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DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL OK

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CAPÍTULO I DO TÍTULO XI
“DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM 
GERAL”
(artigos 312 a 327 do C.P.)
Prof. Sérgio Augusto Alves de Assis 
.
DEFINIÇÃO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: é toda
atividade funcional do Estado e dos demais entes
públicos. (ANTONIO PAGLIARO).
Em outras palavras, é um conceito da área do direito
que descreve o conjunto de agentes, serviços e órgãos
instituídos pelo Estado com o objetivo de fazer a gestão
de certas áreas de uma sociedade, como Educação,
Saúde, Cultura, etc. Administração pública também
representa o conjunto de ações que compõem a função
administrativa.
.
DEFINIÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA EFEITOS PENAIS
• Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
exerce cargo, emprego ou função pública.
• § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha
para empresa prestadora de serviço contratada ou
conveniada para a execução de atividade típica da
Administração Pública.
• § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes
de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade
de economia mista, empresa pública ou fundação instituída
pelo poder público.
.
• ANÁLISE DO ARTIGO
Efeitos penais: funcionário público para efeitos penais é
diferente de funcionário público no Direito Administrativo. Para
efeitos penais o artigo 327 do C.P., menciona ser a pessoa que
exerce função pública, ainda que sem remuneração.
Aplica-se a toda legislação penal, inclusive a especial.
cargo público: é aquele ocupado por servidor público;
emprego público: é aquele ocupado por empregado
público que pode atuar em entidade privada ou pública da
Administração indireta;
função pública: é um conjunto de atribuições destinadas
aos agentes públicos, abrangendo a função temporária e a
função de confiança.
.
CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS:
-vereadores;
-serventuários da justiça;
-funcionários de cartório;
-peritos judiciais;
-contador da prefeitura;
-prefeito municipal;
-leiloeiro oficial quando auxiliar do juízo;
-administrador de hospital que presta
atendimento a segurados da Previdência Social
-funcionários do Banco do Brasil;
.
-zelador de prédio municipal;
-advogado do município;
-estudante atuando como estagiário da
defensoria pública;
-militar;
-deputados e senadores;
-membros do Conselho Tutelar;
-jurados;
-mesários.
.
NÃO CONSIDERADOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS:
-administrador oficial da massa falida
-administradores e médicos de hospitais privados 
credenciados pelo Governo
-tutores e curadores
-inventariantes
-dirigente sindical
.
SITUAÇÃO PROBLEMA
O DEFENSOR DATIVO É CONSIDERADO PARA 
EFEITOS PENAIS FUNCIONÁRIO PÚBLICO?
.
-quando for nomeado pelo juiz para patrocinar a
defesa de pessoa pobre, ou for “ad hoc”, sem
receber remuneração dos cofres públicos, não é
considerado funcionário público;
-porém, se houver convênio entre OAB e órgão
estatal, como por exemplo a defensoria pública, e
recebe remuneração, aí sim é equiparado a servidor
público.
.
• § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os
autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes
de cargos em comissão ou de função de direção ou
assessoramento de órgão da administração direta, sociedade
de economia mista, empresa pública ou fundação instituída
pelo poder público.
– Cargo em comissão ou função de direção ou
assessoramento: são aqueles de livre escolha, nomeação e
exoneração, de caráter provisório, destinando-se às
atribuições de direção, chefia e assessoramento, podendo
recair ou não em servidor efetivo do Estado.
.
• PECULATO
• Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
• Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
• § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público,
embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o
subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito
próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe
proporciona a qualidade de funcionário.
.
• Peculato culposo
• § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime
de outrem:
• Pena - detenção, de três meses a um ano.
• § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se
precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público (em regra, pois pode haver
participação de particular)
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo (caput e parágrafo
primeiro e culpa no parágrafo segundo – peculato culposo)
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
RESUMO DO ARTIGO 312:
-peculato apropriação: artigo 312, primeira parte
-peculato desvio: artigo 312, segunda parte
-peculato furto ou peculato subtração: parágrafo
primeiro
-peculato culposo: parágrafo segundo
-causa de extinção da punibilidade: parágrafo terceiro
primeira parte
-causa de diminuição da pena: paragrafo terceiro
segunda parte
.
