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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da __ª Vara Cível do Juizado Especial do 
Estado de São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA, brasileiro, divorciado, residente na Rua 
Aimberé 736, Perdizes, São Paulo, SP, CEP 05018-011, portador de documento de 
identidade RG nº 11.781.563-9, inscrito no CPF/MF sob o nº 060.303.018-10, Professor 
da Universidade de São Paulo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, 
ajuizar a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS cumulada com 
OBRIGAÇÃO DE FAZER, em face de JANAÍNA CONCEIÇÃO PASCHOAL, brasileira, 
casada, advogada e professora da Faculdade de Direito da USP, portadora da cédula 
de identidade RG nº 24.130.055-1 SSP/SP, residente e domiciliada à Alameda Franca, 
nº 84, apto. 202, São Paulo/SP, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas. 
 
 
 
 
 
DOS FATOS 
 
 
No período de 11 a 15 de setembro de 2017 foi realizado concurso para professor 
titular do Departamento de Direito Penal, Criminologia e Medicina Forense da 
Universidade de São Paulo (Edital FD -24/2016 anexo). Participaram do concurso quatro 
candidatos (Alamiro Velludo Salvador Netto, Ana Elisa Liberatore Silva Bechara, 
Mariângela Gama de Magalhães Gomes e Janaína Paschoal), que foram devidamente 
avaliados por banca composta por cinco membros, quais sejam: Sérgio Salomão 
Shecaira, Renato Jorge de Mello Silveira, Cláudio Roberto Cintra Bezerra Brandão, 
Maria Auxiliadora Minahim e Vittorio Manes. 
 
 O resultado final das avaliações foi divulgado (Edital ATC – 29/2017 anexo), 
ficando Alamiro Velludo Salvador Netto em primeiro lugar, seguido por Ana Elisa 
Liberatore Silva Bechara. Além disso, Mariângela Gama de Magalhães foi aprovada, 
ficando em terceiro lugar no concurso, enquanto Janaína Paschoal reprovada, não 
atingindo a nota mínima exigida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pouco tempo após a divulgação do resultado, a candidata Janaína Paschoal 
passou a manifestar-se publicamente em suas redes sociais, acusando 
irresponsavelmente a banca do concurso de ter favorecido os candidatos aprovados, por 
uma alegada existência de relação íntima e pessoal do primeiro colocado com os 
avaliadores, o que teria lhe gerado um favorecimento de forma claramente desleal. 
 
 Acusou especialmente este manifestante, alegando a sua participação em um 
esquema de favorecimento do candidato aprovado, bem como afirmando sua conivência 
com plágio supostamente feito pelo candidato vencedor. 
 
A sequência integral das declarações publicadas pela requerida acompanha esta 
inicial, mas cabe mencionar desde já de que forma iniciaram as acusações tecidas 
contra este requerente: 
 
1 
 
1
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913721773597839360 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913721773597839360
 
 
2 
3 
4 
 
2
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913721999352098817 
3
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722153970880512 
4
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722427104010240 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913721999352098817
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722153970880512
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722427104010240
 
 
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7 
 
5
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722669085884416 
6
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722860513976320 
7
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723017120927746 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722669085884416
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913722860513976320
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723017120927746
 
 
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9
10
 
8
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723153276432384 
9
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723556705468416 
10
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723741041029120 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723153276432384
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723556705468416
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723741041029120
 
 
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13 
 
11
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723920968232960 
12
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724020440403969 
13
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724271888945152 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913723920968232960
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724020440403969
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724271888945152
 
 
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15 
16 
 
14
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724446208389120 
15
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913725474462937088 
16
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913725981067808769 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913724446208389120
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913725474462937088
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913725981067808769
 
 
- 17 
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17
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913726143651565568 
18
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913726421956202496 
19
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913726601485045760 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913726143651565568
 
 
20
 
20
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913727919675109378 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913727919675109378
 
 
21 
 
21
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913728209677635584 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913728209677635584
 
 
22 
 
 
Não sendo suficiente afirmar que este requerente aprovou tese sem ler ou foi 
conivente com plágio, em outubro do mesmo ano a requerida buscou entrevista 
concedida por este manifestante para um portal de notícias no ano de 2015, 
 
22
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913728399755145218 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/913728399755145218
 
 
compartilhou e passou a tecer uma série de críticas infundadas, com afirmações 
levianas e de evidente má-fé, distorcendo as palavras para prejudicar a imagem deste 
manifestante perante seus milhares de seguidores: 
 
 
 
1. 23 
 
23
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918065407868665856 
 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918065407868665856
 
 
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24
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918063286758924290 
 
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 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068301623947266 
 
26
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068454774755328 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918063286758924290
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068301623947266
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068454774755328
 
 
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27
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068724590137345 
 
28
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069073816309761 
 
29
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069424007143426 
 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918068724590137345
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069073816309761
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069424007143426
 
 
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30
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069789196718081 
 
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 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918070030054690816 
 
32https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918070676623413251 
 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918069789196718081
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918070030054690816
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918070676623413251
 
 
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34 
35 
Além de distorcer todas as ideias do manifestante para divulgar para seus 
seguidores nas redes sociais, afirmou que este manifestante é a favor de libertar 
 
33
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918071513852596230 
 
34
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918071897597861888 
 
35
 https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/919515650799882240 
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918071513852596230
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/918071897597861888
https://twitter.com/JanainaDoBrasil/status/919515650799882240
 
 
traficantes e, de forma claramente irônica, parabenizou os “professores que pensam, 
primeiro, no bem de seus alunos e não os estimulam a usar drogas e fazer aborto”, em 
ato de evidente má-fé. 
 
Importante observar, ainda, que todas as graves acusações feitas pela requerida, 
foram proferidas em sua conta na rede social Twitter (https://twitter.com/janainadobrasil) 
que conta com mais de 85 mil seguidores, o que evidencia que qualquer afirmação 
feita neste ambiente virtual tem seu alcance muito potencializado, em razão da 
quantidade enorme de pessoas que essas afirmações atingem: 
 
 
 
Esse potencial de divulgação de conteúdos implica também na potencialização 
das consequências decorrentes das acusações que profere em sua conta pública da 
rede social. Não é novidade a capacidade que a requerida tem de “viralizar” conteúdos, 
https://twitter.com/janainadobrasil
 
 
tendo suas manifestações replicadas em diversos ambientes, inclusive em outras redes 
sociais e, com isso, pautando até mesmo o conteúdo da grande mídia, cenário este que 
aumenta sobremaneira a responsabilidade da requerida por suas manifestações. 
 
