarefas se desenvolvem tem incidência direta sobre os acidentes, afinal, é onde o trabalhador passa a maior parte do dia. Acontecimentos que independem de sua vontade, como uma luz mais forte, um ruído mais alto, calor ou frio excessivos interferem no comportamento do indivíduo. De que forma é possível oferecer segurança ao empregado? Por meio de análises podemos detectar os pontos mais fracos e vulneráveis de máquinas e equipamentos utilizados na jornada diária. Os maquinários normalmente têm como pontos críticos a geração e transmissão de movimentos (fonte de movimentos e sistema de transmissão), o ponto de operação (processa a atividade), correias transportadoras, pontes rolantes e outros instrumentos. Como são pontos responsáveis por grande parte dos acidentes, requerem bastante atenção. Para oferecer segurança, evitando ao máximo a ocorrência de erros durante a operação dos maquinários, adotam-se medidas para o equipamento e medidas para o operador. Em primeiro lugar está, invariavelmente, a saúde do indivíduo e, para atender esse quesito, primeiramente adotam-se mecanismos de segurança na fonte e depois no trabalhador. Para isso, existe a norma regulamentadora NR 12. Saiba Mais: aproveite e acesse essa norma pelo link que segue. http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D350AC6F801357BCD39D2456A/N R-12%20(atualizada%202011)%20II.pdf CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 Finalmente, a humanização aparece como recurso natural quando se vive em estado de tensão, insatisfação e sofrimento no ambiente de trabalho. Isso ocorre especialmente em locais de saúde, na convivência médico- paciente, na existência de abusos, principalmente com a conivência tanto do Estado quanto da sociedade (RIOS, 2009). Fácil perceber o quanto humanizar pode estar presente em qualquer profissão, seja na medicina, seja na engenharia, seja nas áreas humanas e sociais. O benefício reflete diretamente nos funcionários da empresa como também nos seus familiares, abrangendo as relações interpessoais com o consequente fortalecimento da equipe de trabalho. Dessa forma, todos se sentem motivados e comprometidos com os objetivos traçados pela empresa (SILVA et al., 2013). Conceituação de Variáveis Ambientais Agora que você está mais integrado com a ergonomia, vamos conversar sobre as variáveis ambientais. Essas variáveis exigem do trabalhador alguns esforços do tipo físicos, sensoriais e mentais e interferem diretamente nas atividades executadas durante a jornada diária. Podem afetar o indivíduo de diversas formas, prejudicando seu trabalho. O local onde exercemos nossa atividade laboral depende de fatores determinados, entendidos como variáveis ambientais. São responsáveis em deixar o trabalhador mais ou menos confortável, interferindo diretamente na saúde e na produtividade do ser humano. Antes de seguir adiante, assista à videoaula da professora Silvana, disponibilizado no seu material on-line, em que ela vai falar um pouco mais sobre as variáveis ambientais. Os ambientes de trabalho dividem-se em ambiente luminoso, térmico, sonoro, com vibrações e podemos ainda incluir as cores. De acordo com a NR 17 (2007), as condições ambientais de trabalho devem considerar as CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 características psicofisiológicas dos trabalhadores e a tarefa a ser executada. Nos locais em que há exigência constante intelectual e de atenção, a NR 17 recomenda algumas condições específicas de conforto que veremos no decorrer de nossa aula. Vejamos o agente físico iluminação. No ambiente luminoso o nível de iluminamento interfere, segundo Iida (2005), no mecanismo fisiológico da visão, bem como na sua musculatura. Muitos conhecimentos no ambiente de trabalho dependem da visão, pois são informações diariamente recebidas em forma de luzes e mostradores (KRUGER, 2007). Em todos os locais de trabalho, seguindo a NR 17 (2007), deve existir iluminação adequada, natural ou artificial, geral ou suplementar adequada ao tipo de atividade. A iluminação geral deve ser bem distribuída e difusa; essa iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada a fim de evitar ofuscamento, reflexos, incômodos, sombras e contrastes excessivos. A quantidade de luz e tempo de exposição interferem diretamente no nosso organismo e no rendimento de tarefas. Nesse mesmo contexto, considera-se, ainda, a sensibilidade de cada um em relação à luz e também às cores. Um trabalhador daltônico, por exemplo, confunde especialmente as cores vermelho e verde. Segundo Faria (1984), o correto