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Cirurgia 2 Cirurgias para-endodônticas Terapia A terapia endodôntica visa o selamento hermético dos canais radiculares impedindo o intercâmbio de líquidos oriundos dos tecidos peri-radiculares ou da cavidade bucal, que poderiam comprometer o sucesso da terapia endodôntica. Cirurgia parendodônticas permitem solucionar a grande maioria dos quadros clínicos, nos quais a conservação de dentes com tratamento feito pela via endodôntica não obteve sucesso. CONCEITO: Conjunto de procedimentos que visam resolver complicações decorrentes de um tratamento de canal radicular ou seu insucesso, eliminando a lesão periapical existente e conservando o dente causador. Tratamento endodôntico: 85-95% Retratamento endodôntico: 65 a 80% Cirurgia para-endodôntica: 50 a 60% Tratamento + cirurgia: 95% Sequência de tratamento Indicações do retratamento endodôntico Obturação defeituosa ou imprópria dos canais radiculares; Presença de lesões periapicais acompanhadas de sinais ou sintomas clínicos; OBJETIVOS: Remoção dos tecidos necróticos e infectados do ápice e periápice; obliterar o sistema de canais radiculares; impedir que os microrganismos e/ou endotoxinas atinjam os tecidos apicais e periapicais; Indicações de cirurgia paraendodôntica Quando estão esgotadas todas as possibilidades de retratamento do canal radicular por métodos convencionais; Presença de núcleos volumosos e grandes reabilitações protéticas; Iatrogenias ou acidentes ocorridos durante o tratamento endodôntico convencional; Perfurações radiculares que não respondem ao tratamento conservador; Tratamento de iatrogenias: Presença de instrumentos rotatórios no conduto radicular; falsa via endodôntica; insucesso endodôntico; Tratamento de iatrogenia e insucesso: Sobre-instrumentação, sobre- obturação, patologia periapical persistente-> deltas apicais; Dificuldades anatômicas com dilaceração ou presença de canal acessório não obturado; Tratamento de leões refratárias; Fraturas no 1/3 apical associados a rarefação óssea; Reabsorção apical incontrolável ou com pericementite aguda e desconforto no pós operatório endodôntico; Cirurgia por anomalias anatômicas: Des in dente, grande curvatura apical, anomalias radiculares, risco de fratura dentária, extrusão dos ápices através das corticais, condutos acessórios não acessíveis; Cirurgia pela patogenia dentária: Canais calcificados, ápices muito aberto, conduto obliterado por dentina secundária, processo patológico persistente; INSUCESSO: Sintomatologia persistente; aumento da área radiolúcida em 1 a 2 anos após o tratamento; Rarefação óssea periapical que não persista; Contra- Indicações Dentes com doença periodontal avançada, sem suporte ósseo adequado; Presença de processo séptico agudo; Oclusão traumática; Ápices de difícil acesso cirúrgico; Raízes curtas; Risco de lesar estruturas nobres; Comprometimento sistêmico ou doença debilitante; Deficiência imunológica; diálise; discrasias sanguíneas; diabetes; Pacientes submetidos a radioterapia ou quimioterapia (esperar por 5 anos); Diagnóstico/Prognóstico Anamnese, exame clínico e exames complementares; Tratamento endodôntico Retratamento endodôntico 2º Retratamento endodôntico Cirurgia paraendodôntica CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS: Comprimento do dente, número de raízes, número de condutos, relação com estruturas anatômicas (nervos, vasos, estrutura anatômica) CONSIDERAÇÕES BIOLÓGICAS: Observar nutrição sanguínea do retalho; Osso descoberto leva a reabsorção; Suturar retalho sobre osso metálico; Buscar cicatrização por primeira intenção; Não existe cura na presença de tecido patológico; CONSIDERAÇÕES PERIODONTAIS: Cuidado com bolsa; Evitar incisões gengivais; Tratamento simultâneo; CONSIDERAÇÕES PROTÉTICAS: Cuidado com a margem subgengival; Evitar incisões gengivais sulculares; CONSIDERAÇÕES ESTÉTICAS: Cicatriz da incisão; Tatuagem por amalgama; CONSIDERAÇÕES CIRURGICAS: Lesões extensas x Lesões pequenas; Técnica cirúrgica Anestesia -> Proporcionar o maior tempo possível; possibilitar analgesia no pós operatório; apresentar bom efeito hemostático local; Incisão/Retalho