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AULA 8 - Unidade 6 - Considerações para atletas especiais II

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UNIDADE 6: PARTE II
Esporte Adaptado
Prof. Me. Júnior Furtado
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INTRODUÇÃO
A pessoa com deficiência (PCD) estabelece um novo segmento na sociedade, criando, assim, a necessidade de novos conhecimentos e discussões sobre o comportamento biológico, psicológico, social e também sobre questões relacionadas às leis de atenção.
	Intervenções multiprofissionais do processo de reabilitação
	Desenvolvimentos de novos matérias para confecção de órteses e próteses, cadeiras de rodas e equipamentos em geral
	Debates em relação aos direitos e deveres das PCD
ESPORTE ADAPTADO
É definido como o esporte modificado ou criado para atender às necessidades da PCD.
	Praticado em ambientes integrados, com a participação de pessoas com e sem deficiência ou em ambientes destinados somente à PCD.
	O esporte adaptado pode ser entendido no contexto da reabilitação (integrado às outras intervenções desse processo), no contexto da sua prática para manter níveis adequados de condicionamento físico e saúde em geral e no contexto competitivo, inclusive de alto rendimento. 
	
Independentemente do contexto em que é praticado, o esporte adaptado tem sido considerado como um importante instrumento do processo de reabilitação e de facilitação da melhora da qualidade de vida das PCDs, e a fisioterapia tem papel importante nesse contexto
DEFICIÊNCIA e ESPORTE
Nos últimos anos, foi possível acompanhar as mudanças nos paradigmas relacionados à PCD. 
	No comportamento das PCD
	Valorização desse segmento pela sociedade
	Ocorreram em função de melhores evidências científicas para entendimento e condução das intervenções
	Desenvolvimento de biotecnologia de equipamentos e materiais para diagnóstico, terapêutica e suporte à PCD 
	Do entendimento da filosofia do que pode ser considerada a reabilitação
Entende-se que a reabilitação não é, por si só, uma intervenção, mas um processo que envolve um conjunto de intervenções de profissionais de várias áreas da saúde, dinâmica familiar adequada, adaptação, acessibilidade etc
DEFICIÊNCIA e ESPORTE
Na década de 1940, na Inglaterra, o neurocirurgião Ludwig Guttmann introduziu a prática do esporte para pacientes com lesão medular e amputação. A maioria vítimas da Segunda Guerra Mundial.
Na década de 1940, na Inglaterra, o neurocirurgião Ludwig Guttmann introduziu a prática do esporte para pacientes com lesão medular e amputação. A maioria vítimas da Segunda Guerra Mundial.
Na mesma década, nos Estados Unidos, o professor de educação física Timothy Nugent também desenvolve a prática de modalidades esportivas adaptadas às PCDs físicas, trazendo o entendimento de que não são pacientes, e sim atletas com deficiência
O esporte adaptado pode ser definido como o esporte modificado ou criado para atender às necessidades de PCDs. Pode ser praticado em ambientes integrados com a participação de pessoas com e sem deficiência ou em ambientes destinados somente à PCD.
O esporte possibilita à PCD demonstrar a sua capacidade, competência e superação frente às exigências físicas, psicológicas e disciplinares do esporte de alto rendimento.
Um paciente com deficiência física por lesão medular, tendo como sequela a paraplegia, o tratamento fisioterapêutico não irá apenas tratar ou priorizar o que está comprometido. Deve-se considerar que o paciente é cadeirante e, portanto, deverá ser treinado em manejo de cadeira de rodas e também em exercícios que utilizem a própria cadeira 
Termos inadequados relacionados as PCDs
Em 1980, a Organização Mundial da Saúde (OMS) criou oficialmente a Classificação Internacional das Deficiências, Incapacidades e Desvantagens buscando um enfoque conceitual e uma linguagem comum para classificar as consequências das doenças, traumatismos e outros transtornos. 
No campo da saúde, essa classificação compreendeu três dimensões distintas:
	Deficiência (Impairment) - é a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. 
	Desvantagem (Handicap)- é uma situação resultante de uma deficiência que levou a uma incapacidade que limita ou impede o desempenho considerado normal em função de fatores individuais, sociais e culturais. 
	Incapacidade (Disability)- é toda restrição ou ausência da capacidade para realizar uma atividade considerada dentro dos limites da pessoa humana em função de uma deficiência e respectiva sequela.
Deve-se entender que toda deficiência terá uma etiologia, que pode ser de origem genética, congênita ou adquirida.
	Deficiência física - lesões da medula espinhal, a poIiomielite, as amputações, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), o traumatismo cranioencefálico, a malformação congênitas, a paralisia cerebral.
	Deficiência visual - os traumatismos oculares, o glaucoma, a retinopatia da prematuridade, a catarata, o retinoblastoma
	Deficiência intelectual - pode ter como etiologia os distúrbios relacionados ao cromossoma x, a síndrome de Down, o autismo
	Deficiência auditiva - pode ser dividida em condutiva (otite média serosa), neurossensorial (infecções pelo vírus herpes e toxoplasmose) e mista (associadas).
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MEDULAR 
T10
PCD
VISUAL
PCD
AUDITIVO
 A PCD terá desvantagem se não tiver acesso a um bom programa de reabilitação, uma cadeira de rodas, locais para aprender o sistema Braille, condições para adquirir o aparelho para surdez
	 