iluminamento depende de estudo especializado para definir a variedade de iluminação, o tipo de luminária, o número de lux, o número e a posição das fontes luminosas, a eliminação dos reflexos e causas de ofuscamento. Lux deriva do latim e significa luz, por isso adotada como unidade. Deve haver, ainda, além da iluminação geral do ambiente, a específica do posto de trabalho, pois essa variável está ligada à percepção dos sinais de trabalho. Preferencialmente, deve-se trabalhar sob luz natural, como isso é quase impossível, faz-se a combinação da natural com a artificial, de acordo com a exigência de cada tarefa. Um ambiente que não forneça boa iluminação pode gerar grande desconforto no indivíduo, chegando, inclusive, à fadiga visual CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 decorrente de pouca luz. Prejudica a produção e aumenta a possibilidade de acidentes. Saiba Mais: para você conhecer um pouco mais sobre o assunto, leia o artigo a seguir que trata sobre o projeto de iluminação na análise ergonômica do trabalho. http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Arquitetural/interiores/ilumina%E7%E3o%20industrial/o_projeto_de_iluminacao_na_analise_ergonomica_do_trabalho.pdf Há também a influência das cores que afetam positiva ou negativamente o trabalhador. O correto planejamento é fundamental para criar um ambiente confortável de labor, sendo ideal fazê-lo juntamente com a iluminação. Lembre que o local onde mais tempo passamos é no trabalho! Veja o que nos diz Iida (2005) em relação ao uso correto das cores: facilita a comunicação, contribui na minimização de erros e melhora a eficiência. Saiba Mais: neste outro artigo, você poderá ler sobre a influência da cor no ambiente de trabalho segundo estudos feitos em ergonomia. Não deixe de conferir! http://www.palermo.edu/dyc/congreso-latino/posters/16.pdf Outra variável ambiental condicionada ao meio ambiente de trabalho é a temperatura, ou seja, frio e calor. Para que seja confortável a temperatura efetiva deve estar entre 20⁰C e 23⁰C (vinte graus Celsius e vinte três graus Celsius). Nosso organismo efetua trocas térmicas com o ambiente externo constantemente, por isso, há uma influência do ambiente térmico sobre os trabalhadores que dependem da temperatura do ar, da umidade relativa do ar, velocidade do ar, temperaturas das superfícies das paredes, do teto e do solo e do tipo de atividade física exercida durante o trabalho. Muito calor causa cansaço, sonolência e reduz a atenção. Da mesma forma o frio excessivo é prejudicial. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 Saiba Mais: veja no vídeo a seguir um caso de um cortador de cana ganhou adicional de insalubridade por trabalhar com excesso de calor. https://www.youtube.com/watch?v=jBz09wbavsA Outra condição ambiental é o ruído. Estar exposto a sons muito altos, além de prejudicar o desenvolvimento da atividade, pode levar à surdez. A surdez provocada por ruído no ambiente de trabalho é irreversível e, pior, não há como perceber quando está ficando surdo. Você apenas saberá quando sentir-se isolado, pois devido à dificuldade em ouvir o indivíduo, automaticamente, afasta-se dos colegas. Para isso, existem normas a serem seguidas. A exposição sonora acima dos limites, que logo veremos, pode provocar aumento da pressão arterial, aceleração cardíaca, contração dos vasos sanguíneos da pele, diminuição da atividade dos órgãos responsáveis pela digestão e aumento da tensão muscular. Saiba Mais: assista a mais um vídeo, nele é possível entender a importância de se evitar altos ruídos e como a poluição sonora é a causadora de doenças. https://www.youtube.com/watch?v=w2-EjKzCudc Veja que interessante, um ruído inesperado ou intermitente perturba mais do que um ruído contínuo; atividades que ainda estão na fase de aprendizado são mais perturbadas pelo ruído do que aquelas já rotineiras; ruídos com certo conteúdo de informações perturbam mais do que ruídos sem significado como conversas, por exemplo. Quer saber mais sobre esses problemas que podemos encontrar no ambiente de trabalho? Então, assista à videoaula no seu material virtual, a professora Silvana comentará mais sobre suas consequências. Existem, ainda, as vibrações como parte dos agentes físicos. São definidas, segundo Iida (2005), como qualquer movimento ou oscilação que o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 corpo ou parte dele executa em torno de um ponto fixo. Essa oscilação caracteriza-se por variações tanto regulares quanto irregulares. Saiba Mais: veja, no vídeo que segue, como o