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Patologia das GLÂNDULAS SALIVARES

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Patologia das GLÂNDULAS SALIVARES 
GLÂNDULAS SALIVARES 
As glândulas salivares apresentam-se em dois grupos: 3 pares de glândulas salivares maiores (parótidas, 
submandibulares e sublinguais) e glândulas salivares menores. A saliva produzida pelas glândulas 
salivares tem função digestiva, bactericida, facilita a gustação e age para limpar e proteger a cavidade oral, 
além de função imunológica e de fazer o controle de Ca e P nos dentes. 
 
A viscosidade é diferente entre as três maiores glândulas: a saliva da glândula parótida é menos viscosa, a 
da sublingual é intermediária e a mais viscosa é a da submandibular. As glândulas salivares menores são 
pequenas, independentes e encontradas praticamente em toda a cavidade oral, no pólo superior das 
amígdalas (glândulas de Weber) e nos pilares amigdalianos. 
Glândula Submandibulares: estão alojadas em duas pequenas reentrâncias que se situam entre a ponta 
do queixo e o ângulo da mandíbula. Os ductos principais, chamados duetos de Wharton, desembocam no 
assoalho da boca, um ao lado do outro, nas proximidades do freio da língua. São glândulas compostas 
alveolares ou túbulo-alveolares, do tipo misto, isto é, possui uma porção secretora para saliva fluida e 
muco. Composta por ácinos serosos e túbulo mucoso, o primeiro responsável por produzir saliva fluida e o 
segundo, muco. Nessa glândula há uma predominância de ácinos serosos e isso, histologicamente, 
apresenta uma coloração mais escura, já que esses ácinos coram mais facilmente. 
Glândulas Sublinguais: estão localizadas bem na frente, junto da linha média, abaixo da membrana 
mucosa do assoalho da boca, e sua secreção esvazia-se por numerosos dutos (de Rivinus) que se abrem 
ao longo de uma linha atrás das aberturas dos dutos de Wharton. São glândulas compostas, 
túbulo-alveolares, do tipo misto, mas diferem da glândula submandibular porque existe uma predominância 
de túbulos mucosos. Histologicamente, mostra uma área esbranquiçada e estes separados por septos. 
Entre os túbulos mucosos pode-se observar presença de ductos estriados. 
Glândulas Parótidas: estão localizadas em um espaço situado entre o processo mastóide e o ramo da 
mandíbula. É pelo dueto de Stenon que a saliva chega à boca, através de uma abertura situada na 
bochecha, na altura do segundo molar superior. O calibre da abertura do ducto de Stenon permite 
observá-lo a olho nu. Composta em cerca de 98% por ácinos serosos, logo predominante escura. Na 
cirurgia, as parótidas merecem atenção por serem atravessadas pelo nervo facial, que conduz estímulos 
motores a todos os músculos mímicos da face. Se tal nervo viesse a ser lesado, ocorreria uma paralisia 
periférica na metade correspondente do rosto. 
 
1. DISTÚRBIOS DE DESENVOLVIMENTO 
1.1. Agenesia / Aplasia agenesia = desenvolvimento incompleto ou imperfeito de determinado órgão ou tecido. 
A agenesia das glândulas salivares maiores é condição rara, podendo afetar uma glândula ou grupo de 
glândulas, uni ou bilateralmente. Pode ocorrer de forma isolada (sem associação com algum fator) ou 
associada com alguma síndrome (disostose mandibulofacial / síndrome lacrimo-auriculo-dento-digital / 
microssomia hemifacial). Acomete normalmente quatro glândulas maiores (geralmente submandibular e 
parótida). 
A face continua com a mesma aparência, uma vez que, o lugar é substituído por tecido conjuntivo ou 
adiposo. Mas intraoralmente é possível notar a ausência dos ductos. Os sintomas nesses pacientes são: 
xerostomia, língua espessada, disfagia (dificuldade de deglutição), cáries (alteração no sistema tampão), 
doença periodontal e ausência dos ductos. 
1.2. Hipertrofia 
É uma hiperfunção da glândula, apresenta como características clínicas a sialorréia (aumento do fluxo 
salivar) e tumefação * da face. Até então não foi relatado na literatura associação com síndromes. 
*Tumefação: aumento ou inchaço patológico de órgão / parte do corpo / estrutura orgânica. Pode ser provocada por edema, por 
infiltração, por inflamação ou por neoplasia. 
 
