Buscar

ELETROMAGNETISMO PROF EDSON G PEREIRA Revisão Técnica Prof Armando Lapa Júnior

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 126 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PROF. EDSON G. PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
Revisão Técnica 
Prof. Armando Lapa Júnior 
 
 
c 
2014 ELETROMAGNETISMO 
ELETROMAGNETISMO 
 
1 
 
Sumário 
 
1. Introdução ................................................................................................................. 4 
2. Origem do Magnetismo ............................................................................................. 8 
2.1. Teoria dos Domínios Magnéticos ..................................................................... 11 
2.2 Imãs Naturais e Artificiais .................................................................................. 12 
3. Indução Magnética – Imantação ou magnetização ................................................. 13 
4. Classificação das Substâncias quanto ao Comportamento Magnético.................... 15 
4.1. Substâncias Ferromagnéticas .......................................................................... 15 
4.2. Substâncias Paramagnéticas ........................................................................... 16 
4.3. Substâncias Diamagnéticas ............................................................................. 16 
4.4. Substâncias Ferrimagnéticas ........................................................................... 17 
5. Permeabilidade Magnética ...................................................................................... 18 
6. Relutância Magnética ............................................................................................. 20 
7. Campo Magnético e Linhas de Campo ................................................................... 22 
7.1 Fluxo Magnético ................................................................................................ 25 
7.2 Densidade Magnética ........................................................................................ 26 
8. Exercícios de Fixação ............................................................................................. 27 
ELETROMAGNETISMO ............................................................................................. 34 
1. Descoberta de Oersted ........................................................................................... 34 
2. Fenômenos do Eletromagnetismo .......................................................................... 35 
3. Campo Magnético criado por Corrente Elétrica ....................................................... 35 
4. Fontes do Campo Eletromagnético ......................................................................... 39 
4.1 Campo Magnético gerado em torno de um Condutor Retilíneo ......................... 39 
4.1.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 41 
4.2 Campo Magnético gerado no centro de uma Espira Circular ............................. 44 
ELETROMAGNETISMO 
 
2 
 
4.2.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 46 
4.2.1 Exercícios Propostos .................................................................................. 47 
4.3 Campo Magnético gerado em uma Bobina Circular Plana ................................ 48 
4.3.1 Exercício de Fixação ................................................................................... 49 
4.3.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 49 
4.4 Campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou Solenoide ........ 50 
4.4.1 Exercício de Fixação ................................................................................... 55 
4.4.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 55 
4.5 Campo Eletromagnético gerado por um Toróide ............................................... 55 
4.5.1 Exercício de Fixação ................................................................................... 58 
4.5.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 58 
4.6 Força Magnetizante (Campo Magnético Indutor) ............................................... 58 
4.6.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 61 
4.6.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 62 
4.7 Força Magneto-Motriz ....................................................................................... 63 
4.7.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 67 
4.7.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 67 
4.8 Lei de Ampère ................................................................................................... 68 
5. Força Eletromagnética ............................................................................................ 68 
5.1 Força Eletromagnética sobre um Condutor Retilíneo ........................................ 69 
5.1.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 73 
5.1.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 74 
5.2 Força Eletromagnética sobre uma partícula carregada – Força de Lorentz ....... 76 
5.2.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 81 
5.2.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 81 
5.3 Força Eletromagnética sobre Condutores Paralelos .......................................... 83 
5.3.1 Exercícios de Fixação ................................................................................. 86 
5.3.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 86 
5.4 Torque de Giro numa Espira ............................................................................. 87 
ELETROMAGNETISMO 
 
3 
 
5.4.1 Exercício de Fixação ................................................................................... 92 
5.4.2 Exercícios Propostos .................................................................................. 92 
6. Variação do Fluxo Magnético .................................................................................. 93 
6.1 Exercício de Fixação ......................................................................................... 98 
6.2 Exercícios Propostos ......................................................................................... 98 
7. Indução Eletromagnética ........................................................................................ 99 
7.1 Exercícios de Fixação ..................................................................................... 102 
7.2 Exercícios Propostos ....................................................................................... 103 
7.2 Tensão Induzida em Condutores que Cortam um Campo Magnético .............. 104 
7.3 Lei de Lenz:..................................................................................................... 110 
7.2.1 Exercícios de Fixação ............................................................................... 115 
7.2.2 Exercícios Propostos ................................................................................ 117 
8 – Noções de Corrente Alternada ............................................................................ 118 
8.1 Exercício de Fixação ....................................................................................... 122 
8.2 Exercício Proposto .......................................................................................... 122 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
4 
 
1. Introdução 
Há muito tempo se observou que certos corpos têm a propriedade de atrairo 
ferro. Esses corpos foram chamados ímãs. Essa propriedade dos ímãs foi 
observada pela primeira vez, na Grécia antiga com o tetróxido de triferro 
(Fe3O4), numa região da Ásia chamada Magnésia. Por causa desse fato, esse 
minério de ferro é chamado magnetita, e os ímãs também são chamados 
magnetos. 
Os primeiros estudos realizados nessa área foram feitos no século VI a.C. por 
Tales de Mileto, que observou a capacidade de algumas pedrinhas, que hoje 
são chamadas de magnetita, de atraírem umas às outras e também ao ferro. 
As primeiras experiências com o magnetismo referiam‐se, principalmente, ao 
comportamento dos ímãs permanentes. 
Já a primeira aplicação prática foi encontrada pelos chineses, no século I a.C., 
observou‐se que um ímã suspenso por um fio (ou flutuando sobre a água) 
tende a orientar‐se na direção norte‐sul terrestre. Isto deu origem à Bússola. 
A bússola é, simplesmente, um ímã permanente em forma de agulha, 
suspenso no seu centro de gravidade e que pode girar livremente sobre um 
eixo para indicar a direção geográfica norte‐sul. O lado da agulha que aponta 
para o norte geográfico convencionou‐se chamar de norte magnético. Não se 
sabe quando a bússola foi usada pela primeira vez na navegação, mas existem 
referências escritas sobre este uso que datam do século XII. 
Em 1260, o francês Petrus Peregrinus observou que as extremidades de um 
ímã possuem um poder maior de atração pelo ferro: são os polos magnéticos. 
A figura 1.1 ilustra este fenômeno. 
Ele também observou que os polos não existem separadamente – principio da 
inseparabilidade. 
 
Figura 1.1 – Força Magnética: atração do Ferro 
ELETROMAGNETISMO 
 
5 
 
Em 1269, Pierre de Maricourt fez uma importante descoberta ao colocar uma 
agulha sobre um ímã esférico natural em várias posições e marcou as direções 
de equilíbrio da agulha. Descobriu então que as linhas envolviam o ímã, da 
mesma forma que os meridianos envolviam a Terra, e passavam por dois 
pontos situados sobre as extremidades de um diâmetro da esfera. Em virtude 
da analogia com os meridianos terrestres, estes dois pontos foram 
denominados os polos do ímã. Muitos observadores verificaram que, qualquer 
que fosse a forma do ímã, sempre havia dois polos ‐ um polo norte e um polo 
sul ‐ onde a força do ímã era mais intensa. Os polos de mesmo nome de dois 
ímãs repeliam‐se e os de nome oposto atraíam‐se. A figura 1.2 ilustra essa 
situação observada. 
 
Figura 1.2 – Força Magnética: atração e repulsão entre polos dos ímãs 
 
Em 1600, William Gilbert, físico e médico da corte da rainha Elisabeth da 
Inglaterra, descobriu a razão de a agulha de uma bússola orientar‐se em 
direções definidas: a própria Terra era um ímã permanente. Como um polo do 
ímã da agulha da bússola é atraído para o polo norte geográfico, 
convencionou‐se chamá‐lo de polo norte magnético (da bússola). Assim, na 
região do polo norte geográfico da Terra há um polo sul magnético. A figura 1.3 
mostra a Bússola devido à orientação geográfica de um ímã. A localização dos 
polos geográficos e magnéticos da Terra não coincide exatamente. O ângulo 
entre eles é chamado de declinação magnética. A declinação magnética e a 
intensidade do campo magnético terrestre variam lentamente ao longo dos 
milhões de anos. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
6 
 
 
Figura 1.3 – Bússola: Orientação Geográfica dos polos de um ímã 
 
A atração e a repulsão dos polos magnéticos foram estudadas 
quantitativamente por John Michell, em 1750. Usando uma balança de torção, 
Michell mostrou que a atração e a repulsão dos polos de dois ímãs tinham igual 
intensidade e variavam inversamente com o quadrado da distância entre os 
polos. Estes resultados foram confirmados pouco depois por Coulomb. A lei da 
força entre dois polos magnéticos é semelhante à que existe entre duas cargas 
elétricas, mas há uma diferença importante: os polos magnéticos ocorrem 
sempre aos pares. É impossível isolar um único polo magnético. Se um ímã for 
quebrado ao meio, aparecem polos iguais e opostos no ponto de fratura, de 
modo que se formam dois novos ímãs, com polos iguais e opostos, como 
mostra a figura 1.4. Coulomb explicou este resultado admitindo que o 
magnetismo estivesse contido em cada molécula do ímã. 
 