Logo na sequência da publicação dessas acusações, este manifestante já 
começou a sentir a dimensão das consequências que isso traria para sua vida pessoal e 
acadêmica. Passou a ter que dar explicações para a imprensa, respondendo as 
acusações que começaram a correr nas redes sociais, de pessoas que o chamavam de 
“bandido, desonesto, corrupto, mentiroso”, e outras tantas ofensas graves, que podem 
ser melhor ilustradas com as reações de outros usuários da rede social às publicações 
feitas: 
 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36
 https://twitter.com/oofaka/status/913722426470670336 
 
https://twitter.com/oofaka/status/913722426470670336
 
 
 
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37
 https://twitter.com/oofaka/status/913729687653879809 
https://twitter.com/oofaka/status/913729687653879809
 
 
38 
 
 
 
38
 https://twitter.com/Paulox36/status/913950317611487232 
https://twitter.com/Paulox36/status/913950317611487232
 
 
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40 
 
 
 
39
 https://twitter.com/MARCOEVERS2/status/913730904819929089 
40
 https://twitter.com/ceciliabourdon/status/913727712300281856 
 
https://twitter.com/MARCOEVERS2/status/913730904819929089
https://twitter.com/ceciliabourdon/status/913727712300281856
 
 
41 
42 
 
 
41
 https://twitter.com/MaciMarcus/status/913729119992664065 
 
42
 https://twitter.com/Santiago_andart/status/913725641341702144 
https://twitter.com/MaciMarcus/status/913729119992664065
https://twitter.com/Santiago_andart/status/913725641341702144
 
 
43 
44 
 
 
 
43
 https://twitter.com/AlaridoSu/status/913719954280714240 
44
 https://twitter.com/galvao_valter/status/913745037653106689 
 
https://twitter.com/AlaridoSu/status/913719954280714240
https://twitter.com/galvao_valter/status/913745037653106689
 
 
45 
 
46 
 
45
 https://twitter.com/edmilson1/status/913717099683569664 
46
 https://twitter.com/JuniorGaruzzi/status/913717687779504128 
https://twitter.com/edmilson1/status/913717099683569664
https://twitter.com/JuniorGaruzzi/status/913717687779504128
 
 
47 
 
48 
 
 
 
47
 https://twitter.com/JacqueMaara/status/913736058692603904 
48
 https://twitter.com/leaaoun/status/913789633317699585 
 
https://twitter.com/JacqueMaara/status/913736058692603904
https://twitter.com/leaaoun/status/913789633317699585
 
 
 
49 
50 
Além disso, as acusações levianas feitas pela requerida repercutiram 
também em matérias divulgadas por diversas outras páginas, como a Revista 
 
49
 https://twitter.com/BernadeteVeras/status/913731800907829248 
50
 https://twitter.com/sofia_escolha/status/918127609812279301 
https://twitter.com/BernadeteVeras/status/913731800907829248
https://twitter.com/sofia_escolha/status/918127609812279301
 
 
Exame51, que divulgou também em sua página do Facebook,52 o Estadão53, a 
página do Facebook “Juntos Pelo Brasil”, e os jornais online Correio do Poder54, 
Correio Braziliense55 e Gazeta do Povo 56. 
 
 Cabe registrar também que esse potencial de divulgação se agrava a cada 
replicação das postagens da requerida, já que é exposta não apenas para os seguidores 
da requerida, mas também para seguidores daqueles que compartilham seu conteúdo. 
A página do Estadão, por exemplo, conta com quase 4 milhões de assinantes, 
como pode ser visto nas publicações trazidas com a inicial. 
 
 A divulgação desses conteúdos na imprensa e em suas páginas de redes sociais 
gerou uma série de outras reações odiosas contra este manifestante, colocando em 
descrédito todo seu esforço acadêmico, sua história, tirando credibilidade de seu nome 
cuja reputação foi construída com tanto trabalho e dedicação. 
 
Na matéria divulgada na página do Estadão, por exemplo, a requerida afirmou 
que sofre perseguição em seu departamento, afirmando ainda que o autor é o grande 
pivô de sua reprovação e da perseguição que sofre: 
 
 
51
https://exame.abril.com.br/brasil/janaina-paschoal-acusa-professor-da-usp-de-plagio/ 
52
https://www.facebook.com/Exame/posts/10155703288918953 
53
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,reprovada-autora-do-impeachment-ve-perseguicao-na-
usp,70002038198 
54
http://www.correiodopoder.com/2017/09/janaina-paschoal-sofre-ameacas-e-pede.html 
55
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2017/10/11/internas_polbraeco,632937/janaina-
paschoal-alega-perseguicao-na-usp-e-quer-anulacao-de-concurso.shtml 
56
http://www.gazetadopovo.com.br/justica/janaina-paschoal-acusa-banca-da-usp-de-fraude-
4m5biugb5pvv00tkhopeqf1pt 
https://exame.abril.com.br/brasil/janaina-paschoal-acusa-professor-da-usp-de-plagio/
https://www.facebook.com/Exame/posts/10155703288918953
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,reprovada-autora-do-impeachment-ve-perseguicao-na-usp,70002038198
http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,reprovada-autora-do-impeachment-ve-perseguicao-na-usp,70002038198
http://www.correiodopoder.com/2017/09/janaina-paschoal-sofre-ameacas-e-pede.html
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2017/10/11/internas_polbraeco,632937/janaina-paschoal-alega-perseguicao-na-usp-e-quer-anulacao-de-concurso.shtml
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/2017/10/11/internas_polbraeco,632937/janaina-paschoal-alega-perseguicao-na-usp-e-quer-anulacao-de-concurso.shtml
http://www.gazetadopovo.com.br/justica/janaina-paschoal-acusa-banca-da-usp-de-fraude-4m5biugb5pvv00tkhopeqf1pt
http://www.gazetadopovo.com.br/justica/janaina-paschoal-acusa-banca-da-usp-de-fraude-4m5biugb5pvv00tkhopeqf1ptMais além, Janaina disse que um dos pivôs dessa crise é seu chefe de 
departamento, Sergio Salomão Shecaira. Enquanto ela foi uma das autoras 
do impeachment, ele subscreveu manifesto de juristas a favor de Dilma. A 
professora disse que a perseguição de valores que sofre é porque é 
“contra a legalização das drogas, do aborto, da liberação de traficantes e 
da abertura das prisões” e porque trata de temas que não agradam aos 
docentes. A sua tese de titularidade era Direito Penal e Religião: as várias 
interfaces de dois temas que aparentam ser estanques. 
 
