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Angela Nieckele – PUC-Rio 1 ESCOAMENTO EXTERNO • Analisando escoamentos externos, observa-se gradientes acentuados de velocidade, somente em uma região muito próxima as superfícies sólidas. Esta região é chamada de região da camada limite. Fora dessa região, pode-se aplicar a equação de Euler. Camada Limite U laminar transição turbulento x y xc L = espessura da camada limite, região próxima à superfície sólida, onde a velocidade varia de zero a 0,99 U Angela Nieckele – PUC-Rio 2 Como o regime de escoamento varia ao longo da superfície. define-se então número de Reynolds local: Camada Limite U laminar transição turbulento x y xc L O número de Reynolds reinante na coordenada onde ocorre a transição de regime laminar para turbulento é chamado de número de Reynolds crítico: Se Rex Rec regime laminar Se Rex > Rec regime turbulento Como já visto, em geral, considera-se o número de Reynolds crítico como Rec = 5 x 10 5 xU xRe cxU cRe Angela Nieckele – PUC-Rio EQUAÇÕES DA CAMADA LIMITE Em 1904, Prandtl simplificou as equações de Navier-Stokes, através de uma análise de ordem de grandeza, derivando as equações da camada limite Hipóteses: 1. Fluido Newtoniano 2. Propriedades constantes e constantes 3. Regime laminar 4. Regime permanente / t=0 5. Bi-dimensional w=0 ; / z=0 6. < < L 4 Vamos fazer uma análise de ordem de grandeza. Sabemos que a ordem de grandeza de: u é U ; ● x é L ; ● y é Continuidade: 0Vcte 0 z w y v x u zeroV L U U L V logo v <<< u Angela Nieckele – PUC-Rio 5 Quantidade de movimento linear direção x zero z u U y u L U x u zero x )5(zero z u U L U y u L U U x u )4(zero t u 2 2 2 2 2 2 2 2 x p gwvu Analisando a equação acima, pode-se concluir que 2 2 2 2 yx 0 x2 2 Eq. (I) Variação da espessura ao longo da superfície como esperado: x0,5 2 U x U U U x concorda com comportamento observado xUx xRe 1 x 2 U x U U U x concorda com comportamento observado xUx xRe 1 x Angela Nieckele – PUC-Rio 6 direção y (II) zero z v L/U y v L L/U x v zero z v L/U L U y v L U L U x v zero t v 2 2 2 2 2 2 2 2 y p g wvu Analisando a equação acima, pode-se concluir novamente que 0 xyx 2 2 2 2 2 2 Angela Nieckele – PUC-Rio 7 Observa-se também que os termos convectivos e viscosos da equação (II) são muito menores do que estes termos da equação (I), isto é eq (II) L eq(I) isto é eq v < < eq. u logo maxyondeCygpg y p A pressão só varia devido ao peso da coluna de fluido, pode-se então introduzir a seguinte aproximação zero y p Esta conclusão é muito conveniente, pois se a pressão não varia com y, então para uma determinada coordenada x, a pressão dentro da camada limite é igual a pressão fora da camada limite Angela Nieckele – PUC-Rio 8 Px Px+dx U Px Px+dx Camada limite Fora da camada limite, 0 CL fora CL dentro x p x p Fora da camada limite, a equação de Bernoulli (para fluidos não viscosos) é válida cte 2 U p 2 logo xd Ud U x p Esta conclusão é muito conveniente, pois se a pressão não varia com y, então para uma determinada coordenada x, a pressão dentro da camada limite é igual a pressão fora da camada limite zero y p Angela Nieckele – PUC-Rio Equações da Camada Limite 9 0 y v x u 2 2 y u y u x u x p1 vu xd Ud U x p1 Angela Nieckele – PUC-Rio 10 A solução das equações da camada limite pode ser obtida através da integração das equações de conservação na região da camada limite. Pode-se