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DPC-REGULAR-Aula-2-24-06-2019-Criminologia-Murillo-Ribeiro (1)

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CURSO: DPC - REGULAR 
DATA: 24/06/2019 
DISCIPLINA: CRIMINOLOGIA 
PROFESSOR: MURILLO RIBEIRO 
MONITORA: ALEANE VALGAS 
AULA: 02 
 
 
SUMÁRIO 
Escola Clássica ..................................................................................... 02 
Escola Positivista .................................................................................. 03 
Teorias Sociológicas ............................................................................. 05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1) ESCOLA CLÁSSICA 
 
Ideais iluministas. 
Época dos pioneiros. 
Sec. XVIII e início do séc. XIX. 
Racionalidade; livre-arbítrio; contrato social. 
Delinquente é um homem normal, logo, a preocupação é com a conduta. 
Método lógico; abstrato; normativo e dedutivo (IGUAL AO DIREITO PENAL) 
O delito surge da livre vontade dos indivíduos. 
 
Autores: 
 
a) Cesare Beccaria (Bonesana) 
 
Obra inaugural: Dos Delitos e das Penas, 1764. 
Leis simples, conhecidas pelo povo e obedecidas pelos cidadãos. 
A pena deve salvaguardar o contrato social. Serão ilegítimas todas as penas que não revelem uma 
salvaguarda do contrato social. 
A pena deve ser necessária e útil, e lastreada no princípio da legalidade. 
Pena por prazo certo e determinado. 
Elementos fundamentais: 
  Teoria do Delito: dano social 
  Teoria da Pena: defesa social 
A base da justiça humana é a utilidade comum. 
 
b) Giandomenico Romagnosi 
 
O princípio natural é a conservação da espécie humana. Todos tem o dever de não atentar contra 
a existência de outro ser humano. 
Relações ético jurídicas fundamentais: 
 * direito e dever de cada um de conservar sua existência. 
 * dever recíproco entre os homens, de não atentar contra sua existência. 
 * direito de não ser ofendido por outro. 
** A pena é contraestimulo ao impulso criminoso. Criminoso vislumbra a consequência da sua 
atitude (que é a pena). 
 
“Se depois do primeiro delito existisse a certeza moral de que não ocorreria nenhum outro, a 
sociedade não teria direito algum de punir o delinquente.” 
 
 
c) Francesco Carrara 
 
O fim da pena não é a retribuição, mas é a eliminação do perigo social que viria da impunidade do 
delito. A sensação de impunidade gera perigo social. 
 
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A reeducação do criminoso pode ser desejável, mas não é primordial, ou seja, não é a função 
essencial da pena. 
 
O crime/delito não é um ente de fato, mas sim um ente jurídico, pois decorre da violação de um 
direito (lei universal – teoria do Direito Penal). 
 
Vontade racional de um homem. 
 
“O crime é a negação ao direito”. Hegel 
“A pena é a negação da negação do direito.” Carrara 
 
 
2) ESCOLA POSITIVISTA 
 
Final do séc. XIX e início do séc. XX. 
 
Método empírico, indutivo, interdisciplinar. 
Pela primeira vez, a Criminologia ganha status de ciência, pois há adoção do método empírico. 
 
O problema está no homem, o delinquente é um homem diferente. 
 
Modelo positivista: Estudo de causas ou fatores da criminalidade (etiologia – PARADIGMA 
ETIOLÓGICO – busca explicar o fator e a causa). 
 
Soluções criminológicas são voltadas para a intervenção no criminoso. A pena é tratamento do 
indivíduo, objetiva a cura e, portanto, tem prazo indeterminado. 
 
** Alessandro Baratta: o foco dos positivistas era no criminoso, no homem delinquente, que era 
clinicamente observável. 
 
Autores: 
 
a) Cesare Lombroso 
 
“O homem delinquente”, 1876. 
Foi o primeiro a escrever sobre o assunto utilizando a metodologia empírica. 
Fase antropológica ou biológica. 
Considera o crime como ente de fato. 
O homem já nasce criminoso. É um animal selvagem, predisposto ao crime. Ser atávico. Mas 
fatores externos podem “acionar” os gatilhos já existentes. 
Determinismo biológico. 
Principal contribuição: método empírico (análise da realidade). Lombroso realizou análise e 
observação da realidade. 
 
** Principal seguidor no Brasil: Raimundo Nina Rodrigues (“Lombroso dos Trópicos”). 
 
b) Enrico Ferri (1856 – 1929) 
 
Compreensão mais alargada da criminalidade. 
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Criminalidade decorria de fatores antropológicos (constituição orgânica e psíquica; raça; idade; 
sexo, estado civil), físicos (clima; temperatura – lugares mais frios têm criminalidade menor) e 
sociais (opinião pública; densidade demográfica; moral; religião; família). 
Fase sociológica. 
Ênfase nas ciências sociais. 
 
