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08/05/2019 1 DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS: Estratégias de modificação molecular Prof. Eduardo Muniz Santana Bastos Salvador 2019 MODIFICAÇÃO MOLECULAR A modificação molecular consiste em alterar a estrutura química de um composto protótipo conhecido e previamente caracterizado, com o objetivo de aprimorar suas propriedades do ponto de vista farmacêutico, farmacocinético e farmacodinâmico. OBJETIVO DA MODIFICAÇÃO MOLECULAR Estudar as Relações Estrutura e Atividade (REA); Elucidar o grupo farmacofórico; Obter fármacos semelhantes ao protótipo, mas com: Estudar as Relações Estrutura e Atividade (REA); Elucidar o grupo farmacofórico; Obter fármacos semelhantes ao protótipo, mas com: - maior estabilidade; - síntese simplificada; - melhores propriedades farmacocinéticas. - maior potência; - maior seletividade; - menos efeitos colaterais; - ação mais ou menos prolongada; DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Otimização das interações com o alvo molecular: Aumentar seletividade Aumentar atividade Principais estratégicas Variações do substituinte Extensão da estrutura Simplificação molecular Bioisosterismo Hibridação latenciação Variação do substituinte Modificação da cadeia para melhorar a interação com regiões hidrofóbicas DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Bolso hidrofóbicos Interações moleculares Composto Líder Análogo 08/05/2019 2 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Variação do substituinte Seletividade para receptores beta adrenérgico Adrenalina Salbutamol DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Extensão da estrutura: introdução de grupos funcionais Patrick, 2013 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FÁRMACOS Extensão da estrutura: introdução de grupos funcionais Planejamento de Antagonistas PROCESSOS DE MODIFICAÇÃO MOLECULAR BIOISOTERISMO LATENCIAÇÃO HIBRIDIZAÇÃO Estratégia de simplificação molecular ou otimização de fármacos e/ou protótipos, permitindo a obtenção de novos análogos ativos de estruturas mais simples em relação ao protótipo. Na simplificação da estrutura do anestésico local cocaína à procaína, conservou-se a propriedade anestésica local, eliminando as propriedades narcóticas relacionadas à cocaína (BARREIRO, FRAGA, 2001) BIOISOTERISMO Compostos ou subunidades estruturais de compostos bioativos que apresentam volumes moleculares, formas, distribuições eletrônicas e propriedades físico-químicas semelhantes, capazes de apresentar propriedades biológicas similares” Estratégia de geração de novas moléculas biologicamente ativas: elevado crescimento em classes terapêuticas distintas. BIOISOTERISMO Volume; Polarizabilidade dos grupos; Estéreo-eletrônicas; Solubilidade; Reatividade química; Ligação de hidrogênio; pKa. Fase farmacocinética: modulação das propriedades ADME; Fase farmacodinâmica: modulação da atividade, visando a otimização. Propriedades moleculares Finalidades 08/05/2019 3 BIOISOTERISMO BIOISOTERISMO clássico BIOISOTERISMO clássico BIOISOTERISMO clássico BIOISOTERISMO não clássico BIOISOTERISMO não clássico 08/05/2019 4 BIOISOTERISMO não clássico SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR E C D A B SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR MORFINA SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR E C D A B SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR 08/05/2019 5 SIMPLIFICAÇÃO MOLECULAR HIBRIDAÇÃO MOLECULAR Associação de grupos diferentes ou mistos através de ligação covalente Esta reunião origina uma nova substancia que poderá apresentar a atividade de uma das substâncias originais ou conjugar ambas as atividades em uma única molécula. A hibridação molecular é a reunião de características estruturais, parciais de duas substâncias biotivas distintas em uma nova molécula. Tropisetrona: Antiemético Prevenção de náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia antineoplásica HIBRIDAÇÃO MOLECULAR 1. Sinergismo de ação farmacológica; 