SITUAÇÃO PROBLEMA 1
O PARTICULAR PODE RESPONDER POR CRIMES 
PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO?
.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
• § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser
diminuída de um sexto a um terço.
• § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, salvo quando elementares do crime.
elementares do crime: são os elementos típicos do crime, dados que
integram a definição da infração penal. São os fatores que integram a
definição básica de uma infração penal.
No tipo penal é tudo aquilo que se você retirar dele, ou o crime deixa
de existir ou passa ser outro crime.
.
RESPOSTA: dependendo do caso concreto as elementares do
crime se comunicam (artigo 30 CP):
-se o particular concorre de qualquer forma para a prática do
crime praticado por funcionário público (todos), responderá pelo
crime juntamente com o funcionário público em concurso de
agentes (artigo 29 C.P.), desde que tenha conhecimento da
qualidade de funcionário público do agente com o qual
participou do crime.
-porém, se o particular não tinha conhecimento da qualidade
de funcionário público do agente com o qual concorreu, não
responderá pelo crime funcional (particado por funcionário
público).
.
• EXEMPLO DE CRIME DE PECULATO:
-o funcionário público que apropria-se de bem de quem
tem a posse em razão de cargo ou função, e um particular
concorre na conduta do funcionário público, porém sem saber
da qualidade de funcionário público do agente.
-o funcionário público responderá por peculato
apropriação (artigo 312, caput, primeira parte);
-o particular responderá por apropriação indébita
(artigo 168 do CP).
SITUAÇÃO PROBLEMA 2
NA CONDIÇÃO DE DEPUTADO ESTADUAL, O SUJEITO 
INDICA PESSOA EM CARGO COMISSIONADO PARA SEU 
GABINETE, E EDMITE, PORÉM ESSA PESSOA PRESTAVA 
SERVIÇOS PARTICULARES AO DEPUTADO. PERGUNTA-
SE: O DEPUTADO RESPONDERÁ POR CRIME? EM CASO 
POSITIVO, QUAL O DELITO A SER TIPIFICADO?
.
RESPOSTA:
-responderá pelo crime de peculato na
modalidade peculato desvio (artigo 312, caput,
segunda parte).
SITUAÇÃO PROBLEMA 3
O SERVIDOR PÚBLICO SE UTILIZA ILEGALMENTE DE
PASSAGENS AÉREAS E DIÁRIAS EM HOTÉIS PAGAS
PELOS COFRES PÚBLICOS EM PROVEITO PRÓPRIO E DA
FAMÍLIA DURANTE SEIS MESES. ESSE SERVIDOR
RESPONDERÁ POR QUAL OU QUAIS DELITOS?
.
• RESPOSTA:
-responderápelo crime de peculato na modalidade
peculato desvio (artigo 312, caput, segunda parte), em
continuidade delitiva (artigo 71 CP) - (STJ, AP 477, j.
04/03/2009).
• Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
• Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e
do art. 75 deste Código
.
SITUAÇÃO PROBLEMA 4
UM FUNCINÁRIO PÚBLICO UTILIZA DE UM BEM 
MÓVEL (INFUNGÍVEL) EM SEU BENEFÍCIO, COMO POR 
EXEMPLO UM LAPTOP, OU UM VEÍCULO, PORÉM COM 
A INTENÇÃO DE DEVOLVER, SEM INTENÇÃO DE 
CONQUISTA DEFINITIVA DO BEM. PERGUNTA-SE: ESSE 
FUNCIONÁRIO RESPONDERÁ POR ALGUM CRIME?
.
• RESPOSTA:
-trata-se de peculato de uso:
-O funcionário não responderá por crime de
peculato, configurando mero ilícito administrativo.
-responderá por improbidade administrativa (lei
8429/92, artigo 9, inciso IV):
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1°
desta lei, e notadamente:
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou
material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores
públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;
.