Deslocamento Osteotomia Curetagem apical Apicectomia e preparo Obturação retrógrada Limpeza, irrigação, remodelação Sutura Retalhos cirúrgicos Deve permitir livre acesso e boa visibilidade ao local cirúrgico; Deve expor inteiro a lesão patológica sem rasgar ou distender o tecido Proporcionar uma margem óssea sadia ao redor da lesão Ser feito em tecido sadio para evitar complicações periodontais na cicatrização; Todo retalho com ângulo a sutura deve ser feito em primeiro lugar no ângulo; *Dica: Usar gases para descolamento do tecido, assim evita-se dilaceração e já vai obtendo hemostasia ao mesmo tempo; Suturar sempre do retalho móvel para o fixo PRINCÍPIOS BÁSICOS: Incisões verticais não devem ser feitas sobre as eminências radiculares (tecido fino, rasga-se muito facilmente durante a realização das suturas) A base do retalho deve ser maior ou do mesmo tamanho que sua margem livre, para manutenção do suprimento sanguíneo do mesmo; As incisões devem abranger o periósteo, e a divulsão deve evitar dilaceração; O mais atraumático possível. Injurias como: esmagamento, dilacerações, danos isquêmicos, reposicionamento incorreto, retardam a cicatrização; Após deslocamento do retalho instalar retratores com cuidado. Edemas e equimoses resultam de esmagamentos do retalho; Nos casos em que a lesão patológica tenha perfurado a cortical, se unido ao periósteo, é necessária a dissecção do tecido com o bisturi; Reaproximação precisa dos bordos da ferida; 1. Retalho semilunar (PARTSCH) Forma de meia lua com convexidade voltada para a coroa do dente; Abrange no mínimo um dente de cada lado do área alvo; Executado acima da gengiva inserida; Previne recessão gengival; VANTAGEM: Desenho simplesl; DESVANTAGEM: Pouca visibilidade; Impossível ampliação no sentido horizontal; Realizado sobre eminência das raízes; Pode produzir uma cicatriz hipertrófica; 2. Retalho trapezoidal ou retangular (Newman modificado) O retalho mais preferível para cirurgia paraendodôntica; TRÊS INCISÕES: 1 horizontal, 2 verticais (sempre começar com as verticais) Horizontal é feita no sulco gengival As verticais: Próximo a mucosa vestibular, terminando na margem gengival, dividindo a papila interdental VANTAGENS: ótimo acesso cirúrgico; Nenhuma lesão do retalho antes/depois; Fácil reposição e sutura; Ótimo suprimento sanguíneo; Tratamento endodôntico Estravaza mento de material Trauma occlusal TRauma Lesão endo-perio Suporte ósseo Sintomatol ogia Evolução Retratame nto Cobre qualquer defeito periodontal; DESVANTAGENS: Ângulos agudos entre as incisões; Elevação inicial difícil; Leve reabsorção da crista óssea marginal; 3. Retalho triangular (Newman) O retalho mais preferido para regiões posteriores Incisão vertical paralela ao longo eixo do dente anterior ao que deverá ser operado, iniciando próximo a mucosa vestibular, até a margem; A incisão horizontal deve ser intra-sulcular; VANTAGENS E DESVANTAGENS: São as mesmas do retalho retangular; 4. Retalho em concha (OSHSENBEIN ou WASMUND) É uma adaptação entre o semilunar e o trapezoidal; É o mais indicado para dentes com restauração protética, principalmente na região anterior; 1 incisão horizontal na altura da gengiva inserida; 2 incisões relaxantes verticais; É necessário pelo menos 4mm de gengiva inserida e de boa qualidade para evitar uma futura recessão gengival; DESVANTAGENS: Pode gerar uma cicatriz hipertrófica; 5. Retalho palatino Indicado para cirurgia de 2º pré-molar e molares; Incisão horizontal intrasulcular palatina; Pode-se fazer uma incisão relaxante entre canino e 1º pré-molar (zona neutra) A extensão deve permitir acesso apatologia; Feixe neurovascular do forame palatino (maior) será protegido (menor risco de hemorragia); Afastamento adequado com o afastador de Minnesota ou através de fio de sutura preso em dente contralateral; Osteotomia para acesso ao ápice radicular Prévio conhecimento da localização do ápice dental, mensurando as radiográficas pré-operatórias; Muitas vezes, dependendo da extensão as lesão, há um abaulamento da cortical óssea ou mesmo sua reabsorção; Instrumentos exploradores afiados podem ajudar na localização, cortical estará