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EXEMPLO DE ARTIGO BIBLIOGRÁFICO

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7
TDAH NO ENSINO SUPERIOR:
A IMPORTÂNCIA DE METODOLOGIAS ALTERNATIVAS
Reginaldo Valle de Souza - FAEL 
Orientador: Profº MsC. Gilmar Dias - FAEL 
RESUMO
O presente artigo irá abordar a importância de metodologias alternativas no processo ensino-aprendizagem para alunos com TDAH da educação superior, sendo, o TDAH, um dos maiores desafios enfrentados no processo educacional, tornando-se uma barreira no processo ensino-aprendizagem, pois a atenção, que é o pilar de sustentação para o sucesso da aprendizagem, é o fator mais afetado pelo TDAH. Poucos autores e artigos científicos se propuseram a abordar sobre adultos com TDAH na educação superior, sendo um assunto escasso, porém, preocupante, pois é uma realidade em nosso dia-a-dia. A pesquisa girou em torno da problemática sobre a importância da utilização de metodologias alternativas por parte dos educadores no processo ensino-aprendizagem para alunos com TDAH no ensino superior, objetivando a maximização no processo educacional e o êxito na aprendizagem a fim de superarem os prejuízos causados pelo transtorno na evolução cognitiva. Para tanto, foi realizado pesquisa do tipo bibliográfica, tendo por base autores principais e secundários, além de obras científicas, legislação e outros documentos imprescindíveis para fundamentação do objeto de pesquisa, cujo teor das fontes se entrelaça em concordância e convergem na mesma direção de ideias e resultados em que as dificuldades impostas pelo TDAH ao aluno na educação superior só poderá ser amenizada, compensada e superada mediante estratégias pedagógicas e metodologias alternativas no processo ensino-aprendizagem.
Palavras-chave: TDAH. Educação Superior. Metodologias Alternativas. Processo Ensino-aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO
Essa pesquisa busca entender qual a importância das metodologias alternativas como estratégias pedagógicas no processo ensino-aprendizagem dos alunos com TDAH da educação superior, objetivando o êxito e o sucesso educacional do aluno.
A pesquisa bibliográfica possibilitou a compreensão de que algumas intervenções, estratégias e metodologias alternativas da educação superior, por parte dos educadores, contribuem positivamente e tem demonstrado resultados bastante promissores em relação ao desempenho acadêmicos dos alunos com TDAH, pois o processo de aprendizagem e o desenvolvimento alcançado pelo aluno da educação superior com TDAH dependem de forma significativa da atuação do professor nesse processo e do tipo de metodologia de ensino que irá utilizar com esse aluno.
Essa pesquisa se concentrou sobre a importância da utilização de metodologias alternativas pelo educador no processo ensino aprendizagem para os alunos com TDAH na educação superior.
O objetivo dessa pesquisa é promover a importância de um conhecimento mais amplo e técnico por parte dos professores que exercem a docência na educação superior sobre o TDAH em adultos, com o propósito de contribuir no processo ensino-aprendizagem dos alunos com TDAH.
Essa pesquisa se mostrou relevante devido à escassez de obras bibliográficas e publicações científicas que abordam sobre o TDAH na fase adulta ou na educação superior, pois esse transtorno que é comum ser percebido nas séries iniciais, na educação infantil, não é somente um fato restrito a infância, mas um transtorno levado por toda a vida do aluno, inclusive na educação superior.
2 LIDANDO COM O TDAH NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de origem genética, que se inicia na infância e, normalmente, acompanha a pessoa em sua vida adulta. Segundo o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (AMERICAN, 2014, p. 73): “O TDAH costuma persistir na vida adulta, resultando em prejuízo no funcionamento social, acadêmico e profissional.”
 Não são poucos os adultos que vivem com TDAH. Uma parcela significativa de adultos espalhados por todos os setores da sociedade, inclusive nas faculdades e universidades, vive com o referido transtorno. Segundo Barkley e Benton (2011, p.11): “Estima-se que de 4 a 5% de todos os adultos tem TDAH.” 
Este problema foi muito discutido nos últimos anos, muitos trabalhos científicos foram publicados sobre o TDAH, principalmente em crianças, mas, conforme vimos, os problemas continuam, também, na idade adulta, gerando prejuízos irreparáveis na vida e formação acadêmica do portador. Segundo Bonadio e Mori (2013, p.58): “O TDAH é explicado como fenômeno natural, genético, originado por disfunção na região frontal no cérebro, provocando comportamentos inadequados e inadaptados ao contexto escolar e aos demais espaços de convivência.”
