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KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 1/7 CURSO: DPC - REGULAR DATA: 24/06/2019 DISCIPLINA: CRIMINOLOGIA PROFESSOR: MURILLO RIBEIRO MONITORA: ALEANE VALGAS AULA: 02 SUMÁRIO Escola Clássica ..................................................................................... 02 Escola Positivista .................................................................................. 03 Teorias Sociológicas ............................................................................. 05 KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 2/7 1) ESCOLA CLÁSSICA Ideais iluministas. Época dos pioneiros. Sec. XVIII e início do séc. XIX. Racionalidade; livre-arbítrio; contrato social. Delinquente é um homem normal, logo, a preocupação é com a conduta. Método lógico; abstrato; normativo e dedutivo (IGUAL AO DIREITO PENAL) O delito surge da livre vontade dos indivíduos. Autores: a) Cesare Beccaria (Bonesana) Obra inaugural: Dos Delitos e das Penas, 1764. Leis simples, conhecidas pelo povo e obedecidas pelos cidadãos. A pena deve salvaguardar o contrato social. Serão ilegítimas todas as penas que não revelem uma salvaguarda do contrato social. A pena deve ser necessária e útil, e lastreada no princípio da legalidade. Pena por prazo certo e determinado. Elementos fundamentais: Teoria do Delito: dano social Teoria da Pena: defesa social A base da justiça humana é a utilidade comum. b) Giandomenico Romagnosi O princípio natural é a conservação da espécie humana. Todos tem o dever de não atentar contra a existência de outro ser humano. Relações ético jurídicas fundamentais: * direito e dever de cada um de conservar sua existência. * dever recíproco entre os homens, de não atentar contra sua existência. * direito de não ser ofendido por outro. ** A pena é contraestimulo ao impulso criminoso. Criminoso vislumbra a consequência da sua atitude (que é a pena). “Se depois do primeiro delito existisse a certeza moral de que não ocorreria nenhum outro, a sociedade não teria direito algum de punir o delinquente.” c) Francesco Carrara O fim da pena não é a retribuição, mas é a eliminação do perigo social que viria da impunidade do delito. A sensação de impunidade gera perigo social. KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 3/7 A reeducação do criminoso pode ser desejável, mas não é primordial, ou seja, não é a função essencial da pena. O crime/delito não é um ente de fato, mas sim um ente jurídico, pois decorre da violação de um direito (lei universal – teoria do Direito Penal). Vontade racional de um homem. “O crime é a negação ao direito”. Hegel “A pena é a negação da negação do direito.” Carrara 2) ESCOLA POSITIVISTA Final do séc. XIX e início do séc. XX. Método empírico, indutivo, interdisciplinar. Pela primeira vez, a Criminologia ganha status de ciência, pois há adoção do método empírico. O problema está no homem, o delinquente é um homem diferente. Modelo positivista: Estudo de causas ou fatores da criminalidade (etiologia – PARADIGMA ETIOLÓGICO – busca explicar o fator e a causa). Soluções criminológicas são voltadas para a intervenção no criminoso. A pena é tratamento do indivíduo, objetiva a cura e, portanto, tem prazo indeterminado. ** Alessandro Baratta: o foco dos positivistas era no criminoso, no homem delinquente, que era clinicamente observável. Autores: a) Cesare Lombroso “O homem delinquente”, 1876. Foi o primeiro a escrever sobre o assunto utilizando a metodologia empírica. Fase antropológica ou biológica. Considera o crime como ente de fato. O homem já nasce criminoso. É um animal selvagem, predisposto ao crime. Ser atávico. Mas fatores externos podem “acionar” os gatilhos já existentes. Determinismo biológico. Principal contribuição: método empírico (análise da realidade). Lombroso realizou análise e observação da realidade. ** Principal seguidor no Brasil: Raimundo Nina Rodrigues (“Lombroso dos Trópicos”). b) Enrico Ferri (1856 – 1929) Compreensão mais alargada da criminalidade. KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 4/7 Criminalidade decorria de fatores antropológicos (constituição orgânica e psíquica; raça; idade; sexo, estado civil), físicos (clima; temperatura – lugares mais frios têm criminalidade menor) e sociais (opinião pública; densidade demográfica; moral; religião; família). Fase sociológica. Ênfase nas ciências sociais. Tipos de Criminoso para Ferri: 1 – Nato – conceito de Lombroso – animal selvagem, ser atávico. 