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Engenharia de Tráfego Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli Aula 2 Via, Veículo e Usuário Definições TRÂNSITO Definição do Código de Trânsito Brasileiro – CTB (Lei Nº 9.503): “§ 1º Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” Compõe o trânsito as pessoas, os veículos e os animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não. Definições Engenharia de Trânsito É o conjunto de estudos e projetos de segurança, fluidez, sinalização e operação de trânsito executadas nas vias públicas. Entende-se ainda por Engenharia de Trânsito o conjunto de estudos, projetos e serviços referentes à sinalização de trânsito, cujo objetivo é disciplinar o uso e proporcionar as condições seguras de utilização das vias públicas. Trata, principalmente, do Sistema de Circulação e Estacionamento, da Sinalização de Trânsito e Gestão de Segurança no Trânsito. Definições Engenharia de Tráfego É a área do conhecimento que tem como objeto o planejamento, o projeto geométrico e a operação de tráfego em vias, suas redes, terminais, lotes lindeiros e relações com outros modos de transporte. Um conceito mais moderno para Engenharia de Tráfego seria Engenharia da Mobilidade, que se baseia em três fatores (VIERA, 1999): • engenharia veicular • engenharia viária • fatores humanos. Engenharia de Tráfego Engenharia de Tráfego Trata de problemas que não dependem apenas de fatores físicos, mas frequentemente incluem o comportamento humano (motorista e pedestre) e suas inter-relações com a complexidade do ambiente. Visa proporcionar a movimentação segura, eficiente e conveniente de pessoas e mercadorias. Está fundamentada no tripé: • Engenharia • Educação • Fiscalização Engenharia de Tráfego O trânsito seguro é baseado em um tripé que está sustentado pela Engenharia, pela Educação e pelo Esforço Legal (Fiscalização) (ROZESTRATEN, 1988). Engenharia de Tráfego Aspectos da Engenharia de Tráfego ESTUDO DAS CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGO PLANEJAMENTO DE TRÁFEGO PROJETO GEOMÉTRICO OPERAÇÃO DO TRÁFEGO ADMINISTRAÇÃO ESTUDO DO USUÁRIO DA VIA; ESTUDA AS CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS URBANAS, INCLUSIVE TRANSPORTE PÚBLICO; PROJETO DE VIAS E INTERSEÇÕES, ESTACIONAMENTOS E TERMINAIS MEDIDAS REGULAMENTADORAS ÓRGÃOS ADMINISTRADORES DO TRÁFEGO; ESTUDO DOS VEÍCULOS; LEIS E NORMAS; ESTUDO DA VELOCIDADE, TEMPO DE VIAGEM E OS ATRASOS; CONDUÇÃO DOS PRINCIPAIS ESTUDOS DE TRANSPORTES; REGULAMENTAÇÃO DA OPERAÇÃO PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO DO TRÂNSITO; VOLUME DE TRÁFEGO; ORIGEM/DESTINO; CONDUÇÃO DOS PRINCIPAIS ESTUDOS DE TRANSPORTES; PLANOS DE CONTROLE DE TRÁFEGO LEGISLAÇÃO REGULAMENTADORA. CAPACIDADE VIÁRIA; TIPO DE SINALIZAÇÃO/CONTROLE A SER ADOTADO PARA DETERMINADA SITUAÇÃO ESTUDO DO ESTACIONAMENTO; TÉCNICAS USADAS PARA A COMPREENSÃO DOS PLANOS DE TRANSPORTE. ACIDENTES; TRANSPORTE PÚBLICO. Engenharia de Tráfego Engenharia de Tráfego A Engenharia de Tráfego estuda a interação entre três componentes básicos: o usuário, o veículo e a via Engenharia de Tráfego Usuário da Via Usuário da via Condutores (motoristas) e pedestres. Os motoristas estão sujeitos a limitações físicas, mentais e emocionais. Mais especificamente, a idade, o sexo, o conhecimento, a habilidade de dirigir, a estabilidade emocional são alguns desses fatores. Também estão envolvidos fatores circunstanciais, como a motivação da viagem. Usuário da via Os motoristas conduzem os veículos e reagem a estímulos externos. A reação de um motorista a um estímulo segue as seguintes fases: 1. percepção: a sensação é recebida pelos sentidos, transmitida ao cérebro e reconhecida; 2. identificação: envolve identificação e compreensão (relacionado com recordações anteriores); 3. julgamento ou emoção: envolve o processo de decisão (parar, ir ao lado); 4. reação (volution): execução da decisão. Usuário da Via Usuário