 
 
 
Figura 1.4 - Inseparabilidade dos polos de um imã 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
7 
 
Em 1920, foram desenvolvidos ímãs de maior capacidade com ligas de Alnico 
(Alumínio, Níquel e Cobalto), que retêm um magnetismo muito intenso e são 
usados na fabricação de alto‐falantes, por exemplo. 
Em 1950, grandes avanços foram feitos no desenvolvimento de ímãs 
cerâmicos orientados (Ferrites) feitos com ligas de Manganês e Zinco (MnZn) e 
Níquel e Zinco (NiZn). 
Em 1970, foram obtidos impressionantes aumentos de forças magnéticas a 
partir de ligas de Samário Cobalto (terras raras), mas com custos elevados. 
Em 1980, da família das terras raras, os ímãs de Neodímio‐Ferro‐Boro 
surgiram com capacidades magnéticas ainda maiores e com custos menores, 
porém muito sensíveis a temperaturas elevadas. 
Hoje, o magnetismo tem importância fundamental em quase todos os 
equipamentos eletroeletrônicos mais usados na indústria, no comércio, nas 
residências e nas pesquisas. Geradores de energia, motores elétricos, 
transformadores, disjuntores, equipamentos de telecomunicações, sistemas de 
iluminação, televisores, computadores, vídeo‐cassetes, discos rígidos de 
computadores (HDs), telefones, cartões magnéticos, equipamentos médico‐
hospitalares (como a Ressonância Magnética) e muitos outros equipamentos e 
tecnologias usam efeitos magnéticos para desempenhar uma série de funções 
importantes. 
A primeira evidência da relação entre o magnetismo e o movimento de cargas 
elétricas foi em 1819 pelo dinamarquês Hans Christian Oersted. Ele verificou 
que a agulha de uma bússola pode ser desviada de sua orientação na 
proximidade de um condutor percorrido por corrente elétrica. 
Anos depois, Michael Faraday, na Inglaterra, e Joseph Henry, nos Estados 
Unidos, descobriram que o movimento de um ímã nas proximidades de uma 
espira condutora pode produzir corrente elétrica. Isso levou‐nos à 
compreensão de que a atração e repulsão magnéticas são produzidas, 
fundamentalmente, pelo efeito de interação magnética dos elétrons dos átomos 
no interior dos corpos. Esta interação magnética, embora também tenha origem 
nas partículas atômicas, é diferente das interações elétricas de atração e 
repulsão. 
ELETROMAGNETISMO 
 
8 
 
2. Origem do Magnetismo 
Um corpo que normalmente é neutro pode ser imantado. Isso acontece, por 
exemplo, com o ferro. Para explicar o magnetismo, antigamente admitiam que 
na constituição de todos os corpos entrasse um número muito grande de 
pequenos ímãs denominados de imãs elementares. Admitiam que no corpo 
neutro, esses ímãs apresentavam orientações quaisquer, desta forma as forças 
magnéticas dos imãs elementares eram neutralizadas pelos imãs adjacentes 
eliminando qualquer efeito magnético possível. E que, quando o corpo fosse 
colocado em um campo magnético, todos esses ímãs se orientavam em 
fileiras, com o polo norte de cada átomo ou molécula apontando em uma 
direção e a face do polo sul em direção oposta, de maneira que não haveria 
mais neutralização de todos os polos, e o corpo se apresentaria imantado. 
Essa teoria, conhecida como Teoria de Weber. 
Uma ilustração da Teoria de Weber é mostrada na figura 2.1, onde uma barra 
de ferro é magnetizada quando submetida a um campo magnético externo, 
resultando no alinhamento de seus ímãs elementares. 
Um material apresenta propriedades magnéticas, quando há uma 
predominância de imãs elementares orientados sobre os não orientados. 
Assim, genericamente, pode-se dizer que: 
• Materiais Magnéticos: são aqueles que permitem a orientação dos seus imãs 
elementares. Exemplos: ferro, níquel e algumas ligas metálicas, como o aço. 
• Materiais Não-Magnéticos:são aqueles que não permitem a orientação dos 
seus imãs elementares. Exemplos: alumínio, madeira, plástico, entre outros. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
9 
 
 
Figura 2.1 – Barra de ferro sendo magnetizada, segundo teoria de Weber 
 
Hoje, sabemos que não existem esses ímãs interiores, mas que existem 
elementos equivalentes: as partículas constituintes do átomo, dotadas de carga 
elétrica e em movimento no interior do átomo, comportam‐se como pequenos 
ímãs. Por exemplo, um elétron que gira numa órbita constitui uma corrente 
elétrica, portanto produz um campo magnético. Num corpo neutro, essas 
partículas geram campos que se neutralizam. Num ímã, seus campos não se 
neutralizam, e dão um campo total não nulo. 
Dois tipos de movimentos eletrônicos são importantes neste modelo posto para 
explicar o magnetismo, como mostra figura 2.2. 
 
 
Figura 2.2 – Movimentos dos elétrons no átomo 
 
O primeiro, um elétron girando em torno do núcleo de um átomo num 
movimento de translação, confere uma propriedade magnética à estrutura 
atômica. O segundo tipo de movimento eletrônico é o "spin" do elétron, o 
movimento de rotação em torno do seu próprio eixo. A propriedade magnética 
ELETROMAGNETISMO 
 
10 
 
da matéria parece originar‐se basicamente do spin dos elétrons. Cada elétron 
que gira sobre si mesmo atua como um pequenino ímã permanente. Os 
elétrons que giram em direções opostas tendem a formar pares e, assim, 
neutralizam seu caráter magnético. Na maioria dos materiais, a combinação 
entre as diferentes direções e sentidos dos efeitos magnéticos gerados pelos 
seus elétrons resulta em um valor nulo, produzindo um átomo magneticamente 
neutro. Porém, pode acontecer uma resultante magnética quando um número 
maior de elétrons gira em um sentido e um número menor de elétrons gira em 
outro. É o caso do átomo de ferro, representado na figura 2.3. 
 
Figura 2.3 – Distribuição dos elétrons nas camadas do átomo de ferro 
magnetizado 
 
Podemos notar que na camada M subnível d, temos mais elétrons girando no 
sentido anti‐horário do que no sentido horário. Este átomo, portanto, apresenta 
uma resultante magnética não nula. 
As propriedades magnéticas estão associadas a ambos os tipos de 
movimentos eletrônicos. Os átomos de algumas substâncias podem possuir 
características de ímã permanente devido a um desequilíbrio entre órbitas e 
spins. Esses átomos atuam como pequeninos ímãs, chamados dipolos 
magnéticos, e são atraídos por ímãs fortes (são os chamados materiais 
ferromagnéticos). Embora exista, de fato, um movimento de cargas elétricas 
em nível atômico, a corrente elétrica (fluxo ordenado de elétrons) não está 
presente nos ímãs. Não devemos confundir esses dois fenômenos. 
ELETROMAGNETISMO 
 
11 
 
A natureza fundamental do magnetismo está na interação produzida por cargas 
elétricas em movimento. 
Assim, muitos dos elétrons dos átomos dos ímãs, girando ao redor de seus 
núcleos em direções determinadas e em torno de seus próprios eixos, 
produzem um efeito magnético em uma mesma direção. Resulta, então, na 
resultante magnética externa. Esta resultante é conhecida como Campo 
Magnético, representado pelas Linhas de Campo, ou Linhas de Força, como 
será estudado posteriormente. É devido ao campo magnético que percebemos 
os fenômenos magnéticos. 
 
2.1. Teoria dos Domínios Magnéticos 
Nos materiais com melhores características magnéticas de estrutura cristalina, 
além de alguns átomos apresentarem resultante magnética, eles se 
concentram em regiões de mesma direção magnética. Isto é chamado de 
Acoplamento de Troca. Ou seja, um exame microscópico revelaria que um imã 
é, na verdade, composto por pequenas regiões, na sua maioria com 1mm de 
largura ou comprimento, que se comportam como um pequeno ímã 
independente, com os seus dois polos. Estas regiões são conhecidas como 
Domínios Magnéticos. Num material desmagnetizado os domínios estão 
desalinhados, ou seja, estão numa disposição aleatória. Os efeitos de um 
domínio cancela o de outro e o material não apresenta um efeito magnético 
resultante. A figura 2.4 mostra os domínios magnéticos desalinhados de um 
material. 
 
Figura 2.4 – Domínios magnéticos desalinhados 
ELETROMAGNETISMO 
 
12 
 
Quando submetidos a campos magnéticos externos (aproximação de um ímã, 
por exemplo), estes materiais têm a maioria de seus domínios alinhados ao 
campo externo. Na verdade, existe um aumento daqueles domínios que se 
encontravam inicialmente em direções próximas à direção do campo em 
detrimento daqueles domínios que apresentavam direções opostas, estes 
últimos diminuindo de tamanho. A figura 2.5 mostra um material sob a ação de 
um campo magnético orientando os seus domínios magnéticos. 
 
 
Figura 2.5 – Domínios magnéticos orientados sob a ação de um campo 
 
Enquanto o material estiver com os seus domínios alinhados ele age como um 
ímã. Se ao afastarmos o campo externo os domínios se desalinham, o material 
perde o efeito magnético. Isso explica, por exemplo, porque um ímã consegue 
atrair vários clipes e estes uns aos outros. Cada clipe age como um pequeno 
ímã temporário. 
 
2.2 Imãs Naturais e Artificiais 
A magnetita é o ímã que se encontra na natureza: é o ímã natural. Mas 
podemos fazer com que os corpos que normalmente não são ímãs se tornem 
ímãs. Os ímãs obtidos desse modo são chamados ímãs artificiais. 
Os imãs artificiais podem ser temporários ou permanentes. 
ELETROMAGNETISMO 
 
13 
 
Os imãs permanentes são aqueles que depois de imantados, continuam com 
os imãs elementares orientados, mesmo quando não estão mais sujeitos à 
ação de um campo magnético. Os imãs permanentes são fabricados com ligas 
de aço (Ferro e Carbono), geralmente contendo Níquel ou Cobalto. 
Os imãs temporários são aqueles que deixam de funcionar como imãs, 
quando não estão sob ação de um campo magnético, isto é, distantes de um 
imã eles perdem a orientação dos seus imãs elementares. São fabricados em 
geral de ferro doce (mais puro) 
 
 
3. Indução Magnética – Imantação ou magnetização 
A Indução Magnética é o fenômeno de imantação de um material provocada 
pela proximidade de um campo magnético. Como podemos ver na figura 3.1, o 
ímã induz magneticamente (imanta) os pregos e estes sucessivamente 
imantam uns aos outros e atraem-se. 
 