 Somente nesta matéria foram diversos os comentários no seguinte sentido: 
57 
 
58 
 
57
 https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903 
 
 
 
59 
60 
61 
 
62 
 
58
 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=2175461755802208&comme
nt_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D 
59
 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=2175481689133548&comme
nt_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D 
60
 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=2175562162458834&comme
nt_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D 
61
 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=1357414291030457&comme
nt_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R1%22%7D 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=2175461755802208&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=2175461755802208&comment_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D
 
 
 
 Assim, utilizando de todo esse potencial do funcionamento das redes sociais, 
bem como abusando da relevância que conquistou no ambiente virtual (relevância aqui 
colocada no sentido técnico da palavra neste ambiente, que considera a capacidade de 
conseguir um grande número de menções em curto espaço de tempo e com isso 
colocar os assuntos divulgados como tópico de relevância nas redes sociais), a 
requerida, inconformada com sua reprovação no mencionado concurso, decidiu proferir 
uma série de acusações infundadas para macular a honra e a imagem deste requerente. 
 
Vê-se, portanto, que a requerida, motivada unicamente por sentimento de 
revolta e vingança, criou narrativa para desacreditar todo o esforço do requerente 
na construção de sua carreira profissional, distorcendo suas manifestações e 
afirmando que este manifestante participou de um conluio criminoso para 
favorecimento de determinando candidato, ofendendo de forma inquestionável 
sua honra. 
 
Não se questiona aqui, por óbvio, a possibilidade de a requerida pleitear, pelas 
vias legítimas, a legalidade de qualquer fase do concurso, tanto nas vias administrativa 
quanto judicial, bem como questionar a formação das bancas ou até mesmo os atos do 
requerente enquanto Chefe do Departamento da faculdade. 
 
 
62
 
https://www.facebook.com/estadao/posts/2175428139138903?comment_id=1978622932377677&comme
nt_tracking=%7B%22tn%22%3A%22R9%22%7D 
 
 
O que não é aceitável é que seu inconformismo motive atos de escracho 
público de seus concorrentes e dos demais envolvidos no concurso, maculando a 
imagem e a honra de todos de forma deliberada e intencional. 
 
Cabível e necessária, diante do cenário exposto, a reparação por danos morais 
aqui pleiteada, como passa-se agora a demonstrar e fundamentar. 
 
DOS DANOS À HONRA E À IMAGEM 
 
 Os direitos da personalidade, disciplinados no Capítulo II, do Livro I, da Parte 
Geral do Código Civil, são definidos como o direito irrenunciável e intransmissível que 
todo e cada indivíduo possui de controlar o uso de seu corpo, nome, imagem ou 
quaisquer outros aspectos constitutivos de sua identidade. 
 
 A Constituição Federal, em seu artigo 5º, X, afirma categoricamente que “são 
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação”. 
 
 O requerente é acadêmico, professor da Universidade de São Paulo, chefe do 
Departamento de Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia. É fato sabido que o 
principal elemento formador do valor de um acadêmico é sua credibilidade, responsável 
pela confiança que constrói publicamente. Toda a trajetória, acadêmica e profissional, 
 
 
agrega experiência e valor à esta imagem, justamente por evidenciar o esforço e a 
honestidade de sua formação. 
 
 Assim, um ataque a essa honra, colocando dúvidas sobre sua credibilidade e 
honestidade acadêmica, é inegavelmente uma ofensa que gera mais do que o mero 
dissabor do ataque público. O poder de repercussão da mensagem e a gravidade das 
acusações geram inegável dano a essa imagem de profissional dedicado e acadêmico 
respeitado, afetando a credibilidade que honestamente construiu em anos de carreira. 
 
 O artigo 12 do Código Civil estabelece que, diante desse tipo de situação, pode-
se exigir que cesse a lesão ao direito da personalidade, bem como reclamar eventuais 
danos que se façam presentes. Além disso, o artigo 20 do mesmo diploma legal é 
absolutamente claro ao afirmar que a exposição e utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, sem prejuízo da indenização que couber, “se lhe atingirem a 
honra, a boa fama ou a respeitabilidade”. 
 
 Isto é exatamente o que se observa no caso em tela. 
 
 A ré, ao veicular acusações envolvendo o autor, vinculando-o a um fato 
desabonador e criminoso (anuência com plágio e fraude em concurso público), causou 
diversos danos aos direitos personalíssimos do autor, gerando, assim, o dever de 
indenizar, nos termos dos artigos 12 e 927 do Código Civil. 
 
 
 
 Conforme narrado anteriormente, a propagação das notícias e acusações feitas 
levianamente contra o autor atingiu milhões de pessoas que tiveram acesso não só ao 
perfil da ré em sua rede social, mas também às páginas que repercutiram o conteúdo, 
sendo certo que não há como não reconhecer o dano que fora causado à honra e 
imagem do autor. 
 
 Destaque-se que não só o autor foi colocado como um criminoso, responsável 
por fraude acadêmica e por anuir com plágio feito por outro candidato, como também 
seu cargo na Universidade de São Paulo poderia ser ameaçado diante das acusações 
feitas. 
 
 Não restam dúvidas, portanto, acerca dos danos que foram causados à imagem e 
honra do autor, ao qual fora atribuída, de forma absolutamente leviana – e sem 
nenhuma investigação ou movimentação para apuração dos fatos pelos meios legais – a 
prática de grave delito penal e de desonrosa postura acadêmica, devendo ele ser 
devidamente indenizado por este fato, diante do ato ilícito e danoso cometido pela ré. É 
este o entendimento dominante na jurisprudência pátria: 
 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. 
OFENSA A HONRA DE MAGISTRADO. COMPROVAÇÃO DO ATO 
ILÍCITO E NEXO DE CAUSALIDADE. DESNECESSÁRIO A 
COMPROVAÇÃO DO DANO MORAL. ARTS. 535 E 458 DO CPC. 
OFENSA. INEXISTENTE. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO 
COMPROVADO. 
- O Art. 535 do CPC não é maltratado, quando o acórdão decide com 
clareza, precisão e fundamentadamente as questões pertinentes. 
- Inexistindo defeito de fundamentação capaz de tornar nulo o julgado, 
inexiste ofensa ao Art. 458 do CPC. 
- A prova do dano moral resulta da simples comprovação do fato 
que acarretou a dor, o sofrimento, a lesão aos sentimentos íntimos. 
 