 Diante de um olhar menos sensível e técnico de um educador, os sintomas de um adulto com TDAH podem passar despercebidos, principalmente em uma faculdade. Conhecido popularmente pelas abreviações TDA ou DDA, inclusive muito utilizado em obras que abordaram o assunto nas ultimas décadas, a nomenclatura médica atual e oficialmente reconhecida é TDAH. Segundo o Manual de diagnóstico e estatísticas dos transtornos mentais (AMERICAN, 2014, p.73): “O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.” 
 O professor universitário terá diante de si um aluno, aparentemente, igual a qualquer outro, porém, com muitas dificuldades de aprendizagem que precisará de uma atenção diferenciada, de um tempo diferenciado, de uma metodologia diferenciada. 
 O TDAH não é um problema somente nas séries iniciais da educação infantil, mas, também, um problema na educação superior, afetando jovens e adultos. Segundo Barkley e Benton (2011, p.11): “Agora sabemos por estudos mais minuciosos, que até dois terços das crianças que tem o TDAH ainda o terão quando crescerem.”
 Nem sempre é possível detectar o TDAH em alunos da educação superior, onde já estão na idade adulta, dificultando, assim, um direcionamento metodológico diferenciado e mais adequado ao aluno que necessita de uma atenção especial. Segundo Silva (2003, p.13): “Nos adultos essa hiperatividade costuma se apresentar de forma menos exuberante, o que acabou por fazer alguns autores no passado pensarem que tal alteração tendia a desaparecer com o término da adolescência.” 
 A dificuldade do educador em perceber o TDAH na fase adulta em alunos da educação superior é agravada diante do medo do preconceito e da discriminação, pois para muitos adultos, admitir o transtorno psiquiátrico é um grande tabu, levando muitos universitários a esconderem o transtorno e, consequentemente, por não conseguirem acompanhar o ritmo dos demais alunos não portadores do transtorno, pela ausência de uma metodologia adequada, específica e alternativa, abandonam os cursos superiores. Segundo Bonadio e Mori (2013, p.111): “Quem não consegue ter sucesso na escola é por causa da não aptidão, da falta de vocação ou acrescente a isso, de um problema orgânico, por exemplo, o TDAH, justificando a não aprendizagem, a reprovação e, muitas vezes, a evasão escolar.” 
 Portanto, o TDAH na educação superior torna-se uma barreira no processo ensino-aprendizagem, pois educadores consagram a ideia de que a atenção é o pilar de sustentação para a consolidação da memória e, consequentemente, para o sucesso da aprendizagem. Neste sentido, um dos maiores desafios enfrentado pelos professores ao longo do processo educacional é a ausência da atenção, concentração e memorização por parte dos alunos, características intrínsecas e pertinentes aos alunos com o TDAH. Segundo Silva (2003, p. 47): “A instabilidade de atenção é o sintoma mais importante e marcante na vida dessas pessoas.” 
 Fazem-se necessárias intervenções, estratégias e metodologias alternativas da educação superior, por parte dos professores universitários, a fim de contribuírem positivamente em relação ao desempenho acadêmico dos alunos com TDAH, pois o processo de aprendizagem e desenvolvimentoalcançado pelo aluno da educação superior com o TDAH depende de forma significativa da atuação do professor nesse processo e o tipo de metodologia de ensino que irá utilizar com esse aluno.
Segundo Bonadio e Mori (2013, p. 113):
Pensar que os alunos que apresentam problemas de atenção são responsáveis exclusivamente pelo próprio fracasso escolar é isentar a responsabilidade do professor, da prática pedagógica deste, da dinâmica escolar e, principalmente, das relações capitalistas que determina a quem e a que interesses a escola deve atender.
 Torna-se de fundamental importância uma modificarão no processo ensino-aprendizagem em relação aos alunos com TDAH na educação superior, partindo da inserção de metodologias alternativas que atraiam novamente a atenção dos alunos afetados pelo transtorno, pois é um direito do aluno com TDAH, também, na idade adulta, na educação superior, receber uma educação satisfatória, em um ambiente adequado, que lhe proporcione de forma igualitária as condições dispensadas aos alunos não portadores do transtorno. Tal garantia é amparada no Decreto nº 3.298 que em seu Art. 27 diz: “As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários, previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas, conforme as características da deficiência.” (BRASIL, 1999). 
