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3 - Fisiologia digestiva aves e suínos

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3 - Fisiologia disgestiva AVES E SUÍNOS
A demanda crescente por alimentos, em especial as proteínas de origem animal, é e continuará sendo fator determinante para a evolução e desenvolvimento técnico do setor de produção animal. Segundo o relatório de 2018 das Organizações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção de carnes aumentará em 20% até 2030, com grande participação das carnes de aves e suínos, sendo esta, atualmente, a carne mais consumida no mundo.
Nesse cenário, percebe-se a importância da suinocultura e avicultura e também a sua amplitude, fato este que corrobora para a existência de produtores altamente tecnificados e informados e, por outro lado, outros que beiram a produção de subsistência. Porém, por ser um mercado muito competitivo, somente a tecnificação poderá fazer com que se produza em quantidade e qualidades requeridas. Além disso, a produção necessita ser economicamente viável, ou seja, precisa gerar lucro ao produtor. Para que isso ocorra, segunto Andriguetto (et al) em sua obra Nutrição animal, são três aspectos principais da produção servem de base para qualquer suinocultura, são eles: genética, manejo e nutrição.
Dentre esses três, a genética é o aspecto que faz com que o animal possua intrinsicamente potencial para desempenhar determinado resultado, para isso foram necessários o desenvolvimento de novas tecnologias, que permitissem este rápido avanço. Porém, esses animais modernos, mais produtivos e precoces, se tornaram muito mais exigentes quanto a suas necessidades de criação, em especial condições de manejo, sanidade e nutrição adequados a sua realidade.
Certamente entre eles, a nutrição se destaca, pois representa a maior parcela do custo de produção, variando entre 65% a 75%, até ultrapassando esses valores, em determinadas épocas do ano. Visto a importância econômica da nutrição, busca-se constante melhoria na eficiência alimentar.
Porém, antes de discutir questões nutricionais, se faz necessário conhecer a fisiologia destes animais, como seus organismos funcionam e os mecanismos responsáveis pelo aproveitamento do alimento. Primeiramente, classifica-se aves e suínos como animais monogástricos, ou seja, seu estomago possui apenas uma cavidade, isto faz com que eles possuam algumas características em comum, que são importantes de serem destacadas e que vão influenciar nas decisões nutricionais relacionadas a essas espécies.
Com isso, o primeiro ponto a se destacar é que ambas as espécies possuem capacidade de armazenamento (ao contrário de ruminantes, que possuem a capacidade de armazenar grandes quantidades no rúmem), portanto são animais que necessitam de acesso ao alimento de maneira continua, ou pelo menos, várias vezes ao dia. Em casos que isso não ocorra, podem ocorrer grandes problemas, como: perda de produtividade, aumento de estresse, aumento da incidência de ulceras e torção gástrica principalmente em suínos, e pode gerar até casos de canibalismo.
Além disso, essa baixa capacidade de armazenamento, também gera um transito gastrointestinal, relativamente rápido e uma baixa capacidade de digestão de alimentos fibrosos. Portanto, exige-se uma dieta completa, com todos os nutrientes exigidos e da forma mais prontamente disponível possível. E também dietas concentradas, desta forma garantindo melhor aproveitamento e desempenho dos animais.
Inicialmente, o processo digestivo se inicia na boca, segundo Silva em sua obra Consumo e preferencias alimentar dos animais domésticos (2010), os suínos possuem cerca de 15 mil papilas gustativas na língua, enquanto que as galinhas possuem apenas 24, ou seja, os suínos são muito mais sensíveis ao sabor dos alimentos, mostrando preferencias ao doce e refuga ao amargo ou azedo, já as aves, pouco diferenciam o sabor. Na prática, percebe-se que o suíno rejeita facilmente alimentos que não lhe agradem, enquanto que as aves consomem até mesmo alimentos em mal estado de conservação, pois tendem a não perceber de forma tão sensível esta variação de sabor. 
No entanto, o bico das aves as permite um habito alimentar seletivo, principalmente quanto ao tamanho das partículas na ração, sendo assim, quanto mais irregular for o padrão da ração, mais facilmente elas selecionarão o alimento, como exemplo deste comportamento, temos, em casos de ração com presença de grãos de milho inteiro ou partículas grandes, facilmente observa-se as aves no comedouro selecionando apenas o milho e deixando o restante da ração, fato esse que não ocorre nos suíno, por não possuírem tal habilidade de seleção.
Ainda na boca, os suínos realizam o processo mecânico da mastigação e adição de saliva, já as aves contam com o divertículo ou papo, para umidificar o alimento, e logo após, a moela para realizar o processo mecânico de dividir o alimento em partículas menores.
Logo após, no estomago, ambas as espécies possuem pH acido, sendo que a porção glandular, responsável por secretar o suco gástrico nas aves é o papo, agindo em conjunto com a ação mecânica. Já no suíno, estas duas funções ocorrem no mesmo compartimento, denominado estômago. No geral, nesta fase ocorre pouca absorção, pode-se considerar uma fase preparatória para a digestão final e para a absorção, que ocorre em sua maior parte no intestino delgado (ID).
Concluindo o processo no estômago, o bolo alimentar segue para o intestino delgado, este pode ser subdividido em três porções: duodeno, jejuno e íleo. A primeira porção, o duodeno, ocorre principalmente a neutralização do pH acido, onde desembocam os ductos do pâncreas e fígado, ou vesícula biliar, os fluídos provenientes destes, carream diversas enzimas, como: amilase, lipase, tripsina. Estas enzimas, realizam parte importante da digestão, de forma simplicita, agem quebrando as partículas de gordura, carboidratos e proteínas, em partículas menores e passiveis de absorção. Com isso, a absorção ocorre principalmente na porção seguinte do ID, o jejuno, a mais longa e a que esta ligada ao mesentério, membrana altamente vascularizada, com a função de transportar os nutrientes ali absorvidos. Seguindo para o íleo, porção final do ID, onde ocorre principalmente absorção de aminoácidos, minerais e vitaminas e é também a porção de transição do ID para o intestino grosso (IG).
Em continuidade ao processo digestivo, o bolo alimentar segue para o intestino grosso, que é subdivido em: ceco, cólon e reto. Tendo estes, como principais funções a absorção de agua e eletrólitos, e ainda segundo Bertechini em sua obra Nutrição de monogástricos (2012), que através da complexa microbiota ali presente, ocorre fermentação, que resulta na produção de vitaminas, ácidos graxos voláteis, aminoácidos. Além disso, ocorre a digestão da fibra da ração, em suínos adultos cerca de 30% e em aves adultas cerca de 25%.
Dado o exposto, nota-se que são inúmeros os detalhes e peculiaridades de cada espécie, porém são de extrema importância para o real conhecimento da fisiologia digestiva, conhecimento este que é base crucial para o desenvolvimento de nutrição adequada as realidades do animal, e que desta forma possibilite alcançar os melhores índices produtivos e econômicos. Visto que a alimentação representa a maior parcela do custo de produção, se faz indispensável utilizar-se de todo o conhecimento e tecnologia possíveis, para atingir o melhor resultado.

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