 
- Nega-se seguimento a recurso especial interposto pela alínea c, em 
que não se demonstra a divergência nos moldes exigidos pelo Art. 255 
do RISTJ.- Em recurso especial somente é possível revisar a indenização por 
danos morais quando o valor fixado nas instâncias locais for 
exageradamente alto, ou baixo, a ponto de maltratar o Art. 159 do 
Código Beviláqua. Fora desses casos, incide a Súmula 7, a impedir o 
conhecimento do recurso. 
- A indenização deve ter conteúdo didático, de modo a coibir 
reincidência do causador do dano sem enriquecer injustamente a 
vítima.
63
 
 
 
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL 
DECORRENTE DE USO INDEVIDO DA IMAGEM E DANO À IMAGEM 
POR FALSA IMPUTAÇÃO DE PRÁTICA DE CRIME. SENTENÇA DE 
PROCEDÊNCIA. ALEGAÇÃO DE EXERCÍCIO, DENTRO DOS LIMITES, 
DO DIREITO À INFORMAÇÃO QUE LHE É GARANTIDO 
CONSTITUCIONALMENTE. VEICULAÇÃO DE NOTÍCIAS DE 
INTERESSE PÚBLICO. AUSÊNCIA DE DOLO. O DEVER DE 
INDENIZAR DECORRE DE ATO ILÍCITO, QUE PODE DECORRER DE 
DOLO OU CULPA. DIREITO À IMAGEM. NÃO SE CONFIGURA USO 
INDEVIDO, QUE, POR SI SÓ, JUSTIFICA A REPARAÇÃO, POR SE 
TRATAR DE FATO OCORRIDO NA VIA PÚBLICA, MAS A 
VINCULAÇÃO DA IMAGEM À FALSA PRÁTICA DE CRIME 
CONFIGURA O DANO MORAL. CUMULAÇÃO DO DANO MORAL COM 
O DANO À IMAGEM. IMPOSSIBILIDADE. DANO À IMAGEM CONTIDO 
NO DANO MORAL. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE 
PROVIDO.
64
 
 
 
INDENIZAÇÃO DE DANO MORAL - ADVOGADO - IMPUTAÇÃO DE 
CRIMES AOS ORA APELANTES MANIFESTAÇÕES EM DEFESA DOS 
INTERESSES DE CLIENTES, QUE SÃO DEVEDORES DOS ORA 
APELANTES - PETIÇÕES APRESENTADAS EM JUÍZOS DE 
PRIMEIRA INSTÂNCIA E TAMBÉM NESTE TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE 
SÃO PAULO - CALÚNIA, ABUSO DE DIREITO E VIOLAÇÃO DE 
DEVERES PROCESSUAIS - IMUNIDADE PROFISSIONAL QUE NÃO 
PERMITE OFENSAS PESSOAIS - INTELIGÊNCIA DO ART. 7o, § 2o, 
DO ESTATUTO DA ADVOCACIA - ATOS ILÍCITOS - DEVER DE 
INDENIZAR - DANOS MORAIS - INDENIZAÇÃO ARBITRADA TENDO 
 
63
 STJ – Recurso Especial nº 968.019/PI – 3ª Turma – Rel. Min. Humberto Gomes de Barros – julgado em 
16.08.2007 – publicado em 17.09.2007 
64
 TJPA – Apelação Cível nº 0020647-80.2008.8.14.0301 – 1ª Câmara Cível Isolada – Relª. Desª. Gleide 
Pereira de Moura – julgado em 12.12.2011 – publicado em 10.01.2012 
http://www.jusbrasil.com/topico/10738781/artigo-7-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
 
 
EM VISTA OS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA 
PROPORCIONALIDADE, BEM COMO O VALOR DO CRÉDITO E O 
FATO DE O APELADO SER PROCURADOR DE JUSTIÇA 
APOSENTADO - RECURSO PROVIDO. 
INTERESSE EM RECORRER - SENTENÇA OMISSA QUANTO AO 
PLEITO DE CONDENAÇÃO POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - NÃO 
INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, MAS APENAS 
DE APELAÇÃO - FALTA DE LESIVIDADE INTELIGÊNCIA DA REGRA 
DO CAPUT DO ART. 499 DO CPC - RECURSO NÃO CONHECIDO.
65
 
 
 
 Em caso bastante recente, amplamente noticiado, foi prolatada sentença 
condenando pessoa que, como a ré, possui grande influência nos meios digitais, e 
utilizou dessa influência para atacar a imagem e a honra dos envolvidos em situação 
que a desagradou. Nos autos da Ação de Indenização por Dano Moral nº 1010309-
17.2015.8.26.0009, da 1ª Vara Cível do Foro Regional IX – Vila Prudente, da Comarca 
de São Paulo, o Juiz de Direito Dr. Jair de Souza decidiu que a ré – amplamente 
conhecida nas redes sociais – deveria ser condenada pelo dano causado, afirmando 
que: 
 
A partir do momento em que atingiu posição de destaque na mídia e nas 
plataformas digitais, tornou-se referência para um incontável número de 
pessoas de diversas idades, credos e condições sociais, de forma que, 
para o bem ou para o MAL, sua palavra, suas posições e o material que 
divulga acabam por ganhar uma força avassaladora onde quer que 
divulgados sejam. 
(…) 
Situação do parágrafo anterior que implica no necessário uso COM 
RESPONSABILIDADE do seu instrumento de trabalho (IMAGEM) a fim de evitar 
 
65
 TJSP – Apelação Cível nº 0124922-95.2009.8.26.0100 – 8ª Câmara de Direito Privado – Rel. Des. 
Theodureto Camargo – julgado em 16.03.2011 – publicado em 04.04.2011 
http://www.jusbrasil.com/topico/10684539/artigo-499-da-lei-n-5869-de-11-de-janeiro-de-1973
http://www.jusbrasil.com/legislacao/91735/c%C3%B3digo-processo-civil-lei-5869-73
 
 
que embates como o narrado neste processo ganhem vida. Extrai-se que o uso 
inconsequente destas vias para macular a honra e a imagem do requerente 
implicou em transtornos que em muito extrapolam a esfera do dissabor. 
(…) 
 
No caso, o magistrado identificou e apontou de forma precisa a capacidade de, 
com o uso de uma plataforma social com grande quantidade de acessos (como é o perfil 
da requerida), macular a imagem e criar imenso dano à honra e ao convívio do ofendido 
por conteúdo “viralizado”: 
 
 
É dizer, o conflito e o destilar de ofensas que até então era protagonizado 
APENAS pelo requerente e pela requerida ganhou uma série de 
coadjuvantes, todos contra o requerente e sabedores de apenas um lado 
da história (a versão unilateral e "viralizada" pela requerida pelos meios de 
comunicação, aos quais tem fácil acesso pela fama que conquistou). 
 