2 – Louco – deformidade mental ou atrofia de senso moral (dificuldade de entender o que é certo e o que é errado). 3 – Habitual – crime sempre fez parte da sua vida e de seu cotidiano. Alta periculosidade e baixa readaptabilidade. 4 – Ocasional – situações “emergenciais”. Pode haver impacto de fatores sociais e físicos. Baixa periculosidade e alta readaptabilidade. 5 – Passional – impelido por paixões pessoais, ideológicas, religiosas, políticas, etc. “Para eles (os Clássicos), a ciência só necessita de papel, caneta e lápis, e o resto sai de um cérebro repleto de leituras de livros, mais ou menos abundantes, e feitos da mesma matéria. Para nós, a ciência requer um gasto de muito tempo, examinando um a um os feitos, avaliando-os, reduzindo- os a um denominador comum e extraindo deles a ideia nuclear.” c) Rafaelle Garoffalo (1851 – 1934) O crime sempre está no indivíduo e revela sua natureza degenerativa. O Estado pode eliminar o delinquente que não se adapta à realidade/sociedade. Fase jurídica. O problema está no homem, mas em razão de uma anomalia psíquica (moral), transmitidas hereditariamente. Déficit na esfera moral. Não é patológica (não é doença). Temibilidade (perversidade – grau de periculosidade – quantidade do mal previsto). Delito natural (“violação de sentimento altruísta de piedade e probidade, segundo o padrão médio das raças humanas superiores, cuja medida é necessária para adaptação do indivíduo à sociedade”). Pena de morte para indivíduos violentos, habituais e ladrões profissionais. Eliminação do criminoso. Bases na Teoria Evolucionista de Darwin. Principais contribuições: filosofia do castigo; fins da pena e sua fundamentação. Resumo da Escola Positivista: adotou método empírico; pena como critério de defesa social mas destinada a recuperação do criminoso (prazo indeterminado); medição da pena / natureza deve ser medida pelos efeitos (se indivíduo foi recuperado ou curado). KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 5/7 ESCOLA CLÁSSICA ESCOLA POSITIVISTA * Séc. XVIII e início XIX * Ideais iluministas * Beccaria, Romagnosi e Carrara * Crime era quebra do contrato social * Delinquente é alguém normal, dotado de vontade racional. *Penas por prazo certo e determinado * Métodos utilizados: os mesmos do Direito Penal (lógico, abstrato, normativo, dedutivo, jurídico) * Etapa pré-científica * Séc. XIX e início XX * Lombroso, Ferri, Garofallo. * Delinquente é alguém anormal, clinicamente observável. * Pena objetiva a cura do criminoso e pode ser aplicada por prazo indeterminado. * Etapa científica, pois adota o método empírico (análise e observação da realidade). TEORIAS SOCIOLÓGICAS 2ª metade do século XX – mudança do eixo de poder para os EUA Teorias de Consenso Acredita-se que a sociedade foi formada por um consenso entre os seus indivíduos. Todo elemento possui importância na estrutura social. Escola de Chicago Teoria da Anomia Teoria da Associação Diferencial Teoria da Subcultura Delinquente Teorias de Conflito A sociedade não foi formada pelo consenso, mas pela coerção, pela imposição de uns membros sobre outros. Labelling Aproach Criminologia Crítica TEORIAS DO CONSENSO 1 – Escola de Chicago (Teoria Ecológica / Ecologia Criminal) Universidade de Chicago. “Ecologia” relação com o ambiente – espaço físico. Elemento central: “A cidade produz delinquência.” Segunda metade do século XX. Período pós-guerra altos índices de migração. KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 6/7 Há um crescimento exponencial que gera desajuste. Estado não consegue acompanhar o crescimento. A desorganização social eleva o grau da criminalidade. As zonas mais ao centro são potenciais em criminalidade. Nas grandes cidades vigora o anonimato. Não vigora o controle informal que existe nas pequenas cidades. >> Soluções propostas pela Escola de Chicago: a) Macro intervenção na comunidade – ex.: criação de núcleos regionais minimaliza a desorganização