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CESUFOZ/FAFIG Recuperação de Empresas e Falência – Profª Cristina Delgado 1 Recuperação Extrajudicial (artigos 161 a 167, Lei 11.101/2005) Procedimento que existe para o empresário que tenha o desejo de levar o acordo feito em particular com os credores à homologação judicial, como o objetivo de valorizar o esforço de superação do devedor em crise. Não há intervenção do Poder Judiciário no pacto que envolve apenas as partes. Trata-se de procedimento de jurisdição voluntária, onde devedor e credor fazer um acordo proposto pelo devedor/empresa em crise. 1ª - Livre contratação Procedimento concursal preventivo desenvolvido em duas etapas 2ª - Homologação judicial. 1ª etapa – ACORDO: resultado de convergência de opiniões e esforços privados entre devedor e credores. 2ª etapa – HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL: participação jurisdicional com a qual se pretende dar oficialidade e credibilidade ao plano de recuperação extrajudicial. Iniciativa: Do devedor (art. 161) Requisitos subjetivos: a) Exercício regular da atividade empresarial há pelo menos 2 anos (art.48, caput); b) Não ser falido ou, se o foi, obrigações estarem extintas (art. 48, I); c) Não ter sido condenado por crime falimentar (art. 48, inciso IV); d) Não haver pedido anterior de recuperação judicial (art. 161, §3º); e) Não lhe ter sido concedida, há menos de 2 anos, recuperação judicial ou extrajudicial (art. 161, §3º, segunda parte). Créditos excluídos: 1 – Trabalhistas (salários, férias, indenizações por rescisão de contrato, acidentes de trabalho). Art. 161, §1º. 2 – Tributários: sujeitos ao regime de direito público (princípio da indisponibilidade do interesse público). Art. 161, §1º. 3 - Proprietário fiduciário, arrendador mercantil, vendedor ou promitente vendedor de imóvel por contrato irrevogável e vendedor titular de reserva de domínio (não se submetem ao regime de recuperação judicial, a não ser que assim o desejem). Art. 49, §3º. 4 – Instituição financeira credora por adiantamento ao exportador (ACC): seus créditos também não serão alcançados contra sua vontade. Art. 49, §4º c/c 86, II. Requisitos objetivos: a) Não pode prever pagamento antecipado. Art. 161, §2º, primeira parte; b) Deve dar tratamento paritário aos credores sujeitos ao plano. Art. 161, §2º, segunda parte; c) Só deve abranger créditos existentes até a data do pedido de homologação. Art. 163, §1º; d) Alienação ou substituição de garantias só com autorização do credor garantido; e) Afastamento de variação cambial só com autorização do credor. Desistência de algum credor: depois da distribuição, só com autorização dos demais. CESUFOZ/FAFIG Recuperação de Empresas e Falência – Profª Cristina Delgado 2 RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL COM HOMOLOGAÇÃO FACULTATIVA – art. 162 Será aplicada na hipótese em que todos os credores atingidos manifestem livre vontade de aderir ao plano de recuperação extrajudicial. O ato judicial (homologatório), em tese, não seria necessário para alteração de seus créditos, pelo fato dos credores terem se obrigado voluntariamente através do acordo. Finalidades: 1 – Maior solenidade (visa chamar a atenção de todos os envolvidos para a importância do plano de recuperação). 2 – Possibilitar alienações de filiais ou unidades produtivas por hasta judicial (art.166). Instrução (simples): - Pedido com justificativa; - Instrumento (plano, acordo, termo, etc.). RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL COM HOMOLOGAÇÃO OBRIGATÓRIA – art. 163 Ocorrerá quando o plano não tiver sido aprovado por unanimidade, mas tiver conseguido manifestação favorável de credores que representem mais de 3/5 de cada espécie de crédito abrangida. Terá havido, portanto, uma minoria de credores contrários. Finalidade: estender os efeitos do plano a essa minoria resistente. Instrução (complexa): - Pedido com justificativa; - Instrumento (plano, acordo, termo, etc.); - Exposição da situação patrimonial; - Demonstrativos contábeis (do último exercício e especiais para o ato); - Outorga de poderes aos subscritores; - Identificação dos credores e dos créditos. Processamento: Publicação: através de edital, jornal grande circulação e carta enviada aos credores pelo devedor. Impugnações: limitadas às matérias do art. 164, §3º. Manifestação do devedor (em caso de impugnação): cinco dias. Sentença judicial: homologa ou indefere. Recurso cabível: apelação, sem efeito suspensivo. Inexistência de coisa julgada.
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