Locomoção, Leitura e Audição
Etiologia:
doença, trauma, 
lesão.
Desvantagem:
barreiras sociais, 
culturais, 
Ambientais.
Deficiência:
física, visual, 
auditiva, 
intelectual.
Incapacidade:
marcha, enxergar, 
ouvir, convívio 
Social.
Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)
	Em 2001, a OMS estabeleceu a Classificação Internacional de funcionalidade (CIF)
	O modelo utilizado para classificação das doenças é o do Código Internacional de doenças (CID-10), que categoriza as pessoas pelas doenças, mesmo, em muitos casos, não havendo a doença e sim sequelas.
	Quando se atribui um CID-10, considera-se a pessoa como “doente”. Também, quando se avaliam duas pessoas com o mesmo CID-10, não se está considerando os fatores positivos e negativos de cada pessoa, o que faz toda a diferença no processo de reabilitação.
A CiF é dividida em duas partes:
- Funcionalidade (functioning) e incapacidade (disability) - são consideradas as estruturas e funções do corpo, atividades e participação; 
- Fatores contextuais (pessoais e ambientais) que podem facilitar ou dificultar todo o processo de reabilitação ou manutenção de condições mais adequadas para a PCD.
Processo de reabilitação das pessoas com deficiência
	O conceito de Reabilitação é amplo e não pode ser utilizado de forma equivocado. 
	Reabilitação não é uma intervenção e sim um processo, objetivando a reabilitação da pessoa não do órgão, sistema orgânico ou outra condição.
	A Reabilitação depende as ações médicas, fisioterapêuticas, do professor de educação física, dos aspectos nutricionais, fisiológicos e psicológicos.
	No caso dos atletas a recuperação da função é imprescindível para a reabilitação
Para refletir ...
Não necessariamente..
Se a recuperação da função é imprescindível para a reabilitação, pode-se afirmar que o atleta está reabilitado quando a função do joelho está normal? ...
Caso se vinculasse a reabilitação à recuperação da função, seria possível entender que as PCDs não poderiam ser reabilitados, considerando que, na maioria dos casos, a recuperação da função não é possível pela etiologia da deficiência e sua sequela
	As PCDs precisam de promoção de inclusão, integração social, melhoria da qualidadede vida e garantia de direitos e deveres.
	Em Países desenvolvidos há cultura geral de reconhecimento e maior aceitação das PCDs
	No Brasil há leis na Constituição Federal e diretrizes estaduais e municipais que nem sempre são cumpridas
Esporte Adaptado
Em 1838 alunos com deficiência visual da Escola Perkins, em Boston nos EUA, participaram de programas de ginástica e natação
A prática de exercícios terapêuticos remonta a China por volta dos anos 3000 aC.
	Em 1870 a Escola de Ohio para surdos (Ohio School for the deaf), nos EUA, desenvolveu o beisebol para surdos; e a escola estadual de Illinois introduziu o futebol americano para surdos;
	Em 1906, a escola Wisconsin ofereceu o basquetebol para surdos;
	Em 1924 competidores de 09 países encontraram-se em Paris para a primeira competição internacional para surdos, os Jogos Silenciosos Internacionais
Nos jogos Olímpicos de 1964 em Tóquio, foi utilizada o termo Praolimpíadas com a participação de 375 atletas de 21 países e 09 modalidades.
Organização do Esporte Adaptado no Brasil
Comitê Paraopilimpico Brasileiro (CPB), fundado em 1995, contando com entidades filiadas:
	Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas (ABRADECAR)
	Associação Nacional de Desporto para Deficientes (ANDE)
	Associação Brasileira de Desporto para Cegos (ABDC)
	Associação Brasileira de Desporto de Amputados (ABDA)
	Associação Brasileira de Desporto para Deficientes Mentais (ABDEM)
	Confederação Brasileira de vôlei Paraolímpico (CBvP)
Associação Olimpíadas especiais (AOEB)
Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeiras de Rodas
Confederação Brasileira de Desportos para Surdos
Confederação Brasileira de Luta de Braço Adaptado
Confederação Brasileira de Tênis de Mesa Adaptado
Federação Paulista de Basquete Sobre Rodas
Indicação do esporte Adaptado a pessoa com deficiência
	Podem participar de qualquer modalidade desde que estejam dentro das possibilidades que sua incapacidade permitam
	Não há necessidade de habilidades esportivas
	Esporte tem por objetivos desenvolver as capacidades e habilidades motoras remanescentes
	Deve promover atividades de lazer, facilite a independência funcional, reduzindo condições secundárias a deficiência
	Melhore a qualidade de vida 
Classificação Funcional
A classificação funcional faz parte da estrutura da competição e tem como principais objetivos:
	Definir as PCDs pelo tipo de deficiência e sequela para a competição nas modalidades de esporte adaptado; 
	Agrupar os atletas e equipes em relação ao potencial funcional específico para os fundamentos da modalidade a fim de que seja possível igualdade na disputa.
A Reabilitação e o contexto do Esporte Adaptado
	Trabalho da equipe Multidisciplinar
	Deve focar as incapacidades, porém o que a pessoa pode fazer é mais importante do que aquilo que ela não pode fazer.
	Estabelecimento de metas objetivando a adaptação do atleta ao esporte que irá praticar
	Não criar expectativas que não serão possíveis alcançar
Exemplos de Superação
Bethany Hamilton 
É uma surfista americana que sobreviveu a um ataque de tubarão em 2003 no qual teve o braço esquerdo amputado, mas voltou e foi vitoriosa - no surfe profissional.
Exemplos de Superação
Alan Fonteles
Amputado das duas pernas abaixo do joelho desde os 21 dias de vida, por conta de uma infecção. Nos Jogos Paralímpicos de 2012, em Londres, ganhou o ouro nos 200m T44, superando o franco favorito, Oscar Pistorius.
Dirceu José Pinto apresenta deficiência física, tendo como etiologia a distrofia muscular de cinturas e como sequela a tetraparesia, manifestada aos 12 anos de idade.
Iniciou quadro de fraqueza e investigou a causa da sua condição até os 14 anos. Após o diagnóstico, iniciou reabilitação, principalmente com fisioterapia e, nesse momento, conheceu o esporte adaptado, mais especificamente a natação, em função da hidrocinesioterapia. 
Com a progressão da sua sequela, Dirceu iniciou a prática da bocha em 2002 e se tornou rapidamente uma potência na modalidade.
 Em 2005, foi convocado para a Copa América da Argentina e, nesse evento, durante o processo de avaliação e classificação funcional, foi considerado inelegível para a modalidade por apresentar potencial funcional acima do padrão da bocha.
Casos Clínicos
Dirceu Pinto recebendo a medalha de Ouro em Pequim (2008)
Fisioterapia e Esporte Adaptado
No esporte adaptado é preciso potencializar as capacidades dos atletas, alcançar o desempenho máximo e chegar ao melhor resultado.
Olhar clínico do Fisioterapeuta na condução do tratamento e treinamento
Dois atletas com paraplegia, um tendo como etiologia a poliomielite e o outro uma lesão medular completa. 
Embora ambos sejam paraplégicos, no atleta com sequela de poliomielite não há alterações de ordem sensitiva, nem espasticidade, e as funções autonômicas também não apresentam alterações, realidade diferente no atleta com lesão medular completa. 
A preocupação com esvaziamento de bexiga, termorregulação, úlceras por pressão na cadeira, pressão na bolsa escrotal, infecções urinárias, é necessária no atleta com lesão medular
Outro aspecto importante é o fato de que os segmentos corporais ou membros não comprometidos pela deficiência podem sofrer lesões por sobrecarga em função das compensações inerentes às sequelas.
	