trabalho com máquinas que fazem fortes vibrações podem impactar na saúde do trabalhador. https://www.youtube.com/watch?v=Y_2E1FVr3QI As vibrações são de dois tipos: de corpo inteiro e localizadas. A de corpo inteiro é de baixa frequência e envolve oscilações de energia mecânica entrando pelo corpo do trabalhador, como o uso de escavadeiras. A localizada origina-se pelo uso de ferramentas manuais como furadeiras e marteletes (BREVIGLIERO; POSSEBON E SPINELLI, 2006). Saiba Mais: no site a seguir, você verá uma notícia sobre a revisão da NR15. Confira! http://www.abho.org.br/nr-15-revisao-dos-anexos-3-calor-e-8-vibracao/ Quando falamos em ergonomia, a preocupação é com as ferramentas e máquinas que afetam, em especial, as mãos e com os veículos que afetam os pés e as nádegas (KRUGER, 2007). Um dos efeitos na saúde, com a vibração localizada, é a síndrome do canal cárpico, provocando dores, dormência e fraqueza em parte das mãos, conforme Brevigliero, Possebon e Spinelli (2006). As vibrações de corpo inteiro podem causar dores no peito, falta de equilíbrio, distúrbios vasculares e até impotência masculina, de acordo com os autores. Podemos falar, também, para que você saiba um pouco mais sobre algumas outras influências no ambiente de trabalho, sobre os gases, as fumaças, os vapores, os agrotóxicos, os metais pesados, os solventes e a sílica. As radiações, as bactérias e fungos também podem acarretar problemas de saúde dando origem às doenças ocupacionais (KRUGER, 2007). Outro agravante e que diversas vezes não se percebe é a monotonia. Como efeitos, têm-se a fadiga, a sonolência, a morosidade e a desatenção, CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 afirma Kruger (2007). Tudo que você viu até agora em variáveis ambientais, se não houver um planejamento adequado, pode piorar a monotonia: ciclo de trabalho curto, movimentos corporais restritos, iluminação deficiente e cor não condizente, calor excessivo, ruído alto e isolamento social. Você sabe como se sente o trabalhador? Segundo Kruger (2007), há um conflito interno entre o dever de trabalhar e uma grande vontade de parar de trabalhar. Com certeza muitos já passaram ou passam por isso. Assista ao último vídeo no material virtual em que a professora Silvana explica melhor sobre a vibração e outros problemas que podemos encontrar no trabalho que influenciam na saúde do trabalhador, bem como suas consequências. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 Revendo a Problematização Lembra-se da situação apresentada no início do tema? Caso não se recorde, assista novamente ao vídeo no material virtual e escolha a melhor alternativa a seguir. a. Você pode tratar as questões individualmente e iniciar por aquele que está sendo mais prejudicial. Se você optou em iniciar pelo ruído, ótimo, pois é a sala de descanso e lazer. Talvez os trabalhadores sintam-se animados com essa possibilidade, quando você estiver concluindo já dará início a outra correção, seja a iluminação ou o calor. b. Você decidiu começar pela iluminação na sala do diretor. Optou por isso por ser mais simples e demandar menos tempo. Criou mais um ponto de luz e instalou mais uma luminária, além de ter invertido a posição da existente que não aproveitava bem o espaço da sala. c. O excesso de calor estava incomodando muito os funcionários da fábrica, portanto, você decidiu primeiramente resolver a questão da temperatura alta. Você criou pontos de ventilação natural e instalou alguns aparelhos de ar-condicionado, tornando o local dos operários mais confortável. Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 Síntese Finalizamos este encontro. Tenho certeza que você encontrou um tema bastante discutível e que infelizmente vemos muitas situações nas quais empregadores exercem pressão nos empregados, além de ambientes sem condições adequadas. Vamos assistir à síntese que a professora Silvana fez do que estudamosneste tema na material on-line. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Referências ALMEIDA, Ildeberto Muniz de.; BAUMECKER, Ivone Corgosinho. Guia de campo para análise de erros humanos. Revista CIPA. São Paulo, n. 294,. Ed Grupo Cipa Fiera Milano, 2004. ALMEIDA, Ildeberto Muniz de. Quebra de paradigma: contribuições para a ampliação do perímetro das análises de acidentes do trabalho In: ______. Caminhos da análise de acidentes do trabalho. Brasília, 2003. cap. 3, p. 67- 83. BREVIGLIERO, Ezio; POSSEBON, José e SPINELLI, Robson. Higiene ocupacional: agentes biológicos, químicos e físicos. São Paulo, 6 ed., Editora Senac, 2006. DEKKER, Sidney. The field guide to understanding the human error. England. 