 
Figura 3.1 – Imantação por Indução Magnética 
 
Quando o ferro encontra-se próximo de um imã, o campo magnético faz com 
que a barra de ferro se transforme temporariamente em um imã. Isto acontece 
porque na presença de um campo magnetizante (ou campo indutor) os 
domínios magnéticos do ferro, que normalmente estão orientados em todas as 
direções ao longo da barra, ficam orientados em uma direção predominante, 
como num imã. Esta situação está demonstrada na figura 3.2. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
14 
 
 
Figura 3.2 – Indução magnética 
 
Quando afastamos o ímã indutor, a maioria dos domínios magnéticos do ferro 
volta ao estado de orientação desorganizada fazendo com que o material 
praticamente perca as suas propriedades magnéticas. Materiais com esse 
comportamento, como o ferro puro, são chamados Materiais Magneticamente 
Moles. 
Os materiais nos quais os domínios magnéticos não perdem a orientação 
obtida com a aproximação de um campo magnético são chamados Materiais 
Magneticamente Duros, como o aço e o ferrite. Isto acontece porque nessas 
ligas (Ferro e Carbono) os átomos de ferro uma vez orientados sob a ação do 
campo magnético são impedidos de voltar à sua orientação inicial pelos átomos 
do outro do material da liga, permanecendo magnetizados. É assim que são 
fabricados os ímãs permanentes. 
Porém, aquecendo-se uma barra de ferro sob a ação de um campo magnético 
acima de uma certa temperatura, no caso 770°C, ela deixa de ser atraída pelo 
imã. Esta temperatura é denominada Ponto Curie. Isto acontece, pois o 
aquecimento provoca uma agitação nos átomos deferro, de tal maneira que 
eles se desorganizam e a barra de ferro perde as suas propriedades 
magnéticas. Quando a barra de ferro é esfriada, ela novamente será atraída 
pelo imã. A figura 3.3 ilustra essa situação. 
 
Figura 3.3 – Influência da temperatura no magnetismo 
ELETROMAGNETISMO 
 
15 
 
Um material também pode perder suas propriedades magnéticas quando 
submetido a choques mecânicos que propiciem a desorientação dos seus 
átomos. 
Um material pode ter os seus átomos orientados até um determinado limite. O 
efeito devido à limitação na orientação e alinhamento dos átomos do material, 
mesmo sob a ação de campos magnéticos intensos, é chamado de Saturação 
Magnética. A figura 3.4 ilustra a condição de saturação magnética. 
 
Figura 3.4 – Saturação magnética 
 
 
4. Classificação das Substâncias quanto ao Comportamento 
Magnético 
As substâncias são classificadas em quatro grupos quanto ao seu 
comportamento magnético: ferromagnéticas, paramagnéticas, diamagnéticas e 
ferrimagnéticas. 
 
4.1. Substâncias Ferromagnéticas 
Seus imãs elementares sofrem grande influência do campo magnético indutor. 
De modo que, eles ficam majoritariamente orientados no mesmo sentido do 
campo magnético aplicado e são fortemente atraídos por um ímã. Exemplos: 
ferro, aços especiais, cobalto, níquel, e algumas ligas (alloys) como Alnico e 
ELETROMAGNETISMO 
 
16 
 
Permalloy, entre outros. A figura 4.1 ilustra o comportamento das substâncias 
ferromagnéticas. 
 
 
Figura 4.1 - Substâncias ferromagnéticas 
 
4.2. Substâncias Paramagnéticas 
Seus imãs elementares ficam fracamente orientados no mesmo sentido do 
campo magnético indutor. Surge, então, uma força de atração muito fraca entre 
o imã e a substância paramagnética. 
Exemplos: alumínio, sódio, manganês, estanho, cromo, platina, paládio, 
oxigênio líquido, sódio, etc. A figura 4.2 ilustra o comportamento das 
substâncias paramagnéticas. 
 
 
Figura 4.2 – Substâncias paramagnéticas 
 
4.3. Substâncias Diamagnéticas 
Substâncias Diamagnéticas são aquelas que quando colocadas próximas a um 
campo magnético indutor proveniente de um imã, os seus imãs elementares 
sofrem uma pequena influência, de modo que eles ficam fracamente orientados 
em sentido contrário ao campo externo aplicado. Surge, então, entre o imã e a 
substância diamagnética, uma força de repulsão fraca. Exemplos: cobre, água, 
ELETROMAGNETISMO 
 
17 
 
mercúrio, ouro, prata, bismuto, antimônio, zinco, chumbo, Cloreto de Sódio 
(NaCl), etc. A figura 4.3 ilustra o comportamento das substâncias 
diamagnéticas. 
 
Figura 4.3 - Substâncias diamagnéticas 
 
4.4. Substâncias Ferrimagnéticas 
O Ferrimagnetismo permanente ocorre em sólidos nos quais os campos 
magnéticos associados com átomos individuais se alinham espontaneamente, 
alguns de forma paralela, ou na mesma direção (como no ferromagnetismo) e 
outros geralmente antiparalelos, ou emparelhados em direções opostas, como 
ilustra a figura 4.4. O comportamento magnético de cristais de materiais 
ferrimagnéticos pode ser atribuído ao alinhamento paralelo; o efeito desses 
átomos no arranjo antiparalelo mantém a força magnética desses materiais 
geralmente menor do que a de sólidos puramente ferromagnéticos como o 
ferro puro. 
O Ferrimagnetismo ocorre principalmente em óxidos magnéticos conhecidos 
como Ferrites. O alinhamento espontâneo que produz o ferrimagnetismo 
também é completamente rompido acima da temperatura de Curie, 
característico dos materiais ferromagnéticos. Quando a temperatura do 
material está abaixo do Ponto Curie, o ferrimagnetismo aparece novamente. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
18 
 
 
Figura 4.4 – Ferrimagnetismo 
 
 
5. Permeabilidade Magnética 
Se um material não magnético, como vidro ou cobre, for colocado na região 
das linhas de campo de um ímã, haverá uma imperceptível alteração na 
distribuição das linhas de campo. Entretanto, se um material magnético, como 
o ferro, for colocado na região das linhas de campo de um ímã, estas passarão 
através do ferro em vez de se distribuírem no ar ao seu redor porque elas se 
concentram com maior facilidade nos materiais magnéticos, como mostra a 
Figura 5.1. Este princípio é usado na blindagem magnética de elementos (as 
linhas de campo ficam concentradas na carcaça metálica não atingindo o 
instrumento no seu interior) e instrumentos elétricos sensíveis e que podem ser 
afetados pelo campo magnético. 
 
 
Figura 5.1- Distribuição nas linhas de campo: material magnético e não 
magnético. 
ELETROMAGNETISMO 
 
19 
 
A blindagem magnética (Figura 5.2) é um exemplo prático da aplicação do 
efeito da permeabilidade magnética. 
 
 
Figura 5.2 - Efeito da blindagem magnética na distribuição das linhas de 
campo 
 
Portanto, um material na proximidade de um ímã pode alterar a distribuição das 
linhas de campo magnético. Se diferentes materiais com as mesmas 
dimensões físicas são usados, a intensidade com que as linhas são 
concentradas varia. Esta variação se deve a uma grandeza associada aos 
materiais chamada permeabilidade magnética, μ. A permeabilidade 
magnética de um material é uma medida da facilidade com que as linhas de 
campo podem atravessar um dado material. 
A permeabilidade magnética do vácuo, μ0 vale: 
 
μ0= 4. π. 10
-7 [
 
 
] 
 
A unidade de permeabilidade também pode ser expressa por Tesla – metro por 
Ampére [T.m/A], ou ainda Henry por metro [H/m]. Assim: Henry é igual a Wb/A. 
A permeabilidade magnética de todos os materiais não magnéticos, como o 
cobre, alumínio, madeira, vidro e ar é aproximadamente igual à permeabilidade 
magnética do vácuo. Os materiais que têm a permeabilidade um pouco inferior 
à do vácuo são chamados materiais diamagnéticos. Aqueles que têm a 
permeabilidade um pouco maior que a do vácuo são chamados materiais 
paramagnéticos. Materiais magnéticos como o ferro, níquel, aço, cobalto e 
ELETROMAGNETISMO 
 
20 
 
ligas desses materiais têm permeabilidade de centenas e até milhares de 
vezes maiores que o vácuo. Esses materiais são conhecidos como materiais 
ferromagnéticos. 
A relação entre a permeabilidade de um dado material e a permeabilidade do 
vácuo é chamada de permeabilidade relativa, assim: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
μr - permeabilidade relativa de um material (adimensional); 
μm - permeabilidade de um dado material; 
μ0 - permeabilidade do vácuo. 
 
Geralmente, μr ≥ 100 para os materiais ferromagnéticos, valendo entre 2.000 e 
6.000 nos materiais de máquinas elétricas e podendo chegar até 100.000 em 
materiais especiais. Para os não magnéticos μr ≅ 1. 
 
 
6. Relutância Magnética 
A relutância magnética é a medida da oposição que um meio oferece ao 
estabelecimento e concentração das linhas de campo magnético. A relutância 
magnética é determinada pela equação: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
ℜ - relutância magnética dada em Ampére – espira por weber, [Ae/Wb]; 
ELETROMAGNETISMO 
 
21 
 
 - comprimento médio do caminho magnético das linhas de campo no meio 
dado em metro, [m]; 
μ - permeabilidade magnética do meio dada em Weber por Ampère - metro, 
[Wb/A.m]; 
S - área da seção transversal dada em metro quadrado, [m2]. 
 