social. b) Melhoria do aspecto visual das obras arquitetônicas – não deve haver sujeira, pichações, prédios caindo aos pedaços... obs.: no Brasil, a criminalização da pichação tem suas bases na Escola de Chicago. >> Principais críticas: Só explica o crime cometido pelo pobre na área em que ele mora. Não explica porque o rico comete crimes. Visão limitada da criminalidade. Limitações. Não explica os crimes ocorridos fora das zonas/áreas de delinquência. Ignorava as “cifras negras” (crimes não relatados), pois somente se baseava em dados oficiais. Obs.: “cidades”, “áreas de desorganização social” expressões que podem cair em prova vinculando à Escola de Chicago. 2 – Teoria da Anomia (Teoria Estrutural Funcionalista) ANOMIA = Sem lei, desorganização, injustiça, desordem. “American Dream”. Principais pensadores desta teoria: Durkheim e Merton. KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 7/7 2.1 – Durkheim (Teoria Estrutural Funcionalista) “O crime é um fenômeno normal de toda a estrutura social. É útil e necessário para o equilíbrio e o desenvolvimento sociocultural. Leva ao desenvolvimento. O crime passa a ser preocupante quando ultrapassa alguns limites. A partir daí, deixa de ser normal. “Anomia” é a desintegração/ausência de normas sociais de referência (em regra, normas implícitas – noções de respeito mútuo; etc). Crise de valores. Anomia é desmoronamento das normas vigentes em sociedade. O crime fere a consciência coletiva. A pena deve agir nas pessoas honestas como forma de curar as feridas do sentimento coletivo. A pena terá mais impacto nas pessoas honestas, como forma de cicatrizar as feridas causadas no sentimento coletivo. “Satisfazer a consciência comum.” O crime é ato proibido pela consciência coletiva. 2.2 – Merton Anomia fomenta a criminalidade. Desajuste entre fins culturais e meios disponíveis. O mercado vende um modelo de sucesso, mas a sociedade não disponibiliza meios para alcançá- lo. Com os meios disponíveis, não é possível alcançar as metas culturais. Período histórico: década de 50 – “American Dream”. Tipos de adaptação: a) Conformidade: com os meios disponíveis, o indivíduo atinge a meta. b) Ritualismo: indivíduo renuncia o modelo de sucesso, mas permanece observando as regras da sociedade. c) Retraimento/Apatia: renúncia aos modelos de sucesso e às normas sociais de referência. (não se preocupam com aparência, com interação)Ex.: mendigos; viciados em drogas. d) Inovação: PRINCIPAL – busca do modelo de sucesso a qualquer custo, ainda que por meios ilegítimos. O indivíduo inova quanto aos meios disponíveis para alcançar o modelo de sucesso. Representa a criminalidade. e) Rebelião: indivíduo refuta os padrões, dando nova significação. Questiona-se o próprio modelo: “quem disse que esse é o padrão?” (é diferente de renúncia). Subculturas Criminais Associação diferencial Subcultura delinquente 3 – Teoria da Associação Diferencial (Aprendizagem Social) Principal autor: Sutherland. Critica Escola de Chicago, mas foi influenciado por ela. Responsável pelo conceito de “crimes do colarinho branco” (crime cometido no âmbito de sua profissão, por pessoa de respeitabilidade e elevado estatuto social). KA RL A EM AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 - K AR LA E M AN UE LA A RA ÚJ O A LM EI DA - 04 99 62 69 40 5 8/7 Aspecto social. O crime deriva de um processo de aprendizado. Não há herança biológica. A associação com condutas lícitas ou ilícitas depende das interações entre o indivíduo e as pessoas, principalmente as mais próximas. Decorre do contato com padrões de comportamento favoráveis à violação das leis em sobreposição com comportamentos contrários à violação. Os criminosos tendem a copiar o comportamento daqueles com os quais convivem ou estão associados. Exemplo 1: traficante “dono do morro” que incentiva os mais jovens a serem como ele. Exemplo 2: crimes do colarinho branco. >> 3 fatores dificultam a apuração e a punição de crimes do colarinho branco: - autor respeitado e temido - obstáculos legais que dificultam a persecução - os efeitos nocivos tem dimensão ampla. Por serem difusos, seus efeitos são menos sentidos (por ser mais distante da realidade).
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