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Concurso de crimes O crime pode ser praticado por um como por várias e a sujeitos ocorrendo nessa hipótese subjetiva , o “concurso de pessoas” mas pode, também, um único sujeito prática dois ou mais crimes. “Quando o sujeito, mediante unidade ou pluralidade de comportamentos, prática dois ou mais delitos, surge o” concurso de crimes – “concursus delictorum”. Este concurso pode ocorrer entre crimes de qualquer espécie, comissivos ou omissivos, dolosos ou culposos, consumados ou tentados, simples ou qualificados e ainda entre crimes e contravenções. Logicamente que a pena a ser aplicado a quem pratica mais de um crime não pode ser a mesma pena aplicável a quem comete um único crime. Sistema de aplicação de pena O concurso de crimes dá origem ao concurso de penas. Vários sistemas teóricos são preconizados pela doutrina para aplicação da pena nas diversas modalidades de concurso de crimes: a)Cumulo material: esse sistema recomendar a soma das penas de cada um dos delitos componentes de concurso. Critica: essa simples operação aritmética pode resultar em uma pena muito longa, desproporcional a gravidade dos delitos. b)Cúmulo jurídico: a pena a ser aplicada deve ser maior do que a cominada a cada um dos delitos sem, no entanto, se chegará só uma delas. c)absorção: considera que a pena delito mais grave absorve a pena do delito menos grave, que deve ser desprezada. Critica: os vários crimes menores ficariam sempre impunes. Depois de prática de um crime grave, o criminoso ficaria imune para as demais infrações. Seria uma carta de alforria para quem já delinquiu. d)Exasperação: recomendar a aplicação da pena mais grave, aumentada de determinada quantidade em decorrência dos demais crimes. O direito brasileiro adota somente dois desses sistemas: o do cúmulo material (concurso material e concurso formal impróprio) e o que a da exasperação (Concurso formal próprio e crime continuado). Espécie a)Concurso material art. 69. Ocorre o concurso material quando o agente, mediante mais de uma conduta (ação ou omissão), prática dois ou mais crimes idênticos ou não. No concurso material a pluralidade de condutas e pluralidade de crimes. Quando os crimes praticados forem idênticos ocorre o concurso material homogêneo (dois homicídios) e quando os crimes praticados forem diferentes caracteriza será concurso material heterogêneo (estrupo e homicídio). A pluralidade delitiva decorrente do concurso material poderá ser objeto de vários processos, que geraram várias sentenças. Constatada a conexão entre os crimes praticados, serão observados os preceitos do art. 76 do CPP. a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada crime, isoladamente (artigo 119 do CP), em qualquer das espécies de concurso. Espécies b) concurso formal: art. 70. Ocorre o concurso formal quando o agente, mediante uma só conduta (ação omissão), prática dois ou mais crimes, idênticos ou não. Nessa espécie de concurso ha unidade de ação e pluralidade de crimes. Assim para que haja concurso formal é necessário que exista uma só conduta, embora possa desdobrar-se em vários atos, que são os segmentos em que esta se divide. o concurso formal pode ser o próprio (perfeito quando a unidade de comportamento corresponder a unidade interna da vontade do agente, isto é, o agente deve querer realizar apenas um crime, obter um único resultado do danoso. não devem existir desígnios autônomos. O concurso formal também pode ser impróprio (imperfeito). Nesse tipo de concurso, o agente deseja a realização de mais de um crime, tem consciência e vontade em relação a cada um deles. Ocorre aqui o que o Código Penal chama de “desígnios autônomos”, que se caracteriza pela unidade de ação e multiplicidade de determinação de vontade, com diversas individualizações. Os vários eventos, nesse caso, não são apenas um, perante a consciência e a vontade, embora seja objeto de uma única ação. Espécie Conquanto no concurso formal próprio adotou-se o sistema de exasperação da pena, pela unidade de desígnios, no concurso formal impróprio e aplica-se o sistema do cúmulo material , como se fosse concurso material, diante da diversidade de intuitos do agente (art. 70 caput segunda parte). Enfim, o que caracteriza o crime formal é a unidade de conduta, mas o que justificar o