SITUAÇÃO PROBLEMA 5 (XII OAB 2013)
Lucas, funcionário público do Tribunal de Justiça, e Laura, sua noiva,
estudante de direito, resolveram subtrair notebooks de última geração
adquiridos pela serventia onde Lucas exerce suas funções. Assim, para
conseguir seu intento, combinaram dividir a execução do delito. Lucas, em
determinado feriado municipal, valendo-se da facilidade que seu cargo lhe
proporcionava, identificou-se na recepção e disse ao segurança que precisava
ir até a serventia para buscar alguns pertences que havia esquecido. O
segurança, que já conhecia Lucas de vista, não desconfiou de nada e permitiu
o acesso. Ressalte-se que, além de ser serventuário, Lucas conhecia
detalhadamente o prédio público, razão pela qual se dirigiu rapidamente ao
local desejado, subtraindo todos os notebooks. Após, foi a uma janela e, dali,
os entregou a Laura, que os colocou no carro e saiu. Ao final, Lucas conseguiu
deixar o edifício sem que ninguém suspeitasse de nada. Todavia, cerca de
uma semana após, Laura e Lucas têm uma discussão e terminam o noivado.
Muito enraivecida, Laura procura a polícia e noticia os fatos, ocasião em que
devolve todos os notebooks subtraídos.
Com base nas informações do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
.
a) Laura e Lucas devem responder por crime de peculato-furto
praticado em concurso de agentes
b) Laura deve responder por furto qualificado e Lucas deve
responder por peculato-furto, dada à incomunicabilidade das
circunstâncias
c) Laura e Lucas serão beneficiados pela causa extintiva da
punibilidade, uma vez que houve a reparação do dano ao
erário anterior à denúncia.
d) Laura será beneficiada pelo instituto do arrependimento
eficaz, mas Lucas não poderá valer-se de tal benefício, pois a
restituição dons bens, por parte dele não foi voluntária.
.
RESPOSTA:
ALTERNATIVA (a)
Laura e Lucas devem responder por crime de
peculato-furto praticado em concurso de
agentes
.
• PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
• Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer
utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por
erro de outrem:
• Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
.
ANÁLISE DO TIPO:
QUALQUER UTILIDADE: significa qualquer outro bem móvel
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo qualificado –
funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• INSERÇÃO DE DADOS FALSOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO
• Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente
dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de
dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem
indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
.
ANÁLISE DO TIPO:
TIPO MISTO ALTERNATIVO
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo qualificado –
funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
SITUAÇÃO PROBLEMA (OAB 2010)
Fundação Pública Federal contrata o técnico de informática Abelardo Fonseca para
que opere o sistema informatizado destinado à elaboração da folha de pagamento de
seus funcionários. Abelardo, ao elaborar a referida folha de pagamento, altera as
informações sobre a remuneração dos funcionários da Fundação no sistema,
descontando a quantia de cinco reais de cada um deles. A seguir, insere o seu próprio
nome e sua própria conta bancária no sistema, atribuindo-se a condição de
funcionário da Fundação e destina à sua conta o total dos valores desviados dos
demais. Terminada a elaboração da folha, Abelardo remete as informações à seção de
pagamentos, a qual efetua os pagamentos de acordo com as informações lançadas no
sistema por ele. Considerando tal narrativa, é correto afirmar que Abelardo praticou
crime de:
a) estelionato;
b) Peculato;
c) Concussão
d) Inserção de dados falsos em sistema de informação
.
RESPOSTA:
ALTERNATIVA (d)
Inserção de dados falsos em sistema de
informação (artigo 313 – A C.P)
.
Modificação ou alteração não autorizada de sistema
de informações
• Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário,
sistema de informações ou programa de informática
sem autorização ou solicitação de autoridade
competente:
• Pena - detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e
multa.
• Parágrafo único. As penas são aumentadas de um
terço até a metade se da modificação ou alteração
resulta dano para a Administração Pública ou para o
administrado.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
SITUAÇÃO PROBLEMA
UM FUNCIONÁRIO PÚBLICO, SEM AUTORIZAÇÃO OU 
SEM SER SOLICITADO, MODIFICA O PROGRAMA DE 
INFORMÁTICA DA REPARTIÇÃO PÚBLICA. CONTUDO, 
ESSA MODIFICAÇÃO CAUSA MELHORIA NO 
PROGRAMA. PERGUNTA-SE: ELE RESPONDERÁ PELO 
CRIME PREVISTO NO ARTIGO 313 – B?