2. Terapia de dupla ação farmacológica; 3. Modulação de efeitos secundários indesejáveis. Objetivos da hibridação molecular HIBRIDAÇÃO MOLECULAR 1. Sinergismo de ação farmacológica Objetivos da hibridação molecular Obtido quando se unem covalentemente fármacos inteiros, ou apenas os grupos farmacofóricos, e que exibem a mesma atividade farmacológica, mas que atuam em alvos bioquímicos distintos. O objetivo final do híbrido será incrementar uma única atividade farmacológica por vias distintas. HIBRIDAÇÃO MOLECULAR 2. Terapia de dupla ação farmacológica Objetivos da hibridação molecular São unidos covalentemente fármacos, ou grupos farmacofóricos, com atividades biológicas diferentes, mas que possuem alguma relação com o quadro patológico do enfermo. O híbrido, também conhecido como agente simbiótico, exerça duas ações farmacológicas distintas no sentido de combater causas e sintomas decorrentes da doença. HIBRIDAÇÃO MOLECULAR 3. Modulação de efeitos secundários indesejáveis Objetivos da hibridação molecular Será obtido quando une-se um fármaco, ou grupo farmacofórico, que irá desempenhar a ação terapêutica e produzir uma ação secundária indesejável, a um segundo fármaco, ou grupo farmacofórico, que irá minimizar ou anular o efeito secundário indesejado provocado pelo primeiro 08/05/2019 6 Hibridação molecular Hibridação molecular Indinavir Hibridação molecular Latenciação de fármacos Processos de modificação molecular. Uma das principais ferramentas na arte do planejamento de quimioterápicos específicos contra os maiores desafios da Ciência na atualidade: AIDS e câncer Transformação do fármaco em forma de transporte inativo que, in vivo, mediante reação química ou enzimática, libera a porção ativa no local de ação ou próximo dele. Uma das formas latentes obtidas mediante este processo denomina-se pró-fármaco. OBS: Número considerável de barreiras pode limitar a utilização clínica do fármaco. Estas limitações estão relacionadas às fases farmacocinética e farmacêutica O termo latente Presente ou existente, mas não manifestado, exibido ou desenvolvido. Pró-fármacos - Bioprecursores 08/05/2019 7 Latenciação de fármacos (ETTMAYER et al., 2004) IMPORTÂNCIA DA LATENCIAÇÃO DE FÁRMACOS Otimizar as propriedades físico-químicas de um fármaco Grupos funcionais álcoois ésteres Via química ou enzimática Disponibilidade Biodisponibilidade Atividade Biológica Fármaco inativo Fármaco ativo LATENCIAÇÃO Pró-fármacos Os pró-fármacos devem possuir características importantes, tais como: 1. Inatividade ou menor atividade do que o fármaco matriz; 2. Obtenção por síntese menos complexa que a do fármaco matriz, sempre que possível. 3. Ligação entre o fármaco matriz e o transportador cindida, in vivo, por via química ou enzimática; 4. Falta de toxicidade do transportador; 5. Cinética adequada de biotransformação direta tanto quanto de inativação, assegurando níveis eficazes do fármaco no local de ação. Pró-fármacos Os principais grupos reversíveis utilizados no planejamento de pró-fármacos: (FRIIS; BUNDGAARD, 1996) ÉsteresÁlcool Amida Medicamentos “Blockbusters” Pró-fármacos 08/05/2019 8 CLASSIFICAÇÃO DE PRÓ-FÁRMACOS 1. Pró- fármacos clássicos 2. Bioprecursores 3. Mistos 4. Fármacos dirigidos São classificados pela presença ou não de transportadores Pró-fármacos Unidade transportadora Pro-fármaco e unidade transportadora Pró-fármacos Pró-fármacos clássicos São compostos inativos ou menos ativos que o fármaco matriz, devendo sofrer hidrólise (química ou enzimática) para liberar a porção ativa. são obtidos mediante ligação do fármaco matriz a um transportador adequado. Objetivo de melhorar as propriedades físico-químicas e, consequentemente, a atividade terapêutica, graças ao aumento da biodisponibilidade, da seletividade, à redução da toxicidade e ao prolongamento da ação. Pró-fármacos Pró-fármacos clássicos Pequenas moléculas, como os açúcares, aminoácidos ou peptídios, podem ser utilizadas como transportadores, para melhorar a biodisponibilidade por aumento da hidrossolubilidade (Han,Amidon, 2000). 