2. LESÕES REACIONAIS (NÃO - INFECCIOSAS) 
2.1. Mucocele 
É uma alteração da glândula salivar devido ao rompimento de glândulas salivares menores, havendo uma 
elevação da mucosa. Existe o fenômeno de extravasamento de muco (mucocele / rânula) e o fenômeno de 
retenção de muco (cisto de retenção de muco). Ambos são chamados de mucocele devido às 
características clínicas iguais, mas o histopatológico é diferente. 
A mucocele no geral, trata-se de um nódulo * indolor e de superfície lisa. Possui um aspecto translúcido, 
coloração normocrômica ou azulada - vai depender da profundidade - quanto mais superficial, mais 
próximo do epitélio e por isso mais translúcido; quanto mais profundo, mais normocrômica, isto é, da cor da 
mucosa. Está localizado em sua maioria no lábio inferior e seu tamanho varia de 1mm a 4mm. Pode 
acometer qualquer indivíduo, porém há uma predileção por adultos jovens e crianças. 
* Há dúvidas nessa classificação, por conta da sua consistência mole, o que não caracteriza um nódulo. 
 
 
2.2. Mucocele superficial 
É exclusivo de região de retromolar e se apresenta no palato mole. Pode vir em forma de pequenas (de 1 a 
4mm) vesículas subepiteliais únicas ou múltiplas. Este tipo não está relacionada com traumatismos, 
acredita-se que tais lesões ocorrem devido a uma maior pressão na porção externa do ducto excretor. 
Clinicamente apresentam características clínicas semelhantes ao padrão convencional, embora 
apresentem uma coloração mais transparente. Em algumas ocasiões, as mucoceles superficiais rompem e 
isso acarreta em úlceras rasas dolorosas. 
 
Histologicamente, é possível notar uma - vesícula - área de extravasamento de mucina circundada por um 
tecido de granulação, contendo muitos neutrófilos e macrófagos espumosos, além de diversos vasos 
sanguíneos. A glândula salivar afetada exibe alterações como dilatação / rompimento do ducto, inflamação 
e fibrose. 
 
 
Fig. 3: área de extravasamento de mucina no tecido conjuntivo circundada por um tecido de granulação. Fig. 4: tecido de 
granulação contendo infiltrado inflamatório e vasos sanguíneos. 
Essas características microscópicas são semelhantes às encontradas em doenças vesicobolhosas,como o 
penfigóide benigna das mucosas, e infecções virais, como o herpes (primário ou secundário), por isso a 
importância do diagnóstico diferencial. 
O diagnóstico da mucocele é a partir das características clínicas e história de evento traumático prévio 
reportado pelo paciente. O diagnóstico final é obtido a partir do exame microscópico. 
Para o tratamento, a maioria das mucoceles superficiais se rompem espontaneamente, não havendo 
necessidade de remoção cirúrgica. Mas caso seja indicado, é feito a excisão cirúrgica simples, é importante 
que as glândulas salivares adjacentes também sejam removidas para evitar recidiva da lesão. 
 
2.3. Rânula 
É uma mucocele que ocorre no assoalho de boca ou porção ventral da língua, porém não pode ser 
diagnosticado como mucocele, nem ter seu diagnóstico diferencial nisso, devido a sua localização. Ocorre 
principalmente devido ao rompimento ou obstrução do ducto da glândula sublingual ou submandibular. 
Possui predileção por crianças e adultos jovens. É uma lesão de consistência amolecida, séssil e coloração 
levemente azulada devido ao conteúdo mucinoso em seu interior. Normalmente não apresenta 
sintomatologia dolorosa, e dependendo do tamanho, pode causar elevação da língua. 
Uma variante clínica incomum, a rânula mergulhante ou rânula cervical, é uma variante onde a mucina 
extravasada adentra as fibras musculares do músculo milo-hióideo, provocando um aumento de volume de 
consistência amolecida na região cervical. 
O diagnóstico consegue ser feito através do exame clínico intraoral, mas caso necessário - geralmente em 
casos de rânulas mergulhantes - são feitos exames de imagem como tomografia computadorizada e 
ressonância magnética, e nesses exames aparece uma lesão no espaço sublingual. 
O cisto dermoide é uma lesão que deve ser levada em consideração como diagnóstico diferencial da rânula. Fig. 1: rânula 
mergulhante Fig. 2: rânula padrão 
 