.
RESPOSTA:
SIM, ele cometerá o delito previsto no artigo
313- B, mesmo que cause melhoria no programa,
conforme entende doutrina e jurisprudência.
-fazendo-se a leitura do parágrafo único
podemos constatar causa de aumento de pena se
resultar dano. Interpretando-se portanto que o caput
constitui crime mesmo que não cause dano.
.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO
OU DOCUMENTO
• Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer
documento, de que tem a guarda em razão do cargo;
sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
• Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não
constitui crime mais grave.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITOPASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
– Consuma-se o crime meramente com a conduta,
independentemente de causar prejuízo à
administração pública.
– Na conduta omissiva de sonegar, não se admite
tentativa
.
SITUAÇÃO PROBLEMA (OAB 2016)
• Guilherme, funcionário público de determinada repartição pública do
Estado do Paraná, enquanto organizava os arquivos de sua
repartição, acabou, por desatenção, jogando ao lixo, juntamente
com materiais inúteis, um importante livro oficial, que veio a se
perder. Considerando apenas as informações narradas, é correto
afirmar que a conduta de Guilherme:
• A) Configura crime de prevaricação. 
• B) configura situação atípica. 
• C) configura crime de condescendência criminosa. 
• D) configura crime de extravio, sonegação ou inutilização de 
• livro ou documento. 
.
• RESPOSTA:
B) configura situação atípica
.
• EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU
RENDAS PÚBLICAS
• Artigo 315 Dar às verbas ou rendas públicas
aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
verba pública: é a dotação da quantia em
dinheiro para o pagamento das despesas do Estado
renda pública: é a quantia em dinheiro
arrecadada pelo Estado
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• INFORMAÇÕES RELEVANTES DO ARTIGO 315
-quando o artigo fala em lei, não se inclui
decretos, portarias, ou provimentos. Portanto, constitui
crime dar às verbas ou rendas públicas aplicação
diversa da estabelecida em lei.
.
-Possível confusão do artigo 315 com o artigo 312
(peculato) do CP:
(Jurisprudência STF, Inq. 3731, 2 T., rel. Gilmar
Mendes, j. 02.02.2016, v.u.)
-no crime de peculato desvio (artigo 312, caput
segunda parte), o agente visa o benefício próprio ou de terceiro
que não seja a administração pública.
-se o desvio da verba é em favor da própria
administração pública, mas com a finalidade diversa da
estabelecida em lei, configura o crime previsto no artigo 315 do
CP.
.
CONCUSSÃO (artigo 316 Caput)
EXCESSO DE EXAÇÃO (artigo 316 parágrafos
primeiro e segundo)
CONCUSSÃO
• Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
.
• ANÁLISE DO TIPO:
definição de concussão: liga-se ao verbo latino
“concutere”, sacudir fortemente. Empregava-se o termo
especialmente para alusão ao ato de sacudir com força uma
árvore para que dela caísse frutos.
“Semelhante ao que ocorre neste artigo 316 “caput” do C.P.,
onde o agente sacode o infeliz particular sobre quem recai a
ação delituosa para que caiam frutos, mas não no chão, mas em
seu bolso”. (NUCCI, 2017 p. 1431).
exigir: significa ordenar, impor uma obrigação. O
funcionário emite ameaças de represália, incutindo temor na
vítima, não necessitando ter emprego de violência.
.
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• EXEMPLOS DE CRIME DE CONCUSSÃO:
-Juiz, mesmo de férias exige dinheiro do réu para
absolvê-lo, ameaçando que se não pagar proferirá condenação
de pena privativa de liberdade e que poderá ensejar sua prisão.
-Médico contratado de hospital credenciado ao Sistema
Único de Saúde (SUS), que exige quantia para prestar
atendimento a pessoa acobertada pelo referido sistema. (STF, HC
97.710, j. 02/02/2010). OBS: competência da Justiça Estadual,
pois o ofendido é o particular e não a União - STJ).