Comprometimento do coto em função da super utilização no esporte com a prótese. Isso caracteriza intercorrência que necessita de afastamento dos treinos e limitação no uso da prótese, inclusive nas AVDs.
Características do Esporte Adaptado
É importante que o fisioterapeuta conheça: 
■ Os critérios de elegibilidade; 
■ A classificação funcional; 
■ Os materiais; 
■ Os equipamentos e a indumentária; 
■ O comportamento biomecânico;
■ A epidemiologia das lesões de cada modalidade. 
Epidemiologia das lesões no esporte Adaptado
Foi observado que há presença de lesões no paratleta, tanto agudas quanto crônicas, devido a sobrecarga da 
atividade desportiva. 
Constatou-se uma tendência a cronicidade de lesões, sendo mais prevalente a lesão do tipo calo (39,5%), seguido de danos musculares (23,3%) e contusão (14%). 
Dentre as deficiências físicas apresentadas pelos atletas a lesão medular correspondeu a 42%, 
seqüela de poliomielite a 31% e amputação de membros inferiores a 27%. 
CONCLUSÃO
A fisioterapia atua no tratamento fisioterapêutico necessário em função da deficiência e suas sequelas, como atividade de lazer, na adaptação para a utilização de órteses, próteses, cadeira de rodas e outros materiais e equipamentos necessários as AVDs e ao esporte praticado, na prevenção e na recuperação de lesões esportivas predispostas por fatores intrínsecos, como sequelas e superutilização de segmentos corporais ou membros não comprometidos, além dos fatores extrínsecos relacionados com as características biomecânicas das modalidades de esporte adaptado. 
Para Refletir ...
O conhecimento das capacidades que a PCD apresenta é muito mais relevante do que as suas incapacidades.
	
OBRIGADO !!!!

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