Buscar

04_Historia_de_Mato_Grosso

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEDUC/MT 
Professor da Educação Básica 
 
PERÍODO COLONIAL. 1. Os bandeirantes: escravidão indígena e exploração do ouro; 2. A fundação 
de Cuiabá: Tensões políticas entre os fundadores e a administração colonial; 3. A fundação de Vila Bela 
da Santíssima Trindade e a criação da Capitania de Mato Grosso; 4. A escravidão negra em Mato 
Grosso.... .................................................................................................................................................. 1 
 
PERÍODO IMPERIAL. 1. A crise da mineração e as alternativas econômicas da Província; 2. A Rusga; 
3. Os quilombos em Mato Grosso; 4. Os Presidentes de Província e suas realizações; 5. A Guerra da 
Tríplice Aliança contra o Paraguai e a participação de Mato Grosso; 6. A economia matogrossense após 
a Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai; 7. O fim do Império em Mato Grosso. ........................... 5 
 
PERÍODO REPUBLICANO. 1.O coronelismo em Mato Grosso; 2. Economia de Mato Grosso na 
Primeira República: usinas de açúcar e criação de gado; 3. Relações de trabalho em Mato Grosso na 
Primeira República; 4. Mato Grosso durante a Era Vargas: política e economia; 5. Política fundiária e as 
tensões sociais no campo; 6. Os governadores estaduais e suas realizações; ..................................... 17 
 
7. Tópicos relevantes e atuais de política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, 
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, ecologia e suas vinculações 
históricas.... ............................................................................................................................................ 30 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Período Colonial1 
Ocupações indígenas existiam no alto do rio Xingu desde o século IX. A primeira vez que o “homem 
branco” pisou em solo mato-grossense foi por volta de 1525, quando o navegante Pedro Aleixo Garcia 
percorreu as águas dos rios Paraná e Paraguai em direção à Bolívia. 
Já no início do século XVIII, em 1718, o bandeirante Antônio Pires de Campos informou os 
colonizadores que a região era boa para escravizar índios. Tempos depois, foi descoberto o potencial 
aurífero da região, este é considerado o início da história do Mato Grosso. 
Diversos garimpeiros portugueses e espanhóis migraram em busca de ouro e diamante. No período, 
os jesuítas realizaram missões entre os rios Paraguai e Paraná, com o intuito de assegurar os limites das 
terras portuguesas, que, após o Tratado de Tordesilhas, faziam limite com o lado espanhol. 
Em 1748 foi fundada a capitania de Mato Grosso. Portugal ofereceu isenções e privilégios para quem 
desejasse povoar o local e ainda financiou expedições que partiam de qualquer lugar do Brasil, 
respeitando os limites de Tordesilhas. Anos mais tarde, as bandeiras, como ficaram conhecidas as 
expedições, passaram a ser financiadas pelos paulistas, que ultrapassaram os limites espanhóis. 
As expedições paulistas visavam interesses econômicos. Serviam para captação de mão de obra 
indígena, ouro e pedras preciosas. Para fiscalizar a exploração de recursos naturais, a capitania de Mato 
Grosso era subordinada à de São Paulo, comandada por Rodrigo César de Menezes. O governador 
Menezes mudou-se para lá e elevou a capitania à categoria de vila, que passou-se a chamar Vila Real 
do Bom Jesus de Cuiabá. 
O termo “Mato Grosso” foi utilizado pelo primeira vez pelos irmãos Fernando e Artur Paes de Barros, 
em 1734, quando buscavam índios Parecis e descobriram uma mina de ouro no rio Galera, no no vale do 
Guaporé. Chamaram o local de Minas do Mato Grosso. 
 
Os Bandeirantes2 
 
Expansão Territorial: Bandeiras e Bandeirantes 
 
As bandeiras, tradicionalmente definidas como expedições particulares, em oposição às entradas, de 
caráter oficial, contribuíram decisivamente para a expando territorial do Brasil Colônia. A pobreza de São 
Paulo, decorrente do fracasso da lavoura canavieira no século XVI, a possibilidade da existência de 
metais preciosos no interior e, particularmente, a necessidade de mão-de-obra para o açúcar nordestino, 
durante a União Ibérica, levaram os paulistas a organizar a caça ao índio, o bandeirismo de contrato e a 
pesquisa mineral. 
 
A caça ao Índio 
 
Inicialmente a caça ao índio (Preação) foi uma forma de suprir a carência de mão-de-obra para a 
prestação de serviços domésticas aos próprios paulistas. Logo, porém, transformou-se em atividade 
lucrativa, destinada a complementar as necessidades de braços escravos, bem como para a triticultura 
paulista. Na primeira metade do século XVII, os vicentinos realizaram incursões, principalmente contra as 
 
1 https://www.resumoescolar.com.br/historia-do-brasil/historia-do-mato-grosso/ 
2 http://www.infoescola.com/mato-grosso/historia-do-mato-grosso/ 
PERÍODO COLONIAL. 1. Os bandeirantes: escravidão indígena e 
exploração do ouro; 2. A fundação de Cuiabá: Tensões políticas entre 
os fundadores e a administração colonial; 3. A fundação de Vila Bela 
da Santíssima Trindade e a criação da Capitania de Mato Grosso; 4. A 
escravidão negra em Mato Grosso. 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 2 
reduções jesuíticas espanholas, resultando na destruição de várias missões, como as do Guairá, Itatim e 
Tape, por Antônio Raposo Tavares. Nesse período, os holandeses, que haviam ocupado uma parte do 
Nordeste açucareiro, também conquistaram feitorias de escravos negros na África, aumentando a 
escassez de escravos africanos no Brasil. 
 
O bandeirismo de contrato 
 
A ação de bandeirantes paulistas contratados pelo governador-geral ou por senhores de engenho do 
Nordeste, com o objetivo de combater índios inimigos e destruir quilombos, corresponde a uma fase do 
bandeirismo na segunda metade do século XVII. O principal acontecimento desse ciclo de bandeiras foi 
a destruição de um conjunto de quilombos situados no Nordeste açucareiro, conhecido genericamente 
como Palmares. 
A atuação do bandeirismo foi de fundamental importância para a ampliação do território português na 
América. Num espaço muito curto, os bandeirantes devassaram o interior da colônia, explorando suas 
riquezas e arrebatando grandes áreas do domínio espanhol, como é o caso das missões do Sul e Sudeste 
do Brasil. Antônio Raposo Tavares, depois de destruí-las, foi até os limites com a Bolívia e Peru, atingindo 
a foz do rio Amazonas, completando, assim, o famoso périplo brasileiro. Por outro lado, o bandeirantes 
agiram de forma violenta na caça de indígenase de escravos foragidos, contribuindo para a manutenção 
do sistema escravocrata que vigorava no Brasil Colônia. 
 
Mato Grosso 
As primeiras excursões feitas no território do mato grosso datam de 1525, quando Pedro Aleixo Garcia 
vai em direção à Bolívia, seguindo as águas dos rios Paraná e Paraguai. Posteriormente portugueses e 
espanhóis são atraídos à região graças aos rumores de que havia muita riqueza naquelas terras ainda 
não exploradas devidamente. Também vieram jesuítas espanhóis que construíram missões entre os rios 
Paraná e Paraguai. 
Assim, em 1718, um bandeirante chamado Pascoal Moreira Cabral Leme subiu pelo rio Coxipó e 
descobriu enormes jazidas de ouro, dando início à corrida do ouro, fato que ajudou a povoar a região. No 
ano seguinte foi fundado o Arraial de Cuiabá. Em 1726, o Arraial de Cuiabá recebeu novo nome: Vila Real 
do Senhor Bom Jesus de Cuiabá. Em 1748, foi criada a capitania de Cuiabá, lugar que concedia isenções 
e privilégios a quem ali quisesse se instalar. 
As conquistas dos bandeirantes, na região do Mato Grosso, foram reconhecidas pelo Tratado de 
Madrid, em 1750. No ano seguinte, o então capitão-general do Mato Grosso, Antonio Rolim de Moura 
Tavares, fundou, à margem do rio Guaporé, a Vila Bela da Santíssima Trindade. Entre 1761 e 1766, 
ocorreram disputas territoriais entre portugueses e espanhóis, depois daquele período as missões 
espanholas e os espanhóis se retiraram daquela região, mas o Mato Grosso somente passou a ser 
definitivamente território brasileiro depois que os conflitos por fronteira com os espanhóis deixaram de 
acontecer, em 1802. 
 
O Ciclo do Ouro 
Quando foi divulgada a notícia da descoberta de jazidas auríferas, muitas pessoas dirigiram-se para 
as regiões do ouro, em especial para o atual território do estado de Minas Gerais. Praticamente todas as 
pessoas que que se dirigiram para a região o fizeram na intenção de dedicar-se exclusivamente na 
exploração do metal, deixando de lado até mesmo atividades essenciais para a sobrevivência, como a 
produção de alimentos, o que gerou uma profunda escassez de mercadorias nas Minas Gerais. Era 
comum entre os anos de 1700 e 1730 a ocorrência de crises de fome na região caso o acesso a outras 
regiões das quais os produtos básicos eram adquiridos fossem interrompidas. A situação começa a mudar 
com a expansão de novas atividades, e com a melhoria das vias de comunicação. 
 
Exploração do Ouro no Mato Grosso 
Com a exploração do interior do Brasil, promovida principalmente pela coroa portuguesa e por alguns 
senhores de engenho, no início do século XVIII, algumas bandeiras paulistas (como eram chamadas as 
expedições) alcançaram a região do Coxipó, em busca de índios para preação. Em meio aos conflitos 
com os indígenas, as “Minas de Cuyabá” foram encontradas, atraindo um imenso contingente 
populacional que rumava para região em busca do ouro. 
O metal foi de extrema importância para o desenvolvimento da região. Com o grande fluxo migratório 
em busca de riquezas, houve a elevação a Arraial de Cuiabá em 1719 e Villa de Cuiabá em 1727. Com 
a atenção voltada para o ouro, a produção de gêneros alimentícios era modesta, causando rapidamente 
a escassez de alimentos. A falta de segurança e o posterior esgotamento das jazidas contribuíram para 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 3 
a decadência da região, acentuada ainda mais com a notícia da descoberta de novas jazidas na região 
do Guaporé. 
 