 
 Esse uso irresponsável dos meios de comunicação para ofender a honra do 
requerente configura inegável ofensa à honra e a imagem do requerente, cabendo a 
condenação em reparação material do dano, como restou reconhecido na sentença 
mencionada, fundamentada em outros julgados do e. TJ/SP: 
 
 
 
Frontalmente ofendido o comando do art. 5º, X da Constituição Federal, em 
detrimento do requerente, pela postura da requerida: X - são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o 
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
 
 
Em suma, acabaram diretamente maculados os direitos da personalidade do 
requerente por culpa da requerida, direitos estes intransmissíveis e 
irrenunciáveis e que vistos sob o ótica da integridade moral compreendem: "A 
integridade moral é garantida mediante o reconhecimento dos direitos à 
liberdade, à honra, ao recato, ao segredo e ao sigilo, à imagem e à identidade, 
de que tratam dispositivos constitucionais (art. 5º, V, X, XII, XIV, LVI, LX, LXXII) 
e legais...". (DUARTE, NESTOR, Código Civil Comentado - Doutrina e 
Jurisprudência, Coord. Ministro CEZAR PELUSO. 11ª Ed., Barueri, SP: Manole, 
2017, p. 30). 
 
Direitos que, dado seu caráter extrapatrimonial, perpétuo e absoluto, gozam de 
oponibilidade erga omnes, e como tal devem ser respeitados por tudo e por 
todos, tanto que o art. 12 do código civil legitima tal dever e autoriza a imposição 
de sanções pelo seu descumprimento: Art. 12. Pode-se exigir que cesse a 
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem 
prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
 
Sanção a se materializar pelo reconhecimento do dever de reparar 
moralmente, maneira mais do que idônea à compensação dos prejuízos 
narrados. Neste sentido desponta a jurisprudência do E. TJSP para casos 
símiles: 
 
"APELAÇÃO. AÇÃO INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
Divulgação de vídeo no site Youtube, que extrapolou os limites do direito 
constitucional de informação, assumindo contornos pessoais e atingindo a 
honra e a imagem da autora. Exclusão dos vídeos sob análise, que se 
impõe. DANO MORAL. Ocorrência. Quantum indenizatório. Valor que atenta à 
dupla finalidade da reparação. Responsabilidade pelo pagamento que deve ser 
 
 
fixada apenas ao ofensor, diante da impossibilidade de controle prévio do 
conteúdo disponibilizado pelos usuários. Sentença mantida. SUCUMBÊNCIA. 
Redimensionada. RECURSOS NÃO PROVIDOS". (TJSP. Apel. nº 1066847-
02.2016.8.26.0100. Des. Relatora: Rosangela Telles. 2ª Câmara de Direito 
Privado. D.J: 23/08/2017) 
E ainda: "RESPONSABILIDADE CIVIL - OBRIGAÇÃO DE FAZER C.C. 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Internet Autor que busca a retirada de 
vídeo ofensivo acerca de sua pessoa, veiculado pelo youtube (serviço 
disponibilizado pelaré) e publicado pelo corréu, intitulado 'O golpista do 
ano', além do recebimento de indenização por danos morais Decreto de 
parcial procedência Recurso interposto pelo Google Brasil, insurgindo-se 
quanto à condenação solidária ao pagamento da indenização reclamada 
Insurgência que comporta acolhida Tutela antecipada que foi cumprida pelo 
apelante e que se limita ao território nacional Limite territorial da decisão judicial 
(art. 16 do Novo CPC) torna descabida a argumentação de descumprimento da 
medida, fora do território nacional Remoção do conteúdo deve ser local e não 
global Precedentes Sentença reformada para excluir a condenação do Google 
Brasil Internet ao pagamento de indenização por danos morais Ato ilícito por ele 
não praticado, eis que provedor/hospedeiro do site de buscas (que não pode 
responder pelo teor de vídeo postado por terceiros, no caso, o corréu) 
Exigibilidade da multa (valor limitado por esta Turma Julgadora em sede de 
agravo de instrumento) Questão que não cabe discussão em grau de apelação, 
não havendo ainda execução, sequer provisória, nesse sentido - Recurso 
parcialmente provido". (TJSP. Apel. nº 1054138-03.2014.8.26.0100. Des. Relator: 
Salles Rossi. 8ª Câmara de Direito Privado. D.J: 05/04/2017) 
No mais: "INDENIZAÇÃO Dano moral Veiculação de vídeos contendo 
acusações aos autores - Utilização de termos pejorativos - Abusividade no 
exercício do direito à liberdade de manifestação do pensamento 
 
 
reconhecida - Evidente o intuito do réu de denegrir a honra e a imagem dos 
autores e inequívoca a ofensa causada Danos morais configurados - 
Indenização fixada em R$ 15.000,00 (quinze mil reais) que não comporta 
redução Sentença confirmada RECURSO NÃO PROVIDO". (TJSP. Apel. nº 
0196204-91.2012.8.26.0100. Des. Relator: Elcio Trujillo. 10ª Câmara de Direito 
Privado. D.J: 18/10/2016) 
 
 Ademais, como já mencionando anteriormente, a requerida possuía meios legais 
de questionar o concurso prestado e meios lícitos para buscar a apuração de eventual 
fraude ou a ocorrência de plágio no trabalho de quaisquer dos seus concorrentes. No 
entanto, optou por medida absolutamente desproporcional para “reparação” de sua 
insatisfação, que foi utilizar de seus meios de influência pública para desonrar a imagem 
do requerente, apenas um professor que compunha a banca do concurso. 
 
 Em proporção menos gravosa – já que se tratava de cidadão que não era 
conhecido publicamente e nem tinha em sua credibilidade intelectual um dos pilares 
fundamentais do exercício de sua atividade – foi isso também que aconteceu no caso da 
sentença aqui trazida: 
 
 
Basta atentar, como já enfatizado, que sua postura nas redes sociais foi 
diametralmente DESPROPORCIONAL à discussão travada com o requerente 
(principalmente quando mensuradas suas consequências). Tivesse esta última 
limitado sua insurgência à formulação de reclamação junto ao Departamento de 
Transportes Públicos (DTP), ao registro de Boletim de Ocorrência perante a 
polícia (para apuração de eventual ilícito pela AUTORIDADE COMPETENTE), 
ou ainda utilizado "as provas" que aduz ter produzido com vias a eventual 
 
 
promoção de discussão judicial, talvez outra fosse sua posição nos presentes 
autos. 
 
Todavia, ao revés, optou por utilizar o material que tinha para o exercício de 
verdadeira "autotutela", de inequívoca "vingança privada": salvo exceções 
previstas em lei, expressamente vedada pelo ordenamento jurídico pátrio e 
como tal digna de reprimenda. Assim, a requerida deverá indenizar o 
requerente pelos danos morais a ele impingidos. 
 