 Dessa forma, a garantia de condições a uma educação igualitária no ensino superior, seja a instituição pública ou privada, será estendida a todos. Portadores de necessidades especiais (física ou não) tem o mesmo direito e as mesmas garantias de igual acesso aos cursos superiores de educação e perspectivas de aprendizagem por meio de metodologias e ambientes adequados as suas necessidades e limitações individuais.
3 TRANSPONDO AS BARREIRAS DO TDAH NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Quando o aluno com TDAH chega à idade adulta e ingressa na educação superior, traz consigo uma bagagem cheia de dificuldades, superações, tratamentos, etc., provenientes de uma vida inteira com o TDAH, exigindo, assim, do professor, uma estratégia metodológica diferenciada e alternativa em relação a esses alunos. Segundo Bonadio e Mori (2013, p.156): “Faz-se urgente oferecer aos alunos ambientes adequados, atividades direcionadas, expectativas geradoras de interesses, possibilidades de questionamento durante a aula e exercícios relacionados com os conteúdos trabalhados.”
Neste sentido, cada aluno com o transtorno deve ser analisado e assistido de forma individual, conforme as suas necessidades peculiares, proporcionando, assim, a possibilidade de um ensino igualitário em relação aos demais alunos não portadores do TDAH. 
No que se refere à educação inclusiva, a nossa Carta Magna estabelece no seu Art. 206 como princípio educacional a “III – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;” (BRASIL, 1988).
 Sendo assim, aos alunos portadores de necessidades especiais, o que inclui o TDAH, tem o direito a um direcionamento a estratégias didáticas e métodos de avaliação diferenciados, garantindo, assim, a igualdade de acesso e permanência no ambiente educacional. Segundo Silva (2003), enquanto o cérebro dos alunos com TDAH andam a 200 km/h, os demais, dos alunos não portadores do TDAH, mantêm-se nos permitidos 80 km/h.
 Uma educação igualitária na educação superior entre alunos portadores e não portadores do TDAH, torna-se um desafio no processo ensino-aprendizagem. Segundo Barkley e Benton (2011, p.49): “Ao tentar atingir objetivos ou realizar tarefas, o aluno com TDAH percebe não ser capaz, como as outras pessoas, de pensar em tantas maneiras de se fazer as coisas.”
 Certo é que o processo de aprendizagem e desenvolvimento alcançado pelo aluno da educação superior com TDAH depende de forma significativa da atuação do professor nesse processo, e o tipo de metodologia de ensino que irá utilizar com esse aluno. 
O próprio Conselho Nacional de Educação - CNE em sua Resolução nº 02 que trata das Diretrizes Nacionais para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais, define que haverá:
III – flexibilidade e adaptações curriculares que considerem o significado prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, em consonância com o projeto pedagógica da escola respeitada a frequência obrigatória. (BRASIL, 2001, Art. 8º)
 Faz-se necessário um conhecimento mais amplo e técnico por parte dos professores que exercem a docência na educação superior, sobre o TDAH, com o propósito de contribuir no processo de ensino-aprendizagem desses alunos que frequentam as faculdades e universidades do país, pois necessitam de uma atenção diferenciada, metodologias adequadas e uma postura mais paciente e compreensível por parte dos educadores. Segundo Mattos (2007, p. 75): “O sistema educacional tradicionalista penaliza quem tem TDAH, pois exige que os alunos sigam todas as regras, que mantenham a atenção por horas seguidas e que sejam avaliados por provas monótonas.” 
Quando o professor, por falta de sensibilidade, técnica ou metodologias alternativas, se recusa a contribuir no processo educacional do aluno com TDAH na educação superior, certamente, o aluno com limitações decorrentes do transtorno não conseguirá acompanhar o ritmo do curso e o abandonará. Segundo Carvalho (2000, p.148): “A educação inclusiva não é só uma questão de acesso, mas sim e, principalmente, de qualidade.”
 Inclusão e qualidade no ensino devem ser uma constante em todas as instituições de ensino superior do país, pois somente assim será possível compensar os alunos com TDAH pelas limitações impostas pelo transtorno, objetivando a igualdade educacional.