A Fundação de Cuiabá3 
A cidade de Cuiabá foi fundada oficialmente no dia 08 de Abril de 1719. A história registra que os 
primeiros indícios de Bandeirantes paulistas na região, onde hoje fica a cidade, datam de 1673 e 1682, 
quando da passagem do bandeirante Manoel de Campos Bicudo pela região. Ele fundou o primeiro 
povoado da região, no ponto onde o rio Coxipó deságua no rio Cuiabá, localidade batizada de São 
Gonçalo. 
Em 1718, chega ao local, já abandonado, a bandeira do paulista de Sorocaba, Pascoal Moreira Cabral, 
que depois de uma batalha perdida para os índios coxiponés, viu-se compensado pela descoberta de 
ouro, passando a se dedicar ao garimpo. 
Em 08 de Abril de 1719, Pascoal Moreira Cabral assina a ata da fundação de Cuiabá, no local 
conhecido como Forquilha, às margens do rio Coxipó. Foi a forma encontrada para garantir os direitos 
pela descoberta à Capitania de São Paulo. Em 1726, chega à região o capitão-general governador da 
Capitania de São Paulo, Rodrigo César de Menezes, como representante do Reino de Portugal. No dia 
1º de janeiro de 1727, Cuiabá é elevada à categoria de vila, com o nome de Vila Real do Senhor Bom 
Jesus de Cuiabá. Em 1748, foi criada a Capitania de Cuiabá, concedendo a coroa portuguesa isenções 
e privilégios a quem ali quisesse se instalar. Foram feitas diversas expedições financiadas por Portugal. 
Essas expedições partiam de qualquer lugar do Brasil e não ultrapassavam o Tratado de Tordesilhas. 
Mais tarde, as chamadas bandeiras foram financiadas pelos paulistas. Somente eles foram ao oeste, 
ultrapassando a linha de Tordesilhas. 
 
A Fundação de Vila Bela da Santíssima Trindade e a Capitania de Mato Grosso4 
Primeira capital de Mato Grosso, Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 19 de março de 
1752, pelo capitão dom Antonio Rolim de Moura, que chegou à região com ordens régias para instituir o 
governo da Capitania de Mato Grosso, desmembrada da Capitania de São Paulo. 
Vila Bela foi escolhida especialmente para a instalação da primeira capital mato-grossense, com 
projeto elaborado em Portugal. Pode ser considerada uma das primeiras cidades planejadas do país. Até 
projeto para implantação da primeira Faculdade de Medicina na capital de Vila Bela, nesse período 
colonial, foi determinado pela coroa portuguesa, o que não foi concretizado. 
D. Rolim de Moura, primo do rei de Portugal, d. João V, recebeu a recomendação para “ter vigilância 
e evitar desavenças com os vizinhos espanhóis”. O parentesco entre as famílias dos reis de Portugal e 
Espanha, associado à habilidade e diplomacia de Rolim de Moura, evitou confrontos com castelhanos e 
jesuítas, ao mesmo tempo em que fixou colonos na margem esquerda do Guaporé, fundou aldeias 
jesuítas, expandindo mais ainda a fronteira portuguesa ocidental. 
Com a colonização portuguesa ultrapassando a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas (1494), 
todas as questões de fronteiras foram resolvidas por tratados entre Portugal e Espanha: o de Madri 
(1750), o marco de Jauru (1754), o de El Pardo (1761), de Ildefonso (1777), entre outros. 
O nome “Mato Grosso” surgiu em 1735, com a descoberta de minas de ouro na Chapada dos Parecis, 
área de mata fechada entre os rios Jauru e Guaporé. Essas expansões deram origem ao Tratado de 
Madri (1750) com o famoso acordo “Uti Possidetis”, ou seja, posse do território onde estivesse 
efetivamente ocupando. A Coroa Portuguesa decidiu garantir a posse do novo território, criando a 
capitania de Mato Grosso. 
Capital de Mato Grosso de 1752 a 1820, Vila Bela da Santíssima Trindade teve grande destaque 
político e econômico, garantindo a expansão e preservação do território fronteiriço. A partir de 1820, 
dividiu com Cuiabá a administração provincial. Foi o ano da descentralização política e Vila Bela passou 
a denominar-se cidade de Mato Grosso. 
Em 1835, a capital de Mato Grosso passa a ter sede em Cuiabá. A cidade de Mato Grosso recuperou 
o nome definitivo de Vila Bela da Santíssima Trindade pela Lei Estadual nº 4.014, de 29 de novembro de 
1978. 
As divisões e emancipações de distritos dos municípios de Vila Bela e Cáceres, no final do século XX, 
deram origem aos 22 novos municípios dessa região sudoeste mato-grossense, que fazem parte da faixa 
fronteiriça de 500 km com a Bolívia. 
 
 
 
3 http://www.mtnacopa.mt.gov.br/imprime.php?sid=287&cid=767904 http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=408725 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 4 
Escravidão Negra e os Quilombos no Mato Grosso5 
Como marco oficial, a História de Mato Grosso iniciou-se, em 1719, nas margens do rio Coxipó-Mirim, 
com a descoberta de ouro pelos homens que acompanhavam o bandeirante Pascoal Moreira Cabral. 
Com o sucesso da mineração e a necessidade de garantir para Portugal, a posse de terras além 
Tratado de Tordesilhas, foi criado em 1748 a Capitania de Mato Grosso, sendo a primeira capital Vila 
Bela da Santíssima Trindade, na extremidade oeste do território colonial. 
Para trabalhar na mineração, chegaram, no século XVIII, em Mato Grosso, os primeiros escravos de 
origem africana. Como resistência à escravidão, as fugas foram constantes, sendo individuais ou 
coletivas, formando diversos quilombos. Por ocasião da presença da capital Vila Bela da Santíssima 
Trindade a região do vale do rio Guaporé foi onde houve maior concentração dessas aldeias de escravos 
fugitivos. 
O quilombo do Piolho ou Quariterê, no final do século XVIII, localizado próximo ao rio Piolho, ou 
Quariterê, reuniu negros nascidos na África e no Brasil, índios e mestiços de negros e índios (cafuzos). 
José Piolho, provavelmente foi o primeiro chefe do quilombo. Depois, assumiu o poder sua esposa, 
Teresa. 
Fugidos da exploração branca, os habitantes do quilombo conviviam comunitariamente em uma fusão 
de elementos culturais de origem indígena e africana. Os homens caçavam, lenhavam, cuidavam dos 
animais e conseguiam mel na mata; as mulheres preparavam os alimentos e fabricavam panelas com 
barro, artesanato e roupas. 
As dificuldades de abastecimento, principalmente de escravos, com que constantemente conviviam os 
habitantes da região guaporeana, levou-os a organizar uma bandeira para atacar os escravos fugitivos. 
O poder público, através da Câmara Municipal de Vila Bela da Santíssima Trindade, e os proprietários 
de escravos patrocinaram a bandeira para destruir o quilombo e recapturar seus moradores. 
A bandeira contendo cerca de trinta homens e comandada por João Leme de Prado, percorreu um 
mês de Vila Bela até o quilombo, e, de surpresa, atacou-o, prendendo quase a totalidade dos moradores. 
Alguns morreram no combate que se travou, outros fugiram. 
Os escravos que sobreviveram foram capturados e levados para Vila Bela, sendo colocados para 
reconhecimento público, a mando do capitão-general de Mato Grosso Luís de Albuquerque de Melo 
Pereira e Cáceres e após o ato de reconhecimento, os escravos foram submetidos a outros momentos 
de castigos, com surras, tendo parte de suas orelhas cortadas e tatuados o rosto com a letra "F" — de 
Fugitivo feita com ferro em brasa. 
O objetivo da repressão era intimidar novas fugas, porém, a vontade, o desejo e a luta pela liberdade 
era maior que essa humilhação. Tal conquista esteve presente por um bom tempo e em 1791 — duas 
décadas após a primeira uma segunda bandeira foi organizada para recapturar negros fugitivos e, 
finalmente, acabar com o quilombo do Quariterê. 
Comandada pelo alferes de dragão, Francisco Pedro de Melo, a bandeira de 1791 continha 45 homens 
que destruíram as edificações e plantações do quilombo, recapturando sua população e devolvendo aos 
seus donos, em Vila Bela. Porém, percebendo a ineficiência dos castigos físicos, os escravos não mais 
foram torturados publicamente. 
Outros quilombos na região também foram destruídos, inclusive ao comando do mesmo alferes, 
Francisco de Melo, que assolou os quilombos de "João Félix" e o do "Mutuca". 
No local do quilombo do Piolho, após sua destruição a mando do capitão-general João de Albuquerque 
de Melo Pereira e Cáceres, foi organizada uma aldeia — a Aldeia da Carlota — que visava o interesse 
português em garantir a posse da terra num local tão isolado. Os moradores da aldeia contavam com o 
apoio do governador. 
Outros quilombos também foram organizados em terras mato-grossenses durante os séculos XVIII e 
XIX, podendo ser registrados aqui, apenas para exemplificar, os quilombos "Mutuca" e "Pindaituba", 
situados na Chapada dos Guimarães, os "Sepoutuba" e "Rio Manso", próximos a Vila Maria (atual 
Cáceres). 
A historiadora Elizabeth Madureira refere-se à organização de 11 quilombos em Mato Grosso, porém 
registra o pouco que ainda foi percorrido e pesquisado sobre o assunto. 
 
 
5 http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=185 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 5 
 
 
(O tópico 3 “Os quilombos em Mato Grosso” foi abordado junto de “A escravidão negra em Mato 
Grosso”, no Período Colonial.). 
 