Histologicamente a lesão se assemelha a mucocele, consiste de uma cavidade preenchida por muco, 
localizada na lâmina própria ou submucosa. A parede da cavidade é formada por tecido de granulação 
infiltrado por neutrófilos, linfócitos, plasmócitos e macrófagos. 
A terapêutica recomendada para uma lesão pequena e superficial é a marsupialização* (descompressão). 
Em caso de lesão grande, é feita a remoção da glândula. O prognóstico é bom, lembrando-se sempre que 
nos casos de mucocele pode haver recidiva, principalmente se não for afastado o agente traumático. 
(explicação do que é descompressão + fotos) 
*Marsupialização: uma porção da mucosa oral do assoalho da boca é excisada, junto com a parede superior. Posteriormente, a 
parede da rânula é suturada à mucosa oral do assoalho da boca e deixada cicatrizar por segunda intenção. 
 
 
2.4. Cisto de retenção de muco 
São cistos que resultam do acúmulo de saliva (muco) no interior do ducto excretor de uma glândula. Isto 
ocorre pela dificuldade ou impossibilidade de drenagem, determinada pela obstrução ou rompimento do 
canal excretor. Pode ocorrer em glândulas salivares maiores e menores e possui predileção por adultos. 
Como características clínicas, apresenta aumento de volume, formato arredondado, consistência mole e de 
coloração azulada. Nas glândulas maiores, ocorre um aumento do volume assintomático de crescimento 
lento da parótida.Os cistos intraorais podem estar localizados em assoalho de boca, mucosa jugal e lábios. 
 
No histopatológico, epitélio ductal normal, ducto excretor dilatado contendo acúmulo de muco no interior, 
presença de células inflamatórias (muitos neutrófilos) entremeadas com o muco - tecido de granulação ao 
redor da lesão e pode haver inflamação nas glândulas vizinhas. 
 
O tratamento é feito com remoção cirúrgica da glândula envolvida e associadas. 
 
2.5. Sialolitíase 
Sialolitíase é a deposição de sais de cálcio ao redor de um acúmulo de restos orgânicos no lúmen do 
ducto. É semelhante ao cisto, porém a obstrução não é por conta de cisto, mas sim por conta de sialolítos. 
A etiologia é desconhecida, as doenças sistêmicas que altera o metabolismo de cálcio e fósforo não 
possuem relação com a deposição dos sais. 
É mais comum na glândula submandibular*, mas embora raro, também pode ocorrer nas glândulas 
salivares menores - nesse caso não costuma produzir sintomatologia dolorosa, embora o aumento de 
volume esteja presente. O grupo de prevalência é jovens e adultos de meia idade. 
*A ocorrência maior na glândula submandibular é decorrente da diminuição do fluxo salivar no interior do ducto que é o mais 
longo, tortuoso e tem o seu orifício excretor acima do nível da glândula, além da secreção mucóide. 
A característica clínica básica da sialolitíase nas glândulas salivares maiores pode se expressar por 
aumento de volume da glândula afetada, associada a desconforto ou discreta sintomatologia dolorosa - 
geralmente são agravados em horários de refeição. A permanência do cálculo pode acarretar o 
aparecimento de patologia infecciosa (infecção secundária). O quadro inflamatório irá dominar o quadro 
clínico, podendo haver inclusive drenagem purulenta através do ducto. 
 