A relutância magnética é uma grandeza análoga à resistência elétrica (R) que 
pode ser determinada pela equação que relaciona a resistividade e as 
dimensões de um material: 
 
 
 
 
 
 
Podemos notar que a resistência elétrica e a relutância magnética são 
inversamente proporcionais à área, ou seja, maior área menor resistência ao 
fluxo de cargas elétricas e ao fluxo de linhas de campo. Estas grandezas são 
diretamente proporcionais ao comprimento do material. Entretanto a relutância 
é inversamente proporcional à permeabilidade magnética, enquanto a 
resistência é diretamente proporcional à resistividade elétrica. Materiais com 
alta permeabilidade, como os ferromagnéticos, têm relutâncias muito baixas e, 
portanto,proporcionam grande concentração das linhas de campo magnético. 
Quando dois materiais de permeabilidades diferentes apresentam-se como 
caminho magnético para as linhas do campo, estas se dirigem para o de maior 
permeabilidade. Isto é chamado de princípio da relutância mínima. Na Figura 
6.1, podemos perceber que o ferro, de alta permeabilidade, representa um 
caminho magnético de menor relutância para as linhas de campo, 
concentrando-as. Já o vidro, de baixa permeabilidade, não proporciona grande 
concentração das linhas de campo. Isso representa um caminho magnético de 
alta relutância. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
22 
 
 
Figura 6.1 - Campos magnéticos de alta e baixa relutância. 
 
 
7. Campo Magnético e Linhas de Campo 
Campo magnético é a região ao redor de um imã, na qual ocorre uma força 
magnética de atração ou de repulsão. O campo magnético pode ser definido 
pela medida da força que o campo exerce sobre o movimento das partículas de 
carga, tal como um elétron. 
Um campo magnético pode ser criado por um ímã permanente, por uma 
corrente elétrica num condutor ou por qualquer carga elétrica em movimento. 
Desta forma, esse campo magnético pode ser percebido pela ação de uma 
força magnética sobre uma carga elétrica em movimento ou sobre um condutor 
percorrido por corrente elétrica. 
Em eletromagnetismo, simbolizamos o campo magnético pela letra H, também 
chamado de campo magnetizante indutor e que tem unidade no MKS de 
Ampère/metro ou Ampère-espira/metro. A indução magnética é simbolizada 
pela letra B, cuja unidade é Weber/m2 ou Tesla. 
A representação visual do campo é feita através de linhas de campo 
magnético, também conhecidas por linhas de indução magnética ou linhas 
de fluxo magnético, que são linhas envoltórias imaginárias fechadas, que 
saem do polo norte e entram no polo sul. A Figura 7.1 mostra as linhas de 
campo representando visualmente o campo magnético. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
23 
 
 
Figura 7.1 - Linhas de campo magnético. 
 
Assim, as características das linhas de campo magnético: 
• são sempre linhas fechadas: saem e voltam a um mesmo ponto; 
• as linhas nunca se cruzam; 
• fora do ímã, as linhas saem do polo norte e se dirigem para o polo sul; 
• dentro do ímã, as linhas são orientadas do polo sul para o polo norte; 
• saem e entram na direção perpendicular às superfícies dos polos; 
• nos polos a concentração das linhas é maior: quanto maior concentração de 
linhas, mais intenso será o campo magnético numa dada região. 
 
Uma verificação das propriedades das linhas de campo magnético é a 
chamada inclinação magnética da bússola. Nas proximidades do equador as 
linhas de campo são praticamente paralelas à superfície e a medida que se 
aproxima dos polos, as linhas vão se inclinando até se tornarem praticamente 
verticais na região polar como mostra a figura 7.2. Assim, a agulha de uma 
bússola acompanha a inclinação dessas linhas de campo magnético e se pode 
verificar que na região polar a agulha da bússola tenderá a ficar praticamente 
na posição vertical. 
ELETROMAGNETISMO 
 
24 
 
 
Figura 7.2 - Linhas do campo magnético da terra. 
 
Se dois polos diferentes de ímãs são aproximados haverá uma força de 
atração entre eles, as linhas de campo se concentrarão nesta região e seus 
trajetos serão completados através dos dois ímãs. Se dois polos iguais são 
aproximados haverá uma força de repulsão e as linhas de campo divergirão, ou 
seja, serão distorcidas e haverá uma região entre os ímãs onde o campo 
magnético será nulo. Estas situações estão representadas na Figura 7.3. 
 
 
Figura 7.3 - Distribuição das linhas de campo magnético 
 
No caso de um imã em forma de ferradura, as linhas de campo entre as 
superfícies paralelas dispõem-se praticamente paralelas, originando um campo 
magnético uniforme. No campo magnético uniforme, todas as linhas de 
campo têm a mesma direção e sentido em qualquer ponto. A Figura 7.4 
mostra essa situação. Na prática, dificilmente encontra-se um campo 
ELETROMAGNETISMO 
 
25 
 
magnético perfeitamente uniforme. Entre dois polos planos e paralelos o campo 
é praticamente uniforme se a área dos polos for maior que a distância entre 
eles, mas nas bordas de um elemento magnético há sempre algumas linhas de 
campo que não são paralelas às outras. Estas distorções são chamadas de 
espraiamento. 
 
Figura 7.4 - Campo magnético uniforme e espraiamento. 
 
7.1 Fluxo Magnético 
O fluxo magnético, simbolizado por , é definido como a quantidade de linhas 
de campo que atingem perpendicularmente uma dada área, como mostra a 
Figura 7.5. A unidade de fluxo magnético é o Weber (Wb), sendo que um 
Weber corresponde a 108 linhas do campo magnético. 
 
 
Figura 7.5 - Fluxo magnético: quantidade de linhas de campo numa área 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
26 
 
7.2 Densidade Magnética 
A densidade de campo magnético, densidade de fluxo magnético, indução 
magnética ou simplesmente campo magnético, cuja unidade Tesla (T), é uma 
grandeza vetorial cujo módulo é representado pela letra B e é determinada pela 
relação entre o fluxo magnético e a área de uma dada superfície perpendicular 
à direção do fluxo magnético. Assim: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B - densidade fluxo magnético, dada em Tesla [T]; 
 - fluxo magnético, dado em Weber [Wb]; 
S - área da seção perpendicular ao fluxo magnético, dada em metro quadrado 
[m2]. 
1T = 1Wb/m2 
 
A direção do vetor ⃗⃗ é sempre tangente às linhas de campo magnético em 
qualquer ponto, como mostra a Figura 7.6. O sentido do vetor densidade de 
campo magnético ou indução magnética é sempre o mesmo das linhas de 
campo. 
 
 
Figura 7.6 - Vetor densidade de campo magnético: tangente às linhas de 
campo. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
27 
 
O número de linhas de campo magnético que atravessam uma dada superfície 
perpendicular por unidade de área é proporcional ao módulo do vetor ⃗⃗ na 
região considerada. Assim sendo, onde as linhas de indução estão muito 
próximas umas das outras, B terá alto valor. 
Onde as linhas estiverem muito separadas, B será pequeno. 
 
 
8. Exercícios de Fixação 
Teste seu conhecimento 
1. Sabe-se que, ao contrario do que ocorre na Terra, não existe um campo 
magnético na superfície da Lua. Pode-se, então, concluir que, se uma agulha 
imantada, usada como bussola na Terra, for levada para a Lua, ela: 
a) fornecera leituras mais precisas do que ao ser usada na Terra. 
b) indicara a direção norte-sul lunar. 
c) perdera sua imantação. 
d) não será desviada quando colocada próxima de uma corrente elétrica 
continua. 
e) não poderá ser usada como bussola magnética. 
 
2. Quando um imã permanente em forma de barra e partido ao meio, observa-
se que: 
a) as extremidades de uma das metades são polos norte e as extremidades da 
outra metade são polos sul. 
b) as propriedades magnéticas desaparecem. 
c) em cada uma das metades temos polo norte e polo sul. 
d) numa metade, temos uma extremidade com polo norte e a outra 
extremidade sem polo e, na outra metade, temos uma extremidade com polo 
sul e a outra extremidade sem polo. 
ELETROMAGNETISMO 
 
28 
 
e) o numero e o tipo dos polos, em cada metade, dependera do material de que 
e feito o imã. 
 
3. Aproxima-se uma barra imantada de uma pequena esfera de aço, observa-
se que a esfera: 
 
a) é atraída pelo polo norte e repelida pelo polo sul. 
b) é atraída pelo polo sul e repelida pelo polo norte. 
c) é atraída por qualquer dos polos. 
d) é repelida por qualquer dos polos. 
e) é repelida pela parte mediana da barra. 
 
4. Três barras, PQ, RS e TU, são aparentemente idênticas. 
Verifica-se experimentalmente que P atrai S e repele T; Q repele U e atrai S. 
Então, é possível concluir que: 
 
a) PQ e TU são ímãs. 
b) PQ e RS são imãs. 
c) RS e TU são imãs. 
d) as três são imãs. 
e) somente PQ é imã. 
 
5. O polo sul de um imã natural: 
a) atrai o polo sul de outro ímã, desdeque ele seja artificial. 
b) repele o polo norte de um ímã também natural. 
c) atrai o polo norte de todos os ímãs, sejam naturais ou artificiais. 
ELETROMAGNETISMO 
 
29 
 
d) atrai o polo sul de outro ímã, sejam naturais ou artificiais. 
e) não interage com um eletroímã em nenhuma hipótese. 
 
6. Uma bússola aponta aproximadamente para o Norte geográfico por que: 
I) o Norte geográfico é aproximadamente o norte magnético. 
II) o Norte geográfico é aproximadamente o sul magnético. 
III) o Sul geográfico é aproximadamente o norte magnético. 
IV) o sul geográfico é aproximadamente o sul magnético. 
Está (ão) correta(s): 
a) II e III. 
b) I e IV. 
c) somente II. 
d) somente III. 
e) somente IV. 
 
7. Por mais que cortemos um ímã, nunca conseguiremos separar seus polos. 
Qual o nome deste fenômeno? 
a) desintegrabilidade dos polos. 
b) separibilidade dos polos. 
c) inseparabilidade dos polos. 
d) magnetibilidade dos polos. 
 
8. Quando magnetizamos uma barra de ferro estamos: 
a) retirando elétrons da barra. 
b) acrescentando elétrons à barra. 
c) retirando ímãs elementares da barra. 
ELETROMAGNETISMO 
 
30 
 
d) acrescentando ímãs elementares da barra. 
e) orientando os ímãs elementares da barra. 
 
9. Para ser atraído por um ímã, um parafuso precisa ser: 
a) mais pesado que o ímã. 
b) mais leve que o ímã. 
c) de latão e cobre. 
d) imantado pela aproximação do ímã. 
e) formando por uma liga de cobre e zinco. 
 