Em 1824, quando entrou em vigor a Constituição Imperial do Brasil, as capitanias tornaram-se 
províncias. Mato Grosso foi regido por governo provisório constitucional até o ano seguinte, quando José 
Saturnino da Costa Pereira assumiu o governo. Nesse período ocorreu uma expedição russa, chefiada 
pelo Barão de Langsdorff, que realizou o primeiros registro de fatos e imagens da época. No mesmo ano 
Costa Pereira, através de negociações, ainda paralisou o avanço de 600 soldados chiquiteanos que iam 
para a região do Rio Guaporé. 
O governante também foi responsável pelo Arsenal da Marinha no porto de Cuiabá e o Jardim Botânico 
da cidade. 
No governo do tenente coronel João Poupino Caldas, em 1934, a província enfrenta a Rusga, uma 
revolta de nativos que invadiram casas e comércios portugueses. 
 
A crise da Mineração e as Alternativas Econômica da Província 
 
No século XVIII, o advento da mineração no Brasil possibilitou o desenvolvimento de centros urbanos, 
a articulação do mercado interno e a própria recuperação econômica portuguesa. Sendo um recurso não 
renovável, a riqueza conseguida com a extração do ouro começou a se escassear no fim desse mesmo 
século. Para entender tal fenômeno, é preciso buscar os vários fatores que explicam a curta duração que 
a atividade mineradora teve em terras brasileiras. 
Primeiramente, devemos salientar que o ouro encontrado nas regiões mineradoras era, geralmente, 
de aluvião, ou seja, depositado ao longo de séculos nas margens e leitos dos rios. O ouro de aluvião era 
obtido através de fragmentos que se desprendiam de rochas matrizes. Entre os séculos XVII e XVIII era 
inexistente qualquer recurso tecnológico que pudesse buscar o ouro diretamente dessas rochas mais 
profundas. Com isso, a capacidade de produção das jazidas era bastante limitada. 
Como se não bastassem tais limitações, alguns relatos da época indicam que o próprio processo de 
exploração do ouro disponível era desprovido de qualquer aprimoramento ou cuidado maior. Quando 
retiravam ouro da encosta das montanhas, vários mineradores depositavam esse material em outras 
regiões que ainda não haviam sido exploradas. Dessa forma, a falta de preparo técnico também foi um 
elemento preponderante para o rápido esgotamento das minas. 
Além desses fatores de ordem natural, também devemos atribuir a crise da atividade mineradora ao 
próprio conjunto de ações políticas estabelecidas pelas autoridades portuguesas. Por conta de sua 
constante debilidade econômica, as autoridades lusitanas entendiam que a diminuição do metal 
arrecadado era simples fruto do contrabando. Por isso, ampliavam os impostos, e não se preocupavam 
em aprimorar os métodos de prospecção e extração de metais preciosos. 
Mediante a falta de metais preciosos, vemos que o enrijecimento da fiscalização e a cobrança de 
impostos foi responsável por vários incidentes entre os mineradores e as autoridades portuguesas. Em 
1789, esse sentimento de insatisfação e a criação da derrama, instigaram a organização da Inconfidência 
Mineira. Mais do que um levante anticolonialista, tal episódio marcou o desenvolvimento da crise 
mineradorano território colonial. 
Ao fim do século XVIII, o escasseamento das jazidas de ouro foi seguido pela recuperação das 
atividades no setor agrícola. A valorização de produtos como o algodão, açúcar e o tabaco marcaram o 
estabelecimento do chamado “renascimento agrícola”. Com o advento da revolução industrial, o 
tabagismo e a indústria têxtil alargaram a busca por algodão e tabaco. Paralelamente, as lutas de 
independência nas Antilhas permitiram a recuperação de mercado do açúcar brasileiro. 
No estado, na segunda metade do século XIX, a borracha despontou como produto de exportação. O 
látex produzido no Mato Grosso era exportado para diversas partes do mundo industrializado, com 
PERÍODO IMPERIAL. 1. A crise da mineração e as alternativas 
econômicas da Província; 2. A Rusga; 3. Os quilombos em Mato 
Grosso; 4. Os Presidentes de Província e suas realizações; 5. A Guerra 
da Tríplice Aliança contra o Paraguai e a participação de Mato 
Grosso; 6. A economia mato-grossense após a Guerra da Tríplice 
Aliança contra o Paraguai; 7. O fim do Império em Mato Grosso. 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 6 
destaque para Diamantino, grande centro produtor e Cuiabá, centro comercial do produto. No território 
hoje correspondente ao Mato Grosso do Sul, a extração do mate, durante aproximadamente 20 anos, 
também rendeu bons lucros para a Província. 
Após a Proclamação da República em 1889, várias usinas açucareiras foram criadas e se 
desenvolveram. Entre elas se destacaram as usinas Conceição, Aricá, Flechas, São Miguel e Itaici. Esses 
grandes empreendimentos foram, na época, o maior indício de desenvolvimento industrial de Mato 
Grosso. 
 
A Rusga6 
Após o processo de independência, o cenário político nacional se viu fragmentado em dois setores 
maiores que disputavam o poder entre si. De um lado, os políticos de tendência liberal defendiam a 
autonomia política das províncias e a reforma das antigas práticas instauradas durante a colonização. Do 
outro, os portugueses defendiam uma estrutura política centralizada e a manutenção dos privilégios que 
desfrutavam antes da independência. 
Com a saída de Dom Pedro I do governo e a instalação dos governos regenciais, a disputa entre esse 
dois grupos políticos se acirrou a ponto de deflagrar diversas rebeliões pelo Brasil. Na região do Mato 
Grosso, a contenda entre liberais e conservadores era representada, respectivamente, pela “Sociedade 
dos Zelosos da Independência” e a “Sociedade Filantrópica”. No ano de 1834, as disputas naquela 
província culminaram em um violento confronto que ganhou o nome de Rusga. 
Segundo pesquisas, os liberais mato-grossenses organizaram um enorme levante que pretendia retirar 
os portugueses do poder com a força das armas. No entanto, antes do ocorrido, as autoridades locais 
souberam do levante combinado. Com isso, tentando desarticular o movimento, decidiram colocar o 
tenente-coronel João Poupino Caldas – aliado dos liberais – como novo governador da província. Apesar 
da mudança, o furor dos revoltosos não foi contido. 
Na madrugada de 30 de maio de 1834, ao som de tiros e palavras de repúdio contra os portugueses, 
cerca de oitenta revoltosos partiram do Campo do Ourique e tomaram o Quartel dos Guardas Municipais. 
Dessa forma, conseguiram conter a reação dos soldados oficias e tomaram as ruas da capital em busca 
dos “bicudos”. “Bicudo” era um termo depreciativo dirigido aos portugueses que foi inspirado pelo nome 
do bandeirante Manuel de Campos Bicudo, primeiro homem branco que se fixou na região. 
A ordem dos “rusguentos” era de saquear a casa dos portugueses e matar cada um que se colocasse 
em seu caminho, levando como troféu a orelha de cada inimigo morto. Segundo alguns relatos, centenas 
de pessoas foram mortas pela violenta ação que aterrorizou as ruas de Cuiabá. Logo após o incidente, 
foram tomadas as devidas providências para que os líderes e participantes da Rusga fossem presos e 
julgados pelas autoridades. 
Em um primeiro momento, Poupino Caldas quis contornar a situação sem denunciar o ocorrido para 
os órgãos do governo regencial. Contudo, não suportando o estado caótico que se instalou na cidade, 
pediu socorro do governo central, que – de imediato – nomeou Antônio Pedro de Alencastro como novo 
governador da província. Contando com o auxílio da antiga liderança liberal, os cabeças do movimento 
foram presos e mandados para o Rio de Janeiro. 
Apesar de nenhum dos envolvidos sofrer algum tipo de punição das autoridades, o clima de disputa 
política continuava a se desenvolver em Cuiabá. O último capítulo dessa revolta aconteceu em 1836, 
quando João Poupino Caldas – politicamente desprestigiado – resolveu deixar a província. No exato dia 
de sua partida, um misterioso conspirador o alvejou pelas costas com uma bala de prata. Na época, esse 
tipo de projétil era especialmente utilizado para matar alguém que fosse considerado traidor. 
 
Os Presidentes de Província 
 
Primeiro Reinado (1822-1831) 
Luís de Castro Pereira 
20 de agosto de 1821 - 1º de agosto de 1822 
 
— Jerônimo Joaquim Nunes 
1º de agosto de 1822 - 20 de agosto de 1822 
 
— Antônio José de Carvalho Chaves 
20 de agosto de 1822 - 30 de julho de 1823 
 
 
6 http://guerras.brasilescola.uol.com.br/seculo-xvi-xix/rusga-mato-grosso.htm 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 7 
— Manuel Alves da Cunha 
30 de julho de 1823 
 
José Saturnino da Costa Pereira 
10 de setembro de 1825 - 3 de maio de 1828 
 
— Jerônimo Joaquim Nunes 
— André Gaudie Ley 
1º de janeiro de 1830 - 21 de janeiro de 1830 
 
Período regencial (1831-1840) 
Antônio Correia da Costa 
21 de julho de 1831 
 
— André Gaudie Ley 
19 de abril de 1830 - 4 de dezembro de 1830 
 
— Antônio Correia da Costa 
3 de dezembro de 1833 - 26 de maio de 1834 
 
— José de Melo Vasconcelos 
24 de maio de 1834 - 26 de maio de 1834 
 
— João Poupino Caldas 
28 de maio de 1834 - 22 de setembro de 1834 
 
Antônio Pedro de Alencastro 
22 de setembro de 1834 - 31 de janeiro de 1836 
 
— Antônio José da Silva 
— Antônio Correia da Costa 
1º de fevereiro de 1836 - 24 de fevereiro de 1836 
 
— Antônio José da Silva 
José Antônio Pimenta Bueno, Marquês de São Vicente 
26 de agosto de 1836 - 1838 
 
— José da Silva Guimarães 
21 de maio de 1838 - 16 de setembro de 1838 
 
Estêvão Ribeiro de Resende 
16 de setembro de 1838 - 25 de outubro de 1840 
 
Segundo Reinado (1840-1889) 
— Antônio Correia da Costa 
25 de outubro de 1840 - 28 de outubro de 1840 
 
José da Silva Guimarães 
28 de outubro de 1840 - 9 de dezembro de 1842 
 
— Antônio Correia da Costa 
9 de dezembro de 1842 - 11 de maio de 1843 
 
— José da Silva Guimarães 
11 de maio de 1843 - 7 de agosto de 1843 
 
— Manuel Alves Ribeiro 
7 de agosto de 1843 - 5 de outubro de 1843 
 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 8 
— José Mariano de Campos 
5 de outubro de 1843 - 24 de outubro de 1843 
 