 Um exemplo de IES que tem zelado pela inclusão e qualidade no ensino e se adaptou para direcionar uma metodologia e um ambiente adequado aos alunos com TDAH, é a USP, Universidade de São Paulo.
 A USP expediu a Portaria nº 3304 criando uma comissão permanente com a missão de elaborar políticas internas para inserção das pessoas com deficiência no ambiente universitário:
I – definir a implantação de uma política de atenção às pessoas com deficiência no âmbito da USP; [...] III – propor o estabelecimento de medidas que assegurem aos portadores de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos; IV – propor o estabelecimento de medidas que assegurem a equiparação de oportunidades, para o ingresso na USP, de alunos e servidores com deficiência; (USP, 2001, Art. 2º)
 Criando, assim, o programa denominado USP Legal, onde, ao matricular-se na USP, o aluno que declara ser portador de alguma necessidade educacional especial, terá esta declaração direcionada ao setor gerenciador de recursos, que, por sua vez, de posse do quantitativo de alunos portadores de tais necessidades, redireciona recursos para a adequação do espaço físico que este estudante irá frequentar. Outra importante ação desenvolvida pelo programa USP Legal é a orientação a seus docentes sobre como lidar com as situações diversas envolvendo a vida acadêmica e fazer um acompanhamento individual do aluno de acordo a necessidade especifica de cada um. 
 A USP em sua Resolução 5.971 que trata da criação do programa USP Legal, estabelece: 
III – propor o estabelecimento de medidas que assegurem às pessoas com deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, arquitetônicos, atitudinais-gerais/inespecíficas, atitudinais – no contexto institucional e pedagógico; IV – propor o estabelecimento de medidas que assegurem a equiparação de oportunidades, para o ingresso na USP, de alunos e servidores com deficiência. (USP, 2011, Art. 3º)
 Consolidando, assim, o cumprimento das legislações educacionais inclusivas vigente no país e, possibilitando aos seus acadêmicos portadoresde necessidades especiais, inclusive TDAH, metodologias alternativas, estratégias de ensino e ambientes físicos adequados para maximizar o êxito no processo ensino-aprendizagem. O programa atua como uma abordagem sociotécnica para desmontar os processos excludentes dentro da universidade, removendo barreiras atitudinais, arquitetônicas, pedagógicas e de comunicação, colocando-se como um repositório das experiências de inclusão e ponto de referência para as unidades, órgãos e comunidades da USP. 
 Em resumo, muitas são as atitudes que podem ser tomadas em relação ao sucesso no processo educacional para alunos da educação superior com TDAH.
4 METODOLOGIA UTILIZADA NA PESQUISA
 O presente artigo utilizou-se de pesquisa do tipo bibliográfica, tendo por base três obras principais, sendo que duas destas obras possuem mais de um autor. São eles: Silva (2003), Barkley e Benton (2011) e Bonadio e Mori (2013).
 Os autores pesquisados apresentam ideias que se entrelaçam em concordância em que os alunos com TDAH, de qualquer faixa etária, necessitam de estratégias educacionais e metodologias alternativas, não convencionais, para terem êxito no processo de ensino-aprendizagem. 
 A base teórica deste trabalho está fundamentada em outras fontes de consulta, tais como: publicações científicas, legislação, documentos, etc., que abordam sobre a temática do TDAH e sobre o transtorno em adultos na educação superior. 
 Os autores secundários para esta pesquisa, porém, não menos importantes, foram: Carvalho (2000), Mattos (2003), além do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais - DSM-V (2014). Ainda foram realizadas pesquisas em Leis, Decretos, Portarias e Resoluções que tratam sobre a educação no Brasil, a educação superior e a educação superior inclusiva. Tais como: Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Decreto Federal nº 3.298/99 que trata da inclusão de alunos com necessidades especiais na educação superior, Resolução nº 02/2001 do CNE/CEB, órgão colegiado integrante do Ministério da Educação, que institui diretrizes nacionais para educação especial. Ainda, outras consultas se estenderam a pesquisas informais em sites idôneos, revistas e periódicos de grande circulação. 
 A escolha dos autores deu-se em razão da escassez de obras que abordam o TDAH em adultos ou na educação superior. O TDAH é muito abordado, porém, na infância, onde há disponibilidade de consultas em milhares de obras, trabalhos e artigos. No entanto, no tocante a temática TDAH em adultos ou na educação superior, se faz necessário um verdadeiro trabalho de garimpagem para encontrar algo pertinente e satisfatório. Os autores pesquisados neste trabalho abordam de maneira brilhante o objeto de pesquisa proposto neste artigo. Da mesma forma, as Leis mencionadas no referencial teórico deste projeto, são específicas e voltadas para a inclusão de alunos com o TDAH na educação superior.