10. Um pedaço de ferro é posto nas proximidades de um ímã, conforme o 
esquema abaixo. Qual é a única afirmação correta relativa à situação em 
apreço? 
 
a) é o imã que atrai o ferro. 
b) é o ferro que atrai o ímã. 
c) a atração do ferro pelo ímã é mais intensa do que a atração do ímã pelo fero. 
d) a atração do ímã pelo ferro é mais intensa do que a atração do ferro pelo 
ímã. 
e) a atração do ferro pelo ímã é igual à atração do ímã pelo ferro. 
 
11. A bússola representada na figura repousa sobre a sua mesa de trabalho. O 
retângulo tracejado representa a posição em que você vai colocar um ímã, com 
os polos respectivos nas posições indicadas. Em presença do ímã, a agulha da 
bússola permanecerá como em: 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
31 
 
a) d) 
 
b) e) 
 
c) 
 
 
12. Pendura-se um alfinete pela ponta em uma tesoura. Em seguida, pendura-
se um outro alfinete em contato somente com o anterior. Pode-se dizer que: 
a) o segundo alfinete é atraído pela tesoura. 
b) só o primeiro alfinete foi induzido a funcionar como ímã. 
c) o segundo alfinete é suspenso devido ao seu pouco peso. 
d) os dois alfinetes funcionam como ímãs. 
e) nada dito acima explica o fato. 
 
13. Quatro bússolas estão colocadas no tampo de uma mesa de madeira nas 
posições ilustradas na figura. Elas se orientam conforme é mostrado, sob a 
ação do forte campo magnético de uma barra imantada colocada em uma das 
cinco posições numeradas. O campo magnético terrestre é desprezível. A partir 
da orientação das bússolas, pode-se concluir que o ímã está na posição: 
 
a) 1 
b) 2 
ELETROMAGNETISMO 
 
32 
 
c) 3 
d) 4 
e) 5 
 
14. Quando uma barra de ferro é magnetizada, são: 
a) acrescentados elétrons à barra. 
b) retirados elétrons da barra. 
c) acrescentados ímãs elementares à barra. 
d) retirados ímãs elementares da barra. 
e) ordenados os ímãs elementares da barra. 
 
15. Uma pequena bússola é colocada próxima de um ímã permanente. Em 
quais posições assinaladas na figura a extremidade norte da agulha apontará 
para o alto da página? 
 
a) somente em A ou D. 
b) somente em B ou C. 
c) somente em A, B ou D. 
d) somente em B, C ou D. 
e) em A, B, C ou D. 
 
16. As linhas de indução de um campo magnético são: 
a) o lugar geométrico dos pontos, onde a intensidade do campo magnético é 
constante. 
ELETROMAGNETISMO 
 
33 
 
b) as trajetórias descritas por cargas elétricas num campo magnético. 
c) aquelas que em cada ponto tangenciam o vetor indução magnética, 
orientadas no seu sentido. 
d) aquelas que partem do polo norte de um ímã e vão até o infinito. 
e) nenhuma das anteriores é correta. 
 
17. Um fluxo magnético de 8.10-6 Wb atinge perpendicularmente uma superfície 
de 2cm2. Determine a densidade de fluxo B. 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
34 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
 
1. Descoberta de Oersted 
Até o início do século XIX acreditava-se que não existia relação entre os 
fenômenos elétricos e magnéticos. Em 1820, um professor e físico 
dinamarquês chamado Hans Christian Oersted observou que uma corrente 
elétrica era capaz de alterar a direção de uma agulha magnética de uma 
bússola. Para o experimento mostrado na Figura 1.1, quando havia corrente 
elétrica no fio, Oersted verificou que a agulha magnética se movia, orientando-
se numa direção perpendicular ao fio, evidenciando a presença de um campo 
magnético produzido pela corrente. Este campo originava uma força magnética 
capaz de mudar a orientação da bússola. Este campo magnético de origem 
elétrica é chamado de campo eletromagnético. 
Interrompendo-se a corrente, a agulha retornava a sua posição inicial, ao longo 
da direção norte-sul. 
 
 
 
Figura 1.1 - Experiência Oersted. 
 
Conclusão de Oersted: 
Todo condutor percorrido por corrente elétrica, cria em torno de si um campo 
eletromagnético. Em decorrência dessas descobertas, foi possível estabelecer 
o princípio básico de todos os fenômenos magnéticos: 
Quando duas cargas elétricas estão em movimento, manifesta-se entre elas 
uma força magnética além da força elétrica (ou força eletrostática). 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
35 
 
2. Fenômenos do Eletromagnetismo 
Da lei da ação e reação de Newton, podemos concluir que, se um condutor 
percorrido por corrente provoca uma força de origem magnética capaz de 
mover a agulha da bússola, que é um ímã, então um imã deve também 
provocar uma força num condutor percorrido por corrente. 
Além disso, os cientistas concluíram que, se uma corrente elétrica é capaz de 
gerar um campo magnético, então o contrário é verdadeiro, ou seja, um campo 
magnético é capaz de gerar corrente elétrica. 
São três os principais fenômenos eletromagnéticos que regem todas as 
aplicações tecnológicas do eletromagnetismo: 
I. Condutor percorrido por corrente elétrica produz campo magnético; 
II. Campo magnético provoca ação de uma força magnética sobre um 
condutor percorrido por corrente elétrica; 
III. Fluxo Magnético variante sobre um condutor gera (induz) corrente 
elétrica. 
Estes três fenômenos do eletromagnetismo serão estudados em detalhes ao 
longo deste trabalho. 
 
 
3. Campo Magnético criado por Corrente Elétrica 
No mesmo ano que Oersted comprovou a existência de um campo magnético 
produzido pela corrente elétrica, o cientista francês André Marie Ampère, 
preocupou-se em descobrir as características desse campo. Nos anos 
seguintes, outros pesquisadores como Michael Faraday, Karl Friedrich Gauss e 
James Clerk Maxwell continuaram investigando e desenvolveram muitos dos 
conceitos básicos do eletromagnetismo. 
Quando o condutor retilíneo da figura 3.1a é percorrido por uma corrente 
elétrica pode-se observar, pela orientação das agulhas das bússolas, a 
existência de um campo que o envolve longitudinalmente (ao longo de seu 
comprimento) e as linhas de campo magnético que o representam, são círculos 
ELETROMAGNETISMO 
 
36 
 
concêntricos. A figura 3.1b mostra uma foto da visualização das linhas de 
campo magnético produzido por um condutor retilíneo usando limalha de ferro. 
 
 
 ( a ) ( b ) 
Figura 3.1 – Orientação da bússola em torno de um condutor percorridopor 
corrente. 
 
As linhas de campo magnético são linhas envoltórias concêntricas e 
orientadas, como mostra a Figura 3.2. O sentido das linhas de campo 
magnético produzido pela corrente no condutor é dado por regras práticas 
diversas, dentre as quais podemos citar: Regra de Ampère (Regra da mão 
direita) ou Regra do Saca-Rolha (Maxwell). 
A Regra da Mão Direita como a do Saca-Rolha é usada para determinar o 
sentido das linhas do campo magnético, considerando-se o sentido 
convencional da corrente elétrica. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
37 
 
 
Figura 3.2 - Linhas de campo magnético criado por uma corrente elétrica: 
concêntricas. 
 
Regra de Ampère – Regra da mão direita 
Com a mão direita envolvendo o condutor e o polegar apontando para o 
sentido convencional da corrente elétrica, os demais dedos indicam o sentido 
das linhas de campo que envolvem o condutor. 
 
Figura 3.3 – Lei de Ampère e regra da mão direita 
 
Regra do Saca-Rolha de Maxwell 
Na Regra do saca-rolha o sentido das linhas de campo é o da rotação de um 
saca-rolha que, colocado paralelamente ao condutor, progride no sentido da 
corrente. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
38 
 
 
Figura 3.4 – Regra do Saca-Rolha de Maxwell 
 
Para a representação do sentido das linhas de campo ou de um vetor qualquer 
perpendicular a um plano (como o plano do papel) utiliza-se a seguinte 
simbologia: 
 Representa um fio, uma linha de campo ou um vetor com direção 
perpendicular ao plano, com sentido de saída deste plano. 
 Representa um fio, uma linha de campo ou um vetor com direção 
perpendicular ao plano, com sentido de entrada neste plano. 
O campo magnético gerado por um condutor percorrido por corrente pode ser 
representado por suas linhas desenhadas em perspectiva, ou então com a 
simbologia apresentada, como mostra a Figura 3.5. 
 
 
Figura 3.5 - Simbologia para representação do sentido das linhas de campo no 
plano 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
39 
 
O campo magnético gerado por um condutor percorrido por corrente pode ser 
representado por suas linhas desenhadas em perspectiva, ou então com a 
simbologia estudada, como ilustram as figuras 3.5 e 3.6. 
 
Figura 3.6 – Campo Eletromagnético produzido por um condutor; a) em 
perspectiva; b) indicado no plano. 
 
 
4. Fontes do Campo Eletromagnético 
Além dos ímãs naturais (magnetita) e os ímãs permanentes feitos de materiais 
magnetizados, é possível gerar campos magnéticos através da corrente 
elétrica em condutores. Se estes condutores tiverem a forma de espiras ou 
bobinas, pode-se gerar campos magnéticos muito intensos. 
 
4.1 Campo Magnético gerado em torno de um Condutor Retilíneo 
A intensidade do campo magnético gerado em torno de um condutor retilíneo 
percorrido por corrente elétrica depende da intensidade dessa corrente. Uma 
corrente intensa produzirá um campo intenso, com inúmeras linhas de campo 
que se distribuem até regiões bem distantes do condutor. Uma corrente menos 
intensa produzirá poucas linhas numa região próxima ao condutor, conforme 
mostrado na Figura 4.1. 
ELETROMAGNETISMO 
 
40 
 
 
Figura 4.1 - Representação do campo magnético em função da corrente 
elétrica 
 
O vetor indução magnética ⃗⃗ que representa a Densidade de Campo 
Magnético, Indução magnética ou Densidade de Fluxo, em qualquer ponto, 
apresenta direção sempre tangente às linhas de campo no ponto considerado. 
Isso pode ser comprovado pela observação da orientação da agulha de uma 
bússola em torno de um condutor percorrido por corrente elétrica, como mostra 
a Figura 4.2. 
 