tratamento penal mais brando é a unidade do elemento subjetivo que impulsiona ação. Espécies c) crime continuado: art. 71. Ocorre quando o agente, mediante mais de uma conduta (ação ou omissão), prática dois ou mais crimes da mesma espécie, devendo os subsequentes, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, ser havidos como continuação do primeiro. São diversas ações, cada um em si mesmo criminosa, que a lei considera, por motivos de política criminal, como um crime único. A regra do crime continuado deve ser aplicada tendo em vista o caso concreto e sub a inspiração das mesmas razões da política criminal que inspiraram. Crime continuado Ha descer saber se as várias condutas configuradoras do crime continuado realizam um único crime ou, na realidade, constituem, mas crimes. Para isso há as teorias: a)teoria da unidade Real: para esta teoria os vários comportamentos lesivo do agente constituem efetivamente um crime único, uma vez que São elos de uma mesma corrente e traduzem uma unidade de intenção que se reflete na unidade de lesão. b) teoria da ficção jurídica - essa teoria foi inicialmente defendida por Carrara. Admite que a unidade delitiva é uma criação da lei, pois na realidade existem vários delitos. E, se efetivamente se tratasse de crime único, a pena deveria ser a mesma cominada para um só dos crimes concorrentes. Segundo Manzini: "o Instituto do crime continuado está afundado, indiscutivelmente, sobre uma ficção jurídica. A ficção jurídica resulta de uma transação entre a coerência lógica, a utilidade e a equidade”. Esta teoria foi adotada pelo atual CP para fim de aplicação de pena, visando atenuar a sanção penal, atento a política criminal que inspirou o Instituto. C) teoria da unidade jurídica ou mista - para essa corrente, o crime continuado não é um real, mas também não é ficção legal. Segundo essa teoria, a continuidade delitiva constitui uma figura própria e destina-se a fins determinados, constituindo uma realidade jurídica e não uma ficção. Não se cogita de unidade ou pluralidade de delitos, mas de um terceiro crime, que é o crime de concurso, cuja unidade delituosa decorre da lei. Teoria do crime continuado a) Teoria subjetiva - não tem importância os aspectos objetivos das diversas ações, destacando como caracterizador do crime continuado somente o elemento subjetivo, consistente na unidade de propósito ou de desígnio. Essa teoria predominou na Itália, que, contudo, constatou a sua insuficiência para dimensionar o critério aferidor da continuidade delitiva. b) Teoria objetivo-subjetiva - essa teoria, além dos requisitos objetivos, exige unidade de desígnios, isto é, uma programação inicial, com realização sucessiva, como, por exemplo, o operário de uma fábrica que, desejando subtrair uma geladeira, o faz parceladamente, levando algumas peças de cada vez. Essa teoria objetivo-subjetiva exige unidade de resolução criminosa e homogeneidade de "modus operandi". c) Teoria objetiva- para essa teoria, apuram-se os elementos constitutivos da continuidade dele ativa objetivamente, independentemente do elemento subjetivo, isto é, da programação do agente. Despreza a unidade de desígnios ou unidade de resolução criminosa, como elemento caracterizador do crime continuado. É o conjunto das condições objetivas que forma o critério aferidor da continuação criminosa. Essa teoria que nasceu na Alemanha, é adotada pelonosso código. Teoria objetiva - Hungria dizia "O que decidir para a existência do crime continuado é tão somente a homogeneidade objetiva das ações, abstraindo qualquer nexo psicológico, seja volitivo , seja meramente intelectivo. A unidade de dolo, de resolução ou de desígnio , quando efetivamente apurada, longe de funcionar como causa de benigno tratamento penal, deve ser, como índice de maior intensidade do dolo do agente ou de sua capacidade delinquir, Uma circunstância judicial de elevação da pena-base". Requisitos do crime continuado a)pluralidade de condutas - o mesmo a gente deve praticar duas ou mais condutas. Se houver somente uma conduta, ainda que desdobrada em vários atos ou vários resultados, o concurso poderá ser formal. b)pluralidade de crimes da mesma espécie- alguns doutrinadores consideram que crimes da mesma espécie são apenas crimes previstos no mesmo dispositivo legal. Outros entendem que são da