utilizar Um procedimento rigoroso associado a um método numérico. Solução “exata” de Blasius Uma análise aproximada, onde as equações de conservação são integradas na região da camada limite. Apesar da grande simplificação obtida, ainda temos algumas dificuldades para resolver esta equação. Observa-se que o perfil de velocidade é similar, isto é, o perfil de velocidade adimensional é o mesmo em qualquer coordenada x. y função U u x x Re y x x y Re U x y 21/ Vimos que Filmes/Filme_camadaLimite/PerfilCamadaLimite.mov Filmes/Filme_camadaLimite/PerfilCamadaLimite.mov Angela Nieckele – PUC-Rio 11 A solução “exata” para uma placa plana obtida por Blasius em 1908. Equações da Camada Limite para Placa Plana (Solução de Blasius) 0 xd Ud U x p u x v y 0 ; 2 2 y u y u x u vu Condições de contorno: 1. x = 0 u = U 2. y = 0 u = v = 0 3. y u = U (y = u = 0,99 U) u u x U=cte y 0 1 xd Ud U x p Equações da Camada Limite para Placa Plana (Solução de Blasius) 0 xd Ud U x p u x v y 0 ; 2 2 y u y u x u vu Condições de contorno: 1. x = 0 u = U 2. y = 0 u = v = 0 3. y u = U (y = u = 0,99 U) u u x U=cte y Angela Nieckele – PUC-Rio 12 Inicialmente, a função de corrente será utilizada, para eliminarmos uma equação, pois a continuidade fica automaticamente satisfeita u y v x , Substituindo na equação de quantidade de mvimento obtem-se uma única equação diferencial parcial de 3 a. ordem 2 2 y u y u x u vu 3 3 2 22 yyxyxy Angela Nieckele – PUC-Rio 13 Observa-se que o perfil de velocidade é similar, isto é, o perfil de velocidade adimensional é o mesmo em qualquer coordenada x. Propõe-se uma mudança de variáveis, visando transformar a equação acima numa equação diferencial ordinária. y função U u sendo xRe x Define-se y então xRe x y A função de corrente é adimensionalizada com xRe f Introduzindo as variáveis xRe x y e xRe f na equação de quantidade de movimento, obtêm-se 0 d fd f d fd 2 2 2 3 3 (*) Angela Nieckele – PUC-Rio 14 Para especificar as condições de contorno para essa equação, deve-se relacionar os componentes de velocidade u e v com f e . fU x Ref Re yy u x x x 'f U u 2/3x x x 1 2 1U y d fd Re x 1 2 1U f xxx v f d fd Re U 2 1 v x ff 2 1 Re/Uv ' x xRe x y xf Re Angela Nieckele – PUC-Rio 16 A equação pode ser resolvida por um método numérico de integração de equações diferenciais ordinárias, como por exemplo, o método de Runge-Kutta. ff 2 1 Re/U v ' x Angela Nieckele – PUC-Rio 17 Note que f ’ corresponde a velocidade axial adimensional. Observa-se excelente concordância com dados experimentais para uma grande faixa de número de Reynolds Outros resultados importantes a serem obtidos da tabela, são: tensão cisalhante na parede e determinação da espessura da camada limite. Angela Nieckele – PUC-Rio 18 x Espessura da Camada Limite A espessura da camada limite é definida como a coordenada y onde u = 0,99 U . Pela tabela vemos que f’= u/U=0,99 quando = 5 , logo sabendo que xRe x y xRe x 5 xRe x5 5,0x xU xRe 18 Angela Nieckele – PUC-Rio 19 A figura ilustra o perfil dos componentes u e v adimensionais em função de 'f U u ff U v x ' Re/ 2 1 x x y Re Note que existe fluxo de massa através da linha que delimita a região da camada limite, o componente vertical da velocidade em y = é = 5,0 f ’= 0,9915 e f = 3,2833 8370, Re/ xU v Angela Nieckele – PUC-Rio 20 Para água [=1000 kg/m 3 ; =0.001 kg/(ms)] com velocidade Uo= 1 cm/s x=0,1 m ; Rex=10 