 Para a elaboração deste projeto, foi fundamental fazer o fichamento das obras pesquisadas, sendo de grande valia para organização das ideias mais importantes sobre o tema proposto. Durante a leitura das obras, foram marcados os trechos mais relevantes, selecionando, assim, as principais ideias contidas nas obras. Para a complementação deste artigo, se fez, ainda, necessário, visitas ao site da USP (Universidade de São Paulo), para conhecer o programa denominado USP Legal, direcionado a alunos portadores de necessidades especiais que ingressam na educação superior. Sendo realizada pesquisa da Portaria nº 3304/2011 da USP que trata da criação de uma comissão permanente com o propósito de elaborar políticas internas para inserção de alunos com necessidades especiais no ambiente universitário. Por fim, ainda, foi pesquisado a Resolução nº 5.971/2011 da USP que trata da criação do estatuto do programa USP Legal. 
5 REFLEXÕES SOBRE AS LEITURAS REALIZADAS 
A escolha do objeto de pesquisa surgiu no decorrer do curso de pós-graduação em Metodologia do ensino superior e EAD, na disciplina Diversidade e inclusão educacional, onde foram apresentados vários transtornos que podem acometer alunos de todo as faixas etárias e de todos os níveis educacionais, entre eles, o TDAH, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O TDAH em adultos no ensino superior é tema escasso, de pouca abordagem e pouca prevalência em obras bibliográficas e artigos científicos publicados. Segundo Bonadio e Mori (2013, p. 34): “Os estudos sobre a prevalência do transtorno entre adultos são escassos no mundo e mais raros ainda no brasil.”
 A escassez de um assunto tão eminente é preocupante, ainda mais se tratando de adultos na educação superior, onde o TDAH se manifesta de maneira discreta e sutil, causando prejuízos irreparáveis na formação cognitiva e evolução intelectual do aluno. Segundo Silva (2003, p.12): “No adulto com o DDA, a impulsividade também trará sérias consequências, além daquelas já trazidas em sua bagagem infantil.”
 Diante da notoriedade do tema em apreço, foi dado início a referida pesquisa objetivando contribuir na divulgação do tema TDAH no ensino superior, coletando dados e informações com o proposito de fornecer subsídios no sentido de fomentar a importância de metodologias alternativas na maximização do processo ensino-aprendizagem. Segundo Barkley e Benton (2011, p.167): “O TDAH prejudica o desempenho acadêmico, conduz a problemas de comportamento na escola e reduz o número de anos de educação concluídos com sucesso.”
 Devido à escassez de informações e diante da notoriedade do tema proposto, foi dado inicio a coleta de dados nas mais variadas fontes de pesquisas disponíveis. Foram realizadas pesquisas bibliográficas de autores que se dedicaram a abordar, integralmente ou parcialmente, sobre o TDAH em adultos na educação superior. Sendo os seguintes autores: Bonadio e Mori (2013), Barkley e Benton (2011), Carvalho (2000), Mattos (2003) e Silva (2003). Abordagens conclusivas acerca da necessidade, para o êxito educacional, da utilização de metodologias alternativas no processo ensino-aprendizagem. 
Segundo Bonadio e Mori (2013, p.54): 
A elaboração de rotinas para a execução das tarefas escolares, as aulas de reforço, a reestruturação dos horários ou das atividades não acadêmicas e o aumento do tempo para concluir as atividades e as provas é importante para favorecer a aprendizagem dos alunos com TDAH.
 Para fomentar e subsidiar o objeto de pesquisa e tema proposto foi imprescindível consultar o Manual de diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais (2014), também chamado de DSM-V, é um manual médico elaborado pela associação americana de psiquiatria para definir diagnostico de transtornos mentais. Usado por médicos, psicólogos e terapeutas ocupacionais, é à base de diagnósticos de saúde mental mais utilizado no mundo. Segundo o DSM – V (AMERICAN, 2014, p.76): “O TDAH costuma persistir na vida adulta resultando em prejuízos no funcionamento social, acadêmico e profissional.”