mesma espécie os crimes que lesam o mesmo bem jurídico, embora tipificados em dispositivo diferentes. Segundo o entendimento majoritário, "ha continuação, portanto, entre crimes que se assemelham nos seus tipos fundamentais, por seus elementos objetivos e subjetivos, violadores também do mesmo interesse jurídico". c)nexo continuidade delitiva- Deve ser apurado pelas circunstâncias de tempo, lugar, modo de execução e outras semelhantes: 1)condições de tempo - trata-se do aspecto cronológico, isto é, deve haver uma conexão temporal entre as condutas praticadas, para que se configure a continuidade delitiva. É necessário certa periodicidade que permita observar-se um certo ritmo, uma certa uniformidade, entre as ações sucessivas, embora não se possam fixar, a respeito, indicações precisas. 2) Condições de lugar-Deve existir entre os crimes da mesma espécie uma conexão espacial para caracterizar o crime continuado. Segundo Hungria, "não é necessário que seja sempre o mesmo lugar, mas as diversidades de lugares podem ser tal que se tornem incompatível com a ideia de uma série continuada de ações para realização de um só. É a consideração total das condições mais do que de cada uma delas que permite concluir pela continuidade ou não do crime". 3) Maneira de execução - a lei exige semelhança e não identidade. A semelhança na "maneira de execução" se traduz no "modus operandi" de realizar a conduta delitiva. Maneira de execução é o modo, a forma, o estilo de praticar o crime, que, na verdade, é apenas mais um dos requisitos objetivos da continuação criminosa. 4) Outras condições semelhantes -com outras "condições semelhantes", a doutrina aponta a mesma oportunidade e a mesma situação propícias para a prática do crime. Por essa expressão, a lei faculta a investigação de circunstâncias que se assemelham às enunciadas e que podem caracterizar o crime continuado. Essa expressão genérica: "e outras semelhantes” - tem a finalidade de abranger quaisquer outras circunstâncias das quais possam deduzir a ideia de continuidade delitiva. Outras condições semelhantes - segundo Hungria, essa cláusula refere-se "a qualquer outra condição objetiva que possa indicar a homogeneidade das ações. Assim, entre outras, o aproveitamento da mesma ocasião (das mesmas circunstâncias), ou de persistente ocasião favorável, ou o aproveitamento da mesma relação permanente". Exemplos o doméstico subtrai diariamente charutos ao patrão; o morador da casa frauda por vezes sucessivo, o medidor da luz elétrica; o coletor de rendas apropria-se, por várias vezes, do dinheiro do Estado. Essas circunstâncias objetivas, "de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes", não devem ser analisadas individualmente, mas no seu conjunto, e a ausência de qualquer delas, por si só, não desnatura a continuidade delitiva. Na verdade, nenhuma dessas circunstâncias constitui elemento estrutural do crime continuado, cuja ausência isolada possa, por si só, Descaracteriza-lo. No exame de tais circunstâncias, na ausência de critérios, tem-se cometido os maiores absurdos jurídicos na jurisprudência pátria, chegando alguns acórdãos, descriteriosamente a admitir a continuidade de crimes com intervalos de 6,10 e até 12 meses. Cabe indagar: sobraria o que para o concurso material? Dosimetria meteria da pena no concurso de crimes Para o concurso material, adota-se o sistema cúmulo material, somando-se simplesmente as penas dos diversos crimes praticados. Para o concurso formal próprio adota-se o sistema da exasperação, isto é, aplica-se a pena de um só dos crimes, a mais grave, se houver sempre levada de 1/6 a 1/2. Para o concurso formal impróprio um (desígnios os autônomos) adota-se o sistema de cumulo material, somando-se as penas dos diversos crimes, como se fosse um concurso material. Para o crime continuado o critério adotado também é da exasperação, permitindo, contudo, a pena aplicada seja elevada de 1/6 até 2/3. Erro na execução -"aberratio vitus" Art. 73 - não se confunde com o erro quanto a pessoa, onde ha representação equivocada da realidade, pois o agente acredita tratar-se de outra pessoa. Não se trata propriamente de erro de representação, Mas de erro no uso dos meios de execução, proveniente de acidente ou inabilidade da execução (pode até ser hábil, mas circunstâncias alheias à sua vontade