-O agente público que se dispõe a não aprender
mercadoria descaminhada mediante o pagamento de vantagem
indevida, configura crime de concussão. (TRF, Terceira Região,
ACR 2006,61.21.000195-4-SP, 2 T., rel.. Nelton dos Santos,
23.03.2010, v.u.).
.
DIFERENÇA ENTRE CONCUSSÃO, CORRUPÇÃO PASSIVA E
EXTORÇÃO
Concussão: o agente exige vantagem indevida em razão 
de sua função pública. 
Corrupção passiva: o agente solicita, recebe ou aceita
promessa de vantagem indevida.
Extorsão: o agente exige vantagem indevida mediante
violência ou grave ameaça, mas não em razão da função pública
do agente. Não estaremos diante do crime de concussão, mas de
extorsão, previsto no art. 158 do CP. Saímos assim da seara dos
crimes praticados por funcionário público contra a
administração, pois o funcionário público não praticou em razão
de sua função pública, e vamos para os crimes contra o
patrimônio.
.
EXCESSO DE EXAÇÃO (artigo 316, parágrafos primeiro
e segundo)
• § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
• Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
• § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos
cofres públicos:
• Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
.
ANÁLISE DO TIPO:
definição de exação: substantivo feminino.
Arrecadação de tributos; cobrança rigorosa das rendas
públicas. Precisão, correção, retidão e pontualidade na
realização de um trabalho, tarefa, cargo ou ofício.
excesso de exação: é a cobrança rigorosa das
rendas públicas, além da quantia efetivamente devida.
(NUCCI, 2017, p. 1434).
meio vexatório ou gravoso: vexatório é o que
causa vergonha ou ultraje; gravoso é o meio opressor
ou oneroso.
.
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
OBSERVAÇÕES FINAIS:
-norma penal em branco: é necessário consultar os
meios de cobrança de tributo e contribuições, instituídos em lei
específica para apurar se está vendo excesso de exação.
-pena desproporcional: a doutrina defende que após a
modificação imposta pela lei 8.137/90 (crimes contra a ordem
tributária), a pena do crime de excesso de exação ficou
desproporcional e exagerada, ferindo o principio da
proporcionalidade das penas, reclamando uma correção, nas
palavras de Guilherme de Souza Nucci.
Par. 1 antes da lei: Pena - detenção, de seis meses a dois anos,
ou multa, de um conto a dez contos de réis.
Par. 1 depois da lei: Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.
.
SITUAÇÃO PROBLEMA
A COBRANÇA EXCESSIVA VEXATÓRIA OU 
GRAVOSA DE CUSTAS OU EMOLUMENTOS 
CONFIGURA CRIME DE EXCESSO DE EXAÇÃO?
.
• RESPOSTA:
-não configura, pois o tipo penal prevê a
figura de tributo ou contribuição social, e custas
e emolumentos não são tributos.
-no artigo 5º do Código Tributário Nacional
estão expressos os tributos.
.
• CORRUPÇÃO PASSIVA
• Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
• § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência
da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de
praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
• § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido
ou influência de outrem:
• Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
.
ESPÉCIES DE CORRUPÇÃO PASSIVA:
-corrupção passiva própria: o funcionário
solicita, recebe ou aceita promessa para praticar ato
ilegal ou para deixar depraticar ato legal. Ex. Escrivão
recebe dinheiro para retardar o processo.
-corrupção passiva imprópria: o funcionário
solicita, recebe ou aceita promessa para praticar ato
legal que iria regularmente praticar. Ex. Magistrado
recebe dinheiro para dar celeridade ao processo, o que
deve ser normalmente realizado.
.
-corrupção passiva antecedente: o funcionário
solicita, recebe ou aceita promessa antes de praticar ou
omitir o ato.
-corrupção passiva subsequente: o funcionário
se vende (solicita ou recebe vantagem indevida) e
recebe após ter praticado o ato ou se omitido a
praticar.
.