 
Figura 4.2 - Vetor campo magnético tangente às linhas de campo 
 
A densidade de campo magnético B num ponto P considerado é diretamente 
proporcional à corrente no condutor, inversamente proporcional à distância 
entre o centro do condutor e o ponto e depende do meio, conforme mostrado 
na equação matemática: 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
41 
 
 
 
 
 
 
A constante de proporcionalidade k depende do meio em que o condutor está 
imerso, e vale: 
 
 
 
 
 
 
Substituindo o valor de k na expressão anterior, teremos: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B - densidade de campo magnético num ponto P dada em Tesla [T] ou Wb/m2; 
r - distância entre o centro do condutor e o ponto P considerado dada em 
metro, [m]; 
Ι - intensidade de corrente no condutor, dada em Ampére, [A]; 
µ - permeabilidade magnética do meio, [T.m/A] ou Wb/m.A; 
Permeabilidade magnética no vácuo: µo = 4·. 10
-7 [T.m / A]. 
 
Esta equação é válida para condutores longos, ou seja, quando a distância r 
for bem menor que o comprimento do condutor (r<<ℓ). 
Esta equação é conhecida como Lei de Biot e Savart. 
 
4.1.1 Exercícios de Fixação 
1. Um condutor reto e extenso é percorrido por uma corrente elétrica de 
intensidade 4A. Determine as características do vetor indução ⃗⃗ no ponto P da 
figura, situada a uma distância r =2cm do condutor. 
ELETROMAGNETISMO 
 
42 
 
 
2. Determinar as características do vetor indução ⃗⃗ resultante no ponto da 
figura. 
 
 
 
4.1.2 Exercícios Propostos 
1. Um condutor reto e extenso é percorrido por uma corrente de intensidade 
5A. Calcule a intensidade do vetor indução magnética num ponto P localizado a 
0,5m do condutor, conforme indica a figura. 
 
 
 
2. A figura mostra um fio longo e horizontal percorrido por uma corrente de 6A. 
Calcule a intensidade do vetor indução magnética nos pontos M e N. 
ELETROMAGNETISMO 
 
43 
 
 
 
3. Caracterize o vetor indução magnética resultante nos pontos P1 e P2 da 
figura, originado pelos três condutores retos, longos, coplanares e paralelos 
esquematizados na figura abaixo. 
 
 
4. Considere dois fios condutores, longos e retilíneos dispostos 
perpendicularmente à folha da apostila e com intensidades e sentidos de 
correntes indicados na figura a seguir. Sabendo-se que o meio circundante é o 
vácuo. Determinar a intensidade da indução magnética no ponto P. 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
44 
 
4.2 Campo Magnético gerado no centro de uma Espira Circular 
Um condutor em forma de espira circular quando percorrido por corrente 
elétrica é capaz de concentrar as linhas de campo magnético no interior da 
espira, como mostra a figura 4.3. Isso significa que a densidade de campo 
magnético resultante no interior da espira é maior que a produzida pela mesma 
corrente num condutor retilíneo. 
 
 
Figura 4.3 – Visualização do Campo magnético no centro de uma espira 
circular 
 
Para a determinação do sentido do campo magnético no centro de uma espira 
circular, a regra da mão direita também é válida. O polegar indica o sentido da 
corrente elétrica na espira e os demais dedos da mão direita, o sentido das 
linhas de campo magnético que envolvem o condutor da espira circular. 
Na figura 4.4(a) e 4.4(b) podemos verificar que as linhas de campo geradas no 
condutor são concentradas no interior da espira. A figura 4.4(c) mostra que a 
regra da mão direita também serve para determinar o sentido resultante das 
linhas de campo no centro da espira. A figura 4.4(d) mostra as linhas de campo 
concentradas no interior da espira através de outro ângulo de visão. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
45 
 
 
 ( a ) ( b ) 
 
 ( c ) ( d ) 
Figura 4.4 – Representação do Campo Magnético gerado por uma espira 
circular percorrida por corrente 
 
A densidade de campo magnético no centro de uma espira circular pode ser 
calculada por: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B - é a densidade de campo magnético no centro da espira circular [T, Tesla]; 
r - raio da espira [m]; 
Ι - intensidade de corrente na espiracircular [A]; 
μ - permeabilidade magnética do meio [T.m/A]. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
46 
 
Polos de uma espira 
Note que a espira tem dois polos. O lado onde B “entra” é o polo sul; o outro, o 
norte. 
Para o observador 2, as linhas de indução da espira entram pela face que está 
voltada para ele. Portanto, essa face da espira se caracteriza como um polo 
sul. 
 
 
Figura 4.5 – Polos da espira 
 
4.2.1 Exercícios de Fixação 
1. Determinar as características do vetor indução ⃗⃗ originado pela corrente i no 
ponto O da figura. 
 
 
2. Duas espiras circulares concêntricas e coplanares, de raios r1 = 4cm e r2 = 
10cm são percorridas pelas correntes i1 = 6A e i2 = 2A, conforme indica a figura. 
Caracterizar o campo magnético no centro da espira. 
ELETROMAGNETISMO 
 
47 
 
 
 
4.2.1 Exercícios Propostos 
1. Determine as características do vetor indução magnética ⃗⃗ originado pela 
corrente I no ponto O da figura a seguir. 
 
2. Uma espira circular de raio R e um fio condutor longo e retilíneo encontram-
se num mesmo plano, como se vê na figura a seguir. Sabendo-se que o fio 
condutor dista 2R do centro O da espira e que as correntes na espira e no fio 
são respectivamente I1 e I2, determine a relação I1/I2 para que a indução 
magnética seja nula em O. Supõe-se que o meio em questão é o vácuo. 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
48 
 
3. Duas espiras iguais, cada uma de raio 2cm. São colocadas com centros 
coincidentes, em planos perpendiculares, e são percorridas pelas correntes I1= 
4A e I2= 3A. Caracterize o campo magnético no centro comum O. 
 
 
 
4.3 Campo Magnético gerado em uma Bobina Circular Plana 
Denomina-se “bobina plana” ou “bobina chata” a justaposição de N espiras 
iguais, como vemos na figura 4.6. Assim, cada espira componente da bobina 
participa igualmente originando no centro da bobina a indução magnética ⃗⃗ ·. 
 
 
Figura 4.6 - Indução magnética gerada por uma bobina circular 
 
A densidade de campo magnético no centro de uma bobina circular pode ser 
calculada por: 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
49 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B - é a densidade de campo magnético no centro da espira circular [T, Tesla]; 
r - raio da espira [m]; 
N – número de espiras; 
Ι - intensidade de corrente na espira circular [A]; 
μ - permeabilidade magnética do meio [T.m/A]. 
 
4.3.1 Exercício de Fixação 
Uma bobina formada por 100 espiras circulares de raios 5 cm é percorrida por 
uma corrente de intensidade 10A. Determine a intensidade do campo 
magnético no centro da bobina. Supõe-se a bobina situada no vácuo. 
 
 
 
4.3.2 Exercícios Propostos 
1. Uma bobina chata é formada de 40 espiras circulares de raio 0,1m. 
Sabendo-se que as espiras são percorridas por uma corrente de 8A, determine 
a intensidade do vetor indução magnética no seu centro. Supõe-se a bobina 
situada no vácuo. 
 
2. Uma bolinha chata é formada de 50 espiras circulares de raio 0,1m. 
Sabendo que as espiras são percorridas por uma corrente de 3A. Determine 
ELETROMAGNETISMO 
 
50 
 
intensidade do vetor indução magnética no seu centro. Supõe-se a bobina 
situada no vácuo. 
 
4.4 Campo Magnético gerado no centro de uma Bobina Longa ou 
Solenoide 
Um Solenoide é uma bobina longa obtida por um fio condutor isolado e 
enrolado em espiras iguais, lado a lado, e igualmente espaçadas entre si, 
como mostra a figura 4.7. 
 
 
Figura 4.7 – Solenoide 
 
Quando a bobina é percorrida por corrente conforme figura 4.8, os campos 
magnéticos criados em cada uma das espiras que formam o solenoide somam-
se e o resultado final, é idêntico a um campo magnético de um imã permanente 
em forma de barra, como apresentado nas figuras 4.9 e 4.10. Podemos 
observar que as linhas de campo são concentradas no interior do solenoide. 
 
 
Figura 4.8 – Linhas do Campo Eletromagnético criado por uma bobina 
percorrida por corrente 
ELETROMAGNETISMO 
 
51 
 
 
Figura 4.9 – Concentração das Linhas Campo Magnético no interior de uma 
bobina percorrida por corrente 
 
 
Figura 4.10 -. Campo Magnético de um ímã em barra e de um solenoide são 
semelhantes. 
 
Na figura 4.11(a) podemos observar uma bobina em que suas espiras estão 
afastadas umas das outras. Entre duas espiras os campos anulam-se, pois têm 
sentidos opostos. No centro do solenoide os campos somam-se. Podemos 
observar que, no interior do solenoide, as linhas de campo estão concentradas 
e praticamente paralelas. Isso caracteriza um campo magnético praticamente 
uniforme. Quanto mais próximas estiverem as espiras umas das outras, mais 
intenso e mais uniforme será o campo magnético, como mostra a figura 
4.11(b). 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
52 
 
 
 ( a ) ( b ) 
Figura 4.11 – Campo magnético no solenoide: (a) espiras separadas; (b) 
espiras justapostas. 
 