Tipos de Criminoso para Ferri: 
 
1 – Nato – conceito de Lombroso – animal selvagem, ser atávico. 
2 – Louco – deformidade mental ou atrofia de senso moral (dificuldade de entender o que é certo 
e o que é errado). 
3 – Habitual – crime sempre fez parte da sua vida e de seu cotidiano. Alta periculosidade e baixa 
readaptabilidade. 
4 – Ocasional – situações “emergenciais”. Pode haver impacto de fatores sociais e físicos. Baixa 
periculosidade e alta readaptabilidade. 
5 – Passional – impelido por paixões pessoais, ideológicas, religiosas, políticas, etc. 
 
“Para eles (os Clássicos), a ciência só necessita de papel, caneta e lápis, e o resto sai de um cérebro 
repleto de leituras de livros, mais ou menos abundantes, e feitos da mesma matéria. Para nós, a 
ciência requer um gasto de muito tempo, examinando um a um os feitos, avaliando-os, reduzindo-
os a um denominador comum e extraindo deles a ideia nuclear.” 
 
 
c) Rafaelle Garoffalo (1851 – 1934) 
 
O crime sempre está no indivíduo e revela sua natureza degenerativa. 
O Estado pode eliminar o delinquente que não se adapta à realidade/sociedade. 
Fase jurídica. 
O problema está no homem, mas em razão de uma anomalia psíquica (moral), transmitidas 
hereditariamente. Déficit na esfera moral. Não é patológica (não é doença). 
Temibilidade (perversidade – grau de periculosidade – quantidade do mal previsto). 
Delito natural (“violação de sentimento altruísta de piedade e probidade, segundo o padrão médio 
das raças humanas superiores, cuja medida é necessária para adaptação do indivíduo à 
sociedade”). 
Pena de morte para indivíduos violentos, habituais e ladrões profissionais. Eliminação do 
criminoso. Bases na Teoria Evolucionista de Darwin. 
Principais contribuições: filosofia do castigo; fins da pena e sua fundamentação. 
 
Resumo da Escola Positivista: adotou método empírico; pena como critério de defesa social mas 
destinada a recuperação do criminoso (prazo indeterminado); medição da pena / natureza deve 
ser medida pelos efeitos (se indivíduo foi recuperado ou curado). 
 
 
 
 
 
 
 
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ESCOLA CLÁSSICA ESCOLA POSITIVISTA 
* Séc. XVIII e início XIX 
* Ideais iluministas 
* Beccaria, Romagnosi e Carrara 
* Crime era quebra do contrato social 
* Delinquente é alguém normal, dotado de 
vontade racional. 
*Penas por prazo certo e determinado 
* Métodos utilizados: os mesmos do Direito 
Penal (lógico, abstrato, normativo, dedutivo, 
jurídico) 
* Etapa pré-científica 
* Séc. XIX e início XX 
* Lombroso, Ferri, Garofallo. 
* Delinquente é alguém anormal, clinicamente 
observável. 
* Pena objetiva a cura do criminoso e pode ser 
aplicada por prazo indeterminado. 
* Etapa científica, pois adota o método 
empírico (análise e observação da realidade). 
 
 
TEORIAS SOCIOLÓGICAS 
 
2ª metade do século XX – mudança do eixo de poder
para os EUA 
 
Teorias de Consenso 
 
Acredita-se que a sociedade foi formada por um consenso entre os seus indivíduos. 
Todo elemento possui importância na estrutura social. 
 
 Escola de Chicago 
 Teoria da Anomia 
 Teoria da Associação Diferencial 
 Teoria da Subcultura Delinquente 
 
Teorias de Conflito 
 
A sociedade não foi formada pelo consenso, mas pela coerção, pela imposição de uns membros 
sobre outros. 
 
 Labelling Aproach 
 Criminologia Crítica 
 
 
TEORIAS DO CONSENSO 
 
1 – Escola de Chicago (Teoria Ecológica / Ecologia Criminal) 
 
Universidade de Chicago. 
“Ecologia”  relação com o ambiente – espaço físico. 
Elemento central: “A cidade produz delinquência.” 
Segunda metade do século XX. 
Período pós-guerra  altos índices de migração. 
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Há um crescimento exponencial que gera desajuste. Estado não consegue acompanhar o 
crescimento. A desorganização social eleva o grau da criminalidade. 
 
 
 
As zonas mais ao centro são potenciais em criminalidade. 
Nas grandes cidades vigora o anonimato. Não vigora o controle informal que existe nas pequenas 
cidades. 
 