podem provocar o erro). O agente dirige a conduta contra vítima visada, o gesto criminoso é dirigido corretamente, mas a execução sair errada e a vontade criminosa vão concretizar-se em pessoa diferente. A fase executória não corresponde exatamente ao representado pelo agente. Art. 74 - é desvio do crime, onde o agente, também por acidente ou inabilidade, atinge bem jurídico diverso do pretendido, fora das hipóteses que configuram a aberratio ictus. A natureza dos bens jurídicos, visados, atingidos, é diferente. A punibilidade do resultado não pretendido fica na dependência a de previsão da modalidade culposa aquela conduta. Se ocorrer também o resultado pretendido aplica-se a regra do concurso formal. Exemplo o agente arremessa uma pedra para quebrar a vitrine e acaba ferindo também a balconista, responderá pelo crime de dano e pela lesão corporal culposa. Suspensão condicional da pena SURSIS Conceito e denominação do Instituto: Para Aníbal Bruno, "a suspensão condicional da pena é o ato pelo qual o juiz condenando o delinquente primário, não perigoso, a pena detentiva de curta duração, suspende a execução da mesma, ficando a sentenciada em liberdade sob determinar das condições". Suspensão condicional como uma "condição resolutória", já que a execução da pena ficar subordinada a um acontecimento futuro. "É condição, porque a pena fica subordinada a um acontecimento futuro incerto; e resolutivo, porque a indulgência vigorando, desde logo, Deixa, portanto, de existir se a cláusula imposta não for cumprida de acordo com o estabelecido”. Requisitos do SURSIS: O segundo pressuposto subjetivo reportasse a culpabilidade, aos antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como, aos motivos e as circunstâncias (art. 77, II do cp). Desta forma, mesmo que eu a gente não seja reincidente, condenações anteriores ou envolvimento em inúmeros processos crimes podem, se assim o entender o juiz, impossibilitar a concessão da suspensão condicional da pena. 2.Sistemas existentes: 2.1 Anglo Saxão: não suspende a execução da pena, mas suspende ação penal durante determinado período, pelo qual sujeito fica a observância de determinadas regras. 2.2 Franco belga: Nesse caso a suspensão condicional da pena ocorre após a prolação da sentença condenatória. A execução da pena será suspensa por determinada período de tempo. sistema adotado pelo Brasil. Alemão: não é o réu condenado (como no sistema anglo saxão). O juiz deve fixar a pena como no sistema (Franco belga). Assim não haverá condenação se o indivíduo respeitar as condições impostas. Caso ele desrespeite as condições saberá a pena que deverá cumprir. setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. 3.Requisitos do Sursis 3.1 requisitos objetivos(naturezae quantidade da pena) só é autorizada a suspensão condicional da pena em penas privativas de liberdade, ou seja: reclusão, detenção ou prisão simples. Não se estende a pena restritiva de direito e penas de multa. A pena aplicada ao sujeito não poderá ser superior a 2 anos. No caso de concurso de crimes, a soma ou aumento da pena não poderá ser superior a 2 anos. Toda vez que o juiz impuser pena de até 2 anos ele deverá se manifestar sobre a pena de SURSIS. Não deve ser indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44código observação: o Instituto do SURSI se perdeu seu campo de aplicação depois da alteração sofrida pelo art. 44. Requisitos do SURSIS: 3.2- os requisitos subjetivos (aqueles que dizem respeito ao agente )da suspensão condicional da pena estão previsto no art. 77 e I e II do CP. Em primeiro lugar, é necessário que o condenado não seja reincidente em crime doloso o Sursis também poderá ser concedida ao condenado reincidente em crime culposo, independentemente de ambos os crimes (antecedentes e posterior )ou só um deles configurar crime de tipo culposo. Suspensão condicional da pena- SURSI Art. 78 - Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de frequentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. Origem e desenvolvimento do livramento condicional SUSPENSÃO CONDCIONAL A PENA - SURSIS ART 81 DO CPB Prorrogação do período de prova § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado. SUSPENSÃO CONDCIONAL A PENA - SURSIS Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado. Art. 80 - A suspensão não