 
 Como já relatado, a página administrada pela ré tem um longo alcance, 
sendo seguida por mais de 85 mil pessoas somente no “Twitter”. Destas, milhares 
compartilharam as ilações da requerida, que chegaram a ser divulgadas por 
páginas que contam com, literalmente, milhões de seguidores. 
 
 Verifica-se, portanto, que o dano causado pela ré ao veicular levianamente 
acusações desonrosas contra o autor, atribuindo a ele a prática de crimes, concordância 
com plágio a participação de um esquema fraudulento para direcionamento de resultado 
de concurso, já foi concretizado, produzindo um abalo psíquico e a desconstrução 
pública de sua credibilidade burilada ao longo de anos. 
 
O E. Des. Oldemar Azevedo, em acórdão de sua relatoria proferido na Apelação 
Cível nº 0124267-69.2008.8.26.0000 (5ª Câmara de Direito Privado do TJ/SP), tratando 
da ação movida pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em face do também jornalista 
Diogo Mainardi e da Editora Abril afirmou que: 
 
 
 
 
 
“O exercício abusivo e irresponsável do direito, se causar danos, enseja o 
dever de indenizar. 
 
"In casu", a liberdade de manifestação do pensamento transbordou os 
limites nos quais poderia ser exercida. 
 
Um jornalista de renome, que manifesta suas idéias formadoras de 
opinião em um dos maiores veículos de comunicação impressos do País 
deve responder pelos prejuízos que eventualmente vier a causar nessa 
situação. 
 
[...] 
 
Em hipótese de lesão, cabe ao agente suportar as conseqüências do seu 
agir, desestimulando-se, com a atribuição de indenização, atos ilícitos 
tendentes a afetar os aspectos da personalidade humana”. 
 
 
 Desta feita, de rigor o reconhecimento dos danos causados à imagem e honra do 
autor pela ré, tendo as publicações mencionadas lhe causado inúmeros e irreparáveis 
danos, sendo imprescindível a retirada do conteúdo ofensivo, bem como a reparação 
monetária do dano causado. 
 
DO VALOR DA INDENIZAÇÃO 
 
 É fato que a dificuldade na reparação do dano extrapatrimonial consiste 
exatamente na inexistência de um bem quantificável a ser reparado. Trata-se, no 
presente caso, da reparação de um bem subjetivo, não monetizável. 
 
 
 
 Não é possível acreditar que uma indenização financeira seja capaz de 
reconstruir toda a credibilidade e idoneidade que fundou a carreira deste requerente, 
construída com dedicação e esforço, abalada em razão das irresponsáveis publicações 
da requerida. A indenização financeira assim, com este objetivo, surge como tentativa 
de amenizar o dano, vez que desfazê-lo é impossível. 
 
Busca-se, portanto, além da reparação / amenização dos danos o caráter 
punitivo-pedagógico da indenização, visando que a ré não torne a veicular 
inadvertidamente acusações levianas para macular a imagem de pessoas 
inocentes, sem qualquer validação dos fatos noticiados. 
 
 No julgamento do Recurso Especial nº 1.440.721, de relatoria da Ministra Maria 
Isabel Galotti, o Superior Tribunal de Justiça reafirmou alguns pontos pertinentes para a 
determinação do valor indenizatório em caso de publicação de falsas acusações, 
colocando em análise quem é o ofendido, o potencial de divulgação e disseminação das 
informações falsas e a gravidade do que foi falado. Decidiu-se, assim, que: 
 
 “Dessa forma, atentando-se às peculiaridades da causa e levando-se em 
consideração que o autor é figura pública e a gravidade da falsa acusação 
que lhe foi graciosa e dolosamente imputada, bem como a capacidade 
econômica dos ofensores, entendo que a majoração da condenação de cada 
recorrido para o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) 
mostra-se adequada para reparar os danos morais sofridos e resguardar 
os direitos da personalidade atingidos, de modo a cumprir também com a 
 
 
função punitiva e a preventiva, sem ensejar a configuração de 
enriquecimento ilícito." 
 
 No caso mencionado houve a publicação de livro que imputava ao autor da ação, 
figura pública cuja atuação profissional depende diretamente da credibilidade que 
constrói – exatamente como no presente caso – fatos ofensivos, que maculavam sua 
honra, extrapolando assim os limites de crítica pura à uma figura pública. 
 
 Do inteiro teor extrai-se que “em que pese o entendimento de que é natural 
uma maior exposição à opinião e à crítica dos cidadãos e daimprensa por parte 
das pessoas públicas e notórias, não há espaço para que essas liberdades de 
expressão e informação se desviem para inverdades e ofensas pessoais. O 
exercício da crítica, bem como do direito à liberdade de expressão, não pode ser 
usado como pretexto para prática de atos ofensivos à honra, como ocorreu no 
caso em apreço (...)”. 
 
 O acórdão mencionado restou assim ementado: 
 
RECURSOS ESPECIAIS. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PUBLICAÇÃO DE LIVRO. FALSO 
RELATO DE CUNHO RACISTA E EUGÊNICO ATRIBUÍDO A POLÍTICO. 
REPERCUSSÃO NACIONAL E INTERNACIONAL DA FALSA IMPUTAÇÃO. 
DANO MORAL REPARAÇÃO ESPECÍFICA. PRINCÍPIO DA REPARAÇÃO 
INTEGRAL DO DANO. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. 
NÃO RECEBIMENTO DA APELAÇÃO POR PREMATURIDADE. TRÂNSITO EM 
 
 
JULGADO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. VALOR RAZOÁVEL. REVISÃO. 
SÚMULA 7/ST 
1. Consoante se extrai do acórdão do Supremo Tribunal Federal na ADIn 
4.815/DF, a dispensa de autorização prévia dos envolvidos para a publicação de 
biografias implica a responsabilidade a posteriori por danos comprovadamente 
causados. Extrai-se do voto da relatora, a Ministra Cármen Lúcia, que "não há, 
no direito, espaço para a imunidade absoluta do agir no exercício de direitos 
com interferência danosa a direitos de outrem. Ação livre é ação responsável. 
Responde aquele que atua, ainda que sob o título de exercício de direito 
próprio." 2. A liberdade de expressão acarreta responsabilidade e não 
compreende a divulgação de falsidade e a prática de crimes contra a 
honra. A divulgação de episódio falso, como se verdadeiro fosse, além de 
ofender a honra do lesado, prejudica o interesse difuso do público 
consumidor de bens culturais, que busca o conhecimento e não a 
desinformação. 
3. Publicação de livro imputando falsamente a pessoa pública afirmações de 
cunho racista e eugênico. Ampla divulgação na mídia impressa, televisiva e 
virtual, tendo acarretado também processo criminal contra o autor perante o 
Supremo Tribunal Federal por crime de racismo e processo de cassação de 
mandato perante a Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar 
 4. Admite-se a revisão do valor fixado a título de condenação por danos morais 
em recurso especial quando ínfimo ou exagerado, ofendendo os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade. 
5. A indenização por danos morais possui tríplice função, a compensatória, 
para mitigar os danos sofridos pela vítima; a punitiva, para condenar o 
autor da prática do ato ilícito lesivo, e a preventiva, para dissuadir o 
cometimento de novos atos ilícitos. Ainda, o valor da indenização deverá 
 
