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Starbucks: melhorando o serviço ao cliente Livia Maria Garavello A Starbucks surgiu em 1971 em Seattle, onde três fanáticos por café abriram uma loja especializada em grãos de café arábica para um mercado especializado de apreciadores puristas. Howard Schultz – atual presidente da empresa – juntou-se a equipe de marketing e após sua viagem a Milão, teve a ideia de criar uma rede de cafés que fosse o “terceiro lugar” na vida dos americanos, que na época tinham dois lugares: a casa e o trabalho. Este lugar deveria ser aconchegante, onde as pessoas pudessem relaxar sozinhas ou acompanhadas. Após a compra da empresa, Schultz decidiu abrir mais lojas e alavancar o mercado de ações, ignorando os céticos. Em 2002, a marca Starbucks era dominante na América do Norte sem gastar quase nada com propaganda. Seu mantra “vivencie o café” tinha três componentes: a alta qualidade do café, o serviço de uma experiência diferenciada e a atmosfera. As lojas foram distribuídas em pontos estratégicos que vendiam além de grãos, mix de bebidas (que correspondem a 77% das vendas) e variedades de produtos de acordo com o tamanho e a localização. A estratégia de distribuição da empresa é alcançar as pessoas onde elas estiverem; dessa forma, estabelecer a relação de parceria com terceiros é a forma que a Starbucks encontrou para atrair novos clientes de forma menos intimidadora. Todos os funcionários da Starbucks eram chamados de “parceiros”. Howard acreditava que a satisfação dos clientes estava diretamente ligada a satisfação dos “parceiros”, que girava em torno de 80 a 90% acima do padrão da indústria. Sua taxa de rotatividade também era baixa, pois o objetivo era fazer com o que cargo fosse um emprego para a vida toda. Dessa forma, a empresa encorajava a promoção de seus próprios funcionários. A Starbucks acompanhava o desempenho do serviço usando vários sistemas de medição. Um deles, que em 2002 aumentou a pontuação em todas as lojas, era a “foto instantânea do cliente”, onde um comprador misterioso avaliava as condições da loja. A avaliação era feita através do serviço básico (atendimento, limpeza, qualidade do produto e a velocidade de atendimento) e serviço lendário, que inspirava as pessoas a retornarem na loja. Quanto à concorrência, ao mesmo tempo em que a Starbucks concorria com grandes empresas, também concorria com redes de cafés especiais regionais de pequeno porte e lojas de cafés especiais independentes. Mesmo possuindo quase um terço das cafeterias dos Estados Unidos, Schultz tinha planos para o crescimento da empresa levando em conta algumas considerações como: o aumento do consumo do café, a ausência da Starbucks em alguns estados americanos e a ausência dos níveis de saturação nos mercados já existentes. Os planos de expansão internacional também eram ambiciosos, sendo o objetivo alcançar a marca de 15.000 lojas internacionais. Apesar de a Starbucks ser considerada uma das empresas mais eficazes de marketing do mundo, ela não possuía um grupo de marketing estratégico. Todos os executivos acabavam assumindo as responsabilidades ligadas a esse ramo e tinham evidências apontadas em pesquisas, mas não sabiam tomar a decisão adequada. A empresa de marketing descobriu que a imagem da Starbucks estava apresentando algumas imperfeições, inclusive qual realmente era foco. A base de clientes estava mudando, tendendo a ser mais jovem, menos culto e com renda menor. A equipe também descobriu que apesar dos excelentes resultados na “foto instantânea com o cliente”, a empresa também não estava atendendo as expectativas dos clientes com relação à satisfação no atendimento. O desafio agora era reagir à descoberta das pesquisas de mercado, aliviar o controle de mão de obra horista nas lojas para adicionar mais 20 horas de mão de obra por semana, por loja, a um custo extra de US$ 40 milhões por ano. Este plano foi recebido com resistência interna, colocando em risco os lucros da empresa. A solução foi reduzir o tempo de atendimento ao nível dos três minutos em todas as lojas, independente da hora do dia. Com isso, não só aumentaria a satisfação do cliente como também iria construir uma relação mais forte com eles, melhorando a capacidade de atendimento. Por fim, a análise feita afirma que se não houver a atenção em satisfazer o cliente, não adianta construir uma marca sólida e introduzir novos produtos. O desafio é unir a satisfação do cliente ao lucro.
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