Para solenoides suficientemente longos (onde o comprimento longitudinal é 
bem maior que o diâmetro das suas espiras – figura 4.12), pode-se considerar 
o campo magnético constante e uniforme em praticamente toda a extensão do 
interior do solenoide. Portanto, a densidade do campo magnético (densidade 
de fluxo magnético) no centro de um solenoide é expressa por: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B - é a densidade de campo magnético no centro do solenoide [T, Tesla]; 
N - número de espiras do solenoide; 
I - é a intensidade de corrente elétrica que percorre o solenoide [A]; 
 - comprimento longitudinal do solenoide [m]; 
μ - permeabilidade magnética do meio (núcleo do solenoide) [T.m/A]. 
 
Observação: O comprimento é o comprimento longitudinal do solenoide e 
não deve ser confundido com o comprimento do condutor do solenoide. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
53 
 
 
Figura 4.12 – Solenoide longo 
 
Denominamos intensidade de enrolamento do solenoide o número de espiras 
por unidade de comprimento do mesmo: 
 
 
 
 
 
 
Portanto temos que: 
 
Onde n é dado por espiras por metro (esp.m-1). 
 
O sentido das linhas de campo pode ser determinado por uma adaptação da 
regra da mão direita, como ilustram as figuras 4.13. 
Disponha o polegar no sentido da corrente e os demais dedos, por dentro do 
solenóide, indicando as linhas de indução saindo ou entrando na extremidade 
considerada. 
Também podemos envolver o solenóide com a mão direita de modo que a 
ponta dos dedos indique o sentido da corrente e o polegar indique o sentido de 
 ⃗⃗ . 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
54 
 
 
 
Figura 4.13 – Regra da mão direita aplicada a uma bobina 
 
Polos de um Solenoide 
O solenoide se comporta como um ímã, no qual o polo sul é o lado por onde 
“entram” as linhas de indução e o lado norte, o lado por onde “saem” as linhas 
de indução (veja figura 4.14). 
 
 
Figura 4.14 – polos do solenoide 
 
A figura 4.10 mostra a semelhança entre os campos magnéticos produzidos 
por um solenoide e por um ímã permanente em forma de barra. A principal 
diferença entre eles é que a densidade de fluxo é maior no ímã permanente 
que no solenoide. A densidade de fluxo no solenoide pode ser sensivelmente 
aumentada pela inclusão de materiais ferromagnéticos no núcleo da bobina. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
55 
 
4.4.1 Exercício de Fixação 
Um solenoide de 1000 espiras por metro é percorrido por uma corrente de 
intensidade i. Sabendo-se que o vetor indução magnética no seu interior tem 
intensidade de 8.10-4 T, determine i. 
 
4.4.2 Exercícios Propostos 
1. Um solenoide de comprimento 2cm compreende 100 espiras. Sabendo-se 
que 0 = Tm/A, calcular a intensidade da indução magnética 
originada na região central do solenoide, pela corrente de intensidade I=2A que 
a atravessa. 
 
2. Um solenoide de comprimento 4cm compreende 1000 espiras por metro. 
Calcule a intensidade da indução magnética na região central do solenoide, 
pela passagem de uma corrente I=10A. Se aproximarmosum imã em forma de 
barra, conforme figura a seguir, ocorrerá atração ou repulsão? 
 
 
 
3. Um solenoide de 500 espiras por metro é percorrido por uma corrente de 2A. 
Determine a intensidade do vetor indução magnética no interior do solenoide. 
 
4.5 Campo Eletromagnético gerado por um Toróide 
Uma bobina toroidal (ou simplesmente, toróide) é um solenoide em forma de 
anel, como mostra a figura 4.15. Seu núcleo pode ser de ar ou de material 
ferromagnético. Geralmente as bobinas toroidais são feitas com núcleos de 
ferrite. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
56 
 
 
Figura 4.15 – Aspecto de um Toróide 
 
Os toróides são o tipo de bobinas capazes de proporcionar a maior 
concentração das linhas de campo magnético no seu núcleo, que é um 
caminho fechado para as linhas. Pode ser provado matematicamente que a 
densidade de campo magnético no interior das espiras (no núcleo) do toróide é 
dada por: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
B – densidade de campo magnético no interior do núcleo do toróide, [T]; 
μ - permeabilidade magnética do meio no interior das espiras do toróide 
(núcleo); 
N – número de espiras da bobina toroidal; 
I – intensidade de corrente no condutor da bobina, [A]; 
r – raio médio do toróide, [m]. 
 
Observação: o raio médio do toróide é o raio da circunferência no centro do 
núcleo do toróide, como mostra a figura 4.16. Não confundir com o raio externo 
ou interno e nem com o raio das espiras. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
57 
 
 
Figura 4.16 – Identificação do raio médio de um toróide 
 
Também pode ser demonstrado matematicamente que a densidade de campo 
magnético fora do núcleo de um toróide ideal, tanto na região externa como 
interna é NULO, pois como o núcleo tem forma circular ele é capaz de produzir 
um caminho magnético enlaçando todas as linhas de campo. 
Usando a regra da mão direita aplicada à bobina toroidal podemos determinar 
o sentido das linhas de campo confinadas no núcleo do toróide, como mostra a 
figura 4.17. 
 
 
Figura 4.17 – Sentido das linhas de campo no núcleo da bobina toroidal 
 
Medições de características de comportamento de materiais magnéticos são, 
geralmente, feitas usando-se núcleos toroidais (toróide), pois eles são capazes 
de concentrar praticamente todas as linhas de campo. 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
58 
 
4.5.1 Exercício de Fixação 
1. Calcule o valor da densidade do campo magnético no interior do núcleo de 
um solenoide toroidal de raio interno de 10cm e raio externo de 12cm, onde 
estão enroladas 1000 espiras percorridas por uma corrente de 1A. 
 
4.5.2 Exercícios Propostos 
1. Uma bobina consiste de 1000 espiras enroladas em um núcleo toroidal com 
R= 6cm e r= 1cm. Para se estabelecer um fluxo magnético total de 0,2mWb em 
um núcleo não magnético que corrente é necessária. 
Obs: Para um núcleo não magnético  = 0 
 
 
 
4.6 Força Magnetizante (Campo Magnético Indutor) 
Se em uma dada bobina for mantida a corrente constante e mudado o material 
do núcleo (permeabilidade μ do meio), a densidade de fluxo magnético no 
interior da bobina será alterada em função da permeabilidade magnética do 
meio. Pode ser chamado de vetor campo magnético indutor ou vetor força 
magnetizante ⃗⃗ ao campo magnético induzido (gerado) pela corrente elétrica 
na bobina, independentemente da permeabilidade magnética do material do 
núcleo (meio). 
O vetor densidade de campo magnético na bobina pode ser dado por: 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
59 
 
 
 
 
 
 
resolvendo, 
 
 
 
 
 
 
definindo: 
 
 
 
 
 
O módulo do vetor campo magnético indutor ou vetor força magnetizante ⃗⃗ 
numa bobina pode ser dado por: 
 
 
 
 
 
 
onde: 
H - campo magnético indutor, [Ae/m] ou [A/m]; 
N - número de espiras do solenoide; 
Ι - intensidade de corrente no condutor, [A]; 
 - comprimento do núcleo magnético, [m]. 
O vetor ⃗⃗ tem as mesmas características de orientação do vetor densidade de 
campo magnético ⃗⃗ , porém independe do tipo de material do núcleo da bobina. 
Portanto, pode-se concluir que os vetores densidade de campo magnético e 
campo magnético indutor se relacionam pela equação: 
 
 
 
Isso significa que uma dada bobina percorrida por uma dada corrente produz 
uma dada força magnetizante ou campo magnético indutor. Ao variar o valor da 
permeabilidade magnética do meio (alterando o material do núcleo da bobina, 
ELETROMAGNETISMO 
 
60 
 
por exemplo) a densidade de campo magnético varia para esta mesma bobina. 
Quanto maior a permeabilidade magnética μ do meio, o efeito da força 
magnetizante no núcleo será tanto maior, ou seja, maior a densidade de campo 
magnético induzida no núcleo. Portanto: 
A densidade de fluxo magnético B é o efeito da força magnetizante H num 
dado meio μ. 
Analogamente, podemos determinar a Força Magnetizante H produzida por um 
condutor retilíneo, para uma espira circular e para uma bobina toroidal: 
Para um condutor retilíneo: 
 
 
 
 
 
Para uma espira circular: 
 
 
 
 
 
Para um solenoide: 
 
 
 
 
 
Para uma bobina toroidal: 
 
 
 
 
 
Deve-se ter em mente que a permeabilidade magnética de um material 
ferromagnético não é constante. É uma relação entre a Força Magnetizante e a 
Densidade de Fluxo Magnético resultante. Essa relação é dada por: 
 
 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
61 
 
Esse comportamento é descrito pela curva de magnetização do material 
 
 
Conclusão: genericamente falando, o campo eletromagnético resultante num 
dado ponto depende: 
 Da intensidade da corrente; 
 Da forma do condutor (reto; espira ou solenoides); 
 Do meio (permeabilidade magnética); 
 Das dimensões; 
 Do número de espiras. 
 
4.6.1 Exercícios de Fixação 
1. Qual a intensidade de campo magnético indutor H a 50cm do centro de um 
condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica de 3A. 
 
2. Determinar a intensidade do campo magnético indutor H no ponto A da 
figura a seguir. 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
62 
 
3. Determinar o valor do campo magnético indutor H no centro de uma espira 
circular feita com um condutor de 6cm de comprimento e percorrida por uma 
corrente de 2A. 
 
4. Determinar o a intensidade e o sentido do vetor campo magnético indutor 
 ⃗⃗ ⃗ resultante no centro comum às duas espiras de raio 7cm e 10cm, dado que 
i1 = 3A e i2 = 4A. 
 
 
5. Determinar o campo magnético no centro de um solenóide de 10cm de 
comprimento, com 600 espiras e percorrido por uma corrente de 2A. 
 
6. Determinar o valor do campo magnético indutor no interior do núcleo de um 
solenoide toroidal de raio interno de 10cm e raio externo de 12cm, onde estão 
enroladas 1000 espiras percorridas por uma corrente de 1A. 
 