 
ser fixado de forma compatível com a gravidade e a lesividade do ato ilícito 
e as circunstâncias pessoais dos envolvidos. 
6. Indenização no valor de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), a 
cargo de cada recorrido, que, no caso, mostra-se adequada para mitigar os 
danos morais sofridos, cumprindo também com a função punitiva e a preventiva, 
sem ensejar a configuração de enriquecimento ilícito. 
 7. O direito de resposta, de esclarecimento da verdade, retificação de 
informação falsa ou à retratação, com fundamento na Constituição e na Lei Civil, 
não foi afastado; ao contrário, foi expressamente ressalvado pelo acórdão do 
Supremo Tribunal Federal na ADPF 130. Trata-se da tutela específica, baseada 
no princípio da reparação integral, para que se preserve a finalidade e a 
efetividade do instituto da responsabilidade civil (Código Civil, arts. 927 e 944). 
8. Segundo o entendimento pacífico do STJ, ao juiz, como destinatário da prova, 
cabe indeferir as que entender impertinentes, sem que tal implique cerceamento 
de defesa. Incidência da Súmula 7/STJ. 
9. Tendo sido negado processamento ao recurso de apelação interposto pela 
Editora, por decisão transitada em julgado, não cabe apreciar sua 
inconformidade de mérito em grau de recurso especial. 
 10. A alteração dos valores dos honorários advocatícios fixados pelo Tribunal 
de origem, quando não irrisórios ou excessivos, exige o reexame de fatos e 
provas incabível no âmbito do recurso especial. Incidência da Súmula n° 7/STJ. 
11. Recurso especial de Ronaldo Ramos Caiado parcialmente conhecido e, na 
parte conhecida, provido. 
12. Recurso Especial de Fernando Gomes de Moraes conhecido em parte e, na 
parte conhecida, não provido. 
 13. Recurso especial de Editora Planeta do Brasil Ltda não conhecido. 
 
 
 
 Importante mencionar que os fatos falsos e ofensivos que foram publicados no 
caso trazido foram publicados em um livro, intitulado “Na toca dos Leões – A História da 
W/Brasil”, cuja tiragem foi de 70 mil exemplares. 66 Ou seja, mesmo que fossem 
vendidos todos os exemplares – o que não ocorreu, já que liminarmente houve 
recolhimento dos livros – e todos eles fossem efetivamente lidos, o alcance as 
acusações falsas seria de 70 mil leitores. 
 
 Para arbitrar o valor do dano observou-se ainda que, além dos potenciais 70 mil 
leitores, houve ampla divulgação na imprensa sobre a obra, o que aumentou o alcance 
das imputações ofensivas e, em consequência, a gravidade do fato ofensivo. 
 
 No presente caso, a requerida tem, somente na rede social onde publicou as 
acusações, mais de 85 mil seguidores, pessoas que efetivamente receberam este 
conteúdo e leram as acusações. Além disso, houve grande repercussão na imprensa, 
com manifestações da requerida sendo replicadas por grandes jornais em páginas que 
alcançam mais de 4 milhões de usuários. 
 
 Assim, é inegável que a forma como foram proferidas as acusações contra este 
autor é muito mais gravosa, vez que a internet e as redes sociais têm um potencial de 
superdimensionar a divulgação de conteúdos. 
 
 
66
 Segundo dados da Folha de S. Paulo, disponível em: 
http://waww1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0104200510.htm Acessado em Janeiro de 2018. 
http://waww1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0104200510.htm
 
 
 O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo tem atentando para esse potencial 
das redes sociais de ampliar a gravidade da ofensa. No julgamento da apelação nº 
4015572-23.2013.8.26.0114 foi mantida integralmente a sentença do juízo de origem 
que, diante de um caso de ofensas proferidas em perfis de redes sociais, adotou o 
seguinte entendimento: 
 
 A partir do momento em que uma pessoa usa sua página pessoal em rede 
social para divulgar mensagem inverídica ou para nela fazer constar ofensas a 
terceiros, como no caso em questão, por certo são devidos danos morais, 
sobretudo tendo em conta os desdobramentos das publicações - devendo ser 
encarado o uso desse meio de comunicação com mais seriedade e não com 
caráter informal, como tentou demonstrar o réu” 
“Neste passo, dada a especificidade do caso concreto, em cotejo com o fato 
ocorrido, que envolve personalidades publicamente conhecidas, bem como a 
repercussão que a publicização das ofensas toma no âmbito da internet e, 
ainda, o potencial econômico dos envolvidos na contenda judiciosa a fixação da 
verba indenizatória no importe de R$ 100.000,00, que deverá ser dividido entre 
os autores. 
Vale anotar que fixar o quantum em valor menor ao ora estabelecido seria até 
mesmo vilipendiar o direito à reparação da atingida personalidade dos 
ofendidos, sobretudo, como dito, por se tratarem de pessoas públicas, 
possuírem grande projeção social e patrimônio expressivo. 
 
 Em outro caso (Apelação nº 4002929-85.2013.8.26.0032), em que as ofensas 
proferidas não foram contra pessoa pública, o simples fato de terem sido veiculadas em 
 
 
rede social foi tido como suficiente para que o valor indenizatório fosse arbitrado no 
valor de 40 salários mínimos para cada um dos requeridos: 
A honra do autor foi claramente maculada e, pior, com o perdão da repetição, 
teve como pano de fundo uma rede social, veículoconhecido pelo seu alto 
e rápido poder de difusão. 
Houve dano à esfera moral do demandante. Sua honra e seu íntimo foram 
agredidos, ou seja, seu patrimônio espiritual. As expressões e o teor das 
postagens não foram insignificantes, não podendo ser considerados 
simples e momentâneo dissabores. Ademais, tiveram como foco principal 
assuntos extremamente delicados para qualquer pessoa, como sua 
conduta pessoal, sua carreira profissional, seu caráter e, principalmente, o 
seio familiar (prole).” 
 