3 ; = 1,58 cm x=1 m ; Rex=10 4 = 5 cm 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 u/Uo 0.0 0.5 1.0 1.5 y /d e lt a 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2 1E-1 v/Uo 0.0 0.5 1.0 1.5 y /d e lt a água, Uo=1cm/s x=0.1 m x=1.0 m 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 u/Uo 0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 y cm 1E-6 1E-5 1E-4 1E-3 1E-2 1E-1 v/Uo 0.00 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 y cm Angela Nieckele – PUC-Rio 21 x Tensão Cisalhante ao Longo da Placa A tensão cisalhante na superfície é definida como 0y s y u )x( em termos nas novas coordenadas, podemos rescrever a tensão como 332,0 0 2 22/1 2 0 ' x s d fd xU U d fd Re/x U )x( x 2 s 6640 2 U x Re , )( 2/1x x Tensão Cisalhante ao Longo da Placa A tensão cisalhante na superfície é definida como 0y s y u )x( em termos nas novas coordenadas, podemos rescrever a tensão como 332,0 0 2 22/1 2 0 ' x s d fd xU U d fd Re/x U )x( x 2 s 6640 2 U x Re , )( 2/1x Coeficiente de Atrito Local: tensão cisalhante adimensional 2 s U 2 1 x xCf )( )( Para placa plana no regime laminar (Rex Rec) xRe 664,0 )x(Cf Tensão Cisalhante ao Longo da Placa Angela Nieckele – PUC-Rio 22 Força total na placa ssss Ad)x(AF A tensão média é ss s s Ad)x( A 1 podendo ser obtida a partir do coeficiente local de atrito s 2 s s AdU 2 1 )x(Cf A 1 para U=constante s s 2 s Ad)x(Cf A 1 U 2 1 s s Ls s2 s Ad)x(Cf A 1 CfAd)x(Cf A 1 U 2 1 2 s L U 2 1 Cf é o Coeficiente de Atrito Médio Para uma placa plana de comprimento L e largura b, a área superficial é As = b L e o elemento de área superficial é d As = b dx. O coeficiente de atrito médio neste caso é L 0 x s s L xdb Re 664,0 Lb 1 Ad)x(Cf A 1 Cf L L Re 328,1 Cf Força total na placa ssss Ad)x(AF A tensão média é ss s s Ad)x( A 1 podendo ser obtida a partir do coeficiente local de atrito s 2 s s AdU 2 1 )x(Cf A 1 para U=constante s s 2 s Ad)x(Cf A 1 U 2 1 s s Ls s2 s Ad)x(Cf A 1 CfAd)x(Cf A 1 U 2 1 2 s L U 2 1 Cf é o Coeficiente de Atrito Médio Para uma placa plana de comprimento L e largura b, a área superficial é As = b L e o elemento de área superficial é d As = b dx. O coeficiente de atrito médio neste caso é L 0 x s s L xdb Re 664,0 Lb 1 Ad)x(Cf A 1 Cf L L Re 328,1 Cf Força total na placa ssss Ad)x(AF A tensão média é ss s s Ad)x( A 1 podendo ser obtida a partir do coeficiente local de atrito s 2 s s AdU 2 1 )x(Cf A 1 para U=constante s s 2 s Ad)x(Cf A 1 U 2 1 s s Ls s2 s Ad)x(Cf A 1 CfAd)x(Cf A 1 U 2 1 2 s L U 2 1 Cf é o Coeficiente de Atrito Médio Para uma placa plana de comprimento L e largura b, a área superficial é As = b L e o elemento de área superficial é d As = b dx. O coeficiente de atrito médio neste caso é L 0 x s s L xdb Re 664,0 Lb 1 Ad)x(Cf A 1 Cf L L Re 328,1 Cf Angela Nieckele – PUC-Rio 23 Perfil Aproximado de Velocidade Como os resultados de Blasius encontram-se em forma de tabela, não são muito convenientes para estimar a velocidade. Pode-se, então utilizar um perfil aproximado. Supõe-se que o perfil de velocidade é dado por uma função arbitrária, e os coeficientes desta função são determinados de forma a satisfazer as condições de contorno conhecidas para a velocidade. Por exemplo: Vamos supor que para o regime laminar de escoamento o perfil de velocidade adimensional u/U pode ser dado por um perfil cúbico de = y/ 32 y d y c y ba U u Devemos determinar as