Zeferino Pimentel Moreira Freire 
24 de outubro de 1843 - 26 de setembro de 1844 
 
Ricardo José Gomes Jardim 
26 de setembro de 1844 - 5 de abril de 1847 
 
João Crispiniano Soares 
5 de abril de 1847 - 6 de abril de 1848 
 
— Manuel Alves Ribeiro 
6 de abril de 1848 - 31 de maio de 1848 
 
— Antônio Nunes da Cunha 
31 de maio de 1848 - 30 de setembro de 1848 
 
Joaquim José de Oliveira 
27 de setembro de 1848 - 8 de setembro de 1849 
 
João José da Costa Pimentel 
8 de setembro de 1849 - 11 de fevereiro de 1851 
 
Augusto João Manuel Leverger, Barão de Melgaço 
11 de fevereiro de 1851 - 1º de abril de 1857 
 
— Albano de Sousa Osório 
1º de abril de 1857 - 28 de fevereiro de 1858 
 
Joaquim Raimundo de Lamare, Visconde de Lamare28 de fevereiro de 1858 - 13 de outubro de 1859 
 
Antônio Pedro de Alencastro 
13 de outubro de 1859 - 8 de fevereiro de 1862 
 
Herculano de Souza Ferreira Pena 
8 de fevereiro de 1862 - 14 de maio de 1863 
 
— Augusto Leverger, Barão de Melgaço 
9 de agosto de 1865 - 13 de fevereiro de 1866 
 
Alexandre Manuel Albino de Carvalho 
15 de julho de 1863 - 9 de agosto de 1865 
 
Augusto Leverger, Barão de Melgaço 
13 de fevereiro de 1866 - 1º de maio de 1866 
 
— Albano de Sousa Osório 
1º de maio de 1866 - 2 de fevereiro de 1867 
 
José Vieira Couto de Magalhães 
2 de fevereiro de 1867 - 13 de abril de 1868 
 
— João Batista de Oliveira, Barão de Aguapeí 
13 de abril de 1868 - 7 de setembro de 1868 
 
— José Vieira Couto de Magalhães 
7 de setembro de 1868 - 17 de setembro de 1868 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 9 
 
— Albano de Sousa Osório 
17 de setembro de 1868 - 19 de setembro de 1868 
 
— José Antônio Murtinho 
19 de setembro de 1868- 26 de março de 1869 
 
Augusto Leverger, Barão de Melgaço 
26 de março de 1869 - 10 de fevereiro de 1870 
 
— Luís da Silva Prado 
10 de fevereiro de 1870 - 29 de maio de 1870 
 
— Antônio de Cerqueira Caldas, Barão de Diamantino 
29 de maio de 1870 - 12 de outubro de 1870 
 
Francisco Antônio Raposo, Barão de Caruaru 
12 de outubro de 1870 - 27 de maio de 1871 
 
— Antônio de Cerqueira Caldas, Barão de Diamantino 
27 de maio de 1871 - 29 de julho de 1871 
 
Francisco José Cardoso Júnior 
29 de julho de 1871 - 25 de dezembro de 1872 
 
José de Miranda da Silva Reis 
1872 - 6 de dezembro de 1874 
 
— Antônio de Cerqueira Caldas, Barão de Diamantino 
6 de dezembro de 1874 - 5 de junho de 1875 
 
Hermes Ernesto da Fonseca 
5 de julho de 1875 - 2 de março de 1878 
 
— João Batista de Oliveira, Barão de Aguapeí 
2 de março de 1878 - 6 de julho de 1878 
 
João José Pedrosa 
6 de julho de 1878 
 
Rufino Enéas Gustavo Galvão, Visconde de Maracaju 
5 de dezembro de 1879 - 2 de maio de 1881 
 
— José Leite Galvão 
2 de maio de 1881 - 31 de maio de 1881 
 
José Maria de Alencastro 
31 de maio de 1881 - 10 de março de 1883 
 
— José Leite Galvão 
10 de março de 1883 - 7 de maio de 1883 
 
Manuel de Almeida Gama Lobo d'Eça,Barão de Batovi 
7 de maio de 1883 - 13 de setembro de 1884 
 
Floriano Peixoto 
15 de novembro de 1884 -15 de novembro de 1885 
 
— José Joaquim Ramos Ferreira 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 10 
5 de outubro de 1885 - 5 de novembro de 1885 
 
Joaquim Galdino Pimentel 
5 de novembro de 1885 - 9 de novembro de 1886 
 
— Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 
9 de novembro de 1886 - 9 de dezembro de 1886 
 
Álvaro Rodovalho Marcondes dos Reis 
9 de dezembro de 1886 - 28 de março de 1887 
 
— Antônio Augusto Ramiro de Carvalho 
28 de março de 1887 - 29 de maio de 1887 
 
— José Joaquim Ramos Ferreira 
29 de maio de 1887 - 16 de novembro de 1887 
 
Francisco Rafael de Melo Rego 
16 de novembro de 1887 - 6 de fevereiro de 1889 
 
Antônio Herculano de Sousa Bandeira Filho 
6 de fevereiro de 1889 - 1889 
 
— Manuel José Murtinho 
1889 
 
Ernesto Augusto da Cunha Matos 
9 de agosto de 1889 - 11 de dezembro de 1889 
 
A Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai 
 
A Guerra do Paraguai 
Entre novembro de 1864 e março de 1870, desenrolou-se a Guerra do Paraguai, a mais longa e 
sangrenta guerra na América do Sul, com consequências que influenciaram decisivamente a história dos 
países envolvidos. Até maio de 1865, enfrentaram-se apenas o Paraguai e o Brasil. A partir daí, com a 
assinatura do tratado da Tríplice Aliança, os paraguaios passaram a lutar contra o Brasil, a Argentina e o 
Uruguai. 
Dentre aos razoes que desencadearam a guerra do Paraguai, destacam-se em primeiro lugar as 
questões que dividiam os países do Prata. 
O Paraguai, em meados do século XIX, era um país diferente dos demais da América latina. Desde a 
sua independência em 1811, até a guerra, tivera apenas três governantes: Francia, Carlos Antônio Lopez 
e seu filho Francisco Solano Lopez. O governo paraguaio não era democrático, como não era nenhum 
dos outros governos latino-americanos. 
Apesar disso, o governo paraguaio, mais do que qualquer outro do continente, realizava uma política 
favorável às camadas populares. Desde os tempos de Francia, a elite agrária fora progressivamente 
eliminada, e suas terras expropriadas pelo governo e entregues em usufruto aos trabalhadores rurais. O 
mesmo acontecera com a exploração de madeira e erva-mate, produtos monopolizados pelo Estado. 
Assim, em meados do século XIX, o padrão médio de vida do povo paraguaio superava o de qualquer 
outro povo latino-americano: o analfabetismo fora quase erradicado e era garantido o emprego, a 
moradia, alimentação e vestuário para a maioria das famílias. Embora pobre, o Paraguai não tinha dívida 
externa, suas riquezas não eram exploradas por estrangeiros e estava começando a criar um parque 
industrial próprio. 
 
As causas da guerra 
Em 1850, brasil e Paraguai assinaram um tratado comprometendo-se a defender a independência do 
Uruguai. Pouco depois, Paraguai e Uruguai assinaram um novo tratado, estabelecendo que se qualquer 
vizinho invadisse um desses países, o outro lhe prestaria imediato auxilio militar. Por isso, em agosto de 
1864, quando o Brasil já ameaçava claramente invadir o Uruguai para derrubar o governo de Aguirre, o 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 11 
presidente paraguaio, Solano Lopez, comunicou ao Império que consideraria a invasão atentatória ao 
equilíbrio político do Prata e agiria conforme essa convicção. 
Mesmo assim, em setembro de 1864, o governo imperial ordenou o ataque ao Uruguai. Com base nos 
tratados anteriores e na certeza de que seriam as próximas vítimas, os paraguaios reagiram: em 
novembro, aprisionaram o navio Brasileiro “Marquês de Olinda” em frente a assunção, e logo em seguida, 
Solano Lopez declarou guerra ao Brasil. 
Entre novembro de 1864 e maio de 1865, a guerra envolveu apenas Brasil e Paraguai. A partir dessa 
data, com a oficialização da Tríplice Aliança, o Paraguai passou a enfrentar Brasil, Argentina e Uruguai. 
O balanço das forças, ao iniciar-se a guerra, era o seguinte: Brasil, 18000 soldados; Argentina, 8000; 
Uruguai, 1500; Paraguai, 60000. Apesar da vantagem no tamanho das tropas, o Paraguai enfrentava um 
grande número de desvantagens em relação aos inimigos. 
Os aliados tinham 13 milhões de habitantes, contra 800 mil do Paraguai, a dimensão territorial dos 
inimigos impedia que os paraguaios os ocupassem efetivamente. A única via de comunicação do 
Paraguai com o resto do mundo era o rio da Prata, facilmente bloqueável pelos aliados, que também 
contavam com superioridade naval: o Brasil possuía 42 navios, enquanto o Paraguai possuía apenas 14 
e apenas 3 estavam preparados para a guerra. A última grande vantagem dos países inimigos era o apoio 
financeiro constante da Inglaterra, enquanto o Paraguai lutava sozinho. 
 
Sob o ponto de vista militar, a Guerra do Paraguai pode ser dividida em quatro grandes fases: 
-Ofensiva paraguaia (dezembro de 1864 a dezembro de 1865); a iniciativa militar coube aos paraguaios 
e a guerra desenrolou-se em território brasileiro e argentino; 
-Invasão do Paraguai (de janeiro de 1866 a janeiro de 1868): a guerra já em território paraguaio, foi 
comandada pelo aliado general Mitre; 
-Comando de Caxias (de janeiro de 1868 a janeiro de 1869): Caxias assumiu o comando geral dos 
Aliados; 
-Campanha da Cordilheira (janeiro de 1869 a março de 1870): sob o comando de Conde D’Eu, 
destruiu-se o remanescente do exército paraguaio. 
 