Fig 1 - Sialólito de tamanho considerável localizado no óstio do ducto da glândula submandibular. Fig 2 - Radiografia oclusal, 
onde podemos observar a presença de uma imagem radiopaca. 
A palpação da estrutura glandular é fundamental para o diagnóstico*, possibilitando a localização do 
cálculo no interior do ducto. No exame de radiografia oclusal, é possível ver uma massa radiopaca do 
sialolito. Também podem ser utilizados para o diagnóstico, recursos como sialografia, ultrassonografia e 
tomografia computadorizada. 
*Diagnóstico da patologia: história relatada pelo paciente + exame clínico + exame radiográfico. 
Macroscopicamente o cálculo salivar é duro, de coloração branco-amarelada ou castanho-claro, de forma 
ovalada, cilíndrico ou arredondado, medindo de milímetros até 2 cm ou mais de diâmetro e são únicos na 
maioria dos casos. 
Microscopicamente é possível observar lamelas concêntricas obstruindo o ducto salivar, revestimento de 
epitélio escamoso estratificado, metaplasia escamosa (substituição das células colunares por células , 
mucina obstruídapor um sialolito, inflamação periductal. 
 
Fig. A: massa calcificada lamelar no interior de um ducto dilatado. Fig. B: metaplasia escamosa na superfície do ducto. 
Tratamento e prognóstico: quando são pequenos sialolitos, que não obstruem a passagem da saliva por 
meio dos ductos, estes podem ser assintomáticos, tendo como tratamento fisioterapia (massagem), 
ordenha da saliva, aumentar o consumo de líquidos e alimentos ácidos ou sialogogos*, com a finalidade de 
estimular a produção salivar, na tentativa de expulsar o sialólito. Já os sialólitos maiores podem obstruir a 
passagem do ducto causando dor, inchaço e infecção salivar da glândula envolvida, tendo como tratamento 
sua remoção cirúrgica. Dependendo do caso, também é necessária a remoção da glândula salivar. 
*Sialogogos: podem ser farmacológicos, que são medicações que aumentam a produção de saliva, mecânicos, que aumentam a 
salivação por meio de dispositivos de silicone para mascar e os sialogogos gustatórios ou gustativos, que aumentam a produção 
salivar por meio de ácidos alimentares de frutas, em baixas concentrações. 
 
2.6. Sialometaplasia Necrosante 
É uma doença benigna (rara) - apesar do seu caráter destrutivo e clinicamente indicativa de malignidade. 
Gera isquemia * e infarto local, é localmente destrutiva. Essa doença ainda não apresenta etiologia 
conhecida, mas existem alguns fatores predisponentes como lesões traumáticas, anestesias, manipulação 
cirúrgica, próteses mal adaptadas, infecções das vias aéreas. 
* A isquemia provocada pelos ALs é vista como uma das causas da SN, devido ao uso da adrenalina e noradrenalina, utilizadas 
como vasoconstritores, isso, aliado a anatomia "bastante aderida ao osso" do palato duro contribui para indução da isquemia dos 
vasos da região, redução de suprimentos e consequentemente, morte das glândulas salivares menores. Mas muitos pacientes 
com a doença negam realização de manobras cirúrgicas associadas a anestésicos, então não pode-se considerar uma etiologia, 
mas sim um fator predisponente. 
Características clínicas: Ocorre em cerca de 75% dos casos no palato posterior, ⅔ unilateral, 46 anos, M 
2x > F, tumefação não ulcerada, dor, parestesia, úlcera central semelhante a cratera, destruição óssea rara. 
 
Fig. 1: Sialometaplasia necrosante em estágio inicial - Aumento de volume eritematoso em palato duro. Fig. 2: Lesão ulcerada 
profunda em palato duro. Fig. 3: Lesão de grande proporção acometendo palato duro e mole. 
Características histopatológicas: Presença de glândulas salivares necróticas, e, algumas dessas, 
apresentando metaplasia escamosa. A arquitetura lobular das glândulas permanece preservada. Em 
alguns casos, geralmente no início da lesão, áreas de extravasamento de mucina podem ser encontradas, 
ocorrendo devido a inflamação local. A superfície pode apresentar "hiperplasia pseudoepiteliomatosa". 
Pleomorfismo celular ou qualquer característica de atipia raramente são visualizados. 
 