Corrupção passiva privilegiada 
• § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato
de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido
ou influência de outrem:
• Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
-cedendo a pedido ou influência de outrem: aqui o
agente não visa receber nenhuma vantagem, mas sim atender a
pedidos de amigos ou de pessoa influente.
.
Não se confunde corrupção passiva privilegiada
com prevaricação.
Na prevaricação o funcionário age para satisfazer
interesse ou sentimento próprio, sem que terceiro
participe do ato. Não há acordo de vontade.
Na corrupção passiva privilegiada existe um
acordo entre o funcionário e o particular
(bilateralidade), isto é, deve aparecer a figura do
corruptor.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: O Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
• Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a 
prática de contrabando ou descaminho (art. 334):
• Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. 
.
• DIFERENÇA ENTRE CONTRABANDO E DESCAMINHO
• No descaminho, o crime é relacionado ao não
pagamento do imposto devido, como podemos
observar: “Iludir, no todo ou em parte, o pagamento
de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída
ou pelo consumo demercadoria”.
• No contrabando a relação criminosa é com a
mercadoria, proibida no Brasil, ser importada ou
exportada, como observado no dispositivo:
“Importar ou exportar mercadoria proibida”.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
SITUAÇÃO PROBLEMA
DE QUEM É A COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR 
E JULGAR O CRIME DE FACILITAÇÃO DE 
CONTRABANDO OU DESCAMINHO PREVISTO NO 
ARTIGO 318 DO CÓDIGO PENAL?
.
• RESPOSTA:
JUSTIÇA FEDERAL, porque se trata de
crime conexo ao contrabando ou descaminho,
cujo interesse é da União.
.
PREVARICAÇÃO
• Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse
ou sentimento pessoal:
• Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
-esse crime é chamado pela doutrina de
autocorrupção própria, onde o funcionário se deixa
levar por vantagem indevida, violando deveres
funcionais.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado e secundariamente a entidade de
direito público ou a pessoa prejudicada
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• EXEMPLOS DE CRIMES DE PREVARICAÇÃO:
-funcionário que por não se dar bem com o
requerente de uma determinada certidão, cuja
expedição ficou a seu cargo, deixa de expedi-la no
prazo regular. (retardar)
-delegado, que devendo instaurar inquérito
policial, ao tomar conhecimento da prática de um
crime de ação pública incondicionada, não o faz porque
não quer trabalhar demais. (deixar de praticar)
.
SITUAÇÃO PROBLEMA (OAB 2013.1)
• Coriolano, objetivando proteger seu amigo Romualdo, não
obedeceu à requisição do Promotor de Justiça no sentido de
determinar a instauração de inquérito policial para apurar
eventual prática de conduta criminosa por parte de
Romualdo. Nesse caso, é correto afirmar que Coriolano
praticou crime de
• A)desobediência (Art. 330, do CP). 
• B)prevaricação (Art. 319, do CP). 
• C)corrupção passiva (Art. 317, do CP). 
• D)crime de advocacia administrativa (Art. 321, do CP)
.
• RESPOSTA:
Alternativa B, prevaricação
.
• Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou
agente público, de cumprir seu dever de vedar ao
preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou
similar, que permita a comunicação com outros
presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela Lei
nº 11.466, de 2007).
• Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado e secundariamente a sociedade
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa, porém há certa crítica na doutrina admitindo a
possibilidade culposa em caso de negligência pelo funcionário.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA
• Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de
responsabilizar subordinado que cometeu infração
no exercício do cargo ou, quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da
autoridade competente:
• Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
indulgência: mesmo que tolerância
.
• DEFINIÇÃO DE CONDESCENDÊNCIA: Disposição para ceder
aos sentimentos ou aos desejos de alguém; complacência,
Comportamento de quem acompanha, por medo ou por
fraqueza, os preceitos do dever, da honra, da honestidade.
• DEFINIÇÃO DE CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA: É crime
contra a Administração Pública, praticado por funcionário
público que, por clemência ou tolerância, deixa de tomar as
providências a fim de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo, ou deixa de levar o
fato ao conhecimento da autoridade competente, quando lhe
falte autoridade para punir o funcionário infrator.
.ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• ADVOCACIA ADMINISTRATIVA
• Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente,
interesse privado perante a administração pública,
valendo-se da qualidade de funcionário:
• Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
• Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
• Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
multa.
.
DEFINIÇÃO DE ADVOCACIA ADMINISTRATIVA: Trata-se da
utilização indevida das facilidades de cargo ou função, por
funcionário público no intuito de fazer prevalecer ou fazer
influir o seu peso funcional sobre a prática de atos
administrativos.
TERMO ADVOCACIA: não se trata de tipo penal voltado a
advogados. A expressão advocacia está no sentido de
promover a defesa ou patrocínio. Para o tipo penal de
advocacia administrativa, trata-se de exercício normal
patrocínio de causas em assuntos administrativos.
.
• FIGURA QUALIFICADA: 
• Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
• Pena - detenção, de três meses a um ano, além da
multa.
interesse ilegítimo: se o interesse for ilícito.
No caput seria qualquer interesse privado, de
natureza lícita.
No parágrafo único seria qualquer interesse
privado de natureza ilícita.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado e eventualmente em caráter
secundário a entidade de direito público ou a pessoa
prejudicada.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionáriopúblico)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA
• Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função
ou a pretexto de exercê-la:
• Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da
pena correspondente à violência.
.
• OCORRÊNCIA DE REVOGAÇÃO TÁCITA:
Entende a doutrina majoritária que o artigo 322
foi tacitamente revogado pela Lei n. 4.868/65, que
disciplinou os crimes de abuso de autoridade, não
havendo mais necessidade de aplicação deste artigo.
Porém o STF decidiu: “o artigo 322 do C.P., que
tipifica o crime de violência arbitrária, não foi revogado
pelo artigo 3, alínea “i” da Lei n. 4.898/95 (lei de abuso
de autoridades)” (HC 95.617, j. 25/11/2008).
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado e secundariamente a pessoa
prejudicada.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
ABANDONO DE FUNÇÃO
• Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos 
permitidos em lei:
• Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
• § 1º - Se do fato resulta prejuízo público: 
• Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
• § 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na 
faixa de fronteira: 
• Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
.
• Fora dos casos previstos em lei: seria quando o
funcionário deixa o cargo licitamente, quando por
exemplo ingressa com licença saúde ou férias
regulamentares.
• Figuras qualificadas:
– Se houver prejuízo (parágrafo primeiro)
– Local compreendido em faixa de fronteira
(parágrafo segundo)
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO 
OU PROLONGADO
• Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes
de satisfeitas as exigências legais, ou continuar a
exercê-la, sem autorização, depois de saber
oficialmente que foi exonerado, removido,
substituído ou suspenso:
• Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. 
.
• OBSERVAÇÕES RELEVANTES:
-norma penal em branco: as exigências legais
para que o funcionário público entre no cargo são
previstas em legislação específica que necessita ser
consultada para poder complementar o tipo em
questão.
-aposentado compulsoriamente: aos 70 anos de
idade o funcionário público deve afastar-se
imediatamente do cargo, ainda que não haja
formalizada sua aposentadoria ainda, sob pena de
responder pelo artigo 324 em questão.
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• VIOLAÇÃO DE SIGILO PROFISSIONAL
• Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e 
que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a 
revelação:
• Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o 
fato não constitui crime mais grave. 
• § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: 
• I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e 
empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de 
pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco 
de dados da Administração Pública; 
• II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 
• § 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração 
Pública ou a outrem: 
• Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 
.
ANÁLISE DO TIPO:
SUJEITO ATIVO: funcionário público
SUJEITO PASSIVO: o Estado e secundariamente a pessoa
prejudicada com a revelação do sigilo
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo, não há modalidade
culposa.
CLASSIFICAÇÃO: crime próprio (praticado por sujeito ativo
qualificado – funcionário público)
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
.
• VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA
• Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência
pública, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
• Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
-este artigo foi revogado pelo artigo 94 da Lei n.
8.666/93, por ser lei especial que trata do assunto:
• Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em
procedimento licitatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo
de devassá-lo:
• Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
..............................FIM..................................

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