As consequências da Guerra 
A Guerra do Paraguai teve consequências dramáticaspara ambos os lados. 
O Paraguai ficou completamente destruído, e perdeu 150000 km² de territórios cedidos ao Brasil e à 
Argentina. Durante a ocupação aliada (1870-1876), o nascente parque industrial paraguaio foi totalmente 
destruído pelos aliados, sendo a fundição de Ibicuí completamente demolida. A ferrovia foi vendida a 
preço de sucata para os ingleses e as reservas de mate e madeira vendidas para empresas estrangeiras. 
As terras públicas que eram cultivadas pelos camponeses passaram para as mãos de banqueiros 
ingleses, holandeses e estadunidenses, que passaram a aluga-las aos próprios paraguaios. 
Além desses aspectos, a consequência mais trágica da guerra foi a dizimação da população paraguaia: 
estima-se que 75% da população paraguaia tenha morrido em decorrência da guerra, com 90% da 
população masculina dizimada. 
 
A Guerra no Mato Grosso7 
Proclamada a 23 de julho de 1840 a maioridade de Dom Pedro II, Mato Grosso foi governado por 28 
presidentes nomeados pelo Imperador, até à Proclamação de República, ocorrida a 15/11/1889. Durante 
o Segundo Império (governo de Dom Pedro II), o fato mais importante que ocorreu foi a Guerra da Tríplice 
Aliança, movida pela República do Paraguai contra o Brasil, Argentina e Uruguai, iniciada a 27/12/1864 e 
terminada a 01/03/0870 com a morte do Presidente do Paraguai, Marechal Francisco Solano Lopez, em 
Cerro-Corá. 
Os episódios mais notáveis ocorridos em terras mato-grossenses durante os 5 anos dessa guerra 
foram: 
a) o início da invasão de Mato Grosso pelas tropas paraguaias, pelas vias fluvial e terrestre; 
b) a heroica defesa do Forte de Coimbra; 
c) o sacrifício de Antônio João Ribeiro e seus comandados no posto militar de Dourados. 
d) a evacuação de Corumbá; 
e) os preparativos para a defesa de Cuiabá e a ação do Barão de Melgaço; 
f) a expulsão dos inimigos do sul de Mato Grosso e a retirada da Laguna; 
g) a retomada de Corumbá; 
h) o combate do Alegre; 
 
7 http://www.mt.gov.br/historia 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 12 
Pela via fluvial vieram 4.200 homens sob o comando do Coronel Vicente Barrios, que encontrou a 
heroica resistência de Coimbra ocupado por uma guarnição de apenas 115 homens, sob o comando do 
Tte. Cel. Hermenegildo de Albuquerque Porto Carrero. Pela via terrestre vieram 2.500 homens sob o 
comando do Cel. Isidoro Rasquin, que no posto militar de Dourados encontrou a bravura do Tte. Antônio 
João Ribeiro e mais 15 brasileiros que se recusaram a rendição, respondendo com uma descarga de 
fuzilaria à ordem para que se entregassem. 
Foi ai que o Tte. Antônio João enviou ao Comandante Dias da Silva, de Nioaque, o seu famoso bilhete 
dizendo: "Ser que morro mas o meu sangue e de meus companheiros será de protesto solene contra a 
invasão do solo da minha Pátria" A evacuação de Corumbá, desprovida de recursos para a defesa, foi 
outro episódio notável, saindo a população, através do Pantanal, em direção a Cuiabá, onde chegou, a 
pé, a 30 de abril de 1865. 
Na expectativa dos inimigos chegarem a Cuiabá, autoridades e povo começaram preparativos para a 
resistência. Nesses preparativos sobressaia a figura do Barão de Melgaço que foi nomeado pelo Governo 
para comandar a defesa da Capital, organizando as fortificações de Melgaço. Se os invasores tinham 
intenção de chegar a Cuiabá dela desistiram quando souberam que o Comandante da defesa da cidade 
era o Almirante Augusto Leverger - o futuro Barão de Melgaço -, que eles já conheciam de longa data. 
Com isso não subiram além da foz do rio São Lourenço. Expulsão dos invasores do sul de Mato Grosso- 
O Governo Imperial determinou a organização, no triângulo Mineiro, de uma "Coluna Expedicionária ao 
sul de Mato Grosso", composta de soldados da Guarda Nacional e voluntários procedentes de São Paulo 
e Minas Gerais para repelir os invasores daquela região. Partindo do Triângulo em direção a Cuiabá, em 
Coxim receberam ordens para seguirem para a fronteira do Paraguai, reprimindo os inimigos para dentro 
do seu território. 
A missão dos brasileiros tornava-se cada vez mais difícil, pela escassez de alimentos e de munições. 
Para cúmulo dos males, as doenças oriundas das alagações do Pantanal mato-grossense, devastou a 
tropa. Ao aproximar-se a coluna da fronteira paraguaia, os problemas de alimentos e munições se 
agravava cada vez mais e quando se efeito a destruição do forte paraguaio Bela Vista, já em território 
inimigo, as dificuldades chegaram ao máximo. Decidiu então o Comando brasileiro que a tropa segue até 
a fazenda Laguna, em território paraguaio, que era propriedade de Solano Lopez e onde havia, segundo 
se propalava, grande quantidade de gado, o que não era exato. Desse ponto, após repelir violento ataque 
paraguaio, decidiu o Comando empreender a retirada, pois a situação era insustentável. 
Iniciou-se aí a famosa "Retirada da Laguna", o mais extraordinário feito da tropa brasileira nesse 
conflito. Iniciada a retirada, a cavalaria e a artilharia paraguaia não davam tréguas à tropa brasileira, 
atacando-as diariamente. Para maior desgraça dos nacionais veio o cólera devastar a tropa. Dessa 
doença morreram Guia Lopes, fazendeiro da região, que se ofereceu para conduzir a tropa pelos cerrados 
sul mato-grossenses, e o Coronel Camisão, Comandante das forças brasileiras. No dia da entrada em 
território inimigo (abril de 1867), a tropa brasileira contava com 1.680 soldados. A 11 de junho foi atingido 
o Porto do Canuto, às margens do rio Aquidauana, onde foi considerada encerrada a trágica retirada. Ali 
chegaram apenas 700 combatentes, sob o comando do Cel. José Thomás Gonçalves, substituído de 
Camisão, que baixou uma "Ordem do dia", concluída com as seguintes palavras: "Soldados! Honra à 
vossa constância, que conservou ao Império os nossos canhões e as nossas bandeiras". 
 
A Retirada da Laguna 
A retirada da Laguna foi, sem dúvida, a página mais brilhante escrita pelo Exército Brasileiro em toda 
a Guerra da Tríplice Aliança. O Visconde de Taunay, que dela participou, imortalizou-a num dos mais 
famosos livros da literatura brasileira. A retomada de Corumbá foi outra página brilhante escrita pelas 
nossas armas nas lutas da Guerra da Tríplice Aliança. O presidente da Província, então o Dr. Couto de 
Magalhães, decidiu organizar três corpos de tropa para recuperar a nossa cidade que há quase dois anos 
se encontrava em mãos do inimigo. O 1º corpo partiu de Cuiabá a 15.05/1867, sob as ordens do Tte. Cel. 
Antônio Maria Coelho. Foi essa tropa levada pelos vapores "Antônio João", "Alfa", "Jaurú" e "Corumbá" 
até o lugar denominado Alegre. Dali em diante seguiria sozinha, através dos Pantanais, em canoas, 
utilizando o Paraguai -Mirim, braço do rio Paraguai que sai abaixo de Corumbá e que era confundido com 
uma "boca de baía". 
Desconfiado de que os inimigos poderiam pressentir a presença dos brasileiros na área, Antônio Maria 
resolveu, com seus Oficiais, desfechar o golpe com o uso exclusivo do 1º Corpo, de apenas 400 homens 
e lançou a ofensiva de surpresa. E com esse estratagema e muita luta corpo a corpo, consegui o 
Comandante a recuperação da praça, com o auxílio, inclusive, de duas mulheres que o acompanhavam 
desde Cuiabá e que atravessaram trincheiras paraguaias a golpes de baionetas. Quando o 2º Corpo dos 
Voluntário da Pátria chegou a Corumbá, já encontrou em mãos dos brasileiros. Isso foi a 13/06/1867. No 
entanto, com cerca de 800 homens às suas ordens o Presidente Couto de Magalhães, que participava do 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 13 
2º Corpo, teve de mandar evacuar a cidade, pois a varíola nela grassava, fazendo muitas vítimas. O 
combate do Alegre foi outro episódio notável da guerra. Quando os retirantes de Corumbá, após a 
retomada, subiam o rio no rumo de Cuiabá, encontravam-se nesseporto "carneando" ou seja, 
abastecendo-se de carne para a alimentação da tropa eis que surgem, de surpresa, navios paraguaios 
tentando uma abordagem sobre os nossos. 
A soldadesca brasileira, da barranca, iniciou uma viva fuzilaria e após vários confrontos, venceram as 
tropas comandadas pela coragem e sangue frio do Comandante José Antônio da Costa. Com essa vitória 
chegaram os da retomada de Corumbá à Capital da Província (Cuiabá), transmitindo a varíola ao povo 
cuiabano, perdendo a cidade quase a metade de sua população. Terminada a guerra, com a derrota e 
morte de Solano Lopez nas "Cordilheiras" (Cerro Corá), a 1º de março de 1870, a notícia do fim do conflito 
só chegou a Cuiabá no dia 23 de março, pelo vapor "Corumbá", que chegou ao porto embandeirado e 
dando salvas de tiros de canhão. Dezenove anos após o término da guerra, foi o Brasil sacudido pela 
Proclamação da República, cuja notícia só chegou a Cuiabá na madrugada de 9 de dezembro de 1889. 
 
Consequências do pós Guerra para a Província de Mato Grosso: 
- Reabertura da Bacia Platina. 
- Afirmação dos principais portos: Corumbá, Cuiabá e Cáceres. 
- Surgimento de um nova burguesia: comercio de importação e exportação. 
- Aumento territorial. 
- Imigração. 
 