“O valor apropriado é aquele que pune os réus e de certa forma satisfaz o autor. 
A indenização tem caráter de desestímulo. Ele deve ser moderado e equitativo. 
Nem de longe a condenação pode ser considerada captação de lucro. No caso, 
o valor que se mostra justo, punindo os réus e de certa forma satisfazendo o 
autor, de rigor fixar o dano moral no valor equivalente a 40 salários mínimos 
para o primeiro requerido; e outros 40 salários mínimos para a segunda 
requerida (...). 
 
 Assim, considerando a gravidade das acusações proferidas, o poder de 
disseminação das publicações da requerida, que tem rede social com grande alcance, a 
repercussão das publicações na grande imprensa, o fato de o autor ser pessoa pública, 
academicamente conhecida em todo o país, que tem em sua reputação parte 
fundamental de sua vida profissional, bem como o poder aquisitivo da requerida, que, 
 
 
além de professora da Universidade de São Paulo, é advogada nacionalmente 
conhecida, sendo constantemente contratada para grandes causas, bem como para 
eventos e palestras, entende o autor ser razoável a indenização no valor de R$ 
38.000,00 (trinta e oito mil reais). 
 
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
 O conteúdo ofensivo publicado segue disponível para qualquer usuário da 
internet – cadastrado ou não naquela rede e seguidor ou não do perfil da requerida. Por 
se tratar de conteúdo público, é facilmente encontrado por qualquer um que faça uma 
busca com o nome deste manifestante. 
 
 Se a veiculação das mensagens já causa inegável dano, esse se agrava se a 
cada busca que for feita com o nome do requerente sejam mostradas entre os 
resultados todas essas acusações infundadas. Enquanto os conteúdos ofensivos 
estiverem disponíveis online a perpetuação do dano é inevitável. 
 
 Para tutelar situações como esta, em que há evidente perigo de dano, o CPC 
prevê em seu artigo 300, §2º a possibilidade de deferimento liminar de tutela de 
urgência: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos 
que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
 
 
(...) 
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após 
justificação prévia. 
 A probabilidade do direito restou devidamente demonstrada em todos os tópicos 
precedentes, evidenciada pelo claro posicionamento jurisprudencial pacífico sobre o 
tema, bem como pela gravidade das acusações absolutamente infundadas feitas pela 
requerida. 
 
 Diante deste cenário, fica clara a necessidade da concessão da tutela provisória 
em caráter liminar para permitir um mínimo de preservação da imagem deste 
manifestante e impedir que o dano já causado se torne ainda mais gravoso. 
 
DA OBRIGAÇÃO DE FAZER 
 
 Ainda que não deferido o pedido de tutela provisória, é inegável que a retirada do 
conteúdo ofensivo que gerou o dano é essencial para a sua reparação. 
 
 No precedente trazido nesta inicial (STJ, Recurso Especial nº 1.440.721) foi 
determinado liminarmente – e mantido ao final - o recolhimento dos livros que traziam as 
ofensas discutidas, para que os danos tivessem menor alcance e fossem, assim, 
minimizados. 
 
 Neste mesmo sentido, a retirada dos conteúdos publicados é de extrema 
importância. Até mesmo porque aquilo que é publicado na internet tende a se perpetuar 
 
 
no tempo, sendo facilmente encontrado com uma simples busca, perpetuando também 
os danos que as ofensas e acusações mentirosas causaram. 
 
 Também, pela mesma razão, vez que as notícias e compartilhamentos que 
surgiram da publicação originária estão fora de qualquer controle possível, é essencial 
que a requerida seja compelida a publicar na mesma rede social retratação, nos 
mesmos moldes que as ofensas, esclarecendo que as acusações levianas 
anteriormente publicadas não são verdadeiras. 
 
 Somente assim é possível fazer chegar a informação verídica ao mesmo público 
que recebeu – e compartilhou – as ofensas publicadas pela requerida, permitindo assim 
que a honra e a imagem do requerente seja minimamente preservada – ou recuperada – 
diante daqueles que 
 
DOS PEDIDOS 
 
Ante todo o exposto, requer: 
 
a) Seja deferida liminarmente a tutela de urgência, para que seja 
previamente determinada, sem a oitiva da parte contrária, a retirada das publicações 
ofensivas da página pessoal da requerida, para que, em que pese seu conteúdo já 
tenha se espalhado por diversas outras páginas, seja possível minimizar o dano que 
ainda pode ser causado pelas acusações levianas que foram publicadas; 
 
 
 
b) Seja determinado à requerida a publicação de retratação em suas redes 
sociais, nos mesmos moldes em que publicou as ofensas, esclarecendo a todos os seus 
seguidores que as acusações feitas envolvendo o requerente são inverídicas; 
 
c) Sejam reconhecidos os danos à honra e imagem suportados pelo autor em 
decorrência das publicações feitas pela ré, para condená-la ao pagamento de 
indenização por danos morais a ser arbitrada por esse D. Juízo, em montante não 
inferior a R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais). 
 
d) Requer-se, ainda, que, decidido o caso por este juízo e havendo a 
interposição de recurso por qualquer das partes, seja a ré condenada a suportar os ônus 
sucumbenciais, com o pagamento das custas e despesas processuais, bem como dos 
honorários advocatícios fixados em 20% (vinte por cento) do valor da condenação, nos 
termos do artigo 55 da Lei nº 9099/95. 
 
Por oportuno, requer também a produção de todos os meios de prova admitidos 
em direito, em especial a juntada de novos documentos, a tomada de depoimentos 
pessoais e a oitiva de testemunhas. 
 
Por fim, requer o autor sejam todas as intimações e publicações veiculadas em 
nome de seus patronos, Fernando Gaspar Neisser, inscrito na OAB/SP sob nº 206.341 
e endereço eletrônico neisser@gmail.com e Paula Regina Bernardelli, inscrita na 
mailto:neisser@gmail.com
 
 
OAB/SP sob nº 380.645 e endereço eletrônico paula.regb@gmail.com, ambos com 
escritório situado na Capital do Estado de São Paulo, na Avenida Paulista, nº 2073, 
Horsa II, Conjunto Nacional, 19º andar, sob pena de nulidade. 
 
Dá-se à presente causa o valor de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais). 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
São Paulo, 22 de janeiro de 2018. 
 
 
 
FERNANDO GASPAR NEISSER 
OAB/SP 206.341 
PAULA BERNARDELLI 
OAB/SP 380.645 
 
mailto:paula.regb@gmail.com

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