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COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS GABARITO - CÁLCULOS DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS 1) De acordo com a composição centesimal do leite fluido e do leite em pó, indicada no quadro abaixo, converter para base seca e discutir sobre as quantidades de nutrientes encontradas: Leite de vaca UHT (100ml) Leite em pó (100g) Umidade 85,5 3,6 Energia (kcal) 67 477 Proteína (g) 3,4 25,3 Lipídeos (g) 3,9 24 Carboidratos (g) 4,8 39 Cinzas (g) 0,4 4,8 Resolução Leite fluido 100 g de leite – 85,5 g de água 100 – 85,5 = 14,5 g Assim o leite fluido apresenta 14,5 g de matéria seca Proteína no leite fluido 14,5 g de matéria seca – 3,4 g de proteína 100 g de matéria seca – x x = 23,45g de proteína em 100 g de matéria seca Seguido o mesmo procedimento para os demais alimentos, serão obtidos os seguintes valores: Leite de vaca UHT (g/100g de peso seco) Leite em pó (g/100g de peso seco) Energia 462,06 kcal 494,81 kcal Proteína 26,15 26,24 Lipídeos 30 24,89 Carboidratos 26,89 40,41 Cinzas 3,08 4,98 2) Durante uma entrevista um profissional de saúde se limitou a comentar que “o leite tem 52,4% de gordura.” Observando a composição do leite do quadro do exercício 1, comente o possível motivo que o levou a este comentário equivocado (Obs.: 1 g de lipídeos = 9 kcal). Resolução Vamos considerar o leite fluido: 3,9 g de lipídeos 1 g de lipídeos = 9 kcal 3,9 x 9 = 35,1 kcal VCT= Valor Calórico Total VCT leite = 67 kcal 67 kcal – 100 % do VCT 35,1 kcal – x x= 52,39 % Comentário: O entrevistado quis dizer que os lipídeos representam 52,39% do VCT do leite. COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS 3) No quadro abaixo constam os valores de licopeno em alguns alimentos, expressos em mg/100g de matéria seca. Converta de acordo com o teor de umidade e discuta sobre os valores encontrados de acordo com a “ingestão habitual” de cada um deles. Alimento Quantidade de licopeno (mg/100 g peso seco)* Umidade** (%) Sugestão de ingestão (g) Tomate fresco 5,6 94,0 1un. T – 100g Extrato 11,0 81,5 1 c. café – 5g Toranja 1,1 93,0 3 un. T – 300g Melancia 4,1 95,0 1 ft M – 200 g Goiaba 5,2 91,0 1un. G – 100g Resolução Extrato de tomate 100 g de tomate – 81,5 g de água 100 – 81,5 = 18,5 g Assim o tomate apresenta 18,5 g de matéria seca 100 g de matéria seca – 11 mg de licopeno (dado tabela) 18,5 g de matéria seca – x x = 2,04 mg de licopeno em 100 g de extrato de tomate 100g de extrato de tomate – 2,04 mg de licopeno 5g (1c de café) – y y=0,1 mg de licopeno Seguido o mesmo procedimento para os demais alimentos, serão obtidos os seguintes valores: Alimento Quantidade de licopeno (mg/100g)* Sugestão de ingestão Quantidade de licopeno na Porção (mg) Tomate fresco 0,34 1un. T – 100g 0,34 Extrato 2,04 1 c. café – 5g 0,10 Toranja 0,077 3 un. T – 300g 0,23 Melancia 0,21 1 ft M – 200 g 0,41 Goiaba 0,47 1un. G – 100g 0,47 Comentário: Uma análise desatenta da tabela dada no exercício, expressa em peso seco, poderia levar a falsas interpretações dos valores de licopeno para os diferentes produtos. Convertendo estes valores para base úmida e considerando as porções “sugeridas” pode-se avaliar melhor as quantidades de licopeno para cada produto, uma vez que dizem respeito a “ingestão habitual” como menciona o enunciado. O exercício mostra que tão importante quanto conhecer o teor de um nutriente, é importante conhecer qual quantidade será consumida habitualmente, que ocorre em base úmida majoritariamente. COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS 4. Na embalagem de uma linguiça suína, consta no rótulo a seguinte informação: peso/unidade: 60 g; gordura total: 10,3 g. Após preparação em chapa aquecida a 240 ºC por 9 minutos a linguiça apresenta peso final de 39 g. Considerando que a porcentagem de gordura total final foi de 11,5 %, discuta as alterações na quantidade de gordura total encontrada e suas possíveis causas. Resolução Antes do processamento Após o processamento Peso 60 g 39 g Gordura total 10,3 g 11,5 % Massa total perdida: 60 – 39 = 21 g Massa de gordura perdida (para saber quando de gorduras em peso absoluto, estão contidos em 39g de linguiça (peso após cozimento)): 100 g linguiça--------- 11,5 g gordura 39 g linguiça ----------- x x = 4,49 g de gordura total final (aproximadamente) GTinicial – GTfinal = GTperdida no processamento 10,3 – 4,49 = 5,82 g 5,82 g de gordura perdida no processamento. A diferença entre a massa total perdida (21 g) e a gordura perdida (5,82), 15,19 g, é essencialmente água que evapora no processamento. Comentário: O produto pronto apresenta, respectivamente, peso e teor de gordura menores que os do produto não chapeado (não cozido). Há perdas durante o processo de cocção. Essas perdas são devido à gordura (5,82 g) e água (15,19 g). Observa-se que os valores presentes no rótulo não expressam o real estado do produto quando este for consumido. 5) Uma conhecida marca de chocolate em pó solúvel incorporou a sua marca os termos Fibra e Cálcio. Observe a Tabela de Informação Nutricional da mesma e analise as quantidades dos referidos nutrientes para uma porção de 16g do produto. Discuta a respeito. Dados: Cálcio IA= 1000 a 1200mg (IA = Ingestão adequada) (NRC 1998) De acordo com a Portaria nº 27/1998 - ANVISA • Alimento fonte de minerais de vitaminas – mínimo de 15% da IDR* de referência por 100g (sólido). • Alimento fonte de fibras alimentares - mínimo de 3g/100g (sólidos). • Alimento com alto teor de fibras alimentares - mínimo de 6g /100g (sólidos). *Ingestão diária de referência a qual podemos considerar a IA (ingestão adequada) COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS Nutriente 100g Carboidrato 12 Proteína 2,3 g Gordura Total 1,5 g Gordura Saturada 0,9 g Fibra Alimentar 2,9 g Cálcio 101 mg Resolução: Fibra alimentar 2,9 g de fibra alimentar – 100 g de chocolate pó x _ 16 g de chocolate pó x= 0,46 g Cálcio 101 mg de cálcio – 100 g de chocolate pó y _ 16 g de chocolate pó x= 16,16 mg Nota: 15% da IDR de cálcio para o achocolatado será: 15% de 1000 mg (IDR) para 100g de produto = 15 mg no mínimo para ser considerado fonte de cálcios Comentário: O produto em questão não se adequa aos critérios para alimento fonte de fibra alimentar (3 g/100 g de alimento sólido), uma vez que apresenta 2,9 g em 100 grama de produto. Além disso, conforme os cálculos, nota-se que ao considerar o consumo de uma porção expressa no rótulo (16g de achocolatado), vemos que a quantidade de fibra consumida seria ainda menor, de 0,46 g. Segundo os critérios de alimento fonte de vitaminas e minerais o achocolatado se enquadra como alimento fonte de Cálcio, uma vez que atinge a 15 % das IDR (no caso do Ca IA), ou seja, em 100 g de achocolatado há 101 mg de cálcio, sendo a 15% da IDR igual a 15 mg. Além disso pelos cálculos de cálcio por porção de achocolatado, nota-se que, ao se considerar a quantidade presente na porção proposta pelo fabricante (ou seja, 16g) há 16,16 mg de cálcio, sendo valor suficiente para classificar a porção, também como fonte de cálcio. Nota: Vale ressaltar que o consumidor ao encontrar um produto cujo nome está associado aos termos “Fibra e cálcio”, espera um diferencial “relevante” deste produto em relação aos seus similares, uma vez que se dispõe a pagar mais caro por ele. No entanto, isso nem sempre acontece quando considera-se a porção indicada para consumo pelo fabricante. 6) Questão bônus: Em uma revista de Saúde e BoaForma, foi encaminhada a Nutricionista a seguinte questão: “Comer torradas ao invés de pão é mais eficiente para perder peso?” Qual seria a sua resposta? Comentário: Quando o pão é torrado ocorrem reações tais como as de Maillard que podem comprometer açúcares e aminoácidos. Quanto for a tonalidade pigmentada da torrada maior este comprometimento. De qualquer forma esta perda não é relevante do ponto de vista calórico a fim ser recomendado pão torrado ao invés de pão fresco. Ao se consumir a mesma quantidade de pão na forma torrada não há muitas diferenças do ponto de vista de calorias, há apenas perda de umidade.
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