Economia Mato-grossense após a Guerra da Tríplice Aliança 
 
POAIA - Também conhecida como Ipéca ou Ipecacuanha esta planta com o formato de um arbusto 
de aproximadamente 45 cm de altura, tem a sua raiz utilizada devidos as suas propriedades medicinais. 
A poaia destacou-se na economia de Mato Grosso, a partir de 1860, logo na segunda metade do século 
XIX período em que ocorreu a Revolução Industrial na Europa. A extração se dava na região oeste de 
Mato Grosso onde ela é nativa. Através do arrendamento de terras devolutas para empresários nacionais 
e estrangeiros extraiam a sua raiz sempre no período das chuvas. A seguir, esse produto do extrativismo 
vegetal era destinado ao mercado externo, mais especificamente a Europa, para atender as necessidades 
das indústrias farmacêuticas. Já no Brasil, esta raiz passou a ser consumida somente a partir da década 
de 40, com o desenvolvimento industrial promovido pelo governo Vargas. No século XIX, a poaia era 
escoada para a Europa através da Bacia Platina, sendo que a mão de obra utilizada para sua extração 
era assalariada, mas baseada na produção e os trabalhadores recebiam tratamento escravista. 
 
- BORRACHA - O auge da extração o látex em Mato Grosso se deu a partir de 1870 com o avanço da 
industrialização. E, 1834, a borracha já passava pelo processo da vulcanização desenvolvida por Charles 
Goodyear e pelo processo de elasticidade e resistência desenvolvida por Hancoock. Em Mato Grosso, a 
látex podia ser extraído tanto da seringueira, localizada na região norte (vale Amazônico), como da 
mangabeira, encontrada às margens dos Rios da Bacia Platina. Ao contrário da poaia, a borracha era 
sempre extraída no período das secas, uma vez que o látex malhasse, ele não poderia ser coagulado 
(processo pelo qual ele passava antes de ser transportado). O mercado consumidor da borracha era a 
Europa, e seu escoamento no século XIX ocorreu através da Bacia Platina. No século XX, o produto era 
escoado através da estrada de ferro Madeira-Mamoré até o porto de Manaus. A mão de obra utilizada na 
sua extração era assalariada, baseada na produção e com o tratamento escravista. A produção de 
borracha era realizada principalmente pelos nordestinos, que vieram trabalhar na extração da borracha 
com a promessa de uma vida melhor. A decadência da produção ocorreu a partir de 1912, quando os 
ingleses levaram mudas da seringueira para a Ásia. O plantio obteve sucesso, e não demorou para que 
os asiáticos se tornassem o maior produtos mundial da extração do látex. O governo brasileiro tentou 
reverter à situação, criando o “Plano de Defesa da Borracha”. Para isso tomou algumas medidas como 
incentivo da plantação de árvores, a isenção dos impostos para a importação de equipamentos que 
facilitassem a extração do látex. Mas estas tentativas não foram suficientes para colocar o Brasil 
novamente como líder mundial. Durante o Governo de Getúlio Vargas, com os incentivos dados a indústria 
nacional, o látex passou a atender o mercado interno. 
 
- CANA DE AÇÚCAR - Em relação à cana de açúcar na História de Mato Grosso podemos descrevê-
la em dois momentos. Primeiramente no século XVIII, quando o governo português interessado na 
mineração, proibiu a instalação dos engenhos. O governo alegou que a produção de aguardente trazia 
efeitos prejudiciais aos escravos, e que ao invés de minerar só queriam se dedicar à fabricação dela. Os 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 14 
engenhos eram movidos por tração animal ou através de uma roda d’água, sendo encontrados em 
pequenas propriedades, e voltados para abastecer o mercado interno, como por exemplo, as Minas de 
Cuiabá. Os engenhos se localizavam na região da Chapada (Serra acima) e nas margens do Rio Cuiabá 
(Santo Antonio do Rio abaixo). Os engenhos produziam rapadura, melado, açúcar e cachaça. No século 
XIX, temos o advento da Revolução Industrial e o surgimento das máquinas, os proprietários de terras 
importaram máquinas e instalaram as primeiras usinas. Essas usinas se localizavam as margens do Rio 
Paraguai, sendo a que mais se destacou foi a Usina Ressaca, e nas margens do Rio Cuiabá (na região 
de Santo Antonio) sendo as que mais se destacaram foram as Usinas Itaicí, maravilha, Conceição. As 
usinas se localizavam as margens dos rios devido a fertilidade do solo e a facilidade do escoamento da 
produção, pois nesse período a produção era escoada pela Bacia Platina e seu mercado consumidor era 
tanto o mercado interno como os países da América do Sul e outras províncias brasileiras. A mão de obra 
utilizada nas Usinas era assalariada, baseado na produção e com tratamento escravista. Os proprietários 
das usinas eram conhecidos como “Coronel” e as pessoas que trabalhavam nesta atividade eram 
chamados de “Camaradas”. A usina mais importante com certeza foi a de “Itaicí”. Era de propriedade de 
Totó Paes de Barros, e chegou a pagar os seus trabalhadores com a sua própria moeda. Essa moeda 
era feita de cobre e recebia o nome de “Tarefa”. Esse fato demonstra a força política de seu proprietário, 
considerado um dos maiores coronéis da região, e chegou a ocupar o cargo de Presidente do Estado de 
Mato Grosso. Os camaradas de Itaicí chegavam a trabalhar até 19 horas por dia no período das safras e 
eram castigados, humilhados pelo patrão. Na década de 30, com ascensão de Vargas, a sorte dos 
usineiros começou a mudar. Getúlio Vargas empreendeu uma série de medidas que visavam destruir o 
poder destes coronéis. Uma destas medidas foi a criação do I.A.A. (Instituto do Álcool e do Açúcar). Com 
o objetivo de financiar a produção das usinas, o governo federal estabeleceu que somente os grandes 
produtores receberiam financiamento, e como Mato Grosso tinha uma pequena produção, os usineiros 
de MT faliram. Outra medida que enfraqueceu mais ainda o poder destes produtores de açúcar foi a 
cobrança das leis trabalhistas. 
 
- PECUÁRIA - A pecuária no século XVIII abastecia o mercado interno. O gado era criado solto, 
consequentemente era uma economia de baixa produtividade. A região que mais se destacou na criação 
do gado foi Vila Maria de Cáceres. Uma das fazendas mais importantes desse período foi a Fazenda 
Jacobina. No século XIX, com a Revolução Industrial na Vila Maria de Cáceres esta começou a se 
destacar pelo surgimento das usinas de charque, sendo a mais importante a de Descalvado. Descalvado, 
localizada as margens do Rio Paraguai era uma saladeiro que foi construído com o capital belga e 
posteriormente foi vendido aos argentinos. O escoamento do charque era feito através da Bacia Platina, 
e a mão de obra utilizada era assalariada.No entanto, o pagamento feito ao peão geralmente era em 
gado. Durante o século XX, na Primeira República, com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do 
Brasil, a pecuária floresceu principalmente na região sul de Mato Grosso. O gado era criado em MT e 
transportado pel estrada de ferro até Bauru e Uberaba, onde era abatido e beneficiado. Com a pecuária, 
Corumbá se tornou local de instalação de grandes casas comerciais, em sua grande maioria estrangeiras. 
Ocorreu a valorização das terras nesse região, o aparecimento de cidades como Águas Claras e Três 
Lagoas, além do crescimento e desenvolvimento da região de Campo Grande, que passou a ambicionar 
o stratus de capital. 
 
- ERVA MATE - A erva mate é um produto do extrativismo vegetal rico em cálcio, magnésio, sódio, 
potássio e ferro. Era utilizada para descansar os músculos, atenuar a fome, tinha função diurética segundo 
os médicos e poder afrodisíaco. Era encontrada na região sul de Mato Grosso. Em 1870, após a Guerra 
do Paraguai, Tomás Laranjeira, empresário de visão e tinha sido Secretário do Governo Imperial, usou 
da sua influência política para arrendar as terras do sul ricas em ervais. Com o arrendamento concedido, 
Tomas Laranjeira funda a Companhia Mate Laranjeira. Devido a sua influência foi fácil conseguir 
financiamentos e sócios com os irmãos Murtinha. Joaquim Murtinho era Ministra da Fazenda do Governo 
Campos Salles e Manoel Murtinho era Senador da República e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
Essa empresa desenvolveu tanto, que a sua renda era seis vezes mais que o valor da renda do Estado 
de Mato Grosso, por isso se dizia que a Mate Laranjeira era um “Estado dentro de outro Estado”. A mão 
de obra utilizada era principalmente dos paraguaios, que estavam desempregados devido à guerra e 
entravam em Mato Grosso para trabalhar por qualquer salário. Os trabalhadores da era mate eram 
chamados de “Mineros” e eram assalariados, recebiam conforme a produção, porém o tratamento era 
escravista. Para a repressão daqueles que não queriam trabalhar quase como escravos existia a polícia 
particular da Companhia que se denominavam “Comitiveros”, que demonstra o poder dos seus 
proprietários, uma vez que o segundo a legislação somente o Estado podia constituir Polícia. A produção 
do mate era voltada principalmente para o mercado externo, sendo a Argentina o seu princiál comprador. 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 15 
Em 1902, o Governo Campos Salles atravessou uma forte recessão, o Banco Rio e Mato Grosso faliu, as 
suas ações Cia Mate Laranjeiras foram colocadas à venda. O comprador foi Francisco Mendes, 
empresário argentino. Tal fato levou a empresa a mudar a sua razão social, e passou a ser chamada 
Laranjeiras, Mendes e Cia. Nesse momento Tomás Laranjeira ficou responsável pela extração em Mato 
Grosso e Francisco Mendes, pela sua industrialização, distribuição e venda na Argentina. A decadência 
da empresa ocorreu na década de 30, quando Getúlio Vargas estimulou a produção de erva mate no sul, 
e o governo não concedeu um novo arrendamento de terras alegando que as terras usadas pela Cia Mate 
Laranjeira seriam usadas para promover a colonização no sul de Mato Grosso. Além disso, a decadência 
da Companhia estava também associada a produção da erva mate em Corrientes e Missiones, assim a 
empresa perdeu o seu maior comprador. 
 