constantes a, b, c e d de tal forma que o perfil acima satisfaça as seguintes condições de contorno para a velocidade u Angela Nieckele – PUC-Rio 24 32 y d y c y ba U u 1. y = 0 u = 0 a = 0 2. y = u = U 1 = b + c + d (*) 3. y = 2 yd3yc2b U y u 0 y u b = - 2 c - 3 d (+) 4. y = 0 yd6c2 U y u 0 y u 222 2 2 2 c = 0 2 2 y u zero y u zero x u vu0yem Resolvendo as equações (*) e (+), obtemos d = -1/2 e b = 3/2, sendo o perfil aproximado 3 y 2 1y 2 3 U u Perfil de Eckert 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 u/Uo 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 y /d e lt a Blasius Aproximado Resolvendo as equações (*) e (+), obtemos d = -1/2 e b = 3/2, sendo o perfil aproximado 3 y 2 1y 2 3 U u Perfil de Eckert Angela Nieckele – PUC-Rio 25 ESCOAMENTO TURBULENTO O escoamento turbulento é governado pelas mesmas equações que o escoamento laminar. No entanto, rigorosamente falando, este é sempre tridimensional e transiente. Observa-se, no entanto, que o escoamento pode ser descrito por um valor médio e mais uma flutuação u’ (muitas vezes da ordem de 1% de ) 'uuu u Angela Nieckele – PUC-Rio 26 'uuu Para o engenheiro, muitas vezes é suficiente conhecer o comportamento do valor médio. Note que com relação ao valor médio, podemos fazer a hipótese de regime permanente, pois Observamos ainda que se o vetor velocidade é dado por poderemos fazer a hipótese de 2-D com relação aos valores médios. Dessa forma, podemos simplificar bastante o problema. Desejamos então determinar o campo médio de velocidades. Nestecaso, é preciso obter equações de conservação para essa grandeza. A expressão é introduzida nas equações de conservação e uma média no tempo é realizada resultando em 0t/u kwj)vv(i)uu(V t tdequação t 1 0 y v x u vu y vu 2 2 y u y u x u Angela Nieckele – PUC-Rio 27 Note que a equação obtida é semelhante a equação utilizada para obter a solução do regime laminar, porém, temos um termo novo vu . Podemos reescrever esta equação como t s vu y vu y u y u x u O termo vu é chamado de tensão de Reynolds ou tensão turbulenta. Como este termo envolve flutuações, não sabemos com avaliá-lo. Introduzimos um modelo de turbulência. Dentre os modelos mais populares, temos os modelos baseados na hipótese de Boussineq, os quais fazem uma analogia entre a tensão laminar e turbulenta, definindo a tensão turbulenta como y u vu t onde t é a viscosidade turbulenta, a qual depende do escoamento, não é uma propriedade do fluido. Angela Nieckele – PUC-Rio 28 Próximo a parede, a viscosidade turbulenta é desprezível e a tensão cisalhante na parede é dada por 0y s y u Definimos a tensão como sendo y u y u vu y u tt tefeft ; y u y u )( Analisando o escoamento próximo à parede, observamos t t t núcleo turbulento camada amortecedora sub-camada laminar Angela Nieckele – PUC-Rio 29 Para resolver as equações de conservação, precisamos definir como a viscosidade turbulenta varia com o escoamento. Existem diversos modelos, cada um deles com um grau de complexidade diferente, e com uma abrangência diferente. Os mais populares são: modelo de comprimento de mistura de Prandtl: t = K y modelo de duas equações diferenciais (energia cinética turbulenta - dissipação) modelos anisotrópicos modelo de tensões de Reynolds etc. Uma vez selecionado um modelo, a equação de conservação de quantidade de movimento linear pode ser resolvida. y t Angela Nieckele – PUC-Rio 30 Para a obtenção da solução é conveniente adimensionalizar a equação de conservação. Introduz-se uma velocidade de referência chamada de velocidade de atrito u * s*u A velocidade e a coordenada são adimensionalizados com yu y; u u u * * A equação de quantidade de movimento pode ser resolvida para a região da camada limite, resultando nas seguintes expressões Angela Nieckele – PUC-Rio 31 sub-camada laminar 5yparayu núcleo turbulento 50ypara0,5yln5,2u A figura abaixo ilustra os perfis acima, juntamente com os dados experimentais. Note que na região entre 50y5 , correspondente a região amortecedora, os pontos experimentais não coincidem com nenhuma das duas curvas, pois é uma região de transição, mais difícil de ser modelada. Angela Nieckele – PUC-Rio 32 As expressões anteriores são de difícil utilização, pode-se então utilizar um perfil mais simples, obtido empiricamente para avaliar a velocidade na região da camada limite no regime turbulento 7/1 y U u Infelizmente, este perfil não é adequado para avaliar a tensão cisalhante na parede, pois prevê y/u na parede. Recomenda-se a utilização do seguinte perfil empírico 4/1 2 s U U0233,0 para Rex > 5 x 10 5 A espessura da camada limite pode ser estimada a partir da seguinte correlação empírica x 5/1 x Re 27010 Re 381,0 x para Rex > 5 x 10 5 Angela Nieckele – PUC-Rio 33 x x-1/5 x-1/2 turbulento laminar xc O coeficiente de atrito local pode ser obtido, sendo igual a 2/U )x( )x(Cf 2 s 5/1 xRe 0592,0 )x(Cf para 5 x 10 5 Rex 10 7 A variação da tensão ao longo da superfície encontra-se ilustrada na figura abaixo. Para determinar a força resultante em uma placa é preciso levar em consideração que na parte anterior da plca, x < xc o regime é laminra e a tensão cai com x - 1/2, e em xc ocorre uma mudança de regime, a transferência de quantidade de movimento cresce, e a tensão cisalhante cresce substancialmente, passando a cair com x - 1/5 . Angela Nieckele – PUC-Rio 34 A força sobre a placa é sL 2L x turb x 0 lam 2 L 0 2 s A 2 ssss ACf 2 U xdb)x(Cfxdb)x(Cf 2 U dxb)x(Cf 2 U Ad)x(Cf 2 U Ad)x(AF c c s cx 0 lamturb L 0 turbL xd)]x(Cf)x(Cf[xd)x(Cf L 1 Cf L 5/1 L L Re 1740 Re 074,0 Cf para 5 x 10 5 Rex 10 7 L58,2L L Re 1610 Relog 455,0 Cf para 5 x 105 Rex 10 9 (**) Angela Nieckele – PUC-Rio 35 Se xc< < L , a camada limite sobre a placa é praticamente toda turbulenta, pode-se então aproximar o coeficiente de atrito médio para Se xc< < L então 5/1 L L Re 074,0 Cf para 5 x 10 5 Rex 10 7 (++) Se xc< < L então 58,2L L Relog 455,0 Cf para 5 x 10 5 Rex 10 9 (##) (**) (##) (++) L L 3281 Cf Re , Angela Nieckele – PUC-Rio 36 Exemplo 2. Deseja-se colocar um tubo de pitot a 10 cm da extremidade dianteira de um pequeno dirigível, na parte inferior. A velocidade do dirigível varia entre 40 Km/h e 160 Km/h e a temperatura do ar é 0 oC. Qual deve ser o comprimento da haste do tubo de pitot? Solução: ar 0 oC3kg/m3 ; 1,7 × 10 -5 kg/(ms) xU x Re )(Re,Re max, max, laminar10510952 55 cx xU 410387 ,Re min, min, xU x min, max Rex x5 mmm x x 84110841 5 3 ,, Re min, max mmhh 2 max Angela Nieckele – PUC-Rio 37 Exemplo 3. Considere ar-padrão escoando sobre uma placa plana de largura b = 2m, com uma velocidade de corrente livre igual a U= 4,3 m/s. 1. Para x = 0,5 m determine a espessura da camada-limite. 