 Corroborando com as ideias dos autores primários e secundários utilizados para referenciar e fundamentar esta pesquisa, o DSM – V (2014) confirma os prejuízos que o TDAH na idade adulta continua a causar na área da aprendizagem, sendo necessária uma intervenção externa para amenizar as perdas e desvantagens causadas pelo transtorno. Tal intervenção, dentro de uma sala de aula, pode ser compreendida como alguma metodologia alternativa ou estratégia de ensino utilizada pelo professor. Segundo Silva (2003, p.60): “Neste território tão empírico uma coisa é certa, o funcionamento cerebral do portador do DDA favorece o exercício da atividade humana mais transcendente que existe: a criatividade”.
 As legislações utilizadas nesta pesquisa são as que tratam de forma específica acerca do acesso, permanência, igualdade e metodologias adequadas no processo ensino-aprendizagem ao aluno com necessidade especial que ingressana educação superior. A Resolução nº 02/2001 do Conselho Nacional de Educação que trata das Diretrizes Nacionais para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais; O Decreto Federal nº 3.298/1999 que trata sobre a política nacional para integração da pessoa portadora de deficiência; A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
No que se refere à educação inclusiva, a nossa Carta Magna estabelece no seu Art. 206 como princípio educacional a “III – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;” (BRASIL, 1988).
As legislações citadas, de forma explícita ou implícita, conduzem ao mesmo entendimento dos autores utilizados nesta pesquisa, bem como das informações extraídas do DSM –V (2014), de que a igualdade de condições, acesso e permanência dos alunos com TDAH na educação superior, devido aos prejuízos causados pelo transtorno, só será possível mediante a adoção de metodologias adequadas, não convencionais e alternativas no processo ensino-aprendizagem.
 Por fim, foi imprescindível coletar dados acerca de alguma IES como um exemplo concreto de sucesso da aplicação de metodologias alternativas no processo ensino-aprendizagem para alunos com TDAH da educação superior, para, então, confrontar e confirmar as informações do conjunto das fontes de pesquisa utilizadas neste trabalho. 
 A IES pesquisada que fomenta e subsidia, na prática, as informações do conjunto das fontes de pesquisa que compõe o referencial teórico deste artigo, é a USP, Universidade de São Paulo, um exemplo concreto e prático de inclusão, acesso, permanência, igualdade e metodologias adequadas no processo ensino-aprendizagem ao aluno com necessidade especial que ingressa na educação superior. A USP expediu a Portaria nº 3304/2001 criando uma comissão permanente com a missão de elaborar políticas internas para inserção das pessoas com deficiência no ambiente universitário. Posteriormente, em sua Resolução 5.971/ 2011, a USP criou o programa USP Legal. 
 Consolidando, assim, o cumprimento das legislações educacionais inclusivas vigentes no país e possibilitando aos seus acadêmicos portadores de necessidades especiais, inclusive TDAH, metodologias alternativas, estratégias de ensino e ambientes físicos adequados para maximizar o êxito no processo ensino-aprendizagem.
 Em síntese, o resultado dos dados coletados por meio das obras autorais e científicas, legislações e IES pesquisadas convergem na mesma direção de ideias e propostas em que as dificuldades impostas pelo TDAH ao aluno na educação superior só poderá ser amenizada, compensada e superada mediante estratégias pedagógicas e metodologias alternativas no processo ensino-aprendizagem. Daí a importância de metodologias alternativas no processo ensino aprendizagem aos alunos com TDAH no ensino superior.
6 PROPOSTAS PARA SUPERAÇÃO DOS PROBLEMAS EDUCACIONAIS DOS ALUNOS COM TDAH NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Torna-se fundamental a importância da modificarão do processo ensino-aprendizagem em relação aos alunos com TDAH na educação superior. Partindo da inserção de metodologias alternativas que atraiam novamente a atenção dos alunos por meio dos estímulos, pois o processo de aprendizagem e desenvolvimento alcançado pelo aluno na idade adulta depende de forma significativa da atuação do professor nesse processo e o tipo de metodologia de ensino que irá estimular o aluno. Segundo Bonadio e Mori (2013, p. 43): “Em ambientes e atividades pouco estimulantes, a frequência de sintomas aumenta.”
Metodologias alternativas estimulantes, que anima e incita a realização do fazer, são fundamentais no processo de absorção do conhecimento dos alunos com TDAH da educação superior. Segundo Silva (2003, p.48): “A maior parte dos indivíduos com déficit de atenção tem fascínio em buscar novos e fortes estímulos.” 
