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Maria Beatriz Machado URGÊNCIA E EMERGÊNCIA – LABHSIM 3 – TRAUMA ABDOMINAL (COMO MANEJAR DE ACORDO COM O ATLS) Neste Labhsim tivemos uma simulação de um paciente que havia sofrido um acidente de moto na cidade de Mirante do Paranapanema, e seu principal trauma era abdominal. Era esperado que os alunos durante a simulação procedessem nos cuidados e manejo do paciente de acordo com o ATLS (ABCDE), e solicitassem os determinados exames. Como na aula passada falamos tudo que deve ser feito no ABCDE, e os alunos executaram o ABCDE no cenário, falamos apenas das particularidades de exames laboratoriais, exames de imagem e medidas auxiliares na discussão. 1. GRAUS DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO Para saber identificar mais facilmente: Somente grau III e IV são HIPOTENSOS Grau III FC < 140 Grau IV FC > 140 2. EXAMES DE IMAGEM DO PACIENTE POLITRAUMATIZADO Devemos pedir os raios-x no FINAL da avaliação primária. Os raios-x que devemos pedir para todo paciente politraumatizado são: Tórax Pelve OBS: Só pedimos raio-x de cervical caso o paciente tenha dor. Como devemos observar o raio-x de tórax no politrauma? Vamos utilizar o ABCDEFG do tórax A (airway – via aérea): Observar a via aérea do paciente Se tem desvios, lesões.. B (breathing): Observar os campos pleuropulmonares do paciente Se tem hemotórax, pneumotórax, se os dois seios costofrênicos estão livres. C (coração): Observar os vasos da base (mediastino) e a sombra cardíaca (se tem tamponamento cardíaco) D (diafragma): Observar se há hérnia traumática E (esqueleto): Observar todas as costelas, se tem fratura. F (fat – gordura): Observar toda a gordura subcutânea do paciente Verificar se tem enfisema subcutâneo G (gadgets – aparatos): Observar todos os aparatos extras que estão no paciente como tubo orotraqueal, acesso central, dreno de tórax, sonda nasogástrica, etc. Como devemos observar o raio-x de pelve no politrauma? Devemos olhar basicamente: Sínfise púbica: Se está fechada O normal é de 0,8 a 1cm Articulação sacro-ilíaca Ramos isquiáticos: É o local onde mais temos fraturas Maria Beatriz Machado 3. EXAMES LABORATORIAIS Exames de sangue: Hemograma: Anemia (perda de hemácias e hemoglobina) Fazemos transfusões quando Hb < 7 em situações ambulatoriais e eletivas Em situações de choque, mesmo que o paciente não esteja com Hb diminuída, devemos fazer a transfusão Leucocitose: Devido a própria resposta metabólica inflamatória do trauma OBS: Na cetoacidose diabética e pancreatite também temos uma leucocitose importante. Tipagem sanguínea Lactato Função renal Gasometria: Espera-se que o paciente esteja com: PH ácido (acidose metabólica), Co2 normal (se não houver trauma torácico), PO2 diminuída Coagulograma: Ambas vias alargadas (TAP e TTPA alargados) Típico do trauma abdominal grave, porque a acidose causa distúrbios da coagulação OBS: Devemos lembrar que o paciente com trauma grave pode desenvolver o que chamamos de TRÍADE DA MORTE (acidose, distúrbios da coagulação e hipotermia), onde temos um ciclo viciante que uma condição agrava a outra, e caso não façamos uma intervenção, vai chegar um momento onde o ciclo não consegue mais ser interrompido e o paciente morre. 4. MEDIDAS AUXILIARES Pedir monitorização IMEDIATA do paciente: Saturação, PA, FC, FR.. Independente do grau de choque hipovolêmico: 1000 ml de soro fisiológico aquecido ou de ringer lactato aquecido Se for choque hipovolêmico grau III ou IV: Pedir sangue O -, plasma e plaquetas Aplicar 1g de ácido tranexâmico/transamin (4 ampolas) Outras medidas auxiliares: Exame de toque Passagem de sonda vesical: Para monitorar a diurese Contraindicação da sonda: Sangue na uretra Hematoma de períneo ou testículo Se o paciente vomitar: Rolar o paciente em bloco para que ele fique de lado e vomite Passar aspirador de via aérea Medicamento para dor: Podemos fazer analgesia do paciente, porém não podemos utilizar medicamentos que alterem o padrão neurológico do paciente, como sedativos e opioides fortes (morfina). Maria Beatriz Machado 5. QUANDO TRANSFERIR O PACIENTE? Só podemos transferir o paciente caso ele esteja ESTÁVEL o suficiente para isso. Caso o paciente esteja instável, ele não sai da sala de emergência para nada (apenas para o centro cirúrgico). OBS: Quando o paciente tem um trauma abdominal fechado e está ESTÁVEL, podemos manda-lo para a tomografia. Se ele está INSTÁVEL, devemos fazer o ultrassom fast, e se não for possível, então devemos fazer o lavado peritoneal (verificar se há sangue no abdome). 6. TESTE HABILITADOR AO CENÁRIO Teste 1: Falso. Primeiro devemos começar pela letra A (vias aéreas) Teste 2: Falso. Primeiro devemos começar pela letra A Teste 3: Verdadeiro Teste 4: Verdadeiro Teste 5: Falso. A primeira manobra de via aérea definitiva a ser realizada é sempre a intubação orotraqueal Maria Beatriz Machado Teste 6: Verdadeiro. Só não é caso o paciente tenha alguma contraindicação. Teste 7: Falso. A máscara laríngea e combitube não são vias aéreas definitivas. Teste 8: Verdadeiro. Teste 9: Falso. DEVEMOS realizar o protocolo de sequência rápida. Teste 10: Falso. Os hemocomponentes só são transfundidos no grau III ou IV Teste 11: Verdadeiro. Teste 12: Verdadeiro Teste 13: Falso. Está indicado somente no grau III ou IV Teste 14: Falso. Reduz a mortalidade em 1,8%. Teste 15: Falso. A tomografia só é indicada quando o paciente está ESTÁVEL Teste 16: Falso. O exame neurológico é rápido e objetivo Teste 17: Falso. A prancha rígida não reduz as lesões medulares e nem a morbidade Teste 18: Verdadeiro. Teste 19: Falso. O raio-x de coluna não é mais um raio-x padrão que pedimos, pedimos somente raio-x de tórax e pelve.
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