2. Nesta mesma coordenada, estime a distância da superfície na qual u = 0,3 U. 3. Repita os cálculos para a extremidade da placa, sabendo que a mesma, possui comprimento igual a L = 1m 4. Determine a força de arraste total devido ao atrito superficial. 5. Determine a força de arraste que atua na primeira metade da placa. Solução: ar 2kg/m3 ; 1,8 × 10 -5 kg/(ms) 1. 2. 3. )(Re,Re laminar10510431 55 cx xU m x x 310606 5 , Re 3 2 1 2 3 U u mmy 3212020 2 1 2 3 30 3 ,,,, )(Re,Re laminar10510872 55 cL LU m L L 310349 5 , Re 3 2 1 2 3 U u mmy 8712020 2 1 2 3 30 3 ,,,, y Angela Nieckele – PUC-Rio Exemplo 3. Considere ar-padrão escoando sobre uma placa plana de largura b = 2m, com uma velocidade de corrente livre igual a U= 4,3 m/s. 1. Para x = 0,5 m determine a espessura da camada-limite. 2. Nesta mesma coordenada, estime a distância da superfície na qual u = 0,3 U. 3. Repita os cálculos para a extremidade da placa, sabendo que a mesma, possui comprimento igual a L = 1m 4. Determine a força de arraste total devido ao atrito superficial. 5. Determine a força de arraste que atua na primeira metade da placa. Solução: 4. 5. 310482 3281 , Re , L LCf sss AdAxF )( )(; LbFUCf sLs 2 2 1 )(Re,Re laminar10510872 55 cL LU NLbFPaUCf sLs 05501075234 2 21 10482 2 1 2232 ,)(,, , , 3 2 2 10513 3281 , Re , / / L LCf)()( /// 22 1 2 222 L bUCfAdAxF LsLssL 3838 PaUCfLLs 22 22 10893 2 1 ,// N L bF LsL 0390 22 2 ,)(// Note que a força que atua na 1ª. metade da placa é mais do que a metade da força que atua na placa inteira. Angela Nieckele – PUC-Rio 39 Exemplo 4. Qual a velocidade mínima do ar soprando sobre um papel para arrastá-lo sobre uma mesa, sabendo que o mesmo encontra-se no centro da mesa. Sabe-se que o papel possui dimensões iguais a: largura b= 20 cm, comprimento L = 30 cm e espessura t= 0,5 mm. As propriedades do ar são: massa específica = 1,2 Kg/m3; e viscosidade absoluta = 1,5 10-5 Kg/(m s). A massa do papel é 2 g e o coeficiente de atrito entre o papel e a mesa é =0,2. A mesa possui 2,0 m de comprimento. Solução: gmPesoFF a )( bLVCfF papel 2 2 1 5050 22 22 50 2222 32811 50 166401 ,, , , , , LL VL x VL Cf L Lpapel ℓ L 22 22 50 22 22 22 22 66401664011 L L L L x L L papel dxx VL dx L dxxCf L Cf ,, Re , )( )( bL gm VCf papel 22 Angela Nieckele – PUC-Rio 40 Exemplo 4. Qual a velocidade mínima do ar soprando sobre um papel para arrastá-lo sobre uma mesa, sabendo que o mesmo encontra-se no centro da mesa. Sabe-se que o papel possui dimensões iguais a: largura b= 20 cm, comprimento L = 30 cm e espessura t= 0,5 mm. As propriedades do ar são: massa específica = 1,2 Kg/m3; e viscosidade absoluta = 1,8 10-5 Kg/(m s). A massa do papel é 2 g e o coeficiente de atrito entre o papel e a mesa é =0,2. A mesa possui 2,0 m de comprimento. Solução: ℓ L 5050 23 2222 3281 2 ,, / , LL b gm V )( bL gm VCf papel 22 m/s579,V Verificando regime de escoamento )(Re,Re laminar105109842 55 2 c L L V Angela Nieckele – PUC-Rio 41 Exemplo 5. Deseja-se instalar um cata-vento para gerar energia elétrica em um platô, o qual recebe um vento de 30 Km/h. Determine a altura do suporte das pás do cata-vento, de forma a obter o rendimento máximo. Sabe-se que as pás possuem 3 m de comprimento e que o cata-vento está localizado a 1000 m do início de um platô. xU x Re )(Re,Re turbulento xU cx 57 10510885 mHmHm 10549546 ,, maxmax HHH x=1000 Ar: =1,2 kg/m3 ; = 1,7 x 10-5 kg/(ms) x 5/1 x Re 27010 Re 381,0 x Angela Nieckele – PUC-Rio 42 Exemplo 6. Um novo trem aerodinâmico