Uma metodologia estimulante é aquela capaz de ajudar o aluno a não perder o foco e a atenção no dia-a-dia em sala de aula. Segundo Barkley e Benton (2011), o aluno com TDAH é facilmente distraído por pensamentos irrelevantes quando deveria se concentrar em alguma coisa.
 Uma metodologia eficaz no processo ensino-aprendizagem para alunos com TDAH, capaz de estimular o aluno e ajuda-lo a concentrar-se, é a modificarão ou adaptação da sala de aula. Segundo Bonadio e Mori (2013, p.134): “Eliminar o barulho excessivo ou reduzindo os sons e criar condições adequadas de trabalho, como um ambiente bem iluminado, arejado e silencioso, são fatores que favorecem a concentração e a execução da tarefa.”
Toda metodologia capaz de estimular a atenção do aluno com TDAH proporcionará êxito no processo ensino-aprendizagem. Segundo barkley e Benton (2011), atitudes simples como: decompor as tarefas ou objetivos de longo prazo em unidades ou cotas de trabalhos, permitir que o aluno grave ou registre as aulas são altamente estimulantes para a aprendizagem do adulto com TDAH. 
Metodologias alternativas estimulantes e adequação das salas de aula aliados a uma atenção diferenciada e uma postura mais paciente e compreensível por parte dos educadores, proporcionarão a maximização no processo ensino-aprendizagem aos alunos com TDAH na educação superior. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O TDAH, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tornou-se uma barreira no processo ensino-aprendizagem, pois a atenção que é o pilar de sustentação para o sucesso da aprendizagem é o fator mais afetado pelo TDAH, sendo um dos principais motivos do abandono dos estudos por aqueles alunos em idade adulta e consequente não conclusão do curso superior.
Por falta de sensibilidade ou conhecimento técnico, o professor pode deixar de contribuir no processo educacional do aluno com TDAH na educação superior, ocasião em que o aluno com as suas limitações decorrentes do transtorno não conseguirá acompanhar o ritmo dos demais colegas de classe, levando-o a desmotivação e a provável desistência. 
As medidas necessárias a serem observadas e cumpridas por determinação da legislação brasileira, em relação ao acesso, educação e permanência dos alunos com necessidades especiais na educação superior são louváveis, porém, para a devida concretização se faz necessária uma ação mais proativa dos atores que compõem o cenário educacional.
Com essa pesquisa podemos concluir que por maiores que tenham sido os prejuízos causados pelo TDAH na evolução cognitiva de um aluno da educação superior, poderá, ainda, haver uma compensação intelectual significativa através da utilização de metodologias alternativas e eficazes de uma ministração objetiva do conhecimento pelo processo ensino-aprendizagem, onde os educadores, protagonistas da condução do conhecimento, poderão, com sensibilidade, transpor a barreira do TDAH e possibilitar a igualdade de conhecimento entre os seus educandos.
REFERÊNCIAS
AMERICAN Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014.
BARKLEY, Russel A; BENTON, Christine M. Vencendo o TDAH adulto. Porto Alegre: Artmed, 2011. 
BONADIO, Rosana Aparecida A; MORI, Nerli Nonato R. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: diagnostico e prática pedagógica. Maringá: Eduem, 2013.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm> Acesso em: 01 mar. 2018.
BRASIL. Decreto Nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3298.htm> Acessado em: 28 fev. 2018.
BRASIL. MEC. CNE/CEB. Resolução nº 02, de 11 de setembro de 2001 – Institui diretrizes nacionais para a educação especial. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/cebo201.pdf> Acessado em: 17 mar. 2018.
CARVALHO, Rosita Edles. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva.Porto Alegre: Artmed, 2000.
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� Aluno do curso de pós-graduação em metodologia do ensino superior e EAD – Teólogo pelo Centro Universitário Claretiano e funcionário público do Governo do Estado de Rondônia. E-mail: reginaldo.valle@hotmail.com.
� Administrador, Matemático, Tecnólogo em Processos Gerenciais, Pedagogo pela UFPR, Mestre em Educação pela UTP, Especialista em Educação a Distância, Especialista em Adm. Financeira e Informatização e professor da pós-Graduação da FAEL. E-mail: gilmar.dias@fael.edu.br.

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