236 p. Ashgate Publishing Company. Ed. 1, 2006. FARIA, Nivaldo Maranhão. Organização do trabalho. São Paulo: Editora Atlas, 1984. IIDA, I. Ergonomia. Projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005. KRUGER, José Adelino. Ergonomia e segurança do trabalho. Apostila para curso de pós-graduação em gestão da produção. Faculdade de Tecnologia SENAI de desenvolvimento gerencial. FATESG. Goiânia, 2007. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho. NR 17 – Ergonomia. Disponível em: <http://www.mtb.gov.br>. Acesso em: 20 Jun. 2014. RIOS, Izabel Cristina. Humanização: a essência da ação técnica e ética nas práticas de saúde. Revista Brasileira de Educação Médica. São Paulo, v. 33, n. 2, p. 253-261, 2009. SAURIN, Tarcísio Abreu; GRANDO, Mara Lucia e COSTELLA, Marcelo Fabiano. Método para classificação de tipos de erros humanos: estudo de caso em acidentes em canteiros de obras. Produção, Porto Alegre, v. 22, n. 2, p. 259-269, Mar./Abr., 2012. SILVA, Alessandra Soares Mariano Ramos da; PENÃO, Jackson Luís Pedroso; PEREIRA, João Nicacio; DELLALIBERA-JOVILIANO, Renata. Liderança, motivação e humanização no ambiente organizacional. Curso de MBA Gestão de Pessoas. Bebedouro, SP. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 VERGARA, Sylvia Constant e BRANCO, Paulo Durval. Empresa humanizada: a organização necessária e possível. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 41, n. 2, p. 20-30, 2001. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 Atividades Você viu como é difícil definir erro humano por ter um significado bastante 1. amplo. Também chamado de falha humana, essa expressão é utilizada com certa frequência em Saúde e Segurança no Trabalho, especialmente quando determinadas atitudes de trabalhadores associam-se à ocorrência de acidentes. Quais são as três categorias em que o erro se classifica? Marque a alternativa correta. a. Erros de percepção, erros de audição e erros de visão. b. Erros de percepção, erros de decisão e erros de ação. c. Erros de visão, erros de audição e erros de ação. d. Erros de percepção, erros de decisão e erros de audição. Uma empresa humanizada, segundo a filosofia, preconiza valor e 2. dignidade. Preocupa-se com seus empregados pensando na qualidade de vida e do trabalho, contribui para o crescimento e desenvolvimento das pessoas. Além disso, há outras características que igualmente fazem parte de uma empresa humanizada. Marque a alternativa que apresenta essas características. a. Maximização de retorno para os acionistas, lucro próprio e satisfação de todos os empregadores. b. Maximização de retorno para os acionistas, superação de injustiças sociais e lucro próprio. c. Maximização de retorno para os acionistas, superação de injustiças sociais e mitigação das desigualdades. d. Mitigação das desigualdades, lucro próprio e satisfação de todos os empregadores. A NR 17, norma regulamentadora voltada à ergonomia, preocupa-se com o 3. conforto, segurança e desempenho do trabalhador. Para tanto, baseia-se em características fundamentais do indivíduo para que isso seja possível. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Que características são essas? Assinale a alternativa correta. a. Características psicofisiológicas. b. Características psicológicas. c. Características fisiológicas. d. Características psicossociais. Quando falamos em variáveis ambientais, devemos pensar o que influencia 4. um ambiente de trabalho. Tem-se aí a iluminação, o ruído, a vibração e outros. Associe a coluna da direita com a variável ambiental que está na coluna da esquerda e depois marque a alternativa correta. I. Ruído ( ) Cansaço e sonolência. II. Vibração ( ) Interfere no mecanismo da visão. III. Calor ( ) Síndrome do canal cárpico. IV. Iluminação ( ) Pode provocar aumento da pressão arterial. a. III, IV, II, I. b. IV, III, II, I. c. IV, III, I, II. d. III, IV, I, II. Fadiga, sonolência, morosidade e desatenção são graves consequências 5. de um ambiente de trabalho monótono, mas existem fatores que podem contribuir ainda mais para essa monotonia. Que fatores são esses? Marque a alternativa correta. a. Movimentos corporais expansivos, forte iluminação e isolamento social. b. Movimentos corporais restritos, ciclo de trabalho curto e convívio social. c. Ciclo de trabalho curto, calor excessivo e ruído alto. d. Boa temperatura, ciclo de trabalho curto e convívio social. Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.
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