se estende às penas restritivas de direitos nem à multa. SUSPENSÃO CONDCIONAL A PENA – SURSIS Cumprimento das obrigações Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. Revogação obrigações Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. Revogação facultativa § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos. SUSPENSÃO CONDCIONAL A PENA – SURSIS Requisitos da suspensão da pena Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício. § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso; I II - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto; IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. Artigo 83 a 90 do Código Penal -->Origem e desenvolvimento do livramento condicional Austrália 1791/ 1840 por Macconochie ->deportações inglesas Estados Unidos Parol System 1825/1869 Casa de RefúgioNY França ->menores em 1832, maiores em 1850 por Bonneville No Brasil teve como marco inicial o Código Penal de 1890 Livramento Condicional Artigo 83 a 90 do Código Penal --> para Julio Fabbrini Mirabete "o livramento condicional, última etapa do sistema penitenciário progressivo, constitui na concessão, pelo juiz da liberdade antecipada ao condenado, quando preenchidos os requisitos legais, ficando sujeito a determinadas exigências legais ou fixadas pelo magistrado durante o restante da pena que deveria cumprir o preso." Livramento Condicional Livramento Condicional Requisitos ou pressupostos objetivos a) Natureza e quantidade da pena b) Cumprimento de parte da pena c) reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade requisitos ou pressupostos objetivos a) Natureza e quantidade da pena: somente a pena privativa de liberdade pode ser objeto do livramento condicional. Artigo 83 - somente poderá ser concedido à pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos. A soma de penas é permitida para atingir esse limite mínimo, mesmo que tenham sido aplicadas em processos distintos. O tempo remido pelo trabalho ou estudo também deve ser considerado na contagem de pena cumprida para obtenção de livramento condicional (artigo 128 da LEP). Livramento Condicional Requisitos ou pressupostos objetivos b) Cumprimento de parte da pena: o a pena do deve Obrigatoriamente cumprir uma parcela de pena aplicada: --> mais de 1/3 (um terço), desde que tenha bons antecedentes e não seja reincidente em crime doloso: mais de ½ ( metade), se reincidente, em crime doloso: entre 1/3 (um terço) e a ½ (metade) , se tiver maus antecedentes mas não for reincidente em crime doloso: mais de 2/3 (dois terços) , se tiver sido condenado por qualquer dos crimes da Lei dos Crimes Hediondos e não seja reincidente específico em crimes dessa natureza. Livramento Condicional Requisitos ou pressupostos objetivos c) Reparação do dano, salvo efetiva impossibilidade: Um dos efetivos da condenação é a obrigação de reparar o dano causado pela infração penal (artigo 91, l. do CP). Ha, atualmente, uma grande preocupação com a reparação do dano produzido pelo infrator. Não deixa de ser uma pálida tentativa de minimizar o esquecimento da vítima, que sofre diretamente as consequências do delito:nem mesmo as modernas legislações encontraram uma forma digna de restaurar o status quo do sujeito passava do fenômeno criminal. A reparação do dano é uma obrigação civil decorrente da sentença penal condenatória, e o sentenciado que não puder satisfazê-lo deverá fazer prova efetiva dessa incapacidade, sendo inadmissíveis meras presunções ou ilações ou ainda injustificáveis atestados de pobreza Livramento Condicional Requisitos ou pressupostos objetivos a)Bons antecedentes b) Comportamento satisfatório durante a execução c) Bom desempenho no trabalho d) aptidão para prover a própria subsistência com trabalho honesto Requisitos específico Livramento Condicional Natureza jurídica -->Na atualidade, a doutrina brasileira , em sua grande maioria, tem defendido a concepção de que a liberdade condicional é um direito público subjetivo do apenado, desde sustentam, deixa de ser um ato discricionário do juiz ou uma faculdade, para integrar-se ao direito de liberdade do indivíduo, que somente pode ser restringido através de imperativos legais. No dizer de Frederico Marques, os libertatis se vê ampliado por eles, de modo que, satisfeitos seus pressupostos, o juiz é obrigado a concedê-los. Livramento