viaja a uma velocidade média de 172 Km/h. Calcule a potência necessária para vencer a resistência superficial ao longo do teto e lados de um trem de 10 vagões. Os vagões possuem 25 m de comprimento, 3,4 m de largura e 4,5 m de altura. O ar está a 5 oC. L = 10 x 25 m H= 3,4 m U= 172 km/h para 5 x 105 Rex 10 9 )(Re,Re turbulento LU cx 58 10510569 Ar: =1,2 kg/m3 = 1,5 x 10-5 kg/(ms) Pot = FA U )]([ WHLUCfF LA 2 2 1 2 00158010681001580 16104550 6 582 ,,, ReRelog , , LL LCf HPWPotNFA 4301021310716 53 ,, Note que xc =Rec /( U) = 0,131m=13,1cm <<< L (região laminar desprezível) Angela Nieckele – PUC-Rio Espessura de Deslocamento, * A região da camada limite, é a região onde a velocidade apresenta gradientes acentuados, variando de zero a 99% de U. Como a velocidade tende assintoticamente para U é difícil avaliar experimentalmente a espessura . Uma outra grandeza relacionada com a camada limite, mais fácil de ser avaliada experimentalmente é a espessura de deslocamento *. Sabemos que o efeito das forças viscosas na camada limite é retardar o escoamento. A vazão em massa adjacente a uma superfície sólida é inferior à aquela que passaria pela mesma região na ausência da camada limite. Se as forças viscosas estivessem ausentes, a velocidade numa seção seria U. A espessura de deslocamento * é a distância da qual a fronteira sólida teria que ser deslocada num escoamento sem atrito para fornecer o mesmo déficit de vazão em massa que existe na camada limite. Deslocando a fronteira de uma distância *, resultaria em uma deficiência de vazão em massa de U * b, onde b é a largura da superfície. 43 Angela Nieckele – PUC-Rio Queremos que a vazão real seja igual a vazão na ausência da camada limite, dessa forma, conforme a figura abaixo 44 deficit * * m 000 ydbUydbUydbUydbum onde zero 00 * deficit ydb)uU(ydb)uU(ydb)uU(bUm então 0 * yd U u 1 Angela Nieckele – PUC-Rio Espessura de Quantidade de Movimento, q De forma análoga ao déficit de vazão em massa devido ao efeito viscoso na camada limite, existe uma redução do fluxo de quantidade de movimento numa seção em comparação a um escoamento não viscoso. A espessura de quantidade de movimento q é definida com a espessura da camada de fluido com velocidade U, para a qual o fluxo de quantidade de movimento é igual ao déficit do fluxo de quantidade de movimento através da camada. Desta forma 45 q 0 yd U u 1 U u Angela Nieckele – PUC-Rio Exemplo . Um túnel de vento de laboratório tem seção de teste quadrada, com 305 mm de lado. Os perfis de velocidade de camada limite são medidos em duas seções, e as espessuras de deslocamento são avaliadas a partir dos perfis medidos. Na seção (1), onde a velocidade de corrente livre é U1= 26 m./s, a espessura de deslocamento é *1=1,5 mm. Na seção (2), localizada a jusante da seção (1), *2=2,1 mm.. Calcule a variação da pressão estática entre as seções (1) e (2). Expresse o resultado como uma fração da pressão dinâmica de corrente livre na seção (1). Admita condições atmosféricas-padrão. Solução: Na região central, onde não existe gradiente de velocidade, pode-se aplicar a equação de Bernoulli 1 2 L - 2* L - 2* 1 U U 2/U pp zg 2 Up zg 2 Up 2 1 2 2 1 21 2 2 22 1 2 11 Como a massa deve se conservar, pode-se aplicar a equação da continuidade 2* 22 2* 11 )2L(U)2L(U 0161,01 2L 2L 2/U pp 4 * 2 * 1 2 1 21 46
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