>> Soluções propostas pela Escola de Chicago: 
 
a) Macro intervenção na comunidade – ex.: criação de núcleos regionais  minimaliza a 
desorganização social. 
 
b) Melhoria do aspecto visual das obras arquitetônicas – não deve haver sujeira, pichações, 
prédios caindo aos pedaços... 
 obs.: no Brasil, a criminalização da pichação tem suas bases na Escola de Chicago. 
 
>> Principais críticas: 
 
Só explica o crime cometido pelo pobre na área em que ele mora. 
Não explica porque o rico comete crimes. Visão limitada da criminalidade. 
Limitações. Não explica os crimes ocorridos fora das zonas/áreas de delinquência. 
Ignorava as “cifras negras” (crimes não relatados), pois somente se baseava em dados oficiais. 
 
Obs.: “cidades”, “áreas de desorganização social”  expressões que podem cair em prova 
vinculando à Escola de Chicago. 
 
 
2 – Teoria da Anomia (Teoria Estrutural Funcionalista) 
 
ANOMIA = Sem lei, desorganização, injustiça, desordem. 
 
“American Dream”. 
 
Principais pensadores desta teoria: Durkheim e Merton. 
 
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2.1 – Durkheim (Teoria Estrutural Funcionalista) 
 
“O crime é um fenômeno normal de toda a estrutura social. É útil e necessário para o equilíbrio e 
o desenvolvimento sociocultural. Leva ao desenvolvimento. 
O crime passa a ser preocupante quando ultrapassa alguns limites. A partir daí, deixa de ser 
normal. 
“Anomia” é a desintegração/ausência de normas sociais de referência (em regra, normas 
implícitas – noções de respeito mútuo; etc). Crise de valores. 
Anomia é desmoronamento das normas vigentes em sociedade. 
O crime fere a consciência coletiva. A pena deve agir nas pessoas honestas como forma de curar as 
feridas do sentimento coletivo. 
A pena terá mais impacto nas pessoas honestas, como forma de cicatrizar as feridas causadas no 
sentimento coletivo. “Satisfazer a consciência comum.” O crime é ato proibido pela consciência 
coletiva. 
 
2.2 – Merton 
 
Anomia fomenta a criminalidade. 
Desajuste entre fins culturais e meios disponíveis. 
O mercado vende um modelo de sucesso, mas a sociedade não disponibiliza meios para alcançá-
lo. 
Com os meios disponíveis, não é possível alcançar as metas culturais. 
 
Período histórico: década de 50 – “American Dream”. 
 
Tipos de adaptação: 
 
a) Conformidade: com os meios disponíveis, o indivíduo atinge a meta. 
 b) Ritualismo: indivíduo renuncia o modelo de sucesso, mas permanece observando as 
regras da sociedade. 
 c) Retraimento/Apatia: renúncia aos modelos de sucesso e às normas sociais de referência. 
(não se preocupam com aparência, com interação)Ex.: mendigos; viciados em drogas. 
 d) Inovação: PRINCIPAL – busca do modelo de sucesso a qualquer custo, ainda que por 
meios ilegítimos. O indivíduo inova quanto aos meios disponíveis para alcançar o modelo de 
sucesso. Representa a criminalidade. 
 e) Rebelião: indivíduo refuta os padrões, dando nova significação. Questiona-se o próprio 
modelo: “quem disse que esse é o padrão?” (é diferente de renúncia). 
 
 
Subculturas Criminais Associação diferencial 
 Subcultura delinquente 
 
 
3 – Teoria da Associação Diferencial (Aprendizagem Social) 
 
Principal autor: Sutherland. Critica Escola de Chicago, mas foi influenciado por ela. Responsável 
pelo conceito de “crimes do colarinho branco” (crime cometido no âmbito de sua profissão, por 
pessoa de respeitabilidade e elevado estatuto social). 
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Aspecto social. 
O crime deriva de um processo de aprendizado. Não há herança biológica. 
A associação com condutas lícitas ou ilícitas depende das interações entre o indivíduo e as 
pessoas, principalmente as mais próximas. 
Decorre do contato com padrões de comportamento favoráveis à violação das leis em 
sobreposição com comportamentos contrários à violação. Os criminosos tendem a copiar o 
comportamento daqueles com os quais convivem ou estão associados. 
 
Exemplo 1: traficante “dono do morro” que incentiva os mais jovens a serem como ele. 
Exemplo 2: crimes do colarinho branco. 
>> 3 fatores dificultam a apuração e a punição de crimes do colarinho branco: 
 - autor respeitado e temido 
 - obstáculos legais que dificultam a persecução 
- os efeitos nocivos tem dimensão ampla. Por serem difusos, seus efeitos são menos 
sentidos (por ser mais distante da realidade).

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