fina; OSTEOTOMIA: Cinzéis afiados e pressão manual; OSTEOTOMIA: Alta rotação, broca esférica de tamanho apropriado, em movimento leves de pincelamento (Refrigeração por meio de soro fisiológico ou H2O destilada Tipos básicos de cirurgia parendodôntica: Curetagem apical; Apicectomia; Obturação retrógrada convencional; Tratamento endodôntico via retrógrada; Cirurgia com obturação simultânea e apicectomia; 1. Curetagem periapical A curetagem como forma única de tratamento é bastante questionável; As indicações mais claras para a curetagem apical, são os casos de tratamento endodôntico convencional em dente com vitalidade pulpar em que houve extravasamento de material obturador, e nos casos de pericementite aguda; Lesões refratárias estão associadas à permanência de microrganismos e suas toxinas nas ramificações e deltas apicais; 2. Apicectomia A apicectomia consiste na ressecção da porção apical da raiz; O insucesso no tratamento endodôntico está bastante relacionado à permanência de microrganismos e suas toxinas nos deltas e ramificações do ápice radicular; Sua amputação promoveria a eliminação destes microrganismos; A apicectomia é executada com brocas de aço de haste longa, cilíndricas ou tronco-cônicas, em alta rotação com uma angulação variando entre 45º e 90º com longo eixo da raiz; Quanto maior for a angulação na raiz, maior é a quantidade de canalículos dentinários expostos, e maior a permeabilidade do ápice radicular; Durante este passo a irrigação como soro fisiológico estéril deve ser abundante; INDICAÇÕES: Reabsorção do peri-ápice; Perfuração radicular no terço apical. Fratura apical com necrose; Instrumento endodôntico; Curvaturas, calcificações, variações anatômicas (acesso); Rizogênese incompleta; 3. Obturação retrógrada convencional Este procedimento está indicado quando não se tem certeza da qualidade do selamento apical após o tratamento endodôntico convencional; O preparo da retro-cavidade é do tipo classe I e não pode conter menos que 2 a 3mm de profundidade; Sua execução pode ser feita com micro contra-ângulo e icro-broca esférica, ou micro-broca tronco cônica invertida 331/2, ou pontas ultrassônicas sempre com irrigação abundante. Para a inserção do material na cavidade recomenda-se a secagem com cones de papel absorvíveis estéreis, condensação e brunidura. 4. Tratamento endodôntico retrógrado O insucesso do tratamento endodôntico é condicionado à permanência de microrganismos no interior dos sistemas de canais radiculares; Em algumas situações mesmo a apicectomia, retrocavidade e obturação retrógrada, não são suficientes para assegurar a eliminação de bactérias. Assim o tratamento endodôntico retrógrado é necessário nos casos onde houve a impossibilidade do retratamento endodôntico ou quando não se tem certeza da qualidade do selamento apical; O tratamento endodôntico retrógrado deve abranger a área, desde o vértice do ápice radicular até o ponto onde houve a obstrução do canal radicular, no sentido ápico-coronal; Este passo pode ser executado manualmente com limas convencionais ou através de instrumentos ultrassônicos; A obturação segue os passos da técnica convencional com uso de guta- percha; 5. Cirurgia com obturação simultânea e apicectomia A parte apical remanescente deve ser arredondada, eliminando os ângulos com uso de micro limas ou limas periodontais delicadas. As borda da loja óssea são arredondadas com uso de uma lima para osso com irrigação e aspiração abundantes; A loja cirúrgica é exaustivamente irrigada com solução fisiológica para a remoção de espículas e fragmentos ósseos; Reposicionamento do retalho e sutura O retalho deve ser adequadamente reposicionado sobre a loja cirúrgica a fim de evitar recessões gengivais ou retardos no processo de reparo; Uma ligeira compressão com gaze pode ser feita para melhor adaptação dos retalhos e para garantir hemostasia; As suturas podem ser feitas com pontos interrompidos e fio de seda 3-0 ou 4-0; Devem iniciar pelos ângulos, seguir pela incisão horizontal e em seguida as verticais; As papilas inter- dentárias podem ser suturadas com pontos interrompidos.
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