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Por Daniele Queiroz TRIÂNGULOS DE BOWEN Bowen foi um estudioso, investigador e professor considerado um teórico inovador da terapia de família. Seu arcabouço teórico concentra-se em torno de duas forças vitais que se contrabalançam: aquelas que levam a pessoa à união com sua família e aquelas que a impulsionam para se libertar rumo à individuação. Bowen e sua equipe, a partir de estudos sobre a esquizofrenia, em 1954, observaram um apego simbiótico do paciente à sua mãe, ampliando essa hipótese para os demais membros da família. TRIÂNGULOS DE BOWEN O conceito de massa indiferenciada remete ao de fusão ou aglutinação, termo utilizado por Minuchin (1982) para se referir a um estilo transacional caracterizado por um “sentimento de pertencimento que requer uma máxima renúncia de autonomia” (p. 60). Segundo Nichols e Schwartz (1998), a diferenciação do self, pedra fundamental da teoria de Bowen, é ao mesmo tempo um conceito intrapsíquico e interpessoal. A escala de diferenciação do self ajuda a compreender o processo de amadurecimento do indivíduo, as respostas significativas, o funcionamento e as disfunções ocorridas nos processos relacionais. TRIÂNGULOS DE BOWEN A família é considerada uma unidade emocional. O sistema emocional responde de acordo com forças externas à família, incluindo a família ampliada, situações de trabalho e fatores sociais. “Para um indivíduo ou grupo em particular, as seqüências comportamentais e interacionais que refletem o sistema emocional possuem uma característica de repetição” (Papero, 1998, p. 74). TRIÂNGULOS DE BOWEN A escolha do parceiro no matrimônio está relacionada ao nível de diferenciação do eu. A pessoa tende a escolher o parceiro com nível de diferenciação semelhante ao seu. Os vários filhos podem ter níveis diversos de diferenciação, mas não muito distantes daqueles alcançados pelos pais. É importante a posição da pessoa na família de origem e nas relações futuras com o cônjuge (Bowen, 1991). A posição fraterna pode predizer algumas dificuldades conjugais. TRIÂNGULOS DE BOWEN O conceito de triangulação se refere a um sistema inter- relacional entre três pessoas, envolvendo sempre uma díade e um terceiro, que será convocado a participar quando o nível de desconforto e de ansiedade aumentar entre as duas pessoas. Uma delas, então, buscará uma terceira para aliviar a tensão. Os triângulos aparecem no processo emocional interacional que se estabelece no sistema familiar e transgeracional. Os triângulos, para Kerr e Bowen (1988), “são para sempre” (p. 135). Em situações de menor tensão, permanecem latentes, reaparecendo quando os conflitos recrudescem. Assim, os triângulos são susceptíveis à ansiedade, tornando-se mais ou menos ativos em situações de tensão. Nesse sentido, o processo de triangulação constitui um mecanismo de resposta que acontece nos processos relacionais ante situações estressantes. TRIÂNGULOS DE BOWEN Na família, observam-se vários triângulos que se formam e se desfazem de forma repetitiva. Os triângulos não são fixos nem estáticos, sofrendo deslocamentos, a depender do nível de ansiedade e da dinâmica interna da família. A teoria boweniana enfatiza que, para compreender a família, é necessário desvelar o que acontece nas gerações que a precederam e ampliar o olhar para a família extensa, elucidando vários nós que, no estudo estritamente da família nuclear, podem permanecer obscurecidos. TRIÂNGULOS DE BOWEN Na família, observam-se vários triângulos que se formam e se desfazem de forma repetitiva. Os triângulos não são fixos nem estáticos, sofrendo deslocamentos, a depender do nível de ansiedade e da dinâmica interna da família. A teoria boweniana enfatiza que, para compreender a família, é necessário desvelar o que acontece nas gerações que a precederam e ampliar o olhar para a família extensa, elucidando vários nós que, no estudo estritamente da família nuclear, podem permanecer obscurecidos. TRANSMISSÃO PSÍQUICA FAMILIAR A transmissão psíquica entre gerações. A transmissão considera que a identidade do indivíduo se estabelece a partir do legado familiar, que define de que modo ele irá se posicionar na família e como irá lidar com a sua história pré-existente. Desde o momento da concepção, o sujeito está marcado pelo olhar dos pais, pelos seus ideais e pelos mitos familiares que se inscrevem e estruturam o desenvolvimento dos filhos desde as primeiras vinculações. Desse modo, a família teria um papel fundamental como intermediária no processo de transmissão de valores, significados e percepções, realçando as possibilidades de transformação inerentes ao ato de