O Movimento Republicano e a Proclamação da República 
 
Mesmo com a manutenção do sistema escravista e de latifúndio exportador, na segunda metade do 
século XIX o Brasil começou a experimentar mudanças, tanto na economia como na sociedade. 
O café, que vinha ganhando destaque, cresceu ainda mais quando cultivado no Oeste Paulista. 
Juntamente com o café, na região amazônica a borracha também ganhava mercado, principalmente após 
a descoberta do processo de vulcanização, feito por Charles Goodyear em 1839. Com a ameaça do fim 
da escravidão, começaram os incentivos para a vinda de trabalhadores assalariados, gerando o 
surgimento de um modesto mercado interno, além da criação de pequenas indústrias. Surgiram diversos 
organismos de crédito e as ferrovias ganhavam cada vez mais espaço, substituindo boa parte dos 
transportes terrestres, marítimos e fluviais. 
As mudanças citadas acima não alcançaram todo o território brasileiro. Apenas a porção que hoje 
abrange as regiões Sul e Sudeste foi diretamente impactadas, levando inclusive ao crescimento dos 
núcleos urbanos. Em outras partes, como na região Nordeste por exemplo, o cultivo da cana-de-açúcar 
e do algodão, que por muito tempo representaram a maior parte das exportações nacionais, entravam 
em declínio. 
Muitos dos produtores e também da população dessas regiões em desenvolvimento passavam a 
questionar o centralismo político existente no império brasileiro, que tirava a autonomia local. A solução 
para resolver os problemas advindos da mudança pela qual o país passava foi encontrada no sistema 
federalista, capaz de garantir a tão desejada autonomia regional. Não é de se espantar que entre os 
principais apoiadores do sistema federalista estivessem os produtores de café do oeste paulista, que 
passavam a reivindicar com mais força seus interesses econômicos. 
O ideal de federação, que se adequava aos anseios dos vários grupos políticos do Brasil, só seria 
atingido com uma República Federativa. O desgaste enfrentado pelo império brasileiro, evidenciado na 
questão religiosa, na questão escravista e na questão militar são fatores importantes para entender e 
completar a lista de fatores que levaram à proclamação de uma República em 1889. 
Desde o período colonial eclodiram diversos movimentos baseados nos ideais republicanos. A 
Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 são exemplos que buscavam a separação 
de seus territórios do poder colonial e a implantação de repúblicas, em oposição ao domínio real. 
Apesar das influências republicanas nas revoltas e tentativas de separação desde o século XVIII, foi 
apenas na década de 1870, com a publicação do Manifesto Republicano, que o ideal foi consolidado 
através da sistematização partidária. 
O Manifesto foi publicado em 3 de dezembro de 1870, no jornal A República, redigido por Quintino 
Bocaiúva, Saldanha Marinho e Salvador de Mendonça, e assinado por cinquenta e oito cidadãos, entre 
políticos, fazendeiros, advogados, jornalistas, médicos, engenheiros, professores e funcionários públicos. 
Defendia o federalismo (autonomia para as Províncias administrarem seus próprios negócios) e criticava 
o poder pessoal do imperador. 
A formação do Partido Republicano no Brasil está ligada à queda do Gabinete de Zacarias de Góes, 
motivada por questão pessoal com o Duque de Caxias, e a cisão dos liberais em radicais e moderados. 
A facção radical adotou, em sua maioria, ideais republicanos. 
Após a publicação do Manifesto, entre 1870 e 1889 os ideais republicanos espalharam-se rapidamente 
pelo país. Um dos principais frutos foi o Partido Republicano Paulista, fundado na Convenção de Itu em 
1873 e marcado pela heterogeneidade de seus membros e da efetiva participação dos cafeicultores do 
Oeste Paulista. 
Os republicanos brasileiros divergiam em seus ideais, criando duas tendências dentro do partido: A 
Tendência Evolucionista e a Tendência Revolucionária. 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 16 
Defendida por Quintino Bocaiuva, a Tendência Evolucionista partia do princípio de que a transição do 
império para a república deveria ocorrer de maneira pacífica, sem combates. De preferência após a morte 
do imperador. 
Já a Tendência Revolucionária, defendida por Silva Jardim e Lopes Trovão, dizia que a República 
precisava “ser feita nas ruas e em torno dos palácios do imperante e de seus ministros” e que não se 
poderia “dispensar um movimento francamente revolucionário”. A eleiçãode Quintino Bocaiuva (maio de 
1889) para a chefia do Partido Republicano Nacional expurgou dos quadros republicanos as ideias 
revolucionárias. 
O final da Guerra do Paraguai (1870) provocou o recrudescer dos antagonismos entre o Exército e a 
Monarquia; entre o grupo militar e o Civilismo do governo; entre o "homem-de-farda" e o "homem-de-
casaca". O exército institucionalizava-se. Os militares sentiam-se mal recompensados e desprezados 
pelo Império. Alguns jovens oficiais, influenciados pela doutrina de Augusto Comte (positivismo) e 
liderados por Benjamin Constant, sentiam-se encarregados de uma "missão salvadora" e estavam 
ansiosos por corrigir os vícios da organização política e social do país. A "mística da salvação nacional" 
não era aliás privativa deste pequeno grupo de jovens. Muitos oficiais mais graduados compartilhavam 
das mesmas ideias. Generalizara-se entre os militares a ideia de que só os homens de farda eram "puros" 
e "patriotas", ao passo que os civis, os "casacas" como diziam, eram corruptos, venais e sem nenhum 
sentimento patriótico. 
No ano de 1888, a abolição da escravidão, promovida pelas mãos da princesa Isabel deu o último 
passo em direção ao fim da Monarquia Brasileira. O latifúndio e a sociedade escravista que justificavam 
a presença de um imperador enérgico e autoritário, não faziam mais sentido às novas feições da 
sociedade brasileira do século XIX. Os clubes republicanos já se espalhavam em todo o país e naquela 
mesma época diversos boatos davam conta sobre a intenção de Dom Pedro II em reconfigurar os quadros 
da Guarda Nacional. 
O Visconde de Ouro Preto, membro do Partido Liberal, foi nomeado presidente do Conselho em junho 
de 1889. O novo governo precisava remover os obstáculos representados pelo republicanismo e pelos 
militares descontentes. Para vencer o primeiro, apresentou um programa de amplas reformas: liberdade 
de culto, autonomia para as províncias, temporariedade dos mandatos dos senadores, ampliação 
do direito de voto e Conselho de Estado com funções meramente administrativas. Acusado tanto 
de radical como de moderado, o programa foi rejeitado pela Câmara dos Deputados. Diante disso, ela foi 
dissolvida, provocando protestos gerais. Contra o exército, Ouro Preto agiu tentando reorganizar a 
Guarda Nacional e removendo batalhões suspeitos. A situação tornou-se tensa. Os republicanos 
instigavam os militares contra o governo. 
A ameaça de deposição e mudança dentro do exército serviu de motivação suficiente para que o 
Marechal Deodoro da Fonseca agrupasse as tropas do Rio de Janeiro e invadisse o Ministério da Guerra. 
Segundo alguns relatos, os militares pretendiam inicialmente exigir somente a mudança do Ministro da 
Guerra. No entanto, a ameaça militar foi suficiente para dissolver o gabinete imperial e proclamar a 
República. 
A Proclamação resultou da conjugação de duas forças: o exército, descontente, e o setor cafeeiro 
da economia, pretendendo este eliminar a centralização vigente por meio de uma República Federativa 
que imporia ao país um sistema favorável a seus interesses. 
Portanto, a Proclamação não significou uma ruptura no processo histórico brasileiro: a economia 
continuou dependente, baseada no setor agroexportador. Afora o trabalho assalariado, o sistema de 
produção continuou o mesmo e os grupos dominantes continuaram a sair da camada social dos grandes 
proprietários. Houve apenas uma modernização institucional. 
O golpe militar promovido em 15 de novembro de 1889 foi reafirmado com a proclamação civil de 
integrantes do Partido Republicano, na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Ao contrário do que 
aparentou, a proclamação foi consequência de um governo que não mais possuía base de sustentação 
política e não contou com intensa participação popular. Conforme salientado pelo ministro Aristides Lobo, 
a proclamação ocorreu às vistas de um povo que assistiu tudo de forma bestializada. 
 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 17 
 
 
O coronelismo em Mato Grosso na República Velha 8 
A Primeira República, ou República Velha, em Mato Grosso, foi marcada politicamente pela disputa 
entre as oligarquias do Norte, composta pelos usineiros de açúcar, e do Sul, composta por pecuaristas, 
comerciantes, ligados à importação e exportação, e pelos coronéis da erva-mate. Essas oligarquias 
alternaram-se no poder após lutas violentas entre coronéis e seus bandos de lado a lado. Os episódios 
mais graves dessas disputas foram: Massacre da Bahia Garcez, em 1901; o assassinato do governador 
Totó Paz, em 1906; a Caetanada, em 1916, que culminou com a intervenção federal em Mato Grosso; 
Morbeck X Carvalinho verdadeira guerra na região dos garimpos no Araguaia, em Garças. 
 
O massacre da Baía do Garcez: foi o assassinato de 17 presos, onde um ano após o ocorrido a Baía 
secou e os corpos vieram à tona, no entanto ninguém foi preso e Tótó Paes vence as eleições. 
 
A Caetanada: em 1915 as eleições em Mato grosso foram disputadas pelos republicanos e pelos 
liberais, Caetano de Albuquerque, o que sugere o nome do movimento sofreu duras perseguições e 
chegou a desistir, contudo resolveu voltar a disputa encontrando resistência por parte de Manoel 
Escolástico Virgilio. 
 
Morbeck e Carvalinho: Esse movimento ocorreu em 1926 sob governo de Pedro Celestino, Morbeck 
se revoltou com a nomeação de Carvalinho para o cargo de delegado e rompe com o amigo governador 
partindo para pequenos ataques, afim de minimizar a situação Pedro Celestino destitui Carvalinho que 
armou um bando e promoveu ataques aos quartéis, Carvalinho foi preso e em seguida liberado. 
 