Fig. 1: Tecido glandular pálido e necrótico. Fig. 2: Metaplasia escamosa de algumas glândulas salivares. Fig. 3: Tecido epitelial 
exibindo hiperplasia "pseudoepiteliomatosa" e metaplasia escamosa das glândulas salivares. 
Tratamento: Biópsia incisional para descartar a hipótese de carcinoma * (mucoepidermóide / adenóide 
cístico / células escamosas). (diagnóstico diferencial), com o diagnóstico confirmado não é necessário 
tratamento, espera-se a regressão espontânea, a cicatrização vai ocorrer sozinha de 5 a 6 semanas. 
Alguns medicamentos de suporte podem ser prescritos para alívio da sintomatologia do paciente. 
* O que diferencia a doença, além do histopatológico, é que a SN tende a regredir com o tempo. 
Obs.: Doenças neoplásicas, infecciosas e sistêmicas com predileção pelo palato normalmente apresentam 
características clínicas bastante semelhantes, por isso são importantes diagnósticos diferenciais da SN. 
Dentre elas, podemos citar o carcinoma de células escamosas, carcinoma mucoepidermóide, carcinoma 
adenóide cístico, linfoma de células NK/T, sífilis terciária, histoplasmose e granulomatose de Wegener. 
 
3. CONDIÇÕES INFECCIOSAS 
3.1. Sialodenite 
Inflamação aguda ou crônica do tecido glandular, podendo ser de origem infecciosa (viral / bacteriana) ou 
não (trauma, compressão do sistema ductal, radioterapia na região da cabeça ou pescoço e doenças 
auto-imunes). 
Como características clínicas, aumento de volume, dor, eritema da região, febre, mal-estar e trismo 
dependendo da localização e extensão do processo infeccioso. Nos quadros agudos, quando a glândula é 
massageada, geralmente observa-se uma drenagem purulenta a partir do orifício do ducto. 
O histológico, mostra glândulas salivares sem atipias arquiteturais ou citológicas, abrigando infiltrado 
inflamatório mononuclear leve, além de ductos ectasiados, caracterizando um processo inflamatório local. 
 
Como tratamento, este é realizado de acordo com as características da patologia apresentada, podendo 
variar desde a prescrição medicamentosa e tratamento sintomatológico específico para cada caso, até a 
ressecção cirúrgica da glândula. 
O prognóstico dessa doença é bom, geralmente tratamento apenas com medicamentos (antibióticos / 
antiinflamatórios / analgésicos), mas caso o indivíduo esteja debilitado, a recuperação pode ser mais difícil 
e as chances de se tornar uma infecção generalizada são altas. 
 
4. TUMOR BENIGNO DE TECIDO GLANDULAR 
4.1. Adenoma Pleomórfico 
O adenoma pleomórfico é a neoplasia benigna comum da glândula parótida, representando cerca de 90% 
dos tumores benignos das glândulas salivares. A idade média de acometimento é de 46 anos (cerca de 30 
anos a 60 anos), sexo feminino geralmente. Apresentam um aumento de volume com margens bem 
delimitadas, firme, móvel, indolor à palpação, superfície lobulada e lisa, crescimento lento. Os tumores 
bilaterais são raros. 
Características clínicas: 80% dos casos ocorrem na parótida (lobo superficial), e nesses apresentam 
tumefação a frente da orelha 1 , inicialmente móvel, rara dor e pode ocorrer paralisia do nervo facial. Muitas 
vezes essas características são passadas despercebidas pelos pacientes e assim são negligenciadas, 
tomando proporções grotescas. 10% dos casos ocorre nas glândulas salivares menores, dentro dessa 
porcentagem, 10% no palato,20% no lábio superior e 10% na mucosa jugal. Pode haver ulceração 
secundária e sangramento. Difere-se do SN porque dificilmente o AP é ulcerada. 
1. Por conta da localização da parótida 
 
Características histopatológicas: Neoplasia geralmente bem delimitada por cápsula de tecido conjuntivo 
fibroso, com parênquima constituído por células epiteliais ductais e células mioepiteliais. Podem ser 
encontradas áreas ductiformes, sólidas, mixoides, hialinas, plasmocitoides, osteóides e condroides, além 
de metaplasia escamosa. 
 
 
Tratamento: O tratamento para o adenoma pleomórfico de glândulas salivares menores consiste na 
enucleação conservadora. Essa modalidade de tratamento apresenta excelente prognóstico quando 
realizada a remoção cirúrgica adequada, com baixas taxas de recidiva e rara transformação maligna.

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