da via Fatores de segurança na Engenharia de Tráfego: • fatores visuais (interferem na percepção); • acuidade visual; • ângulo do cone de visão (entre 3 e 5 graus, e pode chegar a 10 ou a 12 graus); • visão periférica (120 a 180 graus); • percepção do movimento (distâncias e velocidades); • audição; • fadiga Usuário da Via Usuário da via É muito estudada a interação entre o motorista e o veículo. A altura dos olhos, a posição das pernas e do assento, são medidos e controlados por órgãos importantes internacionalmente, como a “American Association of State Highway and Transportation Officials” (AASTHO). Usuário da Via Usuário da via Pedestres: • Velocidade de caminhada entre 1,0 a 1,5 m/s; • Tempo de reação que varia entre 4 e 5 s As características que interferem são também físicas, mentais e emocionais. As análises mais comuns para pedestres estão relacionadas a ocorrência de acidentes e cálculos de tempos de sinalização. Usuário da Via Veículo VEÍCULO Os veículos são fabricados para diferentes usos, diferenciados por peso, dimensão, manobrabilidade e são condicionados ao traçado e à resistência das vias. As atividades da Engenharia de Tráfego que envolvem as características dos veículos são normalmente: • projeto geométrico de vias rurais e urbanas; • estudos da capacidade das vias; • estudo da segurança de tráfego; • estudo da sinalização. CLASSIFICAÇÃO VEÍCULOS Os veículos são fabricados para diferentes usos, diferenciados por peso, dimensão, manobrabilidade e são condicionados ao traçado e à resistência das vias. • biciclos: motocicletas e bicicletas com ou sem motor; Veículo CLASSIFICAÇÃO VEÍCULOS • ligeiros: automóveis e veículos de turismo pequenos, que transportam de 4 a 9 pessoas. Incluem caminhões e pequenos furgões, com carga útil de até 2 toneladas. São importantes para o estudo do tráfego pois representam a maior porcentagem dos veículos, e assim são os que mais provocam congestionamentos. Veículo CLASSIFICAÇÃO VEÍCULOS • pesados: caminhões e ônibus, respectivamente para o transporte de mercadorias pesadas e o transporte coletivo de pessoas; Veículo CLASSIFICAÇÃO VEÍCULOS • especiais: tratores agrícolas, máquinas de obras públicas etc. Possuem grandes dimensões e têm lentidão de movimentos. As vias normalmente não são dimensionadas para este tipo de veículo, e pode requerer autorização especial para a viagem, procurando uma rota adequada. Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS • aceleração: carros de passeio variam de 1,80 a 2,74 m/s2. Caminhões são capazes de acelerar entre 0,61 e 0,91 m/s2. É utilizada para estudar: o tempo para o veículo atravessar a interseção; a distância requerida para passar outro veículo; a brecha aceitável. Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS • frenagem: distância de frenagem até o momento que o veículo se encontre parado. Para rodovias em nível o cálculo desta distância é feito com a equação: onde: S = distância de frenagem (m); V = velocidade no início da frenagem (km/h); f = coeficiente de atrito entre o pneu e o pavimento. Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS • frenagem: Para rodovias em subida ou descida a distância é calculada pela equação: onde: i = declividade longitudinal da pista em proporção (%), positivo para subida e negativo para descida. Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS • frenagem: Relação entre coeficiente de atrito e velocidade DNER (1999) Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS VeículoVideo: Teste de frenagem CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS • raio de giro: raio da circunferência que descreve a roda dianteira do lado contrário ao que se gira. Isto faz com que os veículos ocupem uma largura maior de faixa ao realizarem curvas. Este efeito também é denominado arraste: "arraste é a diferença radial entre a trajetória do centro do eixo dianteiro e a trajetória do centro do eixo traseiro". DNIT/IPR (2009) Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS Ábaco para raio de giro DNIT/IPR (2009) Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS Cálculo para raio de giro DEINFRA (1998) Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS Representação da relação entre velocidade e arraste (DNIT/IPR, 2009) Veículo CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS Veículo Vídeo: Estudo Raio de Giro Via VIA Segundo o Anexo I do CTB, é definida como a superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a pista, a calçada, o acostamento, a ilha e o canteiro central. VIA Para efeito do CTB, as ruas, avenidas, logradouros, caminhos, passagens estradas e rodovias, as praias abertas à circulação pública, e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas são consideradas vias terrestres e seu uso deve ser regulamentado pelo órgão ou pela entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e circunstâncias especiais. Via VIA As vias podem ser rodoviárias ou ferroviárias, públicas ou privadas, rurais ou urbanas. As rodovias podem ser, de acordo com sua estrutura, de duas faixas e de mais de duas faixas. As de múltiplas faixas podem ser divididas (duas pistas independentes) ou não divididas apenas por sinalização (faixas ou tachões). Via VIAS URBANAS Segundo o CTB: “Art. 60 - As vias abertas à circulação, de acordo com sua utilização, classificam-se em: I - vias urbanas a) via de trânsito rápido; b) via arterial; c) via coletora; d) via local. II - vias rurais: a) rodovias; b) estradas.” Via VIAS URBANAS Classificação viária, tendo em vista que, nas vias onde não exista sinalização, a velocidade máxima permitida será de acordo com o art. 61 do CTB que prevê: Via VIAS URBANAS Classificação conforme o propósito do projeto: GÊNERO •aerovias •dutovias • ferrovias •hidrovias • rodovias ESPÉCIE •urbana • interurbana •metropolitana • rural POSIÇÃO • radial •perimetral • longitudinal • transversal •anular • tangencial •diametral ALTURA •Nível •Rebaivada •Elevada •Túnel N° PISTAS •Simples •múltipla SUPERFÍCIE •pavimentadas; •em terreno natural COND. OPERACIONA IS •sentido único; •sentido duplo; • reversível; • interditada (a alguns ou todos os veículos); •com ou sem estacionament o JURISDIÇÃO • federal; •estadual; •municipal; •particular. Via Exercício (UFG 2010) - Considere que o tempo de reação de um condutor é de um segundo, do instante em que vê um obstáculo até acionar os freios. Com base nessas informações, e considerando f = 0,8, qual é a distância aproximada percorrida por um automóvel do instante em que o condutor vê um obstáculo, até parar completamente, se estiver trafegando com velocidade constante de 90 km/h? Resolução Temos que: V=90km/h f = 0,8 Devemos também levar em conta o tempo que o motorista demorou para acionar os freios (percepção + reação), que foi de um segundo. Durante esse tempo o carro percorreu alguns metros antes de entrar em trabalho de frenagem. Vamos aplicar uma simples regra de três: 90 km/h corresponde a 90.000 metros em 3.600 segundos, então: 90.000 metros ----- 3.600 segundos x metros ------------- 1 segundo 3.600x = 90.000 x = 90.000 / 3.600 x = 25,0m Antes de acionar os freios, o carro percorreu 25 metros e depois de acionados ainda percorreu 42,2 metros até parar completamente. Portanto, à distância percorrida pelo automóvel, do instante em que o condutor viu o obstáculo, acionou os freios e parou, foi de: 39,71 + 25,0 = 64,71m Com base nos dados do exercício anterior, considerar que em condições de chuva, o pavimento molhado tem redução do coeficiente de atrito ( f ) em torno de 50% e calcular a distância aproximada percorrida por um automóvel do instante em que o condutor vê um obstáculo, até parar completamente. Exercício Complementar Resposta: 109,4m Obrigado! Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli e-mail: alexsander.parpinelli@anhembi.br
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