Era Vargas 
 
- O estado de Mato Grosso e a Era Vargas 
As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas pela política centralizadora de Getúlio Vargas. 
Interventores federais foram nomeados por entre exercícios de curto governo. Em 16 de julho de 1934 foi 
promulgada a nova Constituição Federal, seguida pela estadual mato-grossense, em 07 de setembro de 
1935. O título de presidente foi substituído pelo de governador. Os constituintes estaduais elegeram o Dr. 
Mário Corrêa da Costa. O governo de Costa foi marcado por agitações políticas, que acabaram somente 
com a eleição do bacharel Júlio Strubing Müller pela Assembleia Legislativa em 1937. 
Após a saída de Vargas, com a aprovação da nova Constituição Federal de 1946, a Assembleia 
Constituinte de Mato Grosso elegeu o Dr. Arnaldo Estevão de Figueiredo para o governo do Estado. Em 
03 de outubro de 1950 houveram eleições para governador, concorrendo Filinto Müller, pelo Partido Social 
Democrata e Fernando Corrêa da Costa pela União Democrática Nacional. Venceu Fernando Corrêa, 
que tomou posse em 31 de janeiro de 1951, governando até 31 de janeiro de 1956. Fernando Corrêa da 
Costa instalou a Faculdade de Direito de Mato Grosso, núcleo inicial da futura Universidade Federal de 
Mato Grosso - UFMT. 
A política implementada por governos de estado na esfera federal visou a ocupação do território 
durante o século XX, com a criação de várias colônias agrícolas, visando a produção de alimentos. Com 
a ocupação das áreas produtoras de látex no Leste Asiático durante a Segunda Guerra Mundial, a 
produção do material ganhou destaque novamente. 
Na década de 1960, com as mudanças político-administrativas no país e o surgimento de fatores 
estruturais, a agricultura brasileira sofreu profundas transformações. 
Com a escassez de terras desocupadas e utilização de tecnologia moderna no Centro-Sul, muitos 
migrantes chegaram a Mato Grosso dispostos a ocupar as áreas do Estado. O interesse de fazer crescer 
 
8 http://historiografiamatogrossense.blogspot.com.br/2009/12/o-coronelismo-em-mato-grosso-na.html#!/tcmbck 
PERÍODO REPUBLICANO. 1.O coronelismo em Mato Grosso; 2. 
Economia de Mato Grosso na Primeira República: usinasde açúcar e 
criação de gado; 3. Relações de trabalho em Mato Grosso na 
Primeira República; 4. Mato Grosso durante a Era Vargas: política e 
economia; 5. Política fundiária e as tensões sociais no campo; 6. Os 
governadores estaduais e suas realizações; 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 18 
o setor agrícola e a necessidade de atender as pressões demográficas de grupos de pequenos e médios 
proprietários levou o poder público a uma efetiva ocupação do território mato-grossense. 
O incremento desta ocupação e a caracterização da função de Mato Grosso como estado 
eminentemente agrícola se consolidou na década de 1970, a partir principalmente do estímulo à 
colonização privada e à exploração de terras. A colonização, que atraiu primeiramente colonos com larga 
experiência agrícola, mas também, acostumados ao manejo tradicional e ainda arredios às modernas 
técnicas de agricultura. 
 
A Nova Economia do Brasil 
A política trabalhista foi taxada de “paternalista” por intelectuais de esquerda, que acusavam Getúlio 
de tentar anular a influência desta sobre o proletariado, desejando transformar a classe operária num 
setor sob seu controle nos moldes da Carta del Lavoro do fascista italiano Benito Mussolini. Os defensores 
de Getúlio Vargas diziam que em nenhum outro momento da história do Brasil houve avanços 
comparáveis nos direitos dos trabalhadores. Os expoentes máximos dessa posição foram João Goulart 
e Leonel Brizola, sendo Brizola considerado o último herdeiro político do “Getulismo”, ou da “Era Vargas”, 
na linguagem dos brasileiros. 
A crítica de direita, ou liberal, argumenta que, em longo prazo, as leis trabalhistas prejudicam os 
trabalhadores porque aumentam o chamado “custo Brasil”, onerando muito as empresas e gerando a 
inflação que corrói o valor real dos salários. Segundo esta versão, o Custo Brasil faz com que as empresas 
brasileiras contratem menos trabalhadores, aumentem a informalidade e faz que as empresas 
estrangeiras se tornem receosas de investirem no Brasil. Assim, segundo a crítica liberal, as leis 
trabalhistas gerariam, além da inflação, mais desemprego e subemprego entre os trabalhadores. 
 
As Forças de oposição ao Regime Oligárquico 
No decorrer das três primeiras décadas do século XX houveram uma série de manifestações operárias, 
insatisfação dos setores urbanos e movimentos de rebeldia no interior do Exército (Tenentismo). Eram 
forças de oposição ao regime oligárquico, mas que ainda não representavam ameaça à sua estabilidade. 
Esse quadro sofreu uma grande modificação quando, no biênio 1921-30, a crise econômica e o 
rompimento da política do café-com-leite por Washington Luís colocaram na oposição uma fração 
importante das elites agrárias e oligárquicas. Os acontecimentos que se seguiram (formação da Aliança 
Liberal, o golpe de 30) e a consequente ascensão de Vargas ao poder podem ser entendidos como o 
resultado desse complexo movimento político. Ele se apoiou em vários setores sociais liderados por 
frações das oligarquias descontentes com o exclusivismo paulista sobre o poder republicano federal. 
 
O Governo Provisório 
Com Washingtom Luís deposto e exilado, Getúlio Vargas foi empossado como chefe do governo 
provisório. As medidas do novo governo tinham como objetivo básico promover uma centralização política 
e administrativa que garantisse ao governo sediado no Rio de Janeiro o controle efetivo do país. Em 
outras palavras, o federalismo da República Velha caía por terra. Para atingir esse objetivo, foram 
nomeados interventores para governar os estados. Eram homens de confiança, normalmente oriundos 
do Tenentismo, cuja tarefa era fazer cumprir, em cada estado, as determinações do governo provisório. 
Esse fato e mais o adiamento que Getúlio Vargas foi impondo à convocação de novas eleições 
desencadearam reações de hostilidade ao seu governo, especialmente no estado de São Paulo. As 
eleições dariam ao país uma nova constituição, um presidente eleito pela população e um governo com 
legitimidade jurídica e política. Mas poderia também significar a volta ao poder dos derrotados na 
Revolução de 30. 
 
A Reação Paulista 
A oligarquia paulista estava convencida da derrota que sofreu em 24 de outubro de 1930, mas não 
admitia perder o controle do Executivo em “seu” próprio estado. A reação paulista começou com a não 
aceitação do interventor indicado para São Paulo, o tenentista João Alberto. Às pressões pela indicação 
de um interventor civil e paulista, começa a se somar a reivindicação de eleições para a Constituinte. 
Essas teses foram ganhando rapidamente simpatia popular. 
As manifestações de rua começaram a ocorrer com o apoio de todas as forças políticas do estado, até 
por aquelas que tinham simpatizado com o movimento de 1930 (exemplo do Partido Democrático - PD). 
Diante das pressões crescentes, Getúlio resolveu negociar com a oligarquia paulista, indicando um 
interventor do próprio estado. Isso foi interpretado como um sinal de fraqueza. Acreditando que poderiam 
derrubar o governo federal, os oligarcas articularam com outros estados uma ação nesse sentido. 
1339441 E-book gerado especialmente para MAURO ANDRE BRAGA
 
. 19 
Manifestações de rua intensificaram-se em São Paulo. Numa delas, quatro jovens, Miragaia, Martins, 
Dráusio e Camargo foram mortos e se transformaram em mártires da luta paulista em nome da legalidade 
constitucional. Getúlio, por seu lado, aprovou outras “concessões”: elaborou o código eleitoral (que previa 
o voto secreto e o voto feminino), mandou preparar o anteprojeto para a Constituição e marcou as eleições 
para 1933. 
 
A Revolução Constitucionalista de 1932 
A oligarquia paulista, entretanto, não considerava as “concessões” suficientes. Baseada no apoio 
popular que conseguira obter e contando com a adesão de outros estados, desencadeou em 9 de julho 
de 1932, a chamada Revolução Constitucionalista. Ela visava a derrubada do governo provisório e a 
aprovação imediata das medidas que Getúlio protelava. Entretanto, o apoio esperado dos outros estados 
não ocorreu e, depois de três meses, a revolta foi sufocada. Até hoje, o caráter e o significado da 
Revolução Constitucionalista de 1932 geram polêmicas. De qualquer forma, é inegável que o movimento 
teve duas dimensões. No plano mais aparente, predominaram as reivindicações para que o país 
retornasse à normalidade política e jurídica, lastreadas numa expressiva participação popular. Nesse 
sentido, alguns destacam que o movimento foi um marco na luta pelo fortalecimento da cidadania no 
Brasil. Num plano menos aparente, mas muito mais ativo, estava o rancor das elites paulistas, que viam 
no movimento uma possibilidade de retomar o controle do poder político que lhe fora arrebatado em 1930. 
Se admitirmos que existiu uma revolução em 1930, o que aconteceu em São Paulo, em 1932, foi a 
tentativa de uma contra revolução, pois visava restaurar uma supremacia que, durante mais de 30 anos, 
fez a nação orbitar em torno dos interesses da cafeicultura. Nesse sentido, o movimento era marcado por 
um reacionarismo elitista, contrário ao limitado projeto modernizador de 1930. 
 
As Leis Trabalhistas 
Foi aprovado também um conjunto de leis que garantiam direitos aos trabalhadores, destacando-se 
entre eles: salário mínimo, jornada de oito horas, regulamentação do trabalho feminino e infantil, descanso 
remunerado (férias e finais de semana), indenização por demissão, assistência médica, previdência 
social. A formalização dessa legislação trabalhista teve vários significados e implicações. Representou a 
primeira modificação importante na maneira de o Estado enfrentar a questão social e definiu as regras a 
partir das quais o mercado de trabalho e as relações trabalhistas poderiam se organizar. Garantiu, assim, 
uma certa estabilidade ao crescimento econômico. Por fim, foi muito útil

Continue navegando