transmitir, permitindo a construção da subjetivação (Magalhães & Féres-Carneiro, 2007). TRANSMISSÃO PSÍQUICA FAMILIAR Para Freud (1914/1973), essa transmissão seria de natureza filogenética e possibilitaria um sentido de continuidade na vida psíquica entre as gerações. A transmissão psíquica é um conceito que permeia a conjugalidade entre as gerações e contribui para compreendermos de que modo a conjugalidade dos pais pode influenciar vivências afetivas dos filhos e filhas. A partir da Psicanálise, o problema transgeracional tem sido definido como a transmissão do inconsciente, de suas formações e de seus processos.com a introdução da categoria do Negativo, do irrepresentável e do intransmissível. TRANSMISSÃO PSÍQUICA FAMILIAR Aquilo que se transmite são essencialmente configurações de objetos psíquicos, isto é, objetos munidos de seus vínculos com aqueles que precedem cada sujeito. Aquilo que se transmite e que constitui a pré-história do sujeito, não é apenas o que sustenta e garante, pelo positivo, as continuidades narcísicas e objetais, a manutenção dos vínculos intersubjetivos, as formas e os processos de conservação e complexidade da vida: ideais, mecanismos de defesa neuróticos, identificações, pensamentos de certezas. Um aspecto notável dessas configurações de objeto de transmissão é que elas são marcadas pelo negativo. A transmissão na Psicanálise é carregada pelo viés da negatividade, ou seja, os estudos destacam a polaridade negativa da transmissão, aquilo que é oculto, que deve ser escondido e não elaborado, ou seja, transmite-se preferencialmente o que “não” contém, o que “não retém, o que “não” se lembra (Kaës, 1998). TRANSMISSÃO PSÍQUICA FAMILIAR No entanto, pela leitura de Gomes (2006), transmitir-se-iam também aspectos positivos e adaptativos, como os que amparam e asseguram as continuidades narcísicas, a manutenção dos vínculos intersubjetivos, a tendência à conservação e à preservação das formas de vida, entre outros aspectos transformadores, criativos e de proteção do psiquismo. Pierre Benghozi (2010) é outro autor central na discussão acerca da transmissão psíquica entre gerações, em sua abordagem conhecida como psicanálise dos vínculos sociais. O autor também faz uso da distinção entre transmissão intergeracional e transmissão transgeracional. Na primeira modalidade, o patrimônio psíquico familiar seria recebido por uma geração, memorizado, historicizado,transformado, elaborado e transmitido à nova geração. Já na segunda modalidade, o material psíquico familiar seria transmitido em estado bruto, sem ter sido transformado ou metabolizado . PARENTALIDADE POR BELSKY A parentalidade refere-se ao conjunto de atividades propostas pelas figuras parentais ou substitutas que visam assegurar a sobrevivência e o desenvolvimento da criança, num ambiente seguro, com o objetivo de socializá-la e torná-la gradativamente mais autônoma (Hoghughi, 2004). Há onze dimensões da parentalidade que estão organizadas em Atividades parentais, Áreas funcionais e Pré-requisitos. Por meio de uma abordagem ecológica, Belsky e Jaffee (2006) destacaram três determinantes que podem influenciar as práticas parentais: as características individuais dos pais (personalidade e psicopatologia), as características da criança (temperamento) e os fatores do contexto social no qual a relação pais-criança está inserida (relações maritais, ocupação profissional parental, redes de suporte social). PARENTALIDADE POR BELSKY Esse modelo considera que as histórias desenvolvimentais dos pais, o seu relacionamento conjugal e a sua posição profissional influenciam as suas personalidades, que, por sua vez, afetam o processo de parentalidade e este, consequentemente, produz efeitos no desenvolvimento infantil. Do mesmo modo, o funcionamento psicológico parental, promovido em parte pela sua história desenvolvimental, influencia direta e indiretamente a relação conjugal, o funcionamento das redes sociais e as próprias experiências ocupacionais. E a nível social e contextual, a vizinhança e a comunidade também interferem na parentalidade (Belsky & Jaffee, 2006). Os autores destacam que os três determinantes não possuem o mesmo peso na eficácia da parentalidade. A personalidade parental é considerada o determinante crucial, pois ela afeta o modo como os pais geralmente se sentem (a propensão para ter humor positivo ou negativo), como pensam e os tipos de pensamento (atribuições aos comportamentos dos filhos) e a forma de agir (como por exemplo, o grau de expressividade, de ansiedade e insegurança expressos na relação com os filhos) (Beslky, 1984; Morse, 2010).
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