Condicional --> Segundo jescheck, a liberdade condicional "pretende adaptar a duração do cumprimento da pena à evolução do réu no estabelecimento penitenciário, estimulando-o, ao mesmo tempo, para que oriente seu destino durante o cumprimento com o comportamento positivo." Livramento Condicional Requisitos ou pressuposto necessários -->O livramento condicional é um dos institutos que mais se aproxima da orientação da "pena indeterminada”, através da individualização executiva da pena, propor se Nando ao o sentenciado contato direto desde com a comunidade livre durante um período experimental e condicional. Contudo para que o sentenciado possa desfrutar do convívio social novamente, mesmo sob determinadas condições, necessita preencher alguns requisitos de natureza objetiva e subjetiva e, no caso dos chamados "crimes violentos", necessita de mais um requisito específico. Tais requisitos serão todos examinados a seguir: Livramento Condicional Conceito e carácteres da liberdade condicional -->O livramento condicional, a última etapa do cumprimento de pena no sistema progressivo, abraçado em geral por todas as legislações penais modernas, é mais uma das tentativas para diminuir os efeitos negativos da prisão. Não se pode denominá-lo substituto penal, porque, em verdade, não substitui a prisão tampouco põe termo à pena, mudando apenas a maneira de executa-lá. Como diz juarez Cirino dos Santos, "a liberdade condicional constitui a fase final desinstitucionalizada de execução da pena privativa de liberdade, com objetivo de reduzir os malefícios da prisão e facilitar a reinserção social do condenado (...)" Livramento Condicional Livramento Condicional Suspenção do livramento Condicional – art.145 LEP Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final. Livramento Condicional Efeitos da Revogação-art.88 do CPB Art. 88 - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado. Livramento Condicional Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinto a pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. Condenação --> É o ato do juiz através do qual se impõe uma sanção penal ao sujeito ativo de uma infração. Produz ela, como efeito principal, a imposição de pena para os imputáveis, ou eventualmente, medidas de segurança para os semi-imputáveis e, como efeitos secundários, consequência de natureza penal ou extrapenal. Entre estas há efeitos civis, administrativos , políticos e trabalhista. Os efeitos são as repercussões jurídicas advindas da condenação de um réu pelos atos ilícitos cometidos Efeitos Secundários da Condenação Penal • Genéricos: art. 91 do CPB: Tornar certa a obrigação de reparar o dano e perda dos instrumentos e produtos do crime. É automático e não precisa constar da sentença. •Específicos: art. 92 do CPB: Efetivos civis, administrativos, políticos e trabalhista, que não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Efeitos Secundários da Condenação Penal Genéricos: art. 91 do CPB Art. 91 - São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime: II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito: b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. Efeitos Secundários da Condenação Penal Genéricos: art. 91 do CPB § 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando se localizarem no exterior. § 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou acusado para posterior decretação de perda. Efeitos Secundários da Condenação Penal Específicos: art. 92 do CPB Art. 92 - São também efeitos da condenação: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública quando a pena aplicada for superior a quatro anos: I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública: b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. Efeitos Secundários da Condenação Penal Específicos: art.92 do CPB II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado: III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Reabilitação Art. 93 - A reabilitação alcança quaisquer penas aplicadas em sentença definitiva, assegurando ao condenado o sigilo dos registros sobre o seu processo e condenação. Parágrafo único - A reabilitação poderá, também, atingir os efeitos da condenação, previstos no Art. 92 deste Código, vedada reintegração na situação anterior, nos casos dos incisos I e II do mesmo artigo.