4.6.2 Exercícios Propostos 
1. Determinar o campo magnético a uma distância de 20cm de um condutor 
que conduz uma corrente de 10A. 
 
2. Determinar o campo resultante no ponto P do esquema abaixo. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
63 
 
 
 
3. Calcular a intensidade de campo magnético no interior de uma espira de raio 
igual a 5cm conduzindo uma corrente de 15A. 
 
4. Duas espiras, a primeira de raio igual a 20cm e a segunda de raio igual a 
15cm. A primeira conduzindo uma corrente de 10A, no sentido horário, e a 
segunda uma corrente de 6A no sentido anti-horário. Determine a intensidade e 
o sentido do campo magnético no centro comum às duas espiras. 
 
5. Calcular o campo magnético no interior de um solenoide de 30cm de 
comprimento, tendo ele 500 espiras e conduzindo uma corrente de 2A. 
 
6. Um solenoide reto de 50cm de comprimento possui 5000 espiras por onde 
circula uma corrente de 1A. Determine o campo magnético resultante em seu 
interior. 
 
4.7 Força Magneto-Motriz 
A intensidade de um Campo Magnético Indutor (Força Magnetizante) H 
numa bobina depende da intensidade da corrente que flui numa dada 
quantidade de espiras. Quantomaior a corrente, mais intenso o campo 
magnético. Além disso, quanto mais espiras, mais concentradas estarão as 
linhas de campo. 
Podemos entender Força Magnetomotriz como a capacidade que uma bobina 
tem de estabelecer um fluxo magnético no seu núcleo. Esta força 
ELETROMAGNETISMO 
 
64 
 
magnetomotriz depende da corrente que atravessa um determinado número de 
espiras. 
A força magnetomotriz produzida por uma bobina é dada pelo produto: 
 
 
 
onde: 
fmm - força magnetomotriz, [Ae]; 
N - número de espiras; 
Ι - intensidade de corrente no condutor, [A]. 
A força magnetomotriz é a causa da produção do fluxo no núcleo de um circuito 
magnético, analogamente à força eletromotriz que produz o fluxo de cargas 
elétricas (corrente) em um circuito elétrico. 
Sabemos que a densidade de fluxo numa bobina é dada por: 
 
 
 
 
 
 
e a força magnetizante dessa bobina é: 
 
 
 
 
 
 
como , então: 
 
 
 
 
 
assim, a Força Magnetomotriz pode ser dada pelo produto entre a força 
magnetizante H e o comprimento do caminho magnético: 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
65 
 
onde: 
fmm – força magneto-Motriz, [Ae]; 
H – força magnetizante ou campo magnético Indutor, [Ae/m] ou [A/m]; 
 - Comprimento médio do caminho do circuito magnético, [m]. 
 
Observação: O comprimento médio do caminho do circuito magnético é o 
comprimento total de uma linha de campo posicionada no centro do núcleo, 
como mostra a linha de campo grifada na figura 4.16. 
 
 
Figura 4.16 – Comprimento médio do caminho do circuito magnético 
 
Sabemos que a Relutância Magnética é dada por: 
 
 
 
 
 
 
e que 
 
 
 
 
 
 
substituindo uma na outra, temos: 
 
 
 
 
 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
66 
 
como o Fluxo Magnético é dado por: 
 
 
temos, portanto: 
 
 
 
 
 
 
ou ainda 
 
 
 
 
 
onde: 
fmm - força magneto-motriz, [Ae]; 
 - fluxo magnético, [Wb]; 
ℜ - relutância magnética, [Ae/Wb]. 
 
Esta equação é análoga à Lei de Ohm, onde a relação entre a tensão elétrica e 
a resistência determina a corrente num circuito, ou seja: 
 
 
 
 
 
 
esta é a relação entre causa e efeito: 
 
 
 
 
 
A causa é a Força Magnetomotriz (análoga à Tensão Elétrica); o efeito que ela 
provoca é o Fluxo Magnético (análogo ao Fluxo de Cargas, corrente elétrica) e 
a oposição ao efeito é a Relutância Magnética (análoga à Resistência Elétrica). 
ELETROMAGNETISMO 
 
67 
 
Através desse entendimento, os circuitos magnéticos (ou caminhos 
magnéticos) podem ser analisados como circuitos elétricos, como mostra a 
analogia da figura 4.17. Esse estudo será abordado em semestre posterior. 
 
 
Figura 4.17 – Circuito magnético fechado com núcleo de ferromagnético e seu 
equivalente elétrico 
 
Observação: 
Apesar da analogia entre circuitos elétricos e magnéticos, devemos ter em 
mente que o fluxo magnético  é estabelecido no núcleo através da alteração 
da estrutura atômica do núcleo devido à pressão externa da força 
magnetomotriz (fmm) e não é uma medida do fluxo de partículas carregadas, 
como a corrente elétrica. 
 
4.7.1 Exercícios de Fixação 
1. Na figura 4.17 considere que a bobina possui 120 espiras percorridas por 
uma corrente de 500mA e que o comprimento médio do circuito magnético é 
 =0,15m e cuja área da seção transversal do núcleo é 2cm2. 
 
4.7.2 Exercícios Propostos 
1 Determine a relutância de um circuito magnético se um fluxo de 4,2x10-4Wb 
for estabelecido por uma f.m.m = 400Ae. Determine o campo magnético indutor 
H para uma bobina de 6 polegadas de comprimento. 
 
ELETROMAGNETISMO 
 
68 
 
2. Se um campo magnético indutor H de 600 Ae/m for aplicado a um circuito 
magnético, uma densidade de fluxo de 0,12Wb/m2 é imposta. Encontre a 
permeabilidade μ de um material que produza o dobro da densidade de fluxo 
original com o mesmo H. 
 
3. Em um campo magnético indutor H = 100Ae/m é colocado um pedaço de 
material ferromagnético cuja permeabilidade relativa é μr = 1600 para este valor 
de H. Calcular o valor da densidade de campo magnético no interior do 
material. 
 
4. Para o mesmo material do item anterior, quando H = 300Ae/m temos 
B=0,3T. Qual o valor da permeabilidade relativa para H = 300 Ae/m? 
 
4.8 Lei de Ampère 
A Lei de Ampère expressa a relação geral entre uma corrente elétrica em um 
condutor de qualquer forma e o campo magnético por ele produzido. Esta lei é 
válida para qualquer situação onde os condutores e os campos magnéticos são 
constantes e invariantes no tempo e sem a presença de materiais magnéticos. 
Para um condutor retilíneo, equação é a mesma que determina a densidade de 
campo magnético em um dado ponto P em torno de um condutor retilíneo: 
 
 
 
 
 
 
 
5. Força Eletromagnética 
Cargas elétricas em movimento (corrente elétrica) criam um campo 
eletromagnético, o que é visualizado, pois este campo exerce uma força 
magnética na agulha de uma bússola. No sentido reverso, Oersted confirmou 
ELETROMAGNETISMO 
 
69 
 
com base na terceira lei de Newton, que um campo magnético de um ímã 
exerça uma força em um condutor conduzindo corrente. 
Quando cargas elétricas em movimento são inseridas em um campo 
magnético, há uma interação entre o campo e o campo originado pelas cargas 
em movimento. Essa interação é manifestada por forças que agem na carga 
elétrica, denominadas forças eletromagnéticas. 
Um condutor percorrido por corrente elétrica, dentro de um campo 
magnético, sofre a ação de uma força eletromagnética. 
 
5.1 Força Eletromagnética sobre um Condutor Retilíneo 
Seja, por exemplo, um condutor retilíneo colocado entre os polos de um ímã 
em forma de ferradura, como mostra a figura 5.1. 
 
 
Figura 5.1 – Sentido da força eletromagnética sobre o condutor 
 
Quando este condutor for percorrido por corrente uma força é exercida sobre 
ele. Esta força não age na direção dos polos do ímã, mas na direção 
perpendicular às linhas do campo magnético, como mostra a figura 5.2. Se o 
sentido da corrente for invertido, a direção da força continua a mesma, mas há 
uma inversão no sentido da força exercida sobre o condutor. 
A força age na direção perpendicular às linhas de campo. 
Assim, um condutor percorrido por corrente elétrica submetido a um campo 
magnético sofre a ação de uma força eletromagnética. Se aumentarmos a 
intensidade da corrente I, aumentaremos a intensidade da força exercida 
ELETROMAGNETISMO 
 
70 
 
sobre o condutor. Da mesma forma, um campo magnético mais intenso (maior 
densidade B) provoca uma intensidade de força maior. 
Também pode ser comprovado que se o comprimento ( ) ativo do condutor 
(atingido pelas linhas de campo) for maior, a intensidade da força sobre ele 
será maior. 
A intensidade da força eletromagnética exercida sobre o condutor também 
depende do ângulo entre a direção da corrente e a direção do vetor densidade 
de campo magnético, como mostra a Figura 5.2. 
 
 
Figura 5.2 - Força eletromagnética sobre um condutor retilíneo. 
 
Quando o campo for perpendicular à direção da corrente, a força exercida 
sobre o condutor será máxima como mostra a figura 5.3 (a). 
 
 
Figura 5.3 (a) – Campo perpendicular à direção da corrente 
 
Quando o campo e a corrente tiverem a mesma direção a força sobre o 
condutor será nula como mostra a figura 5.3 (b). 
ELETROMAGNETISMO 
 
71 
 
 
Figura 5.3 (b) – Campo e corrente com mesmo sentido 
 
Isso significa que a intensidade da força eletromagnética ⃗ exercida sobre o 
condutor é diretamente proporcional à densidade do campo magnético B que 
atinge o condutor, à intensidade de corrente elétrica que percorre o condutor, 
ao comprimento longitudinal do condutor atingido pelas linhas do campo e ao 
ângulo de incidência dessas linhas na superfície longitudinal do condutor. 
 
 
Figura 5.3 ( c ) – Força magnética depende

Outros materiais