08/05/2019 9 Pró-fármacos Pró-fármacos clássicos Pequenas moléculas, como os açúcares, aminoácidos ou peptídios, podem ser utilizadas como transportadores, para melhorar a biodisponibilidade por aumento da hidrossolubilidade (Han, Amidon, 2000). Pró-fármacos Bioprecursores São fármacos latentes, que não apresentam um transportador propriamente dito, pois são moléculas inativas, que sofrem biotransformação (geralmente pelo sistema redox), in vivo, para transformar-se em metabólito ativo. Pró-fármacos Bioprecursores Inibidor da enzima 3- hidroxi-3-metilglutaril-coenzima-A redutase (HMG–CoA) utilizado no tratamento das hipercolesterolemias. Pró-fármacos Pró-fármacos mistos Os pró-fármacos mistos constituem-se em formas latentes com características de bioprecursores e de prófármacos clássicos Apresentam-se como molécula biologicamente inativa, que necessita sofrer diversas reações químicas para se converter na forma ativa, aumentando a concentração do fármaco ativo em um sítio de ação específico. Pró-fármacos Pró-fármacos mistos Biotransformação do transportador previamente à liberação do fármaco é o sistema denominado CDS (Chemical Delivery System). (Idealizador por: BODOR; ABDELALIMEM 1985) BHE Pró-fármacos Fármacos dirigidos Fármacos acoplados a um transportador específico para determinados receptores ou enzimas existentes no sítio de ação específico do fármaco, reduzindo sua ação inespecífica sobre outros órgãos e/ou tecidos. Constituídos de polímeros, que funcionam como suporte, os grupos que dirigem a ação específicas, como, por exemplo, anticorpos. (ETTMAYER ET AL., 2004) 08/05/2019 10 Grupos protetores São Substâncias químicas que se introduz em uma molécula por uma modificação química de um grupo funcional, com o fim de obter quimioseletividade em uma reação química subsequente. Em muitas preparações de compostos orgânicos reativos, algumas partes específicas de suas moléculas não poderiam sobreviver aos reativos ou ambientes químicos requeridos. Então, estas partes ou grupos devem ser protegidos Depois que se completa a etapa que envolve o grupo protegido, se elimina o grupo protetor regenerando o carbonilo original. Este passo se denomina desproteção. Principais reações de um processo unitário OXIDAÇÃO e REDUÇÃO ACOPLAMENTO HALOGENAÇÃO HIDROGENAÇÃO ESTERIFICAÇÃO E HIDRÓLISE Reação de óxidorredução Reação de acoplamento Classe de reações em química organometálica onde dois fragmentos de hidrocarbonetos são acoplados com a ajuda de um metal contendo catalisador. Compostos Organometálicos são aqueles em que íons metálicos estão diretamente ligados à átomos de Carbono. Reação de Hidrogenação A hidrogenação consiste na ação de hidrogenar, adicionar hidrogênio, processo químico de redução no qual o hidrogênio gasoso (H2) é diretamente adicionado a uma substância, geralmente hidrocarbonetos, Alcenos (que apresentam uma dupla ligação entre os átomos de carbono) ou alcinos (que apresentam uma ligação tripla entre carbonos). Na maioria dos casos torna-se necessária a presença de um catalisador, processo então que passa a ser conhecido por hidrogenação catalítica. Reações de halogenação Moléculas orgânicas que possuem, pelo menos, uma ligação insaturada (dupla ou tripla) participam de reações de adição quando em contato com halogênios. Refere-se a um átomo de qualquer elemento da família 7A (halogênios – F, Cl, Br e I) que substitui um átomo de hidrogênio, ou ainda, reduz a insaturação de uma ligação entre carbonos. 08/05/2019 11 Esterificação e Hidrólise Reação química de quebra de ligação química de uma molécula com a adição de uma molécula água. Nessa reação ocorre a quebra da molécula de água em íons de hidrogênio (H+) e hidroxila (OH–) que se ligam às duas moléculas resultantes da quebra Como o próprio nome indica, uma reação de esterificação é aquela em que se forma um éster. Esse tipo de reação ocorre entre um ácido carboxílico e um álcool, formando também água, além do éster.
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